O documento discute a implementação de políticas de inovação orientadas a missões no Brasil, propondo 10 princípios para um framework de políticas orientadas a missão. Essas políticas visam resolver problemas sociais por meio da ciência, mobilizando diversos setores. O documento também analisa as forças e fraquezas do sistema de inovação brasileiro.
O sistema de inovação brasileiro: uma proposta orientada à missão
1. The Brazilian Innovation System:
A Mission-Oriented Proposal
Mariana Mazzucato
Caetano Penna
Relatoria por: Taís Oliveira (UFABC) e Tarcízio Silva (UMESP)
2. INTRODUÇÃO
The Brazilian Innovation System: A
Mission-Oriented Policy Approach
Publicado em 2016 pelo Centro de Gestão
e Estudos Estratégicos
Mariana Mazzucato – Professora de
Economia da Inovação na University of
Sussex, membro na Science Policy
Research Unity e autora de O Estado
Empreendedor,
Caetano Penna – Professor na UFRJ,
membro do GESEL, membro da Science
Policy Research Unity
3. 10 PRINCÍPIOS DE FRAMEWORK PARA POLÍTICAS ORIENTADAS A MISSÃO
1. Política de Inovação deve respeitar as
características da inovação:
a) Incerteza
b) Cumulativa
c) Coletiva
2. Sistêmica. Empregar e avançar entre
instrumentos de promoção a ciência e
instrumentos horizontais.
3. Quatro subsistemas:
a) Políticas e financiamento público
b) Pesquisa e Educação
c) Produção e Inovação
d) Financiamento e finanças privadas
4. Novos relacionamentos.
Desenvolver confiança e laços entre
tecnologias, indústrias e mercados.
5. Desenvolver conhecimento de
ponta para metas específicas - "big
science para big problems"
4. 10 PRINCÍPIOS DE FRAMEWORK PARA POLÍTICAS ORIENTADAS A MISSÃO
6. Políticas sistêmicas orientadas a missão
devem estar baseadas em diagnóstico e
prognóstico.
7. Estado Empreendedor - papel do Estado
como tomador de riscos na promoção de
inovação de pesquisa básica a
financiamento nos primeiros estágios.
8. Investimentos pacientes de longo-termo
- bancos estatais, fundos de capital...
9. Aprender com tentativas e erros,
ver o processo também como
exploração e aprendizado.
10. Missões não são desafios
societais. Missões são menos
abstratas, com objetivos concretos e
rotas para alcançar objetivos que
resolvam problemas/desafios sociais,
mobilizando diversos setores para
este fim.
5. CONSTRUINDO UMA AGENDA DE POLÍTICAS ORIENTADAS A MISSÕES NO BRASIL
FORÇAS
• Presença de todos elementos de um sistema de inovação (educação e pesquisa,
subsistema de produção e inovação, subsistema de financiamento público e privado,
subsistema de políticas e regulação);
• Subsistema de pesquisa científica que se aperfeiçoou nas últimas décadas – com ilhas de
excelência;
• Existência de “organizações de aprendizado” como Embrapa e Fiocruz;
• Ativos naturais estratégicos;
• Aparato multifacetado de agências dedicadas a promoção e execução de políticas de
tecnologia, ciência e inovação;
• A existência de financiamento de longo prazo através de bancos públicos (BNDES) ou
agências de inovação (FINEP);
6. CONSTRUINDO UMA AGENDA DE POLÍTICAS ORIENTADAS A MISSÕES NO BRASIL
FORÇAS
• A existência de financiamento de longo prazo através de bancos públicos (BNDES) ou
agências de inovação (FINEP);
• Forte mercado para consumo em massa, que cresceu através de políticas de socio-
inclusão;
• Recursos públicos para P&D e inovação que não são afetados por cortes e flutuações
orçamentárias;
• Exemplos positivos de políticas orientadas a missões como o programa Inova;
• Políticas complementárias que agem como facilitadores, relacionados a áreas como
Defesa e Segurança, Clima, Meio-ambiente e Energia
7. CONSTRUINDO UMA AGENDA DE POLÍTICAS ORIENTADAS A MISSÕES NO BRASIL
FRAQUEZAS
• Falta de agenda estratégica e consistente de longo prazo (uma ‘visão’);
• Fragmentação – e até antagonismo – entre o subsistema de educação e pesquisa e o
subsistema de produção e inovação;
• Baixa propensão a investir no subsistema de produção e inovação – apenas cerca de
0.52% de gasto em P&D em 2013, valor constante na última década;
• Ineficiências no subsistema de política e regulação, sobretudo com: sobreposição de
responsabilidade; competição e uso não-estratégico de recursos; burocracia excessiva; e
controle/auditoria de políticas de inovação sem diferenciação em relação a outras
políticas;
• Requer reformas no sistema de tributação e regulação de negócios;
• Constantemente afetado negativamente por políticas implícitas representadas pela
agenda macroeconômica.
