SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 7
Baixar para ler offline
Universidade Federal de São Carlos
Departamento de Genética e Evolução
Bioquímica I
Relatório 3
Lipídeos: Caracterização
e
Propriedades Gerais
2
1- Introdução:
Os lipídeos são um conjunto biomoléculas, que ao contrário das outras classes não
possui um grupo funcional característico, esse grupo possui diversas estruturas e
funções biológicas. Os lipídeos se encontram na reserva energética de animais e
sementes oleaginosas, na composição estrutural das membranas, como metabólicos e
mensageiros estruturais (ex. hormônios), co – fatores enzimáticos e moléculas de
pigmento.
Os lipídeos de reserva são caracterizados pelas gorduras e óleos, constituídos de ácidos
graxos ( ácidos carboxílicos derivados de hidrocarbonetos) altamente reduzidos e na
forma cis. A característica fundamental dessa classe é a insolubilidade em água.
O ácidos graxos constituintes podem ser: saturado ( não contém ligação dupla nem
tripla, é o constituinte principal das gorduras, geralmente sólidas), monoinsaturado (
apresenta uma ligação dupla, está presente nos óleos, mas também é sintetizado pelo
organismo), poliinsaturados (apresentam duplas ligações, são os óleos essenciais,
presentes nos vegetais). Os ácidos graxos se unem a uma molécula de glicerol de forma
a formar um triglicéride.
Ácido palmítico (16:0) – saturado
Ácido oléico (18:1) – monoinsaturado
Ácido linoléico (18:2) – poliinsaturado
Formação do Triglicerídeo – 3 ácidos graxos + glicerol  TG + 3 H2O (reação de esterificação)
3
Devido a sua imiscibilidade em água, os óleos podem formar emulsões, ou seja, uma
mistura heterogênea dos dois líquidos (água + óleo) onde um dele é a fase dispersa ( se
encontra em pequenos glóbulos dispersos no outro líquido) e a outra a fase contínua. É
termodinamicamente instável, logo precisa de energia para se formar, tendendo à
separação das fases ao longo do tempo, além disso, agentes surfactantes ou
emulsificantes podem ser adicionados, tornando a mistura mais estável e homogênea.
Emulsões - água/óleo e óleo/água
2- Resultados e Discussão:
1 – Solubilidade dos Ácidos Graxos:
O experimento se realizou da seguinte maneira:
Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4
1 mL de água 1 mL de etanol 1 mL de éter 1 mL de clorofórmio
400 μL de óleo de
soja
400 μL de óleo de
soja
400 μL de óleo de
soja
400 μL de óleo de
soja
E podemos observar:
Tubo 1 : houve separação das fases,permanecendo o óleo na fase superior e a água na
fase inferior
Tubo 2 : novamente as fases permaneceram separadas no entanto, o óleo permaneceu na
parte inferior e o álcool na parte superior
Tubo 3 : houve solubilização, no entanto, com o passar do tempo houve uma pequena
separação de fases
Tubo 4: houve total solubilização
Assim, vemos que os ácidos graxos são pouco solúveis em solventes polares com água e
etanol, no entanto, são solúveis em solventes apolares orgânicos, como éter e
clorofórmio, isso por que as cadeias carbônicas dos ácidos graxos são apolares, logo,
4
solubilizam – se em solventes apolares, entretanto, deve-se levar em consideração que o
óleo de soja não contém apenas um tipo de ácido graxo, e que com o aumento da
insaturação a solubilidade tende a aumentar. Além disso,observou – se que em relação
às misturas de água e etanol, o óleo se encontra na fase superior ou inferior devido á
densidade dos solventes:
Densidade água : 1,0 g/cm3
Densidade etanol: 0,789 g/cm3
Densidade óleo de soja: 0,891 g/cm3
2 – Formação de Emulsão:
Foram adicionados a dois tubos de ensaio diferentes 0,2 ml de óleo de soja, sendo que
em um adicionou-se 5mL de água e no outro 5 mL de carbonato de sódio a 2%. Após
agitação dos tubos verificou-se a formação da emulsão.
Foi possível observar uma maior formação de emulsão no tubo em que continha o
carbonato de sódio ao invés da água, isso porque o carbonato de sódio atua como um
bom emulsificante diminuindo a tensão superficial do liquido e aumentando a
estabilidade da emulsão.
3 – Grau de Insaturação em Óleos Vegetais:
Diluiu-se cada um dos óleos em 2 mL de clorofórmio e adicionou-se 3 gotas de solução
