SlideShare uma empresa Scribd logo
 
Capa do disco de Caetano Veloso de 1969: um dos marcos do Tropicalismo Origem do tropicalismo  O tropicalismo foi um movimento musical, que também atingiu outras esferas culturais (artes plásticas, cinema, poesia, teatro), surgido no Brasil no final da década de 1960. O marco inicial foi o Festival de Música Popular realizado em 1967 pela TV Record. 
O tropicalismo teve uma grande influência da cultura pop brasileira e internacional e de correntes de vanguarda como, por exemplo,o concretismo. O tropicalismo, também conhecido como Tropicália, foi inovador ao mesclar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações estéticas como, por exemplo, a pop art.  O tropicalismo inovou também em possibilitar um sincretismo entre vários estilos musicais como, por exemplo, rock, bossa nova, baião, samba, bolero, entre outros. As letras das músicas possuíam um tom poético, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora e criativa.
O Tropicalismo, logo depois de sua "explosão" inicial, transformou-se num termo corrente da indústria cultural e da mídia. Em que pesem as polêmicas geradas inicialmente (e não foram poucas), o Tropicalismo acabou consagrado como ponto de clivagem ou ruptura, em diversos níveis: comportamental, político-ideológico, estético. Ora apresentado como a face brasileira da contracultura, ora apresentado como o ponto de convergência das vanguardas artísticas mais radicais (como a Antropofagia modernista dos anos 20 e a Poesia Concreta dos anos 50, passando pelos procedimentos musicais da Bossa Nova), o Tropicalismo, seus heróis e "eventos fundadores" passaram a ser amados ou odiados com a mesma intensidade. Atualmente, mais amados do que odiados, diga-se.
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
O movimento tropicalista não possui como objetivo principal utilizar a música como “arma” de combate político à ditadura militar que vigorava no Brasil. Por este motivo, foi muito criticado por aqueles que defendiam as músicas de protesto. Os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era uma forma revolucionária. Uma outra crítica que os tropicalistas receberam foi o uso de guitarras elétricas em suas músicas. Muitos músicos tradicionais e nacionalistas, acreditavam que esta era uma forte influência da cultura pop-rock americana e que prejudicava a música brasileira, denotando uma influência estrangeira não positiva.
Caetano Veloso   Gilberto Gil Os Mutantes Torquato Neto Tom Zé Jorge Bem   Gal Gosta   Maria Bethânia
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
O tropicalismo foi muito importante no sentido em que serviu para modernizar a música brasileira, incorporando e desenvolvendo novos padrões estéticos. Neste sentido, foi um movimento cultural revolucionário, embora muito criticado no período. Influenciou as gerações musicais brasileiras nas décadas seguintes.
 
