SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Homilia de Dom Sebastião Armando no Culto Ecumênico de abertura da Campanha da
                               Fraternidade 2010
                             Recife, 20 de Fevereiro




            “Este e o dia que o Senhor fez, exultemos e alegremo-nos nele”!

       Este e o dia que o Senhor fez para nós. Não deixa de ser altamente significativo
que a assembleia plenária da Arquidiocese Católica Romana de Olinda e Recife escolha
ser concluída com o lançamento oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica, como
que transbordando em assembléia litúrgica e ecumênica.

       Depois de marchas e contramarchas na história recente da Igreja, com desistências,
tristezas e até decepções e lamentáveis rupturas, é como se aqui nos sentíssemos de volta
ao clima entusiasmante do Concilio Vaticano II, quando a Igreja, para além das fronteiras
de instituição e organização, se redescobria Povo de Deus peregrino nos caminhos da
humanidade pluralista, misterioso Corpo de Cristo, de inumeráveis membros e plúrimas
funções. Povo de Deus solidário com as alegrias e dores da humanidade sofredora,
projetando-se em dimensões que ultrapassam seus limites visíveis.

        E aí dois imensos holofotes se acenderam como referências maiores da
peregrinação: antes de tudo, a Missão, como participação na missão de Deus, Deus
triúno, fonte e modelo da vida humana em comunhão, a Trindade como ícone e
dinamismo profundo da construção da sociedade com um jeito novo de ser, uma
sociedade humana com jeito divino. Já não bastava manter a Igreja, já não bastava
preservar a religião ou a cultura cristã. Via-se com mais clareza que a Missão é anunciar a
boa-nova da nova prática de Jesus, anúncio que só se dá, de verdade, quando assumimos
em nossos próprios corpos as marcas de Jesus: Jesus restaurador da obra de Deus, que é o
mundo, a criação, a humanidade, as relações e as estruturas humanas de convivência.
Para assombro dos poderes mundanos e para alegria dos pobres,              o Evangelho se
revelava em toda a sua capacidade explosiva de libertação política e cultural. A Igreja se
tornava ainda mais militante e por isso perseguida. O seguimento e o testemunho de
Cristo brilharam com mais nitidez aos olhos da sociedade que se torna sempre mais
idólatra. A nossos olhos de crentes avivou-se a sublime imagem do Ressuscitado – Jesus
vivo, vencedor da morte, triunfante sobre o injusto julgamento dos poderes do dinheiro,
do Estado e da religião, como se o véu se abrisse e fôssemos introduzidos à maravilhosa
liturgia celebrada nos céus, revelada pelo Apocalipse. A Igreja fortalecida na coragem do
martírio – o século XX foi o século dos mártires – para que se estabeleça a justiça de
Deus.

      Se, na perspectiva do Concilio Vaticano II, o que interessa acima de tudo não são as
instituições eclesiásticas e religiosas, mas a vida do Povo de Deus e o triunfo da justiça,
acendia-se, naturalmente, o segundo holofote: se o foco, o padrão central de referência, é
a Missão, então, a Unidade do povo cristão aparece como critério básico de fidelidade à
aliança com Deus. Num mundo idólatra todo o Povo de Deus tem de estar unido na
proclamação de Seu Nome e na defesa de Sua honra. A divisão só dá motivos para que
“seja blasfemado o Nome de Deus entre as nações”. A justiça do Reino brilha como a
questão maior, tudo o mais tem menos importância. Se não é assim, persistimos como
grave motivo de escândalo.

        Quem sabe, é o momento adequado para evocar a saudosa figura de Dom Helder,
o amado e eterno Arcebispo de Olinda e Recife. Durante o Concílio, em entrevista a
queima roupa no aeroporto de Paris, perguntado sobre o que pensava do Ecumenismo,
prontamente respondeu: “Quando nós, as Igrejas cristãs, resolvermos assumir realmente
as preocupações de Deus, que são as questões da vida de Seu povo, então haveremos de
ter vergonha de nossas divisões, que nos aparecerão coisa tão pequenina”. Síntese
perfeita de Missão e Unidade, síntese que ele mesmo viveu em sua própria vida, com o
testemunho de ser, como gostava de dizer, uma criatura humana, e acrescentamos, uma
criatura humana para além de todas as fronteiras.

       Dom Fernando, ajude-nos a fazer renascer no Recife o “espaço fraterno”, de
pessoas de diferentes denominações cristãs, onde possamos vivenciar novas relações de
amizade, partilhar desafios missionários, dialogar sobre nossas diferentes tradições e ter
condições de colaborar em iniciativas comuns a favor da vida de nosso povo tão sofrido,
com tamanhas maiorias, agora já não só à margem da estrada, mas literalmente excluídas
do banquete da vida. Se não o fizermos, este dia que o Senhor fez para nós corre o risco
de degradar-se a fato episódico a ser recordado no folclore religioso da cidade. Este dia
tem de ecoar a nossos ouvidos como clamor de Deus convocando-nos a prosseguir nos
caminhos da Unidade.

        Irmãos e irmãs, quando nos reunimos para o louvor de Deus e para avivar a
experiência de Sua presença em nosso meio, costumamos ler a Bíblia. E os antigos
textos, no contexto de nossa vida hoje, têm o admirável poder de fazer ressoar em perene
atualidade a Palavra de Deus, seu terrível julgamento e a boa noticia de que é possível
sermos mais felizes. A Bíblia nos ajuda a perceber o sentido do que estamos a fazer aqui.

       Recitamos o Salmo 1º. Sabemos que os Salmos 1º e 2º são como o pórtico de
entrada no saltério. No Salmo 2º se revelam a figura e a tarefa do Messias, de estabelecer
a paz entre as nações mediante a vitória sobre os poderes que conspiram contra Deus. No
Salmo 1º apresentam-se os justos, o cortejo do Messias, aqueles e aquelas com quem
Deus pode contar para realizar seus propósitos na história.

       Curioso, a liturgia nos faz tomar como oração o elogio que o Espírito Santo nos
faz: “Feliz quem não anda no projeto dos perversos e no caminho dos pecadores não se
detém e na roda dos escarnecedores não se assenta”. O corpo dos seguidores de Cristo,
em todos os seus movimentos, nada tem em comum com o corpo dos inimigos de Deus, e
seu mundo interior é habitado pela Lei do Senhor, nela está o seu prazer, é ela seu
alimento constante, ruminação dia e noite. São como árvore, sólida, enraizada, bonita e
fecunda em folhas e frutos. Os perversos não passam de palha arrebatada pelo vendaval.
Não resistirão ao juízo, enquanto aos justos, Deus os “conhece” intimamente, de
intimidade matrimonial.

