O documento discute a integração entre a atenção primária e a vigilância em saúde no território. Aborda conceitos de território, classificação de territórios, o processo de territorialização e o cadastro familiar. Também trata do diagnóstico local, risco e vulnerabilidade, diretrizes para integração e apoio matricial às ações de vigilância em saúde.
Territorialização da Atenção Primária e Vigilância em Saúde
1. OFICINA 3
TERRITÓRIO E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
PLANIFICAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE
Rio Grande do Sul /Novembro 2017
2. Sistematização dos Conteúdos Abordados:
A integração das Ações da Atenção
Primária e da Vigilância em Saúde
no Território
3. CONCEPÇÕES DE TERRITÓRIO
Território como solo:
– Definido por critérios geográficos, com uma
visão estática que não acompanha as
mudanças contínuas do território.
Território como processo:
– Definido por critérios geográficos, políticos,
econômicos, sociais e culturais, com uma
visão dinâmica que acompanha as mudanças
permanentes do território.
FONTE: Mendes (1993)
4. CLASSIFICAÇÃO DOS TERRITÓRIOS
TERRITÓRIO DISTRITO
– É a delimitação de um território administrativo assistencial,
que congrega diferentes pontos da Rede de Atenção à
Saúde.
TERRITÓRIO ÁREA
– É o território-processo de responsabilidade de uma Equipe de
Saúde da Família (ESF) ou de uma Equipe de Atenção
Básica (EAB), onde se planeja as ações de saúde, organiza-
se a oferta de serviços dentro da rede e viabiliza-se os
recursos, para o atendimento das necessidades de saúde
das famílias residentes no território.
TERRITÓRIO MICROÁREA
– É a subdivisão do território-área de responsabilidade da
equipe de saúde para a definição das áreas de atuação de
cada Agente Comunitário de Saúde (ACS). Concentra os
grupos populacionais de risco.
5. TERRITORIALIZAÇÃO
A territorialização é um dos macroprocessos básicos da
APS, que dão suporte ao atendimento das diversas
demandas da população (Mendes, 2016).
Essa tarefa, segundo Pereira e Barcelos (2006), implica
em:
- Demarcar os limites das áreas de atuação dos serviços;
- Reconhecer o ambiente, população e dinâmica social
existente nessas áreas;
- Estabelecer relações horizontais com outros serviços
adjacentes e verticais com centros de referência.
6. CONJUNTO DE ATIVIDADES
ATIV. 1
SAÍDA
(output)
ENTRADA
(input)
TERRITÓRIO SOLO
ATIV. 2 ATIV. 3 ATIV. 4
TERRITÓRIO
SANITÁRIO
definido, com
famílias cadastradas
e classificadas por
risco.
Diagnóstico Local
Definir território área e
microárea
Cadastramento das Famílias
Conhecer subpopulações alvos, estratificadas por riscos
O PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO
7. TERRITORIALIZAÇÃO
O processo de territorialização envolve o levantamento do
perfil territorial-ambiental (a geografia e ambiente; a
delimitação do território da unidade da ESF, num mapa; as
vias de acesso e as características dos domicílios), do perfil
demográfico, do perfil socioeconômico e do perfil institucional.
Implica nas seguintes fases:
Fase de
Definição do
Território
Fase de
Consultas às
Lideranças
Fase de
Apropriação
do Território
Fase de
Delimitação
de Território
Fase
Preparatória
8. O PROCESSO DE CADASTRO FAMILIAR
OBJETIVO
– Conhecer as famílias residentes nas áreas de
responsabilidade das equipes de saúde, relacionando
os seus integrantes, a situação de moradia e outras
informações necessárias para a programação das
ações de saúde.
META
– Identificar e cadastrar 100% das famílias residentes
na área de responsabilidade.
9. O PROCESSO DE CADASTRO FAMILIAR
O processo de cadastramento das famílias das áreas de
abrangência da UBS se desenvolve, seguindo as fases
descritas abaixo:
Fase de
Atualização
Fase de
Utilização
Fase de
Execução
Fase
Preparatória
10. O DIAGNÓSTICO LOCAL
OBJETIVO
– Conhecer a população da área de abrangência da
UBS, seu perfil epidemiológico e os fatores
geográficos, demográficos, políticos, econômico-
sociais, culturais e institucionais, que influenciam na
saúde dos indivíduos e da comunidade.
