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ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA BEATHRIS 
CAIXEIRO DEL CISTIA 
MÚSICA CONTEMPORÂNEA 1980 
NOME: Wesley Germano Otávio Nº 41 SÉRIE: 3º B
MÚSICA CONTEMPORÂNEA 1980 
A década de 1980 vai de cara com o rompimento da música brasileira 
marcada pela pura crítica ao regime militar e a sociedade, caracterizada como 
música de protesto, e abrir caminhos para a inovação de temáticas do cotidiano, 
puramente marcada pela vida urbana das grandes cidades. Nesse período 
existiu uma forte inspiração da música internacional, onde o rock nascente vai 
tentar fugir, até mesmo das formas rítmicas musicais tão presente no movimento 
tropicália dos anos anteriores, que reunia expressões musicais nacionais dos 
mais variados rincões do Brasil. Pryston (2002) explana: 
Fazendo uma brevíssima síntese da cultura audiovisual brasileira nas 
últimas décadas, teríamos, então, esse primeiro pós-moderno - o dos anos 80 - 
que assimila o discurso do pós-modernismo (principalmente norte-americano) e 
os aspectos mais superficiais da pós-modernidade (até por sua condição de país 
periférico, de modernização lenta e incompleta) para contrapor-se ao 
nacionalismo retrógrado, ao autoexotismo folclorizante. PRYSTHON (2002, 
p.09) 
Fugindo dos estilos nacionais a música brasileira dos anos 80, vai 
ganhar uma nova roupagem através de novas letras e de novos estilos musicais, 
e denominada de rock nacional. No site do Portal da Educação do Colégio Pedro 
II está descrito: 
O rock brasileiro da década de 80 é também considerado por muitos 
como pop rock nacional dos anos 80. Foi um movimento musical que surgiu já 
no início daquela década. Ganhou o apelido de BRock do jornalista Nelson 
Motta. O BRock se caracterizou por influências variadas, indo desde a chamada 
new wave, passando pelo punk e pela música pop emergente do final da década 
de 70. Em alguns casos, tomou por referência ritmos como o reggae e a soul 
music. Suas letras falam na maioria das vezes sobre amores perdidos ou bem 
sucedidos, não deixando de abordar é claro algumas temáticas sociais. O grande 
diferencial das bandas deste período era a capacidade de falar sobre estes 
assuntos sem deixar a música tomar um peso emocional ou político exagerados. 
Fora a capacidade que seus integrantes tinham de falar a respeito de quase tudo 
com um tom de ironia, outra característica marcante do movimento. Outra
particularidade típica foi o visual próprio da época; cabelos armados ou bastante 
curtos para as meninas, gel, roupas coloridas e extravagantes para os meninos 
e a unissexualidade de tudo isso, herança direta do Glam Rock de Marc Bolan, 
David Bowie e seus discípulos, como o Kiss e o The Cure. (p.14). 
É necessário colocarmos que o Rock pop nacional dos anos 80 não foi 
a única possibilidade da música no período, pois paralelo a esse movimento de 
características urbanas, resistiam formas de expressões musicais diversas, más 
que ficavam reconhecidos apenas de caráter regional. Ulhôa (1997) afirma: 
(...) Nos anos 80, este mesmo público estaria consumindo o chamado 
Rock Brasileiro, enquanto a maior parte da população, {87} o chamado “povão”, 
de uma migração recente do campo para a cidade, consome o primeiro gênero 
de massa a se estabelecer no Brasil, a Música Sertaneja. Ao lado da urbanização 
acrescente-se fatores que são em parte decorrentes deste novo cenário nas 
cidades (maior exposição aos meios de comunicação de massa, novos padrões 
de sociabilidade) e em parte decorrentes de estratégias de ampliação de 
mercado (preço decrescente de aparelhos de som, gravadores, televisores e 
mecanismos de facilitação de crédito). ULHÔA (1997, p. 05). 
É nesse contexto que se constituirão a maioria das produções musicais 
da música brasileira nos anos 80, denominados de Rock Nacional dos anos 80. 
AS LETRAS DAS MÚSICAS E A EXPRESSÃO DA VIDA SOCIAL 
“Agente não quer só comer 
Agente quer comer, quer fazer amor 
Agente não quer só comer 
Agente quer prazer pra aliviar a dor 
Agente não quer só dinheiro 
Agente quer dinheiro e felicidade” 
(Titãs, “comida”,1987) 
Nos anos 80, o Brasil passou por uma crise econômica ligada 
diretamente as políticas implementadas durante a Ditadura Militar. Esse modelo
econômico dos anos 60-70, que foi financiado por empréstimos do exterior, 
começou a entrar em crise já no final da década de 70 e junto com o agravamento 
político e social, foi a causa de grandes protestos no campo e nas cidades. Foi 
quando começou o processo de abertura política que conduziu à reestruturação 
democrática. 
A transição democrática no Brasil começou em 1974, com as eleições 
diretas para governador, a elaboração de uma constituição democrática em 1988 
e, finalmente, nas eleições diretas para presidente em 1989. Ao longo desses 
anos de transição democrática, o Brasil foi conduzido a um enorme 
endividamento externo e interno com altas taxas de inflação, apesar das 
frustradas tentativas dos últimos governos em acabar com os problemas 
econômicos. Entre tentativas estava o chamado Plano Cruzado (1986). Diante 
desses graves problemas o jovem brasileiro se mostrava participativo, apesar da 
ala estudantil, representada pela UNE, estivesse desmobilizada e 
desorganizada, presa a divergências internas, fruto, em parte, da própria 
repressão desencadeada pelos militares desde o final da década de 60. 
Uma parte dessa juventude se engajou em movimentos ecológicos, que 
então se proliferavam pelo país. O quadro era de crise no campo social, 
econômico e político, porém, no campo cultural, especialmente na música, havia 
uma explosão de talento representada pelo Rock nacional brasileiro através de 
músicos e bandas que são um extremo sucesso até os dias de hoje. Havia, 
então, um crescimento e a concretização de um mercado para a juventude que 
fez do rock um dos principais meios de expressão e análise em relação à 
situação por que passava o Brasil. O surgimento do Rock na década de 80 foi 
marcado por dois acontecimentos básicos: O aparecimento do grupo do 
jornalista Júlio Barroso – Gang 90 e Absurdetes-, que fez da música Perdidos na 
Selva o primeiro sucesso do país, através do festival da MPB –Shell (1981), 
produzido pela Globo, e o surgimento da Banda Blitz, com o sucesso “você não 
soube me amar” (1982). Ambos foram influenciados pelos movimentos NEW 
WAVE norte-americano. Depois disso, os grupos de rock brasileiros foram se 
multiplicando em grande proporção, acompanhando a explosão do mercado 
nacional para esse tipo de música, através das grandes gravadoras ou selos 
independentes.
