A apresentação faz parte do curso: Estrutura, fisiologia e bioquímica da pele aplicadas à ciência cosmética. No desenvolvimento de produtos de uso tópico é fundamental a avaliação da entrega de moléculas através de pele do ponto de vista de segurança e de eficácia. Essa apresentação tem como objetivo avaliar de forma abrangente a absorção percutânea de moléculas. O tema é abordado do ponto de vista teórico e pratico e sendo apresentadas também estratégias de entrega cutânea.
1. Estrutura, fisiologia e bioquímica da pele
aplicadas à ciência cosmética.
Alexandre Ferreira
Entrega de ativos por
via cutânea
2. Exposição Cutânea
• Sujeito a exposição a diferentes
substâncias
– Exposição ocupacional / acidental
– Uso de produtos cosméticos
– Uso da pele como rota de entrega de Drogas
• É o maior e mais acessível órgão do corpo
– Torna-se um sítio importante tanto para
entrega de drogas para ação tópica ou
sistêmica
• Barreiras Cutâneas
3. Absorção Percutânea
• Pele é uma membrana
biológica
semipermeável
• Moléculas aplicadas
sobre a pele sofrem
difusão passiva
[ ] >> 0
[ ] ≈ 0
DIFUSÃO
4. Rotas de Absorção
Penetração Folicular
- Folículo piloso é o anexo mais
importante em área superficial
- Representa apenas 2% da
superfície da pele
- Relevante para moléculas que não
permeiam pela barreira cutânea
Penetração transcorneal
- Rota mais importante para
moléculas pequenas e permeáveis
pela barreira cutânea
- Representa quase a totalidade da
superfície da pele
5. Fatores que influenciam
Componente Fator
• Molécula
- Tamanho molecular
- Coeficiente de partição
lípide/água
- Ionização
- Efeitos locais na pele
- Estado físico
• Pele
- Espécie
- Sítio anatômico
- Hidratação do EC
- Danos no EC
- Metabolismo
- Doença na pele
- Descamação
- Fluxo de sangue e linfa
• Ambiente
- Temperatura
- Oclusão
- Umidade
• Veículo
- Solubilidade
- Volatilidade
- Espaleabilidade
- Excipientes
- pH
- Efeito sobre o EC
• Dose
- Concentração
- Finita/Infinita
- Dose por área
- Total de área de contato
- Duração de exposição
• Outros
- Efeito reservatório
- Composição LqR
6. Metabolização
• A molécula pode ser metabolizada quando
permeia pela pele
– Conjugação; clivagem; modificação
• Metabólitos gerados podem ser ativados
(segurança) ou inativados (eficácia)
8. Definições
• Absorção Dermal = Percutânea:
– Transporte de moléculas através da pele
• Penetração: Entrada em uma estrutura/camada
• Permeação: Penetração de uma camada para a outra
• Resorção: Tomada da substância pelo sistema vascular
• Adsorção (reversível) x Substantividade (irreversível)
9. Rota Transdérmica
• Circulação cutânea = 5-10% fluxo sanguíneo (em
Normotermia) / 2x > do que fluxo pelo fígado
• Não sofre o efeito de 1ª passagem pelo fígado
– Menor metabolização (> eficácia/segurança)
– Menor excreção
– Maior durabilidade no organismo
• Doses mais longas
• Maior facilidade/conforto para a aplicação da
dose
10. Produtos tópicos
• Entrega Tópica
– Ação sobre pele
• Pele íntegra ou pele danificada
– Cosméticos, antienvelhecimento, clareadores, cicatrizantes,
tratamento da psoríase, etc...
• Regional
– Ação sobre órgão / tecidos próximos do sítio de aplicação
– Analgésicos musculares
• Transdermal
– Ação sistêmica
– Ex.: reposição hormonal
11. Focos na entrega tópica
• Eficácia
– Substâncias ativas
• Produtos de ação tópica ou de entrega transdérmica
– Substância aplicada sobre a pele resulta no efeito
DESEJADO pelo usuário.
• Segurança
– Substâncias com perigo caracterizado
• Exposição acidental (ambiental ou ocupacional)
• Manuseio de produtos limpeza, tintas, etc...
• Uso de produtos cosméticos ou farmacêuticos
– Substância aplicada sobre a pele resulta em um efeito
INDESEJADO para usuário.
