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RM das MamasPesando as Consequências 
Luciano Fernandes Chala 
Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP 
DI Diagnóstico por Imagem 
Hospital Alemão Oswaldo Cruz 
Hospital do Coração
RM das MamasPesando as ConsequênciasAula disponível no site: www.spmastologia.com.brwww.di-virtual.com
Tópicos 
•Quais as indicações com evidências científicas? 
•Todas as RM das mamas são iguais? 
•Como avaliar tecnicamente os exames? 
•Quais os riscos e os problemas que podem surgir?
Mamografia 
Mamas densas. 
Jovens. 
Alto risco (BRCA 1). 
Subtipos histológicos: 
Ca lobular invasivo. 
CDIS de alto grau. 
Redução da SensibilidadeRMElevada Sensibilidade para Carcinomas Invasivos e CDIS 
Densidade mamária. 
Tecido fibrocicatricial. 
Radioterapia. 
Implantes. 
Reconstruções mamárias 
Influenciada 
Não é Influenciada
Alto Risco para Câncer de Mama 
‣Rastreio de mulheres assintomáticas. 
‣Pesquisa de câncer oculto em mulheres com metástases axilares. 
‣Estadiamento local e avaliação da mama contralateral. 
‣Doença residual em mulheres com margens positivas. 
‣Controle de QT neoadjuvante. 
‣Doença de Paget. 
Mulher com Câncer de Mama 
Mulher com AP de Câncer de Mama 
‣Rastreio de recidivas locais e câncer na mama contralateral. 
‣Avaliação de suspeita de recidiva nos métodos convencionais. Outros 
‣Derrame papilar. 
‣Alterações palpáveis com US e MG negativos. 
‣Achados duvidosos na MG ou US. 
‣Avaliação de implantes.
•Estudos compararam o desempenho diagnóstico resultante do acréscimo da RM á mamografia com ou sem a US no rastreamento do câncer de mama em mulheres com alto risco baseado na história familiar / mutações nos genes BRCA 1/2. Rastreamento do câncer de mama
Rastreamento do câncer de mamaBerg WA. AJR 2009; 192: 390 -99
Alto risco familiarMG e US normais
•Taxa de cânceres de intervalo < 10%. 
•50% tratavam-se de CDIS ou carcinomas invasivos < 1 cm. 
•79-88% sem envolvimento de linfonodos axilares. 
Rastreamento do câncer de mamaCaracterísticas tumorais
•Não há estudos randomizados comparando a mortalidade, o estádio tumoral ou o número de cânceres de intervalo em mulheres que realizaram e não realizaram RM das mamas. 
Rastreamento do câncer de mama
•Devido ás barreiras éticas e operacionais, a validação de novos métodos no rastreamento do câncer de mama tem sido baseado: 
•Demonstração de um melhor desempenho diagnóstico com a detecção de tumores adicionais em estadio precoce. 
•Suposição de um impacto na mortalidade. Rastreamento do câncer de mama
Rastreamento do câncer de mamaQuando indicar? 
American Cancer Society Guidelines for Breast Screening with MRI as a Adjunct to Mammography 
Saslow et al. CA Cancer J Clin 2007; 57: 75-89
•Avaliacão da extensão local: 
•Determinar a extensão da ressecção cirúrgica. 
•Indicação de terapias neoadjuvantes. 
•Avaliação da mama contralateral: 
•Identificar tumores sincrônicos e permitir o tratamento simultâneo. Estadiamento local e avaliação da mama contralateral
Estadiamento local 
Informações clínicas relevantesDetecção de focos tumorais ocultos na mamografia e na USModificação na terapia cirúrgica 
Redução na taxa de recidiva e aumento na sobrevida
•19 estudos mostraram que a RM detecta doença adicional em 6-34% das mulheres (mediana=16%). 
•13 estudos mostraram que a RM modifica a terapia cirúrgica em 7,8-33% das mulheres. 
•Meta-análise mostrou conversão: 
•Conservadora em mastectomia: 8,1%. 
•Cirurgia mais extensa (mastectomia ou não): 11.3%. Estadiamento local e avaliação da mama contralateral 
Houssami et al. J Clin Oncol 2008; 26: 3248-3258
54 anos 
Carcinoma ductal invasivo unifocal na mamografia e US
Estadiamento localInformações clínicas relevantesDetecção de focos tumorais ocultos na mamografia e na USModificação na terapia cirúrgicaRedução na taxa de recidiva e aumento na sobrevida?
