O texto discute o fenômeno da "superocupação improdutiva", onde as pessoas sentem-se cada vez mais ocupadas porém menos capazes de perceber resultados concretos de suas ações. Isso ocorre devido à colonização dos momentos de lazer por atividades online supostamente produtivas, gerando um ciclo sem fim de tarefas. Além disso, faz um paralelo com a economia financeira, que gera valor de forma predatória sem acrescentar riquezas reais.
1. Simulado 200 questões
(UnB)Questão 1
Sem contrariar o sentido do texto original e a prescrição
gramatical, o período inicial do texto (R.1-4) poderia ser redigido
da seguinte forma: É certo que, na passagem para a vida adulta,
os jovens dinâmicos, os quais não manifestavam unicamente em
brincadeiras e atitudes delirantes, habituaram-se a sobrepor
seriedade e entretenimento.
a CERTO
b ERRADO
(UFPA)Questão 2
Zé Linguiça
Pode até não ser uma verdade comprovada pela história, mas
ninguém discute que se trata de uma
belíssima ideia. Na Roma antiga, quando um grande general
voltava de uma campanha vitoriosa no
estrangeiro, fazia-se uma fabulosa procissão triunfal pelas ruas da
cidade, o “triunfo”, para exibir diante do
mundo a glória do comandante vencedor, e homenagear a
grandeza que ele trazia à pátria. Era a honra
máxima que um cidadão romano podia obter, e dava um trabalho
danado chegar lá. Ele tinha de ter matado em
combate pelo menos 5000 soldados inimigos. Tinha de mostrar,
presos, os chefes derrotados. Tinha de ter
enfrentado um exército pelo menos equivalente ao seu. Tinha,
sobretudo, de trazer sua tropa de volta para
casa. O problema, nisso tudo, é que os romanos da Antiguidade
eram gente que tinha em altíssima conta a
modéstia pessoal – e, em consequência, fechava a cara para
qualquer demonstração de soberba. O que fazer,
então, na hora em que o general vitorioso desfilava perante a
multidão como se fosse um rei? É aí que aparece
a ideia mencionada acima. Logo atrás do “triunfador”, no mesmo
carro puxado por quatro cavalos que ele
conduzia, ficava um escravo que, de tanto em tanto tempo, lhe
dizia baixinho ao ouvido: “Memento mori”. Ou:
“Lembre-se de que você vai morrer um dia”. Nada melhor,
provavelmente, para baixar o facho de qualquer alta
autoridade que começa a se achar.
Esse procedimento poderia ser o tipo da coisa útil no governo
brasileiro de hoje. Seria uma beleza, por
exemplo, se o chanceler Antonio Patriota, ao desfilar pelo planeta
com a sua bela pasta de couro, distribuindo
em nome da presidente Dilma Rousseff as advertências do Brasil
para os grandes, médios e pequenos deste
mundo, tivesse algum recurso parecido – naturalmente, com as
adaptações necessárias às nossas realidades
atuais. Um oficial de chancelaria, digamos, andaria sempre atrás
dele; só que, em vez do severo aviso romano,
ficaria repetindo ao seu ouvido: “Lembre-se do Zé Linguiça”.
Deveria ser o suficiente para o dr. Patriota cair
bem depressa na real. Ele se lembraria imediatamente de que vem
do país do Zé Linguiça – e ninguém, nem a
presidente Dilma, consegue transformar em potência mundial um
país que chega a ter no centro do maior
espetáculo jurídico da sua história, mesmo por um momento fugaz,
um cidadão chamado Zé Linguiça. Quem
acompanha o julgamento do mensalão pode estar lembrado desse
Zé Linguiça – o elo perdido entre um dos
réus e a mala preta do professor Delúbio Soares, o tesoureiro do
PT. Mas falar dele justo nesta hora, na
suprema corte da nossa terra, em seus dias de solenidade
máxima? Bem no momento em que cada ministro
quer ser, no mínimo, um Cícero, e outros são capazes de escrever
mais de 1000 páginas para dizer se um
cidadão é culpado ou inocente? Pois é – aí vem o Zé Linguiça, e
com um personagem desses não há pose que
resista. Some, na hora, o Brasil Grande. Aparece o Brasil de
verdade.
Falou-se do ministro Patriota, mas o aviso ao pé do ouvido vale
para qualquer grão-duque do poder
público brasileiro, e para a própria presidente da República,
quando começam a imaginar que são o rei Luís XV
de França. Quanto à mensagem dos lembretes, então, há uma
infinidade de coisas a dizer além do Zé
Linguiça. A voz poderia lhes recordar, por exemplo: “Todo ano há
50000 homicídios no Brasil”. Em três anos,
com 150000 cadáveres, é o equivalente a uma bomba de
Hiroshima. Ou: “O ensino médio brasileiro, pelos
dados oficiais de 2011, tem nota 3,7, numa escala que vai de 0 a
10”. Seria possível lembrar que as dez
2. entradas de São Paulo, a cidade mais rica e possante do Brasil,
formam uma das mais pavorosas sucessões
de favelas de todo o mundo; nosso desenvolvimento, em qualquer
lugar do país, tem o dom de atrair miséria.
Também seria útil que nossas autoridades, em seus acessos de
grandeza, lembrassem que a população
brasileira está proibida de frequentar áreas inteiras das grandes
cidades, tomadas por bandidos, vadios e
predadores diversos, como se vivesse sob o toque de recolher
imposto por um exército de ocupação. Como
essa gente que está no governo pode dormir em paz num país
assim?
Esse pesadelo não foi criado pelo governo da presidente Dilma,
nem será resolvido por ela. Mas então,
como o rei da Espanha recomendou tempos atrás ao coronel Hugo
Chávez, por que não se calam? Por que se
metem na vida do Paraguai ou dão palpites na economia da
Europa? Por uma questão de decência comum, e
em nome do senso de ridículo, todos deveriam fazer, já, um voto
de silêncio.
Revista Veja, 29 de agosto de 2012.
Sobre o trecho “Mas falar dele justo nesta hora, na suprema corte
da nossa terra, em seus dias de solenidade máxima? Bem no
momento em que cada ministro quer ser, no mínimo, um Cícero, e
outros são capazes de escrever mais de 1000 páginas para dizer
se um cidadão é culpado ou inocente?” (linhas 25 a 28), é correto
afirmar que, de acordo com o texto, o julgamento dos envolvidos
no escândalo do mensalão foi um evento
a que aconteceu no momento e no lugar certos.
b que não deveria ser ofuscado por fatos de menor importância.
c considerado de extrema importância para o Brasil.
d marcado pela subjetividade dos ministros da corte suprema.
e utilizado para ostentação dos ministros da corte suprema.
(FAMERP)Questão 3
Há em Berlim uma casa que nunca fecha. Aquela noite
que não termina jamais pode de fato começar a qualquer
momento do dia, às sete da manhã ou ainda às dez. Lá todos
os tempos se estendem e noite e dia se transformam em
outra coisa. Naquela imensa boate que pretende expandir o
seu plano de existência, seu tempo infinito, sobre a vida e a
cidade, construída em uma antiga fábrica − uma antiga usina
de energia nazista −, todo tipo de figura da noite se encontra,
em uma festa fantástica alucinada que deseja não terminar
jamais.
À luz da vida tecno1 avançada, as ideias tradicionais de
dia e de noite se revelam mais frágeis, bem mais insólitas do
que a vida cotidiana sob o regime da produção nos leva a
crer. Para alguns, o mundo do dia se tornará definitivamente
vazio e apenas a noite excitada e veloz vai concentrar em si
o valor do que é vivo.
Naquela boate, como em muitas outras, tudo se encerra
apenas quando o efeito prolongado e sistemático da droga
se encerra. Como uma pausa para respirar, às vezes tendo
passado muitos dias entre uma jornada de diversão e sua
suspensão momentânea. Para muitos, apenas pelo tempo
mínimo da reposição das forças até a próxima jornada,
extenuante,
sem fim, pela política imaginária da noite.
E, ainda mais. Para outros tantos, o próprio efeito da droga
sob a pulsação infinita da música eletrônica, experiência
programática e enfeitiçada, não deveria se encerrar jamais:
estes estariam destinados ao projeto de dissolução na pulsação
sem eu da música tecno, seja a dissolução do espírito,
em uma infantilização sem fim para os embates materiais da
vida, seja a dissolução do corpo, ambos igualmente reais.
De fato, após uma noite de vida tecno, é forte a experiência
radical de vazio que se torna o espírito do dia. A energia
foi imensamente gasta à noite. Foi devastada, tornando o dia
vazio de objeto, porém vivo. Vivo no vazio, muito bem articulado
à busca pelo excedente absoluto de mais tarde, à noite.
(A música do tempo infinito, 2012. Adaptado.)
1 tecno: estilo de música eletrônica.
“Para alguns, o mundo do dia se tornará definitivamente vazio e
apenas a noite excitada e veloz vai concentrar em si o valor do que
é vivo.” (2o parágrafo)
Considerado em seu contexto, o trecho sugere que
a as ruas perto da boate ficam vazias durante as noites porque
todos estão dentro da casa.
b os conceitos de dia e de noite, ligados ao mundo natural,
podem ser relativizados pelas construções humanas, como a
boate.
c é possível distinguir dia e noite, mesmo num ambiente
fechado como a boate.
d há frequentadores da boate que consideram que tudo o que é
externo à casa não tem qualquer valor.
e algumas pessoas preferem entrar na boate apenas durante a
noite, ainda que a casa fique aberta o tempo todo.
(UEMG)Questão 4
Marque, abaixo, a alternativa em que NÃO HÁ correspondência de
sentido entre o termo em negrito e sua interpretação indicada nos
parênteses.
a (...) conseguiu, mesmo num território do efêmero como a
música popular, deixar uma obra que o ultrapassa, em duração. (=
transitório, passageiro)
b (...) pois o guarda-chuva, em sua silenciosa dignidade, não
toca, não fala nem é histérico como o telefone celular. (=
irritadiço, que causa irritação)
c Algumas invenções pareciam irremediavelmente destinadas à
obsolescência quando experimentaram um espetacular retorno.
(= condenação, censura)
d E porque tinha uma outra percepção do tempo, conseguiu
(...) deixar uma obra que o ultrapassa, em duração. (=
entendimento, visão)
3. (ESPM)Questão 5
Superocupação improdutiva
Por que é que nos sentimos cada vez mais ocupados e, ao mesmo
tempo, menos capazes de perceber o resultado palpável daquilo
que fazemos? Trata-se de uma estranha forma de vida em piloto
automático: quanto mais mensagens de e-mails você se dedicar a
responder, mais mensagens terá para responder de volta no dia
seguinte.
Parece haver um sinistro paralelo entre a desmaterialização das
coisas sob a égide do capital financeiro e a superocupação
improdutiva do nosso cotidiano atual. Afinal, a economia financeira
não acrescenta riquezas ao mundo, mas, ao contrário, gera valor
especulando-o de forma predatória. Nós, igualmente,
internalizamos o trabalho em nosso cotidiano, colonizando os
antigos momentos de ócio e de lazer com atividades supostamente
produtivas, e matando o tédio criativo com a permanente e ansiosa
comunicação de informações pela internet. (...)
Assim, se o século 20 foi uma era bacteriológica, baseada no
paradigma bipolar da imunorreação do eu contra a ameaça
infecciosa do outro, as patologias contemporâneas são neuronais
(depressão, transtorno de déficit de atenção), causadas por
excessos do próprio eu contra si próprio.
