Citologia, atualmente designada Biologia Celular, é a ciência que estuda a estrutura, a composição e a fisiologia das células, através das membranas celulares, do citoesqueleto, das organelas citoplasmáticas e dos componentes nucleares.
2. É a área da Biologia que estuda a célula ao nível de sua constituição,
estrutura e função.
Kytos(célula) + Logos (estudo)
• As células são as unidades funcionais e estruturais básicas dos seres
vivos!
• É a unidade morfofisiológica dos seres vivos
3. Reprodução de Ilustração feita por Hooke de
cortiça vista ao microscópio
O termo célula foi cunhado pelo cientista
inglês Robert Hooke(1635-1703), ao
analisar um corte fino de uma amostra de
cortiça ao microscópio. Ele observou uma
estrutura a olho nu, que lembra um favo
de mel.
O nome escolhido por Hooke denominava
o espaço vazio, as cavidades observadas.
Mais tarde, descobriu-se que aqueles
espaços estavam na verdade preenchidos
por material vivo. Com o tempo a célula
passou a ser vista como uma estrutura.
4. A teoria celular foi proposta na década de 1830 por dois microscopistas
alemães:
• Foi um botânico,
realizou estudos
sobre as estruturas
das plantas
observando-as ao
microscópio.
• Reconheceu a
importância do
núcleo na divisão
celular.
• Foi médico, realizou
diversas pesquisas
sobre processos
metabólicos em
animais.
• Descobriu as células
do tecido nervoso
periférico e cunhou o
termo metabolismo.
Atente para a pronúncia do sobrenome desses cientistas alemães: “chiláiden” e “chiván”.
5. “As partes elementares dos tecidos são células,
semelhantes no geral, mas diferentes na forma e na
função. As células têm ocorrência universal nos seres
vivos, e seu estudo é fundamental para a
compreensão do desenvolvimento de animais e
vegetais.”
6. Todos os organismos
vivos são formados
por células
Tal generalização estende-se desde os
organismos mais simples, como bactérias,
amebas, até os mais complexos, como um
homem ou uma frondosa árvore. Os vírus são
exceção, pois não apresentam estrutura celular.
Todas as reações
metabólicas de um
organismo ocorrem
em nível celular
Em qualquer organismo, as reações vitais sempre
acontecem no interior das células. Assim, quando
um atleta está correndo, toda a atividade
muscular envolvida no processo tem lugar no
interior da célula muscular.
7. As células originam-
se unicamente de
células preexistentes
Não existe geração espontânea de células. Por
meio de processos de divisão celular, as células-
mães produzem células-filhas, provocando a
reprodução e o crescimento dos organismo.
As células são
portadoras de
material genético
As células possuem DNA (ácido
desoxirribonucleico), por meio do qual
características específicas são transferidas da
célula-mãe à célula-filha.
8. Ausência de núcleo
Membrana simples
Um cromossomo
Bactéria / Algas azuis
Diâmetro pequeno / 1 – 5 um
Ausência de organelas
Os ribossomos são 70S
Flagelo simples
Conjugação, transdução
Transformação de peptidoglicanos
9. Núcleo verdadeiro
Membrana complexa, invaginada
Cromossomos múltiplos
Diâmetros grande /10-100 um
Organelas
Os ribossomos são 70S e 80S
Conjugação microtubular do flagelo 9 X
2
Ausência de peptidoglicanos
Não possui centrílos
10. Diferenças Células Animal e Vegetal
* centríolo é uma organela que se relaciona com o processo de divisão celular. Vale frisar que os
centríolos são encontrados na maioria das células animais e também em briófitas e pteridófitas. Nas
gimnospermas e angiospermas os centríolos estão ausentes.
11. Na maioria dos organismos, as células aparecem nitidamente divididas em três partes:
membrana, citoplasma e núcleo.
A membrana envolve e protege a célula, além de regular a entrada e saída de
substancias (permeabilidade seletiva).