O Tropicalismo aparece também em outras artes: no teatro, com as experiências inovadoras do Grupo Oficina, nas montagens das peças: O Rei da Vela; no cinema, acompanhando a radicalização das teses do Cinema Novo, em torno do lançamento de Terra em Transe, de Glauber Rocha e nas artes plásticas, as experiências de Hélio Oiticica, campo onde a palavra Tropicália ganhou significado inicial, adquirindo as feições gerais que mais tarde consagraria o movimento.
O batismo do novo termo coube às artes plásticas, diga-se, a Hélio Oiticica e sua tentativa de estabelecer uma  nova objetividade  como corrente principal da vanguarda brasileira. Entre  parangolés, táteis e móbiles,  Oiticica encontrou na sua obra-ambiência Tropicália a síntese das experiências mais atualizadas da vanguarda com a tradição popular brasileira mais despretensiosa.  As artes plásticas
Logo após essa sua obra sintética, proclamou.  A arte já não é mais instrumento de domínio intelectual, já não poderá mais ser usada como algo supremo, inatingível, prazer do burguês tomador de whisky e do intelectual especulativo. Só restará da arte passada o que puder ser apreendido como emoção direta, o que conseguir mover o indivíduo do seu condicionamento opressivo, dando-lhe uma nova dimensão que encontre uma resposta no seu comportamento.
O Tropicalismo, no âmbito das artes plásticas, é tributário de uma corrente de vanguarda que, desde a cisão dos artistas concretos e neo-concretos em 1959-1960, procurava apostar na emoção e na desvalorização da arte em si, como procedimento de crítica da instituição-arte e como desmistificação do artista como arauto de um projeto intelectual e ideológico coerente que deveria ser comunicado às massas. Nem pedagogia conteudista (base da arte de esquerda),   nem elevação do gosto médio do público (utopia presente nas vanguardas construtivistas, como a Poesia Concreta; que defendiam a aproximação da arte e da linguagem não para desvalorizar a instituição-arte mas para valorizar e incrementar a percepção do mundo, por parte do homem  moderno ). As experiências de Hélio Oiticica visavam sobretudo resolver o problema de criação e intervenção artístico-cultural na sociedade brasileira, sem imitar os procedimentos e problemáticas das artes plásticas dos grandes centros internacionais, fugindo ao mesmo tempo do vanguardismo construtivista e do pedagogismo nacionalista.
O que nos importa destacar é que as experiências das artes plásticas acabaram sendo uma espécie de ponta de lança para as problemáticas que as artes de público massivo, como o teatro e a música (no sentido das  canções de mercado ), acabariam radicalizando. Além disso, estas áreas de criação encontrariam públicos nos quais o choque do novo teria um efeito mais perturbador.
“ Tropicália é um tipo de labirinto fechado, sem caminhos alternativos para a saída. Quando você entra nele não há teto, nos espaços que o espectador circula há elementos táteis. Na medida em que você vai avançando, os sons que você ouve vindos de fora (vozes e todos tipos de som) revelam como tendo sua origem num receptor de televisão que está colocado ali perto. É extraordinário a percepção das imagens que se tem: quando você se senta numa banqueta, as imagens de televisão chegam como se estivessem sentadas à sua volta. Eu quis, neste penetrável, fazer um exercício de imagens em todas as suas formas: as estruturas geométricas fixas (se parece com uma casa japonesa-mondianesca), as imagens táteis, a sensação de caminhada em terreno difícil (no chão há três tipos de coisas: sacos com areia, areia, cascalho e tapetes na parte escura, numa sucessão de uma parte a outra) e a imagem televisiva. (...)
(...) Eu criei um tipo de cena tropical, com plantas, areias, cascalhos. O problema da imagem é colocado aqui objetivamente, mas desde que é um problema universal, eu também propus este problema num contexto que é tipicamente nacional, tropical e brasileiro. Eu quis acentuar a nova linguagem com elementos brasileiros, numa tentativa extremamente ambiciosa em criar uma linguagem que poderia ser nossa, característica nossa, na qual poderíamos nos colocar contra uma imagética internacional da pop e por art, na qual uma boa parte dos nossos artistas tem sucumbido.” (Hélio Oiticica, obra-ambiência, Tropicália. Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro, 1967)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Música popular brasileira
Música popular brasileiraMúsica popular brasileira
Música popular brasileira
Taisson Wile
 
A semana de arte moderna (1922) apresentação
A semana de arte moderna (1922) apresentaçãoA semana de arte moderna (1922) apresentação
A semana de arte moderna (1922) apresentaçãoZenia Ferreira
 
O modernismo brasileiro
O modernismo brasileiroO modernismo brasileiro
O modernismo brasileiroJunior Onildo
 
Art história do cinema
Art   história do cinemaArt   história do cinema
Art história do cinemasergioborgato
 
A história do cinema
A história do cinemaA história do cinema
A história do cinema
Rebeca Neiva
 
TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)
TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)  TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)
TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)
Wellinton Augusto
 
Arte Indígena Brasileira
Arte Indígena BrasileiraArte Indígena Brasileira
Arte Indígena Brasileira
Andrea Dressler
 
Cubismo
CubismoCubismo
Cubismo
Carlos Vieira
 
Aula de arte urbana
Aula de arte urbanaAula de arte urbana
Aula de arte urbana
CLEBER LUIS DAMACENO
 
Expressionismo
Expressionismo Expressionismo
Vanguardas Europeias
Vanguardas EuropeiasVanguardas Europeias
Vanguardas Europeias
Hely Costa Júnior
 
Música
MúsicaMúsica
Música
Sandraferraz
 
Futurismo
Futurismo Futurismo
Futurismo
Dominique Dariva
 
Impressionismo
ImpressionismoImpressionismo
Impressionismo
Michele Pó
 

Mais procurados (20)

Música popular brasileira
Música popular brasileiraMúsica popular brasileira
Música popular brasileira
 