8. RUMO AO FUTURO: A AGENDA POLÍTICA DA INOVAÇÃO ORIENTADA À
MISSÃO
Distribuição de riscos e
recompensas.
Crescimento da economia
baseada em inteligência e
sustentabilidade para
alcançar metas específicas;
Pensar políticas
públicas de economia e
intervenção estatal;
Parcerias entre setor público,
privado e academia com
objetivo de prover mudanças
socioeconômicas e
tecnológicas;
O estudo sugere como deve ocorrer o desenvolvimento das
políticas de inovação, sobretudo nos tópicos:
9. POLÍTICAS BRASILEIRAS DE INOVAÇÃO EM TEMPOS DE AUSTERIDADE
Relatos da relação de países
depois da crise financeira de
2007;
Contra ciclo no Brasil:
investimento na EMBRAPII,
BNDES, FINEP;
A inovação só acontece a partir de uma clara articulação e
coordenação com as políticas públicas.
10. EVOLUÇÕES ECONÔMICAS, DINÂMICAS DE INOVAÇÃO E SISTEMA DE INOVAÇÃO
Se baseia em autores como
Harrod (1939), Domar
(1946), Solow (1956), Nelson
e Winter (1982) e
Schumpeter (1934, 1942);
Características da evolução
econômica: altamente
incerto, cumulativo e é uma
empreitada coletiva;
Papéis dos bancos públicos:
contra ciclo,
desenvolvimento de capital e
investimento nos estágios
iniciais. O quarto papel:
política econômica orientada
à missão;
Sistema de inovação:
produção e difusão do
conhecimento, sistemas e
subsitemas, demanda,
geopolítica e contexto socio-
economico.
12. POLÍTICAS ORIENTADAS À MISSÃO E O ESTADO EMPREENDEDOR
Prover a experimentação e
exploração, absorver
capacidades e inteligência
especializada, possibilitar
diagnósticos e prognósticos.
Identificar a distribuição da
inteligência e das
capacidades entre setor
público, setor privado e
instituições de pesquisa;
Prover suporte para P&D,
inovação e difusão de
produtos, treinamento,
suporte em marketing e
exportação, construção de
comunidade (parques
tecnológicos), aquisições
públicas e promoção de laços
industriais.
As tarefas do estado empreendedor incluem:
13. UMA ABORDAGEM ORIENTADA À MISSÃO PARA POLÍTICAS DE INOVAÇÃO
A ciência contemporânea para resolver problemas sociais como segurança, saúde,
alimentação, crise demográfica, desigualdade, desemprego, etc.
14. UMA ABORDAGEM ORIENTADA À MISSÃO PARA POLÍTICAS DE INOVAÇÃO
A ciência contemporânea para resolver problemas sociais como segurança, saúde,
alimentação, crise demográfica, desigualdade, desemprego, etc.
15. UMA ABORDAGEM ORIENTADA À MISSÃO PARA POLÍTICAS DE INOVAÇÃO
A ciência contemporânea para resolver problemas sociais como segurança, saúde,
alimentação, crise demográfica, desigualdade, desemprego, etc.
16. UMA ABORDAGEM ORIENTADA À MISSÃO PARA POLÍTICAS DE INOVAÇÃO
A ciência contemporânea para resolver problemas sociais como segurança, saúde,
alimentação, crise demográfica, desigualdade, desemprego, etc.
