SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
Baixar para ler offline
O CORTIÇO 1890
Aluísio Azevedo
ESCOLA LITERÁRIA: NATURALISMO
Escola Literária dominante no séc. XIX no Brasil e em toda a
Europa.
Os romances naturalistas destacam-se pela abordagem
extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem falada.
O resultado é um diálogo vivo e extraordinariamente
verdadeiro, que na época foi considerado até chocante de tão
inovador.
O francês Émile Zola foi o idealizador do naturalismo e o
escritor que mais se identificou com ele. O romance
experimental (1880) é considerado o manifesto literário do
movimento.
Características gerais do naturalismo
 Impessoalidade / Linguagem simples e enxuta
 Engajamento literário (o autor tenta convencer o leitor)
 Determinismo (o homem é fruto do meio/ raça/ momento)
 Darwinismo social
 Positivismo / Cientificismo exagerado.
Ambiente e personagens
 Ambiente restrito como microcosmo de toda a sociedade
 Preferência por grupos humanos marginalizados
 Patologias sociais (prostituição, traição, incesto)
 Animalização / Zoomorfização dos personagens
Aluísio Azevedo foi o melhor representante da tendência
naturalista do Realismo brasileiro. Em seu esforço de
conhecimento da realidade, explicitava a vida humana
mesmo em seus aspectos mais sórdidos: a baixeza, a
exploração, a desonestidade e o crime.
No Brasil, a prosa naturalista foi iniciada com a obra “O
Mulato” em 1881; esta marcou o inicio do naturalismo
brasileiro e a obra “O Cortiço” também de sua autoria
marcou essa tendência.
PERÍODO HISTÓRICO
A obra o Cortiço foi escrita no ano de 1890, sucedendo
a Proclamação da República e a recente abolição da
escravatura, onde a sociedade ainda não estava adaptada às
novas formações sociais que a política e a economia do
momento representavam, sendo que em várias regiões mais
distantes da capital levaram-se anos para tomar
conhecimento das mudanças que ocorriam nos centros
metropolitanos.
Durante sua narrativa, Aluísio de Azevedo compara o
cortiço a um organismo vivo. E suas personagens, os
moradores do cortiço são retratados pelo lado biológico e
social, sendo estas duas esferas inseparáveis.
RESUMO DA HISTÓRIA
O Cortiço conta principalmente duas histórias: a de João
Romão e Miranda, dois comerciantes, o primeiro, o avarento
dono do cortiço, que vive com uma escrava a qual ele mente
liberdade. Com o tempo sua inveja de Miranda, menos rico mas
mais fino, com um casamento de fachada, leva-o a querer se
casar com sua filha (e tornar-se Barão no futuro, tal qual
Miranda se torna no meio da história). Isto faz com que ele se
refine e mais tarde tente devolver Bertoleza, a escrava, a seu
antigo dono (ela se mata antes de perder a liberdade). A outra
história é a de Jerônimo e Rita Baiana, o primeiro, um
trabalhador português que é seduzido pela Baiana e vai se
abrasileirando. Acaba por abandonar a mulher, pára de pagar a
escola da filha e matar o ex-amante de Rita Baiana. No pano de
fundo existem várias histórias secundárias, notavelmente as de
Pombinha, Leocádia e Machona, assim como a do próprio
cortiço, que parece adquirir vida própria como personagem
João Romão enriquece às custas de sua obsessão pelo
trabalho de comerciante, mas também por intermédio de meios
ilícitos, como os roubos que pratica em sua venda e a exploração
da amante Bertoleza, a quem engana com uma falsa carta de
alforria. Ele se torna proprietário de um conjunto de cômodos de
aluguel e da pedreira que ficava ao fundo do terreno. Aumenta sua
renda e passa a se dedicar a negócios mais vultosos, como
aplicações financeiras. Aos poucos, refina-se e deixa para trás a
amante.
A decadência atinge também outros moradores do cortiço. É o
caso de Pombinha, moça culta que aguardava a primeira
menstruação para se casar. Seduzida pela prostituta Léonie,
abandona o marido e vai viver com a amante, prostituindo-se
também.
A ASCENSÃO SOCIAL
A ambição de João Romão não é condenada, afinal,
ele apenas se aproveita das oportunidades oferecidas pela
sociedade capitalista então nascente.
O livro retrata bem essas relações, em vários
aspectos. João Romão é o sujeito trabalhador que acorda
de madrugada e se priva do conforto e, que no fim
consegue realizar um sonho de ascensão social. Em seu
caso, essa subida se completa pelo desprezo e por uma
extrema maldade contra Bertoleza, que trabalha com ele
o tempo todo e que no fim é denunciada como escrava
fugida.
Ocorre também o contrário, com o português
Jerônimo: ele, como milhares de outos portugueses e
pessoas de outras origens, vem para o Brasil em busca de
oportunidades. Trabalha bem e bastante preservando seus
valores. Mas em determinado ponto tudo desanda,
porque ele perde a cabeça de paixão. Acaba muito mal,
sem nada do que sonhara.
TRAÇOS DO NATURALISMO NO LIVRO
O sexo é, em O Cortiço, força mais degradante que a
ambição e a cobiça. A supervalorização do sexo, típica de
determinismo biológico e do naturalismo, conduz Aluísio a
focalizar diversas formas de "patologia" sexual:
"acanalhamento" das relações matrimoniais, adultério,
prostituição, lesbianismo etc.
A homossexualidade retratada em O Cortiço
No naturalismo brasileiro o homem é visto como
produto do meio e biológico. A questão da
homossexualidade é tratada como desvio de conduta,
anormal, patológico, animalesca. Assim as personagens
apresentam desvios. O naturalismo é material, é do corpo
não humano. Retratando a realidade de forma objetiva,
descrevendo grupos marginalizados.
CULTURA POPULAR
O cortiço relata ,entre outras ricas experiências
sociais brasileiras, alguns episódios da cultura popular.
Retratando o que de fato aconteceu entre os setores
sociais pobres ou remediados , especialmente no Rio de
Janeiro daquela época, o livro mostra bailados, danças,
gêneros musicais e comportamentos que estão ligados ao
começo do samba no Brasil.
O samba e o chorinho nascem da mistura entre
ritmos afro-brasileiros e europeus e se desenvolvem
espontaneamente entre a gente simples. Às vezes tais
estilos musicais e de dança servem como diversão pura e
simples, como lemos na história de Rita Baiana.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a O Cortiço e o Naturalismo Brasileiro

