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Bioclimatologia
- Características anátomo-fisiológicas e comportamentais
de adaptação dos animais domésticos -
Juana Catarina Cariri Chagas – PNPD
05/08/2017 1
Adaptação
• A um dado ambiente = mudanças estruturais, funcionais ou
comportamentais
05/08/2017 2
Sobrevivência, reprodução e produção em condições adversas.
Adaptação  ações irreversíveis
1. Biológico  conjunto de ações de características morfológicas (anatômicas) +
fisiológicas (bioquímicas + comportamentais)
2. Genética  conjunto de alterações herdáveis nas características que
favorecem a sobrevivência de uma população em um dado ambiente
• Modificações evolutivas em muitas gerações (seleção natural)
• Aquisição de propriedades genéticas específicas (seleção artificial)
05/08/2017 3
Aclimatação e aclimatização
1. Aclimatação = mudanças adaptativas em resposta a uma única variável climática (o
ambiente age sob o animal com elementos individuais??)
2. Aclimatização = ajustamentos fisiológicos adaptativos duradouros
• Aumento de tolerância a contínuas ou repetitivas exposições a vários estressores
climáticos (normalmente produzidos sob condições de campo).
05/08/2017 4
1. Aclimatização
2. Aclimatação
Adaptação fenotípica
Mecanismos de adaptação
• Morfológicas/anatômicas
• Fisiológicas
• Comportamentais
05/08/2017 5
6
Maior ou menor
impacto  depende
Entre as diferentes espécies e raças, existe uma
considerável variação em sua capacidade de se ajustar
ao estresse promovido pelo meio, e esses ajustes
contemplam aspectos morfológicos, fisiológicos e
comportamentais. A partir desses atributos podemos
consideram um animal adaptado quando há perda
mínima de peso durante a exposição ao estresse,
ou redução de produção de leite, ovos, ou deficiência
nutritiva; altos índices reprodutivos; longevidade e
baixos índices de mortalidade.
Características anatômicas
05/08/2017 7
• Todos os animais evoluíram morfologicamente de acordo com as
condições do meio alguns em maior grau que outros;
• As adaptações estruturais aos meios térmicos são as mais destacadas
e visíveis;
• Conformação, tamanho, propriedades dos pelos e penas.
05/08/2017 8
Características anatômicas
• Tamanho
• Quanto menor o animal > a relação superfície corporal x área
• Ganham e perdem calor mais rapidamente
• Estocam menor energia
• Ex.:
05/08/2017 9
• Conformação
• Cubico > cilíndrico
• Partes e membros
• Orelhas maiores (coelhos)
• Ambiente vascularizado
05/08/2017 10
• Características cutâneas
• Segundo Silva (2008), “a superfície externa do corpo representa a principal linha
de fronteira entre o organismo e o ambiente".
• Linha de fronteira: determinar as características da superfície externa do corpo
 ambiente e a natureza do organismo
05/08/2017 11
Definições importantes
• Superfície cutânea = capa externa, epiderme, derme e hipoderme
• Capa externa do pelame = pelos ou capa de pelame
• A epiderme (do grego epi+derme; em cima da pele) é a camada mais
superficial da pele, ou seja, a que está diretamente em contato com o
exterior
• Pelame = pele de animais com pelos
• Velo = pele + lã de carneiros e ovelhas
05/08/2017 12
• Como o ambiente é complexo com muitas alterações, a superfície
externa do corpo do animal deve ser dotada de adaptabilidade para
se ajustar a variações do ambiente e assim poder sobreviver em
ambiente inóspito.
05/08/2017 13
1. Capa externa
• Mamíferos:
• Pelos, lã ou epiderme nua;
• Aves:
• Penas e penugem nas aves;
• Peixes:
• Escama e couro;
• Répteis:
• Escamas córneas;
• Anfíbios:
• Superfície nua.
05/08/2017 14
Pelame e pelos - mamíferos
• Proteção e isolamento térmico
• Inibe ação direta da radiação
• Barreira do fluxo de calor sensível através do aprisionamento das camas de ar
nos pelos
• Folículos primários e secundários (lã)
• Lã  isolante térmico
• Previne perda de calor para o ambiente
• Baixa condutividade térmica = protege de alta radiação solar
05/08/2017 15
05/08/2017 16
Velo ou Lã:
K = 0,064 W/ºC
05/08/2017 17
Pelame Bovinos:
K = 0,144 a 0,476 W/ºC
Angus
Charolês
Holandês
Pelo...
• Condução de calor:
• Calor conduzido pela fibra dos pelos é maior do que a conduzida pelo ar (alta capacidade de
condução)
1. Maior densidade por área + densidade de massa  alta capacidade de condução de calor
2. Menor densidade por área e menor densidade de massa das fibras (mais finas, compridas e
menos numerosas)  menor capacidade de condução de calor e maior facilidade de dissipação
de calor
3. Inclinação da fibra  quanto mais afastadas da pele maior facilidade em perder calor
(evaporação das gotículas de suor).