12. Parâmetros Importantes
• Molécula x efeito Biológico
desejado/indesejado
– Depende de Biodisponibilidade
• [ ] / Local / Tempo
• Farmacocinética
– Estudo da absorção percutânea é importante
para a avaliação da farmacocinética de
substâncias
13. Concluindo
• Estudo de Absorção Percutânea não mede
eficácia ou segurança
• Determina (ou oferece subsídio para fazer
inferências - in vitro) da farmacocinética e
biodisponibilidade de uma molécula
– Avaliação de risco (Segurança)
– Inferência de eficácia
• Permite determinar bioequivalência
– Comparação da [ ] em um compartimento
15. Características Gerais
• Avalia apenas moléculas / não
formulações/misturas
• A quantidade de ativo absorvido costuma
ser muito baixa
• Depende extremamente do método
analítico usado
• Pode usar diferentes modelos de estudo
16. In vivo
• Realizado em organismos
– Animais & Humanos
• Vantagens
– Simula condições de uso
– Modelo ouro – estudo em humanos
• Desvantagens
– Aspectos éticos
– Protocolos complexos
– Custosos
– Variação
17. In vivo – “Tape Stripping”
Formulação ↓ Permeação:
Formulação ↑ Permeação:
Fita adesiva:
• CuDerm
Procedimento:
• Fita aplicada sobre a pele
• Retirada de camada de SC
• Quantificação do ativo nas
fitas
• Avaliação da quantidade de
ativo permeado por
profundidade
Problemas:
• Não é possível descamar de
forma uniforme
− Pressão + Coesão
• Avalia apenas SC
• Difícil obter dados cinéticos
RESULTADOS:
18. In vivo – Microdiálise
Procedimento:
• Colocação de cânula semi-permeável na
derme abaixo da epiderme
• Aplicação de um fluxo contínuo de LQR
• Material coletado analisado
• Permite avaliar a cinética da absorção
Problemas:
• Realizado em animais
• Dificuldade de realização em humanos
(12 a 24h de experimentação)
19. In vivo – Bolha de Sucção
Pressão negativa:
Formação de bolhas:
Procedimento:
• Aplicação de pressão negativa sobre a pele
• Descolamento de parte da epiderme
• Formação de bolhas
• Aplicação do produto sobre a bolha
• Avaliação do conteúdo de ativo no líquido
Problemas:
• Aspectos éticos
• Dificuldade em obter dados cinéticos
20. Métodos Não invasivos
• Espectroscopia Infravermelho com Transformada de
Fourier(FT-IR)
– Técnica vibracional
– Resolução espacial limitada & baixa profundidade de penetração
em espécies biológicas
• Microscopia confocal
– Demanda marcação da droga com sonda fluorescente Altera
Farmacocinética
• Espectroscopia Raman
– Não apresenta problemas mostrados pela FT-IR
– Molécula deve estar associada com Bandas Raman típicas
Estudo in vitro / in vivo
21. Microscopia Confocal Raman
Características:
• Modo de detecção
• Não invasivo
- In vivo
-In vitro – uso de outros métodos
• Técnica poderosa - Qualitativo
• Permite varredura 3D da amostra (resolução mícron)
• Aplicações:
• Absorção de moléculas, efeito de promotores de permeação, estrutura da
pele, distribuição de água
Problemas:
• Detecta ativo apenas na epiderme (~ 100 µm)
• Interferência background da pele
• Apenas moléculas com sinal único
• Dificuldades relacionadas aos estudos in vivo - execução da técnica
22. In vitro
• Modelos que simulam in vivo
– Pele, membranas sintéticas
• Vantagens
– Desenhos experimentais mais simples com < número de réplicas
– Execução menos complexa
– Relativamente menos custoso
– Maior controle das variáveis
– Resultados mais repetitivos - mais confiáveis
– Abordagem analítica mais simples;
– Modelo muito flexível
• Desvantagens
– Se afasta do modelo in vivo
23. Validação in vitro x in
vivo
• Poucos estudos mostrando a correlação in vivo /
in vitro
• Usando pele humana
– Trabalho de Franz TJ, 1975
• 12 moléculas relativamente hidrofílicas estudadas in vitro
• boa correlação com a obtido em estudos clínicos
– Anjo et al. 1980
• Estudou moléculas lipofílicas
• Embora menor, também obteve também boa correlação
