Apresentação de algumas premissas necessárias para a realização de um trabalho de campo no processo de territorialização necessárias para a ação de profissionais da saúde.
1. Trabalho de Campo
Prof. Fernando A. Silva
CRS.Sudeste
Escola Municipal de Saúde Regional Sudeste
2. Trabalho de Campo - Bases
Processo de planejamento e programação de ações
desenvolvidas pela equipe de saúde local e pela comunidade
são os pilares de sustentação da Vigilância em Saúde.
Por isso é necessário o diagnóstico do lugar onde se
trabalha, reconhecer o território e a população de sua área
de atuação segundo as relações entre condições de vida,
saúde e acesso às ações e serviços de saúde.
3. Trabalho de Campo, Por que, Pra que?
Produzir saúde que implica em um processo contínuo de
coleta, análise e sistematização de dados;
Demográficos ; Socioeconômicos; Políticos
Culturais; Epidemiológicos; Sanitários e
Ambientais,
A serem trabalhados por diferentes profissionais do SUS,
para compreender como a população vive, adoece e morre.
4. Território - Recapitulando
Lugar com limites definidos onde as pessoas vivem,
trabalham, se divertem e circulam. Nele, encontramos
ambientes construídos e ambientes naturais.
O território é sobretudo um espaço de relações de poder,
de informações e de trocas.
5. Trabalho de Campo - Objetivo:
Elaborar um diagnóstico das condições de vida e da situação
de saúde da população da área de atuação do TVS.
Permite: Conhecimento e reconhecimento do território e da
população facilitando a identificação de problemas a serem
enfrentados e potencialidades locais.
Orienta: as equipes de saúde, gestores e a população a
encontrarem, juntos, soluções que visam melhorar as
condições de vida e a saúde local.
6. Reconhecimento
Ferramenta Básica da Vigilância em Saúde
Permite:
Planejamento Participativo Estratégico-Situacional.
Que deve ser contínuo e ascendente a partir de um
território definido - Base Territorial.
Importância da Base Territorial: conter uma séria de
informações referentes à população, sociedade, cultura,
economia local, política, saúde, transporte, etc.
7. Porquê Planejamento Participativo-Estratégico Situacional?
Participativo: inclui, dialoga e pactua com a comunidade e com
outros atores locais.
Estratégico: através de uma análise contínua da realidade,
avalia as condições objetivas que se tem para se alcançar os
resultados esperados.
Situacional: busca em cada ator a sua opinião, seu ponto de
vista sobre os determinantes da situação e quais as respostas
possíveis para a solução.
8. Como Fazer o Trabalho de Campo
Primeiro; escolha de território que é a área de atuação do
trabalhador.
Desenvolver uma prática dialógica que permite construir
saberes e fazeres a partir da realidade local e dentro do
âmbito do Sistema Único de Saúde.
Segundo; realizar as atividades de:
Mapeamento do território;
Produção de imagens fotográficas;
Coleta de dados documentais e produzidos.
9. Recursos:
Mapas – oficiais ou artesanais onde se plotam os elementos fixos,
os fluxos e relações (econômicos, sociais, sanitárias e políticas).
Fotografias:
registrar
potencialidades.
uma
situação
problema
e/ou
Roteiros: orientações para o levantamento e descrição das
informações.
Questionários: Instrumentos de pesquisa utilizados para coleta
de dados primários.
Permite compreender a percepção de cada ator entrevistado.
Planilhas: utilizadas para sistematizar a análise do diagnóstico de
condições de vida e situação de saúde do território-população.
10. Curiosidade
O procedimento de pesquisa baseado na observação direta,
intensiva e pessoal dos fatos ou eventos é denominado pela
ciência como Trabalho de Campo.
11. Como se desenvolve o Trabalho de Campo
O método consiste em;
Busca de fontes secundárias e primárias, baseando-se na
observação de modo estruturado e utilizando instrumentos
que ajudem na exatidão e padronização.
Dados Primários
Dados Secundários
Observação
12. No Trabalho de Campo você TVS é o pesquisador e irá produzir
conhecimentos para subsidiar suas ações e serviços.