18
Propriedade dos pelos que irão influenciar as trocas
térmicas:
• Comprimento
• Espessura da capa (velame)
• Ângulo de inclinação
• Diâmetro
• Densidade de massa
• Densidade numérica (unidade de pelo/área)
• Pigmentação (absortivo e reflexivo)
05/08/2017 19
Absorção e reflexão de energia segundo diversas raças e pelagens
RAÇA COR % ENERGIA
ABSORVIDA REFLETIDA
A. Angus Preta 90,5 9,5
Stª Gertrudes Vermelha 82,0 18,0
Jersey Amarela 60,0 40,0
Zebú Branca 46,5 53,5
Aspectos importantes entre raças e espécies
• Baixa capacidade de condução de calor;
• Baixa capacidade de dissipação de calor;
• Ex.: Bovino europeu e indiano
05/08/2017 21
Pelos pouco
densos  “fofos”
Baixa capacidade de
condução de calor
05/08/2017 22
Relativa capacidade
de condução de calor
Importante para
ambientes de latas
temperaturas e
radiação!!!
Pelos mais densos do que
bovinos europeus 
densidade desejada para
facilitar dissipação de
calor
05/08/2017 23
Alta Capacidade de
condução de calor
Baixa capacidade de isolamento térmico
(baixa densidade/unidade de área)
Pelos muito densos e
espaçados
Obs.:
• Animais sem capa de pelos desenvolveram outros mecanismos para manutenção
da temperatura corporal, como o caso de mamíferos marinhos que apresentam a
camada da hipoderme mais bem desenvolvida, agindo como isolante térmico.
05/08/2017 24
Plumagem - aves
• Penas de contorno que auxiliam no
voo
• Penugens: base das penas de
contorno (irão auxiliar no
isolamento térmico)
• Semipluma: penas intermediárias
• Filoplumas (pelos)
05/08/2017 25
2. Epiderme
• Estratos:
• Stratum corneum: encontra na porção mais
externa e é composto por células mortas e
queratinizadas
• Stratum lucidum: fina camada de células
• Stratum granulosum: zona de transição entre
células viáveis e queratinizadas
• Stratum germinativum: células cilíndricas
responsáveis pela reposição das camadas
superficiais
05/08/2017 26
Pigmentação pele e pelame
• Pigmentação da epiderme preta ou marrom  melanina
• Proteção contra UV
• Sensível aos raios infravermelhos
• Maior expressão gênica nos animais dos trópicos
• Células especializadas melanócitos  O2 AA (tirosina)
• Camada basal da epiderme e na base do folículo piloso (pelo)
• Número de melanócitos por unidade de área epidérmica é similar entre
espécies
• Atividade da enzima tirosinase é determinada por fatores gênicos
05/08/2017 27
05/08/2017 28
05/08/2017 29
Adaptação  ganho genético ao longo do
tempo em função das gerações à exposição
à alta radiação UV nos trópicos
05/08/2017 30
Pele preta
Pele rósea
Maior atividade de
melanócitos
Tolerantes à condições dos
trópicos
05/08/2017 31
Granja Leiteira – UNESP Jaboticabal/SP
Associando pigmentação de pele e cor pelo!!!
• Embora uma capa de pelos (velame) de coloração clara seja mais
reflectante, para que essa vantagem seja efetiva, os elementos da capa
(pelos e penas) devem ser densamente bem distribuídos e posicionados
em ângulo baixo sobre a epiderme
• Proteção raios infravermelhos
• Ideal que a pele seja pigmentada
• Proteção UV
05/08/2017 32
Pigmentação: Pelame e Epiderme
❖ Alterações associadas à ausência de Melanina:
✓ CARCINOMAS
Pigmentação: Pelame e Epiderme
✓ Carcinomas: principais locais
3. Derme
05/08/2017 35
pilo-sebáceo, músculo-
sudoríparo
• Folículo piloso - pelo
• Número por área
(fatores genéticos)
• Espécie
• Raça
• Idade
• Época do ano
05/08/2017 36
Comprido e grosso;
curto, liso e suave;
suave e lanudo.
Conforme o comprimento do pelo e sua
suavidade teremos pelagem ou pelame que
se adapta melhor em regiões quentes e
outras que se adaptam melhor em regiões
frias.
Glândulas sudoríparas
• Perda de calor latente via evaporativa através das glândulas sudoríparas
• Mecanismos de adaptação:
• Bovinos, ovinos, equinos, caprinos e bubalinos
• Aves
• Não possuem glândulas sudoríparas
• Alcalose respiratória > pH
• Suínos
• GS são afuncionais
05/08/2017 37
Trocas térmicas por
calor sensível +
respiração
✓ Gs. Apócrinas
 Mamíferos Ungulados: Ruminantes
 Secreção Protéica:
 94,5% água
 5,0% Cloretos e outros sais
 0,5% Albumina
Foto: Bueno (2008)
✓ Écrinas
 Secreção Aquosa:
 99,0% água
 1,0% Cloreto de Sódio e de Potássio
Como funciona a perda de calor pelas
glândulas sudoríparas?