O cortiço material de aula
O cortiço   material de aulaO cortiço   material de aula
O cortiço material de aularafabebum
 
Trabalho de língua portuguesa
Trabalho de língua portuguesaTrabalho de língua portuguesa
Trabalho de língua portuguesaRonaldo Mesquita
 
Aula 15 realismo - naturalismo no brasil
Aula 15   realismo - naturalismo no brasilAula 15   realismo - naturalismo no brasil
Aula 15 realismo - naturalismo no brasilJonatas Carlos
 
Realismo-naturalismo brasileiros
Realismo-naturalismo brasileirosRealismo-naturalismo brasileiros
Realismo-naturalismo brasileirosWalace Cestari
 
PORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de Azevedo
PORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de AzevedoPORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de Azevedo
PORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de AzevedoBlogSJuniinho
 
Seminário - O Cortiço.pptx
Seminário - O Cortiço.pptxSeminário - O Cortiço.pptx
Seminário - O Cortiço.pptxJaneteMello2
 
Respostas do roteiro de a cidade e as serras
Respostas do roteiro de a cidade e as serrasRespostas do roteiro de a cidade e as serras
Respostas do roteiro de a cidade e as serrasBriefCase
 
Literatura 1 Luiz Claudio
Literatura 1 Luiz ClaudioLiteratura 1 Luiz Claudio
Literatura 1 Luiz Claudiosabercriar
 
Jorge Amado Capitaes De Areia
Jorge Amado Capitaes De AreiaJorge Amado Capitaes De Areia
Jorge Amado Capitaes De AreiaFlaviacristina74
 
ocortio-150917174552-lva1-app6892.pdf
ocortio-150917174552-lva1-app6892.pdfocortio-150917174552-lva1-app6892.pdf
ocortio-150917174552-lva1-app6892.pdfJliaMariadePaulaRibe
 
Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30.
Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30. Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30.
Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30. Cyntia Borges
 

Semelhante a O Cortiço e o Naturalismo Brasileiro (20)

O cortiço material de aula
O cortiço   material de aulaO cortiço   material de aula
O cortiço material de aula
 
Trabalho de língua portuguesa
Trabalho de língua portuguesaTrabalho de língua portuguesa
Trabalho de língua portuguesa
 