        E qual é o núcleo da vontade de Deus? É o que nos diz a lição de Deuteronômio, o
Livro da Aliança, nascido dos ambientes proféticos. Quando lemos a Bíblia, vemos com
clareza que o centro da revelação e da prática da fé é a liberdade. Deus revela o Seu
Nome ao inspirar Moisés à obra de libertação do povo. A Lei da Aliança é dada para
garantir, pela igualdade e o respeito, a liberdade. O Apóstolo S. Paulo resume na
liberdade toda a obra de Cristo: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou.” É na
experiência de ser livre que fazemos a experiência de Deus como dimensão transcendente
e humanizadora da vida. “Deus” é o nome teológico, “Liberdade” é o nome
antropológico da experiência de ser plenamente pessoa humana. Fora da liberdade,
qualquer religião é engano e alienação. Porque liberdade é sinônimo de amor e amor é
sinônimo de serviço e dom da própria vida
        No texto de Deuteronômio, toma-se como exemplo a libertação do escravo.
Quando falamos de temas como liberdade, igualdade, justiça, fraternidade, facilmente
cai-nos a acusação de românticos idealistas. Ao contrário, ao mencionar a libertação da
servidão, a Bíblia é tremendamente realista. O suporte da liberdade é estabelecer uma
economia que forneça os meios materiais para que a pessoa adquira autonomia: “Quando
o deixares ir em liberdade, não o despeças de mãos vazias ... Dá-lhe conforme a benção
que o Senhor teu Deus te houver concedido”. Declarar livres as pessoas nas Constituições
e leis não basta, se não lhes garante a base econômica (material) para o exercício da
liberdade (espiritual).

        Estamos no Ano de Joaquim Nabuco, um dos maiores homens de visão na história
do país. Um rico que fez opção pelos pobres, um senhor que se bateu, intelectual e
politicamente, pela abolição da escravatura. Para ele, porém, sabiamente, não bastava
conceder liberdade aos escravos. As bases da liberdade teriam de ser a posse da terra e a
educação. A história lhe deu sobejamente razão. Da abolição sem reforma agrária e sem
reforma da educação, nasceu o povo das favelas, da marginalização e da exclusão. Não é
acaso que a maioria da pobreza seja de gente negra, para vergonha moral da cruel elite
brasileira que ainda hoje define sua identidade pelo “ethos” do “senhor de engenho”,
dono da terra e das gentes.

        As lições bíblicas atingem seu ápice na liturgia de hoje com o trecho de São
Mateus, capítulo 6º, o texto clássico da Quaresma, tirado do Sermão do Monte. Jesus fala
dos três exercícios que caracterizam este longo retiro de preparação da Páscoa:

        Esmola – esmola no sentido profundo de “elemosina”, isto é, misericórdia, sentir
a dor dos miseráveis, solidariedade para restaurar a justiça;
        Oração – encontrar-se com Deus como segredo intimo de nossa vida, fonte
secreta de valores, critérios, atitudes e comportamentos, programar a vida pela Oração do
Senhor, “Pai nosso, “ pão nosso”;
        Jejum – privar-se, contentar-se com o necessário, não por desprezo pelos bens da
vida que são criaturas e dons de Deus, mas por amor a quem necessita, privar-se,
economizar para poder partilhar. Esmola e jejum são apelo à partilha, são a maneira de
sermos generosos, semelhantes a Deus. Partilha de bens e partilha de perdão são o jeito
de parecer com Deus.

       Finalmente, as palavras de Jesus se concluem com o texto que acabamos de ouvir:
“Não podeis servir a Deus e o dinheiro. Por isso não vos preocupeis...” e vem o texto
famoso que exorta a ser como flores do campo e aves do céu, confiantes na bondosa
providência divina.

        Acusam a Jesus e a nós também de românticos idealistas. Como viver sem pôr
confiança no dinheiro, não seria irresponsável? Longe de ser idealista ingênuo, Jesus
insinua claramente a importância da Economia. Por que podemos viver sem a angústia do
amanhã, por que podemos confiar na vida e no futuro? Não se trata de ser irresponsável,
trata-se, antes, de vencer a angústia e, assim, não se deixar prender na cadeia do dinheiro
e do afan pelos bens materiais. É que a proposta de Jesus é a comunidade, e a base
econômica, realista da vida em comunidade, isto é, de igualdade, de solidariedade e de
justiça, é uma economia de partilha e não de apropriação por parte de poucos. Na
comunidade temos apoio nas necessidades, podemos confiar uns nos outros. Acabam a
incerteza e a angústia.

        Muitas pessoas se espantam quando a Igreja fala de Economia ou critica sistemas
econômicos injustos. Dizem, a tarefa da Igreja se dá no campo das realidades espirituais.
O que são, porém, as realidades espirituais? Supremamente espiritual é a pessoa, e esta é
“espírito encarnado”. Espírito é nosso corpo capaz de conhecer e de projetar o futuro,
capaz de amar e por isso dialogar. O espírito atua e se revela em nossas relações com as
pessoas e as coisas, que são sempre materiais. É enquanto seres materiais que somos
pessoas, imagem e semelhança de Deus. Nossa vida espiritual atravessa as duas
dimensões fundamentais de nosso corpo: a erótica (o prazer de viver) e a econômica (a
conquista dos meios de vida). Nas relações com as pessoas (erotismo) e nas relações com
as coisas (economia) é que se revela de que espírito somos. A Economia tem de ter
espírito, estar a serviço do propósito de Deus para a vida das pessoas. Uma “economia de
comunhão”, uma economia de partilha é manifestação evidente do Espírito. Dualismo
corpo-alma, matéria-espírito, Igreja-mundo, espiritualidade-política, oração-dinheiro, o
dualismo é degradação do Evangelho. O espiritualismo é traição ao Espírito.

        É significativo: na última viagem à Cidade Santa, no caminho com seus
discípulos, Jesus toma o tempo para instruí-los a respeito do Reino de Deus. E qual é o
conteúdo da instrução? Ele poderia ter falado de inúmeros temas, de como devia
organizar-se a Igreja, por ex. No entanto, só fala de dois assuntos: poder e dinheiro.
Insiste sobre os dois sentimentos mais profundos que afetam todas as relações: o desejo
de tudo dominar, inclusive as pessoas; o desejo de tudo possuir, inclusive as pessoas -- e
isso é destrutivo da comunidade. Para Jesus, portanto, nas relações políticas (poder) e nas
relações econômicas, (posse) é que se dá o grande conflito entre o Deus vivo e os
ídolos:ou servimos o Deus vivo pelo serviço às pessoas vivas, ou servimos os ídolos do
poder, cuja imagem está gravada nas moedas, e as imagens são símbolos narcisistas de
nossas carências e autocomplacência. Ou servimos a Deus ou o dinheiro. Ou
compreendemos a vida como comunhão mediante relações fraternas e partilha dos bens,
ou buscamos desesperadamente apropriar-nos das coisas e das pessoas a nosso serviço,
para preencher o vazio de insegurança infantil que nos devora.