de iodo a 1%, foram obtidos os seguintes resultados para cada óleo:
TUBOS COLORAÇÃO OBSERVADA
7 - milho Rosa
8 - canola Rosa claro
9 - girassol Rosa escuro
10 - oliva Laranja
11 - soja Rosa claro
12 - linho Laranja claro
O índice de iodo está relacionado às reações de halogenação que parte de um princípio
de que cada dupla ligação presente em ácidos graxos insaturados pode facilmente reagir
com dois átomos de halogênio (cloro, bromo ou iodo, por exemplo), produzindo
derivados trans-saturados. A importância de determinar o índice de iodo é que através
dele podemos determinar o teor de ácidos graxos insaturados, medir a susceptibilidade à
5
rancidez oxidativa, controlar o processo de hidrogenação e verificar adulterações em
óleos e gorduras.
Pela análise das cores obtidas e baseado na porcentagem dos principais ácidos graxos
insaturados constituintes do óleos, em ordem crescente os óleos mais ricos em ácidos
graxos insaturados são: óleo de girassol que quase não descorou, óleo de milho com
uma pequena alteração de coloração, óleo de oliva, óleo de soja, óleo de canola e por
ultimo o de linho que possui uma maior porcentagem de acido linoléico o qual
apresenta duas insaturações em sua estrutura.
4 – Saponificação:
Foi colocado em um tubo de ensaio grande 1 mL de óleo de soja e 2mL de uma solução
alcoólica de hidróxido de potássio a 10%. A mistura foi aquecida em banho maria por
aproximadamente 8 minutos onde todo líquido evaporou resultando em um precipitado
de cor marrom. Após isso adicionamos 10 ml de água quente redissolvendo o
precipitado, foi observado a formação de bolhas evidenciando a presença de “sabão” e
então deixamos o tubo por mais 3 minutos em banho maria. A equação química que
representa a saponificação segue:
(Princípio do sabão) (glicerol)
6
5 – Separação de Ácidos Graxos a partir do Óleo:
A partir do experimento anterior, adicionou - se um papel de pH na solução e alterou -
se o pH através da adição de HCl concentrado,havendo precipitação do ácido graxo, na
forma de emulsão, que permanece na camada superior do tubo devido a densidade.Após
ocorre fusão da emulsão devido ao aquecimento,havendo formação do ácido graxo e
separação nítida de fases. A reação ocorre da seguinte maneira:
Onde se observa na parte superior (oleosa) a presença dos ácidos graxos e na parte
inferior (aquosa) a presença de água e KCl
6 – Reação de Confirmação: formação de sabões por redissolução dos ácidos graxos:
Ao se adicionar hidróxido de sódio no tubo contendo gotas de ácido graxo obtidos no
experimento anterior, ocorrerá uma reação de saponificação.
Os produtos dessa reação serão o triálcool de glicerina e um sal de ácido graxo. Esse sal
de ácido graxo nada mais é do que o sabão, que é uma molécula bipolar, pois possui
uma longa cadeia carbônica (representada por R) que terá característica apolar e uma
cabeça polar.
A parte apolar da cadeia irá interagir com moléculas apolares, como óleos e gorduras e a
cabeça polar irá interagir com moléculas polares, como a água. A partir dessas
interações teremos a redissolução desse ácido graxo na solução.
Éster de ácido graxo Hidróxido de sódio Glicerol Sal de ácido graxo (sabão)
7
3 – Conclusão:
Com o experimento podemos observar claramente as propriedades gerais e
características dos lipídeos como a formação de sabão, a insolubilidade em água e a
formação de emulsões, características que estão presentes no nosso cotidiano. Além
disso podemos ter uma visão geral , aproximada, através do índice de Iodo, da estrutura
dos ácidos graxos, observando os diferentes graus de insaturação.
4 – Referências Bibliográficas:
Nelson,D.L,Cox,M.M.Lehninger Princípios de Bioquímica.Trad.Arnaldo Antonio
Simões e Wilson Roberto Navega Lodi.4˚ed.São Paulo: Sarvier,2006.capítulos 4 e 5.
http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/li
pideos.htm
http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/lipidios/lipidios.html
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422005000600003&script=sci_arttext
http://www.ufrgs.br/alimentus/laticinios/gelados/gelados_gelado_componentes_explic.htm

