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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL
UNIDADE EM MONTENEGRO
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
PATRICK DA COSTA SILVA
EXPRESSÃO VOCAL: EDUCAÇÃO, IMPORTÂNCIA E
FORMAÇÃO DA VOZ
MONTENEGRO
UERGS
2012
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
1.1 O QUE A DISCIPLINA DE EXPRESSÃO VOCAL PODE CONTRIBUIR PARA
O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE UM MÚSICO E DE UM FUTURO
EDUCADOR ........................................................................................................................ 3
2 A VOZ ........................................................................................................................ 4
2.1 QUALIDADES DO SOM VOCAL ............................................................................
4
3 O CANTO .................................................................................................................. 5
3.1 AQUECIMENTO VOCAL ........................................................................................ 6
3.2 PREPARAÇÃO CORPORAL .................................................................................... 7
3.3 POSTURA CORPORAL PARA O CANTO .............................................................. 9
3.4 CLASSIFICAÇÃO VOCAL ...................................................................................... 9
3.5 INTERPRETAÇÃO NO CANTO ............................................................................. 11
3.6 O QUE É VIBRATO ................................................................................................. 11
4 RESPIRAÇÃO ......................................................................................................... 11
4.1 TIPO DE RESPIRAÇÕES ......................................................................................... 12
4.2 ORGÃOS DO APARELHO RESPIRATÓRIO E SUAS FUNÇÕES ...................... 13
4.3 DIAFRAGMA ........................................................................................................... 15
5 APARELHO FONADOR ......................................................................................... 16
5.1 CORDAS VOCAIS .................................................................................................... 17
5.2 PALATOS .................................................................................................................. 17
6 TÉCNICA VOCAL ..................................................................................................... 17
7 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 18
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO
A expressão vocal sempre foi fundamental para a vida de músicos e educadores
musicais, pois ela tem como objetivo educar a voz e a fala do indivíduo. Sendo assim ela vem
sendo adotada em forma de disciplina em algumas universidades de música (não somente em
curso universitário de canto, mas também em licenciatura e bacharelado nos diferentes
instrumentos musicais). A UERGS (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul) atualmente
é uma das universidades que tem a expressão vocal como disciplina no curso de licenciatura
em música.
O programa realizado ao longo dessa disciplina pelo professor Júlio César Pires Pereira
é dividido em duas partes: a teórica e a prática.
A parte teórica estuda-se textos de anatomo-fisiologia da voz, onde são realizadas
leituras e comentários (entre os alunos e o professor) sobre os assuntos abordados pelo texto.
Além disso, o professor também apresenta vídeos exemplificando o que foi dado e comentado
em aula.
Na parte prática são estudadas técnicas de relaxamento, aquecimento vocal e
respiratório, solfejos cantados, músicas e peças passadas pelo professor.
1.1 O QUE A DISCIPLINA DE EXPRESSÃO VOCAL PODE CONTRIBUIR PARA
O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE UM MÚSICO E DE UM FUTURO
EDUCADOR
Assim como o instrumento, o canto é uma base que todo músico e todo educador na
área da música deve ter em seu currículo musical. Não se trata de ser um cantor profissional e
sim saber lidar com a voz. Sendo assim, a expressão vocal como disciplina, é uma fonte de
contribuições importantes para esse desenvolvimento.
Ao longo do plano de aula do semestre é trabalhada a educação vocal do aluno,
trabalhando com o controle de fluxo aéreo (exercícios respiratórios), vocalizações, técnica
vocal e canto (impostação e articulação). Além disso, também é visto como educar a voz. Ou
seja, a disciplina não só tem como objetivo trabalhar a voz dos alunos, como também ensiná-
los a educar a voz – o que é uma contribuição muito importante para um futuro educador
musical.
3
Além dessas contribuições, a maioria dos exercícios praticados em aula são importantes
para o desenvolvimento de músicos, como: o solfejo cantado, a leitura de peças e músicas em
partituras – que contribui para o desenvolvimento de uma boa leitura de partitura – e
exercícios de relaxamento – que servem não apenas para quem vai cantar, mas também para
quem vai tocar algum instrumento.
2 A VOZ
O que é a voz? A voz é o som produzido pelo indivíduo usando suas pregas vocais para
falar, cantar, gritar, entre outros. A produção do som da voz depende, basicamente, de ar e da
laringe: o som é produzida no interior da laringe com o impulso da expiração controlada,
ampliados e timbrados nas cavidades de ressonância e modelados pelos articuladores no
tempo, no meio e no estado pulsátil de cada pessoa.
A voz pode ser classificada em verdadeira (som da voz normal) e falsa (falsetes). As
verdadeiras estão na parte inferior da laringe. Já as falsas na parte superior da laringe.
O mau uso da voz pode lesionar as cordas vocais da pessoa. Entretanto, isso não começa
ao se cantar de forma errada e sim ao falar de forma errada. Geralmente o início dos
problemas começa em uma rouquidão ou em uma dor nas cordas vocais, que podem se agravar
mais com o tempo, podendo levar até a perda da fala da pessoa e até mesmo algo mais grave.
Assim como qualquer organismo do nosso corpo, a voz também precisa de alguns
cuidados básicos como: cuidar ao tossir para não agredir as cordas vocais, aquecer a voz antes
de cantar, evitar pegar correntes de ar ao final de uma apresentação ou aula vocal, descansar a
voz, evitar beber água gelada, ter uma alimentação balanceada.
A potência da voz pode ser medida em decibéis: varia de 130 à mais ou menos 40
decibéis.
2.1 QUALIDADES DO SOM VOCAL
As qualidades do som vocal são classificadas por: intensidade, altura e timbre.
A intensidade: é a qualidade que tem o som de tornar-se mais ou menos audível
(geralmente variada entre forte e fraco). Isso depende do vigor da expiração, da maior
4
resistência das cordas vocais à passagem do ar, da extensão da superfície vibrante, das
qualidades das cavidades de ressonância e da sua densidade.
O que não pode se confundir são intensidade e volume. Exemplo: Se o sopro for
vigoroso e o material pequeno, o som poderá ser intenso, porém de pouco volume. Geralmente
vozes emitidas em timbres escuros são mais volumosas; e em timbres claros mais intensas e
pouco volumosas.
A altura: depende da extensão e espessura das pregas vocais, assim como com a
sinergia da musculatura respiratória e laríngea. Tais fatores determinarão à quantidade de
vibrações das pregas vocais. Quanto maior for o número de vibrações, mais alto será o som
emitido; e quanto menos vibrações, mais baixo será o som emitido. Sua classificação varia de
graves, médios e agudos.
Timbre: é a qualidade mais relacionada com a fonte que produz o som, ou seja, a fonte
sonora (laringes diferentes) depende das características da mesma.
Na voz humana o timbre depende de causas físicas ou anatômicas, isto é, da forma, da
consistência e das dimensões do órgão vocal e de causas móveis. O timbre é um atributo
pessoal de cada um e que não pode ser transformado.
O timbre pode ser: claro (limpo e brilhante), escuro (mista, cheia e escura), redondo
(meio termo entre a o timbre claro e o escuro), nasal (fanhoso), gutural (distorcida) e rouco
(rascante).
3 O CANTO
O primeiro procedimento que se deve fazer ao iniciar uma aula vocal ou ensaio de grupo
vocal – ou até mesmo antes de iniciar uma apresentação de canto – é a preparação corporal e o
aquecimento vocal e respiratório. Isso disponibiliza ao corpo condições adequadas para uma
atividade mais intensa, prevenindo-o de possíveis danos. Preparando a musculatura de forma
correta, evitamos esforços desnecessários, além de também nos dar maior resistência e
flexibilidade.
