Em todos os graus da escala dos mundos e da hierarquia dos espíritos, a música tem um lugar importante nas manifestações do culto que as almas rendem a Deus.
3. A música é um dos principais elementos da
nossa cultura.
Há indícios de que desde a pré-história já se
produzia música, provavelmente como
conseqüência da observação dos sons da natureza.
É de cerca do ano de 60.000 a.C. o vestígio de uma
flauta de osso e de 3.000 a.C. a presença de liras e
harpas na Mesopotâmia.
4. Música
A palavra música é de origem grega
vem de musiké téchne, a arte das
musas.
As Musas eram entidades mitológicas
a quem era atribuída, na Grécia Antiga,
a capacidade de inspirar a criação
artística ou científica. Na mitologia
grega, eram as nove filhas
de Mnemosine e Zeus.
O templo das musas era o Museion,
termo que deu origem à palavra museu
nas diversas línguas indo-europeias
como local de cultivo e preservação
das artes e ciências.
5. Música é, basicamente, uma
sucessão de sons, entremeados por
curtos períodos de silêncio,
organizada ao longo de um
determinado tempo.
6. É uma combinação de elementos sonoros que são
percebidos pela audição.
Isso inclui variações nas características do som, tais
como:
duração, altura, intensidade e timbre, que podem ocorrer em
diferentes:
ritmos, melodias ou harmonias
7. A atmosfera da Terra, a água e virtualmente todos os fenômenos físicos, como
o fogo, a chuva, o vento, as ondas ou os terremotos produzem sons únicos.
Na maior parte dos seres vivos são encontrados sistemas de percepção das
vibrações sonoras com diversos graus de desenvolvimento.
A audição é um dos cinco sentidos dos animais.
É a capacidade de reconhecer o som emitido pelo ambiente.
O órgão responsável pela audição é o ouvido, capaz de captar sons até uma
determinada distância.
8. Audição nos invertebrados
Nos invertebrados, há algumas
espécies que apresentam sistemas
auditivos constituídos por vesículas
destinadas à audição, denominadas
estatocistos ou otocistos, vinculadas
também à manutenção do equilíbrio e
ao deslocamento do organismo.
9. Audição nos invertebrados
A maioria dos animais mantém uma
orientação definida em relação à
gravidade da Terra; quando tirados de
sua posição típica, tentam retornar a
ela. Isso acontece graças a presença de
receptores especiais, os
estatorreceptores, que informam
continuamente o sistema nervoso a
respeito da posição do corpo.
10. Audição nos invertebrados
Muitos insetos têm pelos corporais
capazes de vibrar em resposta a ondas
sonoras de determinadas frequências, o
que permite detectar diversos tipos de
som. Outros possuem órgãos mais
elaborados de captação de sons – os
órgãos timpânicos – localizados
geralmente nas patas.
11. Audição nos invertebrados
A vibração estimula mecanorreceptores
localizados sob a membrana timpânica,
gerando impulsos nervosos que são
transmitidos até os gânglios cerebrais,
onde serão interpretados como sons.
Graças a isso, certas mariposas
conseguem detectar os sons de alta
frequência emitidos pelos morcegos,
seus predadores. Dessa forma,
localizam o inimigo e podem realizar
uma fuga estratégica.
12. Audição nos vertebrados
Audição nos Peixes
Os ouvidos dos peixes são embutidos nos
ossos do crânio, um em cada lado da
cabeça. Por causa de sua localização são
denominados ouvidos internos.
As ondas sonoras transmitidas pela água
atingem o corpo do peixe, propagando-se
pelos ossos do crânio até a câmara do
ouvido interno, local onde as ondas
sonoras se transformam em impulsos
nervosos (répteis, aves e mamíferos).
A bexiga natatória também vibra em
resposta a sons. Alguns peixes tem uma
série de ossos estrategicamente
dispostos, que conduzem estas vibrações
até o ouvido interno.
13. Audição nos vertebrados
Os ouvidos dos peixes captam apenas sons de
alta frequência; sons de baixa frequência são
percebidos por um conjunto de sensores
localizados na linha lateral.
A linha lateral consiste em uma série de poros
interconectados por canais, dispostos sob a
pele, nas laterais do corpo. No interior desses
canais existem agrupamentos de células
sensoriais ciliadas, que respondem à
movimentação da água.