A semana de arte moderna (1922) apresentação
A semana de arte moderna (1922) apresentaçãoA semana de arte moderna (1922) apresentação
A semana de arte moderna (1922) apresentação
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
 
Semana de arte moderna
Semana de arte modernaSemana de arte moderna
Semana de arte moderna
 
O modernismo brasileiro
O modernismo brasileiroO modernismo brasileiro
O modernismo brasileiro
 
Art história do cinema
Art   história do cinemaArt   história do cinema
Art história do cinema
 
A história do cinema
A história do cinemaA história do cinema
A história do cinema
 
TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)
TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)  TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)
TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)
 
Arte Indígena Brasileira
Arte Indígena BrasileiraArte Indígena Brasileira
Arte Indígena Brasileira
 
Cubismo
CubismoCubismo
Cubismo
 
Aula de arte urbana
Aula de arte urbanaAula de arte urbana
Aula de arte urbana
 
Expressionismo
Expressionismo Expressionismo
Expressionismo
 
Vanguardas Europeias
Vanguardas EuropeiasVanguardas Europeias
Vanguardas Europeias
 
Música
MúsicaMúsica
Música
 
Naturalismo
NaturalismoNaturalismo
Naturalismo
 
Futurismo
Futurismo Futurismo
Futurismo
 
Impressionismo
ImpressionismoImpressionismo
Impressionismo
 
Teatro
TeatroTeatro
Teatro
 
Tropicalismo
TropicalismoTropicalismo
Tropicalismo
 

Destaque

Linguagem visual
Linguagem visualLinguagem visual
Linguagem visual
Junior Onildo
 
Arte e tecnologia
Arte e tecnologiaArte e tecnologia
Arte e tecnologia
Junior Onildo
 
Musica barroca
Musica barrocaMusica barroca
Musica barroca
Junior Onildo
 
Movimento neoconcreto
Movimento neoconcretoMovimento neoconcreto
Movimento neoconcreto
Junior Onildo
 
Missa de requiem
Missa de requiemMissa de requiem
Missa de requiem
Junior Onildo
 
Renascimento cultural
Renascimento culturalRenascimento cultural
Renascimento cultural
Junior Onildo
 
Linguagem teatral
Linguagem teatralLinguagem teatral
Linguagem teatral
Junior Onildo
 
Teatro medieval jesuita
Teatro medieval jesuitaTeatro medieval jesuita
Teatro medieval jesuita
Junior Onildo
 
Gênero retrato e autorretrato
Gênero retrato e autorretratoGênero retrato e autorretrato
Gênero retrato e autorretrato
Junior Onildo
 
Idade Média: Gótico
Idade Média: GóticoIdade Média: Gótico
Idade Média: Gótico
João Lima
 

Destaque (12)

Linguagem visual
Linguagem visualLinguagem visual
Linguagem visual
 
Arte e tecnologia
Arte e tecnologiaArte e tecnologia
Arte e tecnologia
 
Musica barroca
Musica barrocaMusica barroca
Musica barroca
 
Movimento neoconcreto
Movimento neoconcretoMovimento neoconcreto
Movimento neoconcreto
 
Missa de requiem
Missa de requiemMissa de requiem
Missa de requiem
 
Renascimento cultural
Renascimento culturalRenascimento cultural
Renascimento cultural
 
Linguagem teatral
Linguagem teatralLinguagem teatral
Linguagem teatral
 
Teatro medieval
Teatro medievalTeatro medieval
Teatro medieval
 
Teatro medieval jesuita
Teatro medieval jesuitaTeatro medieval jesuita
Teatro medieval jesuita
 
Como elaborar uma resenha
Como elaborar uma resenhaComo elaborar uma resenha
Como elaborar uma resenha
 
Gênero retrato e autorretrato
Gênero retrato e autorretratoGênero retrato e autorretrato
Gênero retrato e autorretrato
 
Idade Média: Gótico
Idade Média: GóticoIdade Média: Gótico
Idade Média: Gótico
 

Semelhante a Tropicalismo

Tropicalismo1
Tropicalismo1Tropicalismo1
Tropicalismo1sandra
 
Tropicalismo
TropicalismoTropicalismo
Tropicalismo
martinsramon
 
Aula 3 novo
Aula 3 novoAula 3 novo
Tropicalismo
TropicalismoTropicalismo
TropicalismoRuth L
 