•Detecção de câncer oculto na mama contralateral em 3,1% das mulheres. 
•Valor preditivo negativo de 99% e baixo risco de câncer oculto em 1 ano (0,3%). 
Avaliação da mama contralateralResultados do ACRIN 6667 
Lehman CD et al. N Engl J Med 2007; 356: 1295-303
•Não há estudos adequados mostrando que as modificações terapêuticas secundárias aos tumores adicionais encontrados na RM modifique ou não as taxas de recorrência e sobrevida. Estadiamento localQuestionamentos
•Temores de que a RM detecte focos tumorais que seriam tratados pela radioterapia e aumente desnecessariamente o número de mastectomias ou a extensão das cirurgias conservadoras sem beneficios para as mulheres. 
Estadiamento localQuestionamentos
•Os tumores detectados pela RM não são biologicamente menos significativos do que os identificados pela MG e a US. 
•Overtreatment é um problema inerente ao tratamento do câncer de mama e não à RM. Estadiamento localReflexão
•Não há estudos que definam que se beneficiam ou não do uso da RM no estadiamento pré-operatório. 
•Alguns grupos de mulheres teoricamente se beneficiariam mais: 
•Jovens. 
•Mamas densas. 
•Carcinoma lobular invasivo. 
•Extenso componente intraductal. Estadiamento localIndicações
•Avaliar a resposta tumoral durante o tratamento para determinar ou não a continuidade da terapia. 
•Avaliar a extensão da doença residual após o tratamento para estabelecer a extensão da ressecção cirúrgica. Avaliação da resposta á quimioterapia neoadjuvante
•RM é o melhor do que os métodos convencionais e o exame físico na avaliação da resposta terapêutica e para estimar a doença residual após o tratamento. 
•Não é necessária em todos os casos. 
•Quando for utilizar é necessária uma RM pré-tratamento para correlação. Avaliação da resposta á quimioterapia neoadjuvanteTardivon et al. Eur Radiol 2006; 16: 2549–2558
•Avaliação da resposta durante o tratamento: 
•Carcinoma lobular invasivo. 
•Mamas densas. 
•Doenças multicêntricas / multifocais. 
•Lesões calcificadas. 
•Puéperas. 
•Avaliação da doença residual pós -tratamento: 
•Candidatas á cirurgia conservadora. 
•Extenso envolvimento da parede torácica. 
Avaliação da resposta á quimioterapia neoadjuvante
Pré-QTPré-QTPós-QTPós-QT
•Identificação do tumor primário: 
•Garante que ele será tratado. 
•Escolha do melhor tratamento. 
•Revisão de 6 estudos: 
•Sensibilidade: 94%. 
•Especificidade: 94-100%. Tumor primário ocultoOrel S. J Clin Oncol 2008; 26: 703-711.
•Rastrear de recidivas locais e na mama contralateral em mulheres assintomáticas (ver alto risco). 
•Determinar se achados duvidosos nos métodos convencionais tratam-se de alterações fibrocicatriciais ou de recidiva tumoral. Recidiva local
•RM é o método mais específico para diferenciar alterações fibrocicatriciais e recidiva local com VPN de 98,7% e 100% em dois estudos. 
•Estimulado seu uso para identificar quais mulheres devem ou não realizar a biópsia percutânea de achados suspeitos nos métodos convencionais. Recidiva localBelli P. et al Breast Cancer Res Treat 2002; 73: 223 –235Preda L et al. Breast Cancer Res 2006, 8: R53
Cirurgia conservadora há 6 anos
•Avaliar a extensão da doença residual em mulheres com margens positivas. 
•Especialmente útil quando a RM para estadiamento local pré -cirúrgico não foi realizada. 
•Estabelecer se a ampliação da cirurgia conservadora ou a mastectomia é a terapia mais adequada. Doença residual 
Morris EA. Radiol Clin North Am 2007; 45:863-880
Carcinoma lobular invasivo + CDIS com margens positivas
•Nº de parâmetros influenciam a qualidade das imagens na RM é maior do que na MG e na US. 
•Variações entre os exames com impacto nos resultados da prática clínica e dos estudos científicos. 