5
3.1 AQUECIMENTO VOCAL
Antes de realizar uma apresentação ou no início de um ensaio ou aula vocal são feitos
alguns exercícios para aquecer a voz, isso é denominado aquecimento vocal.
A preparação da voz nos permite realizar uma atividade vocal (como o canto) mais
intensa, diminuindo o esforço das cordas vocais e prevenindo-as de alguns possíveis danos.
Cantar sem aquecer a voz, às vezes, pode acabar lesionando as cordas vocais, como por
exemplo, numa tentativa de alcançar uma nota aguda, o esforço que fizemos para alcançá-la
pode acabar machucando as cordas vocais. Por isso o aquecimento vocal antes do canto é
fundamental, pois além de nos ajudar a atingir notas mais agudas ou mais graves, também
ajuda a manter a saúde da nossa voz.
Existem diversos tipos de exercícios para aquecimento vocal, como por exemplo,
escalas e arpejos com vogais ou sílabas, entre outros. Um exemplo de exercício é:
Nesse exercício é feito uma escala ascendente e descendente usando as sílabas “MÓ” e “BI”. O
importante nesse exercício é trabalhar bem a articulação facial na hora de pronunciar as sílabas, pois assim
estaremos trabalhando não só a voz, mas também a articulação.
Outros exercícios também importantes no aquecimento vocal são:
- Fazer o som de “trrr” vibrando a língua atrás dos dentes;
- Vibrar os lábios como se fosse fazer o som de “brrr”;
- Fazer o som de “grrr”.
O mais importante é trabalharmos na nossa própria tessitura da voz, pois cada voz
apresenta o seu caráter e seu timbre.
Os exercícios de vibração sonorizada de lábios e língua e os exercícios de sons nasais
promovem agilidade dos músculos respiratórios, alívio da sobrecarga das pregas vocais e
adequada vibração das bordas das pregas vocais.
No aquecimento vocal, também devemos trabalhar exercícios respiratórios, pois a
adequada movimentação do diafragma favorece a emissão por posicionar corretamente a
laringe e o trato vocal.
6
A respiração mais adequada para o canto é a respiração diafragmático-abdominal
(também chamada de respiração costo-diafragmático-abdominal), pois ela favorece os
movimentos do diafragma e permite um gesto mais ágil e mais eficaz.
Alguns exemplos de exercícios respiratórios são:
- Inspirar lentamente, profundamente e suavemente via nasal. Após isso pausar por dois
segundos e expirar em som de “s”;
- Fazer expirações rápidas emitindo som de “s”;
- Fazer expirações rápidas emitindo som de “ch”;
- Fazer expirações rápidas como se tivesse soprando.
O aquecimento vocal deve ser realizado em torno de dez a quarenta minutos antes de
iniciar o canto ou alguma atividade que exija maior uso da voz, e o desaquecimento vocal é
feito após o uso prolongado da voz, durante aproximadamente cinco minutos.
3.2 PREPARAÇÃO CORPORAL
Assim como o aquecimento vocal, a preparação corporal também é fundamental antes
de iniciar um ensaio ou uma apresentação de canto. Devemos fazer uma relaxação física e
mental. Segundo Ana Luiza Bueno Simas “A voz, como música, muitas vezes é o reflexo da
disposição, da atitude e dos pensamentos ocultos da mente”. O relaxamento corporal reage
sobre a mente, recobrando seu repouso e também seu equilíbrio, além de favorece a boa
emissão da voz.
É importante fazermos alongamentos com o corpo antes de cantar, pois assim estaremos
libertando nossos músculos das tensões. Ou seja, temos que pôr os músculos em forma
adequada para que não estorvem a emissão da voz. Todo nosso organismo é prejudicado pelas
contrações involuntárias dos músculos (contrações físicas). Além disso, esses espasmos
também podem atacar órgãos respiratórios (como o diafragma), interferido e encurtando o
fôlego.
O alongamento muscular garante ao cantor maior resistência e flexibilidade para
execução de movimentos e manutenção da postura. Isso deve ser praticado com regularidade
para que as respostas motoras estejam disponíveis no ato da execução do canto.
A preparação corporal para o canto também é importante pelo fato de nosso corpo ser
nosso instrumento. Estando com o corpo bem preparado, haverá uma boa emissão da voz.
7
Alongamentos corporais que podem ser feitos antes do canto:
Outro exercício importante para se fazer é massagear, com os dedos, a nossa face: a
testa, a bochecha, a cabeça, o pescoço.
Além de nosso corpo, os lábios, a língua e o maxilar que são responsáveis pela
articulação – processo pelo qual os órgãos da fala moldam o som vocal em sons reconhecíveis
da fala – podem sofrer algumas tensões, por isso, também é recomendado fazer alguns
exercícios com cada um deles, como:
Lábios
Relaxar os lábios, apertando com o indicador e o polegar nos pontos indicados
acima, seguindo a ordem numérica referida. Deve apertar cada ponto com firmeza, no
entanto, sem exageros, durante 5 a 10 segundos.
Língua
Colocar a língua um pouco para fora da boca e morder levemente a pontinha da língua.
Pressionar a língua fortemente contra os dentes fechados por 5 segundos.
Maxilar
Abrir a boca e fazer movimentos laterais, mexendo o maxilar para a direita e para a
esquerda.
Com a língua na posição de repouso, projetar o maxilar para frente, permanecendo assim
por alguns segundos.
Depois com a ajuda de um dedo, fazer um recuo do maxilar por alguns segundos.
8
3.3 POSTURA CORPORAL PARA O CANTO
Uma boa postura pode contribuir para emissão da voz na hora de cantar, pois o som
produzido será sempre influenciado pela postura que se adota. Além disso, uma boa postura: é
bem menos cansativa, causa um melhor aproveitamento respiratório, transmite maior
segurança, coloca o mecanismo vocal na melhor posição para o seu posicionamento e faz o
corpo funcionar melhor.
Como deve ser a postura para o canto:
Pés: deverão estar um pouco afastados. O ideal é variar a sustentação do peso entre os
pés, porém não de forma demorada, para evitar fadiga e tensão. Nunca se deve pôr o peso do
corpo apenas nos calcanhares.
Pernas: devem ficar flexíveis. Não se deve apoiar todo o peso do corpo somente em
uma perna, pois haverá uma forte tendência a tremer.
Quadris: deve estar equilibrados, evitando um lado estar mais elevado que o outro.
Abdome: não deve estar exageradamente projetado para dentro ou para fora. Devem-se
evitar tensões neste local, pois a musculatura desta região é de extrema importância para a
respiração controlada.
Costas: deve-se manter a coluna ereta de forma não rígida e permanecer de forma
equilibrada, sem inclinações exageradas.
Tórax: deve estar numa posição relaxada, evitando-se qualquer contração muscular
exagerada, para facilitar o mecanismo do ar.
Ombros: devem estar descontraídos, sem nenhuma tensão nestas articulações.
Braços e mãos: deve estar caídos livremente ao longo do corpo, de forma natural, o
mais livre de tensão possível. Também deve ser evitados cacoetes com as mãos.
Cabeça: deve estar centralizada.
3.4 CLASSIFICAÇÃO VOCAL
A Classificação vocal denomina a extensão vocal da pessoa, ou seja, refere-se ao
conjunto de das notas que a pessoa consegue articular, independente da qualidade dessa
articulação.
9
A voz masculina pode ser classificada em: baixo (voz grave), barítono (voz média) e
tenor (voz aguda). Já a voz feminina pode ser classificada em: contralto (voz grave), mezzo-
soprano (voz média) e soprano (voz aguda).
Além disso, também tem suas subclassificações, como:
Voz masculina
Tenor ligeiro – Voz pouco forte. Alcança notas agudas.
Tenor lírico – Voz mais forte e timbre suave.
Tenor dramático – Voz forte e timbre metálico.
Barítono lírico – Voz intermediária entre agudo e grave.