Tropicalismo
TropicalismoTropicalismo
Tropicalismo
Days2Santos
 
Trabalho Sobre O Tropicalismo
Trabalho Sobre O TropicalismoTrabalho Sobre O Tropicalismo
Trabalho Sobre O Tropicalismo
martinsramon
 
MOVIMENTO TROPICALISTA slide. Thiago Monteiro.pptx
MOVIMENTO TROPICALISTA slide. Thiago Monteiro.pptxMOVIMENTO TROPICALISTA slide. Thiago Monteiro.pptx
MOVIMENTO TROPICALISTA slide. Thiago Monteiro.pptx
monikinhaveras13
 
Trabalho
TrabalhoTrabalho
Trabalho
martinsramon
 
Nana
NanaNana
Poesia pós moderna
Poesia pós modernaPoesia pós moderna
Poesia pós moderna
UNIOESTE
 
TROPICALISMO.pptx
TROPICALISMO.pptxTROPICALISMO.pptx
TROPICALISMO.pptx
EricaDuarte25
 
Arte no brasil nos anos 60
Arte no brasil nos anos 60Arte no brasil nos anos 60
Arte no brasil nos anos 60
Instituto Estadual Nossa Senhora do Carmo
 
Nara, gal e rita trajetórias, projetos e migrações das mulheres do tropicalismo
Nara, gal e rita trajetórias, projetos e migrações das mulheres do tropicalismoNara, gal e rita trajetórias, projetos e migrações das mulheres do tropicalismo
Nara, gal e rita trajetórias, projetos e migrações das mulheres do tropicalismoLuara Schamó
 
Estudando Tom Zé: Tropicália e o Lixo Lógico
Estudando Tom Zé: Tropicália e o Lixo LógicoEstudando Tom Zé: Tropicália e o Lixo Lógico
Estudando Tom Zé: Tropicália e o Lixo Lógico
Tania Maria
 
Arte contemporânea
Arte contemporâneaArte contemporânea
Arte contemporânea
Lú Feitosa
 

Semelhante a Tropicalismo (20)

Tropicalismo1
Tropicalismo1Tropicalismo1
Tropicalismo1
 
Tropicalismo
TropicalismoTropicalismo
Tropicalismo
 
Introdução
IntroduçãoIntrodução
Introdução
 
Aula 3 novo
Aula 3 novoAula 3 novo
Aula 3 novo
 
Tropicalismo
TropicalismoTropicalismo
Tropicalismo
 
Tropicalismo
TropicalismoTropicalismo
Tropicalismo
 
Trabalho Sobre O Tropicalismo
Trabalho Sobre O TropicalismoTrabalho Sobre O Tropicalismo
Trabalho Sobre O Tropicalismo
 
MOVIMENTO TROPICALISTA slide. Thiago Monteiro.pptx
MOVIMENTO TROPICALISTA slide. Thiago Monteiro.pptxMOVIMENTO TROPICALISTA slide. Thiago Monteiro.pptx
MOVIMENTO TROPICALISTA slide. Thiago Monteiro.pptx
 
Trabalho
TrabalhoTrabalho
Trabalho
 
Nana
NanaNana
Nana
 
Poesia pós moderna
Poesia pós modernaPoesia pós moderna
Poesia pós moderna
 
TROPICALISMO.pptx
TROPICALISMO.pptxTROPICALISMO.pptx
TROPICALISMO.pptx
 
9ano
9ano9ano
9ano
 
Tropicalia
TropicaliaTropicalia
Tropicalia
 
Tropicalia
TropicaliaTropicalia
Tropicalia
 
A tropicália
A tropicáliaA tropicália
A tropicália
 
Arte no brasil nos anos 60
Arte no brasil nos anos 60Arte no brasil nos anos 60
Arte no brasil nos anos 60
 
Nara, gal e rita trajetórias, projetos e migrações das mulheres do tropicalismo
Nara, gal e rita trajetórias, projetos e migrações das mulheres do tropicalismoNara, gal e rita trajetórias, projetos e migrações das mulheres do tropicalismo
Nara, gal e rita trajetórias, projetos e migrações das mulheres do tropicalismo
 
