O documento discute a importância de pastores cuidarem de si mesmos e de sua doutrina para poderem cuidar bem do rebanho. Aconselha Timóteo a unir a ortopraxia (boa conduta) com a ortodoxia (boa doutrina), sem separar uma da outra, para ser um bom exemplo e líder espiritual.
Reflexão sobre viver a santidade no mundo e o cultivo da espiritualidade. Distinção entre "mundo" e "mundano". Destinada a consagrados(as) e leigos(as).
O documento discute a devoção à "escravidão amorosa" a Maria pregada por São Luís Maria Grignion de Montfort. Aponta que Montfort não criou essa devoção, mas herdou de uma tradição espiritual medieval. Também analisa como Montfort usa os termos "servo", "escravo" e "filho" de forma quase sinônima para expressar a relação amorosa com Jesus e Maria, mais do que uma relação de submissão. Conclui que a consagração pregada por Montfort enfatiza um amor filial,
Comentário: 13° Domingo Tempo Comum - Ano AJosé Lima
Comentário bíblico: 13° Domingo do Tempo Comum - Ano A
- TEMA: "ENCONTRAR A VIDA ACOLHENDO"
- LEITURAS BÍBLICAS (PERÍCOPES):
http://pt.slideshare.net/josejlima3/13-domingo-do-tempo-comum-ano-a-2014
- TEMAS E COMENTÁRIOS: AUTORIA: Pe. José; Bortolini, Roteiros Homiléticos, Anos A, B, C Festas e Solenidades, Editora Paulus, 3ª edição, 2007
- OUTROS:
http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=417
SOBRE LECIONÁRIOS:
- LUTERANOS: http://www.luteranos.com.br/conteudo/o-lecionario-ecumenico
- LECIONÁRIO PARA CRIANÇAS (Inglês/Espanhol): http://sermons4kids.com
- LECIONÁRIO COMUM REVISADO (Inglês):
http://www.lectionary.org/
http://www.commontexts.org/history/members.html ;
http://lectionary.library.vanderbilt.edu/
- ESPANHOL: http://www.isedet.edu.ar/publicaciones/eeh.htm (Less)
Este documento discute a importância das ofertas generosas feitas a Deus. Ele resume duas histórias bíblicas sobre viúvas que ofereceram tudo o que tinham e foram abençoadas. Também reflete sobre como nossas próprias ofertas revelam a profundidade de nosso amor e fé em Deus.
O documento discute as marcas de uma igreja verdadeira segundo o apóstolo Paulo, incluindo disciplina, submissão a Cristo e gratidão. Também destaca as obras de Cristo pela igreja como perdão dos pecados, cancelamento da dívida e vitória sobre o mal.
Oração da manhã setor 14 das CEBs 23 julho 2014Bernadetecebs .
1. O documento descreve uma reunião de uma comunidade cristã em uma casa, com cânticos, reflexões e orações.
2. A reflexão discute os desafios atuais como desigualdade social e exclusão, e defende uma economia que valorize a dignidade de todos.
3. O hino final encoraja a viver a missão de evangelizar com alegria e compromisso.
1) O documento discute a importância do encontro pessoal com Jesus Cristo para os discípulos. 2) A adesão dos primeiros discípulos como André, Pedro, Filipe e Natanael ocorreu através de encontros pessoais com Jesus. 3) Outros exemplos de encontros de Jesus que resultaram em conversão incluem Lázaro, Marta e Maria; a Samaritana; e Paulo no caminho para Damasco.
O documento discute como o encontro pessoal com Jesus Cristo converte as pessoas em Seus discípulos. Ele analisa exemplos bíblicos como os primeiros discípulos seguiram Jesus após um forte encontro com Ele. Também examina como hoje podemos ter um encontro pessoal ou comunitário com Cristo através da Palavra de Deus, liturgia, oração e aos que sofrem.
Reflexão sobre viver a santidade no mundo e o cultivo da espiritualidade. Distinção entre "mundo" e "mundano". Destinada a consagrados(as) e leigos(as).
O documento discute a devoção à "escravidão amorosa" a Maria pregada por São Luís Maria Grignion de Montfort. Aponta que Montfort não criou essa devoção, mas herdou de uma tradição espiritual medieval. Também analisa como Montfort usa os termos "servo", "escravo" e "filho" de forma quase sinônima para expressar a relação amorosa com Jesus e Maria, mais do que uma relação de submissão. Conclui que a consagração pregada por Montfort enfatiza um amor filial,
Comentário: 13° Domingo Tempo Comum - Ano AJosé Lima
Comentário bíblico: 13° Domingo do Tempo Comum - Ano A
- TEMA: "ENCONTRAR A VIDA ACOLHENDO"
- LEITURAS BÍBLICAS (PERÍCOPES):
http://pt.slideshare.net/josejlima3/13-domingo-do-tempo-comum-ano-a-2014
- TEMAS E COMENTÁRIOS: AUTORIA: Pe. José; Bortolini, Roteiros Homiléticos, Anos A, B, C Festas e Solenidades, Editora Paulus, 3ª edição, 2007
- OUTROS:
http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=417
SOBRE LECIONÁRIOS:
- LUTERANOS: http://www.luteranos.com.br/conteudo/o-lecionario-ecumenico
- LECIONÁRIO PARA CRIANÇAS (Inglês/Espanhol): http://sermons4kids.com
- LECIONÁRIO COMUM REVISADO (Inglês):
http://www.lectionary.org/
http://www.commontexts.org/history/members.html ;
http://lectionary.library.vanderbilt.edu/
- ESPANHOL: http://www.isedet.edu.ar/publicaciones/eeh.htm (Less)
Este documento discute a importância das ofertas generosas feitas a Deus. Ele resume duas histórias bíblicas sobre viúvas que ofereceram tudo o que tinham e foram abençoadas. Também reflete sobre como nossas próprias ofertas revelam a profundidade de nosso amor e fé em Deus.
O documento discute as marcas de uma igreja verdadeira segundo o apóstolo Paulo, incluindo disciplina, submissão a Cristo e gratidão. Também destaca as obras de Cristo pela igreja como perdão dos pecados, cancelamento da dívida e vitória sobre o mal.
Oração da manhã setor 14 das CEBs 23 julho 2014Bernadetecebs .
1. O documento descreve uma reunião de uma comunidade cristã em uma casa, com cânticos, reflexões e orações.
2. A reflexão discute os desafios atuais como desigualdade social e exclusão, e defende uma economia que valorize a dignidade de todos.
3. O hino final encoraja a viver a missão de evangelizar com alegria e compromisso.
1) O documento discute a importância do encontro pessoal com Jesus Cristo para os discípulos. 2) A adesão dos primeiros discípulos como André, Pedro, Filipe e Natanael ocorreu através de encontros pessoais com Jesus. 3) Outros exemplos de encontros de Jesus que resultaram em conversão incluem Lázaro, Marta e Maria; a Samaritana; e Paulo no caminho para Damasco.
O documento discute como o encontro pessoal com Jesus Cristo converte as pessoas em Seus discípulos. Ele analisa exemplos bíblicos como os primeiros discípulos seguiram Jesus após um forte encontro com Ele. Também examina como hoje podemos ter um encontro pessoal ou comunitário com Cristo através da Palavra de Deus, liturgia, oração e aos que sofrem.
1) O documento discute a importância da igreja e da comunhão entre os cristãos, citando exemplos bíblicos. 2) A Santa Ceia é um sacramento onde os cristãos refletem sobre o sacrifício de Cristo e mantêm a comunhão com Ele e entre si. 3) Ao participar corretamente da Ceia, os cristãos ligam o passado sacrifício de Cristo com o presente e futuro.
Lição 3 - O problema da fome no mundo contemporâneoErberson Pinheiro
O documento discute a origem e as causas da fome no mundo, desde a queda do homem até os tempos atuais. Apresenta exemplos bíblicos de fome e como a Igreja Primitiva lidava com o problema, além de sugerir estratégias para a Igreja contemporânea diminuir a fome, como seguir o exemplo de solidariedade dos primeiros cristãos.
Roteiro homilético da quarta feira de cinzas – ano b – roxo – 18.02.2015José Luiz Silva Pinto
O documento apresenta o tema da Campanha da Fraternidade de 2015, "Fraternidade: Igreja e Sociedade". Resume os objetivos específicos da campanha de compreender a relação atual entre Igreja e sociedade, discernir os desafios da evangelização no serviço eclesial à sociedade, e incentivar o protagonismo das pessoas e comunidades no contexto social.
As duas ordenanças de Cristo à sua Igreja são o batismo e a Santa Ceia. Ambas devem ser celebradas periodicamente pela Igreja como um memorial do sacrifício de Cristo e para relembrar Sua vinda futura.
Lição 13 a manifestação da graça da salvação 3º trimestre de 2015Andrew Guimarães
O documento descreve a graça de Deus e sua manifestação na salvação dos homens. A graça se manifesta como graça comum, graça salvadora, graça justificadora e regeneradora, e graça santificadora. Também descreve a conduta do cristão, incluindo a sujeição às autoridades, o relacionamento com os outros e os efeitos da lavagem da renovação do Espírito Santo.
Este documento proclama o Jubileu extraordinário da misericórdia de 8 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016. O Papa Francisco pede que foquemos na misericórdia de Deus, seguindo o exemplo de Jesus, e promovamos obras de misericórdia.
The document discusses God's mercy and forgiveness through three examples: King David's adultery and repentance, the sinful woman who shows great love to Jesus, and the need for Christians to avoid judging others and imitate Jesus' compassion.
1. O documento discute a importância da oração na vida cristã e como Abraão e Jesus exemplificam a oração.
2. Abraão reza a Deus intercedendo por Sodoma e Gomorra, mostrando oração como diálogo com Deus.
3. Jesus ensina o Pai Nosso como modelo de oração, um diálogo de filho com o Pai, não uma fórmula rígida.
O documento discute as contribuições financeiras na igreja, como dízimos e ofertas. Apresenta que a motivação para contribuir deve ser a gratidão a Deus e a consciência da responsabilidade de manter a igreja local. Explica que os dízimos no Antigo Testamento eram uma décima parte da colheita para sustentar sacerdotes, e que Jesus não condenou o dízimo. As ofertas devem demonstrar gratidão, não negociar bênçãos.
1) O documento discute o sacerdócio no Antigo Testamento e as deficiências desse sistema para eliminar o pecado.
2) Era necessário que os sacerdotes fossem separados por Deus para a função, mas eles próprios eram pecadores.
3) Os sacrifícios de animais não podiam remover o pecado de fato, apenas de forma aplicativa.
A disciplina na igreja é necessária para preservar o Corpo de Cristo e restaurar aqueles que cometem pecados. Paulo repreende severamente a igreja em Corinto por sua indiferença diante de um caso de imoralidade sexual. Ele propõe a exclusão do membro culpado como forma de impedir que o "fermento do mal" se alastre e contamine toda a igreja.
Subsídios para lições bíblicas da CPAD elaborados pelo Pastor Natalino das Neves (IEADC-Sede).
Assista aos demais vídeos com estudos bíblicos e baixe os arquivos de slides referentes aos vídeos no blog:
http://goo.gl/PPDRnr
EBD Jovens - Aula 04 Paulo e o Caracter Cristãofa.sodre
O documento discute o caráter cristão, definindo-o como um processo de transformação contínua guiado pelo Espírito Santo com o objetivo de se tornar mais parecido com Cristo. Explica que o caráter cristão se origina na conversão e é desenvolvido ao longo da vida por meio da santificação, culminando na ressurreição quando o corruptível se tornará incorruptível.
Missão como transmissao da "Alegria do Evangelho"Jeremias Moisés
O documento discute a missão de anunciar a alegria do Evangelho em 2015. Ele resume a exortação apostólica "Evangelii Gaudium" do Papa Francisco, enfatizando a alegria que vem do encontro com Jesus Cristo e convidando os cristãos a renovarem esse encontro e compartilharem a boa nova com os outros.
O documento discute a grande misericórdia de Deus para com os pecadores arrependidos, ilustrada por três parábolas de Jesus sobre uma ovelha perdida, uma moeda perdida e um filho pródigo. Ele resume as lições das parábolas como (1) a existência do pecado, (2) a misericórdia infinita de Deus e (3) a necessidade de conversão do pecador.
1) O documento discute as evidências de que os cristãos estão caminhando em santidade como Jesus, listando quatro motivos: o povo de Deus foi escolhido por Deus, separado para Deus, profundamente amado por Deus, e completamente perdoado por Deus.
2) Também lista virtudes cristãs como bondade, humildade, mansidão e paciência longa.
3) Finalmente, cita recursos oferecidos por Deus para a santificação: a paz de Cristo, a Palavra de Cristo e
O documento discute os dízimos e ofertas na Bíblia, como forma de adoração a Deus e fonte de bênçãos. Apresenta que os dízimos eram entregues aos levitas no Antigo Testamento e que Jesus ensinou sobre dízimos no Novo Testamento. Argumenta que os dízimos e ofertas reconhecem a soberania de Deus e cuidam do próximo, e que Deus recompensa a fidelidade com bênçãos de multiplicação, restituição e provisão.
O documento discute como os crentes precisam olhar para o futuro próximo, remoto e o fim da história. A visão do profeta Jeremias tanto para o "amanhã" sombrio quanto para o "depois de amanhã" radiante entre o cativeiro e a restauração de Israel é destacada. O relógio de Deus continuará marcando o tempo até não haver mais separação entre a criação e o Criador.
O documento discute o conceito de fim da história de diferentes perspectivas. A história não deve ser vista como tendo um fim absoluto, mas sim como tendo períodos que se encerram com grandes eventos. Para a perspectiva cristã, o fim da história ocorrerá quando o Reino de Deus se concretizar plenamente, quando a morte for destruída e toda criatura se curvar diante de Jesus.
1) O documento discute a importância da igreja e da comunhão entre os cristãos, citando exemplos bíblicos. 2) A Santa Ceia é um sacramento onde os cristãos refletem sobre o sacrifício de Cristo e mantêm a comunhão com Ele e entre si. 3) Ao participar corretamente da Ceia, os cristãos ligam o passado sacrifício de Cristo com o presente e futuro.
Lição 3 - O problema da fome no mundo contemporâneoErberson Pinheiro
O documento discute a origem e as causas da fome no mundo, desde a queda do homem até os tempos atuais. Apresenta exemplos bíblicos de fome e como a Igreja Primitiva lidava com o problema, além de sugerir estratégias para a Igreja contemporânea diminuir a fome, como seguir o exemplo de solidariedade dos primeiros cristãos.
Roteiro homilético da quarta feira de cinzas – ano b – roxo – 18.02.2015José Luiz Silva Pinto
O documento apresenta o tema da Campanha da Fraternidade de 2015, "Fraternidade: Igreja e Sociedade". Resume os objetivos específicos da campanha de compreender a relação atual entre Igreja e sociedade, discernir os desafios da evangelização no serviço eclesial à sociedade, e incentivar o protagonismo das pessoas e comunidades no contexto social.
As duas ordenanças de Cristo à sua Igreja são o batismo e a Santa Ceia. Ambas devem ser celebradas periodicamente pela Igreja como um memorial do sacrifício de Cristo e para relembrar Sua vinda futura.
Lição 13 a manifestação da graça da salvação 3º trimestre de 2015Andrew Guimarães
O documento descreve a graça de Deus e sua manifestação na salvação dos homens. A graça se manifesta como graça comum, graça salvadora, graça justificadora e regeneradora, e graça santificadora. Também descreve a conduta do cristão, incluindo a sujeição às autoridades, o relacionamento com os outros e os efeitos da lavagem da renovação do Espírito Santo.
Este documento proclama o Jubileu extraordinário da misericórdia de 8 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016. O Papa Francisco pede que foquemos na misericórdia de Deus, seguindo o exemplo de Jesus, e promovamos obras de misericórdia.
The document discusses God's mercy and forgiveness through three examples: King David's adultery and repentance, the sinful woman who shows great love to Jesus, and the need for Christians to avoid judging others and imitate Jesus' compassion.
1. O documento discute a importância da oração na vida cristã e como Abraão e Jesus exemplificam a oração.
2. Abraão reza a Deus intercedendo por Sodoma e Gomorra, mostrando oração como diálogo com Deus.
3. Jesus ensina o Pai Nosso como modelo de oração, um diálogo de filho com o Pai, não uma fórmula rígida.
O documento discute as contribuições financeiras na igreja, como dízimos e ofertas. Apresenta que a motivação para contribuir deve ser a gratidão a Deus e a consciência da responsabilidade de manter a igreja local. Explica que os dízimos no Antigo Testamento eram uma décima parte da colheita para sustentar sacerdotes, e que Jesus não condenou o dízimo. As ofertas devem demonstrar gratidão, não negociar bênçãos.
1) O documento discute o sacerdócio no Antigo Testamento e as deficiências desse sistema para eliminar o pecado.
2) Era necessário que os sacerdotes fossem separados por Deus para a função, mas eles próprios eram pecadores.
3) Os sacrifícios de animais não podiam remover o pecado de fato, apenas de forma aplicativa.
A disciplina na igreja é necessária para preservar o Corpo de Cristo e restaurar aqueles que cometem pecados. Paulo repreende severamente a igreja em Corinto por sua indiferença diante de um caso de imoralidade sexual. Ele propõe a exclusão do membro culpado como forma de impedir que o "fermento do mal" se alastre e contamine toda a igreja.
Subsídios para lições bíblicas da CPAD elaborados pelo Pastor Natalino das Neves (IEADC-Sede).
Assista aos demais vídeos com estudos bíblicos e baixe os arquivos de slides referentes aos vídeos no blog:
http://goo.gl/PPDRnr
EBD Jovens - Aula 04 Paulo e o Caracter Cristãofa.sodre
O documento discute o caráter cristão, definindo-o como um processo de transformação contínua guiado pelo Espírito Santo com o objetivo de se tornar mais parecido com Cristo. Explica que o caráter cristão se origina na conversão e é desenvolvido ao longo da vida por meio da santificação, culminando na ressurreição quando o corruptível se tornará incorruptível.
Missão como transmissao da "Alegria do Evangelho"Jeremias Moisés
O documento discute a missão de anunciar a alegria do Evangelho em 2015. Ele resume a exortação apostólica "Evangelii Gaudium" do Papa Francisco, enfatizando a alegria que vem do encontro com Jesus Cristo e convidando os cristãos a renovarem esse encontro e compartilharem a boa nova com os outros.
O documento discute a grande misericórdia de Deus para com os pecadores arrependidos, ilustrada por três parábolas de Jesus sobre uma ovelha perdida, uma moeda perdida e um filho pródigo. Ele resume as lições das parábolas como (1) a existência do pecado, (2) a misericórdia infinita de Deus e (3) a necessidade de conversão do pecador.
1) O documento discute as evidências de que os cristãos estão caminhando em santidade como Jesus, listando quatro motivos: o povo de Deus foi escolhido por Deus, separado para Deus, profundamente amado por Deus, e completamente perdoado por Deus.