• Aumento circulação sanguínea para epiderme = proporcionando uma quantidade
adicional de matéria-prima para as glândulas sudoríparas e estimulando a sua ação
• Células mioepiteliais sensíveis a adrenalina e noradrenalina = estresse
05/08/2017 40
• Quantidade de suor produzido depende:
• Número de glândulas sudoríparas ativas
• Número de glândulas por unidade de área epidérmica
• Animais que vivem em locais sujeitos a altas temperaturas
tendem a apresentar uma maior densidade numérica de
glândulas sudoríparas!!!
05/08/2017 41
Ordem decrescente de capacidade de sudação
05/08/2017 42
HOMEM
CAVALO
JUMENTO
BOVINO INDIANO
BOVINO EUROPEU
BUBALINOS
OVINOS
CAPRINOS
SUÍNOS
Termólise Evaporativa Cutânea: Zebu X Europeu
Glândulas Sudoríparas
Zebuínos
Foto: Andréa R. Bueno Ribeiro (2008)
✓ Diâmetro maior
✓ Mais funcionais
✓ Maioria Saculiformes Microscopia Óptica (10 x)
Técnica modificada de Nay & Hayman (1958)
Termólise Evaporativa Cutânea: Zebu X Europeu
Glândulas Sudoríparas
Europeu
Foto: Andréa R. Bueno Ribeiro (2008)
✓ Diâmetro menor
✓ Menos funcionais
✓ Maioria Enoveladas
Glândulas Sudoríparas: Zebu X Europeu
Fotos: Andréa R. Bueno Ribeiro (2008)
Intermediárias
Taxa de Sudação: Método Colorimétrico
(Berman, 1957 modificado por Schleger & Turner, 1965)
✓Tricotomia (1 x 3 cm)
✓ Discos 0,5 cm (cromatografia): solução Cloreto de Cobalto 10%
✓ Cronometrar o tempo de viragem (segundos): média
✓ Azul-violeta  Rosa-clara
✓ Cálculo: g/m2/h
a)
a) Azul = seco
b) Róseo = saturado de água
b)
Taxa de Sudação: Método Colorimétrico
(Berman, 1957 modificado por Schleger & Turner, 1965)
Cálculo de taxa de sudação
• TX = (22 × 360) ÷ 2,06 × t
• em que 22 é a quantidade, em gramas, de água necessária para fazer
mudar a cor de 1 m2 do papel-filtro; 60 o número de segundos por
minuto; a área de pele abrangida por um disco representa 2,06 vezes
a área deste; e t é o tempo médio de mudança (em segundos); o
resultado foi obtido em g m-2min-1.
05/08/2017 48
T1 = 3’20’’
T2 = 4’10’’
T3 = 3’25’’
Glândulas sebáceas
• Produzem substancia oleosa que são secretadas junto com o suor,
auxiliam na lubrificação dos pelos, promovendo impermeabilidade
evitando encharcamento e também pode auxiliar proteção contra a
radiação solar.
• Aves: glândula uropígea, em que esses animais passam a secreção
óleo nas penas com auxílio do bico, para impermeabilizar sua capa
externa.
05/08/2017 49
4. Hipoderme
A última camada sendo mais profunda é a hipoderme,
constituída basicamente por células adiposas, sendo mais
espessa e fundamental a depender da espécie e raça em
questão.
Tem como principal função reserva energética e
termoisolante.
05/08/2017 50
Aspectos estão envolvidos sobre o tipo de
pelame e adaptação:
1. Isolamento térmico: efeito do pelame na termólise por perda de calor
sensível (condução, convecção e radiação);
2. Eficiência da termólise evaporativa: efeito do pelame sobre a transferência
de calor latente de evaporação da epiderme para a atmosfera;
3. Atributos termorreguladores correlacionados: características do pelame que
são associados a mecanismos termorreguladores (Ex: dimensões e nível de
atividade das glândulas sudoríparas).
05/08/2017 51
Características fisiológicas
05/08/2017 52
• Processos fisiológicos
• Circulação
• Respiração
• Sudação
• Taxas metabólicas
• Espécie podem apresentar diferentes taxas metabólicas
• Estocagem térmica (aumentam a temperatura corporal durante o dia para
dissipação a noite)
• Produtividade
• Eficiência reprodutiva
05/08/2017 53
Aspecto fisiológico de adaptação ao calor
observado em animais de produção
• A prolongada exposição = diminuição do esforço fisiológico que se
manifesta na temperatura corporal, nos ritmos respiratórios e
cardíacos, e se mantem pouco alterados conforme segue a exposição
a alta temperatura.
• Diminuições compensatórios no consumo, na atividade tireoidiana, na
produção de calor, e nas características de pelame.
• Redução na proporção do crescimento, nos processos produtivos, e
diminuição nas funções reprodutivas.
• O tempo de ajuste fisiológico as condições crônicas de estresse pelo
calor é muito menor em raças oriundas de regiões quentes.