Inaugurada pela queda de um muro, a nossa era assiste à
abertura desregulamentada do mundo para a promiscuidade da
globalização, em que tudo se equaliza.
Superocupação improdutiva Por que é que nos sentimos cada vez
mais ocupados e, ao mesmo tempo, menos capazes de perceber o
resultado palpável daquilo que fazemos? Trata-se de uma
estranha forma de vida em piloto automático: quanto mais
mensagens de e-mails você se dedicar a responder, mais
mensagens terá para responder de volta no dia seguinte. Parece
haver um sinistro paralelo entre a desmaterialização das coisas
sob a égide do capital financeiro e a superocupação improdutiva
do nosso cotidiano atual. Afinal, a economia financeira não
acrescenta riquezas ao mundo, mas, ao contrário, gera valor
especulando-o de forma predatória. Nós, igualmente,
internalizamos o trabalho em nosso cotidiano, colonizando os
antigos momentos de ócio e de lazer com atividades supostamente
produtivas, e matando o tédio criativo com a permanente e ansiosa
comunicação de informações pela internet. (...) Assim, se o século
20 foi uma era bacteriológica, baseada no paradigma bipolar da
imunorreação do eu contra a ameaça infecciosa do outro, as
patologias contemporâneas são neuronais (depressão, transtorno
de déficit de atenção), causadas por excessos do próprio eu contra
si próprio. Inaugurada pela queda de um muro, a nossa era assiste
à abertura desregulamentada do mundo para a promiscuidade da
globalização, em que tudo se equaliza.
Igualmente, o paradigma da sociedade disciplinar, feita de
hospitais, asilos, presídios, quartéis e fábricas, cede lugar a uma
sociedade do desempenho, povoada por academias fitness, torres
de escritórios, bancos, aeroportos e shopping centers.
Empresários de si mesmos, seus habitantes não são mais sujeitos
da obediência, mas do desempenho e da produção movidos pela
energia motivacional: “Yes, we can”. Incitados à iniciativa pessoal,
internalizam a disciplina sob a forma de uma aparente liberdade de
ação. Assim, enquanto a antiga sociedade gerava loucos e
delinquentes, a atual produz fracassados e depressivos,
paralisados por uma sociedade que crê que nada é impossível.
Daí a frequente sensação de nos percebermos em meio a uma
bola de neve que cresce sem parar, na qual perdemos o controle
das nossas ações.
O trecho que confirma a ideia de que o homem moderno vive
como um “piloto automático” é:
a “a desmaterialização das coisas sob a égide do capital
financeiro”
b “paradigma bipolar da imunorreação do eu contra a ameaça
infecciosa do outro”
c “sociedade disciplinar, feita de hospitais, asilos, presídios,
quartéis e fábricas”
d “a antiga sociedade gerava loucos e delinquentes”
e “sensação de nos percebermos em meio a uma bola de neve
que cresce sem parar, na qual perdemos o controle das nossas
ações.”
(UnB)Questão 6
Na linha 9, a locução verbal “tem de infligir” corresponde a deve
transgredir.
a CERTO
b ERRADO
(Guilherme Wisnik, Folha de S.Paulo, 07/03/2016, adaptado, sobre o livro
“Sociedade do Cansaço”, de Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano
radicado na Alemanha)
4. (UNESP)Questão 7
Sob o ponto de vista expressivo, a repetição do último verso de
todas as estrofes tem a função de
a enfatizar o grande afeto do eu lírico por Arminda.
b assinalar o caráter inacessível de Arminda.
c atribuir um tom fortemente lamentoso à modinha.
d ironizar a distância do eu lírico em relação a Arminda.
e insistir na ideia do amor como uma fantasia irrealizável.
(ESPM)Questão 8
Na frase: “Ela preconizava uma educação rigorosamente leiga...”,
o verbo em negrito significa:
a propagar, defender com louvor.
b preconceber, planejar com antecipação.
c precipitar, lançar inadequadamente.
d anunciar precocemente.
e fazer presságios inadequados.
5. (ENEM PPL)Questão 9
A colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais
oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se
referem. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as,
lhe, lhes, nos e vos. Esses pronomes podem assumir três posições
na oração em relação ao verbo. Próclise, quando o pronome é
colocado antes do verbo, devido a partículas atrativas, como o
pronome relativo. Ênclise, quando o pronome é colocado depois
do verbo, o que acontece quando este estiver no imperativo
afirmativo ou no infinitivo impessoal regido da preposição “a” ou
quando o verbo estiver no gerúndio. Mesóclise, usada quando o
verbo estiver flexionado no futuro do presente ou no futuro do
pretérito.
A mesóclise é um tipo de colocação pronominal raro no uso
coloquial da língua portuguesa. No entanto, ainda é encontrada em
contextos mais formais, como se observa em:
a Não lhe negou que era um improviso.
b Faz muito tempo que lhe falei essas coisas.
c Nunca um homem se achou em mais apertado lance.
d Referia-se à D. Evarista ou tê-la-ia encontrado em algum
outro autor?
e Acabou de chegar dizendo-lhe que precisava retornar ao
serviço imediatamente.
(ENEM)Questão 10
TEXTO I
Um ato de criatividade pode contudo gerar um modelo produtivo.
Foi o que ocorreu com a palavra sambódromo, criativamente
formada com a terminação -(ó)dromo (= corrida), que figura em
hipódromo, autódromo, cartódromo, formas que designam itens
culturais da alta burguesia. Não demoraram a circular, a partir de
então, formas populares como rangódromo, beijódromo,
camelódromo.
TEXTO II
Existe coisa mais descabida do que chamar de sambódromo uma
passarelo para desfile de escolas de samba? Em grego, -dromo
quer dizer “ação de correr, lugar de corrida ", dai as palavras de
autódromo e dipódromo. É certo que, às vezes, durante o desfile, a
escola se atrasa e é obrigada a correr para não perder pontos,
mas não se desloca com a velocidade de um cavalo ou de um
carro de Fórmula 1.
Há nas línguas mecanismos geradores de palavras.
Embora o Texto II apresente um julgamento de valor sobre a
formação da palavra sambódromo, o processo de formação dessa
palavra reflete
a o dinamismo da língua na criação de novas palavras.
b uma nova realidade limitando o aparecimento de novas
palavras.
c a apropriação inadequada de mecanismos de criação de
palavras por leigos.
d o reconhecimento da impropriedade semântica dos
neologismos.
e a restrição na produção de novas palavras com o radical
grego.
(Unioeste)Questão 11
Marque a alternativa CORRETA.
a O título deve ser interpretado literalmente.
b A passagem “Essa parte o taxista não escutou” expressa uma
crítica da autora.
c Tanto o taxista quanto o apresentador têm a mesma
compreensão do que é esquizofrenia.
d Tanto o taxista quanto o apresentador se referem ao termo
doença como esquizofrenia.
e Passageira, taxista e apresentador sustentam o mesmo ponto
de vista, resumido em: “A polícia tem de tirar os loucos da rua”.
(UNIFESP)Questão 12
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as
lacunas do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com
a pode – a essa – aonde.
b podem – a essa – que.
c pode – à essa – o qual.
d podem – essa – com que.
e pode – essa – onde.
AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo:
Publifolha, 2008.
GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 ago.
2012.
6. (EBMSP)Questão 13
Os efeitos de sentido gerados pelos aspectos linguísticos que
estruturam o texto estão devidamente analisados na alternativa
a A marca linguística “como” (l. 2) introduz um complemento
verbal, evidenciando também o interesse dos especialistas em
compreender a maneira pela qual as tecnologias da informação
interferem na dinâmica do encéfalo.
b A locução “das tecnologias digitais” (l. 3) reforça o termo
“onipresente”, especificando o tipo de relações comunicativas
estabelecidas no referido ambiente.
c O conector “muito embora” (l. 4) introduz uma ideia
contraditória em relação à questão enfocada, que revela o
paradoxo que seria a vida do homem moderno sem as tecnologias
digitais da informação.
d O pronome “o”, em “acessá-lo” (l. 7), retoma anaforicamente,
no contexto, a expressão “envolvimento das pessoas” (l. 6),
destacando a dependência psíquica dos usuários das tecnologias
da informação.
e O termo coesivo “ou”, em “o estresse, ou mesmo, a
dependência” (l. 15-16), relaciona ideias excludentes, que acabam
por contrapor os graus dos malefícios causados pelo uso
indiscriminado das tecnologias digitais.
(UNEMAT)Questão 14
“No entanto, essa pena alternativa só é aplicável a pessoas
acusadas de crimes leves, como desacato e calúnia, por exemplo,
e condenadas a até 2 anos de prisão”.
Esse enunciado não terá prejuízo de sentido, no texto, se
substituir o “no entanto” em negrito por:
a portanto.
b logo.
c visto que.
d porque.
e entretanto.
(EsPCEx)Questão 15
Assinale a alternativa que contém, na sequência em que
aparecem, os adjetivos correspondentes aos seguintes seres:
COBRE – PELE – BRAÇO – BODE – COBRA – PRATA
a CUPRÍCULO – EPIDÉRMICO – BRAÇAL – HIRCINTO –
COLUBRINO – ARGÊNTEO
b CÚPRICO – EPIDÉRMICO – BRAQUIAL – HIRCINO –
COLUBRINO – ARGENTINO
c COBREMOL – CUTÂNEO – BRAÇAL – CAPRINO –
OFÍDICO – ARGÊNTEO
d CUPRÍCULO – EPIDÉRMICO – BRAQUIAL – HIRCINTO –
OFÍDICO – ARGENTINO
e COLÚMBUM – CUTÂNEO – BRAÇAL – CAPRINO –
COLUBRINO – ARGÊNTEO
7. (Mackenzie)Questão 16
O valor do prefixo da palavra agramática encontra-se também em:
a anagrama.
b acrópole.
c adjunto.
d amoral.
e análise.
(FAMEMA)Questão 17
Convencida de que todos os seus inúmeros apaixonados, sem
exceção de um, a pretendiam unicamente pela riqueza; Aurélia
reagia contra essa afronta, aplicando a esses indivíduos o mesmo
estalão.
Assim costumava ela indicar o merecimento relativo de cada um
dos pretendentes, dando-lhes certo valor monetário. Em linguagem
financeira, Aurélia cotava os seus adoradores pelo preço que
razoavelmente poderiam obter no mercado matrimonial.
Uma noite, no Cassino, a Lísia Soares, que se fazia íntima com
ela, e desejava ardentemente vê-la casada, dirigiu- -lhe um gracejo
acerca do Alfredo Moreira, rapaz elegante que chegara
recentemente da Europa:
− É um moço muito distinto, respondeu Aurélia sorrindo; vale bem
como noivo cem contos de réis; mas eu tenho dinheiro para pagar
um marido de maior preço, Lísia; não me contento com esse.
Riam-se todos destes ditos de Aurélia, e os lançavam à conta de
gracinhas de moça espirituosa; porém a maior parte das senhoras,
sobretudo aquelas que tinham filhas moças, não cansavam de
criticar desses modos desenvoltos, impróprios de meninas bem-
educadas.
Os adoradores de Aurélia sabiam, pois ela não fazia mistério, do
preço de sua cotação no rol da moça; e longe de se agastarem
com a franqueza, divertiam-se com o jogo que muitas vezes
resultava do ágio de suas ações naquela empresa nupcial.
(Senhora, 2013. Adaptado.)