2) Também lista virtudes cristãs como bondade, humildade, mansidão e paciência longa.
3) Finalmente, cita recursos oferecidos por Deus para a santificação: a paz de Cristo, a Palavra de Cristo e
O documento discute os dízimos e ofertas na Bíblia, como forma de adoração a Deus e fonte de bênçãos. Apresenta que os dízimos eram entregues aos levitas no Antigo Testamento e que Jesus ensinou sobre dízimos no Novo Testamento. Argumenta que os dízimos e ofertas reconhecem a soberania de Deus e cuidam do próximo, e que Deus recompensa a fidelidade com bênçãos de multiplicação, restituição e provisão.
O documento discute como os crentes precisam olhar para o futuro próximo, remoto e o fim da história. A visão do profeta Jeremias tanto para o "amanhã" sombrio quanto para o "depois de amanhã" radiante entre o cativeiro e a restauração de Israel é destacada. O relógio de Deus continuará marcando o tempo até não haver mais separação entre a criação e o Criador.
O documento discute o conceito de fim da história de diferentes perspectivas. A história não deve ser vista como tendo um fim absoluto, mas sim como tendo períodos que se encerram com grandes eventos. Para a perspectiva cristã, o fim da história ocorrerá quando o Reino de Deus se concretizar plenamente, quando a morte for destruída e toda criatura se curvar diante de Jesus.
O documento discute a importância dos líderes religiosos alertarem sobre perigos e defenderem o rebanho, comparando-os a cães de guarda. Entretanto, muitos se tornaram "incapazes de latir", preocupando-se apenas com seus próprios interesses em vez de guiar e proteger o povo. A passagem bíblica de Isaías critica tais pastores surdos que não enxergam riscos e só querem dormir em vez de zelar pela segurança dos fiéis.
O documento discute a história inicial da igreja cristã e a perseguição sob Herodes Agripa I. Três diáconos foram eleitos pela igreja primitiva: Estêvão, que foi apedrejado, Nicolau, acusado de fundar uma seita herética, e Pedro, que foi preso por Herodes Agripa I, mas libertado após orações fervorosas da igreja.
O documento descreve três pedidos feitos após Jesus curar um homem endemoninhado em Gadara: 1) Os demônios pediram para serem transferidos para porcos, que depois se afogaram no mar; 2) Os gadarenos pediram que Jesus fosse embora da região; 3) O homem curado pediu para ficar com Jesus, mas Jesus mandou que ele contasse sobre a cura aos seus parentes.
O documento resume as principais informações sobre a revista Ultimato. Em três frases ou menos:
A revista apresenta novas seções e colaboradores para 2011, incluindo Ed René Kivitz e Jorge Barro. Ela também introduz uma nova identidade visual para a editora. A carta ao leitor discute essas mudanças e novos projetos para o ano.
Este número da revista Ultimato discute a importância da purificação dos pecadores, não apenas do perdão. Apresenta também artigos sobre a graça de Deus, os desafios da civilização ocidental, casamento e família, e a necessidade de a igreja seguir os propósitos de Deus.
O documento discute a explicação bíblica para o conflito e sofrimento humanos, citando o livro de Gênesis. Afirma que a guerra entre Deus e Satanás, e entre o bem e o mal, começou com a queda do homem e continua hoje através da inimizade entre a serpente e a descendência da mulher.
O documento discute a necessidade de humildade na igreja. A igreja deve orar e se afastar dos maus caminhos para sair da berlinda. Também fala sobre como Pedro aconselha os idosos a viverem o resto de seus dias de acordo com a vontade de Deus, sem serem dominados por paixões.
O documento discute a importância da oração na vida cristã. Apresenta breves resumos de vários artigos publicados na revista, incluindo sobre a espiritualidade cristã versus cultura narcisista, sobre a televisão e computador como "ladrões" do diálogo familiar, e sobre o alcance global da missão cristã. Finaliza com uma reflexão sobre a necessidade de voltar a orar de joelhos.
Este documento discute três tópicos principais:
1) A abertura descreve como os israelitas foram forçados a deixar seu país como passarinhos fora do ninho e sentem saudade de Deus.
2) A carta ao leitor apresenta o tema principal da edição sobre o "dom inefável" de Deus em Cristo.
3) A seção pastorais fala sobre como Isaías anunciou o juízo sobre Israel, mas também deixou o "toco da esperança" de que Deus traria um novo começo através
1) Uma pesquisa com jovens evangélicos mostrou que 97% acreditam que Deus é o Criador do universo, apesar da exposição ao secularismo. 2) A matéria de capa discute o retrato da juventude evangélica com base nesta pesquisa, mostrando que a maioria deseja equilibrar tradição e renovação. 3) Cerca de 6% dos jovens questionaram a plena humanidade e divindade de Jesus, necessitando ser convencidos desta verdade central.
O documento discute três tópicos principais: 1) A natureza de Deus como o único Criador que é incomparável ao ser humano; 2) A ação contínua de Deus tanto para abençoar quanto para retirar as bênçãos de acordo com Sua soberana vontade; 3) A imitação de Cristo como o significado de ser Seu discípulo.
Celebração da palavra nas Comunidades Eclesiais de Base (fevereiro 2013)Bernadetecebs .
O documento fornece pistas para reflexão sobre temas religiosos durante o mês de fevereiro de 2013. Ele discute três tópicos principais: 1) o significado da ressurreição de Cristo para os cristãos modernos, 2) como cuidar do meio ambiente diante das calamidades naturais, e 3) a importância da conversão e da solidariedade durante a quaresma.
A igreja primitiva foi um exemplo de cuidado com os necessitados, onde todos compartilhavam o que tinham e ninguém entre eles passava necessidade. Devemos seguir esse exemplo, principalmente socorrendo os domésticos da fé. A fé sem obras é morta, portanto nossa fé deve ser evidenciada por meio de ações que ajudem os mais carentes.
O documento discute como conduzir alguém a Cristo. Primeiro, introduz o livro como resultado de um treinamento para líderes sobre evangelismo. Depois, cita exemplos históricos de missionários como John Nelson Hyde e George Whitefield que tinham forte desejo de salvar almas. Finalmente, argumenta que os cristãos devem ter o mesmo amor por vidas que Deus tem e fazer todo o possível para levar pessoas a Cristo.
O documento discute as seguintes informações:
1) A Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016 terá como tema "Casa comum, nossa responsabilidade" e lema "Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca" (Am 5,24).
2) O objetivo da campanha é assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas.
3) A campanha será realizada em parceria entre a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e o Conselho Nacional de I
Apresentação de intervenção no Seminário Internacional Anthropologia Cordis, dos Dehonianos. Comentário sobre as Constituições do Instituto e a sua antropologia.
Este documento discute os desafios enfrentados pela Igreja Católica no contexto da cultura contemporânea e propõe formas de redescobrir e cultivar a fé através do testemunho. Ele analisa os valores cristãos ameaçados e os falsos valores promovidos, e enfatiza a necessidade de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo para formar discípulos missionários. O documento também discute a importância do dízimo como um ato de fé.
Resumo Das Lições do II Trimestre E.B.DKonker Labs
Resumo das Lições do II Trimestre da Escola Bíblica Dominical. Realizado na Igreja Assembléia de Deus - Vila Verde II - Belém, ministrada pelo Diácono Zaqueu e apresentações por Felipe Cordeiro.
1. O documento discute como estudos bíblicos em pequenos grupos podem ajudar os membros a mergulhar mais profundamente na Bíblia e trazer suas verdades para o coração.
2. O objetivo é que cada participante encontre o Senhor revelado nas Escrituras e Ele encontre lugar em seus corações.
3. A reunião de pequenos grupos é importante porque Cristo prometeu estar presente quando Seus seguidores se reunirem em Seu nome.
O documento apresenta um guia para encontros de reflexão bíblica sobre a prática do amor e da justiça segundo o evangelho de Lucas. A primeira bem-aventurança é analisada, assim como a proposta de sociedade apresentada no texto. Participantes são convidados a refletir sobre inversões sociais necessárias e sobre quem são os bem-aventurados em sua sociedade.
1) O documento discute a abertura da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010 no Recife, enfatizando a importância da missão e unidade entre as igrejas cristãs.
2) Ele cita Dom Helder Câmara defendendo que as igrejas devem se unir em torno das preocupações de Deus com o seu povo.
3) O documento analisa passagens bíblicas que enfatizam a liberdade, igualdade e justiça social como centrais para a fé cristã.
1) O documento apresenta missionários brasileiros que desenvolvem projetos em diversos países como Filipinas, Portugal, Moçambique, Peru e Romênia.
2) Também descreve Sandro Silva, missionário da Sepal em Moçambique, onde coordena o MAP e treina líderes de igrejas.
3) Apresenta detalhes da liturgia de uma Comunidade Batista da Graça no Brasil.
O boletim paroquial discute a importância de submeter-se verdadeiramente a Cristo como Senhor, não apenas proclamá-Lo. Também aborda a acessibilidade da igreja para pessoas com deficiência e as atividades programadas para o mês de novembro.
O documento discute os desafios da contemporaneidade para a Igreja, incluindo a secularização, o pluralismo religioso e o relativismo ético. A secularização representa o apego excessivo às coisas terrenas e o desvalor da espiritualidade. O pluralismo religioso contradiz a Bíblia, que reconhece um único Deus e uma única maneira de salvá-lo, através de Jesus Cristo. O relativismo ético nega verdades e éticas absolutas, deixando cada indivíduo definir o que é verdadeiro e correto
1) O documento discute a necessidade de "voltar ao evangelho de Cristo" e abandonar várias práticas que se afastaram dos ensinamentos bíblicos, como a teologia da prosperidade, o espírito artístico, o sincretismo gospel e o ecumenismo.
2) Entre as soluções propostas estão "voltar à oração, ao jejum, ao serviço social e ao evangelismo com discipulado", colocando Cristo e as Escrituras no centro.
3) O texto argumenta que muitas igrejas adotaram dout
1) A lição discute como buscar um avivamento espiritual na igreja, com ênfase na oração e no estudo bíblico.
2) Analisa o clamor do profeta Habacuque por um avivamento e traz exemplos da igreja primitiva em busca de características de uma igreja avivada.
3) Adverte sobre os perigos do avivamentismo e defende que o verdadeiro avivamento vem de Deus, não de técnicas humanas.
This liturgy calls Christians to ongoing conversion through producing fruits of love, peace and justice. It warns that God's patience will not last indefinitely and that Christians must shed worldly attachments to walk closer to God. Conversion requires changing one's life, priorities, and bearing spiritual fruits through good works.
O documento discute três tópicos:
1) Rubem Alves questiona novamente o significado salvífico da morte de Jesus;
2) Há quem negue a expiação realizada pela morte vicária de Jesus;
3) Muitos cristãos respondem tranquilamente que acreditam na oração de Jesus no Getsêmani e na expiação por sua morte.
Este documento apresenta diretrizes gerais para a ação evangelizadora da Igreja no Brasil entre 2011-2015. Ele descreve a necessidade de evangelizar a partir de Jesus Cristo e à luz da opção preferencial pelos pobres, rumo ao Reino definitivo de Deus. Também destaca urgências como manter a Igreja em estado permanente de missão, como casa da iniciação à fé cristã e como comunidade de comunidades a serviço da vida plena de todos.
1) O documento anuncia um acampamento de lazer e confraternização para 150 pessoas em 5 de dezembro, com atividades como piscina, quadras esportivas e trilhas na mata.
2) No mesmo dia à noite haverá o último encontro do grupo jovem do ano para louvor e oração.
3) O texto também resume as mensagens de diversos pastores sobre sinais bíblicos de que esta pode ser a última geração antes do retorno de Cristo.
DCR-Versão-Provisoria-de-Lançamento.pdfFrancisco Sá
Este documento apresenta a composição da Comissão Estadual de Implementação da Base Nacional Comum Curricular no Ceará, incluindo o Secretário de Educação, presidentes de associações, representantes de universidades e escolas. Também descreve as equipes de gestão e currículo responsáveis por coordenar a implementação do currículo referencial do estado.
BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdfFrancisco Sá
1. O documento apresenta a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como um documento normativo que define as aprendizagens essenciais para todos os alunos da Educação Básica.
2. A BNCC estabelece dez competências gerais que devem ser desenvolvidas ao longo da Educação Básica para assegurar os direitos de aprendizagem dos estudantes.
3. O documento descreve a estrutura e os objetivos da BNCC para as etapas da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio
Este documento apresenta a composição da comissão responsável por implementar a Base Nacional Comum Curricular no Ceará, incluindo as equipes de gestão, currículo e comissões regionais. Também lista os colaboradores envolvidos na elaboração do Documento Curricular Referencial do estado.
Este documento apresenta a segunda versão revista da Base Nacional Comum Curricular proposta pelo Ministério da Educação. Ele lista as autoridades envolvidas no projeto e os especialistas que contribuíram para a revisão dos documentos da BNCC.
Este documento apresenta o Documento Curricular Referencial do Ceará, que define as diretrizes curriculares para a educação infantil e ensino fundamental no estado. Ele foi elaborado por uma comissão estadual de implementação da Base Nacional Comum Curricular, com a participação de diversas instituições educacionais. O documento traz informações sobre a estrutura curricular, os componentes curriculares e as abordagens transversais para cada etapa da educação básica.
A União Europeia está preocupada com o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho. A Comissão Europeia lançou diretrizes para garantir que a IA seja desenvolvida e implantada de forma ética e segura, protegendo os direitos dos trabalhadores. As diretrizes enfatizam a necessidade de transparência, vigilância humana e responsabilidade no desenvolvimento e uso de sistemas de IA.
23.-Resumo-03-Competência-3_-Repertório-Cultural.pdfFrancisco Sá
O documento discute a Competência 3 da BNCC sobre Repertório Cultural. Ela estabelece que os alunos devem conhecer e valorizar manifestações artísticas e culturais locais e mundiais e participar de produções criativas. Os alunos devem desenvolver fruição, expressão, investigação cultural e respeito à diversidade. Professores de diferentes áreas podem contribuir para este aprendizado, como Artes, Educação Física, Línguas e Ciências Humanas.
25.-Resumo-05-Competência-5_-Cultura-Digital-1.pdfFrancisco Sá
O documento discute a Competência 5 da BNCC sobre Cultura Digital. Ela reconhece o papel fundamental da tecnologia e estabelece que os estudantes devem dominar o universo digital de forma crítica, significativa, reflexiva e ética. Os alunos precisam aprender a usar ferramentas digitais, produzir multimídia, programar, analisar dados e entender o impacto da tecnologia na sociedade de forma ética.
24.-Resumo-04-Competência-4_-Comunicação.pdfFrancisco Sá
A competência 4 da BNCC trata da comunicação. Ela enfatiza a importância de se expressar e compartilhar informações usando diferentes linguagens como verbal, corporal e digital. Alunos precisam aprender a escutar atentamente, expressar ideias claramente, discutir e se comunicar usando várias plataformas. Áreas como Linguagens e Ciências Humanas contribuem para o desenvolvimento destas habilidades.
21.-Resumo-01-Competência-1_-Conhecimento-.pdfFrancisco Sá
O documento discute a primeira competência da BNCC, "Conhecimento", que enfatiza a importância de valorizar e utilizar conhecimentos construídos historicamente para entender o mundo de forma crítica. A competência promove que os alunos aprendam de forma autônoma e apliquem o conhecimento para resolver problemas reais. Também discute como os professores podem planejar aulas para desenvolver essa competência.
1579633068e-book_modelo_de_planejamento_1.pdfFrancisco Sá
O documento apresenta o planejamento anual para o 2o, 3o e 4o bimestres do Ensino Fundamental, incluindo a carga horária total de cada período, as temáticas centrais, habilidades, unidades temáticas e objetos de conhecimento, mas sem fornecer detalhes sobre esses itens.
1556901640Modelo_Planejamento_BNCC_-_EF.pdfFrancisco Sá
O documento fornece um modelo de plano de aula de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O plano de aula aborda o tema da poluição, efeito estufa e aquecimento global para o 7o ano do Ensino Fundamental. O plano detalha os objetivos, atividades e avaliação da aula, incluindo discutir as causas da poluição atmosférica, explicar o efeito estufa e suas consequências, e produzir um mapa mental sobre o tema.
1556901470Modelo_Planejamento_BNCC_-_EI.pdfFrancisco Sá
Este documento fornece um modelo de plano de aula para educação infantil de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O plano de aula proposto inclui identificação da aula, objetivos, metodologia, materiais, atividades e avaliação. O documento também explica conceitos importantes como planejamento e BNCC na educação infantil.
7-dicas-para-planejar-a-aula-a-partir-do-livro-didatico-Linguagens.pdfFrancisco Sá
Este documento fornece 7 dicas para professores planejarem aulas a partir de livros didáticos nas disciplinas de Linguagens, como entender o sumário do material, explorar os textos presentes, e se planejar de acordo com as competências da Base Nacional Comum Curricular.
7-dicas-para-planejar-a-aula-a-partir-do-livro-didatico-M.pdfFrancisco Sá
O documento fornece dicas para que professores de matemática utilizem livros didáticos em sala de aula de forma efetiva. As dicas incluem: 1) compreender a sequência do livro para planejar aulas; 2) ler textos do livro com os alunos; 3) contextualizar atividades com a região dos alunos.
O documento descreve as 10 competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que os estudantes devem desenvolver. Cada competência é apresentada junto com sua finalidade para que os alunos possam compreender o mundo, participar da sociedade e tomar decisões éticas. O documento também lista webinars sobre a implementação da BNCC.
O documento discute a experiência de Viktor Frankl nos campos de concentração nazistas e como ele encontrou sentido e propósito mesmo nessas situações extremas de sofrimento. Também reflete sobre a importância de lembrar os horrores do Holocausto e do antissemitismo para as gerações atuais.
Eu comecei a ter vida intelectual em 1985, vejam que coincidência, um ano após o título deste livro, e neste ano de 1985 me converti a Cristo e passei a estudar o comunismo e como os cristãos na União Soviética estavam sofrendo. Acompanhava tudo através de dois periódicos cristãos chamados: Missão Portas Abertas e “A voz dos mártires.” Neste contexto eu e o Eguinaldo Helio de Souza, que éramos novos convertidos tomamos conhecimento das obras de George Orwell, como a Revolução dos Bichos e este livro chamado “1984”. Ao longo dos últimos anos eu assino muitas obras como DIREITA CONSERVADORA CRISTÃ e Eguinaldo Helio se tornou um conferencista e escritor reconhecido em todo território nacional por expor os perigos do Marxismo Cultural. Naquela época de 1985-88 eu tinha entre 15 a 17 anos e agora tenho 54 anos e o que aprendi lendo este livro naquela época se tornou tão enraizado em mim que sempre oriento as pessoas do meu círculo de amizade ou grupos de whatsapp que para entender política a primeira coisa que a pessoa precisa fazer é ler estas duas obras de George Orwell. O comunismo, o socialismo e toda forma de tirania e dominação do Estado sobre o cidadão deve ser rejeitado desde cedo pelo cidadão que tem consciência política. Só lembrando que em 2011 foi criado no Brasil a Comissão da Verdade, para reescrever a história do período do terrorismo comunista no Brasil e ao concluir os estudos, a “Comissão da Verdade” colocou os heróis como vilões e os vilões como heróis.