05/08/2017 54
Características
comportamentais
05/08/2017 55
Processos comportamentais
oProcura por fontes de água
oRedução de alimentos
oProcura por sombra
05/08/2017 56
Curiosidade...
oAves Roadrunners da América do Norte.
oNas noites frias, estas aves tornam-se aparentemente hipotérmicas.
o(Cai de 38ºC - 39ºC para 33ºC ou 35ºC)
oPela manhã elas se aquecem ao sol, levantando suas asas para trás para
expor uma área de pele negra na região interescapular.
05/08/2017 57
Geococcyx californianus
05/08/2017 58
Tar Alta Baixa
Espécie Mamíferos Aves Mamíferos Aves
Comportamento
chafurdam estendem as asas hibernação espojam as plumas
cavam
não posam as patas no
solo cabeça embaixo da asa
lambem a superfície do corpo jogam agua na crista cobrem os músculos e as patas
pastejo noturno Chafurdam choca
ingestão de alimentos mais
úmidos
umedecem os ovos
incubados
anorexia flexão do corpo
estiramento do corpo agrupamento
dispersão do grupo atividades locomotoras externas
ingestão de água excessiva ninhos
diminuição de exercício
busca de microclimas de temperaturas mais altas
deitam sobre solo ou piso frio
umedecem a superfície do corpo com saliva, água
secreção de saliva
buscam microclima de temperatura mais baixa
Características adaptativas
nas diferentes espécies
05/08/2017 59
Bovinos
• Pele pigmentada
• Pelos claros
• Curtos
• Grossos/medulados
• Bem assentados
• Menos numerosos
• Lisos
• Pele despigmentada
• Maior densidade dos pelos
• Pelos mais longos
• Barreira de penetração aos raios
05/08/2017 60
Convecção e
evaporação
cutânea
• Diferença para Glândulas
Sudoríparas
• Taxa metabólica
• Resistência à ectoparasitos
05/08/2017 61
Sucesso da exploração dos zebuínos no Brasil = adaptabilidade
Bubalinos
• Melanina  proteção UV
• Pele pigmentada  alta absorção
de raios
• Lama e sombra
05/08/2017 62
Maior atividade do que
nos bovinos, menor
densidade por área
A charfundação ainda é capaz de reduzir a TR em 1,8°C sendo
responsável por 40% da dissipação do calor basal.
Ovinos
• Os ovinos, pela existência de um velo espesso que dificulta a evaporação da umidade
cutânea, a evaporação respiratória tem sido apontada como o principal mecanismo de
termólise.
• Principal processo de adaptação dos ovinos  ausência de velo
05/08/2017 63
Aves
• Plumagem dificulta a perda de calor
• Durante o estresse calórico, a ave aumenta o fluxo sanguíneo (pés,
cristas e barbelas)  troca de calor sensível
• FR  alcalose respiratória
• Estudados características morfológicas associadas à maior tolerância
ao calor:
• O melhoramento genético  opção ao reduzir custos com climatização
05/08/2017 64
Suínos
• Os suínos apresentam o aparelho termorregulador pouco desenvolvido
• São animais sensíveis ao frio quando pequenos e sensíveis ao calor quando adultos
• Dificuldade de se adaptar ao calor é devido principalmente ao seu elevado metabolismo,
a capa de tecido adiposo subcutâneo e seu sistema termorregulador pouco desenvolvido
e glândulas sudoríparas queratinizadas
• Calor sensível (vasoconstrição ou vasodilatação
• Incremento calórico  reação metabólica (estímulo à fome)
• Acima de 30°C  FR (60% das perdas de calor)
05/08/2017 65
1. Utilização de câmaras climáticas
2. Teste de campo:
a) Teste de Rhoad ou Ibéria (1944)
ITC = 100 – [18(TR – 38.33)]
Zebu (Brahman) 89
½ Zebu x Angus 84
Santa Gertrudes 82
Jersey 79
Hereford 73
¼ Zebu x ¾ Angus 72
A. Angus 59
Avaliação de adaptabilidade do animal
b) Teste de Yerokhin (1975)
Bovinos: ITC = 1.2 ta – 20d + 52
Ovinos: ITC = 1.0 ta – 20d + 60
Suínos: ITC = 1.4 ta – 20d + 44
Ta = temperatura do ar
d = é a diferença de temperaturas retais medida às 9h e às 15h (manter os animais
expostos à radiação solar intensa.
C) Teste de Baccari Júnior (1986)
ITC = 10 - (TR2- TR1)
O teste consistiu em manter os animais à sombra por um período de duas horas (13:00h às 15:00h), em seguida
verificando e registrando a temperatura retal (TR1 ºC); logo após os mesmos foram submetidos à radiação solar
direta durante uma hora (15:00h às 16:00h), sendo posteriormente reconduzidos à sombra onde permaneceram
por igual período de tempo (16:00h às 17:00h), quando foi tomada novamente a temperatura retal (TR2 ºC)
05/08/2017 68
Literatura consultada
• Takahashi, L.S.; Biller, J.D.; Takahashi, K.M. Bioclimatologia zootécnica.
