2. Fisiopatologia
O diabetes resulta:
da deficiência da produção de insulina pelo
pâncreas.
da redução da sensibilidade das células do
organismo a este hormônio.
3. PRIMÁRIA (sem outra patologia associada)
Diabetes tipo I – dependente da insulina
Autoimune (marcadores /Anti-insulina, antidescarboxilase do
ácido glutâmico e antitirosina-fosfatases)
idiopática
Diabetes tipo II – independente da insulina
não obeso
Obeso
SECUNDÁRIA (a outra patologia)
Doença pancreática crônica (ex: alcoolismo)
Patologias hormonais
Feocromocitoma (tumores, geralmente benignos, de células
cromafins adrenais causa uma secreção excessiva de
catecolaminas)
Acromegália (síndrome causada pelo aumento da secreção
do hormônio de crescimento (GH e IGF-I))
Cushing (desordem endócrina causada por níveis elevados
no sangue de cortisol - antagônico a insulina-)
Stress (ex:queimaduras extensas, pós-operatório etc)
Induzida por medicamentos (diuréticos, estrogênios,cortisona)
Anomalias no receptor para a insulina
Síndromes genéticas
Diabetes gestacional
4. Diabetes Gestacional
Este tipo de diabetes é
diagnosticado durante a
gestação.
Há uma resistência insulínica
provocada por hormônios
produzidos na placenta:
Prolactina / lactogênico
glucagon
progesterona
5. É importante que todas as mulheres grávidas sejam testadas :
acima de 25 anos,
não obesas,
sem histórico de diabetes na família.
Deve-se realizá-lo entre a 24ª e a 28ª semanas de gestação.
Primeiramente, o teste consiste na ingestão oral de uma dose
de 50g/75g de glicose.
O sangue será colhido nos tempos basal e 60’ (minutos).
Os resultados normais são até 80mg/dl e 140mg/dl.
Os seguintes resultados de exame sugerem que pode ter
diabetes:
exame de glicemia de jejum: 126 mg/dl ou mais;
exame de glicemia aleatório: 200 mg/dl ou mais.
6. Em caso de dúvidas deve se realizar um teste de sobrecarga
com 100 g de glicose. Neste caso a interpretação é a
seguinte:
- Jejum até 95 mg/dL
- 1 hora até 180 mg/dL
- 2 horas até 155 mg/dL
- 3 horas até 140 mg/dL
O diagnóstico de diabetes mellitus gestacional é feito quando
2 ou mais destes valores estão fora dos limites
7. Exames de Rotina para
Diagnosticar o Diabetes????
O critério de diagnóstico foi modificado pela American
Diabetes Association (ADA), posteriormente aceito pela
(OMS) e pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), que são
três os critérios aceitos para o diagnóstico de DM:
1.sintomas de poliúria, polidipsia e perda ponderal
acrescido de glicemia casual acima de 200 mg/dl.
2.glicemia de jejum igual ou superior a 126 mg/dl (7mmol).
3.Glicemia de duas horas pós-sobrecarga de 75g de
glicose acima de 200 mg/dl.
9. A Associação Americana de Diabetes (ADA) recomenda a
hemoglobina Glicosilada (HbA1c).
A hemoglobina tem vida média de 60 a 90 dias.
O açúcar quando está no sangue se liga a essa proteína de
forma irreversível (glicosilação).
Quanto maior for a quantidade de açúcar, maior será o
índice de glicosilação de hemoglobina.
O limite máximo de normalidade para não diabéticos é de
6%.
6,5% (DIABETES), 5,7% a 6,4% (PRÉ-DIABETES)
Manter a A1C abaixo de 7%, visa apresentar riscos de
complicações praticamente iguais aos da população em
geral.
Em diabéticos mal controlados é possível se encontrar:
nível de glicosilação de 15% ou até 20%
10. Sinais e sintomas
A tríade clássica dos sintomas da diabetes é:
poliúria (pessoa urina com frequência),
polidipsia (sede aumentada e aumento de
ingesta de líquidos),
polifagia (apetite aumentado).