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Relatorio de Estagio Supervisionado em Química
Relatorio de Estagio Supervisionado em QuímicaRelatorio de Estagio Supervisionado em Química
Relatorio de Estagio Supervisionado em QuímicaLauryenne Oliveira
 
Padronização de HCl e teor de NaOH
Padronização de HCl e teor de NaOHPadronização de HCl e teor de NaOH
Padronização de HCl e teor de NaOHRodrigo Henrique
 
Relatório de Cromatografia
Relatório de CromatografiaRelatório de Cromatografia
Relatório de CromatografiaMario Monteiro
 
Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.
Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.
Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.Dhion Meyg Fernandes
 
Solubilidade e Miscibilidade
Solubilidade e MiscibilidadeSolubilidade e Miscibilidade
Solubilidade e MiscibilidadeAlex Junior
 
Solubilidade e Miscibilidade - Relatório
Solubilidade e Miscibilidade - RelatórioSolubilidade e Miscibilidade - Relatório
Solubilidade e Miscibilidade - RelatórioGabriela Begalli
 
Determinação da dureza total de água com EDTA
Determinação da dureza total de água com EDTADeterminação da dureza total de água com EDTA
Determinação da dureza total de água com EDTAAdrianne Mendonça
 
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICA
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICARELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICA
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICAEzequias Guimaraes
 
Relatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do Vinagre
Relatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do VinagreRelatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do Vinagre
Relatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do VinagreDhion Meyg Fernandes
 
Titulação ácido base
Titulação ácido baseTitulação ácido base
Titulação ácido baseMarco Bumba
 
5 permuta ionica-tecnologia-quimica
5 permuta ionica-tecnologia-quimica5 permuta ionica-tecnologia-quimica
5 permuta ionica-tecnologia-quimicaFersay
 
Aula 13 balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11
Aula 13   balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11Aula 13   balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11
Aula 13 balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11Nelson Virgilio Carvalho Filho
 
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: PREPARO DE SOLUÇÃO
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: PREPARO DE SOLUÇÃORELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: PREPARO DE SOLUÇÃO
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: PREPARO DE SOLUÇÃOEzequias Guimaraes
 
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: DESTILAÇÃO FRACIONADA E PONTO DE EBULIÇÃO
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: DESTILAÇÃO FRACIONADA E PONTO DE EBULIÇÃORELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: DESTILAÇÃO FRACIONADA E PONTO DE EBULIÇÃO
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: DESTILAÇÃO FRACIONADA E PONTO DE EBULIÇÃOEzequias Guimaraes
 
Slides da aula de Química (Manoel) sobre Soluções
Slides da aula de Química (Manoel) sobre SoluçõesSlides da aula de Química (Manoel) sobre Soluções
Slides da aula de Química (Manoel) sobre SoluçõesTurma Olímpica
 

Mais procurados (20)

Relatorio de Estagio Supervisionado em Química
Relatorio de Estagio Supervisionado em QuímicaRelatorio de Estagio Supervisionado em Química
Relatorio de Estagio Supervisionado em Química
 
Padronização de HCl e teor de NaOH
Padronização de HCl e teor de NaOHPadronização de HCl e teor de NaOH
Padronização de HCl e teor de NaOH
 
Relatório de Cromatografia
Relatório de CromatografiaRelatório de Cromatografia
Relatório de Cromatografia
 
Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.
Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.
Relatório - Volumetria de Complexação: determinação de dureza da água.
 
Solubilidade e Miscibilidade
Solubilidade e MiscibilidadeSolubilidade e Miscibilidade
Solubilidade e Miscibilidade
 
Solubilidade e Miscibilidade - Relatório
Solubilidade e Miscibilidade - RelatórioSolubilidade e Miscibilidade - Relatório
Solubilidade e Miscibilidade - Relatório
 
Biorreatores
BiorreatoresBiorreatores
Biorreatores
 
Determinação da dureza total de água com EDTA
Determinação da dureza total de água com EDTADeterminação da dureza total de água com EDTA
Determinação da dureza total de água com EDTA
 
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICA
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICARELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICA
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: SOLUBILIDADE DOS COMPOSTOS ORGÂNICA
 
Relatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do Vinagre
Relatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do VinagreRelatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do Vinagre
Relatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do Vinagre
 
Titulação ácido base
Titulação ácido baseTitulação ácido base
Titulação ácido base
 
Hidrólise Ácida do Amido
Hidrólise Ácida do AmidoHidrólise Ácida do Amido
Hidrólise Ácida do Amido
 
Relatorio 5
Relatorio 5Relatorio 5
Relatorio 5
 
Extracao acido-base
Extracao acido-baseExtracao acido-base
Extracao acido-base
 
5 permuta ionica-tecnologia-quimica
5 permuta ionica-tecnologia-quimica5 permuta ionica-tecnologia-quimica
5 permuta ionica-tecnologia-quimica
 
Aula 13 balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11
Aula 13   balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11Aula 13   balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11
Aula 13 balanço de massa - prof. nelson (area 1) - 29.04.11
 