Este livro contém três sermões de Charles Spurgeon que viveu no século XIX e é considerado um dos heróis do cristianismo, também chamado pelos seus admiradores em todo o mundo de PRÍNCIPE DOS PREGADORES ou O ULTIMO DOS PURITANOS. A vida de Charles Spurgeon é um exemplo de vida cristã e sua missão como pregador Batista fez com que seu nome fosse respeitado por todas as linhas de pensamento do cristianismo. Jesus Cristo é o nosso Salvador. Este é o tema central das pregações de Spurgeon. Nesta obra contém três sermões, são eles:
1 – Cristo e eu
2 – Perguntas e respostas desde a Cruz
3 – Boas vindas para todos que vem a Cristo
Estes sermões foram proferidos a cerca de 150 anos e quando você lê estas mensagens antigas, parece que você esta sentado em um banco, em uma igreja na Inglaterra e está ouvindo o Espírito Santo falando com você. Em CRISTO E EU vemos a necessidade de salvação, em PERGUNTAS E RESPOSTAS DESDE A CRUZ iremos entender porque Deus deixou Jesus sofrer na cruz. BOAS VINDA PARA TODOS QUE VEM A CRISTO é uma exposição clara que só podemos ser salvos por Jesus, esqueça outros deuses, santos, Maria, praticas de rituais ou boas obras. Seja sensato e venha a Cristo se quiser ser salvo.
Este livro é uma obra antiguíssima, datado de aproximadamente o ano 300 dC. E provavelmente escrito na Síria onde o cristianismo crescia de forma pujante nos primeiros séculos da Era Cristã. O livro também é uma obra pseudo-epígrafa porque tem a pretensão de ter sido escrita pelos apóstolos para orientar a igreja na sua administração. Todavia é um livro que tem grande valor histórico porque revela como era a igreja nos primeiros séculos. Vemos que algumas coisas são bem enfática naqueles dias como o fato que só havia dois cargos na igreja [bispo ou presbítero e diácono], que uma boa parte do dinheiro coletado na igreja era usado para sustentar as viúvas e se pagava salário para os dirigentes das igrejas. Havia grupos dissidentes com enfoque na guarda da Lei de Moisés. Outra coisa que vamos percebendo ao ler esta obra era a preocupação dos cristãos em viverem uma vida santa e não havia tanta preocupação com a teologia. Ainda que vemos conceitos teológicos claros como a triunidade de Deus e o inferno eterno para os condenados. Este livro Didascalia não deve ser confundido com o DIDAQUÊ, este último é a mais antiga literatura cristã, sendo datado do ano 100 dC e o Didascalia é do ano 300. O Didascalia contem muito mais conteúdo do que o Diddaquê. Mas ambos seguem o mesmo princípio de ideias. As viúvas são tratadas no Didascalia quase como um cargo eclesiástico. Vemos em Atos 6 que o cargo de diácono foi criado para cuidar das viúvas. O cuidado social da igreja primitiva aos seus membros era patente.
CARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA ILUSTRADAS E COMENTADASESCRIBA DE CRISTO
Como pesquisador cristão procurei após estudar o Novo Testamento internamente, fazer um levamento externo e o que aconteceu com o cristianismo nos anos seguintes as histórias bíblicas. Então temos algumas literaturas que são posteriores aos escritos do Novo Testamento. O Didaquê, Clemente de Roma e as cartas de Inácio de Antioquia. Nesta obra vamos ter uma noção como a igreja estava dando seus primeiros passos agora sem a companhia de Jesus e dos apóstolos. Inácio de Antioquia ainda chegou a conviver com João e Paulo e por isto “bebeu” conhecimento direto da fonte. Vemos três inimigos que faziam oposição ao cristianismo nos primeiros anos: Os judaizantes, os gnósticos e o império romano que com a máquina do Estado tentou massacrar os cristãos e o fez com toda volúpia. Em todas as cartas de Inácio ele vai informando que seu momento de ser executado na arena do Coliseu de Roma está se aproximando. Inácio seria em breve devorado por feras, mas ele mostrava uma coragem assustadora. O texto vai acompanhado com ilustrações e meus comentários.
Eu tomei conhecimento do livro DIDÁTICA MAGNA quando estava fazendo licenciatura em História e tínhamos que adquirir conhecimentos sobre métodos de ensinos. Não adianta conhecer história e não ter métodos didáticos para transmitir estes conhecimentos aos alunos. Neste contexto conheci Comenius e fiquei encantado com este livro. Estamos falando de um livro de séculos atrás e que revolucionou a metodologia escolar. Imagine que a educação era algo somente destinada a poucas pessoas, em geral homens, ricos, e os privilegiados. Comenius ficaria famoso e lembrado para sempre como aquele educador que tinha como lema: “ensinar tudo, para todos.” Sua missão neste mundo foi fantástica: Ele entrou em contato com vários príncipes protestantes da Europa e passou a criar um novo modelo de escola que depois se alastrou para o mundo inteiro. Comenius é um orgulho do cristianismo, porque ele era um fervoroso pastor protestante da Morávia e sua missão principal era anunciar Jesus ao mundo e ele sabia que patrocinar a educação a todas as pessoas iria levar a humanidade a outro patamar. Quem estuda a história da educação, vai se defrontar com as ideias de Comenius e como nós chegamos no século XXI em que boa parte da humanidade sabe ler e escrever graças em parte a um trabalho feito por Comenius há vários séculos atrás. Até hoje sua influencia pedagógica é grande e eu tenho a honra de republicar seu livro DIDÁTICA MAGNA com comentários. Comenius ainda foi um dos líderes do movimento enciclopédico que tentava sintetizar todo o conhecimento humano em Enciclopédias. Hoje as enciclopédias é uma realidade.
Lição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno.pptxCelso Napoleon
Lição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno
EBD – Escola Bíblica Dominical
Lições Bíblicas Adultos 2° trimestre 2024 CPAD
REVISTA: A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA: O Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para Chegar ao Céu
Comentarista: Pr. Osiel Gomes
Apresentação: Missionário Celso Napoleon
Renovados na Graça
renovadosnagraca@gmail.com
https://www.facebook.com/renovadosnagraca
Este livro faz parte de um coleção de 4 livros sobre Belém em que publiquei fotos e coletei informações sobre os lugares sagrados de Belém. Um dos livros é exclusivo sobre a Basílica da Natividade e este aqui é focado em Jerônimo. Este doutor da Igreja jamais imaginaria sua importância para a história. Jerônimo foi o primeiro a traduzir a Bíblia inteira das línguas originais [hebraico e grego] para outro idioma, no caso, o latim. Jerônimo não foi um homem perfeito, tinha um temperamento agressivo, defendia algumas ideias erradas, mas era uma pessoa que amava Deus demais. Jerônimo deixou os prazeres da vida, para viver como pobre, se dedicando a estudar a Bíblia como poucos. Também amava as pessoas, dedicando sua vida também em receber as caravanas de peregrinos em Belém da Judeia. A Igreja de Santa Catarina em Belém faz parte do complexo da Basílica da Natividade. Debaixo desta igreja se encontra a gruta onde Jerônimo viveu por 34 anos. O grande teólogo é considerado um santo e um exemplo de vida.
Oração Para Pedir Bênçãos Aos AgricultoresNilson Almeida
Conteúdo recomendado aos cristãos e cristãs do Brasil e do mundo. Material publicado gratuitamente. Desejo muitas luzes e bênçãos para todos. Devemos sempre ser caridosos com os nossos semelhantes.
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade.pptxCelso Napoleon
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade
EBD – Escola Bíblica Dominical
Lições Bíblicas Adultos 2° trimestre 2024 CPAD
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Comentarista: Pr. Osiel Gomes
Apresentação: Missionário Celso Napoleon
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Ult331
1. Julho-Agosto, 2011 I ULTIMATO 1
FECHAMENTOAUTORIZADO.PodeserabertopelosCorreios.
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REDESCOBRINDOAPALAVRADEDEUS
ANDANDO NAS PEGADAS DO NAZARENO, POR
VALDIR STEUERNAGEL
J U L H O – AG OSTO 2 01 1 • A N O X L I V • N º 3 3 1
Entrevista:RussellShedd
Avivamento é uma admissão de
carência e deficiência em uma área
doutrinária ou prática
A maior denominação
evangélica do Brasil
Assembleia de Deus — 100 anos
3. Julho-Agosto, 2011 I ULTIMATO 3
Deus tem saudades
daqueles que o deixam!
Abertura
E
m certa altura da história do Antigo Testamento,
na época de Jeremias, por volta do ano 627
antes de Cristo, o povo eleito se desprendeu e
saiu da presença de Deus, renunciou os compromissos
religiosos, pôs-se do lado de fora da aliança e da cerca
que os protegia, repudiou a própria história (iniciada há
mais de mil anos, com a chamada de Abraão) e desertou
para o lado oposto. Não é necessário usar tantos verbos
para explicar o que aconteceu. Basta dizer, em uma
linguagem mais clara, que Israel apostatou da fé.
Isso tem se repetido tanto na história dos hebreus
como na história da igreja. A pesquisa da American
Physical Society mostra que daqui a menos de 40
anos o cristianismo e as outras religiões poderão ser
radicalmente extintos em nove países ricos — Canadá,
Austrália, Áustria, Finlândia, Irlanda, Holanda, Nova
Zelândia, Suíça e República Tcheca. Todos esses países
são cristãos — alguns católicos e outros protestantes.
Trata-se, portanto, de uma acentuada e generalizada
apostasia, que combina com a previsão mencionada por
Paulo: “O Espírito de Deus diz claramente que, nos
últimos tempos, alguns abandonarão a fé [por darem]
atenção a espíritos enganadores e a ensinamentos que
vêm de demônios” (1Tm 4.1, NTLH).
A apostasia é algo muito sério. Entre os apóstatas
mais notáveis do período bíblico estão o rei Acaz
(2Cr 29.19), o rei Manassés (2Cr 33.19), Demas
(2Tm 4.10), Himeneu e Alexandre (1Tm 1.19-20).
Há muitas razões para a apostasia. Uma delas é a
força destruidora da perseguição religiosa. As ameaças,
a tortura, a prisão e o martírio têm feito alguns cristãos
renunciarem a fé. Às vezes apenas “da boca para fora”,
mas não no íntimo. O relaxamento moral progressivo,
por sua vez, pode descambar na apostasia. Daí a
exortação: “Se continuarmos a pecar de propósito,
depois de conhecer a verdade, já não há mais sacrifício
que possa tirar os nossos pecados” (Hb 10.26, NTLH).
A intensificação dos poderes demoníacos, por meio
de falsos profetas, falsos mestres, falsos cristãos e falsos
milagres, pode roubar a fé de muitos. O Apocalipse diz
que todos ficarão maravilhados com a cura da besta que
havia sido golpeada mortalmente e, então, se porão ao
lado dela (Ap 13.3).
É difícil, mas pode acontecer que o apóstata
venha a se arrepender e volte para o aprisco. Pela
instrumentalidade dos profetas, Deus se dirige às
gerações apóstatas de maneira comovente. Às vezes,
ele recorda os bons tempos anteriores à apostasia: “Eu
me lembro bem de como você procurava me agradar
e demonstrar o seu amor, como uma jovem noiva, [e
quando] me seguia fielmente, através do deserto onde
planta nenhuma podia nascer” (Jr 2.2, BV). Outras
vezes, ele reclama com ternura: “O meu povo cometeu
dois pecados: Eles abandonaram a mim, a fonte de
água fresca, e cavaram cisternas, cisternas rachadas
que deixam vazar a água da chuva” (Jr 2.13, NTLH).
Quando convém, ele fala mais energicamente e faz
promessas de renovo: “Venham cá, vamos discutir este
assunto [pois] os seus pecados os deixaram manchados
de vermelho, manchados de vermelho escuro; mas eu
os lavarei, e vocês ficarão brancos como a neve, brancos
como a lã” (Is 1.18, NTLH).
A evangelização pretende alcançar os que nunca
ouviram o anúncio das boas-novas. A reevangelização,
por sua vez, quer alcançar aqueles que saíram do
meio de nós, mas, a rigor, ainda não eram dos nossos
(1Jo 2.19). É possível que “com laços de amor e de
bondade” (Os 11.4) Deus os traga de volta!
4. 4 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
H
á algum tempo me encontrei com um amigo e irmão
assembleiano em frente ao templo da Igreja Presbiteriana de
Viçosa. Ele olhou em direção à igreja e me perguntou de chofre:
“Como vai esta geladeira?”. Devo ter dado uma resposta conciliatória.
Talvez tenha dito que a geladeira estava estragada e não esfriava nem
congelava as ovelhas. Meu amigo não falava por mal. Sua frase exprimia
um preconceito das igrejas pentecostais contra as igrejas históricas —
preconceito existente também em sentido inverso.
Ultimato se alegra com o centenário das Assembleias de Deus no
Brasil, celebrado no mês de junho em todo o país, especialmente em
Belém do Pará, onde tudo começou. Nada mais justo e oportuno do que
deixar o leitor por dentro da caminhada dos assembleianos brasileiros,
desde a organização de sua primeira igreja, em junho de 1911, até hoje.
Temos ainda outros pratos cheios nesta edição. Em sua coluna,
Alderi Matos diz que “o cristianismo tem uma concepção elevada do
ser humano e afirma a dignidade e até mesmo a sacralidade da vida”
(p. 61). A exortação de Catito aos casais é muito oportuna: “Nosso
‘irmão’ mais próximo é o nosso cônjuge e amá-lo significa dar a vida
por ele” (p. 41). Ricardo Barbosa encoraja os que andam pelo caminho
apertado: “O caminho estreito é o caminho da criação, da redenção,
o caminho de Jesus” (p. 32). A propósito do PLC 122, Robinson
Cavalcanti reafirma que a sexualidade deve ser entendida “como um dom
de Deus, a ser exercitada no matrimônio heterossexual monogâmico
vitalício”. Rubem Amorese é cauteloso ao falar do reino dos céus:
“Suponho que a hierarquia do poder do reino dos céus é mantida pela
submissão voluntária e a autoridade é exercida sobre aqueles que a ela se
sujeitam voluntariamente” (p. 66).
Valdir Steuernagel escreve da Galileia, de frente para o mar de
Tiberíades. O cenário o faz recordar e dividir com o leitor momentos
especiais da vida de Jesus (p. 56).
Por fim, temos uma das pérolas pentecostais (p. 24), escrita em 1930
por Paulo Leivas Macalão: “Quantos pregadores mencionam ao pecador
a cor e o perfume da rosa, mas se esquecem de avisá-lo dos espinhos”.
Elben César
Carta ao leitor
ISSN 1415-3165
Revista Ultimato – Ano XLIV – Nº 331
Julho-Agosto 2011
www.ultimato.com.br
Publicação evangélica destinada à evangelização e
edificação, não denominacional, Ultimato relaciona
Escritura com Escritura e acontecimentos com Escrituras.
Visa contribuir para criar uma mentalidade bíblica e
estimular a arte de encarar os acontecimentos sob uma
perspectiva cristã. Pretende associar a teoria com a
prática, a fé com as obras, a evangelização com a ação
social, a oração com a ação, a conversão com santidade
de vida, o suor de hoje com a glória por vir.
Circula em meses ímpares
Diretor de redação e jornalista responsável:
Elben M. Lenz César – MTb 13.162 MG
Arte: Liz Valente
Impressão: Plural
Tiragem: 35.000 exemplares
Colunistas: Alderi Matos • Bráulia Ribeiro
Carlos “Catito” Grzybowski • Carlinhos Veiga
Dagmar Fuchs Grzybowski • Ed René Kivitz • Jorge Barro
Marcos Bontempo • Marina Silva • Paul Freston
René Padilla • Ricardo Barbosa de Sousa
Robinson Cavalcanti • Rubem Amorese
Valdir Steuernagel
Notícias: Lissânder Dias
Participam desta edição: Frederico Rocha
Janet Susan • Russell Shedd
Publicidade: anuncio@ultimato.com.br
Assinaturas e edições anteriores:
atendimento@ultimato.com.br
Reprodução permitida: Favor mencionar a fonte.
Os artigos não assinados são de autoria da redação.
Publicado pela Editora Ultimato Ltda., membro
da Associação de Editores Cristãos (AsEC)
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Daniela Cabral • Ivny Monteiro • Lucas Rolim Menezes
EDITORIAL/PRODUÇÃO/ULTIMATO ONLINE:
Marcos Bontempo • Bernadete Ribeiro
Djanira Momesso César • Gláucia Siqueira
Lissânder Dias • Mariana Furst • Pabline Félix
FINANÇAS/CIRCULAÇÃO: Emmanuel Bastos
Aline Melo • Ana Paula Fernandes • Cristina Pereira
Daniel César • Edson Ramos • Jair Avillez
Luís Carlos Gonçalves • Rodrigo Duarte
Solange dos Santos
VENDAS: Lúcia Viana • Henife Oliveira
Lucinéia Campos • Romilda Oliveira • Tatiana Alves
Vanilda Costa
ESTAGIÁRIOS: Bruno Menezes • Cláudia Alvarenga
Jaklene Batista • Juliani Lenz
fundada em 1968
4 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
Geladeira
estragada
6. 6 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
75.
“
Ninguém deve buscar os seus próprios
interesses e sim os interesses dos outros”
(1Co 10.24, NTLH). O pastor de almas é muito
mais comprometido com os outros do que
qualquer outra pessoa. Ele precisa cuidar das ovelhas e
cuidar do rebanho, como faz o pastor mencionado no
Salmo 23. A diferença entre o mercenário e o bom pastor
é que aquele abandona as ovelhas em situação de risco e
este toma conta delas, a ponto de dar a própria vida por
elas (Jo 10.11). O pastor precisa cuidar da igreja de Deus
(1Tm 3.5).
Diante dessa obrigação, pode parecer estranho e
contraditório o conselho de Paulo a Timóteo: “Cuide
de você mesmo e tenha cuidado com o que ensina”
(1Tm 4.16, NTLH). Em outras versões lê-se: “Atente
bem para a sua própria vida e para a doutrina” (NVI),
“Mantenha-se vigilante em tudo quanto faz e pensa”
(BV), “Vela por ti e pelo teu ensino” (Matos Soares),
“Olha por ti e pela instrução dos outros” (EPC), “Presta
atenção a ti mesmo e à doutrina” (BJ).