Sinais acantosis nigricans (criança)
11. Acima do limiar renal.
A reabsorção de
glicose no túbulo
proximal do rim é
incompleta
Glicosúria
Aumenta a pressão osmótica da
urina e consequentemente inibe
a reabsorção de água pelo rim.
O volume de sangue perdido
será reposto osmoticamente
da água armazenada das
células do corpo, causando
desidratação
(mudanças no formato das lentes dos olhos)
12. Complicações
As complicações causadas pela diabetes se dão
basicamente pelo excesso de:
glicose no sangue
existe a possibilidade de glicosilar as proteínas
A glicose liga-se ao grupo amino de proteínas
intra ou extracelulares. Esta reação vai formar
produtos terminais de glicosilação avançada
(AGE).
Os AGE provocam o cross-linking/ligações
covalentes do colágeno tipo I (diminui a
elasticidade dos vasos) e do tipo IV (diminui a
adesão celular).
Proteínas plasmáticas como a albumina ligam-se às
membranas basais glicosiladas provocando
enrijecimento.
retenção de água na corrente sanguínea
retirada da mesma do espaço intercelular.
13. As complicações crônicas:
Microangiopatia (manifestada como Nefropatia e
Retinopatia)- Ocorre um espessamento difuso da
membrana basal, principalmente nos capilares, por
deposição de colágeno.
As paredes dos vasos ficam danificadas, podendo
romper-se e criar hemorragias.
Os capilares ficam mais permeáveis às proteínas
plasmáticas
Macroangiopatia (enfermidade aterosclerótica dos
grandes vasos) - A hiperglicemia tende a aumentar as
concentrações de lipídios no sangue que provocam
uma aterosclerose acelerada.
14. Peq DensaPeq Densa
LDLLDL
LDLLDL
RimRim
(CETP)(CETP)
Ester colesterolEster colesterol
VLDVLD
LL
HDLHDL
TGTG
Apo A-1Apo A-1
(Solúvel)(Solúvel)
Clearance renalClearance renal
TGTG
Apo BApo B
VLDLVLDL
VLDLVLDL
XX
AdipocitosAdipocitos
FígadoFígado
InsulinaInsulina
(RI)(RI)
AGLAGL
(lipase hepatica)(lipase hepatica)
catabolismo TGcatabolismo TG
em HDLem HDL
+ ATEROGENICA+ ATEROGENICA
16. Exames para Detectar
Complicações Crônicas
Retinopatia Diabética
No caso do diabetes tipo 1, após cinco anos do diagnostico é
recomendável:
A realização de um exame oftalmológico anual.
O foco principal deverá ser a oftalmoscopia com
dilatação pupilar.
Após a primeira realização, este exame poderá ser feito
anualmente.
17. Nefropatia Diabética - Espessamento da membrana basal
dos capilares glomerulares / Aterosclerose renal
Esta complicação acontece quando:
se detecta albumina na urina
alterações da taxa de filtração glomerular
Esta constatação é feita através da:
Microalbuminúria (albumina na urina/30 a 300 mg/24h)
Clearance de creatinina (função renal com a creatinina )
18. Neuropatia Diabética- Quer os nervos motores quer os
receptores sensoriais distais e os nervos do sistema nervoso
autônomo são afetados pela reduzida quantidade de açúcar
disponível para as suas células.
Exames clínicos podem identificar a presença de neuropatia
em muitas pessoas, como:
avaliação dos pés,
testes de sensibilidade, com monofilamento dos reflexos
tendinosos
Mas também é possível avaliar a função dos nervos através da
chamada eletroneuromiografia.
o estudo de condução nervosa e a eletromiografia.
19. Detecção de Acidentes Vasculares Cerebrais ou Obstrução
das Artérias das Pernas
É fundamental a realização de exame clínico, onde o
profissional detecta:
a redução da pulsação das artérias
a temperatura local (extremidades dos pés frias, etc.).
Exames:
Ultrasonografia, com doppler, Carótidas e vertebrais
Ultrasonografia, com doppler arterial dos Membros
inferiores.
Complicações Cardiovasculares
Para todas as pessoas com diabetes, é importante uma
avaliação anual.