       Eis, irmãos e irmãs, a mensagem desta Campanha da Fraternidade Ecumênica:
Economia em favor da vida. Mas a visão de fé não admite compromissos, pois os dois
campos são opostos, ou servimos a Deus ou o dinheiro. Para a Bíblia o dinheiro deixa de
ser meio e se torna ídolo que adoramos na medida em que nele se reflete nossa carência
de poder sobre as pessoas e sobre as coisas. Buscamos salvar-nos agarrando-nos às
“obras de nossas mãos”, tão vazias quanto nós...

          O chamamento da Quaresma é claro: de que lado estamos? Até que ponto temos
condições de interpelar a sociedade que destroi o meio ambiente, que priva os pobres do
alimento, que se compraz no desperdício, que almeja o conforto e a inovação tecnológica
sem limites, que não se importa de esgotar no curso de poucas gerações os recursos do
planeta... até que ponto temos condições de interpelar a sociedade se assimilamos sua
mentalidade, se já não nos sentimos diferentes? Hoje já não só as Igrejas, mas também os
cientistas nos chamam à conversão e ao juízo: ou mudamos de vida, ou perecemos com o
planeta. Mais do que nunca a conversão nos aparece como uma questão, além de
religiosa, essencialmente politicosocial. E a fé cristã, a fé bíblica, se revela em toda a sua
atualidade: deixar-se atrair pelo brilho dos ídolos é correr atrás de ilusões e do vazio.
Nunca talvez como hoje se revela tão claro que, se seguir a Jesus tem alto custo, custo
ainda maior é não segui-Lo. Basta olhar em redor e ver o preço que pagamos por desviar-
nos da vontade de Deus – no próprio pecado social nos sobrevém o castigo:
desagregação, exclusão, fome, medo, violência, guerras, confiança na pedagogia do
terror...

        Estamos realmente disponíveis a Deus para lutar por uma economia em favor da
vida? Ou ainda pensamos que essa não é tarefa central da fé e da Igreja? Ainda julgamos
que a transformação econômica e política da sociedade não tem de estar no coração da
Igreja? Está em jogo a obra de Deus, o mundo é a obra de Deus. Julgamos, porventura,
que a união das Igrejas não é urgente por não se tratar de assunto de religião ou de
negócio eclesiástico? Seremos tão irresponsáveis a ponto de abandonar o mundo ao poder
das trevas?
        Seria terrível dizer: que posso fazer, eu que sou pequeno e pobre? Só os
poderosos têm como resolver tão graves problemas. Ora, são justamente os poderosos a
causa principal do problema. Nunca como hoje a sorte da vida dependeu tanto das
pessoas comuns, de gente como nós. Os ricos e poderosos não querem mudanças
profundas, os governos também não as querem ou já não podem. A sorte do mundo está
incrivelmente em nossas mãos, nas mãos das pessoas comuns. A tragédia é, tudo
indica, que ainda não temos maturidade para enfrentar tão imenso desafio ético, que
começa em nosso quotidiano, das pequenas coisas, no uso que fazemos dos bens que
possuímos, nas decisões que tomamos, particularmente, em relação a nosso consumo.
Começa no dia a dia de nossa casa, amplia-se nas organizações e movimentos da
sociedade civil, alarga-se às nações e aos Estados.
É nossa decisão assumir a militância de Cristo para que seja feita a obra de Deus,
mediante a restauração das pessoas e a preservação da criação? Estamos com a firme
decisão de rever nosso consumo, de encarar uma vida sóbria e de partilha para que haja
vida para todas as pessoas, de colaborar com uma Economia em favor da vida?
       Se assim é, que Deus nos abençoe! Se assim ainda não é, que Deus transforme
nossos corações e nos converta a Sua aliança!

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Material de Outubro e Novembro
Material de Outubro e NovembroMaterial de Outubro e Novembro
Material de Outubro e Novembroguest8f41a5
 
Ecovida set-out 2108
Ecovida   set-out 2108Ecovida   set-out 2108
Ecovida set-out 2108Lada vitorino
 
D 14 Caridade e o Centro Espírita
D 14   Caridade e o Centro EspíritaD 14   Caridade e o Centro Espírita
D 14 Caridade e o Centro EspíritaJPS Junior
 
“Tive fome e me destes de comer” – O Ministério do Serviço Social
“Tive fome e me destes de comer” – O Ministério do Serviço Social“Tive fome e me destes de comer” – O Ministério do Serviço Social
“Tive fome e me destes de comer” – O Ministério do Serviço SocialJUERP
 
Mensagem do papa para quaresma de 2012
Mensagem do papa para quaresma de 2012Mensagem do papa para quaresma de 2012
Mensagem do papa para quaresma de 2012Antenor Antenor
 
Lição 12 (jovens) - Relacionamentos solidários
Lição 12 (jovens) - Relacionamentos solidáriosLição 12 (jovens) - Relacionamentos solidários
Lição 12 (jovens) - Relacionamentos solidáriosNatalino das Neves Neves
 
Apostila os Ministérios e Dons da Igreja de Jesus Cristo
Apostila   os  Ministérios e Dons da Igreja de Jesus Cristo Apostila   os  Ministérios e Dons da Igreja de Jesus Cristo
Apostila os Ministérios e Dons da Igreja de Jesus Cristo Robson Rocha
 
Apresentação missão laguna negra
Apresentação missão laguna negraApresentação missão laguna negra
Apresentação missão laguna negrapsaocamilo
 
Lição 12 - O governo da igreja local
Lição 12 - O governo da igreja localLição 12 - O governo da igreja local
Lição 12 - O governo da igreja localÉder Tomé
 
Apostolicam actuositatem
Apostolicam actuositatemApostolicam actuositatem
Apostolicam actuositatemElaine Ribeiro
 
LBJ LIÇÃO 6 - VIVENDO COM AMOR E HONESTIDADE
LBJ LIÇÃO 6 - VIVENDO COM AMOR E HONESTIDADELBJ LIÇÃO 6 - VIVENDO COM AMOR E HONESTIDADE
LBJ LIÇÃO 6 - VIVENDO COM AMOR E HONESTIDADENatalino das Neves Neves
 
Igreja meio de transformação na sociedade
Igreja meio de transformação na sociedadeIgreja meio de transformação na sociedade
Igreja meio de transformação na sociedadeLuis Claudio de Roco
 
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil - 2019 - 2023
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil - 2019 - 2023Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil - 2019 - 2023
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil - 2019 - 2023Jerry Adriano
 

Mais procurados (20)