No citoplasma, porção mais volumosa, ocorrem os organoides, estruturas com funções
especificas, como e o caso de: reticulo endoplasmático (transporte de substancias),
ribossomos (síntese de proteínas), Complexo de Golgi (secreção celular), lisossomos
(digestão celular), mitocôndrias (produção de energia) e ainda varias outras. O núcleo
contem o material genético, representado pelo DNA, a partir do qual, direta ou
indiretamente, acontecem todas as reações celulares. A principal característica da célula
eucariótica e a existência de um núcleo bem diferenciado, no qual uma membrana envolve o
material gene tico (DNA).
13. As células geralmente não podem ser vistas a olho nu, pois suas dimensões são muito
pequenas. Para ampliar as células e torná-las visíveis, o aparelho habitualmente usado é o
microscópio óptico comum (moc) ou microscópio composto, que costuma dar aumentos de
até 2.000 vezes. No “moc” as células podem ser observadas vivas (“a fresco”) ou mortas
(“fixadas”) pelo álcool, formol etc. É comum o uso de corantes para dar maior realce às
estruturas celulares. Alguns corantes podem ser usados em células vivas (corantes vitais), mas
em geral são aplicados após a morte (fixação) da célula. Os órgãos são observados
geralmente em finos cortes feitos com um aparelho chamado micrótomo.
O aparelho mais especializado para observação da célula é o microscópio eletrônico, que
aumentos da ordem de até 160.000 vezes. A estrutura da célula observa da ao microscópio
eletrônico, logicamente com muito mais detalhes do que ao microscópio comum, é chamada
ultraestrutura celular.
15. Figura 1 - Material cortado e
colocado no cassete para o
processamento.
1- FIXAÇÃO: Utiliza-se formol a 10%. Esta
substância tem como característica evitar o
processo de autólise da célula, impedir a
destruição do tecido por procariontes,
endurecer o material para melhor
tratamento posterior e aumentar a
capacidade de coloração do material. O
tempo de fixação pode variar entre 12 e 24
horas, dependendo do material a ser
processado e a sua finalidade posterior.Figura 2 - Material em
cassetes plásticos e
mergulhados no frasco
contendo formol a 10%.
16. Figura 3 - Bateria de álcool para
desidratação. O frasco 1
corresponde a maior proporção
água/álcool e o frasco 5 e menor
proporção (absoluto).
2- DESIDRATAÇÃO – O material é
mergulhado em frascos contendo
álcool de concentrações crescentes de
álcool a 85%; 95%. Absoluto I,
II, Absoluto III. O álcool absoluto
corresponde a 99% de pureza.
17. Figura 4 - Bateria de frascos com
xilol.
3- DIAFANIZAÇÃO OU
CLAREAMENTO – Utiliza-se Xilol para
permitir melhor a penetração de
parafina na peça, num total de 3
banhos de xilol.
18. Figura 5 - Peças dentro de fracos
de vidro contendo parafina no
interior da estufa a 60º C dentro.
4- INCLUSÃO: O material em recipientes
contendo parafina líquida a 60º C e
colocado em estufa na mesma
temperatura, num total de 3 banhos de
parafina, cada um com duração de 30
minutos cada. Em seguida, faz-se a
inclusão propriamente dita,
derramando-se numa forma plástica a
parafina com o material.
19. Figura 6 - Material já
incluído na parafina. O
bloco da direita foi
processado para ser
cortado no micrótomo.
5- MICROTOMIA: Os blocos
de parafina são cortados
para a obtenção de cortes
da material, utilizando-se
para isso o aparelho
denominado micrótomo. O
s cortes tem a espessura de
5 a 6 micrômetros.
Figura 7 - Corte do bloco
em tiras de 6 micrômetros
de espessura.
20. Figura 8 - Cortes do
material pronto para
serem distendidos em
água aquecida.
6- “BANHO-MARIA”: Os
cortes são distendidos em
água aquecida a 56º C em
aparelho aquecedor com
termostato para evitar
microdobras no material.
Figura 9 - Cortes sobre a
água aquecida em "Banho
Maria".
21. Figura 10 - Corte sendo
pescado sobre a lâmina
de vidro.
7- PESCAGEM: Consiste em
mergulhar a lâmina na água
e coletar o material esticado
sobre a lâmina. Em seguida
a lâmina é colocada sobre
uma platina aquecedora
para que seja feita a
secagem, a fusão da
parafina impregnada no
tecido e evitar o
aparecimento de
microdobras.