Não há contradição alguma. Para cuidar bem dos
outros, Timóteo precisava primeiro cuidar bem dele e
de sua pregação. Assim ele seria bem sucedido diante de
Deus e do rebanho. Antes dessa exortação, Paulo havia
feito outras: “Você será um bom servo de Cristo Jesus,
alimentando-se espiritualmente com as doutrinas da fé
e com o verdadeiro ensinamento que você tem seguido”
e “Para progredir na vida cristã, faça sempre exercícios
espirituais” (1Tm 4.6-7, NTLH).
Tudo está muito claro: Timóteo deveria juntar a
ortopraxia (cuidado com a conduta) com a ortodoxia
(cuidado com a doutrina). Em nenhuma outra parte
da Bíblia esses dois cuidados estiveram tão próximos
um do outro. O filho de Paulo na fé seria um aleijado
se desprezasse a ortodoxia e se agarrasse a ortopraxia e
vice-versa. O jovem pastor deveria ser “um exemplo na
maneira de falar, de agir, no amor, na fé e na pureza”
(isso é ortopraxia) e não ter nada a ver com “ideias tolas
nem mitos e lendas absurdas” (isso é ortodoxia), como
está escrito no mesmo capítulo (1Tm 4.7, 12). Timóteo
deveria tratar “as mulheres jovens como irmãs, com
toda pureza” (1Tm 5.2) tanto como “zelar pela pureza
do evangelho que ele ficou encarregado de pregar”
(1Tm 1.11).
A tentação que sempre existiu é a de separar a
ortopraxia da ortodoxia ou a ortodoxia da ortopraxia.
A pessoa que só pensa em teologia não dará a menor
importância à piedade e será seca demais. A pessoa que
só pensa em piedade não dará a mínima importância à
teologia e será vulnerável demais.
Pastorais
Viva a fé e
viva a conduta!
7. Julho-Agosto, 2011 I ULTIMATO 7
GunnarVingren e Daniel Berg: os
pioneiros das Assembleias de Deus
O “colégio de Jesus” e a educação
teológica das Assembleias de Deus
Questões éticas sob o ponto de
vista assembleiano
O crescimento assombroso das
Assembleias de Deus no Brasil e
suas possíveis razões
Os assembleianos não podem
sobrecarregar demais e os outros
não podem aliviar demais
“Eu sou de São Cristóvão” e “Eu
sou de Madureira”
3 Abertura
4 Carta ao leitor
6 Pastorais
8 Cartas
12 Frases
12 Números
16 Mais do que notícias
18 Notícias
36 Meio ambiente e fé cristã
42 De hoje em diante...
43 Novos acordes
44 Altos papos
46 Caminhos da missão
58 Cidade em foco
63 Vamos ler!
CAPA
SEÇÕES
Sumário
ABREVIAÇÕES:
AS21 - Almeida Século 21; BH - Bíblia Hebraica;
BJ - A Bíblia de Jerusalém; BP - A Bíblia do Peregrino;
BV - A Bíblia Viva; CNBB - Tradução da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil; CT - Novo Testamento
(Comunidade de Taizé); EP - Edição Pastoral; EPC -
Edição Pastoral - Catequética; HR – Tradução de Huberto
Rohden; KJ - King James (Nova Tradução Atualizada
dos Quatro Evangelhos); NTLH - Nova Tradução na
Linguagem de Hoje; TEB - Tradução Ecumênica da
Bíblia. As referências bíblicas não seguidas de indicação
foram retiradas da Edição Revista e Atualizada, da
Sociedade Bíblica do Brasil, ou da Nova Versão
Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional.
O caminho do coração
32 Não basta dizer, é preciso fazer
Ricardo Barbosa de Sousa
Da linha de frente
34 A linguagem de missões que prejudica
o Reino, Bráulia Ribeiro
Cotidiano
38 O leitor pergunta, Ed René Kivitz
Missão integral
40 O poder para a missão, René Padilla
Casamento e família
41 Você conhece o amor?, “Catito” Grzybowski
e Dagmar Fuchs Grzybowski
Entrevista
48 Russell Shedd
Avivamento é uma admissão de carência e
deficiência em uma área doutrinária ou
prática
Ética
50 A vontade de Deus e os desejos não
realizados, Paul Freston
Reflexão
52 Os evangélicos e a pororoca gay
Robinson Cavalcanti
Redescobrindo a Palavra de Deus
56 Andando nas pegadas do Nazareno
Valdir Steuernagel
História
60 Fé cristã: o verdadeiro humanismo
Alderi Souza de Matos
Ponto final
66 Fios de prata, Rubem Amorese
22
25
26
27
28
29
• artigos exclusivos
• boletins editoriais
• devocionais
• estudos bíblicos
• lançamentos
• novidades
• promoções
NeiNeves
Centro de Convenções Centenário, da
Assembleia de Deus, em Belém, PA
Um ponto de encontro
www.ultimato.com.br
8. 8 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
Cartas
Pascal
Eu estava descontente com boa parte das matérias
de Ultimato há algum tempo, pois não estavam
sendo úteis para o amadurecimento da minha
fé cristã. No entanto, a edição de maio/junho foi
extraordinária, especialmente a matéria de capa,
Fé, razão, pecado e redenção no pensamento de
Blaise Pascal. Parabéns e continuem assim. Apro-
veito para dizer que não é verdade que Ultimato
fez ou faz campanha de ódio contra os homosse-
xuais, como diz a carta de João Kouffi, publicada
na mesma edição. A revista tem mantido de forma
coerente a posição bíblica sobre o assunto.
João Antonio de Almeida, Tatuí, SP
A edição de maio/junho, cuja matéria de capa
é sobre a pessoa e o pensamento de Blaise
Pascal, é uma das melhores desde que me tornei
assinante! Tão boa que meu filho de 17 anos está
entusiasmado.
Vitório Pinto, Magé, RJ
A cada dia que passa a noiva (igreja) se coloca à
frente do Noivo e torna-se menos cristocêntrica,
mais mundana e denominacional e perde o foco. A
liderança da igreja precisa falar mais a respeito do
Noivo que da noiva. Aprende-se muito sobre cos-
tumes e pouco sobre princípios bíblicos irrevogá-
veis. Maravilhoso o artigo Pascal — Jesus Cristo é
o centro para onde tudo converge (“Capa”, maio/
junho de 2011). Precisamos ler as Escrituras com
sede do Noivo. Parabéns a Ultimato, que não
negocia com a verdade, mas leva-a a sério.
Pr. Marcelo, Duartina, SP
Cotidiano
Parabenizo Ed Rene Kivitz pelo texto lúcido sobre
oração (maio/junho de 2011). É um dos mais
inspirados e objetivos que li sobre o assunto ulti-
mamente. Parabenizo também Paul Freston pelo
excelente artigo sobre Gregório (“Ética”). Ultimato
inspira minha vida e ministério.
Obede Silva, Fortaleza, CE
Entrevista
A entrevista Islamismo e democracia não são in-
compatíveis (maio/junho de 2011) poderia ter sido
esclarecedora. Porém, devido ao pequeno espaço
concedido a Ramez Atallah, as respostas foram
superficiais. Fiquei desapontado com o conteúdo.
Walbervan Pontes, Fortaleza, CE
O prolongamento da dor
No texto O prolongamento da dor (“Abertura”, maio/
junho de 2011), Elben César interpreta literalmente
o versículo: “O choro pode durar a noite inteira,
mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5). Segundo
ele, a dor pode durar mais de um dia, mais de uma
semana etc. Todavia, parece claro que o autor
bíblico queira mostrar a possibilidade de o sofri-
mento se prolongar, como uma noite de sofrimento
demora a passar. Porém, a promessa da graça e
do alívio também se cumprirá, como o sol sempre
chega, mesmo depois de uma longa noite.
Djaik Neves, Jataí, GO
Em defesa da teologia
Gostei muito do artigo Em defesa da teologia
(“História”, maio/junho de 2011), de Alderi Souza de
Matos. Ele consegue falar de vários assuntos com
profundidade. A declaração de que “a teologia é
uma tarefa imprescindível e absolutamente essen-
cial” é ousada e desafiadora. Aprendi a admirar o
autor pelos artigos que ele escreve para Ultimato.
Jean de Oliveira, Nova Cruz, RN
A espiritualidade cristã e a cultura
narcisista
Parabenizo Ultimato por ser um canal de bênção
e de reflexão sobre o cristianismo do dia-a-dia. Ao
9. Julho-Agosto, 2011 I ULTIMATO 9
ler o artigo A espiritualidade cristã e a cultura
narcisista, de Ricardo Barbosa (“O caminho
do coração”, maio/junho de 2011), lembrei-me
do texto de Mateus 5.3: “Bem-aventurados os
humildes de espírito, porque deles é o reino dos
céus”. Interpreto este versículo assim: felizes os
que se esvaziam de si mesmos e se enchem de
Deus. O comportamento narcisista tem afetado
os cristãos. Estes exibem o “grande eu” nos sites
de relacionamentos e nos cargos que ocupam
nas igrejas, os quais os enchem de orgulho, por
serem seguidos e elogiados. Com isso, acabam
perdendo o sentido do cristianismo.
Renan Souza, Poá, SP
Altos papos
Interessante a reflexão e a aplicação feita por
Manu Magalhães em Hitler, Roberto Jefferson
e eu (“Altos papos”, março/abril de 2011).
Faço uma única ressalva: ao dizer que Jesus,
como nós, tinha sede de poder e de aceitação,
ela apresenta características de Jesus que
eu simplesmente não consigo encontrar nos
Evangelhos, nem fazendo um esforço exegético.
Quanto à primeira (sede de poder), sugiro que
se leia Mateus 26.53 e João 10.18; em relação
à segunda (sede de aceitação), a sugestão é
João 6.67.
Antônio Alves, Americana, SP
O artigo Hitler, Roberto Jefferson e eu, de Manu
Magalhães (“Altos papos”, março/abril de 2011),
me confrontou com o real, verdadeiro e vivo
perdão de Deus, que também devemos exercer
em nossos relacionamentos. Levou-me a perceber
o significado do perdão de Deus na minha vida e o
lugar que ele tem na vida cristã.
Fabiano Portela, João Pessoa, PB
Sugestão de pauta
Gostaria que Ultimato fosse menos elitizada e
falasse mais sobre a vida do povo evangélico. E
também que escrevesse sobre os crentes que pre-
gam nos trens, nas ruas, nos presídios. Continuem
publicando matérias sobre homossexualismo,
aborto, eutanásia e casamento.
Joubert da Conceição, Duque de Caxias, RJ
Igreja Anglicana
Saiu uma reportagem, em cadeia nacional,
dizendo que a Igreja Anglicana, apesar do nome
diferente, é uma extensão da Igreja Católica. A
informação procede?
Evandro César, Carolina, MA
— A Igreja Anglicana é uma igreja reformada, ou
protestante, que mantém o episcopado histórico,
os sacramentos e a liturgia. Tem em comum com
as Igrejas Orientais e a de Roma alguns aspectos
estéticos exteriores, mas não a teologia. Ela des-
cende da Igreja Celta autônoma dos primeiros seis
séculos, localizada nas Ilhas Britânicas. Esteve,
posteriormente, sob a autoridade papal, da qual
se desvinculou quando da Reforma Protestante do
Século 16. Está presente hoje em 165 países, com
80 milhões de seguidores, e tem a Sé de Cantuária
como símbolo de unidade.
Dom Robinson Cavalcanti, bispo anglicano da
Diocese de Recife, PE
Cartas da prisão
Acabo de escrever um livro: Dados Importantes da
Vida de Paulo. Foram nove meses de pesquisa bí-
blica. Quero continuar esse trabalho, mas preciso
do apoio de alguma editora.
Pr. Rovilson Alves (Raio 3, cela 301, Estrada
Municipal Iperó/Tatuí, km 5,5, Iperó, SP)
A matéria de capa sobre sofrimento (novembro/
dezembro de 2010) foi muito marcante para mim,
pois o meu sofrimento não representa quase nada
se comparado ao daqueles que estiveram em
campos de concentração. Graças a Deus, minha
mãe, que era da Iugoslávia, conseguiu extradição
durante a Segunda Guerra. Quanto a mim, estou
preso desde 1995. Tenho 54 anos e estou nos
caminhos do Senhor desde 1998, quando ele me
tirou dos braços da morte, curou minhas feridas
10. 10 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
Cartas
(levei vários tiros) e fez de mim um novo homem.
Hoje faço a obra de Deus na prisão.
Mário Garcia, Riolândia, SP
Quando fui preso, em junho de 2008, achei que
o mundo tinha acabado para mim. Três dias
depois tomei a decisão de me enforcar. Tentei por
três ou quatro vezes e não consegui. Depois de
tudo isso, entendi que a vida não acaba quando
achamos que ela acabou. Comecei a viver um dia
após o outro. Hoje sou feliz. Conheci a Palavra
de Deus.
José da Silva, Sorocaba, SP
Quem sou eu? Um miserável pecador, ex-viciado
e ex-assaltante. Sou apenas um presidiário arre-
pendido, pagando por seus erros, esquecido pela
família, abandonado pela sociedade e rejeitado
por todos. E ainda condenado à morte, pois há 18
anos sou soropositivo. Por algum tempo pensei
em desistir de tudo. Entrei em uma depressão
profunda. Porém, Jesus me mostrou que ele é o
médico e eu sou o doente. Estou condenado a
18 anos de reclusão, dos quais já cumpri 10. Na
prisão concluí o ensino fundamental e o médio.
Tenho orado e lido muito. Não vejo a hora de sair
de cabeça erguida para pregar o evangelho. Ulti-
mato tem abençoado muito a vida dos presos.
Paulo Henrique de Almeida, Casa Branca, SP
Oro todos os dias por vocês. Gostaria que Ultimato
publicasse a seguinte reflexão: Certa vez, um
homem pediu a Deus uma flor e uma borboleta.
Porém, Deus lhe deu um cacto e uma lagarta. O
homem ficou triste, pois não entendeu o porquê
de seu pedido vir errado. Então pensou: “Também,
com tantas pessoas para atender...”. E resolveu
não questionar. Passado algum tempo, foi verificar
o pedido que deixara esquecido. Para sua surpre-
sa, do espinhoso e frio cacto havia nascido uma
bela flor, e a horrível lagarta transformara-se em
uma linda borboleta. Ele reconheceu que Deus age
certo. Assim é a nossa vida. Hoje pode ser triste,
mas amanhã iremos sorrir. Porque Deus é o nosso
ajudador.
Pr. Samuel de Moura, Itirapina, SP
Sou pastor evangélico. Não vigiei o suficiente e es-
tou preso em um presídio no Rio de Janeiro, onde
faço a obra de Deus (leia Mateus 25.36). Gostaria
de receber sempre a revista Ultimato.
Pr. César Mesquita, Rio de Janeiro, RJ
— Para o leitor compreender melhor o drama
dos irmãos encarcerados, que sempre escrevem
a Ultimato, sugerimos o filme Um sonho de
liberdade. Ele conta a história de um banqueiro
que foi condenado à prisão perpétua e que tinha
a habilidade de resolver problemas do dia-a-dia
dele e dos outros. A Bíblia diz: “Não se esqueçam
daqueles que estão na prisão. Sofram com eles,
como se vocês próprios estivessem aprisionados
com eles” (Hb 13.3).
Voz profética
Agradeço a Deus pela voz profética de Ultimato
nos dias de hoje. É bom saber que ainda há
cristãos que preferem combater a hipocrisia, o
narcisismo, o egoísmo e proclamar a mensagem
da insignificância e da irrelevância do ser humano
frente aos seus méritos; e, ainda, apresentar
o caminho da graça maravilhosa de Jesus, da
necessidade de confissão, do quebrantamento e
da humildade diante de Deus e das pessoas.
Pr. Tiago Schwanz, Serra, ES
Lei Muadji
Foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos
da Câmara dos Deputados, por unanimidade, o
PL 1057/2007 — Lei Muadji —, que visa proteger
as crianças indígenas em situação de risco. Ele
abrange crianças que nasceram com deficiência
física ou mental, gêmeos, filhos de mãe solteira
e outros casos de crianças discriminadas, de
acordo com a tradição de cada povo indígena. Em
algumas etnias, elas ainda correm risco de serem
rejeitadas, abandonadas na mata ou mortas por
membros da própria família, devido à pressão
11. Julho-Agosto, 2011 I ULTIMATO 11
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interna. Em algumas comunidades há relatos de
mais de duzentas crianças nessas condições
que foram mortas. A aprovação foi uma vitória
da vida!
Damares Regina Alves, assessora jurídica
da Frente Parlamentar da Família e Apoio à
Vida e conselheira do Movimento Atini —
Voz pela Vida
Revistas para missionários
Enviamos os exemplares que recebemos de
Ultimato a missionários que estão na Ásia,
Europa, África e alguns países mais fechados
ao evangelho. No Brasil, enviamos para aqueles
que trabalham com povos indígenas no Ama-
zonas. Separamos um a dois exemplares para
os departamentos da base da Missão AMEM
em Belo Horizonte. O conteúdo da revista é
excelente e cremos que tem edificado a vida dos
missionários, especialmente os que estão longe
do país de origem.
Angélica, Belo Horizonte, MG
— Em parceria com agências missionárias, Ulti-
mato é enviada a 342 missionários em campo.
Carta dos editores
Ricardo Gondim escreveu por 16 anos na
revista Ultimato. Sua estreia foi com o artigo
A pós-modernidade, seus desafios e oportunidades,
na edição de março de 1996. Seus textos logo
conquistaram os leitores. Seu artigo mais recente,
na edição de maio de 2011, é uma declaração de
amor à literatura.
Como os demais articulistas, Ricardo Gondim
nunca recebeu pagamento por seus escritos. Em
julho de 2008, ele esteve conosco no Encontro de
Amigos, quando celebramos os 40 anos da revista,
aqui em Viçosa, MG. Além de sua seção “Reflexão”
na revista, a Editora Ultimato publicou três livros
de sua autoria: Orgulho de Ser Evangélico — que
é também título de seu artigo publicado na edição
de julho de 2000 —, O Que os Evangélicos (Não)
Falam e Eu Creio, Mas Tenho Dúvidas.
Temos respeito e carinho pelo pastor Ricardo
Gondim. Suas posições e alertas à igreja brasileira
fazem parte da história ministerial da Editora Ultima-
to. Em meados de maio nos reunimos com o pastor
Ricardo em seu escritório na Igreja Betesda, em São
Paulo, quando comunicamos a ele a descontinuação
de sua participação na revista.
Estamos gratos a Deus pelo tempo que
caminhamos juntos. Os leitores podem continuar
a encontrar o pastor Ricardo Gondim em seu site
(www.ricardogondim.com.br) e também em vários
outros canais de comunicação que reproduzem
seus escritos.
Dos editores
12. 12 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
“A criação inteira, inclusive a
humanidade, encontra o seu
devido propósito e lugar unicamente no
relacionamento vivo com Jesus Cristo.
Timóteo Carriker, missiólogo
FRASES
“O cuidador-mor, Jesus Cristo, deixou-se
ser denominado de curador ferido.