Assim: é fundamental que tenha um Caderno de Notas para se
registrar tudo o que foi feito e visto em campo - Um Ficheiro
Roteirizado.
Anotações
Ficheiro Roteirizado
13. Fichamento Roteirizado - Bases
Conhecimentos que o TVS tem de seu território sobre as
condições de vida e de saúde da população e do território
estudado.
Assim, subsidiado por esses conhecimentos e
conteúdos contidos em material de pesquisa faz-se:
Levantamentos; Descrições e Análises das informações.
Compreensão Preexistente
Bagagem de Conhecimentos
pelos
14. Feito o levantamento das Informações
Localizar
Classificar
Discriminar
Definir
Analisar
Refletir
Propor
Tomada de Decisão
Plano de Ação
15. Objetivo das Atividades - Exemplos
Pesquisa histórica: Visa identificar as origens históricas do
território e dos problemas relacionados com a ocupação da
população.
Mapa: Visa definir a área de abrangência territorial do
trabalho em campo.
Pesquisa: Tem por objetivo diagnosticar as condições de
ação do poder público municipal, ou seja, estrutura da
secretária de saúde, da unidade de saúde de referência no
território (cobertura, equipes de trabalho, atenção básica),
estabelecimentos de saúde etc.
Identificar as potencialidades de ação da sociedade civil e
as facilidades e dificuldades sobre as possibilidades de ação
setorial e intersetorial.
16. Identificar recursos sociais, culturais e de infra-estrutura
de uso coletivo no território - ofertas de transporte, oferta
de escolas, qualidade das vias, segurança pública, espaços de
lazer.
Características físicas do local; tipo de uso do solo, espaços
naturais construídos, áreas degradadas,
atividades
produtivas de interesse para a Vigilância em Saúde.
Identificar as condições ambientais e sanitárias, identificar
as condições da população, identificar preliminarmente
situações de risco sócio-ambiental.
Levantar o perfil de morbi-mortalidade do território;
número de óbitos por faixa etária, frequência de doenças de
notificação compulsória, problemas de saúde identificados
pelas lideranças comunitárias.
18. Em Suma
Etapas Baseadas na Prática Estratégica
Trinômio: Informação - Decisão - Ação
Levantamento das informações para o reconhecimento das
condições de vida e da situação de saúde do território;
análise e identificação dos problemas de condições de vida e
de situação de saúde. Subsídios para tomada de decisão - o
Planejamento Estratégico-Situacional de Práticas de
Vigilância em Saúde.
Plano de Ação: Estruturação das práticas comunicativas e
educativas de promoção e proteção nas áreas de atuação da
Vigilância em Saúde.
19. Ferramentas para a Investigação
a) Delimitação do território: Preferencialmente as áreas de
atuação dos trabalhadores de saúde que exercem atividades
de campo.
b) Mapeamento: Identifica e localiza as informações de
elementos do território
c) Produção fotográfica: Potencializa a aprendizagem e a
percepção da realidade social pela imagem.
d) Roteiros: Orientam o levantamento e a descrição de
informações
e) Questionários (entidades civis, poder público e população);
Possibilita a compreensão da percepção dos atores sociais
locais.
f) Planilhas: Facilitam a elaboração e organização do
planejamento estratégico.
20. Bibliografia.
Monken M.,Gondin G.M.M., Batistella C.E.C. Caderno de Atividades de
Campo. R.J.:Fiocruz/EPSJ/Proformar 2004. 64p. Il. – Série: Material
didático do Programa de Formação de Agentes Locais de Vigilância em
Saúde.
Oliveria R.F.; Araújo I.S.; Alves A.L.; Miranda M.L.; Silva H.R.; Macêdo C.L.;
Pinheriro C.C. O PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO REALIZADO
PELOS ALUNOS DO CURSO DE MEDICINA DA UESB ENTRE AGOSTO
DE 2004 E JANEIRO DE 2005. Rev. Saúde Com 2007; 3(1): 64-74.