Estudando Tom Zé: Tropicália e o Lixo Lógico
Estudando Tom Zé: Tropicália e o Lixo LógicoEstudando Tom Zé: Tropicália e o Lixo Lógico
Estudando Tom Zé: Tropicália e o Lixo Lógico
 
Arte contemporânea
Arte contemporâneaArte contemporânea
Arte contemporânea
 

Mais de Junior Onildo

Arte e sociedade - Instalações Artísticas
Arte e sociedade - Instalações ArtísticasArte e sociedade - Instalações Artísticas
Arte e sociedade - Instalações Artísticas
Junior Onildo
 
Teoria musical
Teoria musicalTeoria musical
Teoria musical
Junior Onildo
 
Expressionismo abstrato
Expressionismo  abstratoExpressionismo  abstrato
Expressionismo abstrato
Junior Onildo
 
Manifestação sócio cultural
Manifestação sócio culturalManifestação sócio cultural
Manifestação sócio cultural
Junior Onildo
 
Fauvismo
FauvismoFauvismo
Fauvismo
Junior Onildo
 
Arte barroca
Arte barrocaArte barroca
Arte barroca
Junior Onildo
 
Cubismo
CubismoCubismo
Cubismo
Junior Onildo
 
Grafite x pichação
Grafite x pichaçãoGrafite x pichação
Grafite x pichação
Junior Onildo
 
A arte como expressão expressionismo
A arte como expressão   expressionismoA arte como expressão   expressionismo
A arte como expressão expressionismo
Junior Onildo
 

Mais de Junior Onildo (9)

Arte e sociedade - Instalações Artísticas
Arte e sociedade - Instalações ArtísticasArte e sociedade - Instalações Artísticas
Arte e sociedade - Instalações Artísticas
 
Teoria musical
Teoria musicalTeoria musical
Teoria musical
 
Expressionismo abstrato
Expressionismo  abstratoExpressionismo  abstrato
Expressionismo abstrato
 
Manifestação sócio cultural
Manifestação sócio culturalManifestação sócio cultural
Manifestação sócio cultural
 
Fauvismo
FauvismoFauvismo
Fauvismo
 
Arte barroca
Arte barrocaArte barroca
Arte barroca
 
Cubismo
CubismoCubismo
Cubismo
 
Grafite x pichação
Grafite x pichaçãoGrafite x pichação
Grafite x pichação
 
A arte como expressão expressionismo
A arte como expressão   expressionismoA arte como expressão   expressionismo
A arte como expressão expressionismo
 

Último

Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaJunho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Comando Resgatai
 
Química orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptxQuímica orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptx
KeilianeOliveira3
 
Capitalismo a visão de John Locke........
Capitalismo a visão de John Locke........Capitalismo a visão de John Locke........
Capitalismo a visão de John Locke........
Lídia Pereira Silva Souza
 
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdfCorreção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Edilson431302
 
Unificação da Itália e a formação da Alemanha
Unificação da Itália e a formação da AlemanhaUnificação da Itália e a formação da Alemanha
Unificação da Itália e a formação da Alemanha
Acrópole - História & Educação
 
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manualUFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
Manuais Formação
 
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
goncalopecurto
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
RenanSilva991968
 
Caça-palavras - ortografia S, SS, X, C e Z
Caça-palavras - ortografia  S, SS, X, C e ZCaça-palavras - ortografia  S, SS, X, C e Z
Caça-palavras - ortografia S, SS, X, C e Z
Mary Alvarenga
 
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptxCIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
MariaSantos298247
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Centro Jacques Delors
 
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persaConteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
felipescherner
 
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptxSlides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdfcurso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
LeandroTelesRocha2
 
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividadeAproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Ligia Galvão
 
Anatomia I - Aparelho Locomotor e Cardiovascular
Anatomia I - Aparelho Locomotor e CardiovascularAnatomia I - Aparelho Locomotor e Cardiovascular
Anatomia I - Aparelho Locomotor e Cardiovascular
PatrickMuniz8
 
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básicoPowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
Pereira801
 
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docxPROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
Escola Municipal Jesus Cristo
 
AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...
AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...
AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...
CrislaineSouzaSantos
 
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdfO autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
Letícia Butterfield
 

Último (20)

Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na IgrejaJunho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
Junho Violeta - Sugestão de Ações na Igreja
 
Química orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptxQuímica orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptx
 
Capitalismo a visão de John Locke........
Capitalismo a visão de John Locke........Capitalismo a visão de John Locke........
Capitalismo a visão de John Locke........
 