“Eu minha gata 
Rolando na relva 
Rolava de tudo 
Humildes piratas, pirados 
Perdidos na selva...” 
(Gang 90 e os Absurdetes, “Perdidos na Selva”,1981) 
Os punks paulistas, que tinham iniciado seu movimento na década 
passada, gravaram o seu primeiro disco, uma coletânea chamada “Gritos 
Suburbanos” (1982), reunindo grupos como Inocentes, Olho Seco, e Cólera, pelo 
selo independente Punk Rock. Além disso, no mesmo ano, os punks 
conseguiram realizar o controvertido festival “O começo do fim do mundo”, em 
São Paulo, chamando a tenção para esse movimento de jovens, em sua maioria, 
suburbanos. Assim como no resto do mundo, os punks paulistas acabaram 
abrindo caminho para o surgimento de novas bandas. È quando aparecem vários 
grupos de extrema importância e influência para o rock jovem brasileiro: 
Voluntários da Pátria, Mercenárias, Smack, Fellini, Akira S., Ultraje a rigor, Ira!, 
Titãs, entre outros, apesar de nem todos alcançarem sucesso nacional. A música 
Inútil, de Roger Rocha Moreira, da banda Ultraje a Rigor, se tornou uma espécie 
de hino político da juventude durante a campanha das “Diretas-já”. 
“A gente não sabemos escolher presidente 
A gente não sabemos tomar conta da gente 
A gente nem sabemos escovar os dentes 
Tem gringo pensando que nós é indigente 
Inútil 
A gente somos inútil...” 
(Ultrage a Rigor-1983) 
Ao contrário de São Paulo, o rock carioca, pela própria de grupos como 
Gang 90 e Blitz, surgiu a partir de new iê-iê-iê , com nomes como Lulu Santos,
Ritchie, Lobão e os Ronaldos, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Barão 
Vermelho, Paralamas do Sucesso, entre outros. Apesar de mais leve e festivo, 
dando ênfase a cações românticas de cunho pessoal – que demonstravam a 
maneira de amar dos jovens dos anos 80 - não deixaram de cantar a realidade 
nacional. 
“(...) Desempregado, despejado 
Sem ter onde cair morto 
Endividado, sem ter mais 
Com o que pagar 
Nesse país, nesse país, nesse país 
Que alguém te disse que era nosso. 
Mandaram avisar 
Que agora tudo mudou 
Eu quis acreditar 
Outra mudança chegou. 
Fim da censura, do dinheiro 
Muda da censura, do dinheiro 
Muda nome, corta zero 
Entra na fila de 
Outra fila pra pagar 
Quero entender, quero entender 
Tudo o que eu posso 
E o que não posso”. 
(Paralamas do Sucesso, “Perplexo”,1988) 
"Procuro evitar comparações
Entre flores e declarações 
Eu tento te esquecer 
A minha vida continua 
Mas é certo que eu seria 
Sempre sua 
Quem pode entender 
Depois de você 
Os outros são os outros 
E só...”. 
(Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, “Os outros”,1986) 
“Já não tenho dedos pra contar 
De quantos barracos despenquei 
E quantas pedras me atiraram 
Ou quantas atirei 
Tanta farpa tanta mentira 
Tanta falta do que dizer 
Nem sempre é “só easy” se viver. 
(...) Mas o teu amor me cura 
De uma louca qualquer 
E encostar no teu peito 
E se isso for algum defeito 
Por mim, tudo bem. 
(Lulu Santos,”Tudo bem”,1985) 
O público jovem do Rock in Rio, presenteado com a inclusão do Brasil 
no circuito internacional da música pop. Em 1985 a presença do Rock nacional
e internacional se afirmou de vez no mercado brasileiro com um grande evento 
comercial, o “Rock in Rio”, apresentando astro nacionais (Rita Lee, Blitz, 
Paralamas do Sucesso, entre outros) e internacionais (do porte de Rod Stewart, 
B52s, Nina Hagen, Yes, Iron Maiden, AC/DC, etc.) de várias tendências. Apesar 
das críticas quanto ao ecletismo e à comercialização feita em torno do festival, 
esse evento musical de dez dias acabou revelando o Brasil, como um amplo 
mercado jovem a ser explorado, principalmente pelos nomes internacionais, em 
suas turnês mundiais, com o patrocínio de grandes empresas nacionais e 
multinacionais. È dentro desse contexto de efervescência do mercado da música 
pop no país que surge o grupo paulista RPM, primeiro grande mito comercial do 
rock nacional, após conseguir em poucos meses atingir a venda de um milhão 
de cópias de LP Rádio Pirata ao vivo (1986): 
(...) Juram que não torturam ninguém 
Agem assim por seu próprio bem 
São tão legais, fora 
Da lei, sabem tudo o que 
Eu não sei, e eu nesse 
Mundo assim, vendo esse 
Filme passar .... 
(RPM,”Alvorada Voraz”,1986) 
Outras bandas, de outros estados brasileiros, também se tornaram 
unanimidade nacional, como: Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial, de 
Brasília; o grupo baiano Camisa de Vênus; e as bandas gaúchas Replicantes, 
Engenheiros do Havaí e De Falla, Essas e outras bandas iriam mostrar que o 
rock nacional não se restringia ao eixo Rio-São Paulo. Vejam exemplos de 
bandas brasiliense e gaúcha: 
“(...) Quem me dera, ao menos uma vez 
Explicar o que ninguém consegue entender 
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente 
Quem me dera, ao menos uma vez, 
Provar que quem tem mais do que precisa ter 
Quase sempre se convence que não tem o bastante 
Fala demais por não ter nada a dizer 
Quem me dera, ao menos uma vez 
Que o mais simples fosse visto como o mais importante 
Mas nos deram espelhos 
E vimos um mundo doente...”. 
(Legião Urbana,”Índios”,1986) 
“Eu presto atenção no que eles dizem 
Mas eles não dizem nada 
Fidel e Pinochet tiram sarro de você 
Que não faz nada 
E eu começo a achar normal 
Que algum boçal atire 
Bombas na embaixada 
Se tudo passa, talvez passe por aqui 
E me faça, esquecer tudo o que eu vi 
Toda forma de poder 
É uma forma de morre por nada 
Toda forma de conduta 
Se transforma numa luta armada
A história se repete 
Mas a força deixa a história 
Mal contada. 