Figura 11 - Lâminas de
vidro com os cortes já
distendidos sobre a platina
aquecedora.
22. 8- COLORAÇÃO: Processa-se através dos seguintes
passos:
8.1 – Desparafinar em xilol durante 10 min.
8.2 – Hidratar em álcool.
8.2.1 – Imersão em álcool absoluto.
8.2.2 – Imersão em álcool absoluto.
8.2.3 – Imersão em álcool 95%.
8.2.4 – Imersão em álcool 95%.
8.3 – Lavar a lâmina em água corrente durante 3
mais ou menos.
8.4 – Corar pela hematoxilina (corante básico)
5 min.
8.5 – Lavar a lâmina em água corrente durante 5
mais ou menos.
8.6 – Corar, pela eosina (corante ácido) durante 30
segundos.
8.7 – Desidratar o corte em álcool
8.7.1 – Imersão em álcool 95%
8.7.2 – Imersão em álcool 95%
8.7.3 – Imersão em álcool absoluto
8.7.4 – Imersão em álcool absoluto
8.8 – Diafanização ou clareamento.
8.8.1 – Imersão em xilol
8.8.2 – Imersão em xilol
8.8.3 – Imersão em xilol
Figura 12 - Frascos de vidro
com os principais corantes
utilizados na confecção de
lâminas histológicas.
23. 9 – MONTAGEM: Coloca-se uma
gota de resina sintética
(Entelan®) sobre o corte ou sobre
uma lamínula. Esta é então,
colocada e comprimida sobre o
corte, de modo a espalhar-se a
resina em fina camada entre a
lâmina e lamínula.
10 – SECAGEM: Tem a finalidade
de secar a resina fixando a lâmina
sobre a lamínula. Esta etapa pode
ser feita em estufa a 37º C ou
deixada em temperatura
ambiente.
Figura 13 - Lâmina e
lamínula (menor) limpas.
Figura 14 -
Demonstração da adição
da resina sintética sobre
a lâmina para a
montagem.
24. HEMATOXILINA
Atua como corante básico que se
associa a componentes Ácidos da
células como estruturas aniônicas.
MATRIZ extracelular
Heterocromatina
Nucléolos
COR: Azul ou violeta
EOSINA
Colorante ácido(predomina densidade
de carga negativa), que se associa e
colore estruturas
catiônicas(componentes Básicos) do
citoplasma e matriz extracelular.
Filamentos citoplásticos
Componentes membranosos
intracelulares
Fibras extracelulares)
Cor: Rosa
25. Uma secção de tecido pulmonar corado com hematoxilina e eosina. Esta pessoa sofre de enfi
28. A membrana plasmática ou celular é uma película delgada e elástica que envolve a
célula. Formada por lípides e proteínas (lipoproteica), esta membrana fica em
contato, através da face externa, com o meio extracelular e, pela face interna, com o
hialoplasma da célula. Sua espessura é da ordem de 75Å e, como tal, só pode ser
observada com o auxílio da microscopia eletrônica, em que aparece como duas linhas
escuras separadas por uma linha central clara. Esta estrutura trilaminar é comum às
outras membranas encontradas na célula, sendo designada por unidade de membrana.
O modelo teórico, atual mente aceito para a estrutura da membrana, é o do mosaico
fluido, proposto por Singer e Nicholson.
De acordo com o modelo, a membrana apresenta um mosaico de moléculas
proteicas que se movimentam em uma dupla camada fluida de lípides.
30. I - Modelo do Sanduíche
Dawson e Danielli (1935)
II - Modelo do Mosaico Fluido
Singer e Nicholson (1972)
Formado por 2 camadas de
lipídeos com proteínas
mergulhadas entre eles
Formado por 2 camadas de
lipídeos envolvidas por 2
camadas de proteínas.
Na década de 70, testes com enzimas (fosfolipases) e com aquecimento mostraram
que o modelo do sanduíche não era real. Criou-se o modelo atual (Mosaico fluido).
31. Manter a integridade da estrutura celular. Com a ruptura da
membrana, provocada por estímulos físicos ou químicos, o
citoplasma extravasa e a célula desintegra-se (citólise).