2009. 91p.
• Silva, R. Introdução a bioclimatologia animal. 2000. 286p.
05/08/2017 69

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Características anátomo-fisológicas de adaptação dos animias508.pdf

  • 1. Bioclimatologia - Características anátomo-fisiológicas e comportamentais de adaptação dos animais domésticos - Juana Catarina Cariri Chagas – PNPD 05/08/2017 1
  • 2. Adaptação • A um dado ambiente = mudanças estruturais, funcionais ou comportamentais 05/08/2017 2 Sobrevivência, reprodução e produção em condições adversas.
  • 3. Adaptação  ações irreversíveis 1. Biológico  conjunto de ações de características morfológicas (anatômicas) + fisiológicas (bioquímicas + comportamentais) 2. Genética  conjunto de alterações herdáveis nas características que favorecem a sobrevivência de uma população em um dado ambiente • Modificações evolutivas em muitas gerações (seleção natural) • Aquisição de propriedades genéticas específicas (seleção artificial) 05/08/2017 3
  • 4. Aclimatação e aclimatização 1. Aclimatação = mudanças adaptativas em resposta a uma única variável climática (o ambiente age sob o animal com elementos individuais??) 2. Aclimatização = ajustamentos fisiológicos adaptativos duradouros • Aumento de tolerância a contínuas ou repetitivas exposições a vários estressores climáticos (normalmente produzidos sob condições de campo). 05/08/2017 4 1. Aclimatização 2. Aclimatação Adaptação fenotípica
  • 5. Mecanismos de adaptação • Morfológicas/anatômicas • Fisiológicas • Comportamentais 05/08/2017 5
  • 6. 6 Maior ou menor impacto  depende Entre as diferentes espécies e raças, existe uma considerável variação em sua capacidade de se ajustar ao estresse promovido pelo meio, e esses ajustes contemplam aspectos morfológicos, fisiológicos e comportamentais. A partir desses atributos podemos consideram um animal adaptado quando há perda mínima de peso durante a exposição ao estresse, ou redução de produção de leite, ovos, ou deficiência nutritiva; altos índices reprodutivos; longevidade e baixos índices de mortalidade.
  • 8. • Todos os animais evoluíram morfologicamente de acordo com as condições do meio alguns em maior grau que outros; • As adaptações estruturais aos meios térmicos são as mais destacadas e visíveis; • Conformação, tamanho, propriedades dos pelos e penas. 05/08/2017 8
  • 9. Características anatômicas • Tamanho • Quanto menor o animal > a relação superfície corporal x área • Ganham e perdem calor mais rapidamente • Estocam menor energia • Ex.: 05/08/2017 9
  • 10. • Conformação • Cubico > cilíndrico • Partes e membros • Orelhas maiores (coelhos) • Ambiente vascularizado 05/08/2017 10
  • 11. • Características cutâneas • Segundo Silva (2008), “a superfície externa do corpo representa a principal linha de fronteira entre o organismo e o ambiente". • Linha de fronteira: determinar as características da superfície externa do corpo  ambiente e a natureza do organismo 05/08/2017 11
  • 12. Definições importantes • Superfície cutânea = capa externa, epiderme, derme e hipoderme • Capa externa do pelame = pelos ou capa de pelame • A epiderme (do grego epi+derme; em cima da pele) é a camada mais superficial da pele, ou seja, a que está diretamente em contato com o exterior • Pelame = pele de animais com pelos • Velo = pele + lã de carneiros e ovelhas 05/08/2017 12
  • 13. • Como o ambiente é complexo com muitas alterações, a superfície externa do corpo do animal deve ser dotada de adaptabilidade para se ajustar a variações do ambiente e assim poder sobreviver em ambiente inóspito. 05/08/2017 13
  • 14. 1. Capa externa • Mamíferos: • Pelos, lã ou epiderme nua; • Aves: • Penas e penugem nas aves; • Peixes: • Escama e couro; • Répteis: • Escamas córneas; • Anfíbios: • Superfície nua. 05/08/2017 14
  • 15. Pelame e pelos - mamíferos • Proteção e isolamento térmico • Inibe ação direta da radiação • Barreira do fluxo de calor sensível através do aprisionamento das camas de ar nos pelos • Folículos primários e secundários (lã) • Lã  isolante térmico • Previne perda de calor para o ambiente • Baixa condutividade térmica = protege de alta radiação solar 05/08/2017 15
  • 16. 05/08/2017 16 Velo ou Lã: K = 0,064 W/ºC
  • 17. 05/08/2017 17 Pelame Bovinos: K = 0,144 a 0,476 W/ºC Angus Charolês Holandês