17. UMA ABORDAGEM ORIENTADA À MISSÃO PARA POLÍTICAS DE INOVAÇÃO
A ciência contemporânea para resolver problemas sociais como segurança, saúde,
alimentação, crise demográfica, desigualdade, desemprego, etc.
18. UMA ABORDAGEM ORIENTADA À MISSÃO PARA POLÍTICAS DE INOVAÇÃO
A ciência contemporânea para resolver problemas sociais como segurança, saúde,
alimentação, crise demográfica, desigualdade, desemprego, etc.
19. SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO
• Educação Básica e Secundária
• Universidades
• Treinamento Vocacional e de
Profissões
• Instituições Públicas de
Pesquisa
Produção
e Inovação
Governo:
regulações
e políticas
Finanças e
Fundos
Educação
e Pesquisa
• Empresas Privadas
• Empresas Estatais
• Startups e PME
• Associações Setoriais
• Políticas explícitas e
implícitas
• Ministérios
• Propriedade Intelectual
• Agências regulatórias
• Organizações quasi-
governamentais
• BNDES
• FINEP
• CAPES
• CNPq
• Fundações de Amparo a
Pesquisa
• Bancos comerciais, capital de
risco, mercado de capital
20. SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO Produção
e
Inovação
1. Empresas Privadas
• O setor privado apresenta baixos
níveis de investimento em P&D e
inovação
• O sucesso de boa parte das empresas
mais inovadoras no país se deu com a
participação pública
• através de suporte financeiro
como o do BNDES
• ou em iniciativas orientadas a
missões como a Embraer
1. Embraer
2. Whirpool
3. 3M Brasil
4. Natura
5. Bradesco
6. Grupo
Boticário
7. WEG
8. Embraco
9. Itaú Unibanco
10. Aché
Empresas mais Inovadoras
PwC / Valor Econômico - 2016
21. SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO Produção
e
Inovação
1969 -
Fundação em
1969 com a
Visão de criar
uma indústria
aeronáutica do
zero
70’s – Ganho de competências tecnológicas através de
parcerias com outros países como Itália.
Seus primeiros grandes contratos de venda, como para
a American Airlines, foram financiados pelo BNDES
1994 – A privatização foi vista
como exemplo da superioridade
do setor privado sobre o público
em termos de gestão
22. SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO Produção
e
Inovação
2. Empresas Estatais
• Empresas Estatais apresentam alta
propensão a investir em R&D e
inovação, em comparação às privadas.
• CENPES (Petrobras) e CEPEL (Eletrobras)
como exemplo de excelência de
centros de pesquisa em parceria com
projetos da FINEP e BNDES
3. Associações de Indústria
• CNI (Confederação Nacional da Indústria) e seu Mobilização
Empresarial pela Inovação
• ANPEI (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das
Empresas Inovadoras)
23. Educação
e PesquisaSISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO
1. Universidades
• Centro do subsistema de Educação e Pesquisa, algumas Universidades
Brasileiras, sobretudo públicas, estão inclusas em rankings internacionais
24. Educação
e PesquisaSISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO
1. Universidades
• Centro do subsistema de Educação e Pesquisa, algumas Universidades
Brasileiras, sobretudo públicas, estão inclusas em rankings internacionais
2. Instituições Públicas de Pesquisa
• O Brasil tem sistema público de
institutos de pesquisa composto de
instituições de excelência como
• ITA e DCTA
• CENPES
• EMBRAPA
• INPE e AEB
• CNEN
• Fiocruz
• CPqD
http://portfolioinovacao.fiocruz.br
25. Educação
e PesquisaSISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO
3. Instituições
vocacionais/profissionais
• Sistema S
• SENAI
• SEBRAE
• SENAC
• IEL
http://www.portaldaindustria.com.br/senai/canais/edital-de-inovacao-para-
industria/
26. Finanças
e Fundos
SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO
1. Bancos Privados
Políticas do final dos anos 1980 abriram o
setor para competição e participação de
bancos internacionais
2. Instituições Públicas de Funding
• BNDES é considerado a peça chave no investimento de
longo prazo com programas voltados a P&D. Diversos
fundos e programas como FUNTEC
• FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos
• CAPES – expansão e consolidação de programas de pós-
graduação
• CNPq – recursos humanos e projetos para pesquisa
• FAPs – fundos em nível estadual para pesquisa
27. SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO
1. Governo Federal
• Ministério de Ciência, Tecnologia e
Inovação
• Ministério da Fazenda
• Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio
• Ministério da Educação
• Ministério da Saúde e ANVISA
• Ministério da Defesa
• Ministério de Minas e Energia
• Empresa de Pesquisa Energética
• Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento
• EMBRAPA (Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária)
• Ministério do Meio Ambiente
Governo:
regulações
e políticas
28. SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO
• Ministério de Ciência, Tecnologia e
Inovação
• Ministério da Fazenda
• Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio
• Ministério da Educação
• Ministério da Saúde e ANVISA
• Ministério da Defesa
• Ministério de Minas e Energia
• Empresa de Pesquisa Energética
• Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento
• EMBRAPA (Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária)
• Ministério do Meio Ambiente
Governo:
regulações
e políticas
Visão linear do processo de
inovação, mais focado em P&D do
que inovação
Uso de táticas como fundos
setoriais não-estratégicos,
créditos fiscais para P&D, taxas de
juros para financiamento , mas
com eficácia baixa
Falta de coordenação com outros
ministérios
Orçamento relativamente baixo
29. SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO
Governo:
regulações
e políticas
Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação
Recursos destinados ao Ministério da Ciência desde 2005. (Gráfico: Nexo Jornal; Dados: Siga
Brasil; *Valores corrigidos pelo IPCA acumulado até dezembro de 2016).
30. SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO
• Ministério de Ciência, Tecnologia e
Inovação
• Ministério da Fazenda
• Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio
• Ministério da Educação
• Ministério da Saúde e ANVISA
• Ministério da Defesa
• Ministério de Minas e Energia
• Empresa de Pesquisa Energética
• Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento
• EMBRAPA (Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária)
• Ministério do Meio Ambiente
Governo:
regulações
e políticas
Políticas macroeconômicas
prejudicam ciência, tecnologia e
inovação por se basearem em três
pilares:
Metas de inflação manipuladas
por juros
Superávit primário para
pagamento de dívida pública
Taxa de câmbio flexível
31. SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO
• Ministério de Ciência, Tecnologia e
Inovação
• Ministério da Fazenda
• Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio
• Ministério da Educação
• Ministério da Saúde e ANVISA
• Ministério da Defesa
• Ministério de Minas e Energia
• Empresa de Pesquisa Energética
• Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento
• EMBRAPA (Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária)
• Ministério do Meio Ambiente
Governo:
regulações
e políticas
A EMBRAPA é vista pelos autores
como o exemplo mais relevante de
instituição de pesquisa orientada a
missões no Brasil.
Os oito macro-temas de pesquisa
(como agricultura de baixa emissão de carbono;
convivência com seca; fixação biológica de
nitrogênio; segurança alimentar e outros)
geraram crescimento econômico e
de produtividade no país.
32. SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO
2. Agências Regulatórias
Com privatização e abertura de setores econômicos a partir
dos anos 1990, o Estado brasileiro direcionou-se ao papel de
supervisão em contraposição a produção.
Entre 1996 e 1998, agências regulatórias como ANP (petróleo e
gás), Anatel e Aneel foram criadas. Esta última desenvolveu
programa de P&D que exige que todas empresas do segmento
elétrico invistam um valor mínimo em P&D e inovação.
Governo:
regulações
e políticas
Entre 1999 e 2011 uma segunda geração de agências como
Anvisa (saúde), ANA (água), ANS (planos de saúde), Antaq (vias
navegáveis), ANTT (transporte terrestre) e Ancine foram
criadas. Também atuam no planejamento e execução de
políticas, incluindo funding como no caso da Ancine.
Em 2005 foi criada a Anac, representando uma terceira
geração.
33. SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO
3. Propriedade Intelectual
• Papel do INPI na avaliação de patentes, marcas e design
• Desafios e críticas sobre a ineficiência no processo
Governo:
regulações
e políticas
Núcleos de Inovação Tecnológica
• Lei da Inovação de 2004 estabeleceu que as Universidades
devem criar centros para gerenciar políticas e propriedades
intelectuais das instituições, mas os casos de sucesso ainda
são raros
34. SISTEMA BRASILEIRO DE INOVAÇÃO
4. Organizações Sociais
• ABDI (Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial),
fundada em 2004, promove competitividade industrial no
país, atualmente monitorando o Plano Brasil Maior
• CGEE – Centro de Gestão e Estudos Estratégicos em CTI –
associada ao MCTI, promove estudos e agendas de cunho
prospectivo
• Embrapii – Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial e
Inovação, fundada em 2013 pelo MCTI e MEC.
Governo:
regulações
e políticas
35. ANÁLISE DOS SUBSISTEMAS E POLÍTICAS CHAVE
1. Subsistema de Produção e Inovação
• Empresas tem uma propensão muito baixa a inovar, o
investimento em gastos de P&D é muito baixo (0.52% em
2013) e apenas 35,5% das empresas pesquisadas realizaram
inovações entre 2009-2011
Governo:
regulações
e políticas
• As empresas também gastam muito pouco em treinamento
e qualificações educacionais – menos de 0,1%
• Até 2007, parecia haver crowding-out dos recursos
privados em inovação, que diminuíam de acordo com o
investimento público
• Desde então, a correlação é positiva (crescem juntos)
38. ANÁLISE DOS SUBSISTEMAS E POLÍTICAS CHAVE
2. Subsistema de Educação e Pesquisa
• Pequena fatia relativa de jovens de 18-24 no ensino
superior
Governo:
regulações
e políticas
• Políticas públicas como PROUNI e aumento de número de
universidades públicas diminuíram um pouco a
concentração regional
• Uma das forças do subsistema é a pós-graduação, com
mais de 2000 programas de mestrado e 600 de doutorado.
Resultado de políticas públicas através das agências da
CAPES e CNPq.
• Porém, é o setor público quem absorve estes recursos
humanos. Mais de 84% dos doutores trabalham em
instituições educacionais ou administração pública.
• Educação profissional ainda deficitária – lançamento do
PRONATEC em 2011
39. ANÁLISE DOS SUBSISTEMAS E POLÍTICAS CHAVE
3. Subsistema de Funding Público e Privado
• A principal questão no desenvolvimento da economia
brasileira é a oferta de funding para projetos de longo prazo
• Mesmo com o crescimento do mercado de capital nacional,
o setor financeiro privado foca em baixo risco e alto retorno
Governo:
regulações
e políticas
• O BNDES se tornou a
principal fonte para o
sistema de inovação
40. ANÁLISE DE POLÍTICAS
A) Políticas explícitas para Ciência, Tecnologia e Inovação
B) Políticas implícitas: o tripé macroeconômico
C) Políticas complementares: Saúde
D) Políticas complementares: Defesa
E) Políticas complementares: inclusão sócio-econômica e educacional
F) Políticas complementares: clima, meio-ambiente e energia
Governo:
regulações
e políticas
41. ANÁLISE DOS SUBSISTEMAS E POLÍTICAS CHAVE
Políticas explícitas para Ciência, Tecnologia e Inovação
• Com a industrialização baseada em substituição de
importações, a política industrial sumiu da agenda.