Barítono dramático – Voz mais forte e timbre metálico.
Baixo cantante – Voz grave, timbre suave.
Baixo profundo – Voz bem grave e mais forte que a anterior.
Voz Feminina
Soprano ligeiro – Voz agudíssima, timbre fraco e de grande agilidade.
Soprano dramático – Voz forte e timbre doce.
Mezzo-soprano – Voz intermediária entre agudo e grave.
Contralto – Voz feminina mais grave, timbre escuro.
Dentre as classificações vocais, as mais importantes para uma formação coral são:
baixo, tenor, contralto e soprano. O coral denomina-se o grupo de pessoas que executa uma
composição especialmente para coro ou arranjos para coro.
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3.5 INTERPRETAÇÃO NO CANTO
A interpretação no canto consiste em uma característica dada á uma composição
musical. A forma de como é apresentada tal composição é o que chamamos de interpretação.
A importância de interpretar uma peça ou música está na apresentação para o público,
quanto mais correta for nossa interpretação, mais podemos transmitir ao público o sentido, a
época e as características da composição.
Para realizarmos uma interpretação devemos ter primeiramente o domínio da técnica
vocal, pois assim podemos realizá-la de forma segura. Interpretar a composição na qual vamos
cantar requer uma pesquisa do compositor, ou seja, da forma que ele a interpreta. Também é
importante pesquisarmos a época de composição da música para que possamos analisar como
eram feitas as interpretações.
Tudo isso é de extrema importância para interpretar uma composição, quanto mais
informações e conhecimento tivermos do que vamos cantar, mais correta será nossa
interpretação.
3.6 O QUE É VIBRATO
É uma técnica que consiste na variação da frequência de uma nota prolongada, dando a
sensação de vibração no som. A voz humana tem um vibrato natural, mas este se encontra
frequentemente ausente em cantores não treinados, podendo aparecer só durante o treino.
O vibrato se caracteriza por modulações de frequência, (que varia de cinco a sete
vibrações por segundo), acompanhadas de vibrações sincrônicas da intensidade de dois a três
decibéis e da altura um quarto de tom e um meio de tom que tem uma influência sobre o
timbre. Estas flutuações são criadas pelo cantor e tem uma ação musical importante.
4 RESPIRAÇÃO
A respiração é uma das características essenciais dos seres vivos. Resume-se na
absorção pelo organismo de oxigênio (O2), e a eliminação do gás carbônico (CO2) resultante
das oxidações celulares. No corpo humano esse processo é realizado pelo sistema respiratório.
11
Na sua função fônica, a respiração é a base fundamental para emissão do som vocal,
pois isso depende de uma força motora que é o ar expelido pelos pulmões. Na coordenação da
respiração com a emissão da voz reside o maior segredo da boa voz. Aprender a respirar
corretamente é o primeiro passo para quem pretende educar a voz.
A respiração é compreendida em dois tempos: a inspiração e a expiração. Na inspiração
o tórax se dilata e o ar entra nos pulmões e na expiração é feito o movimento inverso,
expulsando o ar dos pulmões.
4.1 TIPO DE RESPIRAÇÕES
Entre os tipos de respirações encontramos quatro tipos básicos:
Respiração clavicular
É caracterizada pela expansão região superior da caixa torácica, o que ocasiona uma
elevação dos ombros.
Respiração torácica
É a mais comum que podemos observar na população e a que mais utilizamos durante o
dia. Ela apresenta pouca movimentação superior ou inferior durante a inspiração e um
deslocamento anterior da região torácica média.
Respiração abdominal
É caracterizada pela ausência de movimentos na parte superior e expansão na parte
inferior. Ela é realizada por indivíduos que apresentam pouca energia, nos quais a sensação de
colabamento do tórax é bastante evidente.
Respiração Diafragmático-Abdominal ou Costo-Diafragmático-Abdominal
É caracterizada por uma expansão harmônica de toda a caixa torácica, sem excessos nas
partes superiores ou inferiores. Tem-se o aproveitamento de toda a área pulmonar, e é a
respiração mais indicada para o desenvolvimento a voz para o canto (como já foi citado
anteriormente).
12
4.2 ORGÃOS DO APARELHO RESPIRATÓRIO E SUAS FUNÇÕES
Os órgãos respiratórios são responsáveis pelas
trocas gasosas do organismo, ou seja, a respiração.
Esses órgãos são: as fossas nasais, a boca, a faringe,
a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e
os alvéolos (os três últimos estão localizados nos
pulmões).
Fossas Nasais
São duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. As
cavidades são separadas por uma parede cartilaginosa chamada septo nasal. Em seu interior há
os cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. No teto das fossas nasais existem células
sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato.
As fossas nasais têm a função de filtrar, umedecer e aquecer o ar que é inspirado para os
pulmões. São revestidas internamente pela mucosa nasal, que possui um grande número de
vasos sanguíneos. O calor do sangue nesses vasos aquece o ar e, assim, as demais vias
respiratórias e os pulmões recebem ar aquecido e parcialmente filtrado. Além disso, as fossas
nasais apresentam pêlos que servem como filtro, retendo micróbios e partículas de poeira do
ar.
Sua função fonatória é a vibração e a amortização do som, ou seja, a ressonância nasal.
Boca
É uma cavidade oral que serve como ponto de entrada de dois sistemas: o digestivo e o
respiratório. O seu interior é revestido por uma membrana mucosa. Os canais procedentes das
glândulas salivares, tanto nas bochechas como por baixo da língua e do maxilar inferior,
acabam na boca. Na boca também ocorre a saída do ar na respiração, ou seja, a expiração.
Sua função fonatória é a ressonância do som, juntamente com a faringe, e também
principal articulador.
Faringe
É um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e
com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela
faringe, antes de chegar a laringe.
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A função da faringe é a circulação de alimentos e ar. Ao respirarmos o ar entra nas
fossas nasais ou pelo orifício da boca passando pela faringe, encaminhando-se para traquéia e
pelos brônquios até chegar aos pulmões.
Sua função fonatória é ampliar o som, ou seja, serve como uma caixa de ressonância.
Laringe
É um órgão fibromuscular, ou seja, um tubo sustentado por cartilagens articuladas,
situado na parte superior do pescoço. A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe
uma espécie de “lingueta” de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. As
dobras da membrana mucosa dão origem às pregas vocais.
A laringe tem importante função impedir a entrada de alimentos nas vias aéreas
inferiores e garantir a fonação. Ela é o principal órgão da voz, pois nela encontram-se as
pregas vocais (responsável pela produção do som).
Traquéias
É uma parte do sistema respiratório que se localiza no pescoço, estendendo-se entre a
laringe e os brônquios, situando-se na parte frontal do esôfago. Ela é formada por numerosos
anéis cartilaginosos, abertos por sua região dorsal, que é adjacente ao esôfago.
A principal característica da mucosa traqueal é ser secretora. O muco produzido forma
um tubo mucoso que funciona como uma barreira mucosa às partículas de pó que entram junto
com o ar inspirado. Além disso, sua função também é conduzir o ar para os brônquios.
Sua função fonatória é servir como suporte para vibração das cordas vocais.
Brônquios
São os tubos que levam o ar aos pulmões. Cada brônquio principal (de primeira ordem)
dá origem a pequenos brônquios lobares ou de segunda ordem, que ventilam os lobos
pulmonares. Estes, por sua vez, dividem-se em brônquios segmentares (de terceira ordem) na
qual vão ter os segmentos broncos pulmonares.
Os brônquios têm a parede revestida internamente por um epitélio ciliado e
externamente encontra-se reforçada por anéis de cartilagem, irregulares que, nas ramificações
se manifestam como pequenas placas.