•Existem parâmetros que podem ser escolhidos pelo radiologista, mas alguns são ¨obrigatórios ¨. Avaliação técnica da RM
Protocolos de exameImplantesDetecção e caracterização de lesões mamáriasSeqüênciaT2 e T1 dinâmica 
•Dinâmicaporqueé realizadaantes e multiplasvezesapósa administraçãodo contrasteIV. 
•Obrigatórioo usodo contrasteIV. 
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•SeqüênciasT2 específicasparaimplantes.
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•Posicionamento em decúbito ventral com mamas centradas e pendentes no interior da bobina com visualização da parede torácica. 
•Evitar movimentações da paciente durante o exame. RM das mamasRequisitos ¨obrigatórios ¨
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•FOV: 18-22 cm por mama. 
•Espessura de 1 a 3 mm. 
•Resolução temporal de 60 a 120 segundos. 
•Forma de saturação de gordura. 
•Saturação seletiva. 
•Subtração. RM das mamasRequisitos ¨obrigatórios¨
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Riscos e problemasArmstrong K et al. Ann Intern Med. 2007; 146: 516-526
•Especificidade e o VPP das biópsias indicadas pela RM que atualmente são similares ao observado na mamografia e maior do que na US. 
•Problema é a dificuldade para se investigar as alterações identificadas somente pela RM. 
•Biópsias orientadas pela RM são pouco acessíveis devido a baixa disponibilidade e o alto custo. EspecificidadeKuhl C. Radiology 2007; 244: 356–378Lord SJ et al. Eur J Cancer 2007; 43: 1905 -1917
•Detecção de cânceres que não iriam causar a morte ou outros problemas ao longo da vida. 
•1/3 dos cânceres detectados pela mamografia são overdiagnosis. 
•Acredita-se que isto seja menos freqüente com a RM (Khul CK, personal comunication 2009) OverdiagnosisJørgensen KJ, Gøtzsche PC. BMJ 2009; 339: 1-8

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Rm mamas

  • 1. RM das MamasPesando as Consequências Luciano Fernandes Chala Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP DI Diagnóstico por Imagem Hospital Alemão Oswaldo Cruz Hospital do Coração
  • 2. RM das MamasPesando as ConsequênciasAula disponível no site: www.spmastologia.com.brwww.di-virtual.com
  • 3. Tópicos •Quais as indicações com evidências científicas? •Todas as RM das mamas são iguais? •Como avaliar tecnicamente os exames? •Quais os riscos e os problemas que podem surgir?
  • 4. Mamografia Mamas densas. Jovens. Alto risco (BRCA 1). Subtipos histológicos: Ca lobular invasivo. CDIS de alto grau. Redução da SensibilidadeRMElevada Sensibilidade para Carcinomas Invasivos e CDIS Densidade mamária. Tecido fibrocicatricial. Radioterapia. Implantes. Reconstruções mamárias Influenciada Não é Influenciada
  • 5. Alto Risco para Câncer de Mama ‣Rastreio de mulheres assintomáticas. ‣Pesquisa de câncer oculto em mulheres com metástases axilares. ‣Estadiamento local e avaliação da mama contralateral. ‣Doença residual em mulheres com margens positivas. ‣Controle de QT neoadjuvante. ‣Doença de Paget. Mulher com Câncer de Mama Mulher com AP de Câncer de Mama ‣Rastreio de recidivas locais e câncer na mama contralateral. ‣Avaliação de suspeita de recidiva nos métodos convencionais. Outros ‣Derrame papilar. ‣Alterações palpáveis com US e MG negativos. ‣Achados duvidosos na MG ou US. ‣Avaliação de implantes.