– Pesquisadores FDA (2013)
• consideram o modelo adequado para ser usado durante no
desenvolvimento de produtos de uso tópico eficazes
24. In vitro
• Célula de difusão
– Forma
• Horizontal / Vertical
– Tipo de coleta
• Estática / Fluxo contínuo
• Características
– Uso de ≠s membranas semi-permeáveis
– Delimita 2 compartimentos
– Permite coleta ao longo do tempo
– Mantém temperatura constante
25. Célula de difusão - Horizontal
Vista Superior: Uso:
• Avaliação de formulações líquidas
Vista Lateral:
26. Uso:
• Ativo pouco solúvel no LQR
• Praticidade na coleta
• Possibilidade de diversas formas de fracionamento
Célula de difusão - Fluxo contínuo
Aparato desmontado: Aparato em uso:
27. Uso:
• Conhecida com célula de Franz
• Destinado a formulações semi-sólidas
• Pode ser adaptado para formulações líquidas
• Célula estática – Coletas pontuais
• Necessário cuidado na definição do tempo e do volume da
coleta
• Função de: solubilidade do ativo no LQR X taxa de
permeação
• Popular pela facilidade e praticidade no seu uso
• Permite grande flexibilidade
• Modelo a ser discutido
Célula de difusão - Vertical
28. In silico
• Predição de kp através da estrutura da molécula de
interesse
– PM, doadores/receptores ligação hidrogênio, área superficial polar
– Baseado na relação estatística entre uma série de composto
– Economia em estudos in vivo / in vitro
• Quantitative structure–activity relationships (QSARs)
– Muito usado na predição de toxicologia
– Quando aplicado a determinar kp = QSPRs
(Quantitative structure-permeability relationships)
• Programa: Dermwin
(http://www.epa.gov/opptintr/exposure/pubs/episuite.htm)
29. In silico
• QSPRs é atrativo mas com uso restrito
• Bom para moléculas de exposição ambiental / Segurança
• Não contempla matrizes complexas
• Simplifica estrutura da pele
• Prediz apenas para moléculas semelhantes as usadas no
banco de dados
• Para se criar um banco de dados para um determinado tipo
de molécula é necessário muito investimento (muitos dados
de muitas moléculas - semelhantes)
• ↑ investimento computacional – tempo de processamento
• Grupos de pesquisas ativos publicando sobre o assunto
31. RDC 48: 6/10/2009
• Classifica as modificações pós-registro de medicamentos
• Estabelece a documentação e os ensaios exigidos pela
ANVISA
– Local de fabricação
– Processo de produção
– Equipamento
– Excipientes
– Matéria prima (Fármaco)
• produtos semi-sólidos e líquidos (- as soluções perfeitas)
– Apresentar resultados comparativos entre a taxa de permeação
cutânea da condição anteriormente registrada e da nova condição.
– Incluir discussão relativa ao impacto de eventuais alterações da taxa
de permeação cutânea;
32. RDC 48: 6/10/2009
– Inclusão de nova concentração
– Inclusão de nova forma farmacêutica
• produtos semi-sólidos e líquidos (- as soluções perfeitas)
– Determinar, com metodologia adequada, a taxa de permeação cutânea
• Disposição final
– A obrigatoriedade da apresentação de documentos
relacionados à determinação da taxa de permeação cutânea
nos termos deste regulamento, se iniciará no prazo a ser
determinado em norma específica.
33. RDC 48: 6/10/2009
• Exigências muito semelhantes a do FDA
• Contudo não entra na definição de como deve ser coletado
dados de permeação cutânea
• Possível confusão entre Liberação X Permeação Cutânea –
Não está claro
34. FDA - Guidance for
Industry
• Maio de 1997
• Nonsterile Semisolid Dosage Forms
• Scale-Up and Postapproval Changes: Chemistry,
Manufacturing, and Controls; In Vitro Release Testing and
In Vivo Bioequivalence Documentation
• Teste de liberação + Teste in vivo
• Teste de liberação = controle de qualidade
– Substitui ensaios físico-químicos: solubilidade, tamanho de
partícula, forma cristalina, viscosidade e homogeneidade do
produto.