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: PREPARO DE SOLUÇÃO
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: PREPARO DE SOLUÇÃORELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: PREPARO DE SOLUÇÃO
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: PREPARO DE SOLUÇÃO
 
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: DESTILAÇÃO FRACIONADA E PONTO DE EBULIÇÃO
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: DESTILAÇÃO FRACIONADA E PONTO DE EBULIÇÃORELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: DESTILAÇÃO FRACIONADA E PONTO DE EBULIÇÃO
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: DESTILAÇÃO FRACIONADA E PONTO DE EBULIÇÃO
 
Slides da aula de Química (Manoel) sobre Soluções
Slides da aula de Química (Manoel) sobre SoluçõesSlides da aula de Química (Manoel) sobre Soluções
Slides da aula de Química (Manoel) sobre Soluções
 
Aula Digital de Química - Ácidos e Bases
Aula Digital de Química - Ácidos e BasesAula Digital de Química - Ácidos e Bases
Aula Digital de Química - Ácidos e Bases
 

Semelhante a Relatório3 bioq.i

Extração de óleo de coco utilizando extrator Soxhlet e determinação dos índi...
 Extração de óleo de coco utilizando extrator Soxhlet e determinação dos índi... Extração de óleo de coco utilizando extrator Soxhlet e determinação dos índi...
Extração de óleo de coco utilizando extrator Soxhlet e determinação dos índi...Daiana Freitas
 
áCidos graxos em óleo
áCidos graxos em óleoáCidos graxos em óleo
áCidos graxos em óleoallisonthome
 
Trabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletrólise
Trabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletróliseTrabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletrólise
Trabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletrólisecmdantasba
 
Recristalização acido benzoico.
Recristalização acido benzoico.Recristalização acido benzoico.
Recristalização acido benzoico.Michele Netseb
 
Quimica SoluçõEs
Quimica SoluçõEsQuimica SoluçõEs
Quimica SoluçõEsThiago
 
Bioquímica_Lipídeos
Bioquímica_LipídeosBioquímica_Lipídeos
Bioquímica_Lipídeoscomiest
 
Aula_Bromato-Lipídios_análise.pdf
Aula_Bromato-Lipídios_análise.pdfAula_Bromato-Lipídios_análise.pdf
Aula_Bromato-Lipídios_análise.pdfDeborahArajo6
 
aula 7. Tec. de oleos e derivados
aula 7. Tec. de oleos e derivadosaula 7. Tec. de oleos e derivados
aula 7. Tec. de oleos e derivadosprimaquim
 
LIPIDIOS.pdf. aula bromaotologia sobre lipideos
LIPIDIOS.pdf. aula bromaotologia sobre lipideosLIPIDIOS.pdf. aula bromaotologia sobre lipideos
LIPIDIOS.pdf. aula bromaotologia sobre lipideosjarlianezootecnista
 
Relatã³rio emulsãµes nutriã§ã£o
Relatã³rio emulsãµes nutriã§ã£oRelatã³rio emulsãµes nutriã§ã£o
Relatã³rio emulsãµes nutriã§ã£oCamila Vida Selski
 

Semelhante a Relatório3 bioq.i (20)

Extração de óleo de coco utilizando extrator Soxhlet e determinação dos índi...
 Extração de óleo de coco utilizando extrator Soxhlet e determinação dos índi... Extração de óleo de coco utilizando extrator Soxhlet e determinação dos índi...
Extração de óleo de coco utilizando extrator Soxhlet e determinação dos índi...
 
áCidos graxos em óleo
áCidos graxos em óleoáCidos graxos em óleo
áCidos graxos em óleo
 
Lipídeos
LipídeosLipídeos
Lipídeos
 
Bioquímica teoria
Bioquímica teoriaBioquímica teoria
Bioquímica teoria
 
Trabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletrólise
Trabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletróliseTrabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletrólise
Trabalho síntese de biodiesel utilizando um método de eletrólise
 
Dequi petroleo
Dequi petroleoDequi petroleo
Dequi petroleo
 
Apresentação lúpulo completa
Apresentação lúpulo completaApresentação lúpulo completa
Apresentação lúpulo completa
 
Lipidios
LipidiosLipidios
Lipidios
 
Exp 11 novo
Exp 11 novoExp 11 novo
Exp 11 novo
 
Recristalização acido benzoico.
Recristalização acido benzoico.Recristalização acido benzoico.
Recristalização acido benzoico.
 