Ferido pelas feridas que curava, mas, sobretudo,
para ser modelo para um bom cuidador.
Cleydemir de Oliveira Santos, psicólogo, autor
de Ainda Dá Para Ser Feliz
“Avida é traumática por natureza. Nem
todos os traumas podem ser evitados.
Mas com fé em Deus todos os traumas podem
ser superados.
Ailton Gonçalves Desidério, pastor, psicólogo
especializado em psicanálise
“Ovalor da verdade não pode ser medido
pela atração que ela tem, nem pela
popularidade. Se popularidade fosse critério de
validade, Jesus não teria morrido.
Antonio Silva Paixão, padre, por ocasião
do 4° Encontro Nacional de Jornalismo em
Brasília, DF
“Os familiares mentem a si mesmos e
para o paciente, fazendo de conta
que está tudo bem e que ele, a qualquer
momento, sairá daquela situação. O assistente
religioso, por sua vez, tem uma conversa que
pende mais para o lado transcendente, menos
concreto e algumas vezes indefinido.
Anísio Baldessin, capelão do Instituto do
Câncer em São Paulo, SP
“O trabalho por um mundo melhor constitui
uma parte intrínseca do culto da igreja
a Deus. Quando levamos a cabo ações de justiça,
de paz e de dar de comer aos famintos, estamos
realizando atos que engrandecem a Deus, porque
eles engrandecem a dignidade de cada ser
humano.
Olav Fykse Tveit, pastor, secretário-geral do
Conselho Mundial de Igrejas, em Genebra, Suíça
“O s orçamentos das igrejas não têm
espaço para missões. As finanças,
sempre apertadas, há muito tempo foram
comprometidas com salários e construções caras.
Russell Shedd, filho de missionários e
missionário no Brasil
“O homem moderno foi condenado a ser
manipulado pelo excesso de comunicação,
a oferta maior do que a procura. O mundo
virtual é um salto sem rede no espaço. Uma
bobeira pode terminar em tragédia.
Carlos Heitor Cony, escritor
“N o horror da dor, a prepotência diminui
e é possível enxergar as próprias
fragilidades. Sem reconhecer a própria fragilidade,
não é possível conseguir forças para construir o
consenso capaz de mudar.
Dilma Rousseff, quando ministra de Minas e
Energia
”
”
”
”
” ”
”
”
”
NÚMEROS
1.600.000.000
de exemplares da Palavra de Deus
já foram distribuídos graciosamente
pelos Gideões Internacionais ao redor
do mundo, desde a sua fundação em
1899
114
anos era a idade de Walter Breuning,
o homem mais velho do mundo, ao
morrer de causas naturais em um
hospital americano no dia 15 de abril
de 2011
500.000
das 600 mil cidades e vilas da Índia
não têm sequer um pregador do
evangelho. A evangelização do país
começou há dois milênios, com o
apóstolo Tomé
1.300.000
haitianos desalojados pelo terremoto
de janeiro de 2010 ainda vivem sob
lonas de plástico
15.000.000
de crianças e adolescentes espalhados
pelo mundo são órfãos de pais que
morreram infectados com o vírus HIV
nos últimos 20 anos
370
pessoas são infectadas com o vírus
HIV a cada hora ao redor do mundo
(50% delas são jovens com idade
entre 15 e 24 anos)
70%
das crianças negras nos Estados
Unidos são filhas de mães solteiras
(há mais ou menos 60 anos elas eram
entre 13% e 15%)
Ultimatoimagem
14. 14 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
Mulheres bonitas
E
m uma
correspondência de
pastor para pastor,
o mais idoso escreve para o
mais novo: “[Quero] que
elas [as mulheres da igreja]
se enfeitem”.
Ao mesmo tempo que
permite e encoraja as
irmãs a se adornarem, o
pastor idoso faz algumas
restrições. Elas não devem
gastar muito dinheiro com
roupas de luxo, penteados
complicados e jóias
caras, como as de ouro
e pérolas. Como cristãs,
elas devem optar por um
estilo de vida simples.
Embora recomende
também “roupas decentes
e simples” para evitar a
concupiscência masculina,
o pastor parece mais
preocupado com o
desperdício de dinheiro.
Para realçar a beleza,
as mulheres devem usar
outros enfeites: “Que
[elas] se enfeitem com
boas ações, como devem
fazer as mulheres que
dizem que são dedicadas
a Deus”. Nada melhor
do que associar a beleza
exterior à interior. Afinal,
na época de Davi, “não
havia ninguém tão famoso
por sua beleza como
Absalão” (2Sm 14.25), mas
que, por dentro, era como
os fariseus que lavavam o
prato e o copo apenas por
fora (Mt 23.25).
O pastor mais velho
chama-se Paulo, o mais
novo, Timóteo. As frases
citadas são da Primeira
Carta de Paulo a Timóteo,
capítulo 2, versículos 9
e 10, escrita há mais de
1.900 anos.
+DO QUE NOTíCIAS
O
clamor condenatório
da secularização
da consciência,
principalmente das lideranças
eclesiais da Igreja Católica,
é proferido não por uma
voz masculina nem por um
membro do clero. Quem
analisa a questão e “abre a
boca” é uma mulher e leiga,
a doutoranda em teologia
pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro,
Arlene Denise Bacarji. Segundo
ela, o maior problema da igreja
ainda não é o povo simples:
“São os universitários, os
intelectuais, as lideranças da
igreja — agentes pastorais,
clero, teólogos — que levam
à quebra da plausibilidade da
igreja com sua secularização
da consciência, sua riqueza
de ‘opiniões’, muitas vezes
contrárias à própria igreja”.
Na opinião de Arlene,
a primeira coisa a fazer é
“lembrar que Deus age na
história mais do que os seres
humanos pensam e mais do
que eles pretendem com sua
autonomia no agir, a qual faz
com que a providência divina
fique sem espaço a partir da
modernidade”.
Para resistir a essa
embaraçosa situação, é preciso
trazer de volta a santidade,
esquecida atualmente:
Não existe
santidade sem
relação vertical
com Deus
“A santidade é a forma muitas
vezes silenciosa de transformar
os outros por meio do
evangelho”. Ela começa “com
o simples desejo de ser santo”.
Arlene é uma entusiasta da
santidade, pois esta “salva a
igreja, salva o povo de Deus,
salva a teologia. Somente
em busca da santidade o
teólogo poderá fazer teologia,
unindo fé e razão, fidelidade
e questionamento, pesquisa
e certezas. Mas não existe
santidade sem oração, sem
interiorização da Palavra, sem
contemplação, sem relação
vertical com Deus, além da
horizontal”.
A autora do artigo “A
secularização da consciência”,
publicado no segundo semestre
de 2010 na Coletânea, revista
de filosofia e teologia da
Faculdade de São Bento do Rio
de Janeiro, não é pessimista:
“A ação de Deus na história,
principalmente na história da
igreja, irá, independentemente
da vontade de alguns, de
poucos ou de muitos, levar a
igreja, por meio dos fiéis que
ouvem o Espírito Santo, ao
testemunho fiel da palavra
objetiva de Cristo”.
Sem dúvida, a palavra da
quase doutora em teologia
é oportuna também para os
protestantes.
ValentinaJori
15. Julho-Agosto, 2011 I ULTIMATO 15
+DO QUE NOTíCIAS
R
elações
homossexuais
não promíscuas
não liberam a prática
homossexual. Elas
continuam fora da
normalidade, levando-se em
conta o que está prescrito
nas Escrituras Sagradas.
Enquanto os cristãos
consideram a Bíblia como
sua regra de fé e conduta,
não há absolutamente
como abrir uma brecha ao
relacionamento sexual entre
um homem e outro homem,
entre uma mulher e outra
mulher, mesmo que um seja
fiel ao outro e que uma seja
fiel à outra.
Não é necessário trazer à
lembrança as muitas passa-
gens bíblicas que condenam
a prática homossexual. Basta
consultar a primeira das
Cartas Pastorais de Paulo.
Logo no início, o apóstolo
diz que “a lei é boa, se for
usada como se deve”. E con-
tinua: “Devemos lembrar,
S
egundo Kaiser
Santos, da empresa
de segurança
Zapos, muitos clientes
pedem que os guarda-
costas de suas mulheres e
filhas sejam evangélicos e
casados. Naturalmente eles
esperam que o profissional
tenha sério compromisso
com Jesus Cristo e,
simultaneamente, com a
esposa. Trata-se de uma
dupla segurança: a proteção
da fé e a do casamento. Isso
lembra-nos o conselho de
Paulo a Timóteo: “Trate as
mulheres mais velhas como
mães, e as moças como
irmãs, tendo pensamentos
puros” (1Tm 5.2, BV).
Percebe-se que a conduta
irrepreensível na área do
sexo é tão necessária no
meio religioso quanto
no secular. No entanto,
o mercado da segurança
privada está se abrindo cada
vez mais para as mulheres. A
imagem de seis seguranças
femininas no cortejo da
presidente Dilma Rousseff
fez com que aumentasse o
número de mulheres nos
cursos de segurança pessoal.
Evitar a promiscuidade na
relação gay é bom, mas não
é suficiente
Os
guarda-
costas
e os
jovens
pastores
MiguelSaavedra
é claro, que as leis são feitas
não para pessoas corretas,
mas para os marginais e os
criminosos, os ateus e os que
praticam o mal e para os que
não respeitam a Deus nem a
religião”. Em seguida, Paulo
menciona alguns compor-
tamentos que devem ser
corrigidos por causa das tais
leis. A lista não é pequena.
Os que precisam de lei para
se controlarem são os assassi-
nos, os imorais, os homos-
sexuais, os sequestradores,
os mentirosos, os que dão
falso testemunho e “os que
fazem qualquer outra coisa
que é contra o verdadeiro
ensinamento”. Por último,
o apóstolo diz que “esse
ensinamento se encontra
no evangelho que Deus me
encarregou de anunciar, isto
é, na boa notícia que vem
do Deus bendito e glorioso”
(1Tm 1.8-11, NTLH).
Não são só os parri-
cidas, os matricidas, os
demais assassinos e os
sequestradores que
precisam da força da lei
para serem contidos, tanto
em seu próprio benefício
quanto em benefício geral.
A lei é boa também para os
mentirosos, os que dão fal-
so testemunho e os homos-
sexuais (algumas traduções
preferem usar os sinônimos
pederastas, sodomitas ou
infames).
As Escrituras proíbem as
relações sexuais promíscuas
e, de igual modo, o rela-
cionamento homossexual.
A lei é o instrumento para
prevenir desmandos. E a
graça de Deus é o instru-
mento para fazer o que a
lei não consegue fazer: dar
ao pecador a possibilidade
do perdão e da “metanoia”
(conversão religiosa e mo-
ral). A conversão nada mais
é do que a invasão da graça
divina na vida humana,
produzindo uma verdadeira
ressurreição, não física, mas
moral e espiritual.
16. 16 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
+DO QUE NOTíCIAS
Perguntas de
ontem válidas hoje
M
artyn Lloyd-Jones
(1889–1981), um
dos mais influentes
pregadores do século 20,
morreu precisamente há 30
anos. Antes de morrer pediu à
esposa e aos dois filhos: “Não
orem por cura, não tentem me
impedir de ir para a glória”.
Estava com 82 anos. Depois
de ser médico assistente da
casa real, em Londres, Lloyd-
Jones abandonou a medicina
e tornou-se pastor de uma
pequena igreja presbiteriana
no País de Gales. Por causa de
seu estilo próprio de pregar,
acabou assumindo o pastorado
da Capela de Westminster, em
Londres, não muito distante
do Palácio de Buckingham.
Seus sermões de 50 minutos
a uma hora de duração (pela
manhã e à noite) atraíam muita
gente, inclusive não poucos
universitários. Lloyd-Jones
levava em alta conta a Palavra
de Deus e a unção sobrenatural
do Espírito Santo. Ainda há
1.600 palestras suas gravadas
e disponíveis, além de vários
livros de sua autoria, entre eles
o pequeno Por que Deus Permite
a Guerra?, Depressão Espiritual
e os dois volumes de Estudos
no Sermão do Monte. Neste,
o pregador galês faz quatro
perguntas embaraçosas ao leitor:
Qual é o seu desejo supremo?
Anseia pelos benefícios e
bênçãos da vida cristã e da
salvação, ou tem anelo mais sério
e profundo?
Você procura resultados
terrenos e carnais, ou espera
conhecer a Deus e tornar-se cada
vez mais semelhante ao Senhor
Jesus Cristo?
Você tem fome e sede de quê?
De riqueza, dinheiro, categoria,
posição, publicidade?
Face ao interesse pelo
evangelho mais por causa
de curas e prosperidade, as
perguntas de Lloyd-Jones são
bastante atuais.
“Vocês são
irmãos e não
deviam estar
brigando!”
Q
Quando
Moisés, aos
40 anos,
recusou ser tratado
como filho da filha
de Faraó e se dispôs a
tirar o povo da terra
do Egito, ele viu dois
israelitas brigando e,
tentando apartar a
briga, disse: “Vocês são
irmãos e não deviam
estar brigando assim!
Isso está errado!”
(At 7.26, BV). Os dois
homens estavam sob
a dura e demorada
opressão egípcia.
Eles esperavam por
um libertador que os
tirasse do Egito e os
levasse para Canaã.
Mesmo assim, um
espancava o outro. O
mais forte maltratava
o mais fraco de tal
modo que Moisés
tentou apartar a briga
(Êx 2.13).
Hoje as atitudes
não são diferentes.
Somos irmãos em
Cristo e brigamos.
Participamos da Mesa
do Senhor e brigamos.
Lemos a mesma
Bíblia e cantamos
os mesmos hinos e
brigamos. Estamos
todos sob a mesma
graça e brigamos.
Temos o mesmo
perdão e a mesma
esperança e brigamos.
Vamos para o mundo
inteiro pregar o
evangelho e brigamos.
Estamos sob as
mesmas tentações
da carne, do curso
deste mundo e das
forças espirituais
do mal e brigamos.
Somos membros do
mesmo corpo — o
corpo de Cristo — e
brigamos. Segundo
o bispo Robinson
Cavalcanti, chegamos
ao século 16 com
apenas quatro ramos
da igreja, terminamos
a Reforma Protestante
com uma dúzia a
mais, começamos
o século 19 com
aproximadamente
cem e atingimos
a escandalosa
cifra de 38 mil
ao adentrarmos o
século 21.
Capela de Westminster
18. 18 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
Milhares de evangélicos em protesto
contra a exploração sexual infantil
NOTíCIAS
Rússia é
o país da
Europa
que mais
acredita em
Deus
Um levantamento realizado
em abril pelo Public Opinion
Fund (Fundo de Opinião
Pública) constatou que
82% dos russos se dizem
cristãos, enquanto apenas
13% afirma não acreditar
em nenhuma divindade.
Este resultado torna a Rússia
o país europeu que mais
crê em Deus, duas décadas
após o colapso do regime
soviético ateu.
Porém, segundo a
pesquisa, 50% dos russos
pertencem à Igreja Ortodoxa
Russa, enquanto 27%
deles não fazem parte de
nenhuma instituição de fé
organizada. Entre os jovens
de idade entre 18 e 24 anos,
o número de cristãos não
filiados é de 34%.
“Seria mais correto
descrever a Rússia como um
país de crentes, mas não um
país de pessoas religiosas”,
diz Mikhail Tarusin,
chefe do departamento
de sociologia do Instituto
de Projetos Públicos, em
Moscou. “Nós fomos um
Estado oficialmente ateu
por 74 anos, e levaremos
algum tempo para nos
recuperar disso. Acho que
a porcentagem de pessoas
realmente religiosas não
passa de 20%”, afirma
Tarusin.
por Lissânder Dias
(entre evangélicos e não-evangélicos)
participaram das marchas e passeatas. As
cidades que aderiram ao movimento foram:
São Paulo, SP, Manaus, AM, Curitiba, PR,
Londrina, PR, Fortaleza, CE, Recife, PE,
Belo Horizonte, MG e Cuiabá, MT.
A manifestação faz parte da
Campanha de
Enfrentamento
à Exploração
Sexual de
Crianças e
Adolescentes
no Turismo,
liderada pela
Rede Evangélica
Nacional de Ação
Social (RENAS).
A rede chama
a atenção da
população para o risco de intensificação
do problema com a chegada da Copa
do Mundo de Futebol no Brasil, em
2014. “Estamos nesta mobilização há
nove meses. Estou grata a Deus e a todos
que participaram. Valeu o esforço pelas
crianças! Valeu o esforço pelo reino de
Deus! Nós vencemos!”, diz Débora Fahur,
uma das coordenadoras da RENAS.
Milhares de evangélicos foram às ruas para
participar das Marchas contra a Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes realizadas
em doze cidades brasileiras. Em dez delas
a manifestação ocorreu exatamente no dia
18 de maio, o dia nacional de combate ao
problema. Os manifestantes se reuniram
em praças,
percorreram
ruas, visitaram
a câmara
municipal,
fizeram
manifestações
culturais,
oraram, se
uniram a outras
organizações
e prefeituras e
divulgaram o
Disque Denúncia 100, para casos de abuso
e violência sexual de crianças. A mídia
nacional repercutiu bem as manifestações.
Pelo menos nove matérias e entrevistas
foram veiculadas em canais de televisão.
Somadas todas as manifestações,
inclusive as realizadas em conjunto
com prefeituras e organizações não-
governamentais, cerca de 97 mil pessoas
Sociedade Bíblica vai lançar Bíblia
com notas sobre pobreza e justiça
A Bíblia Sagrada
Pobreza e Justiça será
lançada pela Sociedade
Bíblica do Brasil (SBB)
em setembro no Encontro Nacional
da Rede Evangélica Nacional de Ação
Social (RENAS). A publicação traz
versículos em destaque e cinquenta
tópicos com temas ligados à pobreza
e justiça, organizados em um roteiro
que estimula a pesquisa, a imaginação
e a meditação.
No texto introdutório, os editores
incentivam o leitor a encontrar também
outros textos relacionados ao assunto.
Ainda na introdução lemos que: “Deus tem
um interesse apaixonado pela justiça, a fim
de combater a pobreza. A preocupação com
os pobres e a ênfase na conduta honesta e
justa fluem pela Bíblia como um rio”.
No dia 10 de junho, a SBB vai
comemorar a marca mundial inédita de
100 milhões de Bíblias impressas em sua
gráfica.
Participantes da Marcha contra a
Exploração Sexual de Crianças
e Adolescentes em São Paulo
acendem velas, simbolizando
casos de abuso e exploração
GustavoFelício
20. 20 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
No dia da sua morte, David Wilkerson
diz que não há acidentes
NOTíCIAS
O que os missionários fazem nas férias?
“O pranto durará algumas negras e terríveis
noites, mas no meio dessa escuridão logo se
ouvirá o sussurro do Pai: ‘Eu estou contigo.
Verás que tudo era parte do meu plano.