  • 18. Pelo... • Condução de calor: • Calor conduzido pela fibra dos pelos é maior do que a conduzida pelo ar (alta capacidade de condução) 1. Maior densidade por área + densidade de massa  alta capacidade de condução de calor 2. Menor densidade por área e menor densidade de massa das fibras (mais finas, compridas e menos numerosas)  menor capacidade de condução de calor e maior facilidade de dissipação de calor 3. Inclinação da fibra  quanto mais afastadas da pele maior facilidade em perder calor (evaporação das gotículas de suor). 18
  • 19. Propriedade dos pelos que irão influenciar as trocas térmicas: • Comprimento • Espessura da capa (velame) • Ângulo de inclinação • Diâmetro • Densidade de massa • Densidade numérica (unidade de pelo/área) • Pigmentação (absortivo e reflexivo) 05/08/2017 19
  • 20. Absorção e reflexão de energia segundo diversas raças e pelagens RAÇA COR % ENERGIA ABSORVIDA REFLETIDA A. Angus Preta 90,5 9,5 Stª Gertrudes Vermelha 82,0 18,0 Jersey Amarela 60,0 40,0 Zebú Branca 46,5 53,5
  • 21. Aspectos importantes entre raças e espécies • Baixa capacidade de condução de calor; • Baixa capacidade de dissipação de calor; • Ex.: Bovino europeu e indiano 05/08/2017 21 Pelos pouco densos  “fofos” Baixa capacidade de condução de calor
  • 22. 05/08/2017 22 Relativa capacidade de condução de calor Importante para ambientes de latas temperaturas e radiação!!! Pelos mais densos do que bovinos europeus  densidade desejada para facilitar dissipação de calor
  • 23. 05/08/2017 23 Alta Capacidade de condução de calor Baixa capacidade de isolamento térmico (baixa densidade/unidade de área) Pelos muito densos e espaçados
  • 24. Obs.: • Animais sem capa de pelos desenvolveram outros mecanismos para manutenção da temperatura corporal, como o caso de mamíferos marinhos que apresentam a camada da hipoderme mais bem desenvolvida, agindo como isolante térmico. 05/08/2017 24
  • 25. Plumagem - aves • Penas de contorno que auxiliam no voo • Penugens: base das penas de contorno (irão auxiliar no isolamento térmico) • Semipluma: penas intermediárias • Filoplumas (pelos) 05/08/2017 25
  • 26. 2. Epiderme • Estratos: • Stratum corneum: encontra na porção mais externa e é composto por células mortas e queratinizadas • Stratum lucidum: fina camada de células • Stratum granulosum: zona de transição entre células viáveis e queratinizadas • Stratum germinativum: células cilíndricas responsáveis pela reposição das camadas superficiais 05/08/2017 26
  • 27. Pigmentação pele e pelame • Pigmentação da epiderme preta ou marrom  melanina • Proteção contra UV • Sensível aos raios infravermelhos • Maior expressão gênica nos animais dos trópicos • Células especializadas melanócitos  O2 AA (tirosina) • Camada basal da epiderme e na base do folículo piloso (pelo) • Número de melanócitos por unidade de área epidérmica é similar entre espécies • Atividade da enzima tirosinase é determinada por fatores gênicos 05/08/2017 27
  • 29. 05/08/2017 29 Adaptação  ganho genético ao longo do tempo em função das gerações à exposição à alta radiação UV nos trópicos
  • 30. 05/08/2017 30 Pele preta Pele rósea Maior atividade de melanócitos Tolerantes à condições dos trópicos
  • 31. 05/08/2017 31 Granja Leiteira – UNESP Jaboticabal/SP
  • 32. Associando pigmentação de pele e cor pelo!!! • Embora uma capa de pelos (velame) de coloração clara seja mais reflectante, para que essa vantagem seja efetiva, os elementos da capa (pelos e penas) devem ser densamente bem distribuídos e posicionados em ângulo baixo sobre a epiderme • Proteção raios infravermelhos • Ideal que a pele seja pigmentada • Proteção UV 05/08/2017 32
  • 33. Pigmentação: Pelame e Epiderme ❖ Alterações associadas à ausência de Melanina: ✓ CARCINOMAS
  • 34. Pigmentação: Pelame e Epiderme ✓ Carcinomas: principais locais
  • 35. 3. Derme 05/08/2017 35 pilo-sebáceo, músculo- sudoríparo
  • 36. • Folículo piloso - pelo • Número por área (fatores genéticos) • Espécie • Raça • Idade • Época do ano 05/08/2017 36 Comprido e grosso; curto, liso e suave; suave e lanudo. Conforme o comprimento do pelo e sua suavidade teremos pelagem ou pelame que se adapta melhor em regiões quentes e outras que se adaptam melhor em regiões frias.