Bronquíolos
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Os bronquíolos são originados de divisões repetidas dos brônquios. Na sua constituição
não apresentam cartilagem, glândulas e nem nódulos linfáticos. O epitélio que reveste os
bronquíolos na porção inicial, é do tipo cilíndrico simples ciliado, passando a cúbico simples,
ciliado ou não, na porção final. O bronquíolo respiratório, originado pelo bronquíolo terminal,
é um tubo curto, às vezes ramificado, revestido por epitélio simples que varia de colunar baixo
a cubóide, podendo ainda apresentar cílios na porção inicial. Sua função é conduzir o ar até os
alvéolos.
Alvéolo pulmonar
São cavidades diminutas que se encontram formando os pulmões nas paredes dos vasos
menores e dos sacos aéreos. Sua função é realizar hematose pulmonar, ou seja, troca gasosa
que ocorre durante a respiração. No processo o oxigênio é conduzido até os alvéolos no
pulmão, passa para a corrente sanguínea para ser conduzido pelas hemácias para futuramente
entrar nas células e ocasionar a respiração aeróbia na presença da glicose.
O pulmão (onde encontramos o alvéolo pulmonar, os bronquíolos e os brônquios) tem
como função fonatória servir como um reservatório de ar para vibrar as cordas vocais.
4.3 DIAFRAGMA
O diafragma, assim como os órgãos respiratórios, é um dos principais responsável pela
respiração. Ele é um grande músculo transversal que tem a forma de uma abóbada e que
separa a cavidade torácica da cavidade abdominal. Também é auxiliado pelos músculos
intercostais e outros músculos acessórios.
O diafragma costuma ser chamado de músculo inspirador, pois, ao contrair-se, faz
descer o seu centro tendinoso, dilatando o tórax em diâmetro vertical, transversal e sagital.
Nesse movimento, eleva e separa as costelas, colocando o esforço físico da inspiração longe
do pescoço, dos ombros e da barriga, tornando-se assim um instrumento de grande relevância
para o processo de fonação.
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5 APARELHO FONADOR
É o conjunto de órgãos responsáveis pela fonação. O seu funcionamento acontece da
seguinte forma: o ar é eliminado dos pulmões por via dos brônquios, entra na traquéia e chega
até a laringe, onde ao atravessar a glote, encontra seu primeiro obstáculo em sua passagem. A
glote, localizada na altura do pomo de Adão, é a abertura entre duas pregas musculares das
paredes superiores da laringe, conhecidas como cordas vocais. O fluxo de ar pode encontrá-la
aberta ou fechada. Estando aberta, o ar força a passagem através das cordas vocais, fazendo-as
vibrar e assim produzir o som. Estando fechada, o ar se escapa sem vibrações da laringe, não
produzindo o som.
Podemos dividir o aparelho fonador em cinco partes, são elas:
Produtores
A função dos produtores é produzir a coluna de ar que pressiona a laringe, produzindo
som nas cordas vocais. Seus componentes são: os pulmões, os músculos abdominais, o
diafragma, os músculos intercostais e os músculos extensores da coluna.
Vibrador
A função do vibrador é a produção do som fundamental. Seu componente é a laringe
(onde se encontra as cordas vocais e a glote).
Ressonadores
A função dos ressonadores é a ampliação do som. Seus componentes são: as cavidades
nasais, a faringe e a boca.
Articuladores
A função dos articuladores é articular e dar sentido ao som, transfomando-os em sons
orais ou nasais. Seus componentes são: os lábios, a língua, o palato mole, o palato duro e a
mandíbula.
Sensores ou condenadores
A função dos sensores são captar, selecionar e interpretar o som. Seus componentes são:
o ouvido e o cérebro.
16
5.1 CORDAS VOCAIS
As cordas vocais estão localizadas no interior da laringe e se constituem em um tecido
musculoso com duas pregas. O expulsar do ar por elas as fazem vibrar produzindo o som pelo
qual nos comunicamos. As pregas são fibras elásticas que se distendem ou se relaxam pela
ação dos músculos da laringe com isso modulando e modificando o som e permitindo todos os
sons que produzimos enquanto falamos ou cantamos.
A freqüência natural da voz humana é determinada pelo comprimento das cordas vocais.
Assim mulheres que tem as pregas vocais mais curtas possuem voz mais aguda que os homens
com pregas vocais mais longas. É por esse mesmo motivo que a voz das crianças são mais
agudas do que as dos adultos .
Além da produção de som (fonação), as cordas vocais apresentam as seguintes
atividades: proteção das vias aéreas superiores e selamento laríngeo.
5.2 PALATOS
O palato é o teto da boca. Ele separa a cavidade oral da cavidade nasal e é dividido em
duas partes: palato duro e palato mole. Algumas de suas funções são: ajudar na deglutição dos
alimentos, separar a via respiratória do aparelho mastigatório, possibilitar a sucção e servir
como anteparo de posicionamento para a língua durante o sono.
Além dessas, os palatos também tem como função fonatória a articulação, fazendo parte
do grupo dos articuladores no aparelho fonador.
6 TÉCNICA VOCAL
Técnica Vocal é o sistema de impostação da voz. Através de exercícios vocais e
respiratórios regulares, conduzimos o som para nossa caixa de ressonâncias (o crânio). Com o
tempo, a impostação da voz ocorrerá de maneira natural e precisa.
A técnica vocal é uma maneira de educar a voz e corrigir a respiração. Vale lembrar que
a técnica vocal não deve ser praticada só por cantores, ela também pode praticada por pessoas
que irão realizar uma atividade vocal mais intensa, como por exemplo, os atores.
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7 CONCLUSÃO
A voz assim como qualquer parte do nosso corpo requer muitos cuidados. É possível ter
uma boa voz educando-a de maneira correta. Entretanto fazer exercícios vocais antes de uma
atividade intensa com a voz só trás segurança, além claro, de nos prevenir de lesões nas cordas
vocais, rouquidão entre outros. Cuidar da voz não é uma perda de tempo, e sim um cuidado
para quem deseja ter uma boa voz.
Cantar é uma atividade saudável que todos deveriam praticar, além disso, também ajuda
a desenvolver nossa voz. Muitas pessoas se preocupam em aprender a tocar algum instrumento
musical e se esquece que nosso corpo já é um instrumento. O som produzido pela nossa voz
possibilita variar os tons, nos dando assim a possibilidade do canto.
Cantar é um remédio que pode curar muitos males, pois afinal: “Quem canta, seus males
espanta!”.
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REFERÊNCIAS
SIMAS, A. L. B. Eduque sua voz e sua fala. Porto Alegre: A Nação, 1970.
HUCHE, F.L. ALLALI, A. A Voz: Anatomia e fisiologia dos órgãos da voz e da fala. 2. ed.
Porto Alegre: Artmed, 1999. V.1
QUINTEIRO, E. A. Estética da Voz: Uma voz para o ator. São Paulo: Summus Editorial,
1989.
NUNES, L. Cartilhas de Teatro: Manual de voz e dicção. ed. Rio de janeiro: Serviço
Nacional de Teatro, 1976
COELHO, H.W. Técnica vocal para coros. São Leopoldo: Sinodal, 1994.