A personagem Aurélia é descrita no trecho como
a uma jovem deslumbrada com o poder que sua beleza produz
sobre os rapazes com quem convivia.
b uma pessoa que avalia a partir de critérios monetários os
rapazes que se apresentam como postulantes a se casarem com
ela.
c alguém que esconde as intenções mais mesquinhas atrás de
uma aparência sociável e generosa.
d uma mulher admirada por todos por causa de seu senso
prático, inclusive no que se refere às questões afetivas.
e uma moça independente, que não abriria mão de seu trabalho
por causa das atribuições no casamento.
(UNESP)Questão 18
Examine a charge do cartunista argentino Quino (1932- ).
A charge explora, sobretudo, a oposição
a inocência x malícia.
b público x privado.
c progresso x estagnação.
d natureza x cidade.
e liberdade x repressão.
(UEFS)Questão 19
A análise dos aspectos linguísticos e literários do fragmento
retirado da obra Macunaíma permite afirmar:
a A expressão “herói da nossa gente” (l. 1) é um aposto
especificativo, que deixa bem claro o posicionamento irônico do
narrador, ao apresentar uma personagem que em nada reproduz
as marcas identitárias de um povo.
b A pista linguística “Já” (l. 4) é um modificador verbal que
sugere uma conduta da personagem que poderá mudar ao longo
de seu itinerário heroico.
c Os termos “meninice” (l. 4), “sarapantar” (l. 4) expressam a
valorização de uma linguagem oral e popular, que consolida, no
imaginário coletivo, um traço da identidade brasileira.
d O discurso direto “— Ai! que preguiça!” (l. 6) é revelador de
um comportamento inerente a toda a família de Macunaíma,
sugerindo uma ideia de povo marcado pelo pessimismo e pela
inação existencial.
e A oração “Macunaíma dandava pra ganhar vintém.” (l. 9-10)
explicita uma finalidade, sugerindo um traço positivo muito comum
do povo brasileiro, que procura sempre melhorar de vida por meio
do trabalho.
8. (UFG)Questão 20
SEMELHANÇA POUCA É BOBAGEM
O que são gerações e quais podemos encontrar no Brasil
contemporâneo? Para Sidnei Oliveira, geração é uma definição
dada aos movimentos comportamentais da sociedade, baseada na
data de nascimento das pessoas. “Os períodos são considerados
tendo como referência a idade de 20 anos, momento da vida em
que o indivíduo se torna adulto. Nesses períodos, aglomeram-se
semelhanças comportamentais, culturais e sociais. Classifico uma
nova geração a cada 20 anos. Hoje, no Brasil, podemos encontrar
cinco gerações: os veteranos, nascidos entre 1920 e 1939; baby
boomers, nascidos entre 1940 e 1959; geração X, nascidos entre
1960 e 1979; geração Y, nascidos entre 1980 e 1999; e geração Z,
que são os que chegaram ao mundo a partir de 2000 até 2019.”
Com cinco gerações compartilhando o mesmo espaço físico em
diferentes atividades do dia a dia, é normal e saudável que
aconteçam mais conflitos geracionais do que se imagina. “Eles
acontecem devido às mudanças na expectativa de vida da
população e na velocidade com que cada geração reage às
transformações da atualidade, principalmente as tecnológicas.
Para Jairo Bouer, o maior desafio de lidar com tais conflitos é
refinar a comunicação e conscientizar ambos os blados de que há
contribuições mútuas. “Conviver com os jovens é sempre
renovador. Eles estão sempre buscando a diferença, a novidade, o
inusitado, tentando achar seu lugar no mundo”.
Eles por eles mesmos
Thalia Silva tem 16 anos e mora em Manaus com seus pais. Vai
para a escola de manhã, faz curso de inglês e academia à tarde e
à noite faz seus trabalhos escolares. Nos fins de semana de
manhã, ajuda a mãe a arrumar a casa e à noite sai com os
amigos. “Gosto de ir à escola, porque aprendo assuntos novos e
interessantes que me fazem ficar curiosa e querer aprender mais,
e fico fascinada pelo modo como meus professores explicam. No
futuro, me enxergo na faculdade de medicina, quero me tornar
médicaanestesista”. Online cerca de 5 horas por dia, Thalia
acreditaque a internet é importante para fazer suas pesquisas de
trabalho ou tirar dúvidas quando não sabe algo, mas as redes
sociais só servem para se comunicar com amigos ou parentes que
estão longe. “Já o celular me mantém ligada no que está
acontecendo com o mundo. Não conseguiria ficar sem o aparelho!”
Mariana também confessa que não conseguiria ficar nem um dia
sem celular. “Com certeza, ele é muito importante para mim! Não
consigo ficar longe dele até em minha própria casa (risos). Meu
celular tem tudo de que preciso, e sem ele fico realmente na mão!
Nós, adolescentes, precisamos nos comunicar, desabafar,
conversar com os amigos, tirar fotos! Assim, gastamos nossas
energias no que gostamos”.
Juventude à flor da pele
Mas é possível classificar o adolescente de hoje de alguma forma?
“Há muitos ‘jovens’ nos dias de hoje. Muitas possibilidades, muitas
alternativas. É difícil rotular todos eles, mas, em linhas gerais, acho
que é um jogo conectado, informado, precoce, mais individualista,
mais preocupado em achar seu lugar em um mundo competitivo.
As causas sociais parecem agora dar sinal de vida, mas
permaneceram muito tempo ‘escondidas’ embaixo do travesseiro”,
reflete Jairo.
Cursando o primeiro semestre da faculdade de jornalismo no
Recife, onde reside, Larissa Araújo, 19, se considera uma escrava
do telefone celular e acredita que os jovens de sua geração são
“impacientes, teimosos, impulsivos, se acham os donos da
verdade, não percebem as besteiras que fazem na hora, são
inocentes e esperançosos, acham que não têm medo de nada,
mas têm!”. Para ela, não existe uma definição exata, depende de
cada um, mas “têm os mais maduros, os mais imaturos, mas no
fim, temos necessidades que às vezes a sociedade e os adultos
não entendem”. Em relação aos jovens de outras gerações,
Larissa é enfática: “Somos mais abertos que antes. Mais ‘de boa’,
procuramos não encucar tanto com a vida e, se tivermos que
encucar, vamos fazer de modo mais engraçado e alto astral,
sempre procurando amigos e apoio. Somos mais sedentos de
informação também. Não paramos só com uma explicaçãozinha.
Vamos atrás de tudo, a fundo, e acreditamos fielmente no que
entendemos do assunto. Somos menos inocentes”.
Mas não eram as gerações regressas iguais em sentimentos e
anseios? Sidnei Oliveira afirma que o que diferencia as gerações
são as características comportamentais que os jovens adotam
diante dos desafios que são apresentados de tempos em tempos.
Ansiedade, falta de foco e rebeldia não se aplicam exclusivamente
a uma geração, fazem parte dos jovens de qualquer época. “As
diferenças se manifestam na forma como as pessoas reagem
diante dos cenários transformados pelos avanços tecnológicos e
sociais. O caso mais visível atualmente tem relação com o
surgimento da internet, que é mais facilmente absorvida pelos
mais jovens e certamente reflete a maior diferenciação
comportamental entre as gerações”.
ZANUTTO, Clariana. Disponível em:. Acesso em: 21 set .2015.
(Adaptado).
As declarações de Thalia, em "Eles por eles mesmos", e de
Larissa, em "Juventude à flor da pele", têm o objetivo de
a garantir aos jovens o direito constitucional de falar sobre os
seus anseios a ser ouvidos.
b intensificar os cuidados com uso de tecnologia na escola,
sobretudo nas atividades em sala de aula.
c despertar a atenção da sociedade para os perigos da
realidade virtual na vida cotidiana.
d estabelecer o diálogo entra as diferentes gerações sobre os
usos das estratégias atuais de comunicação.
e mostrar como o próprio jovem comteporâneo se representa
em relação ao uso do celulare da internet.
(UNIFOR)Questão 21
a ler ou não ler romances é para ele um critério de identificação
de inteligência ou não.
b ter o hábito de ler, em geral, pode ser melhor do que o de não
ler.
c exigir dos outros que eles sejam parecidos com ele mostra o
grau de inteligência das pessoas.
d ler ficção literária melhora a teoria da mente, confirmado por
meio de pesquisa.
e reconhecer o que os outros pensam e sabem, porém dialogar
e negociar soluções racionais são difíceis.
9. (UnB)Questão 22
Seriam mantidas a correção gramatical e a interpretação
semântica caso o trecho “Não lhe foi difícil descobrir o endereço”
(l.2-3) tivesse sido estruturado da seguinte forma: Não foi difícil,
para ela descobrir o endereço.
a CERTO
b ERRADO
(UNITAU)Questão 23
“Nhô Augusto não tirou os olhos, até que desaparecessem.
E depois se esparramou em si, pensando forte. Aqueles, sim, que
estavam no bom, porque não tinham de pensar em coisa nenhuma
de salvação de alma, e podiam andar no mundo, de cabeça em-
pé... Só ele, Nhô Augusto, era quem estava de todo desonrado,
porque, mesmo lá, na sua terra, se alguém se lembrava ainda do
seu nome, havia de ser para arrastá-lo pela rua-da-amargura...
O convite de seu Joãozinho Bem-Bem, isso, tinha de dizer, é que
era cachaça em copo grande! Ah, que vontade de aceitar e ir
também...
E o oferecimento? Era só falar! Era só bulir com a boca, que seu
Joãozinho Bem-Bem, e o Tim, e o Juruminho, e o Epifânio – todos
– rebentavam com o Major Consilva, com o Ovídio, com a mulher,
com todo-o-mundo que tivesse tido mão ou fala na sua
desgarração. Eh, mundo velho de bambaruê e bambaruá! Eh,
ferragem!...
E Nhô Augusto cuspiu e riu, cerrando os dentes.”
João Guimarães Rosa. A hora e a vez de Augusto Matraga. 1946.
No trecho acima, notamos a presença de
a discurso direto e aliteração em “bulir com a boca” e
“Joãozinho Bem-Bem”.
b discurso indireto e aproveitamento de cantigas de congada
em “bambaruê e bambaruá”.
c discurso indireto livre e metáfora em “O convite de seu
Joãozinho Bem-Bem, isso, tinha de dizer, é que era cachaça em
copo grande!”.
d discurso indireto e redundância em “E depois se esparramou
em si, pensando forte”.
e discurso indireto livre e antropomorfização em “E Nhô
Augusto cuspiu e riu, cerrando os dentes”.
(FUVEST)Questão 24
Leia o seguinte texto, que faz parte de um anúncio de um produto
alimentício:
Procurando dar maior expressividade ao texto, seu autor
a serve-se do procedimento textual da sinonímia.
b recorre à reiteração de vocábulos homônimos.
c explora o caráter polissêmico das palavras.
d mescla as linguagens científica e jornalística.
e emprega vocábulos iguais na forma, mas de sentidos
contrários.
10. (Unifeso)Questão 25
Assinale a opção em que a preposição sublinhada é empregada
como exigência de um termo anterior.
a “Corrupção vem do latim” (linha 1)
b “quebrado em pedaços” (linhas 1 e 2)
c “utilização do poder” (linha 3)
d “recursos de um condomínio” (linha 15)
e “recursos financeiros para obter determinado serviço” (linhas
10 e 11)
(FCM PB)Questão 26
Leia.
“Segundo os macrobióticos, o arroz, superior a qualquer outro
alimento, limparia meu corpo das toxinas e impediria doenças
futuras.”