  • 6. •Estudos compararam o desempenho diagnóstico resultante do acréscimo da RM á mamografia com ou sem a US no rastreamento do câncer de mama em mulheres com alto risco baseado na história familiar / mutações nos genes BRCA 1/2. Rastreamento do câncer de mama
  • 7. Rastreamento do câncer de mamaBerg WA. AJR 2009; 192: 390 -99
  • 8. Alto risco familiarMG e US normais
  • 9. •Taxa de cânceres de intervalo < 10%. •50% tratavam-se de CDIS ou carcinomas invasivos < 1 cm. •79-88% sem envolvimento de linfonodos axilares. Rastreamento do câncer de mamaCaracterísticas tumorais
  • 10. •Não há estudos randomizados comparando a mortalidade, o estádio tumoral ou o número de cânceres de intervalo em mulheres que realizaram e não realizaram RM das mamas. Rastreamento do câncer de mama
  • 11. •Devido ás barreiras éticas e operacionais, a validação de novos métodos no rastreamento do câncer de mama tem sido baseado: •Demonstração de um melhor desempenho diagnóstico com a detecção de tumores adicionais em estadio precoce. •Suposição de um impacto na mortalidade. Rastreamento do câncer de mama
  • 12. Rastreamento do câncer de mamaQuando indicar? American Cancer Society Guidelines for Breast Screening with MRI as a Adjunct to Mammography Saslow et al. CA Cancer J Clin 2007; 57: 75-89
  • 13. •Avaliacão da extensão local: •Determinar a extensão da ressecção cirúrgica. •Indicação de terapias neoadjuvantes. •Avaliação da mama contralateral: •Identificar tumores sincrônicos e permitir o tratamento simultâneo. Estadiamento local e avaliação da mama contralateral
  • 14. Estadiamento local Informações clínicas relevantesDetecção de focos tumorais ocultos na mamografia e na USModificação na terapia cirúrgica Redução na taxa de recidiva e aumento na sobrevida
  • 15. •19 estudos mostraram que a RM detecta doença adicional em 6-34% das mulheres (mediana=16%). •13 estudos mostraram que a RM modifica a terapia cirúrgica em 7,8-33% das mulheres. •Meta-análise mostrou conversão: •Conservadora em mastectomia: 8,1%. •Cirurgia mais extensa (mastectomia ou não): 11.3%. Estadiamento local e avaliação da mama contralateral Houssami et al. J Clin Oncol 2008; 26: 3248-3258
  • 16. 54 anos Carcinoma ductal invasivo unifocal na mamografia e US
  • 17.
  • 18.
  • 19. Estadiamento localInformações clínicas relevantesDetecção de focos tumorais ocultos na mamografia e na USModificação na terapia cirúrgicaRedução na taxa de recidiva e aumento na sobrevida?
  • 20. •Detecção de câncer oculto na mama contralateral em 3,1% das mulheres. •Valor preditivo negativo de 99% e baixo risco de câncer oculto em 1 ano (0,3%). Avaliação da mama contralateralResultados do ACRIN 6667 Lehman CD et al. N Engl J Med 2007; 356: 1295-303
  • 21. •Não há estudos adequados mostrando que as modificações terapêuticas secundárias aos tumores adicionais encontrados na RM modifique ou não as taxas de recorrência e sobrevida. Estadiamento localQuestionamentos
  • 22. •Temores de que a RM detecte focos tumorais que seriam tratados pela radioterapia e aumente desnecessariamente o número de mastectomias ou a extensão das cirurgias conservadoras sem beneficios para as mulheres. Estadiamento localQuestionamentos
  • 23. •Os tumores detectados pela RM não são biologicamente menos significativos do que os identificados pela MG e a US. •Overtreatment é um problema inerente ao tratamento do câncer de mama e não à RM. Estadiamento localReflexão
  • 24. •Não há estudos que definam que se beneficiam ou não do uso da RM no estadiamento pré-operatório. •Alguns grupos de mulheres teoricamente se beneficiariam mais: •Jovens. •Mamas densas. •Carcinoma lobular invasivo. •Extenso componente intraductal. Estadiamento localIndicações
  • 25. •Avaliar a resposta tumoral durante o tratamento para determinar ou não a continuidade da terapia. •Avaliar a extensão da doença residual após o tratamento para estabelecer a extensão da ressecção cirúrgica. Avaliação da resposta á quimioterapia neoadjuvante
  • 26. •RM é o melhor do que os métodos convencionais e o exame físico na avaliação da resposta terapêutica e para estimar a doença residual após o tratamento. •Não é necessária em todos os casos. •Quando for utilizar é necessária uma RM pré-tratamento para correlação. Avaliação da resposta á quimioterapia neoadjuvanteTardivon et al. Eur Radiol 2006; 16: 2549–2558
  • 27. •Avaliação da resposta durante o tratamento: •Carcinoma lobular invasivo. •Mamas densas. •Doenças multicêntricas / multifocais. •Lesões calcificadas. •Puéperas. •Avaliação da doença residual pós -tratamento: •Candidatas á cirurgia conservadora. •Extenso envolvimento da parede torácica. Avaliação da resposta á quimioterapia neoadjuvante
  • 29. •Identificação do tumor primário: •Garante que ele será tratado. •Escolha do melhor tratamento. •Revisão de 6 estudos: •Sensibilidade: 94%. •Especificidade: 94-100%. Tumor primário ocultoOrel S. J Clin Oncol 2008; 26: 703-711.