VIANA, L. Curso de Fisiologia da voz. Disponível em:
<http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/tecnica_vocal/curso_fisiologia/curso_fisiologi
a_04.htm>. Acesso em: 11 jun. 2012
ANDRADE, S.R. FONTOURA, D.R. CIELO, C.A. Inter-relações entre fonoaudiologia e
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VIVELA, A. L. M. Sistema Respiratório. Disponível em:
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HISTOLOGIA. Sistema respiratório. Disponível em:
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OLIVEIRA, M.C. Diversas Técnicas de Respiração para o Canto, 2000. Disponível em:
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Fossas Nasais. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Fossa_nasal>. Acesso em: 21
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Trabalho de expressão vocal

  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL UNIDADE EM MONTENEGRO CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA PATRICK DA COSTA SILVA EXPRESSÃO VOCAL: EDUCAÇÃO, IMPORTÂNCIA E FORMAÇÃO DA VOZ MONTENEGRO UERGS 2012
  • 2. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 1.1 O QUE A DISCIPLINA DE EXPRESSÃO VOCAL PODE CONTRIBUIR PARA O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE UM MÚSICO E DE UM FUTURO EDUCADOR ........................................................................................................................ 3 2 A VOZ ........................................................................................................................ 4 2.1 QUALIDADES DO SOM VOCAL ............................................................................ 4 3 O CANTO .................................................................................................................. 5 3.1 AQUECIMENTO VOCAL ........................................................................................ 6 3.2 PREPARAÇÃO CORPORAL .................................................................................... 7 3.3 POSTURA CORPORAL PARA O CANTO .............................................................. 9 3.4 CLASSIFICAÇÃO VOCAL ...................................................................................... 9 3.5 INTERPRETAÇÃO NO CANTO ............................................................................. 11 3.6 O QUE É VIBRATO ................................................................................................. 11 4 RESPIRAÇÃO ......................................................................................................... 11 4.1 TIPO DE RESPIRAÇÕES ......................................................................................... 12 4.2 ORGÃOS DO APARELHO RESPIRATÓRIO E SUAS FUNÇÕES ...................... 13 4.3 DIAFRAGMA ........................................................................................................... 15 5 APARELHO FONADOR ......................................................................................... 16 5.1 CORDAS VOCAIS .................................................................................................... 17 5.2 PALATOS .................................................................................................................. 17 6 TÉCNICA VOCAL ..................................................................................................... 17 7 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 18 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 19
  • 3. 1 INTRODUÇÃO A expressão vocal sempre foi fundamental para a vida de músicos e educadores musicais, pois ela tem como objetivo educar a voz e a fala do indivíduo. Sendo assim ela vem sendo adotada em forma de disciplina em algumas universidades de música (não somente em curso universitário de canto, mas também em licenciatura e bacharelado nos diferentes instrumentos musicais). A UERGS (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul) atualmente é uma das universidades que tem a expressão vocal como disciplina no curso de licenciatura em música. O programa realizado ao longo dessa disciplina pelo professor Júlio César Pires Pereira é dividido em duas partes: a teórica e a prática. A parte teórica estuda-se textos de anatomo-fisiologia da voz, onde são realizadas leituras e comentários (entre os alunos e o professor) sobre os assuntos abordados pelo texto. Além disso, o professor também apresenta vídeos exemplificando o que foi dado e comentado em aula. Na parte prática são estudadas técnicas de relaxamento, aquecimento vocal e respiratório, solfejos cantados, músicas e peças passadas pelo professor. 1.1 O QUE A DISCIPLINA DE EXPRESSÃO VOCAL PODE CONTRIBUIR PARA O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE UM MÚSICO E DE UM FUTURO EDUCADOR Assim como o instrumento, o canto é uma base que todo músico e todo educador na área da música deve ter em seu currículo musical. Não se trata de ser um cantor profissional e sim saber lidar com a voz. Sendo assim, a expressão vocal como disciplina, é uma fonte de contribuições importantes para esse desenvolvimento. Ao longo do plano de aula do semestre é trabalhada a educação vocal do aluno, trabalhando com o controle de fluxo aéreo (exercícios respiratórios), vocalizações, técnica vocal e canto (impostação e articulação). Além disso, também é visto como educar a voz. Ou seja, a disciplina não só tem como objetivo trabalhar a voz dos alunos, como também ensiná- los a educar a voz – o que é uma contribuição muito importante para um futuro educador musical. 3
  • 4. Além dessas contribuições, a maioria dos exercícios praticados em aula são importantes para o desenvolvimento de músicos, como: o solfejo cantado, a leitura de peças e músicas em partituras – que contribui para o desenvolvimento de uma boa leitura de partitura – e exercícios de relaxamento – que servem não apenas para quem vai cantar, mas também para quem vai tocar algum instrumento. 2 A VOZ O que é a voz? A voz é o som produzido pelo indivíduo usando suas pregas vocais para falar, cantar, gritar, entre outros. A produção do som da voz depende, basicamente, de ar e da laringe: o som é produzida no interior da laringe com o impulso da expiração controlada, ampliados e timbrados nas cavidades de ressonância e modelados pelos articuladores no tempo, no meio e no estado pulsátil de cada pessoa. A voz pode ser classificada em verdadeira (som da voz normal) e falsa (falsetes). As verdadeiras estão na parte inferior da laringe. Já as falsas na parte superior da laringe. O mau uso da voz pode lesionar as cordas vocais da pessoa. Entretanto, isso não começa ao se cantar de forma errada e sim ao falar de forma errada. Geralmente o início dos problemas começa em uma rouquidão ou em uma dor nas cordas vocais, que podem se agravar mais com o tempo, podendo levar até a perda da fala da pessoa e até mesmo algo mais grave. Assim como qualquer organismo do nosso corpo, a voz também precisa de alguns cuidados básicos como: cuidar ao tossir para não agredir as cordas vocais, aquecer a voz antes de cantar, evitar pegar correntes de ar ao final de uma apresentação ou aula vocal, descansar a voz, evitar beber água gelada, ter uma alimentação balanceada. A potência da voz pode ser medida em decibéis: varia de 130 à mais ou menos 40 decibéis. 2.1 QUALIDADES DO SOM VOCAL As qualidades do som vocal são classificadas por: intensidade, altura e timbre. A intensidade: é a qualidade que tem o som de tornar-se mais ou menos audível (geralmente variada entre forte e fraco). Isso depende do vigor da expiração, da maior 4