Regular as trocas de substâncias entre a célula e o meio,
conforme uma propriedade chamada de permeabilidade seletiva.
Intervir nos mecanismos de reconhecimento celular, através
de receptores específicos, moléculas que reconhecem agentes do
meio, como, por exemplo, os hormônios.
32. Existem especializações da membrana plasmática ligadas a diferenciações celulares.
Assim, temos:
Microvilosidades
São delgadas expansões da membrana
plasmática, na superfície livre da célula.
Estão presentes nas células do epitélio
intestinal e servem para aumentar a
superfície de absorção.
Invaginações de
Base
As células dos canais renais possuem, na
base, profundas invaginações relacionadas
com o transporte da água reabsorvida
pelos canais renais.
33. Aumentam a superfície de absorção
Figura Esquerda: célula do epitélio intestinal com microvilosidades. Figura Direita: célula do canal renal
com invaginações de base.
34. Existem especializações da membrana plasmática ligadas a diferenciações celulares.
Assim, temos:
Desmossomos
São espécies de “botões adesivos” que
aparecem nas membranas adjacentes de
células vizinhas. Estão presentes nos
epitélios e aumentam a adesão entre as
células.
Interdigitações Correspondem a dobras da membrana,
que se encaixam para aumentar a
adesão; também ocorrem em células
epiteliais.
36. Existem especializações da membrana plasmática ligadas a diferenciações celulares.
Assim, temos:
Junções estreitas ou oclusivas
Encontradas em células do epitélio intestinal, são regiões
diferenciadas que vedam o espaço intercelular, impedindo a
passagem de líquidos entre as células, fator que regula o controle
de absorção para cada célula
Junções comunicantes ou nexos
Contrariamente às anteriores, permitem a passagem de íons e
pequenas moléculas, associando metabolicamente as células
vizinhas.
37. Existem especializações da membrana plasmática ligadas a
diferenciações celulares. Assim, temos:
O glicocálix e o reconhecimento
intercelular
Nas células animais, a membrana plasmática é frequentemente
recoberta por uma delgada película, chamada cutícula ou
glicocálix, de natureza glicoproteica. Além de proteger a
membrana, o licocálix atua no reconhecimento celular, através
de um complexo código molecular. É por meio do glicocálix
que se dá a distinção das células de um mesmo organismo e a
rejeição de células estranhas, como, por exemplo, as de um
enxerto.
40. O limite entre o hialoplasma celular e o meio externo e
feito através da membrana plasmática. Para viver, a
célula necessita retirar alimentos do meio e nele atirar
as excretas. Todas as substancias que são trocadas
entre a célula e o meio devem atravessar a membrana
plasmática. Dá-se o nome de permeabilidade seletiva
da membrana a propriedade que ela apresenta de
regular as trocas entre a célula e o meio.
41. O transporte de substâncias, feito pela membrana, pode ser
ativo ou passivo.
Transporte
Passivo
No transporte passivo, um soluto move-se
espontaneamente a favor do gradiente de concentração,
sem gasto de energia. Neste tipo de transporte, moléculas e
íons deslocam-se do meio mais concentrado para o meio
menos concentrado, isto é, no sentido do gradiente de
concentração, sem usar a energia fornecida pela hidrólise do
ATP (ATP → ADP + P + Energia).
Transporte Ativo
No transporte ativo, íons e moléculas são transportados
contra o gradiente de concentração, ou seja, da região
menor para a mais concentrada com o consumo de
energia.
43. Neste processo, pequenas moléculas
simplesmente atravessam a membrana
plasmática a favor do gradiente de
concentração. A velocidade de penetração das
moléculas depende de sua solubilidade nos
lípides e do seu tamanho. Assim, quanto mais
lipossolúveis e menores forem, tanto mais
rapidamente penetram, o que resulta do fato de
a membrana ser constituída por uma bicamada
lipídica. Desse modo, substâncias solúveis em
lipídes, como álcoois, aldeídos, cetonas e
anestésicos, têm rápida penetração.
44. Em condições normais, a água entra e sai continuamente da célula,
difundindo-se por meio de um processo designado osmose. A
membrana plasmática é semipermeável, ou seja, é permeável ao
solvente (água), mas é impermeável aos solutos (sais, açúcares etc.).