  • 30. •Rastrear de recidivas locais e na mama contralateral em mulheres assintomáticas (ver alto risco). •Determinar se achados duvidosos nos métodos convencionais tratam-se de alterações fibrocicatriciais ou de recidiva tumoral. Recidiva local
  • 31. •RM é o método mais específico para diferenciar alterações fibrocicatriciais e recidiva local com VPN de 98,7% e 100% em dois estudos. •Estimulado seu uso para identificar quais mulheres devem ou não realizar a biópsia percutânea de achados suspeitos nos métodos convencionais. Recidiva localBelli P. et al Breast Cancer Res Treat 2002; 73: 223 –235Preda L et al. Breast Cancer Res 2006, 8: R53
  • 33. •Avaliar a extensão da doença residual em mulheres com margens positivas. •Especialmente útil quando a RM para estadiamento local pré -cirúrgico não foi realizada. •Estabelecer se a ampliação da cirurgia conservadora ou a mastectomia é a terapia mais adequada. Doença residual Morris EA. Radiol Clin North Am 2007; 45:863-880
  • 34. Carcinoma lobular invasivo + CDIS com margens positivas
  • 35. •Nº de parâmetros influenciam a qualidade das imagens na RM é maior do que na MG e na US. •Variações entre os exames com impacto nos resultados da prática clínica e dos estudos científicos. •Existem parâmetros que podem ser escolhidos pelo radiologista, mas alguns são ¨obrigatórios ¨. Avaliação técnica da RM
  • 36. Protocolos de exameImplantesDetecção e caracterização de lesões mamáriasSeqüênciaT2 e T1 dinâmica •Dinâmicaporqueé realizadaantes e multiplasvezesapósa administraçãodo contrasteIV. •Obrigatórioo usodo contrasteIV. •Nãoé utilizadocontrasteIV. •SeqüênciasT2 específicasparaimplantes.
  • 37. Pré -contraste2º Pós -contraste 1º Pós -contraste3º Pós -contraste 4º Pós -contraste 5º Pós -contraste Tempo entre cada série pós contraste é chamada de resolução temporal
  • 38. •Equipamentos de campo fechado com campo magnético de pelo menos 1,5T. •Bobina dedicada para mama. •Posicionamento em decúbito ventral com mamas centradas e pendentes no interior da bobina com visualização da parede torácica. •Evitar movimentações da paciente durante o exame. RM das mamasRequisitos ¨obrigatórios ¨
  • 39.
  • 41. •FOV: 18-22 cm por mama. •Espessura de 1 a 3 mm. •Resolução temporal de 60 a 120 segundos. •Forma de saturação de gordura. •Saturação seletiva. •Subtração. RM das mamasRequisitos ¨obrigatórios¨
  • 43. Riscos e problemasArmstrong K et al. Ann Intern Med. 2007; 146: 516-526
  • 44. •Especificidade e o VPP das biópsias indicadas pela RM que atualmente são similares ao observado na mamografia e maior do que na US. •Problema é a dificuldade para se investigar as alterações identificadas somente pela RM. •Biópsias orientadas pela RM são pouco acessíveis devido a baixa disponibilidade e o alto custo. EspecificidadeKuhl C. Radiology 2007; 244: 356–378Lord SJ et al. Eur J Cancer 2007; 43: 1905 -1917
  • 45. •Detecção de cânceres que não iriam causar a morte ou outros problemas ao longo da vida. •1/3 dos cânceres detectados pela mamografia são overdiagnosis. •Acredita-se que isto seja menos freqüente com a RM (Khul CK, personal comunication 2009) OverdiagnosisJørgensen KJ, Gøtzsche PC. BMJ 2009; 339: 1-8