  • 5. resistência das cordas vocais à passagem do ar, da extensão da superfície vibrante, das qualidades das cavidades de ressonância e da sua densidade. O que não pode se confundir são intensidade e volume. Exemplo: Se o sopro for vigoroso e o material pequeno, o som poderá ser intenso, porém de pouco volume. Geralmente vozes emitidas em timbres escuros são mais volumosas; e em timbres claros mais intensas e pouco volumosas. A altura: depende da extensão e espessura das pregas vocais, assim como com a sinergia da musculatura respiratória e laríngea. Tais fatores determinarão à quantidade de vibrações das pregas vocais. Quanto maior for o número de vibrações, mais alto será o som emitido; e quanto menos vibrações, mais baixo será o som emitido. Sua classificação varia de graves, médios e agudos. Timbre: é a qualidade mais relacionada com a fonte que produz o som, ou seja, a fonte sonora (laringes diferentes) depende das características da mesma. Na voz humana o timbre depende de causas físicas ou anatômicas, isto é, da forma, da consistência e das dimensões do órgão vocal e de causas móveis. O timbre é um atributo pessoal de cada um e que não pode ser transformado. O timbre pode ser: claro (limpo e brilhante), escuro (mista, cheia e escura), redondo (meio termo entre a o timbre claro e o escuro), nasal (fanhoso), gutural (distorcida) e rouco (rascante). 3 O CANTO O primeiro procedimento que se deve fazer ao iniciar uma aula vocal ou ensaio de grupo vocal – ou até mesmo antes de iniciar uma apresentação de canto – é a preparação corporal e o aquecimento vocal e respiratório. Isso disponibiliza ao corpo condições adequadas para uma atividade mais intensa, prevenindo-o de possíveis danos. Preparando a musculatura de forma correta, evitamos esforços desnecessários, além de também nos dar maior resistência e flexibilidade. 5
  • 6. 3.1 AQUECIMENTO VOCAL Antes de realizar uma apresentação ou no início de um ensaio ou aula vocal são feitos alguns exercícios para aquecer a voz, isso é denominado aquecimento vocal. A preparação da voz nos permite realizar uma atividade vocal (como o canto) mais intensa, diminuindo o esforço das cordas vocais e prevenindo-as de alguns possíveis danos. Cantar sem aquecer a voz, às vezes, pode acabar lesionando as cordas vocais, como por exemplo, numa tentativa de alcançar uma nota aguda, o esforço que fizemos para alcançá-la pode acabar machucando as cordas vocais. Por isso o aquecimento vocal antes do canto é fundamental, pois além de nos ajudar a atingir notas mais agudas ou mais graves, também ajuda a manter a saúde da nossa voz. Existem diversos tipos de exercícios para aquecimento vocal, como por exemplo, escalas e arpejos com vogais ou sílabas, entre outros. Um exemplo de exercício é: Nesse exercício é feito uma escala ascendente e descendente usando as sílabas “MÓ” e “BI”. O importante nesse exercício é trabalhar bem a articulação facial na hora de pronunciar as sílabas, pois assim estaremos trabalhando não só a voz, mas também a articulação. Outros exercícios também importantes no aquecimento vocal são: - Fazer o som de “trrr” vibrando a língua atrás dos dentes; - Vibrar os lábios como se fosse fazer o som de “brrr”; - Fazer o som de “grrr”. O mais importante é trabalharmos na nossa própria tessitura da voz, pois cada voz apresenta o seu caráter e seu timbre. Os exercícios de vibração sonorizada de lábios e língua e os exercícios de sons nasais promovem agilidade dos músculos respiratórios, alívio da sobrecarga das pregas vocais e adequada vibração das bordas das pregas vocais. No aquecimento vocal, também devemos trabalhar exercícios respiratórios, pois a adequada movimentação do diafragma favorece a emissão por posicionar corretamente a laringe e o trato vocal. 6
  • 7. A respiração mais adequada para o canto é a respiração diafragmático-abdominal (também chamada de respiração costo-diafragmático-abdominal), pois ela favorece os movimentos do diafragma e permite um gesto mais ágil e mais eficaz. Alguns exemplos de exercícios respiratórios são: - Inspirar lentamente, profundamente e suavemente via nasal. Após isso pausar por dois segundos e expirar em som de “s”; - Fazer expirações rápidas emitindo som de “s”; - Fazer expirações rápidas emitindo som de “ch”; - Fazer expirações rápidas como se tivesse soprando. O aquecimento vocal deve ser realizado em torno de dez a quarenta minutos antes de iniciar o canto ou alguma atividade que exija maior uso da voz, e o desaquecimento vocal é feito após o uso prolongado da voz, durante aproximadamente cinco minutos. 3.2 PREPARAÇÃO CORPORAL Assim como o aquecimento vocal, a preparação corporal também é fundamental antes de iniciar um ensaio ou uma apresentação de canto. Devemos fazer uma relaxação física e mental. Segundo Ana Luiza Bueno Simas “A voz, como música, muitas vezes é o reflexo da disposição, da atitude e dos pensamentos ocultos da mente”. O relaxamento corporal reage sobre a mente, recobrando seu repouso e também seu equilíbrio, além de favorece a boa emissão da voz. É importante fazermos alongamentos com o corpo antes de cantar, pois assim estaremos libertando nossos músculos das tensões. Ou seja, temos que pôr os músculos em forma adequada para que não estorvem a emissão da voz. Todo nosso organismo é prejudicado pelas contrações involuntárias dos músculos (contrações físicas). Além disso, esses espasmos também podem atacar órgãos respiratórios (como o diafragma), interferido e encurtando o fôlego. O alongamento muscular garante ao cantor maior resistência e flexibilidade para execução de movimentos e manutenção da postura. Isso deve ser praticado com regularidade para que as respostas motoras estejam disponíveis no ato da execução do canto. A preparação corporal para o canto também é importante pelo fato de nosso corpo ser nosso instrumento. Estando com o corpo bem preparado, haverá uma boa emissão da voz. 7
  • 8. Alongamentos corporais que podem ser feitos antes do canto: Outro exercício importante para se fazer é massagear, com os dedos, a nossa face: a testa, a bochecha, a cabeça, o pescoço. Além de nosso corpo, os lábios, a língua e o maxilar que são responsáveis pela articulação – processo pelo qual os órgãos da fala moldam o som vocal em sons reconhecíveis da fala – podem sofrer algumas tensões, por isso, também é recomendado fazer alguns exercícios com cada um deles, como: Lábios Relaxar os lábios, apertando com o indicador e o polegar nos pontos indicados acima, seguindo a ordem numérica referida. Deve apertar cada ponto com firmeza, no entanto, sem exageros, durante 5 a 10 segundos. Língua Colocar a língua um pouco para fora da boca e morder levemente a pontinha da língua. Pressionar a língua fortemente contra os dentes fechados por 5 segundos. Maxilar Abrir a boca e fazer movimentos laterais, mexendo o maxilar para a direita e para a esquerda. Com a língua na posição de repouso, projetar o maxilar para frente, permanecendo assim por alguns segundos. Depois com a ajuda de um dedo, fazer um recuo do maxilar por alguns segundos. 8
  • 9. 3.3 POSTURA CORPORAL PARA O CANTO Uma boa postura pode contribuir para emissão da voz na hora de cantar, pois o som produzido será sempre influenciado pela postura que se adota. Além disso, uma boa postura: é bem menos cansativa, causa um melhor aproveitamento respiratório, transmite maior segurança, coloca o mecanismo vocal na melhor posição para o seu posicionamento e faz o corpo funcionar melhor. Como deve ser a postura para o canto: Pés: deverão estar um pouco afastados. O ideal é variar a sustentação do peso entre os pés, porém não de forma demorada, para evitar fadiga e tensão. Nunca se deve pôr o peso do corpo apenas nos calcanhares. Pernas: devem ficar flexíveis. Não se deve apoiar todo o peso do corpo somente em uma perna, pois haverá uma forte tendência a tremer. Quadris: deve estar equilibrados, evitando um lado estar mais elevado que o outro. Abdome: não deve estar exageradamente projetado para dentro ou para fora. Devem-se evitar tensões neste local, pois a musculatura desta região é de extrema importância para a respiração controlada. Costas: deve-se manter a coluna ereta de forma não rígida e permanecer de forma equilibrada, sem inclinações exageradas. Tórax: deve estar numa posição relaxada, evitando-se qualquer contração muscular exagerada, para facilitar o mecanismo do ar. Ombros: devem estar descontraídos, sem nenhuma tensão nestas articulações. Braços e mãos: deve estar caídos livremente ao longo do corpo, de forma natural, o mais livre de tensão possível. Também deve ser evitados cacoetes com as mãos. Cabeça: deve estar centralizada. 3.4 CLASSIFICAÇÃO VOCAL A Classificação vocal denomina a extensão vocal da pessoa, ou seja, refere-se ao conjunto de das notas que a pessoa consegue articular, independente da qualidade dessa articulação. 9