Osmose é a difusão de água através de uma membrana
semipermeável.
Quando duas soluções com concentrações diferentes estão
separadas por uma membrana semipermeável, a água passa da solução
mais diluída (hipotônica) para a menos diluída (hipertônica), tendendo
a uma isotonia entre as duas soluções.
46. Os efeitos práticos podem ser
diferentes meios, de acordo com os
observados em hemácias na figura
ao lado.
Solução hipertônica: Solução que
está mais concentrada em soluto que
o meio;
Solução hipotônica: Solução que
está menos concentrada em soluto
que o meio;
Solução Isotônica: Quando a
concentração de soluto na célula e
no meio são iguais.Hemácias em meios de concentração diferentes.
47. Se um paramécio é colocado
em um meio hipotônico, absorve
água por osmose. O excesso de
água é eliminado pelo aumento
de freqüência dos batimentos do
vacúolo pulsátil (ou contrátil).
Protozoários marinhos não
possuem vacúolo pulsátil, já que
o meio externo é hipertônico.
EXEMPLO
48. Quando temos um sistema hipotético
à 20º C, com dois compartimentos
separados por uma membrana
semipermeável, e em um
compartimento temos água pura e
no outro uma solução, chamamos de
Pressão Osmótica a força que
deverá ser aplicada para parar a
osmose neste sistema.
Pressão Osmótica
49. Na estrutura da membrana
plasmática aparecem várias proteínas
transportadoras, macromoléculas
especializadas no transporte de
substâncias específicas. Existem dois
tipos de proteínas transportadoras:
proteínas carreadoras e proteínas de
canal, atuantes em transportes dos
tipos ativo e passivo.
50. As proteínas carreadoras participam de dois processos de
transporte: um passivo, a difusão facilitada e outro ativo, as bombas
de Na+ e K+.
A difusão facilitada é responsável pela passagem de moléculas
hidrófilas, como açúcares e aminoácidos. O processo inicia-se quando
uma molécula solúvel, como, por exemplo, a glicose, liga-se, na
superfície da membrana, a uma proteína carreadora. Sofrendo
mudanças conformocionais (relativas à conformação das moléculas), a
permease transfere a molécula de glicose para o interior da célula.
A difusão facilitada é um transporte passivo por não utilizar
energia e ocorrer a favor do gradiente de concentração.
52. Uma hemácia possui no citoplasma uma concentração de K+ vinte vezes maior do
que o plasma circundante e este, por sua vez, tem concentração de Na+ vinte vezes
maior do que a hemácia.
Para manter essa diferença de concentração iônica, a célula continuamente absorve
K+ e elimina Na+, através de um transporte ativo conhecido como bomba de
Na+e K+. Uma proteína conhecida como Na+e K+ ATPase funciona como bomba,
transportando K+ para o interior e Na+ para o exterior da célula. Os íons Na+
intracelulares ligam-se à ATPase, que, transformando ATP em ADP, obtém a energia
necessária à sua mudança de conformação, expelindo-os para o meio extracelular. A
seguir, os íons K+ do meio, por mecanismo idêntico, são transferidos para o
citoplasma.
Como se observa, a bomba de Na+e K+ é um transporte ativo por utilizar
energia e ocorrer contra o gradiente de concentração.
54. Proteínas-canal são moléculas proteicas que formam poros hidrofélicos, também
chamados de canais iônicos, que atravessam a dupla camada lípide da membrana. Para a
formação de poros, as proteínas apresentam-se pregueadas, de maneira que os
aminoácidos hidrófobos aparecem internamente, enquanto os hidrófilos formam o
revestimento interno do canal. A maioria das porinas é seletiva, permitindo a passagem
de íons de acordo com o tamanho e a carga elétrica. Assim, para exemplificar, canais
estreitos bloqueiam íons grandes, enquanto os canais com revestimento interno negativo
atraem e permitem a passagem de íons positivos.
