O documento descreve os personagens que aparecem na obra "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente. São apresentados personagens representantes da nobreza, da igreja, da justiça e do povo comum, e suas tentativas de entrar na barca do anjo ou do diabo quando chegam ao limite entre o céu e o inferno.
2. FIDALGO, D. Anrique;
ONZENEIRO (homem que vivia de emprestar dinheiro a
juros muito elevados, um AGIOTA);
SAPATEIRO de nome, que parece ser abastado, talvez dono
de oficina;
JOANE, um PARVO, tolo, vivia simples e inconsciente dos
seus atos;
FRADE cortesão, Frei Babriel, com a sua "dama" FLORENÇA;
Brísida Vaz, uma ALCOVITEIRA;
JUDEU USUÁRIO talvez chamado Semifará(na obra diz-se
que pode ser o nome do próprio ou de um conhecido);
CORREDOR e um PROCURADOR, altos funcionários da
Justiça;
ENFORCADO;
quatro CAVALEIROS que morreram a combater pela fé.
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3. O primeiro personagem é o fidalgo,
representante da nobreza e do luxo, que em
vida foi tirano e vivia de luxúria. O diabo diz
que aquela é sua barca e que ele deve entrar
ali. Ele se recusa e diz que muitas pessoas
rezam por ele. Ao pedir para entrar na barca
do anjo que leva ao paraíso seu pedido é
negado devido aos pecados que cometeu. Ele
se dirige para a barca do inferno e tenta
convencer o diabo a ver sua amada, porém o
diabo revela que ela o enganava.
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4. O próximo personagem é o Onzeneiro, uma
espécie de agiota da época, ele tenta convencer o
anjo a deixá-lo ir para o paraíso mais o pedido é
negado pois ele foi ganancioso e avarento. Ele
tenta subornar o diabo e diz que quer voltar para
pegar toda a sua riqueza acumulada, porém o
pedido é negado e ele entra na barca do inferno.
Depois, vem Loane, chamado de Parvo, que
significa um tolo e inocente, que vivia de forma
simples. O diabo tenta enganá-lo para entrar na
barca, mais quando ele descobre o destino corre
para conversar com o anjo que por fim devido a
sua humildade o autoriza a subir na barca.
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5. A próxima alma a chegar é a do sapateiro, que
chega com todos os seus instrumentos de
trabalho. Ele se julga trabalhador e inocente, por
isso pede ao anjo para deixá-lo ir ao paraíso, o
pedido porém é negado já que ele roubou e
enganou seus clientes. Ele então entra na barca
do diabo
O quinto a chegar é o frade, que segue em
direção ao anjo convicto que por ser um membro
da igreja ali é seu lugar. Mas ele chega com sua
amante e é condenado pelo anjo por falso
moralismo religioso, portanto deve ir para o
inferno. Indignado ele segue seu destino.
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6. Brísida Vaz é a próxima, uma alcoviteira que chega até o
anjo com o argumento de possuir seiscentos virgos
postiços, que seriam hímens. Isso deixa a entender que
prostituía meninas virgens. Ela é condenada por bruxaria e
prostituição, e entra então na barca do diabo.
Em seguida chega o Judeu, de nome Semifará,
acompanhado de um bode. Nem o anjo ou o diabo o quer
em sua barca. Ele não pode chegar perto do anjo acusado
de não aceitar o cristianismo, e então tenta convencer o
diabo a levá-lo, que aceita com a condição que ele seria
rebocado e não dentro da barca. Está é uma crítica ao
movimento que acontecia na época, em que muitos judeus
foram expulsos de Portugal e os que ficaram deveriam se
converter.
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7. Por fim chegam os representantes da lei, um
corregedor e um procurador, que aparecem com
seus livros e processos nas mãos e tentam
argumentar sua entrada no céu. Porém são
impedidos e acusados por manipular a justiça
para o bem próprio. Eles seguem para a barca do
inferno, onde parecem já conhecer a alcoviteira.
Os últimos a chegarem são quatro cavaleiros que
lutaram e morreram defendendo o cristianismo,
por isso são perdoados de seus pecados e
seguem para a barca do anjo.
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8.
Gil Vicente (1465-1536) foi um dramaturgo e
poeta português. Criador de vários autos é
considerado o maior representante do teatro
popular em Portugal.
Gil Vicente (1465-1536) nasceu em Guimarães,
Portugal no ano de 1465. Seu nome apareceu
pela primeira vez, em 1502, quando encenou a
peça “Auto da Visitação” ou “Monólogo do
Vaqueiro”, em homenagem ao nascimento do
príncipe D. João, futuro D. João III. O monólogo
tinha sido escrito em castelhano, em que um
simples homem do campo expressa sua alegria
pelo nascimento do herdeiro, desejando-lhe
felicidade.
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