Além do exame clínico, é recomendável a realização dos
exames de rotina, assim como:
Colesterol total, HDL, e LDL;
Triglicérides;
20. Tratamento
A diabetes mellitus é atualmente:
uma doença crônica,
sem cura,
Sua ênfase deve ser em evitar/administrar
problemas possivelmente relacionados à diabetes.
É extremamente importante:
a educação do paciente,
o acompanhamento de sua dieta,
exercícios físicos,
monitoração própria de seus níveis de glicose,
com o objetivo de manter os níveis de glicose
a longo e curto prazo adequados.
21. Os objetivos do tratamento do Diabetes Mellitus
Tipo 1:
melhorar a qualidade de vida,
minimizar hipoglicemias e hiperglicemias,
promover crescimento e desenvolvimento
normais e
reduzir complicações crônicas.
Somente com aplicações de insulina, sendo esta
administrada de várias formas.
Quanto ao:
tipo de insulina,
origem,
quantas vezes administrar
somente sob orientação médica
22. Hoje existem vários tipos de insulina para ajudar no
tratamento do diabetes:
Insulina de ação rápida,
Insulina de ação ultra-rápida,
Insulina de ação lenta,
Insulina de ação ultralenta,
Insulina de ação intermediária,
Insulina pré-mistura e
Insulina de ação prolongada.
23. Insulina
Início de
ação horas
Pico de
ação horas
Ação afetiva
horas
Ação
máxima
horas
Lispro /
Aspart
0,25 - 0,5 0,5 - 1,5 3 - 4 4 - 6
Regular/
rápida
0,5 - 1 2 - 3 3 - 6 6 - 8
Lenta /
NPH-
protamina
3 - 4 6 - 12 12 - 18 16 - 20
Ultralenta 6 - 10 10 - 16 18 - 20 20 - 24
Glargina/
Basal
4 ausente 4 - 24 24
Tempo de ação de insulinas, segundo sua origem
26. Diabetes Mellitus Tipo 2:
O Tratamento inicial seria:
uma dieta adequada
uma atividade física regular
Porém quando não são suficientes para manter a
glicemia num padrão adequado.
As medicações orais (hipoglicemiantes) devem ser
iniciados.
Anti-hiperglicemiante - impedindo a elevação da
glicemia após uma refeição
27. Medicamentos
Mecanismo de
ação
Redução de
glicemia de
jejum mg/dl
Redução da
Hemoglobina
Glicada %
Efeito sobre peso
corporal
Sulfoniluréias
Repaglinida*
Nateglinida*
Aumento da
secreção de
insulina
60-70 1,5-2,0 Aumento
Metformina
Aumento da
sensibilidade à
insulina
predominante no
fígado
60-70 1,5-2,0 Diminuição
Acarbose
Retardo da
absorção de
carboídratos/inibi
dores de alfa –
glicosidase
20-30 0,7-1,0 Sem efeito
Tiazolidinedionas
Aumento da
sensibilidade à
insulina no
músculo
35-40 1,0-1,2 Aumento
Medicamentos antidiabéticos orais: mecanismo de ação
e efeito clínico
28. Glicose
plasmática mg/dl
Hemoglobia
Glicosilada %
Colesterol mg/dl
Triglicé
rides
Pressão
arterial mmHg
Índice de massa
Corporal kg/m2
Jejum 110
2 horas pós-
prandial 140
Até limite
superior do
método
Total <200
HDL-c >45
LDL-c <100
<150
Sistólica <135
Diastólica <80
20-25
Objetivos do tratamento do
diabetes mellitus tipo 1 e 2
Horário Glicemia mg/dl
Pré-prandial 70-130
1 hora pós-
prandial
100-180
2 horas pós-
prandial
80-150
Valores alvos de glicemia em diabéticos tipo 1:
Valores alvos de glicemia em diabéticos tipo 2:
29. Terapia Nutricional
A avaliação nutricional tem como objetivo
primário:
determinar o estado nutricional do indivíduo
Os métodos de avaliação do estado nutricional
devem ser bem conhecidos e incluem:
anamnese alimentar e pesquisa de sinais e
sintomas clínicos;
medidas antropométricas;
determinações hematológicas, séricas e
urinárias apropriadas.