Aula 15 realismo - naturalismo no brasil
Aula 15   realismo - naturalismo no brasilAula 15   realismo - naturalismo no brasil
Aula 15 realismo - naturalismo no brasil
 
Realismo-naturalismo brasileiros
Realismo-naturalismo brasileirosRealismo-naturalismo brasileiros
Realismo-naturalismo brasileiros
 
PORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de Azevedo
PORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de AzevedoPORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de Azevedo
PORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de Azevedo
 
Seminário - O Cortiço.pptx
Seminário - O Cortiço.pptxSeminário - O Cortiço.pptx
Seminário - O Cortiço.pptx
 
Trabalho de Lingua Portuguesa
Trabalho de Lingua PortuguesaTrabalho de Lingua Portuguesa
Trabalho de Lingua Portuguesa
 
Respostas do roteiro de a cidade e as serras
Respostas do roteiro de a cidade e as serrasRespostas do roteiro de a cidade e as serras
Respostas do roteiro de a cidade e as serras
 
Literatura 1 Luiz Claudio
Literatura 1 Luiz ClaudioLiteratura 1 Luiz Claudio
Literatura 1 Luiz Claudio
 
1890 O Cortiço
 1890 O Cortiço 1890 O Cortiço
1890 O Cortiço
 
Jorge Amado Capitaes De Areia
Jorge Amado Capitaes De AreiaJorge Amado Capitaes De Areia
Jorge Amado Capitaes De Areia
 
Memorias de um Sargento de Milícias - 3ª A - 2011
Memorias de um Sargento de Milícias  - 3ª A - 2011Memorias de um Sargento de Milícias  - 3ª A - 2011
Memorias de um Sargento de Milícias - 3ª A - 2011
 
O cortiço
O cortiçoO cortiço
O cortiço
 
Realismo (3)
Realismo (3)Realismo (3)
Realismo (3)
 
REALISMO E naturalismo.pptx
REALISMO E naturalismo.pptxREALISMO E naturalismo.pptx
REALISMO E naturalismo.pptx
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
 
ocortio-150917174552-lva1-app6892.pdf
ocortio-150917174552-lva1-app6892.pdfocortio-150917174552-lva1-app6892.pdf
ocortio-150917174552-lva1-app6892.pdf
 
O cortiço
O cortiçoO cortiço
O cortiço
 
Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30.
Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30. Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30.
Literatura Brasileira: Romance Nordestino de 30.
 
O cortiço
O cortiçoO cortiço
O cortiço
 

Último

Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasraveccavp
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 

Último (20)

Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 

O Cortiço e o Naturalismo Brasileiro

  • 2. ESCOLA LITERÁRIA: NATURALISMO Escola Literária dominante no séc. XIX no Brasil e em toda a Europa. Os romances naturalistas destacam-se pela abordagem extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem falada. O resultado é um diálogo vivo e extraordinariamente verdadeiro, que na época foi considerado até chocante de tão inovador. O francês Émile Zola foi o idealizador do naturalismo e o escritor que mais se identificou com ele. O romance experimental (1880) é considerado o manifesto literário do movimento.
  • 3. Características gerais do naturalismo  Impessoalidade / Linguagem simples e enxuta  Engajamento literário (o autor tenta convencer o leitor)  Determinismo (o homem é fruto do meio/ raça/ momento)  Darwinismo social  Positivismo / Cientificismo exagerado. Ambiente e personagens  Ambiente restrito como microcosmo de toda a sociedade  Preferência por grupos humanos marginalizados  Patologias sociais (prostituição, traição, incesto)  Animalização / Zoomorfização dos personagens
  • 4. Aluísio Azevedo foi o melhor representante da tendência naturalista do Realismo brasileiro. Em seu esforço de conhecimento da realidade, explicitava a vida humana mesmo em seus aspectos mais sórdidos: a baixeza, a exploração, a desonestidade e o crime. No Brasil, a prosa naturalista foi iniciada com a obra “O Mulato” em 1881; esta marcou o inicio do naturalismo brasileiro e a obra “O Cortiço” também de sua autoria marcou essa tendência.
  • 5. PERÍODO HISTÓRICO A obra o Cortiço foi escrita no ano de 1890, sucedendo a Proclamação da República e a recente abolição da escravatura, onde a sociedade ainda não estava adaptada às novas formações sociais que a política e a economia do momento representavam, sendo que em várias regiões mais distantes da capital levaram-se anos para tomar conhecimento das mudanças que ocorriam nos centros metropolitanos. Durante sua narrativa, Aluísio de Azevedo compara o cortiço a um organismo vivo. E suas personagens, os moradores do cortiço são retratados pelo lado biológico e social, sendo estas duas esferas inseparáveis.
  • 6. RESUMO DA HISTÓRIA O Cortiço conta principalmente duas histórias: a de João Romão e Miranda, dois comerciantes, o primeiro, o avarento dono do cortiço, que vive com uma escrava a qual ele mente liberdade. Com o tempo sua inveja de Miranda, menos rico mas mais fino, com um casamento de fachada, leva-o a querer se casar com sua filha (e tornar-se Barão no futuro, tal qual Miranda se torna no meio da história). Isto faz com que ele se refine e mais tarde tente devolver Bertoleza, a escrava, a seu antigo dono (ela se mata antes de perder a liberdade). A outra história é a de Jerônimo e Rita Baiana, o primeiro, um trabalhador português que é seduzido pela Baiana e vai se abrasileirando. Acaba por abandonar a mulher, pára de pagar a escola da filha e matar o ex-amante de Rita Baiana. No pano de fundo existem várias histórias secundárias, notavelmente as de Pombinha, Leocádia e Machona, assim como a do próprio cortiço, que parece adquirir vida própria como personagem
  • 7. João Romão enriquece às custas de sua obsessão pelo trabalho de comerciante, mas também por intermédio de meios ilícitos, como os roubos que pratica em sua venda e a exploração da amante Bertoleza, a quem engana com uma falsa carta de alforria. Ele se torna proprietário de um conjunto de cômodos de aluguel e da pedreira que ficava ao fundo do terreno. Aumenta sua renda e passa a se dedicar a negócios mais vultosos, como aplicações financeiras. Aos poucos, refina-se e deixa para trás a amante. A decadência atinge também outros moradores do cortiço. É o caso de Pombinha, moça culta que aguardava a primeira menstruação para se casar. Seduzida pela prostituta Léonie, abandona o marido e vai viver com a amante, prostituindo-se também.
  • 8. A ASCENSÃO SOCIAL A ambição de João Romão não é condenada, afinal, ele apenas se aproveita das oportunidades oferecidas pela sociedade capitalista então nascente. O livro retrata bem essas relações, em vários aspectos. João Romão é o sujeito trabalhador que acorda de madrugada e se priva do conforto e, que no fim consegue realizar um sonho de ascensão social. Em seu caso, essa subida se completa pelo desprezo e por uma extrema maldade contra Bertoleza, que trabalha com ele o tempo todo e que no fim é denunciada como escrava fugida.
  • 9. Ocorre também o contrário, com o português Jerônimo: ele, como milhares de outos portugueses e pessoas de outras origens, vem para o Brasil em busca de oportunidades. Trabalha bem e bastante preservando seus valores. Mas em determinado ponto tudo desanda, porque ele perde a cabeça de paixão. Acaba muito mal, sem nada do que sonhara.
  • 10. TRAÇOS DO NATURALISMO NO LIVRO O sexo é, em O Cortiço, força mais degradante que a ambição e a cobiça. A supervalorização do sexo, típica de determinismo biológico e do naturalismo, conduz Aluísio a focalizar diversas formas de "patologia" sexual: "acanalhamento" das relações matrimoniais, adultério, prostituição, lesbianismo etc. A homossexualidade retratada em O Cortiço No naturalismo brasileiro o homem é visto como produto do meio e biológico. A questão da homossexualidade é tratada como desvio de conduta, anormal, patológico, animalesca. Assim as personagens apresentam desvios. O naturalismo é material, é do corpo não humano. Retratando a realidade de forma objetiva, descrevendo grupos marginalizados.
  • 11. CULTURA POPULAR O cortiço relata ,entre outras ricas experiências sociais brasileiras, alguns episódios da cultura popular. Retratando o que de fato aconteceu entre os setores sociais pobres ou remediados , especialmente no Rio de Janeiro daquela época, o livro mostra bailados, danças, gêneros musicais e comportamentos que estão ligados ao começo do samba no Brasil. O samba e o chorinho nascem da mistura entre ritmos afro-brasileiros e europeus e se desenvolvem espontaneamente entre a gente simples. Às vezes tais estilos musicais e de dança servem como diversão pura e simples, como lemos na história de Rita Baiana.