Na maioria dos canais, encontramos “portões” que se abrem ou fecham, regulando a
passagem dos íons. A abertura dos portões é controlada por estímulos. Existem canais
controlados por voltagem, estimulados por mudanças no potencial de membrana; outros
são regulados por ligantes, ou seja, obedecem a um ligante, que é uma molécula
sinalizadora que se liga à proteína do canal abrindo-a ou fechando-a.
56. Também conhecido por ENDOCITOSE, consiste num método de captura
de partículas e moléculas por meio de dois processos: FAGOCITOSE e
PINOCITOSE.
Fagocitose
É o englobamento de partículas sólidas por
meio da emissão de pseudópodes.
Nos protozoários, como nas amebas, por
exemplo, participa dos processos de nutrição.
Nos animais, representa um mecanismo de
defesa, por meio do qual células chamadas de
fagócitos englobam e destroem partículas
inertes e microrganismos invasores.
58. Também conhecido por ENDOCITOSE, consiste num método de captura
de partículas e moléculas por meio de dois processos: FAGOCITOSE e
PINOCITOSE.
Pinocitose
É o processo de englobamento de gotículas de
líquido.
A membrana invagina-se, for mando um túbulo,
visível apenas ao microscópio eletrônico. A
substância líquida penetra no túbulo, que, por
estrangulamentos basais, origina os
microvacúolos ou pinossomos
63. As mitocôndrias são corpúsculos esféricos ou em forma de bastonetes que aparecem
imersos no hialoplasma em número variável, segundo o tipo celular. Vista ao microscópio
eletrônico, a mitocôndria apresenta uma ultraestrutura típica, sendo de limitada por
duas unidades de membrana, a externa e a interna, separadas por um espaço, a
câmara externa. A membrana interna limita a matriz mitocondrial e forma, para o
interior desta, uma série de invaginações denominadas cristas mitocondriais.
A matriz é uma substância amorfa em que aparecem moléculas de DNA, RNA,
ribossomos e granulações densas com 500 Å de diâmetro. As mitocôndrias formam-se a
partir da divisão de outras preexistentes.
Estrutura
65. No interior das mitocôndrias,
ocorrem duas etapas da respiração
aeróbica: o ciclo de Krebs,
desenvolvido na matriz
mitocondrial, e a cadeia respiratória,
realizada nas cristas mitocondriais.
Função
67. O processo pelo qual as células retiram a energia
acumulada nos compostos orgânicos é a respiração
celular.
Os compostos energéticos utilizados pela célula
podem ser proteínas, lipídios e carboidratos. De todos
os compostos, a substância mais utilizada pela célula é
a glicose. Quando existe uma quantidade suficiente de
glicose, muito raramente a célula utiliza outra
substância para a respiração.
A respiração celular é dividida em dois tipos:
• aeróbia;
• anaeróbia (fermentação).
68. A respiração aeróbia depende fundamentalmente de um organoide citoplasmático
denominado mitocôndria.
O número de mitocôndrias numa célula é muito variável, entre algumas dezenas e várias
centenas. De um modo geral, as células mais ativas, como a nervosa e a muscular, apresentam
maior número de mitocôndrias.
Esta organela é constituída por uma membrana externa e outra interna, ambas de
constituição lipoproteica. A membrana interna cresce para o interior da mitocôndria, formando
as cristas mitocondriais.
O interior da mitocôndria é ocupado por um coloide chamado matriz (estroma)
mitocondrial.
A matriz é formada principalmente de proteínas e lipídios, e nela estão os mitorribossomos.
Na matriz, encontram-se os finos cordões de DNA, o DNA mitocondrial.
A presença de DNA e ribossomos permite às mitocôndrias a síntese de RNA e de proteínas.
As mitocôndrias originam-se por divisão de outras preexistentes.
Respiração Aeróbica
69. Fases da respiração aeróbica
A degradação dos compostos orgânicos para a liberação de energia
ocorre em três fases:
• Glicólise: acontece na matriz citoplasmática (hialoplasma).
• Ciclo de Krebs: ocorre na matriz da mitocôndria.
• Cadeia respiratória: realiza-se na crista mitocondrial.
70. Glicólise ou formação de piruvato
Nesta fase, a glicose sofre uma série de degradações que leva à formação de duas
moléculas de ácido pirúvico. Durante a glicólise, ocorre descarboxilação (saída de CO2)
e desidrogenação (saída de hidrogênio). Ainda nessa fase, há liberação de energia.