O fragmento está reescrito mantendo-se o mesmo sentido e a
correção gramatical em:
a O arroz, superior a qualquer outro alimento, limparia meu
corpo de toxinas e impediria doenças futuras, segundo os
macrobióticos.
b O arroz, superior a qualquer outro alimento, segundo os
macrobióticos limparia meu corpo das toxinas e impediria doenças
futuras.
c Superior a qualquer outro alimento, segundo os
macrobióticos, o arroz limparia, meu corpo, das toxinas e impediria
doenças futuras.
d Segundo os macrobióticos, superior, a qualquer outro
alimento, o arroz limparia meu corpo das toxinas, e impediria de
futuras doenças.
e Doenças futuras impediria, o arroz, superior a qualquer outro
alimento, e limparia meu corpo das toxinas, segundo os
macrobióticos.
(ENEM)Questão 27
Ao argumentar que a aquisição das habilidades de leitura e escrita
não são suficientes para garantir o exercício da cidadania, o autor
a critica os processos de aquisição da leitura e da escrita.
b fala sobre o domínio da leitura e da escrita no Brasil.
c incentiva a participação efetiva na vida da comunidade.
d faz uma avaliação crítica a respeito da condição cidadã do
brasileiro.
e define instrumentos eficazes para elevar a condição social da
população do Brasil.
11. (UEFS)Questão 28
Sobre o segundo parágrafo, está correto o que se afirma em
a A expressão “tem sido emboscado” traduz a ideia de que a
forma de “pensar sobre a duração da vida” tem sido renovada.
b O termo “idadeísmo” tem um sentido pejorativo, por traduzir
uma tese fatalista sobre o processo de datação do envelhecimento
humano.
c O enunciador do discurso defende que a eficiência biológica
do indivíduo deve ser o mais relevante para determinar a sua vida
produtiva.
d O uso da expressão “ ‘verdade real’ ”, no contexto, constitui
uma referência ao duplo envelhecimento do homem, o físico e o
psicológico.
e O uso do verbo na primeira pessoa do plural configura, no
contexto, a existência de um ponto de vista defendido pelo
enunciador e que é comum às demais pessoas.
(UFU)Questão 29
Considere a situação comunicativa apresentada a seguir.
A forma pronominal nós, implícita no texto, refere-se
a tanto ao paciente quanto ao médico.
b única e exclusivamente ao paciente.
c a todos que se encontram no hospital.
d a pessoas não determinadas pelo contexto.
(UnB)Questão 30
No segmento “política linguística dos Estados lusitano e brasileiro”
(texto I; l.1-2), os dois últimos adjetivos poderiam, corretamente,
estar flexionados no plural.
a CERTO
b ERRADO
12. (UNESP)Questão 31
Não vês, Lise, brincar esse menino
Com aquela avezinha? Estende o braço,
Deixa-a fugir, mas apertando o laço,
A condena outra vez ao seu destino.
Nessa mesma figura, eu imagino,
Tens minha liberdade, pois ao passo
Que cuido que estou livre do embaraço,
Então me prende mais meu desatino.
Em um contínuo giro o pensamento
Tanto a precipitar-me se encaminha,
Que não vejo onde pare o meu tormento.
Mas fora menos mal esta ânsia minha,
Se me faltasse a mim o entendimento,
Como falta a razão a esta avezinha.
O tom predominante no soneto é de
a resignação.
b nostalgia.
c apatia.
d ingenuidade.
e inquietude.
(ENEM)Questão 32
O designer português Miguel Neiva criou um sistema de símbolos
que permite que pessoas daltônicas identifiquem cores. O sistema
consiste na utilização de símbolos que identificam as cores
primárias (azul, amarelo e vermelho). Além disso, a justaposição
de dois desses símbolos permite identificar cores secundárias
(como o verde, que é o amarelo combinado com o azul). O preto e
o branco são identificados por pequenos quadrados: o que
simboliza o preto é cheio, enquanto o que simboliza o branco é
vazio. Os símbolos que representam preto e branco também
podem estar associados aos símbolos que identificam cores,
significando se estas são claras ou escuras.
De acordo com o texto, quantas cores podem ser representadas
pelo sistema proposto?
a 14
b 18
c 20
d 21
e 23
(ENEM PPL)Questão 33
As declarações da cantora ao jornal expressam sua opinião a
respeito do comportamento dos artistas. Suas palavras sugerem
que
a a mídia rejeita uma imagem artística elaborada para atender
às cobranças do público e para explorar a sensualidade.
b uma cantora competente constrói sua carreira pelo
desempenho vocal, sendo pouco relevante o figurino usado em
apresentações.
c uma pessoa pública está atenta às últimas tendências do
mundo fashion, pois o vestuário de grife agrega valor à sua
personalidade.
d uma plateia exigente despreza o exibicionismo e valoriza o
ídolo comedido e desligado das tendências da moda.
e a artista oculta o seu estado de espírito valendose de regras
ditadas por um grupo e de um figurino excêntrico.
(Domício Proença Filho (org.). A poesia
dos inconfidentes, 1996.)
Folha de São Paulo. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 18
fev. 2012 (adaptado).
13. (UNESP)Questão 34
Figura o anúncio em um jornal que o amigo me mandou, e está
assim redigido:
À procura de uma besta. – A partir de 6 de outubro do ano
cadente, sumiu-me uma besta vermelho-escura com os seguintes
característicos: calçada e ferrada de todos os membros
locomotores, um pequeno quisto na base da orelha direita e crina
dividida em duas seções em consequência de um golpe, cuja
extensão pode alcançar de quatro a seis centímetros,
produzidopor jumento.
Essa besta, muito domiciliada nas cercanias deste comércio, é
muito mansa e boa de sela, e tudo me induz ao cálculo de que foi
roubada, assim que hão sido falhas todas as indagações.
Quem, pois, apreendê-la em qualquer parte e a fizer entregue aqui
ou pelo menos notícia exata ministrar, será razoavelmente
remunerado. Itambé do Mato Dentro, 19 de novembro de 1899. (a)
João Alves Júnior.
Cinquenta e cinco anos depois, prezado João Alves Júnior, tua
besta vermelho-escura, mesmo que tenha aparecido, já é pó no
pó. E tu mesmo, se não estou enganado, repousas suavemente no
pequeno cemitério de Itambé. Mas teu anúncio continua um
modelo no gênero, se não para ser imitado, ao menos como objeto
de admiração literária. Reparo antes de tudo na limpeza de tua
linguagem. Não escreveste apressada e toscamente, como seria
de esperar de tua condição rural. Pressa, não a tiveste, pois o
animal desapareceu a 6 de outubro, e só a 19 de novembro
recorreste à Cidade de Itabira. Antes, procedeste a indagações.
Falharam. Formulaste depois um raciocínio: houve roubo. Só
então pegaste da pena, e traçaste um belo e nítido retrato da
besta.
Não disseste que todos os seus cascos estavam ferrados;
preferiste dizê-lo “de todos os seus membros locomotores”. Nem
esqueceste esse pequeno quisto na orelha e essa divisão da crina
em duas seções, que teu zelo naturalista e histórico atribuiu com
segurança a um jumento.
Por ser “muito domiciliada nas cercanias deste comércio”, isto é,
do povoado e sua feirinha semanal, inferiste que não teria fugido,
mas antes foi roubada. Contudo, não o afirmas em tom
peremptório: “tudo me induz a esse cálculo”. Revelas aí a
prudência mineira, que não avança (ou não avançava) aquilo que
não seja a evidência mesma. É cálculo, raciocínio, operação
mental e desapaixonada como qualquer outra, e não denúncia
formal.
Finalmente – deixando de lado outras excelências de tua prosa útil
– a declaração final: quem a apreender ou pelo menos “notícia
exata ministrar”, será “razoavelmente remunerado”. Não prometes
recompensa tentadora; não fazes praça de generosidade ou
largueza; acenas com o razoável, com a justa medida das coisas,
que deve prevalecer mesmo no caso de bestas perdidas e
entregues.
Já é muito tarde para sairmos à procura de tua besta, meu caro
João Alves do Itambé; entretanto essa criação volta a existir,
porque soubeste descrevê-la com decoro e propriedade, num dia
remoto, e o jornal a guardou e alguém hoje a descobre, e muitos
outros são informados da ocorrência. Se lesses os anúncios de
objetos e animais perdidos, na imprensa de hoje, ficarias triste. Já
não há essa precisão de termos e essa graça no dizer, nem essa
moderação nem essa atitude crítica. Não há, sobretudo, esse amor
à tarefa bem-feita, que se pode manifestar até mesmo num
anúncio de besta sumida.
Com base no último parágrafo, a principal qualidade atribuída pelo
cronista a João Alves é
a a prudência.
b o discernimento.
c a concisão.
d o humor.
e a dedicação.
(ENEM)Questão 35
O fragmento acima, em que há referência a um fato sócio-histórico
— o recenseamento —, apresenta característica marcante do
gênero crônica ao
a expressar o tema de forma abstrata, evocando imagens e
buscando apresentar a idéia de uma coisa por meio de outra.
b manter-se fiel aos acontecimentos, retratando
os personagens em um só tempo e um só espaço.
c contar história centrada na solução de um
enigma, construindo os personagens psicologicamente
e revelando-os pouco a pouco.
d evocar, de maneira satírica, a vida na cidade,
visando transmitir ensinamentos práticos do cotidiano, para manter
as pessoas informadas.
e valer-se de tema do cotidiano como ponto de partida para a
construção de texto que recebe tratamento estético.
(ENEM)Questão 36
Entre os elementos constitutivos dos gêneros, está o modo como
se organiza a própria composição textual, tendo-se em vista o
objetivo de seu autor: narrar, descrever, argumentar, explicar,
instruir. No trecho, reconhece-se uma sequência textual
a explicativa, em que se expõem informações
objetivas referentes à prima Julieta.
b instrucional, em que se ensina o comportamento feminino,
inspirado em prima Julieta.
c narrativa, em que se contam fatos que, no decorrer do tempo,
envolvem prima Julieta.
d descritiva, em que se constrói a imagem de prima Julieta a
partir do que os sentidos do enunciador captam.
e argumentativa, em que se defende a opinião do enunciador
sobre prima Julieta, buscando-se a adesão do leitor a essas ideias.
(Fala, amendoeira, 2012.)
14. (UEMG)Questão 37
Em relação à obra Os Componentes da Banda, SÓ NÃO se pode
afirmar que este título associa-se
à admiração da narradora pela obra do compositor Mozart.
a à admiração da narradora pela obra do compositor Mozart.
b aos variados elementos do mundo interior da narradora.
c aos personagens apresentados nas evocações
memorialísticas da narradora.
d ao todo de um universo de memórias retratado e relatado pela
narradora.
(UnB)Questão 38
O parágrafo iniciado à linha 24 contém um esclarecimento a
respeito do conteúdo do trecho “Não sei mais falar” (R.22).
a CERTO
b ERRADO
(ENEM)Questão 39
Por suas características formais, por sua função e uso, o texto
pertence ao gênero
a anedota, pelo enredo e humor característicos.
b crônica, pela abordagem literária de fatos do cotidiano.
c depoimento, pela apresentação de experiências pessoais.
d relato, pela descrição minuciosa de fatos verídicos.
e reportagem, pelo registro impessoal de situações reais.
15. (Unit-AL)Questão 40
A medicina moderna é, sobretudo, paliativa e
bastante orgulhosa de sê-la. Não estou me referindo ao
câncer. Por tratamento paliativo, eu me refiro àquele que
reduz ou ameniza a severidade da dor ou da doença
5 sem remover sua causa e nem efetuar uma cura (do
latim palliare, encobrir).Trata-se, em outras palavras, de
controle. Mais precisamente, é como transformar uma
necessidade em virtude. E, também, falsa bravata.