  • 37. Glândulas sudoríparas • Perda de calor latente via evaporativa através das glândulas sudoríparas • Mecanismos de adaptação: • Bovinos, ovinos, equinos, caprinos e bubalinos • Aves • Não possuem glândulas sudoríparas • Alcalose respiratória > pH • Suínos • GS são afuncionais 05/08/2017 37 Trocas térmicas por calor sensível + respiração
  • 38. ✓ Gs. Apócrinas  Mamíferos Ungulados: Ruminantes  Secreção Protéica:  94,5% água  5,0% Cloretos e outros sais  0,5% Albumina Foto: Bueno (2008)
  • 39. ✓ Écrinas  Secreção Aquosa:  99,0% água  1,0% Cloreto de Sódio e de Potássio
  • 40. Como funciona a perda de calor pelas glândulas sudoríparas? • Aumento circulação sanguínea para epiderme = proporcionando uma quantidade adicional de matéria-prima para as glândulas sudoríparas e estimulando a sua ação • Células mioepiteliais sensíveis a adrenalina e noradrenalina = estresse 05/08/2017 40
  • 41. • Quantidade de suor produzido depende: • Número de glândulas sudoríparas ativas • Número de glândulas por unidade de área epidérmica • Animais que vivem em locais sujeitos a altas temperaturas tendem a apresentar uma maior densidade numérica de glândulas sudoríparas!!! 05/08/2017 41
  • 42. Ordem decrescente de capacidade de sudação 05/08/2017 42 HOMEM CAVALO JUMENTO BOVINO INDIANO BOVINO EUROPEU BUBALINOS OVINOS CAPRINOS SUÍNOS
  • 43. Termólise Evaporativa Cutânea: Zebu X Europeu Glândulas Sudoríparas Zebuínos Foto: Andréa R. Bueno Ribeiro (2008) ✓ Diâmetro maior ✓ Mais funcionais ✓ Maioria Saculiformes Microscopia Óptica (10 x) Técnica modificada de Nay & Hayman (1958)
  • 44. Termólise Evaporativa Cutânea: Zebu X Europeu Glândulas Sudoríparas Europeu Foto: Andréa R. Bueno Ribeiro (2008) ✓ Diâmetro menor ✓ Menos funcionais ✓ Maioria Enoveladas
  • 45. Glândulas Sudoríparas: Zebu X Europeu Fotos: Andréa R. Bueno Ribeiro (2008) Intermediárias
  • 46. Taxa de Sudação: Método Colorimétrico (Berman, 1957 modificado por Schleger & Turner, 1965) ✓Tricotomia (1 x 3 cm) ✓ Discos 0,5 cm (cromatografia): solução Cloreto de Cobalto 10% ✓ Cronometrar o tempo de viragem (segundos): média ✓ Azul-violeta  Rosa-clara ✓ Cálculo: g/m2/h a) a) Azul = seco b) Róseo = saturado de água b)
  • 47. Taxa de Sudação: Método Colorimétrico (Berman, 1957 modificado por Schleger & Turner, 1965)
  • 48. Cálculo de taxa de sudação • TX = (22 × 360) ÷ 2,06 × t • em que 22 é a quantidade, em gramas, de água necessária para fazer mudar a cor de 1 m2 do papel-filtro; 60 o número de segundos por minuto; a área de pele abrangida por um disco representa 2,06 vezes a área deste; e t é o tempo médio de mudança (em segundos); o resultado foi obtido em g m-2min-1. 05/08/2017 48 T1 = 3’20’’ T2 = 4’10’’ T3 = 3’25’’
  • 49. Glândulas sebáceas • Produzem substancia oleosa que são secretadas junto com o suor, auxiliam na lubrificação dos pelos, promovendo impermeabilidade evitando encharcamento e também pode auxiliar proteção contra a radiação solar. • Aves: glândula uropígea, em que esses animais passam a secreção óleo nas penas com auxílio do bico, para impermeabilizar sua capa externa. 05/08/2017 49
  • 50. 4. Hipoderme A última camada sendo mais profunda é a hipoderme, constituída basicamente por células adiposas, sendo mais espessa e fundamental a depender da espécie e raça em questão. Tem como principal função reserva energética e termoisolante. 05/08/2017 50
  • 51. Aspectos estão envolvidos sobre o tipo de pelame e adaptação: 1. Isolamento térmico: efeito do pelame na termólise por perda de calor sensível (condução, convecção e radiação); 2. Eficiência da termólise evaporativa: efeito do pelame sobre a transferência de calor latente de evaporação da epiderme para a atmosfera; 3. Atributos termorreguladores correlacionados: características do pelame que são associados a mecanismos termorreguladores (Ex: dimensões e nível de atividade das glândulas sudoríparas). 05/08/2017 51
  • 53. • Processos fisiológicos • Circulação • Respiração • Sudação • Taxas metabólicas • Espécie podem apresentar diferentes taxas metabólicas • Estocagem térmica (aumentam a temperatura corporal durante o dia para dissipação a noite) • Produtividade • Eficiência reprodutiva 05/08/2017 53
  • 54. Aspecto fisiológico de adaptação ao calor observado em animais de produção • A prolongada exposição = diminuição do esforço fisiológico que se manifesta na temperatura corporal, nos ritmos respiratórios e cardíacos, e se mantem pouco alterados conforme segue a exposição a alta temperatura. • Diminuições compensatórios no consumo, na atividade tireoidiana, na produção de calor, e nas características de pelame. • Redução na proporção do crescimento, nos processos produtivos, e diminuição nas funções reprodutivas. • O tempo de ajuste fisiológico as condições crônicas de estresse pelo calor é muito menor em raças oriundas de regiões quentes. 05/08/2017 54