(Engenheiros do Havaí, “Toda forma de poder”,1986) 
Outro exemplo marcante dos anos 80, foram as composições de 
Cazuza, refletindo também o próprio desencanto da juventude com a nova 
realidade vivida: 
"Meu partido, é um coração partido 
Minhas ilusões, estão todas perdidas 
Os meus sonhos foram vendidos 
Tão baratos que eu nem acredito (...) 
Que aquele garoto que ia 
Mudar o mundo, mudar o 
Mundo...agora assiste a tudo 
De cima do muro". 
(Cazuza,”Ideologia”,1988) 
Concomitantes ao processo de inovação nas audiovisuais em geral, e 
em particular da música, a confecção das letras de tais trabalhos nos anos 80 
serão marcados, não somente pela crítica ao sistema político, como também aos 
modos urbanos de vida, a religião, etc. Paralelo as essas inovações despontam 
um cenário econômico favorável ao desenvolvimento de diversos estilos 
musicais, pelo barateamento e acesso ao mercado produtor de discos em geral. 
Zan (2001) afirma: 
O período que corresponde aos anos 80 e 90 foi marcado pelo advento 
de novas tecnologias na área fonográfica que levaram ao barateamento do 
processo de produção. Os custos para a montagem de pequenos estúdios, em 
condições de realizar gravações de qualidade, tornaram-se mais acessíveis. 
Consequentemente, multiplicaram-se pequenas gravadoras (Indies), selos e
artistas independentes. A indústria fonográfica sofreu uma reestruturação. As 
grandes gravadoras (Majors) passaram a terceirizar serviços, convertendo-se, 
geralmente, em escritórios executivos. Simultaneamente, reforçaram o controle 
sobre a divulgação e a distribuição de fonogramas para garantirem o monopólio 
do mercado. Nesse contexto, as experiências com lançamentos de novos 
gêneros e novos artistas passam a ser feitas, em geral, por pequenas gravadoras 
e selos independentes. ZAN (2001, p. 117). 
Inúmeras são as bandas que surgiram nos anos 80, tais: Camisa de 
Vênus (Eu não matei Joana D´Arc); Herva Doce (Erva venenosa); Plebe Rude 
(Até quando esperar); Absyntho (Ursinho Blau Blau); Afrodeite de quiser (O que 
é que ela tem qeu não tenho?); Brylho (Noite do prazer); Conexão Japeri 
(Manoel); Dr. Silvana & Cia. (Eh! Oh!); Egotrip (Viagem ao fundo do ego); Espírito 
da coisa (Ligeiramente grávida); Faust Fawcett e os Robôs Efêmeros (Kátia 
Flávia); Gang 90 e as Absurdetes (Nosso louco amor); Grafite (Mamma Maria); 
Heróis da Resistência (Só pro meu prazer); Inimigos do Rei (Adelaide); João 
Penca e os miquinhos amestrados (Lágrimas de crocodilo); Magazine (Eu sou 
boy); Metrô (Beat acelerado); Sempre livre (Fui eu); Tokyo (Garota de Berlim); 
Uns e outros (Carta aos missionários); Zero (Agora eu sei); Gengis Khan 
(Moskou); Rádio Táxi (Eva); Trio Los Angeles (Transas e caretas); Yahoo 
(Mordida de amor); Ratos de porão; Cólera; Inocentes; Replicantes; Hanói- 
Hanói; Cinema a dois, e etc. 
Cita-se também as bandas de mais notáveis: Engenheiros do Havaí, 
Legião Urbana, Barão Vermelho, Titãs, Paralamas do Sucesso, RPM, Ira e 
Capital Inicial. 
Com tais circunstâncias nasceram bandas e artistas solos, utilizando de 
várias linguagens. Ribeiro (2005, p. 57) vem a teorizar sobre o fenômeno musical 
dos anos 80, afirmando que a Banda Camisa de Vênus, por exemplo, de origem 
baiana, vai polemizar com os principais meios de comunicação da Bahia ao 
assumir uma atitude punk iconoclasta direcionada contra os defensores de uma 
visão emepebista, o que é evidenciado na música “Passamos por isto” (CAMISA 
DE VÊNUS, 1983) (que termina, em tom de paródia, com um solo canhestro do 
tradicional choro “Brasileirinho”, seguido de risadas), do primeiro álbum de sua 
banda, Camisa de Vênus (1983):
O ambiente é tão sério 
Não há lugar para ação 
“Vê se conserva suas raízes”, eles disseram 
“Camisa de Vênus é alienação” 
“Vocês vão obedecer”, eles disseram 
“Vocês vão entender”, eles disseram 
“Vocês vão aprender, a curtir MPB!” 
E me falaram dos perigos 
Que eu encontraria aqui 
Enquanto os mestres do bom gosto 
Botavam samba pra eu ouvir 
“Vocês vão obedecer” 
“Vocês vão entender” 
“Vocês vão aprender, a curtir MPB!” 
[solo] 
Eles têm medo do que não entendem 
Eles gritaram: “Isto não é música, é barulho 
Vocês não vão a lugar nenhum com isso.” 
Hmhmhmhmhm, seus otários! Nós atropelamos vocês! 
Nós passamos por isso 
Quiseram mudar nosso nome 
Deixar tudo arrumadinho
Nos deram até a liberdade 
De tocar Brasileirinho 
“Vocês vão obedecer” 
“Vocês vão entender” 
“Vocês vão aprender, a curtir MPB!” 
Vá curtir MPB, e vá curtir MPB 
e vá curtir MPB. VÁ CURTIR! 
Ribeiro (2005) expõe as palavras de Marcelo Nova, líder da banda 
Camisa de Vênus, e Edgard Scandurra, (um dos melhores instrumentistas da 
cena roqueira), através de entrevistas (recentes), seus pontos de vista sobre a 
conduta adotada em suas músicas: 
Me fascinava no punk a possibilidade de que alguém como eu, sem 
experiência pregressa, sem carteira assinada, fizesse sua parte. [...] Quanto aos 
dogmas, quanto ao “punk unido jamais será vencido”, ao coturno e ao casaco de 
couro, nunca me identifiquei. Movimento? Que movimento? O único movimento 
em que acredito é o das marés, que enchem e vazam. (MARCELO NOVA apud 
ALEXANDRE, 2002, p. 65). Eu e o Nasi [vocalista do conjunto] tivemos acesso 
ao punk praticamente assim que ele surgiu e nos identificamos de pronto com o 
visual. Posso dizer que foi muito legal para mim, pois tive que desaprender muita 
coisa e acostumar a fazer rock ’n’ roll mais básico. Então, o Ira! nunca foi banda 
cem por cento punk no que diz respeito a bando de garotos que não sabem tocar. 