– Não precisa ser validado
35. FDA - Guidance for Industry
MUDANÇA NÍVEL in vitro in vivo
• Componente/Composição
1 X X
2 Sim X
3 Desejável Sim
• Equipamento
1 X X
2 Sim X
• Processo
1 X X
2 Sim X
• Tamanho do Lote
1 X X
2 Sim X
• Local de manufatura
1 X X
2 X X
3 Sim X
36. U.S. Pharmacopeia - USP
• Capítulo 1724
– Teste de performance para produtos semissólidos
– Cremes, pomadas, géis e loções
• Avalia: Qualidade / Performance
– Performance in vitro não equivale in vivo
• Realizado usando célula de Franz
• Usa membrana sintética
37. OECD
• Testing & Assessement No. 28 (Mar, 04)
• in vitro (428: Abr, 04); in vivo (427: Abr, 04)
• Não usa membrana sintética
• Descreve metodologia in vitro de Absorção
Percutânea.
• Guideline
38. Em Cosmética
• Anvisa
– Guia de Avaliação de Segurança em Cosméticos 2ª Ed.-
2012
– Parecer Técnico nº 5, de 6 de julho de 2005
39. Guia de Avaliação de
Segurança
• Usado na Avaliação de Margem de Segurança (MS)
– Cálculo de SED (Dose de Exposição Sistêmica - Diária)
• De acordo com OECD 428
SED= PA(µg/cm2) x S(cm2) x F
60Kg x 1000
MS = NOAEL
SED
Maior dose que não
causa efeito Sistêmico
Absorção
Percutânea
Área de
Contato
No. de aplicações
Diárias
40. Parecer Técnico nº 5
• Utilização da Uréia em produtos cosméticos
• Considerando
“uréia aumenta a penetração cutânea de outras SUBSTÂNCIAS
ATIVAS”
• Determina:
“Para concentrações acima de 3% e máxima de 10% de uréia,
classificar os produtos cosméticos com Grau 2, devendo ser
apresentado à Autoridade Sanitária, para fins de registro: testes
de segurança (irritabilidade primária, acumulada e
sensibilização) e ensaios de PERMEAÇÃO CUTÂNEA.”
42. Difusão Passiva
Meio 1 = Meio 2
Membrana
Semipermeável( )
C1 = X C2 = 0C1 = X C2 = Y
(mol.cm-2.s-1)
J = -D C2-C1
Δx
• Lei da difusão de Flick
(mol.cm-3)
(cm)
Coeficiente de
Difusão
(cm2.s-1)
45. Efeito da [ ] da molécula
inclinação = Jss,max
Jss,max = Kp Cv
Coeficiente de permeabilidade
[ ] ativo no veículo
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo (Horas)
100
80
60
40
20
MoléculanoMeio
Receptor(mol.cm-2)
0
Cv
Dose infinita
Jss ao longo de todo o estudo
Dose semi-infinita
Jss apenas no início do estudo
Dose finita
Não atinge Jss
46. Dose Infinita x Finita
Fluxo no estado Estacionário (Jss)
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo (Horas)
5
4
3
2
1
J(mol.cm-2.h-0,5)
0
Dose Finita
Dose infinita
Dose semi-infinita
Variação do Fluxo
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo (Horas)
100
80
60
20
PorcentagemConcentraçãoinicial(%)
0
Dose Finita
Dose infinita
Dose semi-infinita
40
Variação na Concentração
> 10% permeado
47. Linerização da Curva
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo (Horas)
100
80
60
40
20
Fluxodepermeação(μg/cm2)
0
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
Tempo (Horas0,5)
100
80
60
40
20
Fluxodepermeação(μg/cm2)
0
Não se determina inclinação (Jss,max)
Pode ser usado na comparação de produtos
inclinação (mol.cm-2.h-0,5) ≠ Jss,max = 2 Cv D
π√
49. Absorção Percutânea
• Pele Membrana heterogênea
– Difusão varia entre as diferentes camadas
– Etapa mais lenta determina a velocidade de
permeação
50. Difusão & Partição
[ ] >> 0
[ ] ≈ 0
• Pele Membrana
heterogênea
– Difusão varia entre
as diferentes camadas
– Etapa mais lenta
determina a
velocidade de
permeação
Difusão
+
Partição
Disponibilização
Sistêmica
51. Fatores que afetam
• estrutura da pele
• Molécula (tamanho,
polaridade)
• Veículo
Difusão na Pele
Aplicação
Produto
Aplicação
Produto
Epiderme
Barreiras energéticas
Superfície Disponibilidade
Sistêmica
Determina
Fluxo de
entrada
52. Representação Gráfica
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo (Horas)
100
80
60
40
20
MoléculanoMeioReceptor
(mol.cm-2)
0
inclinação = Jss,max (mol.cm-2.h-1)
Tempo Lag
55. Conceito
• Eficácia
– Molécula com atividade biológica
– Sua entrega na localização e concentração
para promover o efeito biológico desejado
• Depende muito da formulação
• Possível regular a entrega do ativo pela
seleção e controle do sistema emoliente /
agente emulsificante
56. Falhas comuns
• Incorporação em formulações base
– Molécula com atividade biológica comprovada
– Testes preliminares com resultado negativo
– Molécula é descartada para a proposição de uso
esperada
• Erros
– não considerar a importância da composição da fórmula
na farmacocinética das moléculas ativas por via tópica
– Não ser mensurada a entrega da molécula ativa
57. Controlando a Absorção
Parâmetro Mudança Efeito Como Obter?