Material de Outubro e Novembro
Material de Outubro e NovembroMaterial de Outubro e Novembro
Material de Outubro e Novembro
 
C1222 a lei
C1222 a leiC1222 a lei
C1222 a lei
 
Ecovida set-out 2108
Ecovida   set-out 2108Ecovida   set-out 2108
Ecovida set-out 2108
 
D 14 Caridade e o Centro Espírita
D 14   Caridade e o Centro EspíritaD 14   Caridade e o Centro Espírita
D 14 Caridade e o Centro Espírita
 
“Tive fome e me destes de comer” – O Ministério do Serviço Social
“Tive fome e me destes de comer” – O Ministério do Serviço Social“Tive fome e me destes de comer” – O Ministério do Serviço Social
“Tive fome e me destes de comer” – O Ministério do Serviço Social
 
Pastoral do Dizmo
Pastoral do DizmoPastoral do Dizmo
Pastoral do Dizmo
 
Servos livres-emílio-castro
Servos livres-emílio-castroServos livres-emílio-castro
Servos livres-emílio-castro
 
Decreto Apostolicam Actuositatem
Decreto Apostolicam ActuositatemDecreto Apostolicam Actuositatem
Decreto Apostolicam Actuositatem
 
LIÇÃO 08 - IGREJA - AGENTE TRANSFORMADOR DA SOCIEDADE1)
LIÇÃO 08 - IGREJA - AGENTE TRANSFORMADOR DA SOCIEDADE1)LIÇÃO 08 - IGREJA - AGENTE TRANSFORMADOR DA SOCIEDADE1)
LIÇÃO 08 - IGREJA - AGENTE TRANSFORMADOR DA SOCIEDADE1)
 
Mensagem do papa para quaresma de 2012
Mensagem do papa para quaresma de 2012Mensagem do papa para quaresma de 2012
Mensagem do papa para quaresma de 2012
 
Lição 12 (jovens) - Relacionamentos solidários
Lição 12 (jovens) - Relacionamentos solidáriosLição 12 (jovens) - Relacionamentos solidários
Lição 12 (jovens) - Relacionamentos solidários
 
Apostila os Ministérios e Dons da Igreja de Jesus Cristo
Apostila   os  Ministérios e Dons da Igreja de Jesus Cristo Apostila   os  Ministérios e Dons da Igreja de Jesus Cristo
Apostila os Ministérios e Dons da Igreja de Jesus Cristo
 
Apresentação missão laguna negra
Apresentação missão laguna negraApresentação missão laguna negra
Apresentação missão laguna negra
 
Lição 12 - O governo da igreja local
Lição 12 - O governo da igreja localLição 12 - O governo da igreja local
Lição 12 - O governo da igreja local
 
Apostolicam actuositatem
Apostolicam actuositatemApostolicam actuositatem
Apostolicam actuositatem
 
LBJ LIÇÃO 6 - VIVENDO COM AMOR E HONESTIDADE
LBJ LIÇÃO 6 - VIVENDO COM AMOR E HONESTIDADELBJ LIÇÃO 6 - VIVENDO COM AMOR E HONESTIDADE
LBJ LIÇÃO 6 - VIVENDO COM AMOR E HONESTIDADE
 
Igreja meio de transformação na sociedade
Igreja meio de transformação na sociedadeIgreja meio de transformação na sociedade
Igreja meio de transformação na sociedade
 
Ecclesiam Suam
Ecclesiam SuamEcclesiam Suam
Ecclesiam Suam
 
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil - 2019 - 2023
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil - 2019 - 2023Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil - 2019 - 2023
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil - 2019 - 2023
 
Diáconos apostila
Diáconos   apostilaDiáconos   apostila
Diáconos apostila
 

Destaque (20)

Segurança na Internet
Segurança na InternetSegurança na Internet
Segurança na Internet
 
Como analisar os resultados de links patrocinados no ecommerce
Como analisar os resultados de links patrocinados no ecommerceComo analisar os resultados de links patrocinados no ecommerce
Como analisar os resultados de links patrocinados no ecommerce
 
Segmentacion de facebook
Segmentacion de facebookSegmentacion de facebook
Segmentacion de facebook
 
Dianova Comunicacao Congresso Inovacao Social UDIPSS
Dianova Comunicacao Congresso Inovacao Social UDIPSSDianova Comunicacao Congresso Inovacao Social UDIPSS
Dianova Comunicacao Congresso Inovacao Social UDIPSS
 
24 28 36 52 84
24  28 36 52 8424  28 36 52 84
24 28 36 52 84
 
HABIDENSI_ANTEPROJETO_APRESENTAÇÃO_005
HABIDENSI_ANTEPROJETO_APRESENTAÇÃO_005HABIDENSI_ANTEPROJETO_APRESENTAÇÃO_005
HABIDENSI_ANTEPROJETO_APRESENTAÇÃO_005
 
Freelance sites
Freelance sitesFreelance sites
Freelance sites
 
Vitafos
VitafosVitafos
Vitafos
 
Matriz
MatrizMatriz
Matriz
 
Lunkermania s killer
Lunkermania s killerLunkermania s killer
Lunkermania s killer
 
trabajo de animaciones
trabajo de animacionestrabajo de animaciones
trabajo de animaciones
 
Pacman
PacmanPacman
Pacman
 
Rastreabilidade
RastreabilidadeRastreabilidade
Rastreabilidade
 
Preposition
PrepositionPreposition
Preposition
 
Santiago, santana eta saninazioak
Santiago, santana eta saninazioakSantiago, santana eta saninazioak
Santiago, santana eta saninazioak
 
informativo Missionário 01
 informativo Missionário 01 informativo Missionário 01
informativo Missionário 01
 
Educação é a Melhor Prevenção
Educação é a Melhor PrevençãoEducação é a Melhor Prevenção
Educação é a Melhor Prevenção
 
Dianova EAD Lisbon_150311
Dianova EAD Lisbon_150311Dianova EAD Lisbon_150311
Dianova EAD Lisbon_150311
 
ClearheadClub_Profile
ClearheadClub_ProfileClearheadClub_Profile
ClearheadClub_Profile
 
Teorías de calidad
Teorías de calidadTeorías de calidad
Teorías de calidad
 

Semelhante a Homilia dom sebastião armando

Dízimo no Ano da Fé
Dízimo no Ano da Fé Dízimo no Ano da Fé
Dízimo no Ano da Fé Conage
 
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...ParoquiaDeSaoPedro
 
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...ParoquiaDeSaoPedro
 
Sinodo dos bispos formação cdp
Sinodo dos bispos   formação cdpSinodo dos bispos   formação cdp
Sinodo dos bispos formação cdpPeClaudio
 