• Nos anos 80 a única política explicita de CTI foi
Governo:
regulações
e políticas
• Nos anos 90, devido a políticas de restrições monetárias e
fiscais, o país continuou evitando políticas explícitas
• A partir de 1999 o estado começou a se posicionar do viés
de “correção de falhas de mercado”
• Diagnósticos mostraram a necessidade de:
• Incentivar firmas a inovar
• Promover infraestrutura tecnológica
• Prover apoio financeiro para PME e start-ups
• Fundos setoriais e incentivos fiscais começaram a ser
desenvolvidos, com implementação efetiva a partir de 2003
42. ANÁLISE DOS SUBSISTEMAS E POLÍTICAS CHAVE
Políticas explícitas para Ciência,
Tecnologia e Inovação
• Entre 2003-2006, iniciativas
explícitas tomaram forma
• PITCE – Política Industrial,
Tecnologia e de Comércio Exterior
• PNCTI – Política Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação
Governo:
regulações
e políticas
Plano Brasil Maior
Incentivos para investimento e
inovação
Comércio exterior – ajustes no
comércio, apoios
fiscais/tributários, garantias
para exportação
Defesa da indústria e mercado
nacional
Foco em seis setores
estratégicos
Tecnologia da Informação
Indústria Farmacêutica
Petróleo e gás
Complexo industrial de
Defesa
Aerospacial
Energias Renováveis
43. ANÁLISE DOS SUBSISTEMAS E POLÍTICAS CHAVE
Políticas explícitas para Ciência, Tecnologia e Inovação
ENCTI - Estratégia Nacional de Ciência, Tecnológia e Informação
Metas:
• Aumentar o gasto nacional em P&D de 1.16% para 1.8% entre 2010 e 2014
• Aumentar o gasto privado em P&D de 0.56% para 0.9% em 2014
• Aumentar o share de firmas industriais envolvidas em inovação de 38,6% a
48,6%
• Aumentar o número de firmas fazendo P&D contínua de 3425 a 5000 entre
os anos de 2008 e 2015
• Dobrar o número de firmas inovadoras usando a Lei do Bem de 2009/2010
a 2014
• Aumentar a taxa de firmas inovadoras usando ao menos um apoio
governamental de inovação de 22,3% a 30% entre 2010 e 2014
Governo:
regulações
e políticas
44. ANÁLISE DOS SUBSISTEMAS E POLÍTICAS CHAVE
Políticas explícitas para Ciência, Tecnologia e Inovação
Programas Inova
Governo:
regulações
e políticas
1. Se direciona a desafios tecnológicos em setores, campos ou
temas específicos com importância estratégica ou mercado
potencial
2. Oferece instrumentos de políticas públicas como subvenções,
crédito subsidiado e equity
3. Estabelece parcerias entre FINEP, BNDES, ministérios e outras
agências públicas e organizações sociais
4. Promove redes de inovação, incluindo parcerias entre
instituições de pesquisa e empresas, baseadas em planos de
inovação e não apenas projetos isolados
45. ANÁLISE DOS SUBSISTEMAS E POLÍTICAS CHAVE
Políticas implícitas: o tripé macroeconômico
• Crítica ao tripé macroeconômico: controle da inflação pela taxa de juros;
busca por superávit primário; taxa de câmbio flutuante.
• “A política monetária e de câmbio tendeu então a favorecer importadores,
em detrimento da indústria brasileira e exportadores, em última análise
contribuindo para o processo de industrialização não apenas pela
apreciação da taxa de câmbio mas, através de um baixo nível de
investimentos produtivos”
Governo:
regulações
e políticas
46. ANÁLISE DOS SUBSISTEMAS E POLÍTICAS CHAVE
Políticas Complementares
• Programas voltados a inclusão social através de técnicas como renda
básica, micro crédito, promoção de empreendedorismo e simplificação de
burocracia para pessoas jurídiacas
• “Existe enorme potencial de ligar as iniciativas de APL com políticas para
promover empreendedorismo e microcrédito. A inclusão de classes sociais
com renda baixa e o foco no Mercado doméstico trouxe resultados
positivos nos últimos anos. Boa parte do plano de políticas para reduzir a
pobreza é baseada em iniciativas APL em duas frentes relacionadas:
provisão de serviços públicos essenciais e produção inclusiva” (p.70)
Governo:
regulações
e políticas
47. ENTREVISTA: DESCOBERTAS E ANÁLISES
1) Forças e fraquezas sobre o sistemas de inovação brasileiro;
2) Qualidade das relações entre setor público, privado e instituições
acadêmicas;
3) a) Distribuição de riscos e recompensas;
b) Problemas que o sistema de inovação poderia ajudar a resolver;
c) A relação entre inovação e a desigualdade socioeconômica.