Grande parte dessa energia é utilizada na síntese de ATP a partir de ADP e fosfato (P ou
Pi), fenômeno denominado fosforilação oxidativa.
O ATP é uma substância que
armazena grandes quantidades de
energia.
A glicólise é um fenômeno que
ocorre tanto na respiração aeróbia
quanto na anaeróbia.
71. Glicólise ou formação de piruvato
O ácido pirúvico formado sofre descarboxilacão e transforma-se no ácido acético (H3C
– COOH), composto orgânico de dois carbonos.
O ácido acético é transportado, por ação da coenzima A, para o interior da
mitocôndria, dando origem à acetilcoenzima A.
No interior da mitocôndria, o radical acetil (2-C) combina-se com o ácido
oxalacético (4-C), formando o ácido cítrico (6-C). Inicia-se o Ciclo de Krebs. A
coenzima A retorna ao hialoplasma para reagir com outro ácido acético.
73. Ciclo de Krebs
O ácido cítrico, formado na reação do radical acetil com o ácido oxalacético, sofre
desidrogenação e descarboxilação, originando vários com postos intermediários, e
termina por produzir um novo ácido oxalacético. Conclui-se que o acetil que
penetrou na mitocôndria é totalmente quebrado em CO2, íons H+ e elétrons,
havendo liberação de energia e síntese de ATP.
Os íons H+ reagem com um composto chamado nicotinamida-adenina-
dinucleotídeo (NAD), formando NAD . 2H+.
Os elétrons que resultam dos íons H+, ricos em energia, serão transportados ao
longo de uma cadeia de substâncias localizadas nas cristas da mitocôndria. É a
cadeia respiratória, onde serão sintetizados 32 ATPs.
76. Cadeia Respiratória
Nas cristas mitocondriais, existem substâncias aceptoras
de elétrons, entre elas o FAD (flavina – adenina –
dinucleotídeo) e os citocromos b, c, a, a3, proteínas que
contêm ferro. Todas essas substâncias transportam elétrons,
levando-os ao aceptor final, que é o oxigênio. Cada
oxigênio recebe dois elétrons e, ao mesmo tempo, os dois
prótons do NAD . 2H+, formando-se assim uma molécula de
Água (H2O). O NAD . 2H+ volta a ser NAD e novamente se
torna capaz de captar novos íons H+. Na passagem de
elétrons, há liberação de energia que será utilizada na síntese
de ATP (fosforilação oxidativa).
79. Os ribossomos são organoides que se apresentam sob a forma de partículas
globulares com 15 a 20 nm de diâmetro. São constituídos por duas subunidades
de tamanhos diferentes, formadas por RNAr e proteínas.
Aparecem livres no citoplasma ou associados às membranas do retículo
endoplasmático. Tanto os ribossomos livres como os que integram o retículo
endoplasmático asso ciam-se a filamentos de RNA mensageiro, constituindo os
polissomos ou polirribossomos.
Os ribossomos originam-se do nucléolo, sendo a sede da síntese proteica. Os
aminoácidos são encadeados ao nível dos ribossomos para constituir uma
proteína.
Estrutura
81. Os ribossomos usam uma fita de RNA mensageiro (RNAm) para sintetizarem fitas de RNA complementares usando os
aminoácidos transportados pelo RNAt e vão se movendo ao longo dessa fita encaixando de 3 em 3 bases nitrogenadas
até encontrar um códon de parada.
83. Estrutura
O retículo endoplasmático (RE) é um sistema de
sáculos (sacos achatados) e canalículos, limitados
sempre por membranas lipoproteicas,
compreendendo dois sistemas: o retículo
endoplasmático granular ou rugoso (REG) e o
retículo endoplasmático liso (REL).
O REG apresenta sáculos cujas membranas são
recobertas por ribossomos. O REL é um conjunto
de canalículos ou túbulos anastomosados,
caracterizados pela ausência de ribossomos.
84. 1. Transporte. O RE assegura o transporte de substâncias, realizando uma verdadeira circulação
intracelular; por meio dele também são feitas trocas entre a célula e o meio circundante.