[...] Perto das bandas punks que tinham na época, soávamos como uma 
profissional e, por esse lado, éramos meio criticados pelo circuito que não 
admitia solo de guitarra numa música e muito backing vocal – influência mod15. 
(EDGARD SCANDURRA apud BRYAN, 2004, p. 79) . RIBEIRO (2005, p. 38). 
Continua Ribeiro (2005): 
No Brasil, abrangeram uma maioria que assumiu uma postura pop – ou 
seja, que optou por uma música mais convencional e comercial – uma minoria 
que desejava fazer música de “vanguarda” (em São Paulo essa opção foi mais 
visível) e também grupos que cultivavam uma atitude rebelde, por vezes “niilista”
(caso dos góticos e punks do “circuito underground paulistano”). Mas o pós-punk 
e a new wave são vistos como derivativos do punk principalmente por seus 
adeptos – ainda que mais “comportados” e preocupados em fazer algumas 
experimentações formais e letras mais elaboradas – também enfatizarem uma 
nova “atitude despojada dos jovens”, agora sob uma aura de (pós) modernidade. 
É o que diz, por exemplo, a matéria escrita pelo então jornalista Júlio Barroso – 
um dos agitadores mais citados da nova “cena roqueira” que se instaurava no 
país e futuro líder da “pioneira” Gang 90 & as Absurdettes, que se tornaria 
relativamente conhecida em 1981 com a música “Perdidos na selva” (“Eu e 
minha gata rolando na relva/ Rolava de tudo/ Covil de piratas pirados/ Perdidos 
na selva”) – na revista Veja de 18 de fevereiro de 1981, sobre a explosão da new 
wave na Inglaterra e Estados Unidos e seus ecos ainda tímidos no Brasil: Ousar 
é preciso: uma geração de roqueiros sacode a música internacional e decreta o 
início de uma nova onda. O clima para as pessoas que se envolveram com a 
new wave, a mais recente explosão musical americana, é semelhante ao do 
início dos anos 60: existe no ar uma urgência de renovação, uma aposta política 
no inusitado, uma certeza de que nada será como antes. Assim como nos anos 
60, a música popular é a porta-bandeira da mudança – o veículo que mais fundo 
penetra no cotidiano cultural das multidões. Mas o movimento que explode 
atualmente entre os jovens americanos e ingleses, batizado de new wave (nova 
onda), tem propostas bem diferentes das de vinte anos atrás. Nada de filosofias, 
como a hippie, e nem de sociedades separatistas ou fugas para o campo. A 
ordem é encarar a sociedade estabelecida e, utilizando os próprios meios que 
ela oferece, criar esquemas alternativos de vida. Trabalhar de 9 às 6? Claro. Mas 
sem abandonar a centelha de inquietação da juventude. A new wave – como 
dizem os que nela estão envolvidos – é uma questão de ousar estilos. Hoje, além 
de ressuscitar o rock como manifestação cultural dos jovens, a new wave invade 
a moda, os costumes, o comportamento e o lazer da garotada americana e da 
Europa ocidental, ordenando tudo o que é alternativo e inesperado. [...] O 
movimento conquista espaços caros, como o La Luna, de Milão [...] e mesmo a 
Paulicéia Desvairada, de São Paulo. Nesses locais, misturam-se dança, música 
ao vivo, vídeo-arte e fliperamas, numa interminável orgia multimídia. Na new 
wave, enfim, não existem regras estilísticas ou formais: cada artista contribui com
sua própria visão de modernidade. (BARROSO, Veja de 18 fevereiro de 1981) . 
RIBEIRO (2005, p. 41,42). 
A reaproximação do rock nacional que se considerava longe da MPB, 
vai acontecer a partir de 1985, com o maior acontecimento do musical brasileiro 
dos anos 80, o Rock in Rio. Segundo Ribeiro (2005): 
O festival Rock in Rio, realizado entre 11 a 20 de janeiro de 1985, no 
“rockódromo” construído em Jacarepaguá, é percebido como um divisor de 
águas para o “rock brasileiro”. Pela primeira vez o país recebeu uma constelação 
de artistas pop/rock de renome internacional – James Taylor, Queen, Rod 
Stewart, Nina Hagen, Yes, Iron Maiden, Pretenders, B-52s, AC/DC –, algo que 
se tornaria corriqueiro desde então. Eles dividiram os holofotes com alguns dos 
conjuntos autóctones emergentes – Blitz, Paralamas do Sucesso, Barão 
Vermelho, Lulu Santos, Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens; com roqueiros 
nacionais de outras gerações – Erasmo Carlos, Rita Lee, Moraes Moreira, 
Eduardo Dusek, Pepeu Gomes & Baby Consuelo; e também com músicos 
identificados com a MPB – os casos de Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Elba 
Ramalho e Alceu Valença, chamados a participar na festa roqueira, entre outros 
motivos, devido à desconfiança que os organizadores do festival nutriam sobre 
a capacidade técnica da maior parte dos novos grupos nacionais (foram sentidas 
as ausências, entre outros, de Lobão, Titãs e Ultraje a Rigor). O Rock in Rio se 
tornou a grande coqueluche da mídia brasileira – a Rede Globo o transmitiu 
diariamente em versões editadas, com os melhores momentos – e alçou de vez 
o rock como “modismo” no país. Segundo depoimentos e análises jornalísticas, 
toda essa exposição fez com que a indústria do disco e as emissoras FM 
adotassem o gênero como principal linguagem a ser veiculada. RIBEIRO (2005, 
p. 61, 62). 
A partir deste acontecimento a música brasileira irá se encontrar, em 
todas suas formas rítmicas, e os anos 90 será o coroamento dessa união, que 
marcará a reaproximação de uma música de caráter nacional e regional, numa 
busca de identidade perdida.
BIBLIOGRAFIA 
 LETRAS.terra.com.br - Acesso em 20 de agosto de 2010. 
 PT.wikipedia.org- Acesso em 08 de agosto de 2010. 
 WWW.dancaderuabrasil.co.cc - Acesso em 21 de agosto de 
2010. 