Os institutos seculares bento xvi
Os institutos seculares   bento xviOs institutos seculares   bento xvi
Os institutos seculares bento xvicnisbrasil
 
Pacto e Comunhão Batistas
Pacto e Comunhão BatistasPacto e Comunhão Batistas
Pacto e Comunhão BatistasViva a Igreja
 
MENSAGEM DO PAPA AOS INSTITUTOS SECULARES
MENSAGEM DO PAPA AOS INSTITUTOS SECULARESMENSAGEM DO PAPA AOS INSTITUTOS SECULARES
MENSAGEM DO PAPA AOS INSTITUTOS SECULAREScnisbrasil
 
Jornal Novos horizontes ed. novembro 2015
Jornal Novos horizontes ed. novembro 2015Jornal Novos horizontes ed. novembro 2015
Jornal Novos horizontes ed. novembro 2015Pascom Paroquia Nssc
 
Documento de aparecida
Documento de aparecidaDocumento de aparecida
Documento de aparecidaCassio Felipe
 
SSMA. Trindade - Ano C
SSMA. Trindade - Ano CSSMA. Trindade - Ano C
SSMA. Trindade - Ano CJosé Lima
 
Comentário: Domingo da Trindade - Ano C
Comentário: Domingo da Trindade - Ano CComentário: Domingo da Trindade - Ano C
Comentário: Domingo da Trindade - Ano CJosé Lima
 
Roteiro homilético do 3.º domingo da quaresma ano c (1)
Roteiro homilético do 3.º domingo da quaresma   ano c (1)Roteiro homilético do 3.º domingo da quaresma   ano c (1)
Roteiro homilético do 3.º domingo da quaresma ano c (1)José Luiz Silva Pinto
 
Resumo Das Lições do II Trimestre E.B.D
Resumo Das Lições do II Trimestre E.B.DResumo Das Lições do II Trimestre E.B.D
Resumo Das Lições do II Trimestre E.B.DKonker Labs
 
Os Puritanos e a conversão - Samuel Bolton , Nathaniel Vincent , Thomas Watson
Os Puritanos e a conversão - Samuel Bolton , Nathaniel Vincent , Thomas WatsonOs Puritanos e a conversão - Samuel Bolton , Nathaniel Vincent , Thomas Watson
Os Puritanos e a conversão - Samuel Bolton , Nathaniel Vincent , Thomas WatsonArthur Vinicius
 
Diretrizes 2011 2015
Diretrizes  2011  2015Diretrizes  2011  2015
Diretrizes 2011 2015MNEstudio
 
Confissao fewestminster
Confissao fewestminsterConfissao fewestminster
Confissao fewestminsterRiKond
 
Confissão de Fé de Westminster
Confissão de Fé de WestminsterConfissão de Fé de Westminster
Confissão de Fé de WestminsterRobson Santana
 

Semelhante a Homilia dom sebastião armando (20)

Dízimo no Ano da Fé
Dízimo no Ano da Fé Dízimo no Ano da Fé
Dízimo no Ano da Fé
 
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
 
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
Folha de São Pedro - O Jornal da Paróquia de São Pedro (Salvador-BA) - Março ...
 
Sinodo dos bispos formação cdp
Sinodo dos bispos   formação cdpSinodo dos bispos   formação cdp
Sinodo dos bispos formação cdp
 
Os institutos seculares bento xvi
Os institutos seculares   bento xviOs institutos seculares   bento xvi
Os institutos seculares bento xvi
 
Pacto e Comunhão Batistas
Pacto e Comunhão BatistasPacto e Comunhão Batistas
Pacto e Comunhão Batistas
 
MENSAGEM DO PAPA AOS INSTITUTOS SECULARES
MENSAGEM DO PAPA AOS INSTITUTOS SECULARESMENSAGEM DO PAPA AOS INSTITUTOS SECULARES
MENSAGEM DO PAPA AOS INSTITUTOS SECULARES
 
A missão do cristão
A missão do cristãoA missão do cristão
A missão do cristão
 
A missão do cristão
A missão do cristãoA missão do cristão
A missão do cristão
 
Jornal Novos horizontes ed. novembro 2015
Jornal Novos horizontes ed. novembro 2015Jornal Novos horizontes ed. novembro 2015
Jornal Novos horizontes ed. novembro 2015
 
Documento de aparecida
Documento de aparecidaDocumento de aparecida
Documento de aparecida
 
SSMA. Trindade - Ano C
SSMA. Trindade - Ano CSSMA. Trindade - Ano C
SSMA. Trindade - Ano C
 
Comentário: Domingo da Trindade - Ano C
Comentário: Domingo da Trindade - Ano CComentário: Domingo da Trindade - Ano C
Comentário: Domingo da Trindade - Ano C
 
Roteiro homilético do 3.º domingo da quaresma ano c (1)
Roteiro homilético do 3.º domingo da quaresma   ano c (1)Roteiro homilético do 3.º domingo da quaresma   ano c (1)
Roteiro homilético do 3.º domingo da quaresma ano c (1)
 
Resumo Das Lições do II Trimestre E.B.D
Resumo Das Lições do II Trimestre E.B.DResumo Das Lições do II Trimestre E.B.D
Resumo Das Lições do II Trimestre E.B.D
 
Os Puritanos e a conversão - Samuel Bolton , Nathaniel Vincent , Thomas Watson
Os Puritanos e a conversão - Samuel Bolton , Nathaniel Vincent , Thomas WatsonOs Puritanos e a conversão - Samuel Bolton , Nathaniel Vincent , Thomas Watson
Os Puritanos e a conversão - Samuel Bolton , Nathaniel Vincent , Thomas Watson
 
Diretrizes 2011 2015
Diretrizes  2011  2015Diretrizes  2011  2015
Diretrizes 2011 2015
 
Confissao fewestminster
Confissao fewestminsterConfissao fewestminster
Confissao fewestminster
 
Confissão de Fé de Westminster
Confissão de Fé de WestminsterConfissão de Fé de Westminster
Confissão de Fé de Westminster
 
Tire as_sandalias
Tire as_sandaliasTire as_sandalias
Tire as_sandalias
 

Mais de gilbraz

Abhr ufpb
Abhr ufpbAbhr ufpb
Abhr ufpbgilbraz
 
Fórum Diálogos na Alepe
Fórum Diálogos na AlepeFórum Diálogos na Alepe
Fórum Diálogos na Alepegilbraz
 
Intolerância
IntolerânciaIntolerância
Intolerânciagilbraz
 
Vozes do cosmo marcelo barros
Vozes do cosmo   marcelo barrosVozes do cosmo   marcelo barros
Vozes do cosmo marcelo barrosgilbraz
 