2. Síntese. Provido de ribossomos, o REG age ativamente na síntese proteica. Sabe-se que o REL é
responsável pela síntese de lípides e de esteroides, hormônios derivados do colesterol. As membranas do
REL são sintetizadas pelo REG.
3. Armazenamento. O RE armazena e concentra substâncias provenientes do meio extracelular, por meio
da pinocitose, bem como substâncias produzidas pela própria célula, como é o caso dos anticorpos que se
acumulam no RE dos plasmócitos.
4. Detoxificação. Consiste no processo de inativação de drogas. Quando se administra a um animal uma
grande quantidade de drogas, verificam-se acentuada atividade enzimática e uma hipertrofia do REL.
Evidentemente que as citadas enzimas provocam a decomposição das drogas, fato bem evidenciado nos
hepatócitos.
Função
87. Também chamado de aparelho de Golgi, é
constituído por uma pilha de vesículas achatadas
e circulares e outras menores e esféricas que
brotam a partir das primeiras. Suas membranas
são lipoproteicas e nunca apresentam
ribossomos. Na maioria das células situa-se,
quase sempre, ao lado do núcleo; nas células
vegetais aparece difuso no citoplasma, formando
o golgiossomo ou dictiossomo. O complexo de
Golgi origina-se do REL.
Estrutura
88. Função
SECREÇÃO — A síntese de proteínas ocorre no retículo endoplasmático granular
graças à atividade dos ribossomos. Transportadas pelo retículo, essas proteínas atingem
o sistema golgiense, onde são concentradas e eliminadas pela célula sob a forma de
secreção.
O pâncreas é uma glândula que elimina enzimas digestórias no intestino.
No polo basal da célula, destaca-se o retículo endoplasmático granular, ficando o sistema
golgiense logo acima do núcleo. Os grânulos de secreção, chamados de grãos de
zimogênio, contendo enzimas pancreáticas, aparecem no polo apical da célula. São
vesículas contendo enzimas concentradas presentes nas células acinosas do pâncreas.
Provenientes do complexo de Golgi, tais grânulos migram até a membrana plasmática,
lançando o seu conteúdo no interior do ácino.
89. Função
Síntese de glicoproteínas — As proteínas são normalmente sintetizadas nos
ribossomos. No sistema golgiense, os monossacarídeos são transformados em
polissacarídeos e, a seguir, associados às proteínas, originando as glicoproteínas
conhecidas como muco ou mucopolissacarídeos, que aparecem revestindo, por
exemplo, interna mente o tubo digestório. Na célula vegetal, por exemplo, o
complexo de Golgi produz a pectina, polissacarídeo que entra na constituição da
parede celular.
Síntese de glicolipídios — O sistema golgiense atua na síntese de lipídios,
como é o caso dos glicolipídios do glicocálix.
90. Função
Formação do acrossomo — Na região
anterior do espermatozoide (cabeça), aparece o
acrossomo, estrutura que apresenta enzimas e é
destinada a facilitar a penetração no óvulo,
durante a fecundação. O acrossomo é produzido
a partir do sistema golgiense.
Origem dos lisossomos e imunoglobulinas
Os lisossomos, organoides relacionados com a
digestão celular, são produzidos no sistema
golgiense.
93. Formação do acrossomo do espermatozoide
O aparelho de Golgi desempenha um
papel importante na formação dos
espermatozoides. Estes contêm bolsas
repletas de enzimas digestivas, que irão
perfurar as membranas do óvulo e
permitir a fecundação. A bolsa de
enzimas do espermatozoide maduro,
originada no aparelho de Golgi, é
o acrossomo (do grego acros, alto, topo,
e somatos, corpo), termo que significa
“corpo localizado no topo do
espermatozóide”.
94. Formação da lamela média em células vegetais
Nas células vegetais o complexo
de Golgi participa ativamente da
formação da lamela média, a
primeira membrana que separa
duas células recém-originadas na
divisão celular. Os dictiossomos
acumulam o polissacarídeo pectina,
que é eliminado entre as células
irmãs recém formadas, constituindo
a primeira separação entre elas e,
mais tarde, a lâmina que as mantém
unidas.