O que a medicina precisa fazer é impelir-se em direção
10 à cura, por um lado, e à prevenção, por outro. A cura,
todavia, está fora de questão, já que parece inalcançável,
e a prevenção não está em lugar nenhum da consciência
coletiva de pesquisadores biomédicos e de formadores
de opinião. Eu suspeito que provavelmente isso se dê
15 porque elas findariam por torná-los redundantes. E o lobby
da prevenção e da cura faz apenas barulhos fracos, se é
que faz algum, e não possui o poder de mudar a opinião
dominante.
O que isso realmente significa é que, enquanto a
20 verdade está lá para ser vista por todos e agir sobre seu
trabalho, nada é feito. Por que deve ser assim? Será
que é por que a humanidade é guiada por um Tanatos
arrojadamente dirigido, conforme afirmou Freud? De modo
que ela nega e impede realizações importantes, pois
25 deve impelir-se rumo ao declínio e à morte definitiva,
enquanto parece estar ostensivamente lutando contra
isso o tempo todo com suas contínuas manobras
heroicas?
Deixe-me colocar a questão de forma um tanto
30 diferente. O que o médico moderno deveria estar fazendo?
Ele deveria prevenir uma doença para que não aconteça
ou curá-la, caso ela ocorra. O que o médico moderno,
inclusive eu, está fazendo? Ele nem previne e nem cura,
a não ser em poucas situações. Ele apenas controla o
35 alastramento da doença e oferece cuidados paliativos
ao fazê-lo; seu lema pode ser resumido em uma
sentença: curar às vezes, confortar sempre, machucar
o menos possível, causar danos nunca (Singh e Singh,
2005).
40 O epítome do tratamento paliativo, certamente, mas
não aquele da cura nem o da prevenção. Essa percepção
não impele o médico moderno em direção à cura ou à
prevenção. Ela o impulsiona em direção a tratamentos
paliativos mais numerosos e mais eficientes. De modo
45 a livrá-lo rapidamente da constatação que o encara e
expõe sua nudez frente a tudo, especialmente perante a
sua consciência.
SINGH, Ajai R. A medicina moderna é, sobretudo, paliativa.
Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-
47142010000200 008&script=sci_arttext>. Acesso em: 24 set.
2015.
Segundo o médico Ajai Singh,
a o número de doenças e de doentes foi reduzido, e a
longevidade do indivíduo, ampliada, com indiscutível qualidade de
vida.
b a medicina deve realizar seu verdadeiro potencial, voltando-
se decisivamente para a profilaxia e o restabelecimento da saúde
do doente.
c algumas manobras médicas visam prolongar tão somente o
sofrimento do enfermo, impedindo que o mal se alastre ou que ele
morra logo.
d os médicos e os pesquisadores estão, respectivamente,
preocupados apenas com descoberta de fármacos eficientes e
com o alívio e controle da dor do paciente.
e a minimização das deficiências e o adiamento da morte são
avanços considerados significativos não só pelo ensaísta, mas
também pela comunidade médica e pela sociedade.
(UnB)Questão 41
Os sambas cantados e tocados durante os desfiles das escolas de
samba do Rio de Janeiro e de São Paulo têm sofrido, nos últimos
dez anos, uma perceptível desaceleração, tornando-se cada vez
mais lentos e cadenciados.
a CERTO
b ERRADO
16. (UEL)Questão 42
Observe a figura a seguir.
Na instalação da artista brasileira Cinthia Marcelle, verifica-se um
conjunto de elementos do cotidiano escolar, como a lousa, o pó de
giz e o apagador.
Com base nessa instalação e nos conhecimentos sobre arte
contemporânea, considere as afirmativas a seguir.
I. Ao atestar que é Sobre este mesmo mundo, a instalação aponta
para os sentidos das transformações do cotidiano escolar.
II. O conjunto de elementos propostos e o modo como eles estão
dispostos indicam o caráter temporal abordado pela instalação.
III. A arte contemporânea desvela, por meio do que lhe é próprio, o
que é, ao mesmo tempo íntimo e social, pessoal e cultural.
IV. A produção de arte contemporânea, apartada de toda a
temporalidade que a precede, abandona os materiais tradicionais e
elege a instalação como forma ideal da arte.
Assinale a alternativa correta.
a Somente as afirmativas I e II são corretas.
b Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
(FUVEST)Questão 43
Examine este cartaz, cuja finalidade é divulgar uma exposição de
obras de Pablo Picasso.
Nas expressões “Mão erudita” e “Olho selvagem”, que compõem o
texto do anúncio, os adjetivos “erudita” e “selvagem” sugerem que
as obras do referido artista conjugam, respectivamente,
a civilização e barbárie.
b requinte e despojamento.
c modernidade e primitivismo.
d liberdade e autoritarismo.
e tradição e transgressão.
17. (UnB)Questão 44
Infere-se do texto que aos atores menos criativos resta dominar
um método de encenação que os inspire.
a CERTO
b ERRADO
(UnB)Questão 45
Infere-se do texto que o teatro é base da educação formal e que, a
partir dele, aglomeram-se outros tipos de conhecimento, como o
da ciência, o da tecnologia e o da religião, que fundamentam a
educação criativa.
a CERTO
b ERRADO
18. (UnB)Questão 46
Na cena contemporânea, entre as possibilidades de
desenvolvimento do trabalho do ator, incluem-se a participação em
um laboratório teatral e a experimentação no exercício do seu
fazer.
a CERTO
b ERRADO
(UnB)Questão 47
Na obra da figura I, a simetria da imagem é quebrada pelo
posicionamento em diagonal das duas personagens retratadas.
a CERTO
b ERRADO
19. (UnB)Questão 48
Os estudos anatômicos de Leonardo da Vinci apresentam uma das
transformações que levaram à Revolução Científica: a valorização
do método experimental, por força do qual a ciência deixou de ser
contemplativa e tornou-se uma disciplina ativa.
a CERTO
b ERRADO
(UnB)Questão 49
A partir das ideias do texto, assinale a opção correta.
a O homem, desde sua gênese, dançava ao som de vários
ritmos, como maracatu, congada e carnaval, tradições culturais
que chegaram aos dias de hoje e se tornaram símbolos da cultura
do homem contemporâneo.
b Na tentativa de adornar-se para atuar em festas populares, o
homem primitivo cobria-se com peles de animais, estimulado pelas
representações dramáticas de animais nas paredes das cavernas.
c Do teatro, base de processos educativos pautados na
criatividade, fazem parte outras formas artísticas, como dança,
artes visuais, música e habilidades manuais.
d Segundo o texto, das artes plásticas flui a expressão
dramática, na medida em que delas derivam formas expressivas
de representação cênica.
20. (UnB)Questão 50
De acordo com o texto, entre as produções musicais do teatro
brasileiro, destacam-se as obras Arena Conta Zumbi e Gota
D’água, ambas de autoria de Gianfrancesco Guarnieri, em
parceria, respectivamente, com Augusto Boal e Chico Buarque de
Holanda.
a CERTO
b ERRADO
(UnB)Questão 51
A fusão dos maneirismos vocais nordestinos com elementos
instrumentais típicos do rock, mencionada no texto, é utilizada
também pelo pernambucano Chico Science.
a CERTO
b ERRADO
(USF)Questão 52
Com base na leitura e interpretação do texto, é possível afirmar
corretamente que
a o medo transformado em obra de arte descaracteriza a
realidade e a tragédia de uma guerra.
b observar obras de arte que retratam a guerra é uma forma de
se distanciar da catástrofe real.
c a simbologia da guerra é desprezada por artistas locais
devido aos horrores presentes na vida real.
d ler as catástrofes geradas pela guerra pelo viés artístico pode
significar uma maneira de resistir.
e problemas sociais transformados em arte servem para
promover artistas desconhecidos.
21. (UnB)Questão 53
A prática de Joãozinho Trinta, nos desfiles carnavalescos,
contrariava o conceito wagneriano de “obra de arte total”.
a CERTO
b ERRADO
(UPE)Questão 54
Os descobrimentos arqueológicos nas terras banhadas pelo rio
Nilo, no final do século XIX, desencadearam uma espécie de
egiptomia na Europa. Esse fascínio pelo país dos faraós encontrou
sua apoteose musical na ópera Aída. Nessa época, crescia
também a influência europeia no Egito, marcada pela construção
do canal de Suez. Em 1869, Ismael Pascha, vicerei egípcio,
encarregou o egiptólogo Auguste Mariette de encomendar a
Giuseppe Verdi a composição de uma ópera para a inauguração
do Teatro Real do Cairo durante as festividades de abertura do
canal.
O texto demonstra uma grande relação entre arte, sociedade e
política no século XIX. Sobre música e política no referido século,
assinale a alternativa CORRETA.
a Louis-Hector Berlioz, juntamente com Victor Hugo, foi um dos
grandes expoentes do movimento impressionista na França.
b Fryderyky Chopin, uma voz dissonante do romantismo na
Europa, elaborou obras realistas contra a exploração dos
operários.
c Franz Liszt, além de músico, foi um destacado economista do
século XIX e um dos responsáveis pela política aduaneira alemã.
d Ludwig van Beethoven, um dos grandes críticos do governo
de Napoleão, chegou a compor duas sinfonias contra o imperador.
e Giuseppe Verdi retratou o ideal da pátria em suas
composições e fez parte do projeto de construção do movimento
nacionalista italiano.
(UnB)Questão 55
Arte e ciência têm a mesma origem, mas, enquanto o cientista, em
sua prática, volta-se para a formulação e a consolidação de
paradigmas, o artista, em sua obra, propõe a desconstrução das
regras vigentes.
a CERTO
b ERRADO
1871: “Aída” estreia na Ópera do Cairo. In: http://www.dw.com/pt/1871-
a%C3%ADda-estreia-na-ópera-do-cairo/a-1067300
22. (UPE)Questão 56
Leia o texto a seguir:
As danças africanas desenvolvidas no Brasil têm também suas
matrizes no binômio África Ocidental e África Banta (centro-oeste
africano). Dos africanos ocidentais, principalmente dos iorubas, a
cultura brasileira herdou as danças dos orixás, ricas em mímica e
teatralidade. E dos bantos, chegaram-nos, principalmente, as
danças em círculo e em cortejo, que geralmente expressam um
enredo, um drama, sendo, por isso, denominadas “danças
dramáticas”.
As danças africanas contribuíram significativamente para as
manifestações culturais de Pernambuco, que estão quase sempre
associadas aos principais ciclos festivos. Sobre esse assunto e de
acordo com o texto, assinale a alternativa que indica uma dança
pernambucana de herança banta.
a Coco de roda
b Baião
c Quadrilha
d Frevo
e Caboclinho
(UEMG)Questão 57
a A aliança entre o generalíssimo Franco e o governante
alemão Adolf Hitler permitiu que os engenheiros de guerra da
Alemanha pudessem testar sua máquina de guerra contra
moradores de regiões camponesas da Espanha.
b Ao ser formado, o Eixo Roma-Berlim-Tóquio agregou
interesses de potências bélicas que haviam sido colocadas de fora
da partilha imperialista dos territórios do leste europeu, africanos,
asiáticos e latino-americanos.
c Os regimes nazi-fascistas romperam relações comerciais e
diplomáticas com os Estados Unidos, nos anos 30, porque a
cultura americana representava, no início da ascensão dos
partidos de extrema-direita, ameaças diretas aos seus interesses
hegemônicos.
d As minorias étnicas foram, ao lado das ideologias anarquistas
e comunistas, perseguidas e controladas, e práticas de extermínio
e discriminação foram transmitidas pelos ditadores às parcelas da
população que cultivavam ideologias contrárias à presença de
estrangeiros e migrantes.