Santo Amaro
Santo AmaroSanto Amaro
Santo Amarogilbraz
 
Viagem ao sertão
Viagem ao sertãoViagem ao sertão
Viagem ao sertãogilbraz
 
Véronique donard
Véronique donardVéronique donard
Véronique donardgilbraz
 
Simpósio transd menor
Simpósio transd menorSimpósio transd menor
Simpósio transd menorgilbraz
 
Simpósio
SimpósioSimpósio
Simpósiogilbraz
 
Redescoberta do Sagrado
Redescoberta do SagradoRedescoberta do Sagrado
Redescoberta do Sagradogilbraz
 
Seminário Ciência, Religião e Des Envolvimento
Seminário Ciência, Religião e Des EnvolvimentoSeminário Ciência, Religião e Des Envolvimento
Seminário Ciência, Religião e Des Envolvimentogilbraz
 
crunicap
crunicapcrunicap
crunicapgilbraz
 

Mais de gilbraz (12)

Abhr ufpb
Abhr ufpbAbhr ufpb
Abhr ufpb
 
Fórum Diálogos na Alepe
Fórum Diálogos na AlepeFórum Diálogos na Alepe
Fórum Diálogos na Alepe
 
Intolerância
IntolerânciaIntolerância
Intolerância
 
Vozes do cosmo marcelo barros
Vozes do cosmo   marcelo barrosVozes do cosmo   marcelo barros
Vozes do cosmo marcelo barros
 
Santo Amaro
Santo AmaroSanto Amaro
Santo Amaro
 
Viagem ao sertão
Viagem ao sertãoViagem ao sertão
Viagem ao sertão
 
Véronique donard
Véronique donardVéronique donard
Véronique donard
 
Simpósio transd menor
Simpósio transd menorSimpósio transd menor
Simpósio transd menor
 
Simpósio
SimpósioSimpósio
Simpósio
 
Redescoberta do Sagrado
Redescoberta do SagradoRedescoberta do Sagrado
Redescoberta do Sagrado
 
Seminário Ciência, Religião e Des Envolvimento
Seminário Ciência, Religião e Des EnvolvimentoSeminário Ciência, Religião e Des Envolvimento
Seminário Ciência, Religião e Des Envolvimento
 
crunicap
crunicapcrunicap
crunicap
 

Último

RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
ANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptx
ANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptxANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptx
ANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptxlvaroSantos51
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
caderno de matematica com as atividade e refrnciais de matematica ara o fu...
caderno de matematica  com  as atividade  e refrnciais de matematica ara o fu...caderno de matematica  com  as atividade  e refrnciais de matematica ara o fu...
caderno de matematica com as atividade e refrnciais de matematica ara o fu...EvandroAlvesAlves1
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfIvoneSantos45
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptxCLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptxFranciely Carvalho
 

Último (20)

RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
ANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptx
ANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptxANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptx
ANATOMIA-EM-RADIOLOGIA_light.plçkjkjiptx
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
caderno de matematica com as atividade e refrnciais de matematica ara o fu...
caderno de matematica  com  as atividade  e refrnciais de matematica ara o fu...caderno de matematica  com  as atividade  e refrnciais de matematica ara o fu...
caderno de matematica com as atividade e refrnciais de matematica ara o fu...
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdfinterfaces entre psicologia e neurologia.pdf
interfaces entre psicologia e neurologia.pdf
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptxCLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
CLASSE DE PALAVRAS completo para b .pptx
 