A percepção da representatividade do setor público, privado e
instituições de pesquisa apresentada no formato nuvem de
palavras.
48. FORÇAS PERCEBIDAS
Boa infraestrutura em ciência e educação; competências em saúde,
agricultura e energia; Lei do Bem e Lei da Inovação; BNDEs, Finep, CNPq;
Espírito empreendedor da população.
49. FRAQUEZAS PERCEBIDAS
Descontinuidade de políticas e projetos de longo prazo; Incoerência entre
o contexto socioeconômico e o sistema de inovação brasileiro; Processo
lento, burocracia e difícil regulamentação; Custo da burocracia.
50. FUNÇÕES E INTERAÇÕES NO SISTEMA DE INOVAÇÃO BRASILEIRO
Relativo consenso: Setor público induz; Setor privado investe em P&D e inovação por
meio das políticas; Ambos são complementares para os negócios e compartilham riscos
e retornos.
51. PROBLEMAS QUE DEVEM SER ABORDADOS PELAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Definir objetivamente qual o setor é o esforço em inovação; Promover treinamento
tecnológico básico; Identificar competências e capacidades; Promover o conhecimento e
mostrar à sociedade o que está sendo feito.
52. RISCOS E RECOMPENSAS, MISSÕES E DESIGUALDADES
Veem de maneira positiva o alinhamento de riscos; Consideram o risco inerente ao
processo; As políticas de inovação podem colaborar para as questões socioeconômicas
de forma individual e focando em regiões mais pobres.
53. CARACTERÍSTICAS CRUCIAIS DOS PROGRAMAS DE SUCESSO
1. Capacidade Científico-Tecnológica – base de conhecimento científico e
tecnológico no subsistema de educação e pesquisa;
2. Capacidade de Demanda – demanda de mercado latente ou efetiva (pública ou
privada) em termos de poder de compra e necessidade;
3. Capacidade Produtiva – base apropriada de negócios, incluindo empreendedores
dispostos a tomar riscos para inovar;
4. Capacidade do Estado – conhecimento nas organizações públicas sobre
formulação e execução das políticas e conhecimento de who-knows-what-and-
how;
5. Capacidade de Políticas - instrumentos apropriados supply-side e demand-
side;
6. Capacidade de Previsão – diagnóstico do problema e solução, incluindo análise
da atual situação e prospectos futuros na escolha de tecnologias e setores, com
missão e visão bem definidas.
54. RECOMENDAÇÕES: CONSTRUINDO AGENDA DE POLÍTICAS ORIENTADAS A
MISSÕES NO BRASIL
Recomendação 1: Políticas macro-econômicas e políticas complementárias devem
se tornar mais suportivas de programas explícitos de inovação
Recomendação 2: Reformar o sistema tributário ou remover barreiras na
implementação de aquisição pública de produtos e serviços para inovação
Recomendação 3: Estabelecer e reforçar mecanismos de competição, cooperação e
prestação de contas para balancear papéis de estado, mercado e academia
Recomendação 4: Reavaliação detalhada dos experimentos em políticas orientada a
missões deve ser realizada, para criar mais aprendizado para as agências públicas
envolvidas
55. RECOMENDAÇÕES: CONSTRUINDO AGENDA DE POLÍTICAS ORIENTADAS A
MISSÕES NO BRASIL
Recomendação 5: Atributos de organizações “de aprendizado” (learning
organizations) devem ser emulados por outras agências públicas, levando em conta
contexto, capacidades, competências e entraves
Recomendação 6: As missões escolhidas devem: a) ser exequíveis, baseadas em
orçamento e recursos existentes; b) bem desenhadas para permitir criar indicadores
de avaliação, prestação de contas e auditoria; e c) devem criar um ambiente de
compromisso de longo prazo para políticas de inovação, enfrentar uma questão ou
demanda social
Recomendação 7: Além de continuar e otimizar as iniciativas de sucesso,
diagnósticos e prognósticos detalhados devem ser realizados
Recomendação 8: As missões, sempre que possível, devem ser desenhadas para
contribuir na diminuição de desigualdade.