LOPES, Nei. Heranças Culturais. In: ______. História e Cultura africanas e
afro-brasileira. São Paulo: Barsa Planeta, 2011, p. 86.
23. (UEL)Questão 58
Leia o texto a seguir.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, relacione
as imagens das obras em espaços públicos com os seus
respectivos artistas.
(A) Auguste Rodin
(B) Franz Weissmann
(C) Juan Miró
(D) Pablo Picasso
(E) Richard Serra
Assinale a alternativa que contém a associação correta.
a I-A, II-C, III-E, IV-D, V-B.
b I-B, II-D, III-A, IV-C, V-E.
c I-C, II-D, III-B, IV-E, V-A.
d I-E, II-B, III-D, IV-C, V-A.
e I-E, II-C, III-A, IV-D, V-B.
(UnB)Questão 59
Considerando a figura abaixo, que ilustra uma obra expressionista
da artista alemã Kathe Kollwitz, criada no período de opressão
política e social na Alemanha no início do século XX, e sabendo
que o expressionismo alemão é conhecido como uma arte que,
deliberadamente, muda a aparência das coisas, verifica-se que,
nessa obra, a artista não buscou expressar exatamente o que
sentia, mas, sim, aumentar a ilusão de realidade, ao recorrer à
técnica de gravura em tons de cinza, que dão ao conjunto um
aspecto muito natural.
24. a CERTO
b ERRADO
(UFPR)Questão 60
A respeito da obra teatral Os dois ou o inglês maquinista, de
Martins Pena, é correto afirmar:
a Por ser um texto teatral, do qual a figura do narrador é
ausente, não há espaço na sua estrutura formal para descrição de
ambientes ou de personagens.
b As ações das personagens são mostradas ou relatadas na
peça, mas seus pensamentos não, de modo que o leitor ou o
espectador ignora quais terão sido suas emoções e reflexões.
c As inovações técnicas apresentadas pelo inglês são bem
recebidas pelos personagens brasileiros, que não emitem sinais de
desconfiança, por admiração ao estrangeiro.
d Por tratar de um tema tecnológico, a peça não conta com
personagens femininas, já que as mulheres estavam
desinteressadas do universo produtivo no século XIX.
e A ação se passa num momento em que o tráfico de escravos
já não era permitido, mas ainda assim sua venda ilegal é praticada
e discutida na peça.
(UnB)Questão 61
No Renascimento, em que a pintura era concebida como
habilidade manual, Leonardo da Vinci pretendeu elevá-la à
condição de ciência, o que, segundo ele, não se estendia ao
trabalho escultórico em pedra, o qual exauria fisicamente quem o
executava.
a CERTO
b ERRADO
25. (UnB)Questão 62
Segundo o autor do texto, o trabalho do ator é fruto da inspiração e
do talento.
a CERTO
b ERRADO
(UEL)Questão 63
Analise a figura e leia o texto a seguir.
Para Edgar Degas, o artista não é um simples receptor, uma tela
sobre a qual se projeta uma imagem, ele é um ser empenhado em
captar a realidade, em se apropriar do espaço. Em seus quadros,
alguns temas se repetem: os gestos rítmicos das bailarinas e as
mulheres executando movimentos cotidianos, como pentear-se ou
banhar-se.
Com base na figura, no texto e nos conhecimentos sobre o
Impressionismo, considere as afirmativas a seguir.
I. Os impressionistas eram unânimes em relação à compreensão
da sensação visual como fenômeno mental.
II. Monet promovia a dissolução visual do mundo em suas telas e
Degas voltou-se para um desenho que estrutura a ação no
espaço.
III. Degas recorreu, sem preconceitos, à fotografia, e isso é
perceptível em seus desenhos e pinturas, sobretudo pelos
enquadramentos.
IV. Em Mulher penteando seu cabelo, nota-se a pose complexa, o
movimento suspenso capturado em uma etapa do esforço físico e
a tensão formulada por linhas e manchas.
Assinale a alternativa correta.
a Somente as afirmativas I e II são corretas.
b Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
(Adaptado de: ARGAN, J. C. História da Arte Moderna. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992. p.104-109.)
26. (ENEM)Questão 64
A obra Les desmoiselles d’Avignon, do pintor espanhol Pablo
Picasso, é um dos marcos iniciais do movimento cubista. Essa
obra filia-se também ao Primitivismo, uma vez que sua
composição recorre à manifestação cultural de um determinado
grupo étnico, que se caracteriza por
a produção de máscaras ritualísticas africanas.
b rituais de fertilidade das comunidades celtas.
c festas profanas dos povos mediterrâneos.
d culto à nudez de populações aborígenes.
e danças ciganas do sul da Espanha.
(UnB)Questão 65
É possível estabelecer uma analogia entre as temporalidades
envolvidas na pintura e as envolvidas na representação cênica,
pois, na pintura, tal como na representação cênica, pode-se
identificar o tempo do relógio, transcorrido no processo de pintar
uma tela, e o tempo dramático, relativo à imagem pintada.
a CERTO
b ERRADO
27. (UnB)Questão 66
A duração e o ritmo da mensagem não interferem no processo de
interpretação de um texto teatral, visto que, no ato de recepção, as
informações veiculadas são decifradas intuitivamente,
independentemente do grau de sensibilidade e percepção estética
dos espectadores.
a CERTO
b ERRADO
(UnB)Questão 67
Uma das características do teatro contemporâneo, como indica o
exemplo da peça referida no texto, é a busca pela pureza de estilo,
que implica a manutenção de textos em sua forma e seu conteúdo
integrais, o que é coerente com o caráter universal das peças
teatrais contemporâneas.
a CERTO
b ERRADO
28. (UnB)Questão 68
A música, que exerce o papel principal em um concerto, pode
desempenhar papel secundário em encenações teatrais, filmes,
rituais ou atividades terapêuticas.
a CERTO
b ERRADO
(UnB)Questão 69
A organização métrica da música ocidental envolve dois tipos
básicos de divisão, binária e ternária, e alguns de seus gêneros
musicais evidenciam apenas um desses tipos de organização
rítmica.
a CERTO
b ERRADO
(UEL)Questão 70
Leia o texto a seguir.
Uma das obras de Alex Flemming é a instalação realizada na
Estação Sumaré do Metrô de São Paulo, constituída por vinte e
dois retratos frontais, do tipo fotos para documentos de identidade,
impressos sobre vidro, contendo vinte e dois poemas de autores
brasileiros.
Sobre o trabalho de Flemming, considere as afirmativas a seguir.
I. O sentido da proposição de Flemming permaneceria inalterado
em museus e galerias de arte.
II. A instalação remete à questão da identidade e, ao mesmo
tempo, da alteridade.
III. Embora a estação de metrô seja um espaço de trânsito, o
artista evidencia outro modo de relação com ele, conferindo aos
passantes e às imagens a possibilidade de pertencimento.
IV. As imagens em grande escala, para um espaço público
determinado, resultam em uma instalação de impacto visual que
sugere sentidos políticos sob forma plástica.
Assinale a alternativa correta.
a Somente as afirmativas I e II são corretas.
b Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
(Adaptado de: . Acesso em: 12 maio 2016.)
29. (UnB)Questão 71
Arthur Omar, ao registrar o cotidiano, representado, por exemplo,
nas festas populares, às quais se pode associar a figura abaixo,
apresenta caminhos investigativos da imagem fotográfica
contemporânea, por meio de processos fotográficos analógicos,
que correspondem à reprodução fotoquímica da imagem, e
digitais, embasados em procedimento físico-numérico.
a CERTO
b ERRADO
(UnB)Questão 72
A figura do gameart, em que se evidencia a aproximação entre
arte e tecnociência, bem como as ideias do texto acima confirmam
a tese de que a evolução tecnológica tem contribuído para
formação mais integral dos indivíduos.
a CERTO
b ERRADO
(UnB)Questão 73
Considerando-se a mencionada união entre atuação, dança e
música, é correto afirmar que o teatro tradicional japonês se
aproxima das tradições dramáticas populares brasileiras, como,
por exemplo, do bumba meu boi.
a CERTO
b ERRADO
30. (UnB)Questão 74
As formas idealizadas por Doré, tanto as humanas quanto as dos
demônios, assemelham-se, em suas proporções, ao modelo dos
corpos dos super-heróis das histórias em quadrinhos do século
XX.
a CERTO
b ERRADO
(UnB)Questão 75
No teatro Nô, são utilizados como elementos cênicos a música, a
maquiagem e os figurinos, o que o torna uma das principais
manifestações do teatro ocidental.
a CERTO
b ERRADO
31. (UNIFOR)Questão 76
a I, II, III.
b II, III, V.
c I, III, IV.
d II, IV, V.
e I, IV, V.
(UNESP)Questão 77
O quadro não se presta a uma leitura convencional, no sentido de
esmiuçar os detalhes da composição em busca de nuances
visuais. Na tela, há apenas formas brutas, essenciais, as quais
remetem ao estado natural, primitivo. Os contornos inchados das
plantas, os pés agigantados das figuras, o seio que atende ao
inexorável apelo da gravidade: tudo é raiz. O embasamento que
vem do fundo, do passado, daquilo que vegeta no substrato do ser.
As cabecinhas, sem faces, servem apenas de contraponto. Estes
não são seres pensantes, produtos da cultura e do refinamento.
Tampouco são construídos; antes nascem, brotam como plantas,
sorvendo a energia vital do sol de limão. À palheta nacionalista de
verde planta, amarelo sol e azul e branco céu, a pintora acrescenta
o ocre avermelhado de uma pele que mais parece argila. A
mensagem é clara: essa é nossa essência brasileira – sol, terra,
vegetação. É isto que somos, em cores vivas e sem a intervenção
erudita das fórmulas pictóricas tradicionais.
(Rafael Cardoso. A arte brasileira em 25 quadros, 2008.
Adaptado.)
Tal comentário aplica-se à seguinte obra de Tarsila do Amaral
(1886-1973):
a
b
32. c
d
e
(UNESP)Questão 78
Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater:
uma, pelas leis, outra, pela força. A primeira é própria do homem;
a segunda, dos animais. Como, porém, muitas vezes a primeira
não seja suficiente, é preciso recorrer à segunda. Ao príncipe
torna-se necessário, porém, saber empregar convenientemente o
animal e o homem. [...] Nas ações de todos os homens, máxime
dos príncipes, onde não há tribunal para que recorrer, o que
importa é o êxito bom ou mau. Procure, pois, um príncipe, vencer e
conservar o Estado.
O texto, escrito por volta de 1513, em pleno período do
Renascimento italiano, orienta o governante a
a defender a fé e honrar os valores morais e sagrados.
b valorizar e priorizar as ações armadas em detrimento do
respeito às leis.
c basear suas decisões na razão e nos princípios éticos.
d comportar-se e tomar suas decisões conforme a circunstância
política.
e agir de forma a sempre proteger e beneficiar os governados.
(UnB)Questão 79
Tendo como referência o texto acima e a figura apresentada, que
se refere à obra Ceci n’est pas une pipe (Isto não é um
cachimbo), Na obra Ceci n’est pas une pipe, em que os
elementos do grafismo e os das artes plásticas são expressos no
mesmo espaço, o enunciado ratifica a identidade da figura.
a CERTO
b ERRADO
(Nicolau Maquiavel. O príncipe, 1983.)