Quando a água se move dentro dos canais, os
pêlos sensoriais se dobram gerando impulsos
nervosos que são enviados ao sistema nervoso
central. Por meio das informações recebidas na
linha lateral, um peixe detecta correntes de
água e pequenas vibrações, relacionadas com
a presença de obstáculos e de corpos em
movimento, tais como predadores, presas, etc.
14. Audição nos vertebrados
Audição dos anfíbios
O ouvido interno dos anfíbios é semelhante ao
dos peixes. Os anfíbios, porém, também
possuem ouvido médio – um tubo cheio de ar
que comunica a parede do sáculo com a
superfície do corpo. A abertura exterior do
ouvido médio é guarnecida pela membrana
timpânica. No interior do ouvido médio dos
anfíbios existe um pequeno osso cujas
extremidades ficam presas à membrana
timpânica e à parede do sáculo.
Os sons fazem a membrana timpânica vibrar e,
com isso, o ossículo do ouvido médio também
vibra, transmitindo a vibração à parede do
sáculo e ao líquido presente em seu interior.
Isso estimula as células sensoriais ciliadas a
gerar impulsos nervosos que, atingindo o centro
auditivo do encéfalo, produzem a sensação de
sons.
15. Audição nos vertebrados
Nos répteis e aves, e também nos
mamíferos, além dos ouvidos interno e
médio, há o ouvido externo. A
membrana timpânica não se encontra
exposta, mas localizada em uma
depressão tubular da cabeça, que
constitui o ouvido externo.
16. Audição nos vertebrados
Ao contrário dos mamíferos,
as aves têm olfato fraco, mas visão
e audição agudas, que auxiliam na
caça e no reconhecimento de indivíduos
da mesma espécie.
17. Audição nos vertebrados
Nos mamíferos, bem como nos répteis
e aves, as estruturas responsáveis pela
a audição são o ouvido externo,
o ouvido médio e a cóclea. Os canais
semi-circulares, o sáculo e o utrículo
são responsáveis pelo equilíbrio.
O ouvido externo dos mamíferos é um
canal que se abre para o meio exterior
na orelha. A orelha, é uma projeção da
pele, sustentada por tecido
cartilaginoso, que funciona como uma
concha captadora de sons.
18. Audição Humana
A audição humana compreende vários
níveis que, em conjunto, permitem a
percepção de vibrações sonoras
ambientais.
Para os humanos, a audição é
normalmente limitada por frequências
entre 20 Hz e 20.000 Hz (20 kHz), embora
estes limites não sejam absolutos.
O limite maior normalmente decresce com
a idade.
Outras espécies têm diferentes níveis de
audição.
Por exemplo, os cães conseguem
perceber vibrações mais altas que
20.000 Hz.
19. Audição Humana
Podemos dizer que o sistema de
audição humano é um dos mais
complexos e sofisticados mecanismos
de transdução existentes na natureza.
Sua gama dinâmica é enorme, sua
capacidade de extrair informação do
meio ambiente é muito apurada e sua
capacidade de síntese da informação
terminou permitindo que fosse usado
para fins muito alheios e distantes
daqueles a que estava destinado, como,
por exemplo,...
OUVIR MÚSICA
20. Na realidade, ainda
desconhecemos – ou
compreendemos
parcialmente - a maior
parte do mecanismo
auditivo, em especial no
que se refere aos
mecanismos internos do
cérebro.
22. O som que os grilos emitem é executado pelos
machos, a partir da fricção de suas asas, e é
denominado cientificamente de estridulação. É por
meio deste ato que os grilos identificam indivíduos
de mesma espécie, comunicam-se entre si e atraem
fêmeas para a reprodução.
23. Se cérebro humano pudesse, de alguma forma
ouvir dentro da cabeça de um grilo,não encontraria
nada parecido com a serenata de cricris de grilo que
apreciamos numa noite de verão. Em vez disso
surgiria o impulso para se movimentar de uma
maneira particular e quando ele se tornasse forte o
suficiente, pernas e asas atenderiam imediatamente.
25. Quando um pássaro abre o bico e lança o seu
canto, ele não esta executando um ato
voluntariamente artístico. Seu objetivo é outro : ele
está de alguma forma se expressando ou
manifestando um sentimento específico. E como
cada uma das milhares de espécies canoras possui
o seu linguajar próprio, para um ouvido experiente
se torna fácil identificar a presença desta ou daquela
espécie, mesmo que a ave esteja invisível no
emaranhado vegetal.
