Esta personagem representa uma alcoviteira, ou seja, uma prostituta. Ela usa símbolos e recursos expressivos de forma religiosa para tentar convencer o Anjo a deixá-la entrar na barca para o céu, alegando ter feito coisas boas. Contudo, o Anjo recusa por ela ter tido uma vida de prostituição e hipocrisia.
2. 1. caracterização:
Esta personagem caracteriza um estrato
social, as alcoviteiras, isto é, a classe das
prostitutas.
É uma personagem tipo, ou seja,
representa qualidades e defeitos de uma
determinada classe social.
3. 2. Simbolos cénicos:
Seiscentos hímanes ou membranas que representam a virgindade das moças.
Três arcas de feitiços.
Três armários de mentir.
Cinco cofres de mexericos/intrigas.
Alguns furtos alheos.
Jóias de vestir.
Guarda roupa de encobrir.
Uma casa movediça, eram as armadas nos próprios arraias.
Dez almofadas de enganar.
Estes símbolos representam a sua profissão, a prostituição.
4. 3. Recursos expressivos:
Interjeições e exclamações.
Perguntas retóricas.
Ironia.
Eufemismo.
Comparação.
Metáfora.
A Alcoviteira, usava estes recursos expressivos num modo religioso, para tentar
convencer o anjo que fez coisas boas e assim tentar entrar na sua barca.
5. 4. Percurso cénico:
1º momento: recusa-se a entrar na barca do Diabo – ‘’Não quero
eu entrar lá’’
2º momento: o Anjo recusa a sua entrada na barca – ‘’Eu não sei
quem te trás cá’’
3º momento: entra na barca do Diabo – ‘’Ora entrai, minha
senhora, e series bem recebida’’
DIABO ANJO DIABO
6. 5. Razões da sua condenação:
Nesta cena, o Diabo acaba por não acusar a Alcoviteira de
nada, pois ela fá-lo sozinha.
Usava então a seguinte expressão: ‘’A mor cárrega que é,
essas moças que vendia.’’
Foi acusada de ter um vida de prostituição, e
hipocrisia.
7. 6. Argumentos de defesa:
Esta defendeu-se dizendo que era perfeita tal como os apóstolos e anjos.
Afirmou que tinha feito coisas muito divinas e que salvara todas as
raparigas (arranjando-lhes casamentos ou homens que cuidassem delas).
Ela converteu as raparigas à religião católica (pois entregou-as aos
frades).
Disse que foi muito castigada.
E disse ainda, que se fosse condenada ou castigada, toda a sociedade
seria também.