Não foi um acidente. Deixe que eu lhe
abrace nessa hora de dor’”.
Em mensagem publicada dois dias
após a morte de David, seu filho Gary
afirmou: “A última missão do meu pai na
terra foi defender os mais pobres entre os
pobres. Ele fundou o projeto Please Pass
the Bread (Por Favor, Dê-me Pão), que está
salvando milhares de crianças por meio
de 56 programas em oito países. Se meu
pai tivesse vivo hoje, ele nos convidaria
a entregar a nossa vida a Jesus, a amar
a Deus profundamente e a nos doar às
necessidades do próximo”.
Davi Wilkerson, pastor norte-americano,
fundador do mundialmente conhecido
ministério de recuperação de dependentes
químicos “Desafio Jovem” e autor de um
dos livros evangélicos mais populares, A
Cruz e o Punhal, morreu em um acidente
de carro no dia 27 de abril, no Texas,
Estados Unidos. Enquanto tentava fazer
uma ultrapassagem, teve seu veículo
atingido por uma carreta que vinha na
direção oposta. Wilkerson tinha 79 anos.
Sua esposa, Gwen, também estava no
carro, mas passa bem.
A pastoral de Wilkerson, publicada
em seu site oficial, no dia da sua morte,
consola todos os que “passam pelo vale da
sombra da morte”. Imaginando a voz de
Deus aos que sofrem, Wilkerson escreveu:
Anglicanos
marcam 2ª
conferência
global para
discutir
futuro da
denominação
A Fellowship of Confessing
Anglicans (Fraternidade de
Anglicanos Confessantes —
FCA), que se reuniu em abril
deste ano em Nairóbi, no
Quênia, decidiu convocar
uma nova Conferência
Global sobre o Futuro do
Anglicalismo (GAFCON II).
O evento vai acontecer em
2013 e será precedido por
um encontro de lideranças
em Nova York, em 2012.
A primeira conferência
aconteceu em 2008, em
Jerusalém. Na ocasião, os
participantes assinaram a
Declaração de Jerusalém,
um documento que
reafirma o apoio à chamada
“fé ortodoxa”. Entre as
afirmações, o documento
declara “reconhecer que
Deus criou o ser humano
como homem e mulher
e o imutável padrão de
matrimônio cristão entre um
homem e uma mulher como
o lugar apropriado para a
intimidade sexual é a base da
família”.
A Igreja Anglicana sofre
atualmente com divisões por
causa de temas controversos,
como a ordenação de
homossexuais.
Fontes: The Christian Science Monitor,
CIM, SBB, RENAS, FCA
Cerca de cinquenta missionários
transculturais se reuniram para a 6ª consulta
do Cuidado Integral do Missionário,
realizada entre 13 e 15 de maio, em Assis,
SP. O objetivo foi discutir a qualidade do
tempo gasto durante o período de licença,
quando retornam temporariamente à terra
natal. É comum
ouvir a reclamação
de que os
missionários não
têm muito tempo
para descansar e
cuidar da saúde
porque precisam
divulgar o
trabalho realizado
em igrejas e para
mantenedores.
“Ter momentos
de refrigério, estar com familiares e amigos,
ir ao culto somente para participar —
louvar a Deus, desfrutar da comunhão dos
irmãos e ouvir a Palavra — são atividades
importantíssimas para que o missionário
e sua família ‘recarreguem as baterias’
antes de voltar ao campo”, diz Renata,
missionária no Senegal.
Na consulta, os participantes definiram
um termo que explica melhor o tempo de
retorno ao país de origem do missionário:
Licença para Atualização e Renovo (LAR).
Eles
acreditam
que com
este termo
será mais
fácil
comunicar
às igrejas
e agências
como o
missionário
pode gastar
seu tempo
em casa.
A consulta foi promovida pelo Cuidado
Integral do Missionário (CIM), um
departamento da Associação de Missões
Transculturais Brasileiras (AMTB).
Participantes da 6ª Consulta Cuidado Integral do Missionário
ArquivoCIM/AMTB
21. Julho-Agosto, 2011 I ULTIMATO 21
C
om um pouco de exagero, de cada dez
brasileiros, um é assembleiano. Hoje, é
possível que o número de membros da
Convenção Geral das Assembleias de Deus no
Brasil, somado com os outros muitos ministérios
independentes, chegue a 15 milhões. No final
de julho deverá haver um acréscimo de 100
mil novos assembleianos, que serão batizados
em todo o país como parte da comemoração
do primeiro centenário da denominação. As
Assembleias de Deus são, de longe, a maior
denominação do Brasil — 50% dos evangélicos.
Capa
A maior denominação
evangélica do Brasil
Assembleia de Deus — 100 anos
22. 22 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
Da Suécia para os Estados Unidos e
daí para o Brasil
Gunnar Vingren e Daniel Berg
nasceram em uma época difícil
na história da Suécia. Entre 1867
e 1886, quase 450 mil suecos
deixaram o país por causa da
escassez de alimentos e de empregos.
A maioria imigrou para o meio-oeste
dos Estados Unidos. Era a chamada
“febre dos Estados Unidos”. Embora
a situação tivesse melhorado, Daniel
Capa
Gunnar Vingren e Daniel Berg
os pioneiros das Assembleias de Deus no Brasil
Daniel Berg e Gunnar Vingren
viajou para lá em
1902, com 18
anos, e Gunnar,
no ano seguinte,
com 24. Os dois
se conheceram em
uma igreja sueca em
Chicago, no ano
de 1909, dez anos
depois da morte do
famoso evangelista
Dwight L. Moody,
que viveu naquela
cidade. A essa
altura, Gunnar
já tinha feito
teologia em um
seminário batista
sueco e pastoreava
uma igreja em
Menominee,
no Michigan, e
Daniel trabalhava
em uma quitanda
em Chicago. Em
uma conferência
realizada na
Primeira Igreja Batista Sueca de
Chicago, Gunnar passou pela
experiência do chamado batismo com
o Espírito Santo e falou em línguas. A
partir daí, começou a pregar a doutrina
pentecostal; porém, metade da igreja
de Menominee não o quis mais como
pastor. Assumiu, então, o pastorado de
outra igreja batista sueca, dessa vez em
South Bend, na fronteira de Indiana
com Michigan, e a transformou em
uma igreja pentecostal. Uma de suas
ovelhas era Adolf Ulldin, que, pouco
depois, anunciou-lhe o que ouvira
da parte de Deus a respeito de seu
ministério além-mar. Por inspiração
do Espírito Santo, Daniel foi visitar
Gunnar em South Bend e ali ouviu
a mesma profecia, que também
foi dirigida a ele. Em obediência à
orientação recebida, ambos viajaram
para Nova York e lá encontraram,
de fato, o navio Clement, que sairia
na data indicada por Adolf: 5 de
novembro de 1910. Por falta de
recursos, compraram uma passagem de
terceira classe. Duas semanas depois,
com miseráveis 90 dólares no bolso,
desembarcaram em Belém do Pará,
sem saber uma palavra em português e
sem alguém para recebê-los no porto.
Assim começou a obra das Assembleias
de Deus no Brasil.
Verão de janeiro a dezembro
Enquanto as denominações
protestantes históricas começaram
seu trabalho na região Sudeste
(congregacionais, presbiterianos,
metodistas e salvacionistas), no Rio
Grande do Sul (luteranos e episcopais)
e na Bahia (batistas), a Assembleia
de Deus começou no extremo Norte
do país. Os missionários pioneiros
eram todos suecos, ao contrário do
que acontecia da Bahia para o Sul,
onde quase todos eram americanos e
britânicos.
O Pará é 2,7 vezes maior que a
Suécia, que tinha, na época, mais de
5,5 milhões de habitantes. Em vez
das precisas quatro estações, com as
quais estavam acostumados, Gunnar
ArquivoCEMP/CPAD
Inauguração do templo da Assembleia
de Deus, em Belém, PA (1926)
ArquivoCEMP/CPAD
23. Julho-Agosto, 2011 I ULTIMATO 23
e Daniel encontraram aqui um verão
contínuo. Na Suécia, eles adoravam
participar da festa que celebrava a
volta do verão, entre os dias 19 e 26 de
junho, dançando a noite toda ao redor
de mastros com enfeites coloridos. Os
dois jovens missionários chegaram ao
Pará exatamente quando começou o
declínio da economia na Amazônia,
devido à queda da produção de
borracha, provocada pelos mercados
asiáticos.
Gunnar e Daniel eram muito
diferentes no aspecto físico e nos dotes
pessoais. Cinco anos mais jovem,
Daniel tinha muita saúde e resistência
física. Era “um ganhador de almas
incomum”, como diz Geziel Gomes.
Praticava com sucesso a colportagem
(venda de Bíblias) e o evangelismo
pessoal de casa em casa, quase de
ilha em ilha, e “de enfermaria em
enfermaria”, quando já tinha 78 anos
e estava internado em um hospital na
Suécia. Além da mala cheia de Bíblias
e folhetos, carregava sempre o violão,
ao som do qual cantava hinos em
português e em sueco para evangelizar.
Em compensação, Gunnar era mais
preparado e se tornou, naturalmente,
o líder do trabalho. Ele era quem mais
pregava, quem mais batizava e quem
ia consolidando e ampliando a obra
com a organização de novos pontos de
pregação e congregações. Morreu trinta
anos antes de Daniel, quando faltava
um mês e meio para completar 54 anos.
“A mensagem completa do evangelho”
Os missionários evangélicos do século
19 foram, em parte, beneficiados pela
chamada pré-evangelização, realizada
pela Igreja Católica Romana nos 300
anos anteriores à sua chegada ao Brasil
(de 1549 a 1855). Os missionários
pentecostais foram muito beneficiados
pela evangelização realizada pelos
missionários evangélicos nos 55 anos
anteriores ao início de seu trabalho (de
1855 a 1910). Em alguns poucos casos,
o trabalho das Assembleias de Deus
começava com a pentecostalização de
uma igreja evangélica já existente, como
aconteceu com a Igreja Batista Sueca
de South Bend, no início de 1910. Em
outros casos, começava com alguns
crentes que deixavam suas congregações
de origem para abraçar a “novidade”
pentecostal. Foi o que aconteceu em
Belém do Pará e em muitos lugares
por esse Brasil afora, especialmente
nos primeiros anos. Todavia, a maior
parte da membresia das Assembleias de
Deus procedia das trevas da ignorância
religiosa e das trevas do pecado e da
incredulidade.
Gunnar Vingren, Daniel Berg e
a geração de pastores nacionais que
surgiu com eles não anunciavam apenas
Jesus. Pregavam “a salvação em Jesus
e o batismo com o Espírito Santo”.
Esta era “a mensagem completa do
evangelho”. Tal pregação certamente
encontrava guarida entre os cristãos
que, à semelhança dos discípulos de
Éfeso, nem sequer sabiam da existência
do Espírito Santo (At 19.2), por
culpa da omissão de seus pastores.
Encontrava guarida também entre os
cristãos cujos pastores atribuíam toda
honra ao Espírito Santo sem, contudo,
usar a nomenclatura teológica dos
pentecostais.
O folheto de 27 páginas de Raimundo
Nobre
Por certo período houve muito
desgaste emocional e de tempo por
causa do atrito entre as denominações
plantadas na segunda metade do
século 19 e as Assembleias de Deus.
Houve atitudes precipitadas, exageros
e falta de amor de ambas as partes. O
encarregado da congregação batista
de Belém, Raimundo Nobre, acolheu
os dois suecos no porão de sua casa
e permitiu a participação deles nos
cultos, o que redundou na divisão da
igreja. Aborrecido e preocupado com
a situação, Raimundo escreveu um
folheto de 27 páginas contra a pregação
de Gunnar e Daniel, e mandou
imprimir 20 mil exemplares, que foram
enviados para as igrejas evangélicas de
todo o Brasil. Gunnar ensinava que a
prova do batismo com o Espírito Santo
era falar em línguas. Anos depois, a
declaração de fé oficial das Assembleias
de Deus amenizou a questão, afirmando
que falar em outras línguas conforme a
vontade soberana de Deus é evidência
do batismo com o Espírito. Da parte
dos pentecostais, havia muita ênfase
em línguas, revelações, curas e milagres.
Daniel chamou de milagre o fato de um
peixe ter pulado para dentro do barco
quando os passageiros estavam com
muita fome.
Cem mil batizados em 36 anos
A primeira igreja pentecostal foi
organizada há exatos cem anos, em 18
de junho de 1911, seis meses depois da
chegada dos dois suecos ao Pará, com
o nome de Missão da Fé Apostólica,
o mesmo nome dado por William
Seymour à igreja da rua Azuza, em
Chicago, cinco anos antes. O nome
Assembleia de Deus foi adotado seis
anos e meio depois, em janeiro de 1918.
Nenhuma denominação evangélica
experimentou um crescimento
tão rápido e tão grande como as
Assembleias de Deus. Nos quatro
primeiros anos (1911-1914) houve
384 batismos “nas águas”. No final da
primeira década, a nova denominação
estava estabelecida em sete estados
das regiões Norte (Pará e Amazonas)
e Nordeste (Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas).
Na década de 20, os assembleianos
ocuparam os demais estados do Norte
e Nordeste e começaram o trabalho nas
regiões Sudeste (Espírito Santo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais) e Sul (Paraná
e Rio Grande do Sul). Em 33 anos de
história (de 1911 a 1944), já estavam
instalados em todos os estados da
Federação. Na ocasião da 8ª Convenção
Nacional das Assembleias de Deus,
realizada em São Paulo, em 1947, o
Brasil já era contado como o terceiro
país em número de crentes pentecostais
em todo o mundo, com 100 mil fiéis
batizados.
24. 24 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
Capa
Pérolas pentecostais Deus chama quem
quer, quando quer e
como querMais do que nunca, o verdadeiro profeta de Deus nos nossos
dias é aquele que faz o que Deus quer que seja feito.
Owe Lindeskär, pastor da Igreja Filadélfia, em Estocolmo
(1993)
Há muitas igrejas novas que pensam que barulho produz
poder, mas a Palavra de Deus nos ensina que é o poder de
Deus que gera barulho.
Humberto Schimitt, pastor da Assembleia de Deus de
Porto Alegre (2001)
O trem que está indo para a cidade celestial trafega sobre
dois trilhos: o trilho de sangue [aquele que foi construído
com o sacrifício de Jesus] e o trilho de fogo [aquele que foi
construído no dia de Pentecostes].
Nils Kastberg, missionário sueco (1930)
A igreja que pratica a cura divina tem de viver em maior
consagração e santificação do que aquela que não a pratica.
Frida Vingren, esposa de Gunnar Vingren (1930)
Quantos pregadores mencionam ao pecador a cor e
o perfume da rosa, mas se esquecem de avisá-lo dos
espinhos.
Paulo Leivas Macalão, presidente da Convenção Geral de
1937 (1930)
O livro de Atos pode ser resumido em três palavras:
ascensão, descensão e extensão do evangelho. Cristo subiu,
o Espírito Santo desceu e nós propagamos o evangelho.
Myer Pearlman, teólogo pentecostal e escritor de origem
judaica (1932)
Qualquer religião que nega a salvação do homem por meio
do sangue de Jesus é uma religião falsa.
Bernhard Johnson Jr., fundador da Escola Teológica das
Assembleias de Deus (1970)
Um grande vazio existe na vida da igreja e nas igrejas.
Essa é a questão que não pode ser indefinidamente adiada.
Tornou-se coisa comum lamentar a ausência e a ênfase
acerca do Espírito Santo na teologia e na vida da igreja.
Donald Gee, na abertura da Conferência Mundial
Pentecostal, em Helsinque, Dinamarca (1965)
O método audiovisual divino [“Vocês são o sal da terra”
e “Vocês são a luz do mundo”] deve ser usado [na
evangelização] para que os homens não somente ouçam,
mas também vejam.
Ângelo Estevam de Souza, líder da Assembleia de Deus em
São Luiz do Maranhão (1981)
O americano Ashbel era filho de
médico. Os suecos Gunnar
e Daniel eram filhos de sitiante e
jardineiro, respectivamente. Os três
nasceram em lares evangélicos e
foram criados no temor do Senhor:
Ashbel era presbiteriano; Gunnar e
Daniel, batistas. A vida de Ashbel
foi afetada por um avivamento re-
ligioso ocorrido em Harrisburg, na
Pensilvânia, na primeira metade de
1855; as vidas de Gunnar e Daniel,
por um avivamento ocorrido em
Chicago, por volta de 1909. Como
consequência, os três se consagra-
ram ao Senhor. O que chamou a
atenção de Ashbel para missões
transculturais foi um sermão de seu
professor de teologia sistemática,
Charles Hodge, pregado na capela
do Seminário Teológico de Prince-
ton, uma cidadezinha entre Nova
York e Filadélfia, no estado de
Nova Jersey, na primavera de 1855.
Ashbel tinha então 22 anos. O que
chamou a atenção de Gunnar e
Daniel para missões transculturais
foi uma profecia de um patrício e
irmão na fé chamado Adolf Ulldin,
proferida na cozinha da casa deste
em South Bend, uma cidade no ex-
tremo norte do estado de Indiana,
no verão de 1910. Naquele ano,
Gunnar tinha 31 anos e Daniel, 26.
Os três eram solteiros e sentiram
Caderno de música de Gunnar Vingren
ArquivoCEMP/CPAD
25. Julho-Agosto, 2011 I ULTIMATO 25
claramente o chamado de Deus
para exercerem seus ministérios
no Brasil. O que levou Ashbel
a se decidir pelo Brasil foi o
desafio a ele apresentado pelo
secretário da Junta de Missões
Estrangeiras da Igreja Presbi-
teriana dos Estados Unidos. O
que levou Gunnar e Daniel a
se decidirem pelo Brasil foram
os detalhes da visão de Adolf
Ulldin: Deus os estava chaman-
do para um lugar, em alguma
parte do globo, que se chamava
Pará, de clima muito diferente,
e a viagem seria em um navio
que sairia de Nova York em
5 de novembro daquele ano.
Depois de pesquisarem em uma
biblioteca, os dois jovens suecos
descobriram que o Pará era um
estado do Norte do Brasil. Os
três, ainda solteiros, vieram para
o Brasil: Ashbel desembarcou
no Rio de Janeiro em agosto de
1859; Gunnar e Daniel desem-
barcaram em Belém do Pará,
meio século depois, em novem-
bro de 1910. Em obediência às
indicações do Senhor, o ameri-
cano Ashbel Green Simonton
fundou a Igreja Presbiteriana
do Brasil, e os suecos Gunnar
Vingren e Daniel Berg funda-
ram as Assembleias de Deus no
Brasil. Até hoje há quem julgue
fantástico demais o chamado de
Gunnar e Daniel. Entre estes
estão os membros das denomi-
nações históricas. Até hoje há
quem julgue racional demais o
chamado de Ashbel. Entre estes
estão os membros das denomi-
nações pentecostais. O certo,
porém, é que Deus é soberano
e fala “muitas vezes e de muitas
maneiras” (Hb 1.1), até mesmo
por meio de uma jumenta
(Nm 22.28). O que se requer,
em todos os casos, é a autentici-
dade do processo, que o tempo
se encarrega de mostrar, como
explicou ao Sinédrio o sábio
Gamaliel (At 5.33-39).