  • 56. Processos comportamentais oProcura por fontes de água oRedução de alimentos oProcura por sombra 05/08/2017 56
  • 57. Curiosidade... oAves Roadrunners da América do Norte. oNas noites frias, estas aves tornam-se aparentemente hipotérmicas. o(Cai de 38ºC - 39ºC para 33ºC ou 35ºC) oPela manhã elas se aquecem ao sol, levantando suas asas para trás para expor uma área de pele negra na região interescapular. 05/08/2017 57 Geococcyx californianus
  • 58. 05/08/2017 58 Tar Alta Baixa Espécie Mamíferos Aves Mamíferos Aves Comportamento chafurdam estendem as asas hibernação espojam as plumas cavam não posam as patas no solo cabeça embaixo da asa lambem a superfície do corpo jogam agua na crista cobrem os músculos e as patas pastejo noturno Chafurdam choca ingestão de alimentos mais úmidos umedecem os ovos incubados anorexia flexão do corpo estiramento do corpo agrupamento dispersão do grupo atividades locomotoras externas ingestão de água excessiva ninhos diminuição de exercício busca de microclimas de temperaturas mais altas deitam sobre solo ou piso frio umedecem a superfície do corpo com saliva, água secreção de saliva buscam microclima de temperatura mais baixa
  • 60. Bovinos • Pele pigmentada • Pelos claros • Curtos • Grossos/medulados • Bem assentados • Menos numerosos • Lisos • Pele despigmentada • Maior densidade dos pelos • Pelos mais longos • Barreira de penetração aos raios 05/08/2017 60 Convecção e evaporação cutânea • Diferença para Glândulas Sudoríparas • Taxa metabólica • Resistência à ectoparasitos
  • 61. 05/08/2017 61 Sucesso da exploração dos zebuínos no Brasil = adaptabilidade
  • 62. Bubalinos • Melanina  proteção UV • Pele pigmentada  alta absorção de raios • Lama e sombra 05/08/2017 62 Maior atividade do que nos bovinos, menor densidade por área A charfundação ainda é capaz de reduzir a TR em 1,8°C sendo responsável por 40% da dissipação do calor basal.
  • 63. Ovinos • Os ovinos, pela existência de um velo espesso que dificulta a evaporação da umidade cutânea, a evaporação respiratória tem sido apontada como o principal mecanismo de termólise. • Principal processo de adaptação dos ovinos  ausência de velo 05/08/2017 63
  • 64. Aves • Plumagem dificulta a perda de calor • Durante o estresse calórico, a ave aumenta o fluxo sanguíneo (pés, cristas e barbelas)  troca de calor sensível • FR  alcalose respiratória • Estudados características morfológicas associadas à maior tolerância ao calor: • O melhoramento genético  opção ao reduzir custos com climatização 05/08/2017 64
  • 65. Suínos • Os suínos apresentam o aparelho termorregulador pouco desenvolvido • São animais sensíveis ao frio quando pequenos e sensíveis ao calor quando adultos • Dificuldade de se adaptar ao calor é devido principalmente ao seu elevado metabolismo, a capa de tecido adiposo subcutâneo e seu sistema termorregulador pouco desenvolvido e glândulas sudoríparas queratinizadas • Calor sensível (vasoconstrição ou vasodilatação • Incremento calórico  reação metabólica (estímulo à fome) • Acima de 30°C  FR (60% das perdas de calor) 05/08/2017 65
  • 66. 1. Utilização de câmaras climáticas 2. Teste de campo: a) Teste de Rhoad ou Ibéria (1944) ITC = 100 – [18(TR – 38.33)] Zebu (Brahman) 89 ½ Zebu x Angus 84 Santa Gertrudes 82 Jersey 79 Hereford 73 ¼ Zebu x ¾ Angus 72 A. Angus 59 Avaliação de adaptabilidade do animal
  • 67. b) Teste de Yerokhin (1975) Bovinos: ITC = 1.2 ta – 20d + 52 Ovinos: ITC = 1.0 ta – 20d + 60 Suínos: ITC = 1.4 ta – 20d + 44 Ta = temperatura do ar d = é a diferença de temperaturas retais medida às 9h e às 15h (manter os animais expostos à radiação solar intensa. C) Teste de Baccari Júnior (1986) ITC = 10 - (TR2- TR1) O teste consistiu em manter os animais à sombra por um período de duas horas (13:00h às 15:00h), em seguida verificando e registrando a temperatura retal (TR1 ºC); logo após os mesmos foram submetidos à radiação solar direta durante uma hora (15:00h às 16:00h), sendo posteriormente reconduzidos à sombra onde permaneceram por igual período de tempo (16:00h às 17:00h), quando foi tomada novamente a temperatura retal (TR2 ºC)
  • 69. Literatura consultada • Takahashi, L.S.; Biller, J.D.; Takahashi, K.M. Bioclimatologia zootécnica. 2009. 91p. • Silva, R. Introdução a bioclimatologia animal. 2000. 286p. 05/08/2017 69