Homilia dom sebastião armando

  • 1. Homilia de Dom Sebastião Armando no Culto Ecumênico de abertura da Campanha da Fraternidade 2010 Recife, 20 de Fevereiro “Este e o dia que o Senhor fez, exultemos e alegremo-nos nele”! Este e o dia que o Senhor fez para nós. Não deixa de ser altamente significativo que a assembleia plenária da Arquidiocese Católica Romana de Olinda e Recife escolha ser concluída com o lançamento oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica, como que transbordando em assembléia litúrgica e ecumênica. Depois de marchas e contramarchas na história recente da Igreja, com desistências, tristezas e até decepções e lamentáveis rupturas, é como se aqui nos sentíssemos de volta ao clima entusiasmante do Concilio Vaticano II, quando a Igreja, para além das fronteiras de instituição e organização, se redescobria Povo de Deus peregrino nos caminhos da humanidade pluralista, misterioso Corpo de Cristo, de inumeráveis membros e plúrimas funções. Povo de Deus solidário com as alegrias e dores da humanidade sofredora, projetando-se em dimensões que ultrapassam seus limites visíveis. E aí dois imensos holofotes se acenderam como referências maiores da peregrinação: antes de tudo, a Missão, como participação na missão de Deus, Deus triúno, fonte e modelo da vida humana em comunhão, a Trindade como ícone e dinamismo profundo da construção da sociedade com um jeito novo de ser, uma sociedade humana com jeito divino. Já não bastava manter a Igreja, já não bastava preservar a religião ou a cultura cristã. Via-se com mais clareza que a Missão é anunciar a boa-nova da nova prática de Jesus, anúncio que só se dá, de verdade, quando assumimos em nossos próprios corpos as marcas de Jesus: Jesus restaurador da obra de Deus, que é o mundo, a criação, a humanidade, as relações e as estruturas humanas de convivência. Para assombro dos poderes mundanos e para alegria dos pobres, o Evangelho se revelava em toda a sua capacidade explosiva de libertação política e cultural. A Igreja se tornava ainda mais militante e por isso perseguida. O seguimento e o testemunho de Cristo brilharam com mais nitidez aos olhos da sociedade que se torna sempre mais idólatra. A nossos olhos de crentes avivou-se a sublime imagem do Ressuscitado – Jesus vivo, vencedor da morte, triunfante sobre o injusto julgamento dos poderes do dinheiro, do Estado e da religião, como se o véu se abrisse e fôssemos introduzidos à maravilhosa liturgia celebrada nos céus, revelada pelo Apocalipse. A Igreja fortalecida na coragem do martírio – o século XX foi o século dos mártires – para que se estabeleça a justiça de Deus. Se, na perspectiva do Concilio Vaticano II, o que interessa acima de tudo não são as instituições eclesiásticas e religiosas, mas a vida do Povo de Deus e o triunfo da justiça, acendia-se, naturalmente, o segundo holofote: se o foco, o padrão central de referência, é
  • 2. a Missão, então, a Unidade do povo cristão aparece como critério básico de fidelidade à aliança com Deus. Num mundo idólatra todo o Povo de Deus tem de estar unido na proclamação de Seu Nome e na defesa de Sua honra. A divisão só dá motivos para que “seja blasfemado o Nome de Deus entre as nações”. A justiça do Reino brilha como a questão maior, tudo o mais tem menos importância. Se não é assim, persistimos como grave motivo de escândalo. Quem sabe, é o momento adequado para evocar a saudosa figura de Dom Helder, o amado e eterno Arcebispo de Olinda e Recife. Durante o Concílio, em entrevista a queima roupa no aeroporto de Paris, perguntado sobre o que pensava do Ecumenismo, prontamente respondeu: “Quando nós, as Igrejas cristãs, resolvermos assumir realmente as preocupações de Deus, que são as questões da vida de Seu povo, então haveremos de ter vergonha de nossas divisões, que nos aparecerão coisa tão pequenina”. Síntese perfeita de Missão e Unidade, síntese que ele mesmo viveu em sua própria vida, com o testemunho de ser, como gostava de dizer, uma criatura humana, e acrescentamos, uma criatura humana para além de todas as fronteiras. Dom Fernando, ajude-nos a fazer renascer no Recife o “espaço fraterno”, de pessoas de diferentes denominações cristãs, onde possamos vivenciar novas relações de amizade, partilhar desafios missionários, dialogar sobre nossas diferentes tradições e ter condições de colaborar em iniciativas comuns a favor da vida de nosso povo tão sofrido, com tamanhas maiorias, agora já não só à margem da estrada, mas literalmente excluídas do banquete da vida. Se não o fizermos, este dia que o Senhor fez para nós corre o risco de degradar-se a fato episódico a ser recordado no folclore religioso da cidade. Este dia tem de ecoar a nossos ouvidos como clamor de Deus convocando-nos a prosseguir nos caminhos da Unidade. Irmãos e irmãs, quando nos reunimos para o louvor de Deus e para avivar a experiência de Sua presença em nosso meio, costumamos ler a Bíblia. E os antigos textos, no contexto de nossa vida hoje, têm o admirável poder de fazer ressoar em perene atualidade a Palavra de Deus, seu terrível julgamento e a boa noticia de que é possível sermos mais felizes. A Bíblia nos ajuda a perceber o sentido do que estamos a fazer aqui. Recitamos o Salmo 1º. Sabemos que os Salmos 1º e 2º são como o pórtico de entrada no saltério. No Salmo 2º se revelam a figura e a tarefa do Messias, de estabelecer a paz entre as nações mediante a vitória sobre os poderes que conspiram contra Deus. No Salmo 1º apresentam-se os justos, o cortejo do Messias, aqueles e aquelas com quem Deus pode contar para realizar seus propósitos na história. Curioso, a liturgia nos faz tomar como oração o elogio que o Espírito Santo nos faz: “Feliz quem não anda no projeto dos perversos e no caminho dos pecadores não se detém e na roda dos escarnecedores não se assenta”. O corpo dos seguidores de Cristo, em todos os seus movimentos, nada tem em comum com o corpo dos inimigos de Deus, e seu mundo interior é habitado pela Lei do Senhor, nela está o seu prazer, é ela seu alimento constante, ruminação dia e noite. São como árvore, sólida, enraizada, bonita e fecunda em folhas e frutos. Os perversos não passam de palha arrebatada pelo vendaval.
  • 3. Não resistirão ao juízo, enquanto aos justos, Deus os “conhece” intimamente, de intimidade matrimonial. E qual é o núcleo da vontade de Deus? É o que nos diz a lição de Deuteronômio, o Livro da Aliança, nascido dos ambientes proféticos. Quando lemos a Bíblia, vemos com clareza que o centro da revelação e da prática da fé é a liberdade. Deus revela o Seu Nome ao inspirar Moisés à obra de libertação do povo. A Lei da Aliança é dada para garantir, pela igualdade e o respeito, a liberdade. O Apóstolo S. Paulo resume na liberdade toda a obra de Cristo: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou.” É na experiência de ser livre que fazemos a experiência de Deus como dimensão transcendente e humanizadora da vida. “Deus” é o nome teológico, “Liberdade” é o nome antropológico da experiência de ser plenamente pessoa humana. Fora da liberdade, qualquer religião é engano e alienação. Porque liberdade é sinônimo de amor e amor é sinônimo de serviço e dom da própria vida No texto de Deuteronômio, toma-se como exemplo a libertação do escravo. Quando falamos de temas como liberdade, igualdade, justiça, fraternidade, facilmente cai-nos a acusação de românticos idealistas. Ao contrário, ao mencionar a libertação da servidão, a Bíblia é tremendamente realista. O suporte da liberdade é estabelecer uma economia que forneça os meios materiais para que a pessoa adquira autonomia: “Quando o deixares ir em liberdade, não o despeças de mãos vazias ... Dá-lhe conforme a benção que o Senhor teu Deus te houver concedido”. Declarar livres as pessoas nas Constituições e leis não basta, se não lhes garante a base econômica (material) para o exercício da liberdade (espiritual). Estamos no Ano de Joaquim Nabuco, um dos maiores homens de visão na história do país. Um rico que fez opção pelos pobres, um senhor que se bateu, intelectual e politicamente, pela abolição da escravatura. Para ele, porém, sabiamente, não bastava conceder liberdade aos escravos. As bases da liberdade teriam de ser a posse da terra e a educação. A história lhe deu sobejamente razão. Da abolição sem reforma agrária e sem reforma da educação, nasceu o povo das favelas, da marginalização e da exclusão. Não é acaso que a maioria da pobreza seja de gente negra, para vergonha moral da cruel elite brasileira que ainda hoje define sua identidade pelo “ethos” do “senhor de engenho”, dono da terra e das gentes. As lições bíblicas atingem seu ápice na liturgia de hoje com o trecho de São Mateus, capítulo 6º, o texto clássico da Quaresma, tirado do Sermão do Monte. Jesus fala dos três exercícios que caracterizam este longo retiro de preparação da Páscoa: Esmola – esmola no sentido profundo de “elemosina”, isto é, misericórdia, sentir a dor dos miseráveis, solidariedade para restaurar a justiça; Oração – encontrar-se com Deus como segredo intimo de nossa vida, fonte secreta de valores, critérios, atitudes e comportamentos, programar a vida pela Oração do Senhor, “Pai nosso, “ pão nosso”; Jejum – privar-se, contentar-se com o necessário, não por desprezo pelos bens da vida que são criaturas e dons de Deus, mas por amor a quem necessita, privar-se, economizar para poder partilhar. Esmola e jejum são apelo à partilha, são a maneira de