O “colégio de
Jesus” e a educação
teológica das
Assembleias de Deus
N
ão foi fácil mudar a mentali-
dade das Assembleias de Deus
quanto ao preparo formal de
seus pastores e líderes. Em uma reunião
realizada na Assembleia de Deus em São
Cristóvão, no Rio de Janeiro, em maio
de 1943, com a presença de 93 obreiros,
o missionário Lawrence Olson propôs
a abertura de institutos bíblicos, escolas
teológicas e seminários pelo país. Paulo
Leiva Macalão, pastor da Assembleia de
Deus em Madureira, afirmou que seria
perigoso investir na educação teoló-
gica do obreiro. Segundo ele, a muita
sabedoria, o muito estudo e o intelectu-
alismo poderiam esfriar espiritualmente
a alma.
Cinco anos depois, na Convenção
Geral de 1948, realizada em Natal, RN,
o assunto voltou ao plenário e encon-
trou várias objeções. Para Francisco
Pereira, “um instituto bíblico é uma fá-
brica de pregadores, sendo que, segundo
Efésios 4.11, o ministério é dado pelo
Senhor”. O pastor Eugênio Pires argu-
mentou: “Temos uma escola, a de Jesus,
que não pode nem deve ser orientada
por determinada pessoa”. O missionário
sueco Gustavo Nordlund aproveitou a
ocasião para afirmar que não sentia falta
de um seminário por causa do “colé-
gio de Jesus”, onde começou e ainda
permanecia.
Passados 18 anos, na Convenção
Geral de 1966, realizada em Santo
André, SP, o pastor João Pereira de
Andrade e Silva declarou que “o melhor
educandário é o colégio do Espírito
Santo”. O pastor Anselmo Silvestre,
de Belo Horizonte, reafirmou que em
um seminário os candidatos correm o
risco de ficarem com a cabeça cheia e
o coração vazio. O último a falar foi o
pastor Antônio Petronilo dos Santos:
“Os institutos bíblicos desejam realizar
um trabalho psicológico nas Assembleias
de Deus no Brasil”. Petronilo afirmou
ainda que eles são desnecessários, pois,
“nestes 55 anos, as Assembleias de Deus
no Brasil cresceram imensamente sem o
concurso dos institutos bíblicos”.
Foi o missionário sueco Gustav
Bergström, naturalizado americano que,
na Convenção Geral de 1937, pediu a
criação de uma escola bíblica anual, com
duração de pelo menos dois meses, para
todos os obreiros e aspirantes ao minis-
tério. Uma delas só aconteceu oito anos
mais tarde, em Belém do Pará, com 101
alunos. Essas escolas foram os primeiros
seminários teológicos pentecostais infor-
mais com cursos de curta duração.
Mais tarde, começaram a surgir
outros em todo o país. O mais antigo é
o Instituto Bíblico das Assembleias de
Deus (IBAD), em Pindamonhangaba,
SP, fundado em 1958, que já formou
mais de 5 mil alunos e alunas. O Insti-
tuto Bíblico das Assembleias de Deus
no Amazonas (IBADAM), com sede em
Manaus, e a Escola de Educação Teoló-
gica das Assembleias de Deus (EETAD),
em Campinas, SP, foram fundados em
1979. O primeiro já formou mais de
1.500 alunos, e o segundo, mais de 40
mil (graças ao programa de educação por
extensão e à distância, com quatrocentos
núcleos espalhados pelo Brasil e outros
dez países). O campus da EETAD ocupa
uma área de 53 mil metros quadrados.
Em junho de 1989, surgiu a Escola de
Missões da Assembleia de Deus no Brasil
(EMAD), hoje sediada em Campo Lim-
po Paulista, SP.
26. 26 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
Capa
Questões éticas sob
o ponto de vista
assembleiano
Em agosto de 1999, líderes assembleianos de todas as regiões do país reuniram-se
no Rio de Janeiro para discutir o posicionamento das Assembleias de Deus no Brasil
frente a certas questões difíceis e polêmicas. As resoluções a seguir foram acatadas
pela Convenção Geral e publicadas no jornal Mensageiro da Paz e na revista Obreiro.
Aborto
Foram rechaçadas as interrupções
de gestação por motivos egoístas
ou razões eugênicas. O aborto
provocado é crime, pois a vítima
não pode defender-se. Ele não seria
configurado como transgressão à
Palavra de Deus em três casos: por
motivos naturais, acidentais ou
terapêuticos (para salvar a vida da
mãe).
Homossexualismo
Tanto o homossexualismo
masculino quanto o feminino são
abominação ao Senhor.
Hermafroditismo
Embora não exista na Bíblia
nenhum caso semelhante e em
nossos dias haja poucos portadores
desse distúrbio (uma anomalia
genética que dota uma pessoa
de órgãos sexuais masculino e
feminino simultaneamente),
não há nenhum problema para a
igreja em receber pessoas nessas
condições: pelo contrário, deve-
se incentivar o tratamento para a
definição do sexo predominante.
Luta armada
Segundo a Bíblia, não constitui
pecado o cristão participar de
uma guerra servindo nas Forças
Armadas de seu país. Porém, se for
o caso de uma guerra injusta, as
opiniões se dividem.
Eutanásia
Essa prática é pecado, pois o dever
do cristão é amenizar o sofrimento
e não deixar a cargo dos médicos a
responsabilidade de decidir sobre a vida
ou a morte de uma pessoa. Deve-se
empregar esforços para preservar a vida,
mesmo que seja a de um moribundo.
Deus não ouviu as orações de Elias e
Jonas, quando eles lhe pediram a morte.
Pena de morte
O Novo Testamento concede ao
Estado o direito de estabelecer a pena
capital. Neste caso, ela não pode ser
considerada pecado, desde que seja
feita a justiça. Todavia, a prática da
pena de morte não é o melhor meio
punitivo, nem uma medida essencial ao
cristianismo. O ideal seria que as igrejas
se pronunciassem não favoráveis à pena
capital. Em casos de crime hediondo, a
prisão perpétua seria mais indicada.
Homossexualismo
Tanto o homossexualismo masculino
quanto o feminino são abominação ao
27. Julho-Agosto, 2011 I ULTIMATO 27
O crescimento
assombroso das
Assembleias de Deus
no Brasil e suas
possíveis razões
As Assembleias de Deus crescem
por causa da importância dada
à pessoa e à obra do Espírito
Santo. Seus membros levam a
sério o revestimento com o poder
sobrenatural do Espírito para
testemunhar e realizar o trabalho do
Senhor, como Jesus mesmo ordenou
(Lc 24.49; At 1.4-5). “O Espírito
Santo é a razão do avanço da igreja”,
lembrou José Wellington Bezerra da
Costa, na abertura da Convenção
Geral de janeiro de 2003, no Estádio
Rei Pelé, em Maceió, AL. Porém,
pode acontecer, às vezes, de os
assembleianos se lembrarem mais
do batismo do que da plenitude do
Espírito, mais do poder do que do
fruto do Espírito. (Ver O poder para
a missão, de René Padilla, pág. 40)
As Assembleias de Deus
crescem por causa do seu ardor
evangelístico. A evangelização faz
parte da cultura assembleiana. Na
Convenção Geral de 1981, realizada
no Estádio Felippe Drummond
(conhecido como “Mineirinho”), em
Belo Horizonte, MG, o missionário
Bernhard Johnson declarou que as
maiores necessidades das Assembleias
de Deus no Brasil são “preservar
a agressividade evangelística que
as tem caracterizado e preservar
a doutrina”. O mesmo disse
Alcebíades Pereira Vasconcelos,
de Manaus, AM: “Mais do que
nunca, a Assembleia de Deus
precisa arrepender-se e, ajoelhada,
confessar a Deus o seu pecado de
omissão evangelística”. Na mesma
oportunidade, o missionário John
Peter Kolenda lembrou que o alvo
de qualquer despertamento religioso
é a evangelização e aproveitou
para dar uma alfinetada: “Quando
estamos preocupados com a
evangelização, não se oferecem
tantas oportunidades para a
contenda”.
As Assembleias de Deus crescem
por causa da oração. Para ganhar
50 milhões de almas para Cristo,
preparar 100 mil novos obreiros e
estabelecer 50 mil novas igrejas na
chamada “década da colheita”, foi
necessário “levantar um exército de 3
milhões de intercessores”, conforme
foi dito na Convenção de 1990. A
prática da oração é outro ponto forte
entre os assembleianos. Em 1943,
houve um forte apelo para as igrejas
começarem a orar todos os dias, pela
manhã, das 4 às 5 horas e das 5 às 6
horas, em favor de um avivamento
no país. Nesse mesmo ano lançou-se
o Círculo de Oração, uma reunião
de oração semanal que começava
de manhã e durava até às 16 horas.
Depois de algumas décadas, o
Círculo de Oração passou a ser
uma atividade mais desenvolvida
pelas mulheres, em um dia útil da
semana, à tarde.
As Assembleias de Deus
crescem porque começaram com
missionários pobres (imigrantes
suecos nos Estados Unidos) e se
infiltraram nas camadas mais
desfavorecidas do país. Seus
obreiros sabem falar a linguagem dos
pobres e oferecem não só salvação
para a alma, mas também esperança
de cura para o corpo. Chamam
a atenção para o sobrenatural (o
fenômeno de línguas estranhas, a
expulsão de demônios, o dom de
profecia e os possíveis milagres de
cura). As classes sociais que eles
atingem têm menos resistência
ao evangelho, menos satisfações a
dar, menos distrações para tomar o
tempo da religião. Além de tudo,
elas acreditam fervorosamente na
existência de Deus e enxergam
com mais facilidade suas próprias
carências pessoais e familiares,
sociais e afetivas. Pelo menos era
assim até pouco tempo. O país
deve às Assembleias de Deus e a
várias outras igrejas evangélicas a
diminuição do analfabetismo e a
recuperação de marginais.
NhandejaraAguiar
Igreja Assembleia de Deus em Belém, PA
28. 28 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
Capa
Os assembleianos não podem
sobrecarregar demais e os
outros não podem aliviar demais
N
o dia 4 de junho de 1946,
há exatamente 65 anos, a
Assembleia de Deus em São
Cristóvão, no Rio de Janeiro, no
que diz respeito aos usos e costu-
mes, resolveu, por unanimidade,
entre outras coisas, o seguinte:
1. Não será permitida a nenhu-
ma irmã membro dessa igreja
fazer sobrancelha, usar cabelo
solto, cortado, tingido, com
permanente ou outras extrava-
gâncias de penteado, conforme
usa o mundo; que se penteiem
simplesmente como convém às
que professam a Cristo como
Salvador e Rei.
2. Os vestidos devem ser suficien-
temente compridos para cobrir
o corpo com todo o pudor e
modéstia, sem decotes exage-
rados; e as mangas devem ser
compridas.
3. Recomenda-se às irmãs que
usem meias, especialmente as
esposas dos pastores, anciãos,
diáconos, professores de escola
dominical, e as que cantam no
coro ou tocam.
4. As irmãs [da sede e das con-
gregações a ela filiadas] que
não obedecerem ao que acima
foi exposto serão desligadas
da comunhão por um período
de três meses. Terminado este
prazo, e não havendo obedeci-
do à resolução da igreja, serão
cortadas definitivamente por
pecado de rebelião.
5. Nenhuma irmã será acei-
ta em comunhão se não
obedecer a estas regras de boa
moral, separação do mundo e uma
vida santa com Jesus.
Essas regras de comportamento,
exclusivamente femininas, lidas quatro
meses depois na convenção geral
daquele ano, causou estranheza e
desconforto. Soube-se mais tarde que as
resoluções da igreja em São Cristóvão
foram influenciadas pelas críticas que
ela recebeu da Assembleia de Deus
de Madureira, também no Rio de
Janeiro. Naquela época, os crentes de
Madureira, que já observavam todas
as regras, consideravam as irmãs de
São Cristóvão muito “liberais” em sua
forma de se vestir e se pentear. Além do
mais, a igreja de São Cristóvão havia
sido pastoreada por dois missionários
suecos (Gunnar Vingren e Otto
Nelson), tidos como os mais rígidos em
matéria de vestimentas.
Quase 30 anos depois, a Conven-
ção Geral de 1975 aprovou, também
por unanimidade, que todas as igrejas
do país a ela filiadas se abstenham do
seguinte:
1. Uso de cabelo comprido pelos
membros do sexo masculino.
2. Uso de traje masculino por parte
dos membros ou congregados do
sexo feminino.
3. Uso de pintura nos olhos, unhas e
na face.
4. Corte de cabelo por parte das irmãs
(membros ou congregados).
5. Sobrancelhas alteradas.
6. Uso de minissaias e outras roupas
contrárias ao bom testemunho de
vida cristã.
Na mesma oportunidade, a
conferência desaconselhou o uso de
aparelho de televisão, “tendo em vista
a má qualidade da maioria dos progra-
mas”, e de bebidas alcoólicas.
Desde o princípio houve regras
quanto aos costumes nas Assembleias
de Deus, mas elas nunca haviam sido
colocadas de forma oficial. Segundo
o presidente da convenção, havia “a
necessidade de mantermos de pé não
somente nossas doutrinas, mas também
os costumes usados em nossas igrejas
sobre vestuário”.
Na abertura da Convenção de 1993,
o presidente José Wellington Bezerra
da Costa conclamou a todos “para que
fechassem as portas para os costumes
malévolos que, sutilmente, introduzem
o mundo, a carne e o pecado na Igreja
do Senhor”. Na mesma assembleia, o
pastor da Assembleia de Deus de São
Luís do Maranhão chamou a atenção
dos convencionais para que retornassem
ao “velho método”, considerado por
muitos ultrapassado, porém usado pelo
Espírito Santo na igreja primitiva, com
resultados surpreendentes. Dois anos
depois, na Convenção de 1995, o pas-
tor de Indaiatuba, SP, chegou a propor
a exclusão de todos os pastores e igrejas
consideradas “liberais”, e que só ficas-
sem os considerados “conservadores”.
Em agosto de 1999, o 5° Encontro
de Líderes das Assembleias de Deus
(ELAD), realizado na sede da Conven-
ção Geral, no Rio de Janeiro, discutiu
o posicionamento da denominação em
relação aos costumes e a outras ques-
tões. O grande trunfo dessa reunião foi
mostrar a diferença entre doutrina e
costumes:
29. Julho-Agosto, 2011 I ULTIMATO 29
“Eu sou de São
Cristóvão” e “Eu
sou de Madureira”
Quanto à origem, a doutrina é
divina e o costume é humano.
Quanto ao alcance, a doutrina é
geral e o costume é local. Quanto
ao tempo, a doutrina é imutável e
o costume é temporário. A dou-
trina bíblica gera bons costumes,
mas bons costumes não geram
doutrina bíblica. Igrejas há que
têm um somatório imenso de
bons costumes, mas quase nada
de doutrina. Isso é muito peri-
goso! Seus membros naufragam
com facilidade por não terem o
lastro espiritual da Palavra.
Esse mesmo documento
lembra que “doutrina é o ensino
bíblico normativo, terminan-
te, final, derivado das Sagradas
Escrituras como regra de fé e
prática da vida para a igreja e seus
membros”. Os costumes, por sua
vez, “são em si sociais, humanos,
regionais e temporais, porque
ocorrem na esfera humana,
sendo inúmeros deles gerados
ou influenciados pelas etnias,
etariedade, tradições, crendices,
individualismo, humanismo,
estrangeirismo e ignorância”.
Segundo Paulo Romeiro,
pastor assembleiano ordenado
nos Estados Unidos em 1984, “os
usos e costumes não estão mortos.
Há muitos pastores, obreiros e
igrejas que lutam para mantê-
-los, enquanto outros lutam para
bani-los”.
Os assembleianos não podem
sobrecarregar seus adeptos colo-
cando sobre eles regras concernen-
tes aos usos e costumes. Os outros
cristãos, por sua vez, não podem
abrir mão das coisas essenciais.
A essa conclusão chegaram os
apóstolos e presbíteros do famoso
concílio de Jerusalém
(At 15.1-21). Porém, tanto uns
como outros só terão sucesso
verdadeiro se apelarem para a
renovação interior provocada pela
santificação progressiva, e não
por força da lei. (Veja Mulheres
bonitas, pág. 14)
H
á quase 40 anos alguém gritou que
as Assembleias de Deus no Brasil
corriam perigo e que esse risco
deveria ser proclamado. Por causa dele,
os servos de Deus, em vez de toscanejar,
deveriam se precaver e se colocar em
prontidão. O alerta foi dado no Mensageiro
da Paz, órgão oficial da denominação,
em janeiro de 1973, por João Pereira de
Andrade e Silva, duas vezes diretor da
Casa Publicadora das Assembleias de Deus
(CPAD). Na época, a preocupação era
com os ventos de doutrina, as inovações
diversas, a aceitação de costumes que “não
nos são lícitos”, a falta de santidade etc.
João Pereira dizia que o perigo estava
às portas. E estava mesmo. Ele era e
é o mesmo que rondava a igreja de
Corinto: a grande quantidade de partidos
dentro da comunidade. Provavelmente,
o pastor John Phillip, preletor inglês
especialmente convidado para pregar
durante a Convenção
Geral de 1981 — no
Estádio Jornalista Felipe
Drummond (conhecido
por “Mineirinho”), em
Belo Horizonte, MG —,
pressentiu o problema.
Na abertura da reunião,
ele abordou o assunto
A liderança segundo o
conceito bíblico e baseou-
se exatamente no terceiro
capítulo da Primeira Carta de Paulo
aos Coríntios. Phillip referiu-se aos
partidos existentes naquela igreja: o grupo
fundador (“Eu sou de Paulo”), o grupo
intelectual (“Eu sou de Apolo”), o grupo
tradicionalista (“Eu sou de Pedro”) e o
grupo dos falsamente piedosos (“Eu sou de
Cristo”). O pregador visitante terminou sua
mensagem assim: “Tanto o grande Paulo
como o eloquente Apolo não passavam
de dois jardineiros. Tudo o que você pode
ter é um pedaço de pau para furar o chão
e nele plantar a semente, ou um balde
d’água com que regar as plantas. Nada
mais. De fato, nós mesmos nada somos.
Por isso precisamos uns dos outros. De
nada adianta plantar, se não houver quem
regue. De nada vale regar, se ninguém
plantou. Somos, isto sim, cooperadores.
Juntos formamos uma grande unidade
com Deus”.