  • 10. A voz masculina pode ser classificada em: baixo (voz grave), barítono (voz média) e tenor (voz aguda). Já a voz feminina pode ser classificada em: contralto (voz grave), mezzo- soprano (voz média) e soprano (voz aguda). Além disso, também tem suas subclassificações, como: Voz masculina Tenor ligeiro – Voz pouco forte. Alcança notas agudas. Tenor lírico – Voz mais forte e timbre suave. Tenor dramático – Voz forte e timbre metálico. Barítono lírico – Voz intermediária entre agudo e grave. Barítono dramático – Voz mais forte e timbre metálico. Baixo cantante – Voz grave, timbre suave. Baixo profundo – Voz bem grave e mais forte que a anterior. Voz Feminina Soprano ligeiro – Voz agudíssima, timbre fraco e de grande agilidade. Soprano dramático – Voz forte e timbre doce. Mezzo-soprano – Voz intermediária entre agudo e grave. Contralto – Voz feminina mais grave, timbre escuro. Dentre as classificações vocais, as mais importantes para uma formação coral são: baixo, tenor, contralto e soprano. O coral denomina-se o grupo de pessoas que executa uma composição especialmente para coro ou arranjos para coro. 10
  • 11. 3.5 INTERPRETAÇÃO NO CANTO A interpretação no canto consiste em uma característica dada á uma composição musical. A forma de como é apresentada tal composição é o que chamamos de interpretação. A importância de interpretar uma peça ou música está na apresentação para o público, quanto mais correta for nossa interpretação, mais podemos transmitir ao público o sentido, a época e as características da composição. Para realizarmos uma interpretação devemos ter primeiramente o domínio da técnica vocal, pois assim podemos realizá-la de forma segura. Interpretar a composição na qual vamos cantar requer uma pesquisa do compositor, ou seja, da forma que ele a interpreta. Também é importante pesquisarmos a época de composição da música para que possamos analisar como eram feitas as interpretações. Tudo isso é de extrema importância para interpretar uma composição, quanto mais informações e conhecimento tivermos do que vamos cantar, mais correta será nossa interpretação. 3.6 O QUE É VIBRATO É uma técnica que consiste na variação da frequência de uma nota prolongada, dando a sensação de vibração no som. A voz humana tem um vibrato natural, mas este se encontra frequentemente ausente em cantores não treinados, podendo aparecer só durante o treino. O vibrato se caracteriza por modulações de frequência, (que varia de cinco a sete vibrações por segundo), acompanhadas de vibrações sincrônicas da intensidade de dois a três decibéis e da altura um quarto de tom e um meio de tom que tem uma influência sobre o timbre. Estas flutuações são criadas pelo cantor e tem uma ação musical importante. 4 RESPIRAÇÃO A respiração é uma das características essenciais dos seres vivos. Resume-se na absorção pelo organismo de oxigênio (O2), e a eliminação do gás carbônico (CO2) resultante das oxidações celulares. No corpo humano esse processo é realizado pelo sistema respiratório. 11
  • 12. Na sua função fônica, a respiração é a base fundamental para emissão do som vocal, pois isso depende de uma força motora que é o ar expelido pelos pulmões. Na coordenação da respiração com a emissão da voz reside o maior segredo da boa voz. Aprender a respirar corretamente é o primeiro passo para quem pretende educar a voz. A respiração é compreendida em dois tempos: a inspiração e a expiração. Na inspiração o tórax se dilata e o ar entra nos pulmões e na expiração é feito o movimento inverso, expulsando o ar dos pulmões. 4.1 TIPO DE RESPIRAÇÕES Entre os tipos de respirações encontramos quatro tipos básicos: Respiração clavicular É caracterizada pela expansão região superior da caixa torácica, o que ocasiona uma elevação dos ombros. Respiração torácica É a mais comum que podemos observar na população e a que mais utilizamos durante o dia. Ela apresenta pouca movimentação superior ou inferior durante a inspiração e um deslocamento anterior da região torácica média. Respiração abdominal É caracterizada pela ausência de movimentos na parte superior e expansão na parte inferior. Ela é realizada por indivíduos que apresentam pouca energia, nos quais a sensação de colabamento do tórax é bastante evidente. Respiração Diafragmático-Abdominal ou Costo-Diafragmático-Abdominal É caracterizada por uma expansão harmônica de toda a caixa torácica, sem excessos nas partes superiores ou inferiores. Tem-se o aproveitamento de toda a área pulmonar, e é a respiração mais indicada para o desenvolvimento a voz para o canto (como já foi citado anteriormente). 12
  • 13. 4.2 ORGÃOS DO APARELHO RESPIRATÓRIO E SUAS FUNÇÕES Os órgãos respiratórios são responsáveis pelas trocas gasosas do organismo, ou seja, a respiração. Esses órgãos são: as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos (os três últimos estão localizados nos pulmões). Fossas Nasais São duas cavidades paralelas que começam nas narinas e terminam na faringe. As cavidades são separadas por uma parede cartilaginosa chamada septo nasal. Em seu interior há os cornetos nasais, que forçam o ar a turbilhonar. No teto das fossas nasais existem células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. As fossas nasais têm a função de filtrar, umedecer e aquecer o ar que é inspirado para os pulmões. São revestidas internamente pela mucosa nasal, que possui um grande número de vasos sanguíneos. O calor do sangue nesses vasos aquece o ar e, assim, as demais vias respiratórias e os pulmões recebem ar aquecido e parcialmente filtrado. Além disso, as fossas nasais apresentam pêlos que servem como filtro, retendo micróbios e partículas de poeira do ar. Sua função fonatória é a vibração e a amortização do som, ou seja, a ressonância nasal. Boca É uma cavidade oral que serve como ponto de entrada de dois sistemas: o digestivo e o respiratório. O seu interior é revestido por uma membrana mucosa. Os canais procedentes das glândulas salivares, tanto nas bochechas como por baixo da língua e do maxilar inferior, acabam na boca. Na boca também ocorre a saída do ar na respiração, ou seja, a expiração. Sua função fonatória é a ressonância do som, juntamente com a faringe, e também principal articulador. Faringe É um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe, antes de chegar a laringe. 13
  • 14. A função da faringe é a circulação de alimentos e ar. Ao respirarmos o ar entra nas fossas nasais ou pelo orifício da boca passando pela faringe, encaminhando-se para traquéia e pelos brônquios até chegar aos pulmões. Sua função fonatória é ampliar o som, ou seja, serve como uma caixa de ressonância. Laringe É um órgão fibromuscular, ou seja, um tubo sustentado por cartilagens articuladas, situado na parte superior do pescoço. A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de “lingueta” de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. As dobras da membrana mucosa dão origem às pregas vocais. A laringe tem importante função impedir a entrada de alimentos nas vias aéreas inferiores e garantir a fonação. Ela é o principal órgão da voz, pois nela encontram-se as pregas vocais (responsável pela produção do som). Traquéias É uma parte do sistema respiratório que se localiza no pescoço, estendendo-se entre a laringe e os brônquios, situando-se na parte frontal do esôfago. Ela é formada por numerosos anéis cartilaginosos, abertos por sua região dorsal, que é adjacente ao esôfago. A principal característica da mucosa traqueal é ser secretora. O muco produzido forma um tubo mucoso que funciona como uma barreira mucosa às partículas de pó que entram junto com o ar inspirado. Além disso, sua função também é conduzir o ar para os brônquios. Sua função fonatória é servir como suporte para vibração das cordas vocais. Brônquios São os tubos que levam o ar aos pulmões. Cada brônquio principal (de primeira ordem) dá origem a pequenos brônquios lobares ou de segunda ordem, que ventilam os lobos pulmonares. Estes, por sua vez, dividem-se em brônquios segmentares (de terceira ordem) na qual vão ter os segmentos broncos pulmonares. Os brônquios têm a parede revestida internamente por um epitélio ciliado e externamente encontra-se reforçada por anéis de cartilagem, irregulares que, nas ramificações se manifestam como pequenas placas. Bronquíolos 14