33. (UnB)Questão 80
A partir das informações do texto de Lúcia Santaella, assinale a
opção correta.
a Na primeira metade do século XX, Walter Benjamin
considerou como garantia de mais pureza na arte a possibilidade
técnica de reproduzir a arte.
b O modo de recepção do cinema, mesmo sendo este uma arte
híbrida, é o mesmo que o de recepção de uma pintura a óleo
produzida no século XIV.
c Por coerência com suas tendências capitalistas, a Escola de
Frankfurt reforçava o interesse pela análise da linguagem
cinematográfica.
(Unioeste)Questão 81
Com base no conto A nova Califórnia, de Lima Barreto, assinale a
alternativa INCORRETA.
a Na descrição do Capitão Pelino, o narrador ironiza a literatura
elitista, centrada na valorização da língua culta e das normas
gramaticais.
b Ao discorrer sobre a forma como Raimundo Flamel tratava as
crianças, o narrador expõe mazelas do tecido social e racial
brasileiro.
c O erro do químico Flamel – semelhante ao do escritor francês
Saint-Pierre, em relação aos escravos – foi desconsiderar o
ambiente que o cercava.
d Ao apontar o único crime registrado na pacífica cidade de
Tubiacanga, o narrador ironiza os que se valem do poder na
defesa dos próprios interesses.
e Quando descobre o processo alquímico de fabricar ouro – a
partir dos ossos das pessoas mortas – Raimundo Flamel é
covardemente assassinado.
34. (UNIFOR)Questão 82
Abaporu é uma clássica pintura do modernismo brasileiro, da
artista Tarsila do Amaral. O nome da obra é de origem tupi-guarani
que significa “homem que come gente” (canibal ou antropófago),
uma junção dos termos aba (homem), porá (gente) e ú (comer).
A tela foi pintada por Tarsila em 1928 e oferecida ao seu marido, o
escritor Oswald de Andrade. Os elementos que constam da tela,
especialmente a inusitada figura, despertaram em Oswald a ideia
de criação do Movimento _____________. O Movimento consistia
na deglutição da cultura estrangeira, incorporando-a na realidade
brasileira para dar origem a uma nova cultura transformada,
moderna e representativa.
Quanto à primeira fase do Modernismo brasileiro, analise as
afirmações:
I - Caracterizou-se pelas tentativas de solidificação do movimento
renovador e pela divulgação de obras e ideias modernistas.
II - Os escritores dessa fase defendiam estas propostas:
reconstrução da cultura brasileira sobre bases nacionais;
promoção de uma revisão crítica de nosso passado histórico e de
nossas tradições culturais; eliminação definitiva do nosso
complexo de colonizados, apegados a valores estrangeiros.
III - Dentre os muitos escritores que fizeram parte da primeira
geração do Modernismo, destacamos Oswald de Andrade, Mário
de Andrade, Manuel Bandeira, Alcântara Machado, Menotti del
Picchia, Raul Bopp, Ronald de Carvalho e Guilherme de Almeida.
IV - O período reflete um conturbado momento histórico: no plano
internacional, vivese a depressão econômica, o avanço do
nazifascismo e a II Guerra Mundial; no plano interno, Getúlio
Vargas ascende ao poder e se consolida como ditador, no Estado
Novo.
V - Observa-se, nesta primeira fase, uma literatura mais
construtiva e mais politizada, que não quer e não pode se afastar
das profundas transformações ocorridas nesse período; daí
também o surgimento de uma corrente mais voltada para o
espiritualismo e o intimismo.
É correto apenas o que se afirma em:
a I e IV.
b II, III e V.
c I, II e III.
d III, IV e V.
e I, II, IV e V.
(UPE)Questão 83
Escrita por Pero Vaz de Caminha, a Carta do Achamento do Brasil
a descreve a terra descoberta, supostamente as Índias, cuja
cultura dos habitantes era completamente conhecida por parte dos
portugueses que atracaram nas praias.
b denuncia as mazelas da terra, a pobreza e a inviabilidade de
colonizá‐la por ser um território inóspito, pobre e muito quente.
c atrai a curiosidade e a ambição dos habitantes do velho
mundo, para que eles, movidos pelo desejo de conhecer a nova
terra, enfrentassem os perigos da viagem e viessem a habitá‐la e
colonizá‐la.
d é um texto literário, tendo em vista que a imaginação fértil de
seu autor não lhe confere a menor credibilidade histórica.
e é o primeiro documento histórico produzido em terras
brasileiras, construído por uma linguagem técnica, científica, cujo
significado só pode ser captado por intelectuais.
Questão 84
Assinale a alternativa que corresponde ao romance “Jorge, um
brasileiro”, de Oswaldo França Júnior.
a “A essa hora, um viajante, montado numa boa besta tordilho-
queimada, gorda e marchadeira, seguia aquela estrada. A sua
fisionomia e maneiras de trajar denunciavam de pronto que não
era homem de lida fadigosa e comum ou algum fazendeiro
daquelas cercanias que voltasse para casa. Trazia na cabeça um
chapéu-do-chile de abas amplas e cingido de larga fita preta, sobre
os ombros um poncho-pala de variegadas cores e calçava botas
de couro da Rússia bem feitas e em bom estado de conservação.”
b "Numa favela tem pedreiros, empregadas domésticas,
cobradores. Nem todos são envolvidos com o crime. Eu mesmo
nunca me envolvi. Era uma espécie de mauricinho, um
espectador. Éramos pobres, esperando uma ajuda de
Deus. Já o bandido se afasta da comunidade quando é mesmo
bandido.”
c “As sementes destes contos não poderiam ser mais diversas:
a primeira visita a um bordel em ‘Varandas da Eva’; uma
passagem de Euclides da Cunha em ‘Uma carta de Bancroft’;
a vida de exilados em ‘Bárbara no inverno’ ou ‘Encontros na
península’; o amor platônico por uma inglesinha em ‘Uma
estrangeira da nossa rua’. Com mão discreta e madura, o autor
trabalha esses fragmentos da memória até que adquiram, sem que
se adivinhe como ou quando, outro caráter: frutos do acaso e da
biografia pessoal, eles afinal se mostram como
imagens exemplares do curso de nossos desejos e fracassos.”
d “A narrativa retorna ao caso do Bananal, e descobre-se que o
Fefeu havia sido preso por ter sido obrigado a roubar uma correia
de ventilador para o seu caminhão, que havia quebrado. O zelador
não concordou de maneira alguma em ceder uma para ele, ele
tentou tirar e o zelador chamou um soldado e o prendeu.”
Disponível em: http://www.significados.com.br/abaporu/>. Acesso em:
30/4/2013.
35. (Mackenzie)Questão 85
A partir do fragmento selecionado, pode-se afirmar que a prosa de
Joaquim Manoel de Macedo
I. é marcada por enredos cheios de peripécias e final feliz.
II. é composta com uma linguagem simples, estilo fluente e leve.
III. é elaborada em torno de objetividade temática, com negação
do sentimentalismo.
Assinale a alternativa correta.
a Estão corretas apenas as alternativas I e II.
b Estão corretas apenas as alternativas I e III.
c Estão corretas apenas as alternativas II e III.
d Todas as alternativas estão corretas.
e Nenhuma das alternativas está correta.
(UPF)Questão 86
No capítulo final de São Bernardo, de Graciliano Ramos, a
personagem Paulo Honório, já na idade madura, retoma a sua
existência, em perspectiva, e reconhece que se tornou um homem
_________________. Levando-se em conta toda a trajetória de
Paulo Honório, narrada no livro, pode-se afirmar que essas
qualidades morais que ele reconhece em si mesmo têm sua
origem, principalmente, no meio social __________________ em
que foi criado.
Assinale a alternativa cujas informações preenchem corretamente
as lacunas do enunciado.
a egoísta e brutal / competitivo e hostil.
b humilde e sensível / miserável e solidário.
c generoso e crédulo / religioso e simples.
d promíscuo e esbanjador / licencioso e imprevidente.
e incrédulo e subserviente / ímpio e autoritário.
(UPF)Questão 87
Eu nada entendo da questão social.
Eu faço parte dela, simplesmente...
E sei apenas do meu próprio mal,
Que não é bem o mal de toda a gente,
Nem é deste Planeta... Por sinal
Que o mundo se lhe mostra indiferente!
E o meu Anjo da Guarda, ele somente,
É quem lê os meus versos afinal...
E enquanto o mundo em torno se esbarronda,
Vivo regendo estranhas contradanças
No meu vago País de Trebizonda...
Entre os loucos, os Mortos e as Crianças,
É lá que eu canto, numa eterna ronda,
Nossos comuns desejos e esperanças.
(A rua dos cataventos)
Leia as seguintes afirmações sobre o soneto V, de Mário Quintana,
transcrito acima:
I. O eu-lírico demonstra seu desinteresse pela questão social em
versos que abordam o tema do amor.
II. O texto, composto por versos livres, é um exemplo da poesia
religiosa produzida pelo autor.
III. No poema, evidencia-se a valorização do devaneio e do mundo
infantil.
Qual(is) está(ão) correta(s)?
a apenas II
b apenas III
c I e II
d I e III
e II e III
36. (Faceres)Questão 88
Leia atentamente o poema a seguir, do poeta português Luís Vaz
de Camões (1524 – 1580):
Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está ligada.
Mas esta linda e pura semideia,
que, como um acidente em seu sujeito,
assim como a alma minha se conforma,
está no pensamento como ideia:
e o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.
Um dos aspectos que mais se destacam na obra de Camões e que
pode ser observado nesse poema é:
a O neoplatonismo, por meio do qual o eu-lírico declara, em um
primeiro momento, contentar-se com a ideia do amor, sem precisar
que ela se concretize fisicamente.
b O hedonismo, em que se nota a satisfação plena da alma do
eu-lírico na busca pelo prazer do amor.
c O bucolismo, representado no poema pela tranquilidade e
aceitação do eu-lírico na não consumação do amor carnal.
d A presença de neologismos, o que se nota na palavra
“semideia”.
e A inovação formal, por meio da qual o poeta rompe com as
formas fixas tradicionais e promove uma mudança no paradigma
da expressão poética canonizada.
(UnB)Questão 89
A aproximação entre o discurso filosófico e o literário, proposta
pelo narrador ao seu interlocutor, produz como efeito estético a
composição de fechamento do texto em si mesmo, o que impede o
leitor de mirar-se no espelho da narrativa.
a CERTO
37. b ERRADO
(ENEM PPL)Questão 90
Fernand Léger, artista francês envolvido com o movimento cubista,
tinha como princípio transformar imagens em figuras geométricas,
especialmente cones, esferas e cilindros. A obra apresentada
mostra o homem em uma alusão à Revolução Industrial e ao pós I
Guerra Mundial e explora
a as formas retilíneas e mecanizadas, sem valorização da
questão espacial.
b as formas delicadas e sutis, para humanizar o operário da
indústria têxtil.
c a força da máquina na vida do trabalhador pelo jogo de
formas, luz/sombra.
d os recursos oriundos de um mesmo plano visual para dar
sentido a sua proposta.
e a forma robótica dada aos operários, privilegiando os
aspectos triangulares.
(UNIFESP)Questão 91
Indique a alternativa que identifica corretamente, de
modo respectivo, a métrica e a natureza predominante das rimas.
a Heptassílabos – rima toante.
b Octossílabos – rima toante.
c Hexassílabos – rima consoante.
d Octossílabos – rima consoante.
e Heptassílabos – rima consoante.