 WWW.intercom.org.br/congresso - Acesso em 01 de setembro de 
2010. 
 WWW.portaledumusicalcp2.mus.br Acesso em 01 de setembro 
de 2010. 
 http://arlindopmprofessor.blogspot.com.br/2011/09/historia-na-musica- 
dos-anos-80-e-90.html 
 ULHÔA, M. T. Nova História, Velhos Sons: Notas Para Ouvir e 
Pensar A Música Brasileira Popular. Debates (UNIRIO), Rio de 
Janeiro, v. 1, n. 1, p. 78-101, 1997. 
 VICENTE, E.A Música Independente no Brasil: uma reflexão. In: 
XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2005, 
Rio de Janeiro, 2005. 
 Zan, José Roberto. Música popular brasileira, indústria cultural e 
identidade. Eccos. Revista Científica, são Paulo, v. 3, n. 1, p. 105- 
122, 2001.

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Música brasileira dos anos 80 expressava crise social

  • 1. ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA BEATHRIS CAIXEIRO DEL CISTIA MÚSICA CONTEMPORÂNEA 1980 NOME: Wesley Germano Otávio Nº 41 SÉRIE: 3º B
  • 2. MÚSICA CONTEMPORÂNEA 1980 A década de 1980 vai de cara com o rompimento da música brasileira marcada pela pura crítica ao regime militar e a sociedade, caracterizada como música de protesto, e abrir caminhos para a inovação de temáticas do cotidiano, puramente marcada pela vida urbana das grandes cidades. Nesse período existiu uma forte inspiração da música internacional, onde o rock nascente vai tentar fugir, até mesmo das formas rítmicas musicais tão presente no movimento tropicália dos anos anteriores, que reunia expressões musicais nacionais dos mais variados rincões do Brasil. Pryston (2002) explana: Fazendo uma brevíssima síntese da cultura audiovisual brasileira nas últimas décadas, teríamos, então, esse primeiro pós-moderno - o dos anos 80 - que assimila o discurso do pós-modernismo (principalmente norte-americano) e os aspectos mais superficiais da pós-modernidade (até por sua condição de país periférico, de modernização lenta e incompleta) para contrapor-se ao nacionalismo retrógrado, ao autoexotismo folclorizante. PRYSTHON (2002, p.09) Fugindo dos estilos nacionais a música brasileira dos anos 80, vai ganhar uma nova roupagem através de novas letras e de novos estilos musicais, e denominada de rock nacional. No site do Portal da Educação do Colégio Pedro II está descrito: O rock brasileiro da década de 80 é também considerado por muitos como pop rock nacional dos anos 80. Foi um movimento musical que surgiu já no início daquela década. Ganhou o apelido de BRock do jornalista Nelson Motta. O BRock se caracterizou por influências variadas, indo desde a chamada new wave, passando pelo punk e pela música pop emergente do final da década de 70. Em alguns casos, tomou por referência ritmos como o reggae e a soul music. Suas letras falam na maioria das vezes sobre amores perdidos ou bem sucedidos, não deixando de abordar é claro algumas temáticas sociais. O grande diferencial das bandas deste período era a capacidade de falar sobre estes assuntos sem deixar a música tomar um peso emocional ou político exagerados. Fora a capacidade que seus integrantes tinham de falar a respeito de quase tudo com um tom de ironia, outra característica marcante do movimento. Outra
  • 3. particularidade típica foi o visual próprio da época; cabelos armados ou bastante curtos para as meninas, gel, roupas coloridas e extravagantes para os meninos e a unissexualidade de tudo isso, herança direta do Glam Rock de Marc Bolan, David Bowie e seus discípulos, como o Kiss e o The Cure. (p.14). É necessário colocarmos que o Rock pop nacional dos anos 80 não foi a única possibilidade da música no período, pois paralelo a esse movimento de características urbanas, resistiam formas de expressões musicais diversas, más que ficavam reconhecidos apenas de caráter regional. Ulhôa (1997) afirma: (...) Nos anos 80, este mesmo público estaria consumindo o chamado Rock Brasileiro, enquanto a maior parte da população, {87} o chamado “povão”, de uma migração recente do campo para a cidade, consome o primeiro gênero de massa a se estabelecer no Brasil, a Música Sertaneja. Ao lado da urbanização acrescente-se fatores que são em parte decorrentes deste novo cenário nas cidades (maior exposição aos meios de comunicação de massa, novos padrões de sociabilidade) e em parte decorrentes de estratégias de ampliação de mercado (preço decrescente de aparelhos de som, gravadores, televisores e mecanismos de facilitação de crédito). ULHÔA (1997, p. 05). É nesse contexto que se constituirão a maioria das produções musicais da música brasileira nos anos 80, denominados de Rock Nacional dos anos 80. AS LETRAS DAS MÚSICAS E A EXPRESSÃO DA VIDA SOCIAL “Agente não quer só comer Agente quer comer, quer fazer amor Agente não quer só comer Agente quer prazer pra aliviar a dor Agente não quer só dinheiro Agente quer dinheiro e felicidade” (Titãs, “comida”,1987) Nos anos 80, o Brasil passou por uma crise econômica ligada diretamente as políticas implementadas durante a Ditadura Militar. Esse modelo
  • 4. econômico dos anos 60-70, que foi financiado por empréstimos do exterior, começou a entrar em crise já no final da década de 70 e junto com o agravamento político e social, foi a causa de grandes protestos no campo e nas cidades. Foi quando começou o processo de abertura política que conduziu à reestruturação democrática. A transição democrática no Brasil começou em 1974, com as eleições diretas para governador, a elaboração de uma constituição democrática em 1988 e, finalmente, nas eleições diretas para presidente em 1989. Ao longo desses anos de transição democrática, o Brasil foi conduzido a um enorme endividamento externo e interno com altas taxas de inflação, apesar das frustradas tentativas dos últimos governos em acabar com os problemas econômicos. Entre tentativas estava o chamado Plano Cruzado (1986). Diante desses graves problemas o jovem brasileiro se mostrava participativo, apesar da ala estudantil, representada pela UNE, estivesse desmobilizada e desorganizada, presa a divergências internas, fruto, em parte, da própria repressão desencadeada pelos militares desde o final da década de 60. Uma parte dessa juventude se engajou em movimentos ecológicos, que então se proliferavam pelo país. O quadro era de crise no campo social, econômico e político, porém, no campo cultural, especialmente na música, havia uma explosão de talento representada pelo Rock nacional brasileiro através de músicos e bandas que são um extremo sucesso até os dias de hoje. Havia, então, um crescimento e a concretização de um mercado para a juventude que fez do rock um dos principais meios de expressão e análise em relação à situação por que passava o Brasil. O surgimento do Rock na década de 80 foi marcado por dois acontecimentos básicos: O aparecimento do grupo do jornalista Júlio Barroso – Gang 90 e Absurdetes-, que fez da música Perdidos na Selva o primeiro sucesso do país, através do festival da MPB –Shell (1981), produzido pela Globo, e o surgimento da Banda Blitz, com o sucesso “você não soube me amar” (1982). Ambos foram influenciados pelos movimentos NEW WAVE norte-americano. Depois disso, os grupos de rock brasileiros foram se multiplicando em grande proporção, acompanhando a explosão do mercado nacional para esse tipo de música, através das grandes gravadoras ou selos independentes.