kp
↑ ↑ taxa de permeação
↑ K, D
↓ MW, L
↓ ↓ taxa de permeação
↓ K, D
↑ MW, L
D
↑ ↑ difusão Uso de Promotores de Penetração
↓ ↓ difusão
↑ afinidade do ligante pela pele / retardar
penetração
Koct/H2O
↑ ↑ níveis no estrato córneo Tornar molécula mais lipofilica
↓ ↓ níveis no estrato córneo Tornar molécula mais hidrofilica
Kec/formulação
↑ Depende da polaridade da
formulação
Mudar a polaridade da formulação
↓
ΔC
↑ ↑ fluxo s/ afetar Kec/formulação
Formular mais próximo possível da solub.
máxima do ingrediente na formulação
↓ ↓ fluxo s/ afetar Kec/formulação
Formular mais distante possível da solub.
máxima do ingrediente na formulação
L – constante na pele
Parâmetros
Alterar a Molécula
Alterar a Formulação
Mais Usado / Menos
eficiente
Mais eficiente
58. Trabalhando com a polaridade
• Princípio:
– Tornar a solubilidade do ativo maior no
estrato córneo do que na formulação
– Quanto maior a quantidade de ativo
solubilizada no Estrato Córneo (etapa mais
lenta do processo difusivo), maior será a
absorção do ativo
59. Índice Relativo de Polaridade (IRP)
• Princípio:
– Considera o Estrato Córneo como um solvente
com polaridade homogênea
– Polaridade assumida para o EC ≈ 1-butanol
log Koctanol/water = 0,80
Koctanol/water = 100,80 = 6,3
Solubilidade do EC no
octanol 6,3 x > que na
H2O
60. Índice Relativo de Polaridade (IRP)
• Casos:
– Polaridade do Ativo = Estrato Córneo
• Pouco comum
– Polaridade do Ativo > Estrato Córneo
– Polaridade do Ativo < Estrato Córneo
61. IRPHidrofílico
Lipofílico
0
-∞
+∞
EscalaLog
0,80 Estrato Córneo
0,01 Arbutina
Expresso em Koctanol/water
Afetado pela hidratação
do estrato córneo
Δ log Koctanol/water = 0,79
Intervalo de Polaridade do Penetrante =
|polaridade do penetrante - polaridade do
estrato córneo|
- 0,78 Formulação
IPP
+ IPP
- IPP
↑ mais ativo
dissolve no
Estrato Córneo
Multifase, multipolaridade
= emulsão
Considera-se polaridade
em que o ativo é solúvel
64. Conclusão
• Formulação deve ter polaridade:
– O mais distante possível da polaridade do
penetrante para gerar força motriz de difusão.
Ao mesmo tempo
– O mais próximo possível para permitir atingir
quantidades de ativo suficiente para garantir a
dose necessária para se obter a eficácia do
produto.