26. A manifestação sonora das aves são elementos de
comunicação com membros de sua própria espécie,
em momentos específicos de convívio social.
O canto dos pássaros caracterizado pelo acúmulo
de série de notas diferentes vem a ser uma
manifestação típica de domínio territorial. Com ele a
ave adverte suas semelhantes sobre limites de seu
território e atrai a fêmea para função de perpetuação
da espécie.
27. A habilidade canora dos pássaros é um dom dos
machos usado principalmente para marcar território
e atrair fêmeas. É estimulada pela luz solar, por
sons contínuos - como água corrente, panela de
pressão e chuva - e pelo cantar de outro macho
desde que não seja visto, caso contrário o menos
dominante se intimida e fica quieto.
28. O canto dos pássaros caracterizado pelo acúmulo
de série de notas diferentes vem a ser uma
manifestação típica de domínio territorial. Com ele a
ave adverte suas semelhantes sobre limites de seu
território e atrai a fêmea para função de perpetuação
da espécie.
As aves canoras, no entanto,não tem nenhuma
experiência de música. Quando vislumbramos um
fragmento de melodia na canção de um pardal são
nossos cérebros e não os deles que descobriram
uma oportunidade de serem musicais.
31. Um motivo para ouvirmos música,
enquanto os animais não o fazem, é
que nossos cérebros são capazes de
manipular padrões de som muito mais
complexos do que ao acessíveis ao
cérebro de qualquer outro animal.
OUVIDOS MUSICAIS > CÉREBROS MUSICAIS
32.
33.
34. O ouvido dele pode sentir todas as frequências
essenciais e seu cérebro, provavelmente, começa a
juntar as notas individualmente, da mesma maneira
como o nosso. Mas duas notas em sequência são
registrados como dois acontecimentos inteiramente
separados, na vida do peixinho dourado. Ele não é
esperto o suficiente para detectar a relação entre as
notas e assim, encontra apenas sons casuais.
Onde encontramos inícios de melodia, o peixinho
dourado encontra falta de relação, barulho.
35. Ninguém jamais verá um peixinho dourado
contorcendo-se ao compasso da valsa, porque não
são as notas de uma valsa, mas as relações entre
essas notas, que fazem o corpo querer dançar.
Essas relações – imponderáveis, resistentes a
observação, difíceis de descrever e classificar – é
que são música, não as vibrações atmosféricas que
os instrumentos musicais provocam.
36. “Aludes à música terrena? Que é ela comparada à música celeste? A
esta harmonia de que nada na Terra vos pode dar idéia? Uma está
para a outra como o canto do selvagem para uma doce melodia. Não
obstante, Espíritos vulgares podem experimentar certo prazer em ouvir
a vossa música, por lhes não ser dado ainda compreenderem outra
mais sublime.
A música possui infinitos encantos para os Espíritos, por terem eles
muito desenvolvidas as qualidades sensitivas. Refiro-me à música
celeste, que é tudo o que de mais belo e delicado pode a imaginação
espiritual conceber.”
37. Nossa música é a mesma nos outros planetas?
R. Não; nenhuma música pode vos dar a idéia da música
que temos ali; é divina!
...........
Não temos instrumentos; são as plantas, os pássaros que
são os coristas; o pensamento compõe e os ouvintes
desfrutam sem audição material, sem o recurso da palavra,
e isso a uma distância incomensurável. Nos mundos
superiores isso é ainda mais sublime.
38. Toda gente reconhece a influência da
música sobre a alma e sobre o seu
progresso. Mas, a razão dessa
influência é em geral ignorada.
39. Sua explicação está toda neste fato:
que a harmonia coloca a alma sob o
poder de um sentimento que a
desmaterializa
40. Este sentimento existe em certo grau,
mas desenvolve-se sob a ação de um
sentimento similar mais elevado.
41. Aquele que esteja desprovido de tal
sentimento é conduzido
gradativamente a adquiri-lo: acaba
deixando-se penetrar por ele e arrastar
ao mundo ideal, onde esquece, por
instantes, os prazeres inferiores que
prefere à divina harmonia.