  • 5. “Eu minha gata Rolando na relva Rolava de tudo Humildes piratas, pirados Perdidos na selva...” (Gang 90 e os Absurdetes, “Perdidos na Selva”,1981) Os punks paulistas, que tinham iniciado seu movimento na década passada, gravaram o seu primeiro disco, uma coletânea chamada “Gritos Suburbanos” (1982), reunindo grupos como Inocentes, Olho Seco, e Cólera, pelo selo independente Punk Rock. Além disso, no mesmo ano, os punks conseguiram realizar o controvertido festival “O começo do fim do mundo”, em São Paulo, chamando a tenção para esse movimento de jovens, em sua maioria, suburbanos. Assim como no resto do mundo, os punks paulistas acabaram abrindo caminho para o surgimento de novas bandas. È quando aparecem vários grupos de extrema importância e influência para o rock jovem brasileiro: Voluntários da Pátria, Mercenárias, Smack, Fellini, Akira S., Ultraje a rigor, Ira!, Titãs, entre outros, apesar de nem todos alcançarem sucesso nacional. A música Inútil, de Roger Rocha Moreira, da banda Ultraje a Rigor, se tornou uma espécie de hino político da juventude durante a campanha das “Diretas-já”. “A gente não sabemos escolher presidente A gente não sabemos tomar conta da gente A gente nem sabemos escovar os dentes Tem gringo pensando que nós é indigente Inútil A gente somos inútil...” (Ultrage a Rigor-1983) Ao contrário de São Paulo, o rock carioca, pela própria de grupos como Gang 90 e Blitz, surgiu a partir de new iê-iê-iê , com nomes como Lulu Santos,
  • 6. Ritchie, Lobão e os Ronaldos, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, entre outros. Apesar de mais leve e festivo, dando ênfase a cações românticas de cunho pessoal – que demonstravam a maneira de amar dos jovens dos anos 80 - não deixaram de cantar a realidade nacional. “(...) Desempregado, despejado Sem ter onde cair morto Endividado, sem ter mais Com o que pagar Nesse país, nesse país, nesse país Que alguém te disse que era nosso. Mandaram avisar Que agora tudo mudou Eu quis acreditar Outra mudança chegou. Fim da censura, do dinheiro Muda da censura, do dinheiro Muda nome, corta zero Entra na fila de Outra fila pra pagar Quero entender, quero entender Tudo o que eu posso E o que não posso”. (Paralamas do Sucesso, “Perplexo”,1988) "Procuro evitar comparações
  • 7. Entre flores e declarações Eu tento te esquecer A minha vida continua Mas é certo que eu seria Sempre sua Quem pode entender Depois de você Os outros são os outros E só...”. (Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, “Os outros”,1986) “Já não tenho dedos pra contar De quantos barracos despenquei E quantas pedras me atiraram Ou quantas atirei Tanta farpa tanta mentira Tanta falta do que dizer Nem sempre é “só easy” se viver. (...) Mas o teu amor me cura De uma louca qualquer E encostar no teu peito E se isso for algum defeito Por mim, tudo bem. (Lulu Santos,”Tudo bem”,1985) O público jovem do Rock in Rio, presenteado com a inclusão do Brasil no circuito internacional da música pop. Em 1985 a presença do Rock nacional
  • 8. e internacional se afirmou de vez no mercado brasileiro com um grande evento comercial, o “Rock in Rio”, apresentando astro nacionais (Rita Lee, Blitz, Paralamas do Sucesso, entre outros) e internacionais (do porte de Rod Stewart, B52s, Nina Hagen, Yes, Iron Maiden, AC/DC, etc.) de várias tendências. Apesar das críticas quanto ao ecletismo e à comercialização feita em torno do festival, esse evento musical de dez dias acabou revelando o Brasil, como um amplo mercado jovem a ser explorado, principalmente pelos nomes internacionais, em suas turnês mundiais, com o patrocínio de grandes empresas nacionais e multinacionais. È dentro desse contexto de efervescência do mercado da música pop no país que surge o grupo paulista RPM, primeiro grande mito comercial do rock nacional, após conseguir em poucos meses atingir a venda de um milhão de cópias de LP Rádio Pirata ao vivo (1986): (...) Juram que não torturam ninguém Agem assim por seu próprio bem São tão legais, fora Da lei, sabem tudo o que Eu não sei, e eu nesse Mundo assim, vendo esse Filme passar .... (RPM,”Alvorada Voraz”,1986) Outras bandas, de outros estados brasileiros, também se tornaram unanimidade nacional, como: Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial, de Brasília; o grupo baiano Camisa de Vênus; e as bandas gaúchas Replicantes, Engenheiros do Havaí e De Falla, Essas e outras bandas iriam mostrar que o rock nacional não se restringia ao eixo Rio-São Paulo. Vejam exemplos de bandas brasiliense e gaúcha: “(...) Quem me dera, ao menos uma vez Explicar o que ninguém consegue entender Que o que aconteceu ainda está por vir
  • 9. E o futuro não é mais como era antigamente Quem me dera, ao menos uma vez, Provar que quem tem mais do que precisa ter Quase sempre se convence que não tem o bastante Fala demais por não ter nada a dizer Quem me dera, ao menos uma vez Que o mais simples fosse visto como o mais importante Mas nos deram espelhos E vimos um mundo doente...”. (Legião Urbana,”Índios”,1986) “Eu presto atenção no que eles dizem Mas eles não dizem nada Fidel e Pinochet tiram sarro de você Que não faz nada E eu começo a achar normal Que algum boçal atire Bombas na embaixada Se tudo passa, talvez passe por aqui E me faça, esquecer tudo o que eu vi Toda forma de poder É uma forma de morre por nada Toda forma de conduta Se transforma numa luta armada