As palavras de João
Pereira e de John Phillip
foram proféticas, tanto
para ontem como para
hoje. Antes, o atrito era
entre os megaministérios:
“Eu sou de São Cristóvão”,
“Eu sou de Madureira”,
“Eu sou de Belém”, “Eu
sou do Brás”. Hoje, ele é
personalizado: “Eu sou
de José Wellington”, “Eu sou de Manoel
Ferreira”, “Eu sou de Samuel Câmara”, “Eu
sou de Silas Malafaia”. Antes, era dentro
das quatro paredes da denominação.
Hoje, é público (usam-se inclusive os
programas evangélicos de televisão). Em
sã consciência, nenhum asssembleiano
tem condições de repetir o que John
Phillip disse há trinta anos no Mineirinho:
Placa de sinalização turística alusiva
ao centenário das Assembleias de
Deus no Brasil
NhandejaraAguiar
NeiNeves
Centro de Convenções Centenário
30. 30 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
Capa
“Juntos formamos uma grande
unidade com Deus”.
Nesses 100 anos de história,
a unidade sempre foi difícil nas
Assembleias de Deus (bem como
em outras denominações). De
vez em quando, havia um clamor
em favor da unidade, como o
do pastor Altomires Sotero da
Cunha, que, na Convenção Geral
de 1971, propôs que a liderança
de Madureira visitasse a igreja
de São Cristóvão e vice-versa,
“para selar a paz”, o que de fato
aconteceu. Nessa ocasião, “houve
perdão e abraços e muita alegria”.
Contudo, 18 anos depois, em
setembro de 1989, aconteceu a
maior e mais importante divisão
das Assembleias de Deus no
Brasil, com o desligamento do
Ministério de Madureira e suas
convenções.
É consenso
que as divisões
assembleianas
nunca
aconteceram
por questões
doutrinárias,
mas por disputas
de campos
territoriais ou
por cargos. Essa
é a opinião de Paulo Romeiro,
que desenvolve uma pesquisa
sobre os movimentos pentecostais
brasileiros para a Universidade
Presbiteriana Mackenzie.
Segundo o assembleiano
Gedeon Freire de Alencar, diretor
pedagógico do Instituto Cristão
de Estudos Contemporâneos
e doutorando em ciências da
religião (PUC-SP), “uma igreja
que nunca teve uma direção
nacional instituída, abriu
espaço para figuras isoladas se
fortalecerem”1
. O problema
é complexo e pecaminoso,
porque envolve uma rivalidade
entre os megaministérios e
seus pastores presidentes. Os
chamados “ministérios” são como
As Assembleias
de Deus não
aceitam a teologia
da prosperidade
D
ois anos antes da organização da
Igreja Universal do Reino de Deus
(IURD) e por ocasião da Conven-
ção Geral das Assembleias de Deus de 1975,
o pastor Francisco Assis Gomes declarou
que era “necessário ter muito cuidado com
certos grupos pentecostais, por causa das
doutrinas que anunciam”. Foi uma palavra
oportuna, pois uma dessas doutrinas ina-
ceitáveis é a teologia da prosperidade, que
tomou conta de todas as igrejas neopente-
costais do país. A esse propósito, Ultimato
perguntou a Paulo Romeiro, autor do livro
Supercrentes; o evangelho segundo Kenneth
Hagin, Valnice Milhomens e os profetas
da prosperidade, diretor da Agência de
Informações Religiosas (AGIR) e professor
do Programa de Pós-graduação em Ciências
da Religião da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, se as Assembleias de Deus,
eventualmente, poderiam fazer alguma
abertura para a teologia da prosperidade.
Obtivemos a seguinte resposta:
Embora as Assembleias de Deus sejam
oficialmente contra a teologia da prosperi-
dade, não conseguem barrar, totalmente, a
influência dessa vertente doutrinária no seu
bojo. Por ser muito grande e pela grande
difusão da teologia da prosperidade na
mídia evangélica, torna-se difícil filtrar tudo
o que passa pelos púlpitos de suas igrejas e
pelas suas publicações. Já existem pregado-
res assembleianos que estão constantemente
usando na televisão os jargões da teologia
da prosperidade, tais como “eu profetizo”,
“eu declaro”, “eu determino”, “eu decreto”,
“eu sou profeta de Deus para a sua vida”
etc. Muitas de suas pregações são mensagens
motivacionais ou de autoajuda. Como já ex-
pus, o gigantismo da denominação dificulta
o patrulhamento doutrinário em todas as
esferas de sua atuação.
denominações dentro de uma
mesma denominação.
Em junho, duas
comemorações separadas do
centenário foram realizadas
na mesma cidade, onde tudo
começou, Belém do Pará: uma no
dia 10, no Centro de Convenções
e Feiras da Amazônia, e a outra
no dia 16, no Estádio Olímpico
do Pará (Mangueirão).
Na primeira comemoração,
presidida por José Wellington
Bezerra, a tensão diminuiu com
a presença de Samuel Câmara,
pastor da Assembleia de Deus de
Belém. Na segunda, presidida por
Samuel Câmara, ela foi de igual
modo reduzida pela presença de
José Wellington.
A reconciliação dos diferentes
grupos pode ser difícil. Porém,
de acordo com
Alfredo Borges,
“quando Deus
exige do homem
coisas que
ele [com suas
próprias forças]
não poder fazer
sem uma graça
especial, ele
mesmo, junto
com a ordem
providencia ao mesmo tempo
essa graça”.2
Em meio ao barulho das
comemorações, seria bom ouvir o
apelo de Paulo endereçado a duas
ovelhas na mesma situação dos
assembleianos: “E agora eu quero
suplicar àquelas duas estimadas
senhoras, Evódia e Síntique: “Por
favor, com a ajuda do Senhor,
vivam em harmonia” (Fp 2.2,
BV). (Veja Vocês são irmãos e não
deviam estar brigando, pág. 16)
Notas
1. ALENCAR, Gedeon Freire. Assembleias
de Deus; origem, implantação e
militância (1911-1946). São Paulo: Arte
Editorial. p. 131.
2. TEIXEIRA, Alfredo Borges. Meditações
cristãs. São Paulo: Editora Metodista,
1967. p. 187.
NhandejaraAguiar
1988 – ano de inauguração do templo
da Assembleia de Deus em Belém, PA
32. 32 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
feita”. Todos os que estão no inferno
foi porque o escolheram. Sem essa
autoescolha não haveria inferno.
Alma alguma que desejar sincera e
constantemente a alegria irá perdê-
la. Os que buscam encontram. Para
aqueles que batem, a porta é aberta.
Jesus afirma na conclusão do
sermão que “nem todo o que me diz:
Senhor, Senhor! entrará no reino dos
céus, mas aquele que faz a vontade de
meu Pai, que está nos céus” (v. 21).
Existe uma diferença entre os sinais
do poder e da ação de Deus e os sinais
de que pertencemos a ele. Deus pode
expulsar demônios usando qualquer
pessoa. Os milagres são sinais do poder
de Deus, não de que pertencemos a
ele. Os sinais de nosso pertencimento
são os frutos da obediência, do praticar
aquilo que Jesus ensinou. São estes
os frutos que Jesus espera encontrar
naqueles que dizem: Senhor, Senhor!
Fé em Jesus não é fé real enquanto não
fazemos o que ele nos manda fazer.
Nosso problema com o Sermão
do Monte é mais com aquele que
ensina do que com o ensino em si.
Confiamos neste Senhor? Cremos que
ele é bom? Estamos seguros de que ele
realmente sabe o que necessitamos? Se
não confiamos nele, vamos achar suas
palavras bonitas de se ouvir e boas para
se falar — mas não reais para se viver.
O julgamento para aqueles crentes
que ouvem, mas não praticam, será a
ausência da comunhão divina: “Nunca
vos conheci”.
Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana
do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em
Brasília. É autor de Janelas para a Vida e O Caminho do
Coração.
caminho largo é o imposto. Chega
a nós pela imposição da maioria,
da propaganda, daqueles que não
suportam seguir sozinhos pelo
caminho da perdição e da destruição.
O caminho largo não é congruente
com aquilo que fomos criados para ser.
O caminho estreito é o do reino
preparado para nós antes da fundação
do mundo. Jesus não diz que quem
não andar pelo caminho estreito será
punido. É o próprio caminho largo
que nos conduz à morte. Seguir pelo
caminho largo ou procurar entrar pelo
estreito é uma escolha que fazemos.
O caminho estreito envolve o
ouvir e o fazer. Na parábola dos dois
construtores, a diferença não está no
ouvir — ambos ouviram. A diferença
está no fazer. Existem duas opções:
ouvir as palavras de Jesus e não
praticá-las ou ouvi-las e praticá-las. A
casa que cai é composta por crentes
que consideram as palavras de Jesus
bonitas para se ouvir, boas para se
falar e ensinar, mas irreais para serem
praticadas. Como diz C. S. Lewis em
O Grande Abismo:
Só há duas espécies de pessoas no
final: as que dizem a Deus: “Seja
feita a tua vontade”, e aqueles a
quem Deus diz: “A tua vontade seja
O CAMINHO DO CORAçãO Ricardo Barbosa
A casa que cai é
composta por crentes que
consideram as palavras
de Jesus bonitas para se
ouvir, boas para se falar e
ensinar, mas irreais para
serem praticadas
M
uitos gostariam
que o Sermão do
Monte terminasse
com a conhecida
“lei áurea” — “Tudo
quanto, pois, quereis que os homens
vos façam, assim fazei-o vós também a
eles; porque esta é a Lei e os Profetas”
(Mt 7.12). E o mais famoso sermão de
Jesus terminaria com um bom resumo
de tudo o que ele havia acabado de
ensinar.
Porém, Mateus não termina assim.
Ele segue com uma recomendação e
conclui com uma pequena parábola,
na qual Jesus deixa claro o que ele
espera dos seus ouvintes. Uma forma
de entender a conclusão desse sermão
são os pronomes: “nem todo o que me
diz”, “aquele que faz a vontade do meu
Pai”, “hão de dizer-me”, “apartai-vos
de mim”, “ouve as minhas palavras”.
Eles nos levam a considerar quem
ensina, e não apenas o que se ensina.
São essas palavras que formarão o texto
que definirá o julgamento, que terá
como fundamento o que as pessoas
fizeram com suas palavras.
Jesus começa sua recomendação
dizendo: “Entrai pela porta estreita”
(v. 13). Não é simplesmente um
convite, mas um imperativo. No final
do sermão, Jesus afirma que existem
duas portas e dois caminhos. Um
deles leva à morte; o outro, à vida.
Jesus reconhece, com tristeza, que são
poucos os que entram pelo caminho
estreito (v. 14).
O caminho estreito é o herdado. É
o caminho da criação, da redenção, o
caminho de Jesus. Não é algo imposto
a nós, é o caminho que Jesus trilhou
e que agora nos convida a trilhar. O
Não basta dizer, é preciso fazer
34. 34 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
fizemos ainda muito progresso quanto
a nossa linguagem. As tribos ainda
são “primitivas”, a África é uma ferida
sangrenta, muçulmanos são mouros
terroristas e a China é o gigante
desajeitado que inspira desconfiança.
Mesmo que alguns possam
argumentar que os estereótipos tenham
algo de verdade, quando cremos no
reino concordamos com a imago Dei.
A imagem de Deus nas pessoas e
nos povos tem que ser o pressuposto
que usamos para vê-los. E deve ser
mais forte do que as concepções
terrenas. Quando preconceitos nos
guiam, esperamos o pior, duvidamos,
superprotegemos. Se entendermos o
valor e a capacidade conferida pela
imago Dei, seremos levados a outro
nível de relacionamento. Esperar o
sonho de Deus ser expresso nas pessoas
e nos povos nos conduz ao respeito, à
mutualidade, a parcerias verdadeiras,
ao reino.
Lembro-me de um pastor amigo me
dizendo que a maior parte das cartas
missionárias que recebia poderia ser
intitulada “Meu sofrimento”. Para
fazer minha luz brilhar mais forte,
pinto as trevas ao meu redor mais
É
a apoteose da conferência
missionária. O público é
internacional. Delegados
de todos os continentes
da Terra estão presentes,
adorando a Deus a plenos pulmões.
Estou sentada ao lado de um casal
africano bem vestido, com turbantes e
bijuterias artesanais. Estamos unidos
e temos uma emoção de reino, de
estarmos cumprindo o plano de
Deus para a humanidade. As culturas
diferentes são uma bênção para o
reino, não um tropeço. Os povos
do mundo se completam na sua
diversidade. Estamos diante do trono.
O louvor termina e nos sentamos.
Começa um filme para a promoção
de um ministério de misericórdia na
África. Em alta definição desfilam
crianças com costelas expostas, mães
com seios vazios, miséria, fome,
doenças, falta de esperança, vergonha.
Abaixo minha cabeça. Não consigo
mais olhar nos olhos dos africanos ao
meu lado. A sensação de igualdade do
reino se foi. Tudo o que sobra são os
ricos e os pobres, os escolhidos e os
não-escolhidos, os que podem dar e os
que só recebem de cabeça baixa.
Na hora da oração pergunto ao
casal:
— Como vocês se sentem depois disto?
A mulher me responde:
— Infelizmente, para sobreviver, me
acostumei...
Alguns anos já se passaram. Muitas
missões já mudaram seu paradigma de
“países receptores e países enviadores”
para “todos em todo lugar”. Porém não
densas. “Admire quão santo sou à luz
de quão terrível este povo é”. Esse é um
hábito comum desde o missionário que
descreve a comida horrível e exótica que
comeu entre os selvagens até o pastor
que enfatiza o testemunho de pecado
das ovelhas antes de se juntarem à sua
maravilhosa igreja.
Jesus não era assim. Ele encontrava
beleza, fé e generosidade onde
aparentemente não havia nenhuma. Ele
louvou os fariseus na frente dos judeus
que os desprezavam, honrou mulheres
diante de homens que não lhes davam
valor, contou a história do publicano
que alcançou perdão em contraposição
ao religioso que não o obteve, se gabou
da fé do centurião, o epítome do anti-
Deus para o judeu de sua época.
O povo-alvo para Jesus era honrado,
cheio de fé, corajoso e honesto. Jesus
trabalhou para gerar entre as pessoas
respeito e apreciação mútua.
Como mudar o hábito de usar essa
linguagem missionária baseada em
preconceitos e que não promove o
reino? A regra continua sendo a mesma
proposta por Jesus: “O que você não
quer que seja feito a você, não faça
aos outros”. Se você não quer que seu
país seja referência de malandragem,
promiscuidade sexual e corrupção
política, então não estereotipe o país,
a cultura, o comportamento moral e a
economia de seu próximo (Fp 4.8).
Bráulia Ribeiro trabalhou na Amazônia durante trinta
anos. Hoje mora em Kailua-Kona, no Havaí, com sua
família e está envolvida em projetos internacionais de
desenvolvimento na Ásia. É autora de Chamado Radical.
braulia_ribeiro@yahoo.com
A linguagem de missões
que prejudica o Reino
Bráulia RibeiroDA LINHA DE FRENTE
A imagem de Deus
nas pessoas e nos
povos tem que
ser o pressuposto
que usamos para
vê-los
36. 36 ULTIMATO I Julho-Agosto, 2011
Ainda sem cuidar
MEIO AMBIENTE E fé cristã Marina Silva
Na maior parte do Brasil o mesmo
modelo de cultivo da terra vem sendo
usado desde o descobrimento. São 500
anos de uma tecnologia muito baixa,
que significa a derrubada, a queima e
a exploração até que o solo se esgote.
Esse modelo tem se agravado devido à
contaminação das águas com agrotó-
xicos e às emissões de gases de efeito
estufa.
A remoção de vegetação das encos-
tas, topo de morros e margens de rios
é feita sem nenhum senso de prote-
ção. O resultado são rios assoreados,
encostas que desabam sobre casas,
plantações e estradas, e muitas vidas
perdidas a cada ano. Além da alteração
no regime das chuvas, pois as florestas
têm um papel fundamental no equilí-
brio climático.
O Código Florestal não diz respeito
apenas às áreas rurais. Há áreas de pro-
teção permanente (APPs) também em
regiões urbanas. Ainda temos na me-
mória as cenas de destruição e dor do
deslizamento do Morro do Bumba, em
Niterói, e da pousada em Angra dos
Reis, ou das enchentes em São Paulo,
onde as calhas dos rios imprensadas
por construções em local inadequado
transbordaram e trouxeram tantas
perdas para quem já tem tão pouco.
Se o texto aprovado na Câmara,
que seguiu para debate no Senado,
ficar como está, vai permitir que toda
essa situação se agrave muito. O proje-
to anistia quem desmatou ilegalmente
as áreas de florestas que deveriam, pela
sua importância ecológica para toda a
sociedade, ser preservadas. Beneficia
especialmente os grandes produtores,
desobrigando-os da recomposição da
reserva legal e da APP, e cria condições
E
stamos vivendo um
momento importante na
história de nosso país.
Uma das principais leis
de nosso ordenamento
jurídico, o Código Florestal, está em
discussão no Congresso Nacional.
Este momento enseja a expressão de
cosmovisões de todos os envolvidos no
debate e é impressionante o que vem
à luz. Embora esteja claro em Gênesis
2.15 que o ser humano foi autorizado
a lavrar e cuidar do jardim onde foi
posto, em geral só se dá ouvidos para
o lavrar. É como se fosse uma herança
cultural pela metade. Desenvolvemos o
domínio sem o cuidado.
para que novos desmatamentos possam
acontecer e sejam legalizados. Com
isso, todos os esforços feitos pelo poder
público e pela sociedade para barrar a
destruição de nossos ecossistemas natu-
rais caem por terra. Esse retrocesso está
camuflado no texto, em uma redação
capciosa, de modo que somente advo-
gados especialistas na questão ambiental
conseguem compreender o verdadeiro
objetivo da lei, que é isentar o setor
rural e outros setores econômicos da
obrigação constitucional de preservar o
meio ambiente e conservar nossas flo-
restas para as atuais e futuras gerações.
Há parlamentares que não comun-
gam da cosmovisão cristã, no entanto
orientaram seu voto pelo princípio de
usar com cuidado. Causa estranheza
que aqueles que creem no dever de
respeitar a terra porque ela perten-
ce a Deus — como está escrito em
Levítico 25.23 — tenham, com poucas
exceções, votado sim a esse texto, que é
alinhado com os interesses de setores re-
sistentes a entender que sem a proteção
do meio ambiente não haverá futuro
para o Brasil.
A Câmara dos Deputados votou
essa importante lei sem a dimensão do
cuidado, fazendo o país retroagir ao
modelo agrícola do século 19, quando
tínhamos pouca informação científica
sobre o regime das águas, as necessida-
des do solo, a engenharia das chuvas, os
efeitos dos gases poluentes no clima.
Tomara que o tempo de discussão
no Senado possa recolocar nosso país
no século 21 e que a voz do Senhor seja
ouvida na terra.
Marina Silva é professora de história e ex-senadora
pelo PV/AC.
Causa estranheza que aqueles que
creem no dever de respeitar a terra
porque ela pertence a Deus tenham
votado sim ao Código Florestal
LizValente