65. Otimizando a formulação
Passo 1- Otimizando a Solubilidade
• Escolha do emoliente ou solvente primário
A) calcular a polaridade do penetrante
B) definir se a fase QUE CONTÉM o ativo será
hidrofílica ou lipofílica (Formulação pode ser
hidrofílica ou lipofílica independente da fase)
C) Escolher fase com mesmo IRP do penetrante
Penetrantes
Lipofílicos
Penetrantes
Hidrofílicos
67. Otimizando a formulação
Passo 2 – Otimizando a força motriz
• Escolha do emoliente ou solvente Secundário
A) Reduzir solubilidade do emoliente/solvente primário
B) Adição gradual de solvente/emoliente secundário onde
ativo é muito menos solúvel mas ainda miscível
C) Até atingir 90% da solubilidade máxima na mistura de
solvente
Cuidado para considerar possíveis alterações de
temperatura durante transporte que podem levar a
cristalização do penetrante
68. Otimizando a formulação
Alternativa – Uso de apenas um Solvente/Emoliente
• Escolha do emoliente/solvente Com o IRP correto
• Desvantagem:
– Não permite a seleção de combinações de
emoliente
– Flexibilidade para oferecer outras
características importantes: ex. sensoriais
73. O que são PPs
• Compostos inativos farmacologicamente
• Particionam no EC interagindo com
lipídeos e facilitando a difusão de outras
moléculas
• ↑ entrega de moléculas pequenas através
da pele
75. Ação
• Alteração da estrutura dos lipídeos do EC e de sua
fluidez
• ↑ do coeficiente de partição da molécula dentro da
pele assim como difusividade da droga no EC
• Efeito de desordem nas cadeias alquil dos lipídeos do
EC
• Separação localizada de domínios de lipídeos criando
poros hidrofílicos e/ou estabelecendo um reservatório
de droga no EC
76. Ação
• causam ↑ desordem do empacotamento
lateral das lamelas de lipídeos da barreira
cutânea (exceto propileno glicol & etanol)
• Maior efeito por surfactantes (SDS, DDAB, and
DTAB) seguido de terpenos (como nerol)
77. Alterações Estruturais
Mudança da Polaridade
↑ solubilidade molécula
Modelo
Molecular
Mecanismo Sugerido p/
Aumento da Permeação
Leve desordem na
estrutura lamelar
Modelo
Molecular
Mecanismo Sugerido p/
Aumento da Permeação
Desordem na
estrutura lamelar
Rompimento da
estrutura lamelar
Incorporação de PP na
estrutura Lamelar
Estrutura Normal da
Lamela lipídica
82. Lipossomos
• Membrana composta de bicamada de
fosfolipídeos e colesterol
• Diferentes possibilidades de construção
• Pode carregar moléculas hidrofílicas e
lipofílicas
• Transita em substâncias solúveis em
lipídeos e água
• Classificam-se:
- Pequena vesícula unilamelar
- Pequena vesícula oligolamelar
- Grande vesícula unilamelar
- Vesícula multilamelar
• Funde a membranas biológicas
• Penetração na barreira cutânea
• Biodegradáveis e não tóxicos
• Possível alterar carga superficial + ou -
- Altera entre retenção / penetração
83. Niossomos
• Vesículas uni- ou multilamelares
compostas de surfactantes não iônicos
• Não apresentam a instabilidade dos
lipossomos, baixo custo em comparação
aos fosfolipídeos, sem problema de
pureza como nesses últimos
• Pode carregar moléculas hidrofílicas e
lipofílicas
84. Transferossomos
• Bicamada da vesícula em estado líquido
+ elasticidade
• Fosfolípide /surfactantes não iônicos +
ativador de borda (surfactante de cadeia
única)
• Penetra poros muito menores que seu
tamanho
• Menos agregação e fusão
• Maior resistência a estresse osmótico
85. Nanopartículas
• Tecnologia inovadora – sistema sólido
• Partículas esféricas de lipídio sólido
(contem o ativo) + cobertura de
fosfolipídeos
• Tamanho = 1000–20 nm
• Controle da liberação
- Capa lipídica: liberação rápida
- Miolo: liberação prolongada
• Formação de filme: oclusão
86. Emulsões Múltiplas /
Microemulsões
Emulsões múltiplas
• Emulsão w/o e o/w coexistem
• Tipos
- w/o/w - o/w/o
• Alta capacidade de retenção de moléculas
• Combinação de substâncias
incompatíveis em uma formulação
• Liberação controlada / prolongada
• Estéticas e de fácil aceitação
Microemulsãoes
• Sistemas água e óleo fluido, transparente
e estável
• Estabilizado por surfactante +
cosurfactante
• Formado a partir da mistura dos
componentes