  • 10. A história se repete Mas a força deixa a história Mal contada. (Engenheiros do Havaí, “Toda forma de poder”,1986) Outro exemplo marcante dos anos 80, foram as composições de Cazuza, refletindo também o próprio desencanto da juventude com a nova realidade vivida: "Meu partido, é um coração partido Minhas ilusões, estão todas perdidas Os meus sonhos foram vendidos Tão baratos que eu nem acredito (...) Que aquele garoto que ia Mudar o mundo, mudar o Mundo...agora assiste a tudo De cima do muro". (Cazuza,”Ideologia”,1988) Concomitantes ao processo de inovação nas audiovisuais em geral, e em particular da música, a confecção das letras de tais trabalhos nos anos 80 serão marcados, não somente pela crítica ao sistema político, como também aos modos urbanos de vida, a religião, etc. Paralelo as essas inovações despontam um cenário econômico favorável ao desenvolvimento de diversos estilos musicais, pelo barateamento e acesso ao mercado produtor de discos em geral. Zan (2001) afirma: O período que corresponde aos anos 80 e 90 foi marcado pelo advento de novas tecnologias na área fonográfica que levaram ao barateamento do processo de produção. Os custos para a montagem de pequenos estúdios, em condições de realizar gravações de qualidade, tornaram-se mais acessíveis. Consequentemente, multiplicaram-se pequenas gravadoras (Indies), selos e
  • 11. artistas independentes. A indústria fonográfica sofreu uma reestruturação. As grandes gravadoras (Majors) passaram a terceirizar serviços, convertendo-se, geralmente, em escritórios executivos. Simultaneamente, reforçaram o controle sobre a divulgação e a distribuição de fonogramas para garantirem o monopólio do mercado. Nesse contexto, as experiências com lançamentos de novos gêneros e novos artistas passam a ser feitas, em geral, por pequenas gravadoras e selos independentes. ZAN (2001, p. 117). Inúmeras são as bandas que surgiram nos anos 80, tais: Camisa de Vênus (Eu não matei Joana D´Arc); Herva Doce (Erva venenosa); Plebe Rude (Até quando esperar); Absyntho (Ursinho Blau Blau); Afrodeite de quiser (O que é que ela tem qeu não tenho?); Brylho (Noite do prazer); Conexão Japeri (Manoel); Dr. Silvana & Cia. (Eh! Oh!); Egotrip (Viagem ao fundo do ego); Espírito da coisa (Ligeiramente grávida); Faust Fawcett e os Robôs Efêmeros (Kátia Flávia); Gang 90 e as Absurdetes (Nosso louco amor); Grafite (Mamma Maria); Heróis da Resistência (Só pro meu prazer); Inimigos do Rei (Adelaide); João Penca e os miquinhos amestrados (Lágrimas de crocodilo); Magazine (Eu sou boy); Metrô (Beat acelerado); Sempre livre (Fui eu); Tokyo (Garota de Berlim); Uns e outros (Carta aos missionários); Zero (Agora eu sei); Gengis Khan (Moskou); Rádio Táxi (Eva); Trio Los Angeles (Transas e caretas); Yahoo (Mordida de amor); Ratos de porão; Cólera; Inocentes; Replicantes; Hanói- Hanói; Cinema a dois, e etc. Cita-se também as bandas de mais notáveis: Engenheiros do Havaí, Legião Urbana, Barão Vermelho, Titãs, Paralamas do Sucesso, RPM, Ira e Capital Inicial. Com tais circunstâncias nasceram bandas e artistas solos, utilizando de várias linguagens. Ribeiro (2005, p. 57) vem a teorizar sobre o fenômeno musical dos anos 80, afirmando que a Banda Camisa de Vênus, por exemplo, de origem baiana, vai polemizar com os principais meios de comunicação da Bahia ao assumir uma atitude punk iconoclasta direcionada contra os defensores de uma visão emepebista, o que é evidenciado na música “Passamos por isto” (CAMISA DE VÊNUS, 1983) (que termina, em tom de paródia, com um solo canhestro do tradicional choro “Brasileirinho”, seguido de risadas), do primeiro álbum de sua banda, Camisa de Vênus (1983):
  • 12. O ambiente é tão sério Não há lugar para ação “Vê se conserva suas raízes”, eles disseram “Camisa de Vênus é alienação” “Vocês vão obedecer”, eles disseram “Vocês vão entender”, eles disseram “Vocês vão aprender, a curtir MPB!” E me falaram dos perigos Que eu encontraria aqui Enquanto os mestres do bom gosto Botavam samba pra eu ouvir “Vocês vão obedecer” “Vocês vão entender” “Vocês vão aprender, a curtir MPB!” [solo] Eles têm medo do que não entendem Eles gritaram: “Isto não é música, é barulho Vocês não vão a lugar nenhum com isso.” Hmhmhmhmhm, seus otários! Nós atropelamos vocês! Nós passamos por isso Quiseram mudar nosso nome Deixar tudo arrumadinho
  • 13. Nos deram até a liberdade De tocar Brasileirinho “Vocês vão obedecer” “Vocês vão entender” “Vocês vão aprender, a curtir MPB!” Vá curtir MPB, e vá curtir MPB e vá curtir MPB. VÁ CURTIR! Ribeiro (2005) expõe as palavras de Marcelo Nova, líder da banda Camisa de Vênus, e Edgard Scandurra, (um dos melhores instrumentistas da cena roqueira), através de entrevistas (recentes), seus pontos de vista sobre a conduta adotada em suas músicas: Me fascinava no punk a possibilidade de que alguém como eu, sem experiência pregressa, sem carteira assinada, fizesse sua parte. [...] Quanto aos dogmas, quanto ao “punk unido jamais será vencido”, ao coturno e ao casaco de couro, nunca me identifiquei. Movimento? Que movimento? O único movimento em que acredito é o das marés, que enchem e vazam. (MARCELO NOVA apud ALEXANDRE, 2002, p. 65). Eu e o Nasi [vocalista do conjunto] tivemos acesso ao punk praticamente assim que ele surgiu e nos identificamos de pronto com o visual. Posso dizer que foi muito legal para mim, pois tive que desaprender muita coisa e acostumar a fazer rock ’n’ roll mais básico. Então, o Ira! nunca foi banda cem por cento punk no que diz respeito a bando de garotos que não sabem tocar. [...] Perto das bandas punks que tinham na época, soávamos como uma profissional e, por esse lado, éramos meio criticados pelo circuito que não admitia solo de guitarra numa música e muito backing vocal – influência mod15. (EDGARD SCANDURRA apud BRYAN, 2004, p. 79) . RIBEIRO (2005, p. 38). Continua Ribeiro (2005): No Brasil, abrangeram uma maioria que assumiu uma postura pop – ou seja, que optou por uma música mais convencional e comercial – uma minoria que desejava fazer música de “vanguarda” (em São Paulo essa opção foi mais visível) e também grupos que cultivavam uma atitude rebelde, por vezes “niilista”