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdfCorreção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
 
Unificação da Itália e a formação da Alemanha
Unificação da Itália e a formação da AlemanhaUnificação da Itália e a formação da Alemanha
Unificação da Itália e a formação da Alemanha
 
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manualUFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
UFCD_8298_Cozinha criativa_índice do manual
 
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
 
Caça-palavras - ortografia S, SS, X, C e Z
Caça-palavras - ortografia  S, SS, X, C e ZCaça-palavras - ortografia  S, SS, X, C e Z
Caça-palavras - ortografia S, SS, X, C e Z
 
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptxCIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
 
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persaConteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
 
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptxSlides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptx
 
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdfcurso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
curso-de-direito-constitucional-gilmar-mendes.pdf
 
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividadeAproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
 
Anatomia I - Aparelho Locomotor e Cardiovascular
Anatomia I - Aparelho Locomotor e CardiovascularAnatomia I - Aparelho Locomotor e Cardiovascular
Anatomia I - Aparelho Locomotor e Cardiovascular
 
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básicoPowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
 
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docxPROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
 
AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...
AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...
AULA-8-PARTE-2-MODELO-DE-SITE-EDITÁVEL-ENTREGA2-CURRICULARIZAÇÃO-DA-EXTENSÃO-...
 
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdfO autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
 