  • 4. sermos generosos, semelhantes a Deus. Partilha de bens e partilha de perdão são o jeito de parecer com Deus. Finalmente, as palavras de Jesus se concluem com o texto que acabamos de ouvir: “Não podeis servir a Deus e o dinheiro. Por isso não vos preocupeis...” e vem o texto famoso que exorta a ser como flores do campo e aves do céu, confiantes na bondosa providência divina. Acusam a Jesus e a nós também de românticos idealistas. Como viver sem pôr confiança no dinheiro, não seria irresponsável? Longe de ser idealista ingênuo, Jesus insinua claramente a importância da Economia. Por que podemos viver sem a angústia do amanhã, por que podemos confiar na vida e no futuro? Não se trata de ser irresponsável, trata-se, antes, de vencer a angústia e, assim, não se deixar prender na cadeia do dinheiro e do afan pelos bens materiais. É que a proposta de Jesus é a comunidade, e a base econômica, realista da vida em comunidade, isto é, de igualdade, de solidariedade e de justiça, é uma economia de partilha e não de apropriação por parte de poucos. Na comunidade temos apoio nas necessidades, podemos confiar uns nos outros. Acabam a incerteza e a angústia. Muitas pessoas se espantam quando a Igreja fala de Economia ou critica sistemas econômicos injustos. Dizem, a tarefa da Igreja se dá no campo das realidades espirituais. O que são, porém, as realidades espirituais? Supremamente espiritual é a pessoa, e esta é “espírito encarnado”. Espírito é nosso corpo capaz de conhecer e de projetar o futuro, capaz de amar e por isso dialogar. O espírito atua e se revela em nossas relações com as pessoas e as coisas, que são sempre materiais. É enquanto seres materiais que somos pessoas, imagem e semelhança de Deus. Nossa vida espiritual atravessa as duas dimensões fundamentais de nosso corpo: a erótica (o prazer de viver) e a econômica (a conquista dos meios de vida). Nas relações com as pessoas (erotismo) e nas relações com as coisas (economia) é que se revela de que espírito somos. A Economia tem de ter espírito, estar a serviço do propósito de Deus para a vida das pessoas. Uma “economia de comunhão”, uma economia de partilha é manifestação evidente do Espírito. Dualismo corpo-alma, matéria-espírito, Igreja-mundo, espiritualidade-política, oração-dinheiro, o dualismo é degradação do Evangelho. O espiritualismo é traição ao Espírito. É significativo: na última viagem à Cidade Santa, no caminho com seus discípulos, Jesus toma o tempo para instruí-los a respeito do Reino de Deus. E qual é o conteúdo da instrução? Ele poderia ter falado de inúmeros temas, de como devia organizar-se a Igreja, por ex. No entanto, só fala de dois assuntos: poder e dinheiro. Insiste sobre os dois sentimentos mais profundos que afetam todas as relações: o desejo de tudo dominar, inclusive as pessoas; o desejo de tudo possuir, inclusive as pessoas -- e isso é destrutivo da comunidade. Para Jesus, portanto, nas relações políticas (poder) e nas relações econômicas, (posse) é que se dá o grande conflito entre o Deus vivo e os ídolos:ou servimos o Deus vivo pelo serviço às pessoas vivas, ou servimos os ídolos do poder, cuja imagem está gravada nas moedas, e as imagens são símbolos narcisistas de nossas carências e autocomplacência. Ou servimos a Deus ou o dinheiro. Ou compreendemos a vida como comunhão mediante relações fraternas e partilha dos bens,
  • 5. ou buscamos desesperadamente apropriar-nos das coisas e das pessoas a nosso serviço, para preencher o vazio de insegurança infantil que nos devora. Eis, irmãos e irmãs, a mensagem desta Campanha da Fraternidade Ecumênica: Economia em favor da vida. Mas a visão de fé não admite compromissos, pois os dois campos são opostos, ou servimos a Deus ou o dinheiro. Para a Bíblia o dinheiro deixa de ser meio e se torna ídolo que adoramos na medida em que nele se reflete nossa carência de poder sobre as pessoas e sobre as coisas. Buscamos salvar-nos agarrando-nos às “obras de nossas mãos”, tão vazias quanto nós... O chamamento da Quaresma é claro: de que lado estamos? Até que ponto temos condições de interpelar a sociedade que destroi o meio ambiente, que priva os pobres do alimento, que se compraz no desperdício, que almeja o conforto e a inovação tecnológica sem limites, que não se importa de esgotar no curso de poucas gerações os recursos do planeta... até que ponto temos condições de interpelar a sociedade se assimilamos sua mentalidade, se já não nos sentimos diferentes? Hoje já não só as Igrejas, mas também os cientistas nos chamam à conversão e ao juízo: ou mudamos de vida, ou perecemos com o planeta. Mais do que nunca a conversão nos aparece como uma questão, além de religiosa, essencialmente politicosocial. E a fé cristã, a fé bíblica, se revela em toda a sua atualidade: deixar-se atrair pelo brilho dos ídolos é correr atrás de ilusões e do vazio. Nunca talvez como hoje se revela tão claro que, se seguir a Jesus tem alto custo, custo ainda maior é não segui-Lo. Basta olhar em redor e ver o preço que pagamos por desviar- nos da vontade de Deus – no próprio pecado social nos sobrevém o castigo: desagregação, exclusão, fome, medo, violência, guerras, confiança na pedagogia do terror... Estamos realmente disponíveis a Deus para lutar por uma economia em favor da vida? Ou ainda pensamos que essa não é tarefa central da fé e da Igreja? Ainda julgamos que a transformação econômica e política da sociedade não tem de estar no coração da Igreja? Está em jogo a obra de Deus, o mundo é a obra de Deus. Julgamos, porventura, que a união das Igrejas não é urgente por não se tratar de assunto de religião ou de negócio eclesiástico? Seremos tão irresponsáveis a ponto de abandonar o mundo ao poder das trevas? Seria terrível dizer: que posso fazer, eu que sou pequeno e pobre? Só os poderosos têm como resolver tão graves problemas. Ora, são justamente os poderosos a causa principal do problema. Nunca como hoje a sorte da vida dependeu tanto das pessoas comuns, de gente como nós. Os ricos e poderosos não querem mudanças profundas, os governos também não as querem ou já não podem. A sorte do mundo está incrivelmente em nossas mãos, nas mãos das pessoas comuns. A tragédia é, tudo indica, que ainda não temos maturidade para enfrentar tão imenso desafio ético, que começa em nosso quotidiano, das pequenas coisas, no uso que fazemos dos bens que possuímos, nas decisões que tomamos, particularmente, em relação a nosso consumo. Começa no dia a dia de nossa casa, amplia-se nas organizações e movimentos da sociedade civil, alarga-se às nações e aos Estados.
  • 6. É nossa decisão assumir a militância de Cristo para que seja feita a obra de Deus, mediante a restauração das pessoas e a preservação da criação? Estamos com a firme decisão de rever nosso consumo, de encarar uma vida sóbria e de partilha para que haja vida para todas as pessoas, de colaborar com uma Economia em favor da vida? Se assim é, que Deus nos abençoe! Se assim ainda não é, que Deus transforme nossos corações e nos converta a Sua aliança!