30. Medidas Antropométricas
Relação Peso-Altura
Índice de Massa Corporal/IMC
Prega Cutânea/Circunferência do Braço
Razão Cintura/Quadril (RCQ)
Bioimpedância ou Impedância Bioelétrica
32. Determinações Bioquímicas
A análise dos dados bioquímicos pode auxiliar na
avaliação do estado nutricional.
Estes dados podem ser obtidos através de exames:
séricos,
hematológicos e
urinários
33. Necessidades Energéticas e
Recomendações Nutricionais
A prescrição energética baseia-se nas calorias
requeridas para alcançar e manter o peso
desejado.
Indivíduos obesos (geralmente diabéticos do Tipo
2) devem ser orientados para seguirem uma dieta
com:
moderada restrição calórica,
associada com exercícios físicos,
a fim de reduzirem o peso, gradativamente.
34. Recomendações Nutricionais
Na década de 80, a distribuição percentual de nutrientes em
relação ao VET seguia as diretrizes básicas para a população em
geral.
Segundo estas recomendações:
50 a 60% do VET eram proveniente de carboidratos,
30% de gorduras
e 12 a 20% de proteínas.
Especial atenção deverá ser dada aos diabéticos com nefropatia.
O excesso não é benéfico:
pelo alto custo metabólico (até 60% pode ser convertido em
CHO)
pelo risco de elevar o consumo de gorduras
37. Fibras
Um consumo diário de 20 a 35 gramas de fibras
dietéticas é recomendado aos diabéticos.
As fibras diminuem a absorção dos carboidratos.
38. Vitaminas e Minerais
DM é uma doença que frequentemente se associa à
deficiência de micronutrientes.
Dieta balanceada não é necessário suplementação de
vitaminas e minerais.
As recomendações diárias são as mesmas que as da
população em geral.
Atenção deve ser dada a pacientes em uso de diuréticos
para tratar a proteinúria na nefropatia
observando-se a possível perda de potássio, que pode ser
reposto através da própria alimentação.
39. Fracionamento de Refeições
Para o diabético insulino-dependente recomenda-
se:
fracionar a alimentação diária em 6 refeições:
3 grandes - café da manhã, almoço e jantar
3 lanches intermediários
com horários e quantidade determinadas
adequadas ao tempo de ação da insulina usada
à prática de exercícios
a fim de evitar hipoglicemia ou hiperglicemia
40. Álcool
A abstenção de álcool deve ser enfatizada em
diabéticos com:
obesidade,
dislipidemias,
pancreatite,
neuropatia,
impotência,
história anterior de abuso de álcool,
controle instável,
hipoglicemias freqüentes e
durante a gestação.
41. Sódio
As recomendações de ingestão de sódio para o
diabético, de modo geral, são semelhantes as do
indivíduo não diabético:
Sódio 2400mg/dia
Atenção ao teor de sódio na dieta dos:
hipertensos
problemas cardíacos e/ou renais
42. Adoçantes e Alimentos
Dietéticos
Os adoçantes que podem ser utilizados como substitutos do
açúcar são classificados em:
calóricos
não calóricos
Os hipertensos devem usar, preferencialmente;
adoçantes que não contenham sódio na composição
procurar evitar sacarina e o ciclamato de sódio.
No seu consumo, devem ser tomadas certas precauções:
observar a ingestão diária aceitável/IDA
considerar vantagens e desvantagens de cada um
45. A Atividade Física Regular e a
Prevenção e o Controle do
Diabetes Mellitus
Devem-se considerar os riscos e as precauções em
relação a:
hipoglicemia,
hiperglicemia,
cetonúria,
cuidados com os pés,
neuropatia autonômica (tonturas e impotência
sexual),
Cardiopatia isquêmica (hipóxia (baixo), anóxia
(ausência))
Não esquecer que o diabético pode ter infarto
do miocárdio sem sentir dor precordial.