Tropicalismo

  • 1.  
  • 2. Capa do disco de Caetano Veloso de 1969: um dos marcos do Tropicalismo Origem do tropicalismo  O tropicalismo foi um movimento musical, que também atingiu outras esferas culturais (artes plásticas, cinema, poesia, teatro), surgido no Brasil no final da década de 1960. O marco inicial foi o Festival de Música Popular realizado em 1967 pela TV Record. 
  • 3. O tropicalismo teve uma grande influência da cultura pop brasileira e internacional e de correntes de vanguarda como, por exemplo,o concretismo. O tropicalismo, também conhecido como Tropicália, foi inovador ao mesclar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações estéticas como, por exemplo, a pop art. O tropicalismo inovou também em possibilitar um sincretismo entre vários estilos musicais como, por exemplo, rock, bossa nova, baião, samba, bolero, entre outros. As letras das músicas possuíam um tom poético, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora e criativa.
  • 4. O Tropicalismo, logo depois de sua "explosão" inicial, transformou-se num termo corrente da indústria cultural e da mídia. Em que pesem as polêmicas geradas inicialmente (e não foram poucas), o Tropicalismo acabou consagrado como ponto de clivagem ou ruptura, em diversos níveis: comportamental, político-ideológico, estético. Ora apresentado como a face brasileira da contracultura, ora apresentado como o ponto de convergência das vanguardas artísticas mais radicais (como a Antropofagia modernista dos anos 20 e a Poesia Concreta dos anos 50, passando pelos procedimentos musicais da Bossa Nova), o Tropicalismo, seus heróis e "eventos fundadores" passaram a ser amados ou odiados com a mesma intensidade. Atualmente, mais amados do que odiados, diga-se.
  • 5.
  • 6. O movimento tropicalista não possui como objetivo principal utilizar a música como “arma” de combate político à ditadura militar que vigorava no Brasil. Por este motivo, foi muito criticado por aqueles que defendiam as músicas de protesto. Os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era uma forma revolucionária. Uma outra crítica que os tropicalistas receberam foi o uso de guitarras elétricas em suas músicas. Muitos músicos tradicionais e nacionalistas, acreditavam que esta era uma forte influência da cultura pop-rock americana e que prejudicava a música brasileira, denotando uma influência estrangeira não positiva.
  • 7. Caetano Veloso Gilberto Gil Os Mutantes Torquato Neto Tom Zé Jorge Bem Gal Gosta Maria Bethânia
  • 8.
  • 9.
  • 10. O tropicalismo foi muito importante no sentido em que serviu para modernizar a música brasileira, incorporando e desenvolvendo novos padrões estéticos. Neste sentido, foi um movimento cultural revolucionário, embora muito criticado no período. Influenciou as gerações musicais brasileiras nas décadas seguintes.
  • 11.  
  • 12. O Tropicalismo aparece também em outras artes: no teatro, com as experiências inovadoras do Grupo Oficina, nas montagens das peças: O Rei da Vela; no cinema, acompanhando a radicalização das teses do Cinema Novo, em torno do lançamento de Terra em Transe, de Glauber Rocha e nas artes plásticas, as experiências de Hélio Oiticica, campo onde a palavra Tropicália ganhou significado inicial, adquirindo as feições gerais que mais tarde consagraria o movimento.
  • 13. O batismo do novo termo coube às artes plásticas, diga-se, a Hélio Oiticica e sua tentativa de estabelecer uma nova objetividade como corrente principal da vanguarda brasileira. Entre parangolés, táteis e móbiles, Oiticica encontrou na sua obra-ambiência Tropicália a síntese das experiências mais atualizadas da vanguarda com a tradição popular brasileira mais despretensiosa. As artes plásticas
  • 14. Logo após essa sua obra sintética, proclamou. A arte já não é mais instrumento de domínio intelectual, já não poderá mais ser usada como algo supremo, inatingível, prazer do burguês tomador de whisky e do intelectual especulativo. Só restará da arte passada o que puder ser apreendido como emoção direta, o que conseguir mover o indivíduo do seu condicionamento opressivo, dando-lhe uma nova dimensão que encontre uma resposta no seu comportamento.
  • 15. O Tropicalismo, no âmbito das artes plásticas, é tributário de uma corrente de vanguarda que, desde a cisão dos artistas concretos e neo-concretos em 1959-1960, procurava apostar na emoção e na desvalorização da arte em si, como procedimento de crítica da instituição-arte e como desmistificação do artista como arauto de um projeto intelectual e ideológico coerente que deveria ser comunicado às massas. Nem pedagogia conteudista (base da arte de esquerda), nem elevação do gosto médio do público (utopia presente nas vanguardas construtivistas, como a Poesia Concreta; que defendiam a aproximação da arte e da linguagem não para desvalorizar a instituição-arte mas para valorizar e incrementar a percepção do mundo, por parte do homem moderno ). As experiências de Hélio Oiticica visavam sobretudo resolver o problema de criação e intervenção artístico-cultural na sociedade brasileira, sem imitar os procedimentos e problemáticas das artes plásticas dos grandes centros internacionais, fugindo ao mesmo tempo do vanguardismo construtivista e do pedagogismo nacionalista.
  • 16. O que nos importa destacar é que as experiências das artes plásticas acabaram sendo uma espécie de ponta de lança para as problemáticas que as artes de público massivo, como o teatro e a música (no sentido das canções de mercado ), acabariam radicalizando. Além disso, estas áreas de criação encontrariam públicos nos quais o choque do novo teria um efeito mais perturbador.
  • 17. “ Tropicália é um tipo de labirinto fechado, sem caminhos alternativos para a saída. Quando você entra nele não há teto, nos espaços que o espectador circula há elementos táteis. Na medida em que você vai avançando, os sons que você ouve vindos de fora (vozes e todos tipos de som) revelam como tendo sua origem num receptor de televisão que está colocado ali perto. É extraordinário a percepção das imagens que se tem: quando você se senta numa banqueta, as imagens de televisão chegam como se estivessem sentadas à sua volta. Eu quis, neste penetrável, fazer um exercício de imagens em todas as suas formas: as estruturas geométricas fixas (se parece com uma casa japonesa-mondianesca), as imagens táteis, a sensação de caminhada em terreno difícil (no chão há três tipos de coisas: sacos com areia, areia, cascalho e tapetes na parte escura, numa sucessão de uma parte a outra) e a imagem televisiva. (...)
  • 18. (...) Eu criei um tipo de cena tropical, com plantas, areias, cascalhos. O problema da imagem é colocado aqui objetivamente, mas desde que é um problema universal, eu também propus este problema num contexto que é tipicamente nacional, tropical e brasileiro. Eu quis acentuar a nova linguagem com elementos brasileiros, numa tentativa extremamente ambiciosa em criar uma linguagem que poderia ser nossa, característica nossa, na qual poderíamos nos colocar contra uma imagética internacional da pop e por art, na qual uma boa parte dos nossos artistas tem sucumbido.” (Hélio Oiticica, obra-ambiência, Tropicália. Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro, 1967)