42. Agora, se considerarmos que a
harmonia sai do concerto do Espírito,
deduziremos que a música exerce
salutar influência sobre a alma e a
alma que a concebe também
exerce influência sobre a música.
43. A alma virtuosa, que nutre a paixão do
bem, do belo, do grandioso e que
adquiriu harmonia, produzirá obras-primas
capazes de penetrar as
mais endurecidas almas de
comovê-las.
44. Oh! sim, o Espiritismo terá influência
sobre a música!Como poderia não ser
assim? Seu advento transformará a
arte, depurando-a. Sua origem é
divina, sua força o levará a toda parte
onde haja homens para amar, para
elevar-se e para compreender.
45. Ele se tornará o ideal e o objetivo dos
artistas. Pintores, escultores,
compositores, poetas irão buscar nele
suas inspirações e ele lhas fornecerá,
porque é rico, é inesgotável.
46. A arte bem compreendida é um
poderoso meio de elevação e de
renovação. É a fonte dos mais
puros prazeres da alma; ela
embeleza a vida, sustenta e
consola na provação e traça para o
espírito, antecipadamente, as rotas
para o céu.
47. Quando a arte é sustentada,
inspirada por uma fé sincera, por
um nobre ideal, é sempre uma
fonte fecunda de instrução, um
meio incomparável de civilização e
de aperfeiçoamento.
L e ó n De n i s , O E s p i r i t i smo n a Ar t e
48. Após tocar Chopin, sinto-me
como se tivesse chorado por
pecados que não cometi e
pranteado tragédias que
jamais vivi. A música me
parece produzir sempre esse
efeito. Ela cria para nós um
passado que ignorávamos e
que nos enche com uma
sensação de dores antes
escondidas de nossas
lágrimas.
49. Na Terra, é pelo pensamento, oral ou escrito, que se
comunica a fé e que se instruem os homens. Porém, no
espaço, nos dizem os nossos guias, a música é a
expressão sublime do pensamento divino.
...................
Na Terra, quando uma nota é tocada, se ela provém do
tom maior, essa nota vos transmite uma sensação de
alegria plena e irrestrita. Se ela é em tom menor, ao
contrário, vosso cérebro receberá uma sensação de
profundidade, algumas vezes de tristeza ou de grande dor,
de acordo com a modulação dos acordes e o número de
notas tocadas.
50. Portanto, a esses dois grandes princípios, maior e
menor, correspondem duas sensações: alegria e dor.
Entre essas notas, tendes uma infinidade de
combinações que, por isso mesmo, formarão
imagens.
51. Assim como o escultor forma uma imagem virtual, o
grupo de notas, os acordes, conforme sejam
moduladas em tom maior ou menor, formarão por seu
estilo uma série de pensamentos, que se tornam mais
ou menos compreensíveis, segundo a evolução dos
modos da música.
Modo: (em música) maneira como se dispõem os intervalos de tom e meio-tom numa escala; padrão
rítmico constante numa composição (N.T.)
52. Eis aqui um ponto estabelecido: as artes plásticas
formam imagens e a arte das ondas musicais forma,
igualmente, imagem, mas uma imagem mais sutil, da
qual o teor é mais frágil e a compreensão mais
delicada. Segundo o grau de evolução dos seres,
essa compreensão será mais ou menos profunda.
54. Em todos os graus da escala
dos mundos e da hierarquia
dos espíritos, a música tem
um lugar importante nas
manifestações do culto que
as almas rendem a Deus.
55. Por ocasião das grandes festas
no espaço, dizem nossos guias
espirituais, quando as almas se
reúnem aos milhões para prestar
homenagem ao Criador,...
56. ...na irradiação de sua fé e de
seu amor, delas escapam
eflúvios, radiações luminosas,
que se colorem de cores
combinadas e se convertem em
vibrações melodiosas.
57. As cores se transformam em
sons e, dessa comunhão dos
fluidos, dos pensamentos e dos
sentimentos, emana uma
sinfonia sublime,...
58. à qual respondem os acordes
longínquos vindos das esferas,
dos astros inumeráveis que
povoam a imensidão.
59. Então, do alto descem
outros acordes, mais
potentes ainda, e um hino
universal faz céus e terras
estremecerem.
60. Ao perceber esses acordes, o
espírito se desenvolve, se
expande; ele sente que vive na
comunhão divina e entra em um
arrebatamento que chega ao
êxtase.