META
– Realizar a análise da situação de saúde, traçando o
perfil demográfico e epidemiológico da população na
área de responsabilidade da equipe de saúde.
11. O DIAGNÓSTICO LOCAL
A Metodologia da Estimativa Rápida é um dos métodos para coletar dados
amplos sobre uma área geográfica específica ou determinado problema e
que auxilia na análise de situação de saúde local.
Toda a equipe de saúde deve ser envolvida no diagnóstico situacional, a
partir do planejamento desse processo, que envolve as seguintes etapas:
Elaborar o
Diagnóstic
o Local
Comparar
os Dados
com alguns
Parâmetros
Analisar os
Dados
Organizar
os Dados
por
Microárea
Coletar os
Dados
12. RISCO E VULNERABILIDADE
RISCO
– Probabilidade de ocorrência de um agravo em um
grupo qualquer com determinada característica,
abstraídas outras condições intervenientes.
VULNERABILIDADE
– Refere-se a suscetibilidade de cada indivíduo ou
grupo, a esse agravo (Ayres, 1996).
“As Políticas de Promoção da Saúde e Vigilância em
Saúde objetivam controlar, ou mesmo prevenir, os riscos
aos quais as populações-alvo estão expostas.
14. VIGILÂNCIA EM SAÚDE
“As ações de Vigilância em Saúde são coordenadas
com as demais ações e serviços desenvolvidos e
ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS) para
garantir a integralidade da atenção à saúde da
população”
FONTE: (Art 3°, Portaria nº 1.378, de 9 de julho de 2013)
15. INTEGRAÇÃO ENTRE A VIGILÂNCIA EM SAÚDE E A
ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE
Condição obrigatória para
construção da integralidade na
atenção e alcance de
resultados;
Processo de trabalho
condizente com a realidade
local:
Preservando as
especificidades
Compartilhando tecnologias.
16. PRESSUPOSTOS COMUNS
Atenção Primária e Vigilância em Saúde
Foco nas pessoas e no território;
Envolvimento da população na identificação de problemas
e fortalezas das comunidades;
Planejamento voltado às necessidades;
Promoção da saúde como ação transversal;
Trabalho em equipe.
17. DIRETRIZES PARA INTEGRAÇÃO
Atenção Primária e Vigilância em Saúde
I. Compatibilização dos territórios de atuação das equipes,
com a gradativa inserção das ações de Vigilância em
Saúde nas práticas das equipes de Saúde da Família;
II. Programação integrada das ações individuais e coletivas;
III. Monitoramento e avaliação integradas;
18. DIRETRIZES PARA INTEGRAÇÃO
Atenção Primária e Vigilância em Saúde
IV. Reestruturação dos processos de trabalho, utilizando
dispositivos e metodologias que favoreçam a integração da
vigilância, prevenção, proteção, promoção e atenção à
saúde (como: linhas de cuidado, clínica ampliada, apoio
matricial, projetos terapêuticos, protocolos, dentre outros);
V. Educação permanente dos profissionais de saúde, com
abordagem integrada nos eixos da clínica, vigilância,
promoção e gestão.
19. DIRETRIZES PARA INTEGRAÇÃO
Atenção Primária e Vigilância em Saúde
As ações de Vigilância em Saúde, incluindo a
promoção da saúde, devem estar inseridas no
cotidiano das equipes de Atenção Primária /
Saúde da Família
20. APOIO MATRICIAL ÀS AÇÕES DE VIGILÂNCIA
EM SAÚDE
OBJETIVOS
Análise da situação de saúde dos territórios locais/regionais
Apoio às equipes no planejamento das ações de atenção,
vigilância e promoção à saúde, subsidiando a construção de
planos de intervenção;
Articulação das ações coletivas, incluindo as relacionadas
ao meio ambiente;
Articulação e apoio à implementação da estratégia de
gerenciamento do risco individual e coletivo.