38. (ULBRA)Questão 92
Marque “V” para verdadeiro e “F” para falso as afirmações sobre o
Barroco brasileiro.
( ) Chamado também de Seiscentismo, o Barroco é um estilo
literário caracterizado pela linguagem rebuscada, pelo uso de
antíteses e de paradoxos que expressam a visão de mundo
barroca numa época de transição entre o teocentrismo e o
antropocentrismo.
( ) O Cultismo constitui-se na valorização da forma e da imagem;
no jogo de palavras; no emprego de metáforas, hipérboles,
antíteses, perífrases, analogias e comparações.
( ) No Brasil, segunda metade do século XVIII, sentem-se os
"ecos" do Barroco, com o ciclo do ouro, que propicia o
desenvolvimento das artes em geral, notadamente em São Paulo,
onde se destacam as obras de Aleijadinho.
( ) Gregório de Matos Guerra foi um escritor popular. Junto a
expressões de amor carnal, manifestou aspirações religiosas, ao
lado de poesias reflexivas sobre a condição humana; debochou e
satirizou a sociedade baiana da época.
( ) Bento Teixeira inaugura o Barroco, no Brasil, em 1601, com a
publicação do poema Prosopopéia, que tem 94 estrofes.
a V; V; V; V; F.
b F; V; F; V; V.
c F; F; V; F; F.
d V; V; F; V; V.
e V; F; V; F; V.
(UCS)Questão 93
Memórias Postumas de Brás Cubas, de Machado de Assis,
inaugura a chamada segunda fase da produção literária do autor.
A esse momento está também ligada a obra Dom Casmurro.
Em relação ao romance Dom Casmurro, analise a veracidade (V)
ou a falsidade (F) das proposições abaixo.
( ) A ambiguidade e a incerteza permeiam as ações dos
protagonistas e isso não é amenizado nem mesmo no desfecho.
( ) Capitu, Bentinho, Sancha e Escobar formam os pares
românticos da trama, marcada pela busca de ascensão social.
( ) O motivo principal que inicialmente impede Bentinho de
namorar Capitu é o fato de ela pertencer a uma classe social
inferior à dele.
Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses,
de cima para baixo.
a V – V – V
b V – F – F
c V – F – V
d F – F – F
e F – V – V
(ESPM)Questão 94
Os versos que confirmam de modo mais preciso as características
apontadas no texto são:
a Ó Formas alvas, brancas. Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras... (“Antífona”)
b Para as Estrelas de cristais gelados
As ânsias e os desejos vão subindo,
Galgando azuis e siderais noivados
De nuvens brancas a amplidão vestindo.
(“Siderações”)
c Nesse lábio mordente e convulsivo,
Ri, ri risadas de expressão violenta
O Amor, trágico e triste, e passa, lenta,
A morte, o espasmo gélido, aflitivo... (“Lésbia”)
d Alma! Que tu não chores e não gemas,
Teu amor voltou agora.
Ei-lo que chega das mansões extremas,
Lá onde a loucura mora! (“Ressurreição”)
e As minhas carnes se dilaceraram
E vão, das llusões que flamejaram,
Com o próprio sangue fecundando as terras...(“ Clamando”)
39. (ESPM)Questão 95
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de
ponto expediente protocolo e
manifestações de apreço ao sr. diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar
no dicionário o cunho vernáculo
de um vocábulo
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos
universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes
de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer
que seja fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de cossenos
secretário do amante exemplar com cem
modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
— Não quero mais saber do lirismo que não
é libertação.
(Manuel Bandeira, in: Libertinagem)
Com o verso: “Abaixo os puristas”, Bandeira critica os autores
exagerados em matéria de pureza da linguagem escrita e falada.
Baseado nisso, poderiam ser listados os seguintes nomes:
a Eça de Queirós, Machado de Assis e Raul Pompeia.
b Rui Barbosa, Olavo Bilac e Coelho Neto.
c Claudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga.
d Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira.
e José de Alencar, Manuel Antônio de Almeida e Joaquim
Manuel de Macedo.
(UFPR)Questão 96
Assinale a alternativa correta.
a A crítica social presente em O pagador de promessas, de
Dias Gomes, perde universalidade em função de seu caráter
regionalista, pois sabe-se que, quando a peça estreou (1960), a
visão conservadora do Padre Olavo já não se
encontrava mais nas grandes cidades.
b O regionalismo de S. Bernardo, de Graciliano Ramos, é típico
da segunda fase do modernismo brasileiro, que se
caracteriza pela exploração dos dramas sociais, deixando em
segundo plano o aprofundamento psicológico das
personagens, o que fica claro na brutalidade do protagonista,
Paulo Honório.
c Inocência, do Visconde de Taunay, promove uma fusão entre
as convenções do romance romântico, perceptível no caso
de amor entre Inocência e Cirino, e os elementos regionais
representados pela natureza, a linguagem e os costumes do
interior do Brasil no século XIX.
d Apesar do caráter universal da obra de Clarice Lispector,
percebe-se a influência regionalista nos contos de Felicidade
Clandestina, pois a ação de alguns deles acontece no nordeste
brasileiro, mais precisamente na cidade de Recife.
e Em “A vingança da peroba”, “A colcha de retalhos” e
“Bucólica”, entre outros textos de Urupês, a imagem do Jeca Tatu,
caboclo preguiçoso e ignorante, é substituída por uma visão
positiva do caboclo, entendido como um homem de valor
que não se desenvolve em função da desatenção das autoridades.
40. (UENP)Questão 97
Leia o trecho a seguir da obra A Morte e a Morte de Quincas Berro
D’Água, de Jorge Amado.
Até hoje permanece certa confusão em torno da morte de Quincas
Berro D’Água. Dúvidas por explicar, detalhes absurdos,
contradições no depoimento das testemunhas, lacunas diversas.
Não há clareza sobre hora, local e frase derradeira. A família,
apoiada por vizinhos e conhecidos, mantém-se intransigente na
versão da tranquila morte matinal, sem testemunhas, sem aparato,
sem frase, acontecida quase vinte horas antes daquela outra
propalada e comentada morte na agonia da noite, quando a lua se
desfez sobre o mar e aconteceram mistérios na orla do cais da
Bahia. Presenciada, no entanto, por testemunhas idôneas,
largamente falada nas ladeiras e becos escusos, a frase final
repetida de boca em boca, representou, na opinião daquela gente,
mais que uma simples despedida do mundo, um testemunho
profético, mensagem de profundo conteúdo (como escreveria um
jovem autor de nosso tempo).
(AMADO, J. A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água. Rio de
Janeiro: Record, 2000. p.13-14.)
O fragmento apresenta a discussão que se estabeleceu sobre as
reais circunstâncias da morte de Quincas Berro D’Água.
Considerando as características da Segunda Fase do
Modernismo, bem como a possibilidade de “duas mortes” do
personagem, assinale a alternativa que apresenta motivações que
justifiquem relacionar a obra com o momento literário em questão.
a A confusão sobre a morte de Quincas Berro D’Água
estabelece-se pelo fato de a primeira morte, aquela atestada pela
família, configurar-se como uma morte simbólica, por conta da
mudança de vida do respeitado funcionário público Joaquim para o
boêmio Quincas; ao passo que a segunda morte se caracteriza
como uma morte física e real, passamento não confirmado pela
família, que há tempos já considerava o protagonista como morto,
por sua conduta mundana. A postura dos entes de Quincas
assevera o momento de valorização da moral e dos costumes
daquela sociedade.
b O fragmento do texto de Jorge Amado revela
questionamentos sobre a morte de Quincas Berro D’Água, pois o
personagem faleceu vítima da violência crescente na capital
baiana, circunstância a ser escondida pela família e que aponta
críticas a um quadro econômico e social decadentes.
c O trecho apresenta uma confusão sobre a morte de Quincas
Berro D’Água, pois, como se vê na última parte do fragmento, o
personagem ainda havia proferido uma frase – espécie de
despedida, vinte horas depois do que fora divulgado pela família,
antes de findar sua própria vida no mar, como sempre desejou.
Este fato fora ocultado pelos parentes de Quincas Berro D’Água
por estes se preocuparem com a possível danação religiosa do
morto, já que ele atentara contra a própria vida, em um flagrante
apego e cuidado com as convenções morais, o que era típico na
época.
d O trecho apresenta uma confusão sobre a real situação da
morte de Quincas Berro D’Água, uma vez que a família assume
uma versão, limpa e decente, e os amigos atestam outra,
perpassada pela boemia e finalizada no mar. Isto se dá pela
tentativa de empreender uma crítica à realidade da sociedade da
época, pautada em um moralismo coercitivo que mascara a
verdade, tratando com humor ainda os costumes por meio da
revelação de traços do ambiente baiano, plural em seus
personagens e aspectos socioculturais.
e O trecho refere-se à dúvida sobre a morte de Quincas Berro
D’Água, uma confusão justificada pelas noções de real e
sobrenatural, apoiadas pela ideia de um morto que, mesmo
atestado como tal, é capaz de sair com os amigos para uma última
despedida da vida boêmia.
(UNISC)Questão 98
A protagonista de Gabriela, cravo e canela é uma mulher
anacrônica, pois escolhe trilhar um caminho que rompe com os
parâmetros da sociedade da sua época. Do mesmo autor, que
personagem também pode ser considerada à frente de seu
tempo?
a Teresa, em Teresa Batista cansada de guerra.
b Lina, em Iaiá Garcia.
c Rita Baiana, em O cortiço.
d Diadorim, em Grande sertão: veredas.
e Sinhá Vitória, em Vidas secas.
(UPF)Questão 99
Antonio Candido, em sua Formação da literatura brasileira, afirma
que o Brasil careceu, do século XVI até meados do século XVIII,
de um sistema literário, verificando-se, nesse período, tão somente
a existência de manifestações literárias isoladas, mais ou menos
efêmeras. Segundo Candido, só se pode falar de uma literatura
nacional propriamente dita, no país, quando se observa a
emergência de um conjunto de obras ligadas por denominadores
comuns. Esses denominadores englobam, além das
características internas das obras (língua, temas, imagens), os
seguintes elementos:
a Um grupo de escritores com certa consciência de seu papel;
um grupo de leitores com interesses variados; uma linguagem
traduzida em estilos.
b Um grupo de escritores com certa consciência de seu papel;
um grupo atuante de críticos literários; uma rede de bibliotecas
públicas.
c Um grupo de leitores com interesses variados; um grupo
atuante de críticos literários; uma rede de escolas públicas.
d Um grupo de leitores com interesses variados; uma rede de
escolas públicas; um número significativo de editoras e livrarias.
e Um grupo atuante de críticos literários; uma linguagem
traduzida em estilos; um número significativo de editoras e
livrarias.
(FATEC)Questão 100
Leia o texto seguinte e responda à questão 53.
Capitães de Areia é um romance, de Jorge Amado, que trata
a da vida de órfãos sobreviventes de um naufrágio ocorrido
perto da cidade de Pernambuco.
b do sofrimento de um grupo de meninos sobreviventes de uma
chacina no Rio de Janeiro.
c do drama vivenciado por jovens chineses e africanos
encontrados nos porões de um navio no porto de Santos.
d da pobreza vivida pelos jovens fugidos de um reformatório em
busca do sonho de liberdade em Recife.
e das histórias cotidianas de meninos de rua que lutam pela
sobrevivência em Salvador.