Os primeiros vestígios do Yoga foram encontrados na civilização Drávida que existia há cerca de 6000 anos no Vale do Indo, estendendo-se, em termos geográficos, do Mediterrâneo à Ásia Menor e Índia.
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Origens do yoga
1. Origens do Yoga
Civilização Drávida
Os primeiros vestígios do Yoga foram encontrados na civilização Drávida que existia há
cerca de 6000 anos no Vale do Indo, estendendo-se, em termos geográficos, do
Mediterrâneo à Ásia Menor e Índia. As suas principais cidades, Mohenjo-Daro, Harappa,
Lothal e Merhgarh, foram descobertas em 1921 e 1922, e revelaram a existência de uma
misteriosa civilização urbana. Recentemente foram encontrados vestígios subaquáticos
da Riveira Drávida, na plataforma continental, com idade de cerca de 9.500 anos.
Sabe-se, pelos sinais encontrados, que o povo da civilização Drávida era um povo
científico, naturalista, pacífico, desrepressor, sensorial, descentralizado, sem
hierarquias, com grande qualidade de vida, matriarcal, artístico, moderno e conhecedor
de Yoga.
O Yoga, como tudo o que nessa época remota era muito importante, era ensinado
oralmente, de Mestre a discípulo(s).
Invasão dos arianos
Em cerca de 1500 anos a.C. os arianos (indo-europeus/iranianos) – hordas bárbaras das
estepes e dos desertos – invadem a Índia. O povo da civilização ariana caracterizava-se
como povo guerreiro, nómada, sem arquitetura. Eram pastores de vacas, patriarcais,
religiosos (brahmacharya). Dizimaram a população Drávida, destruíram a sua
organização política e social, criaram castas (Brahmanes – sacerdotes, eruditos;
Kshastriyas – reis, guerreiros; Vaishyas – mercadores; Súdrás – artesãos, agricultores) e
abaixo da última casta, os sem casta – Chandala, os párias – os Drávidas. Os Drávidas
refugiaram-se nas florestas do sul da Índia (Shr Lanká).
No entanto, os arianos herdaram o Yoga!
Yoga Sutra do Patañjali
Sob a forma escrita o Yoga aparece pela primeira vez no período ariano, citado
informalmente nos Upanishada (a letra “sentar-se junto”), comentários dos Veda, os
livros mais antigos do Hinduísmo (Shruti) e provavelmente da Humanidade.
No Século III A.C., o Mestre de Yoga, Patañjali, escreve o Yoga Sútra, dizendo nesse
livro que vai falar de Sámkhya e extraindo dele o seu lado prático, o Yoga, codificando-o
e colocando-o entre os seis Darshana, ao lado de Sámkhya, que já lá se encontrava,
fechando assim o número dos Sistemas Filosóficos Hindus.
Patañjali, fiel à Ética e com a máxima humildade, única forma de evoluir, dando sinal
notório dessa evolução, mostra que nada produziu, que é apenas um instrumento da
Grande Cultura Universal, iniciando o Yoga Sútra exatamente como começa o Yoga-
Shara Upanishada, sendo os seus dois primeiros versículos coincidentes:
1 – Athah Yogánushásanam – Agora, o ensinamento do Yoga
2. 2 – Yogah chitta vritti nirodhah — Yoga é o controlo da frequência das ondas mentais.
Patañjali fala sempre de Yoga e não de “qualquer-coisa” Yoga, não de um sub-yoga,
mas de Yoga abrangente, não dividido e não subestimado.
Patañjali estrutura o ensino do Yoga em degraus ou estratos, sugerindo que cada uma
destas etapas dure no mínimo entre 5 a 10 anos, não passando à técnica seguinte sem
domínio pleno da anterior.
9º Degrau – Yama – 5 regras do indivíduo para com a sociedade: Ahimsá – não Matar
(não Agredir, não odiar); Satya – Verdade (não Mentir); Asteya – não Roubar
(Honestidade); Brahmacharya – (ao Serviço de Brahma) – Transmutação da Energia
Sexual; Aparigraha – não Cobiçar.
8º Degrau – Niayma – 5 regras individuais: Shaucha – Pureza; Samtosha –
Contentamento; Tapa – Têmpera (da Auto-Exigência); Svadhyáya – Auto Estudo
(Introspecção, “Conhece-te a ti Próprio”); Íshvara Pranidhána – Desapego do Resultado
das Acções.
Os Yama e Niyama são a estrutura básica da prática do Yoga, alicerces, sem o domínio
dos quais não haverá evolução e não se permitirá ao discípulo continuar na Senda. A
este conjunto de trabalho sobre o ego e de auto-entrega, mais tarde foi impropriamente
chamado “karma yoga”.
II 31 – “Estas proscrições são um grande voto universal e não estão limitadas por
classe social, lugar, tempo, nem circunstância.” (Yoga Sutra)
7º Degrau – Ásana – propõe adestrar e fortalecer o corpo, abrir as correntes
energéticas, fazer com que a mente domine plenamente o organismo, fortalecendo-o
para as altas energias que no futuro irão acontecer.
6º Degrau – Pránáyáma – distingue-se a Energia, apropriando-a, fixando-a no corpo
humano, aprendendo a dirigi-la à nossa vontade, cada vez em maior quantidade,
penetra-se nos cofres neurovegetativos e prepara-se para os fascinantes seguintes
degraus.
5º Degrau – Pratyáhára – consiste na viragem dos sentidos para dentro do ser e na
observação interior, de Macrocosmos para o também fantástico e quase desconhecido
microcosmos.
Os quatro degraus de topo, o Mestre Patañjali distinguiu e chamou globalmente
Samyama – juntar /como na origem.
4º Degrau – Dháraná – a concentração.
3.º Degrau – Dhyána – Meditação pelo Controlo da Frequência das Ondas Mentais.
2.º Degrau – Sabíja Samádhi – Suprema Consciência descontínua, com semente.
1º Degrau – Nirbíja Samádhi – Suprema Consciência, contínua, sem semente.