  • 14. (caso dos góticos e punks do “circuito underground paulistano”). Mas o pós-punk e a new wave são vistos como derivativos do punk principalmente por seus adeptos – ainda que mais “comportados” e preocupados em fazer algumas experimentações formais e letras mais elaboradas – também enfatizarem uma nova “atitude despojada dos jovens”, agora sob uma aura de (pós) modernidade. É o que diz, por exemplo, a matéria escrita pelo então jornalista Júlio Barroso – um dos agitadores mais citados da nova “cena roqueira” que se instaurava no país e futuro líder da “pioneira” Gang 90 & as Absurdettes, que se tornaria relativamente conhecida em 1981 com a música “Perdidos na selva” (“Eu e minha gata rolando na relva/ Rolava de tudo/ Covil de piratas pirados/ Perdidos na selva”) – na revista Veja de 18 de fevereiro de 1981, sobre a explosão da new wave na Inglaterra e Estados Unidos e seus ecos ainda tímidos no Brasil: Ousar é preciso: uma geração de roqueiros sacode a música internacional e decreta o início de uma nova onda. O clima para as pessoas que se envolveram com a new wave, a mais recente explosão musical americana, é semelhante ao do início dos anos 60: existe no ar uma urgência de renovação, uma aposta política no inusitado, uma certeza de que nada será como antes. Assim como nos anos 60, a música popular é a porta-bandeira da mudança – o veículo que mais fundo penetra no cotidiano cultural das multidões. Mas o movimento que explode atualmente entre os jovens americanos e ingleses, batizado de new wave (nova onda), tem propostas bem diferentes das de vinte anos atrás. Nada de filosofias, como a hippie, e nem de sociedades separatistas ou fugas para o campo. A ordem é encarar a sociedade estabelecida e, utilizando os próprios meios que ela oferece, criar esquemas alternativos de vida. Trabalhar de 9 às 6? Claro. Mas sem abandonar a centelha de inquietação da juventude. A new wave – como dizem os que nela estão envolvidos – é uma questão de ousar estilos. Hoje, além de ressuscitar o rock como manifestação cultural dos jovens, a new wave invade a moda, os costumes, o comportamento e o lazer da garotada americana e da Europa ocidental, ordenando tudo o que é alternativo e inesperado. [...] O movimento conquista espaços caros, como o La Luna, de Milão [...] e mesmo a Paulicéia Desvairada, de São Paulo. Nesses locais, misturam-se dança, música ao vivo, vídeo-arte e fliperamas, numa interminável orgia multimídia. Na new wave, enfim, não existem regras estilísticas ou formais: cada artista contribui com
  • 15. sua própria visão de modernidade. (BARROSO, Veja de 18 fevereiro de 1981) . RIBEIRO (2005, p. 41,42). A reaproximação do rock nacional que se considerava longe da MPB, vai acontecer a partir de 1985, com o maior acontecimento do musical brasileiro dos anos 80, o Rock in Rio. Segundo Ribeiro (2005): O festival Rock in Rio, realizado entre 11 a 20 de janeiro de 1985, no “rockódromo” construído em Jacarepaguá, é percebido como um divisor de águas para o “rock brasileiro”. Pela primeira vez o país recebeu uma constelação de artistas pop/rock de renome internacional – James Taylor, Queen, Rod Stewart, Nina Hagen, Yes, Iron Maiden, Pretenders, B-52s, AC/DC –, algo que se tornaria corriqueiro desde então. Eles dividiram os holofotes com alguns dos conjuntos autóctones emergentes – Blitz, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Lulu Santos, Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens; com roqueiros nacionais de outras gerações – Erasmo Carlos, Rita Lee, Moraes Moreira, Eduardo Dusek, Pepeu Gomes & Baby Consuelo; e também com músicos identificados com a MPB – os casos de Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Elba Ramalho e Alceu Valença, chamados a participar na festa roqueira, entre outros motivos, devido à desconfiança que os organizadores do festival nutriam sobre a capacidade técnica da maior parte dos novos grupos nacionais (foram sentidas as ausências, entre outros, de Lobão, Titãs e Ultraje a Rigor). O Rock in Rio se tornou a grande coqueluche da mídia brasileira – a Rede Globo o transmitiu diariamente em versões editadas, com os melhores momentos – e alçou de vez o rock como “modismo” no país. Segundo depoimentos e análises jornalísticas, toda essa exposição fez com que a indústria do disco e as emissoras FM adotassem o gênero como principal linguagem a ser veiculada. RIBEIRO (2005, p. 61, 62). A partir deste acontecimento a música brasileira irá se encontrar, em todas suas formas rítmicas, e os anos 90 será o coroamento dessa união, que marcará a reaproximação de uma música de caráter nacional e regional, numa busca de identidade perdida.
  • 16. BIBLIOGRAFIA  LETRAS.terra.com.br - Acesso em 20 de agosto de 2010.  PT.wikipedia.org- Acesso em 08 de agosto de 2010.  WWW.dancaderuabrasil.co.cc - Acesso em 21 de agosto de 2010.  WWW.intercom.org.br/congresso - Acesso em 01 de setembro de 2010.  WWW.portaledumusicalcp2.mus.br Acesso em 01 de setembro de 2010.  http://arlindopmprofessor.blogspot.com.br/2011/09/historia-na-musica- dos-anos-80-e-90.html  ULHÔA, M. T. Nova História, Velhos Sons: Notas Para Ouvir e Pensar A Música Brasileira Popular. Debates (UNIRIO), Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 78-101, 1997.  VICENTE, E.A Música Independente no Brasil: uma reflexão. In: XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2005, Rio de Janeiro, 2005.  Zan, José Roberto. Música popular brasileira, indústria cultural e identidade. Eccos. Revista Científica, são Paulo, v. 3, n. 1, p. 105- 122, 2001.