  • 15. Os bronquíolos são originados de divisões repetidas dos brônquios. Na sua constituição não apresentam cartilagem, glândulas e nem nódulos linfáticos. O epitélio que reveste os bronquíolos na porção inicial, é do tipo cilíndrico simples ciliado, passando a cúbico simples, ciliado ou não, na porção final. O bronquíolo respiratório, originado pelo bronquíolo terminal, é um tubo curto, às vezes ramificado, revestido por epitélio simples que varia de colunar baixo a cubóide, podendo ainda apresentar cílios na porção inicial. Sua função é conduzir o ar até os alvéolos. Alvéolo pulmonar São cavidades diminutas que se encontram formando os pulmões nas paredes dos vasos menores e dos sacos aéreos. Sua função é realizar hematose pulmonar, ou seja, troca gasosa que ocorre durante a respiração. No processo o oxigênio é conduzido até os alvéolos no pulmão, passa para a corrente sanguínea para ser conduzido pelas hemácias para futuramente entrar nas células e ocasionar a respiração aeróbia na presença da glicose. O pulmão (onde encontramos o alvéolo pulmonar, os bronquíolos e os brônquios) tem como função fonatória servir como um reservatório de ar para vibrar as cordas vocais. 4.3 DIAFRAGMA O diafragma, assim como os órgãos respiratórios, é um dos principais responsável pela respiração. Ele é um grande músculo transversal que tem a forma de uma abóbada e que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal. Também é auxiliado pelos músculos intercostais e outros músculos acessórios. O diafragma costuma ser chamado de músculo inspirador, pois, ao contrair-se, faz descer o seu centro tendinoso, dilatando o tórax em diâmetro vertical, transversal e sagital. Nesse movimento, eleva e separa as costelas, colocando o esforço físico da inspiração longe do pescoço, dos ombros e da barriga, tornando-se assim um instrumento de grande relevância para o processo de fonação. 15
  • 16. 5 APARELHO FONADOR É o conjunto de órgãos responsáveis pela fonação. O seu funcionamento acontece da seguinte forma: o ar é eliminado dos pulmões por via dos brônquios, entra na traquéia e chega até a laringe, onde ao atravessar a glote, encontra seu primeiro obstáculo em sua passagem. A glote, localizada na altura do pomo de Adão, é a abertura entre duas pregas musculares das paredes superiores da laringe, conhecidas como cordas vocais. O fluxo de ar pode encontrá-la aberta ou fechada. Estando aberta, o ar força a passagem através das cordas vocais, fazendo-as vibrar e assim produzir o som. Estando fechada, o ar se escapa sem vibrações da laringe, não produzindo o som. Podemos dividir o aparelho fonador em cinco partes, são elas: Produtores A função dos produtores é produzir a coluna de ar que pressiona a laringe, produzindo som nas cordas vocais. Seus componentes são: os pulmões, os músculos abdominais, o diafragma, os músculos intercostais e os músculos extensores da coluna. Vibrador A função do vibrador é a produção do som fundamental. Seu componente é a laringe (onde se encontra as cordas vocais e a glote). Ressonadores A função dos ressonadores é a ampliação do som. Seus componentes são: as cavidades nasais, a faringe e a boca. Articuladores A função dos articuladores é articular e dar sentido ao som, transfomando-os em sons orais ou nasais. Seus componentes são: os lábios, a língua, o palato mole, o palato duro e a mandíbula. Sensores ou condenadores A função dos sensores são captar, selecionar e interpretar o som. Seus componentes são: o ouvido e o cérebro. 16
  • 17. 5.1 CORDAS VOCAIS As cordas vocais estão localizadas no interior da laringe e se constituem em um tecido musculoso com duas pregas. O expulsar do ar por elas as fazem vibrar produzindo o som pelo qual nos comunicamos. As pregas são fibras elásticas que se distendem ou se relaxam pela ação dos músculos da laringe com isso modulando e modificando o som e permitindo todos os sons que produzimos enquanto falamos ou cantamos. A freqüência natural da voz humana é determinada pelo comprimento das cordas vocais. Assim mulheres que tem as pregas vocais mais curtas possuem voz mais aguda que os homens com pregas vocais mais longas. É por esse mesmo motivo que a voz das crianças são mais agudas do que as dos adultos . Além da produção de som (fonação), as cordas vocais apresentam as seguintes atividades: proteção das vias aéreas superiores e selamento laríngeo. 5.2 PALATOS O palato é o teto da boca. Ele separa a cavidade oral da cavidade nasal e é dividido em duas partes: palato duro e palato mole. Algumas de suas funções são: ajudar na deglutição dos alimentos, separar a via respiratória do aparelho mastigatório, possibilitar a sucção e servir como anteparo de posicionamento para a língua durante o sono. Além dessas, os palatos também tem como função fonatória a articulação, fazendo parte do grupo dos articuladores no aparelho fonador. 6 TÉCNICA VOCAL Técnica Vocal é o sistema de impostação da voz. Através de exercícios vocais e respiratórios regulares, conduzimos o som para nossa caixa de ressonâncias (o crânio). Com o tempo, a impostação da voz ocorrerá de maneira natural e precisa. A técnica vocal é uma maneira de educar a voz e corrigir a respiração. Vale lembrar que a técnica vocal não deve ser praticada só por cantores, ela também pode praticada por pessoas que irão realizar uma atividade vocal mais intensa, como por exemplo, os atores. 17
  • 18. 7 CONCLUSÃO A voz assim como qualquer parte do nosso corpo requer muitos cuidados. É possível ter uma boa voz educando-a de maneira correta. Entretanto fazer exercícios vocais antes de uma atividade intensa com a voz só trás segurança, além claro, de nos prevenir de lesões nas cordas vocais, rouquidão entre outros. Cuidar da voz não é uma perda de tempo, e sim um cuidado para quem deseja ter uma boa voz. Cantar é uma atividade saudável que todos deveriam praticar, além disso, também ajuda a desenvolver nossa voz. Muitas pessoas se preocupam em aprender a tocar algum instrumento musical e se esquece que nosso corpo já é um instrumento. O som produzido pela nossa voz possibilita variar os tons, nos dando assim a possibilidade do canto. Cantar é um remédio que pode curar muitos males, pois afinal: “Quem canta, seus males espanta!”. 18
  • 19. REFERÊNCIAS SIMAS, A. L. B. Eduque sua voz e sua fala. Porto Alegre: A Nação, 1970. HUCHE, F.L. ALLALI, A. A Voz: Anatomia e fisiologia dos órgãos da voz e da fala. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999. V.1 QUINTEIRO, E. A. Estética da Voz: Uma voz para o ator. São Paulo: Summus Editorial, 1989. NUNES, L. Cartilhas de Teatro: Manual de voz e dicção. ed. Rio de janeiro: Serviço Nacional de Teatro, 1976 COELHO, H.W. Técnica vocal para coros. São Leopoldo: Sinodal, 1994. VIANA, L. Curso de Fisiologia da voz. Disponível em: <http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/tecnica_vocal/curso_fisiologia/curso_fisiologi a_04.htm>. Acesso em: 11 jun. 2012 ANDRADE, S.R. FONTOURA, D.R. CIELO, C.A. Inter-relações entre fonoaudiologia e canto. Disponível em: <http://www.revistas.ufg.br/index.php/musica/article/view/1758/1713>. Acesso em: 13 jun. 2012 Voz humana. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Voz_humana>. Acesso em: 15 jun. 2012 Aparelho fonador. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Aparelho_fonador>. Acesso em: 20 jun. 2012 VIVELA, A. L. M. Sistema Respiratório. Disponível em: <http://www.afh.bio.br/resp/resp1.asp>. Acesso em: 15 jun. 2012 HISTOLOGIA. Sistema respiratório. Disponível em: <http://histologia.fateback.com/respiratorio.html>. Acesso em: 15 jun. 2012 OLIVEIRA, M.C. Diversas Técnicas de Respiração para o Canto, 2000. Disponível em: <http://www.cefac.br/library/teses/eecd832cb8b5aa893458804d9684450a.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2012 Fossas Nasais. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Fossa_nasal>. Acesso em: 21 jun. 2012 IOTE. Alongamentos. Disponível em: <http://iote.com.br/web/index.php/10-dr-raul-almeida/41-alongamentos>. Acesso em: 13 jun. 2012 19