Quimica SoluçõEs
Quimica SoluçõEsQuimica SoluçõEs
Quimica SoluçõEs
 
Bioquímica_Lipídeos
Bioquímica_LipídeosBioquímica_Lipídeos
Bioquímica_Lipídeos
 
Aula_Bromato-Lipídios_análise.pdf
Aula_Bromato-Lipídios_análise.pdfAula_Bromato-Lipídios_análise.pdf
Aula_Bromato-Lipídios_análise.pdf
 
EMULSÕES.pptx
EMULSÕES.pptxEMULSÕES.pptx
EMULSÕES.pptx
 
Lipídeos
LipídeosLipídeos
Lipídeos
 
6667307
66673076667307
6667307
 
aula 7. Tec. de oleos e derivados
aula 7. Tec. de oleos e derivadosaula 7. Tec. de oleos e derivados
aula 7. Tec. de oleos e derivados
 
LIPIDIOS.pdf. aula bromaotologia sobre lipideos
LIPIDIOS.pdf. aula bromaotologia sobre lipideosLIPIDIOS.pdf. aula bromaotologia sobre lipideos
LIPIDIOS.pdf. aula bromaotologia sobre lipideos
 
Pratica 6
Pratica 6Pratica 6
Pratica 6
 
Relatã³rio emulsãµes nutriã§ã£o
Relatã³rio emulsãµes nutriã§ã£oRelatã³rio emulsãµes nutriã§ã£o
Relatã³rio emulsãµes nutriã§ã£o
 

Relatório3 bioq.i

  • 1. Universidade Federal de São Carlos Departamento de Genética e Evolução Bioquímica I Relatório 3 Lipídeos: Caracterização e Propriedades Gerais
  • 2. 2 1- Introdução: Os lipídeos são um conjunto biomoléculas, que ao contrário das outras classes não possui um grupo funcional característico, esse grupo possui diversas estruturas e funções biológicas. Os lipídeos se encontram na reserva energética de animais e sementes oleaginosas, na composição estrutural das membranas, como metabólicos e mensageiros estruturais (ex. hormônios), co – fatores enzimáticos e moléculas de pigmento. Os lipídeos de reserva são caracterizados pelas gorduras e óleos, constituídos de ácidos graxos ( ácidos carboxílicos derivados de hidrocarbonetos) altamente reduzidos e na forma cis. A característica fundamental dessa classe é a insolubilidade em água. O ácidos graxos constituintes podem ser: saturado ( não contém ligação dupla nem tripla, é o constituinte principal das gorduras, geralmente sólidas), monoinsaturado ( apresenta uma ligação dupla, está presente nos óleos, mas também é sintetizado pelo organismo), poliinsaturados (apresentam duplas ligações, são os óleos essenciais, presentes nos vegetais). Os ácidos graxos se unem a uma molécula de glicerol de forma a formar um triglicéride. Ácido palmítico (16:0) – saturado Ácido oléico (18:1) – monoinsaturado Ácido linoléico (18:2) – poliinsaturado Formação do Triglicerídeo – 3 ácidos graxos + glicerol  TG + 3 H2O (reação de esterificação)
  • 3. 3 Devido a sua imiscibilidade em água, os óleos podem formar emulsões, ou seja, uma mistura heterogênea dos dois líquidos (água + óleo) onde um dele é a fase dispersa ( se encontra em pequenos glóbulos dispersos no outro líquido) e a outra a fase contínua. É termodinamicamente instável, logo precisa de energia para se formar, tendendo à separação das fases ao longo do tempo, além disso, agentes surfactantes ou emulsificantes podem ser adicionados, tornando a mistura mais estável e homogênea. Emulsões - água/óleo e óleo/água 2- Resultados e Discussão: 1 – Solubilidade dos Ácidos Graxos: O experimento se realizou da seguinte maneira: Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 1 mL de água 1 mL de etanol 1 mL de éter 1 mL de clorofórmio 400 μL de óleo de soja 400 μL de óleo de soja 400 μL de óleo de soja 400 μL de óleo de soja E podemos observar: Tubo 1 : houve separação das fases,permanecendo o óleo na fase superior e a água na fase inferior Tubo 2 : novamente as fases permaneceram separadas no entanto, o óleo permaneceu na parte inferior e o álcool na parte superior Tubo 3 : houve solubilização, no entanto, com o passar do tempo houve uma pequena separação de fases Tubo 4: houve total solubilização Assim, vemos que os ácidos graxos são pouco solúveis em solventes polares com água e etanol, no entanto, são solúveis em solventes apolares orgânicos, como éter e clorofórmio, isso por que as cadeias carbônicas dos ácidos graxos são apolares, logo,
  • 4. 4 solubilizam – se em solventes apolares, entretanto, deve-se levar em consideração que o óleo de soja não contém apenas um tipo de ácido graxo, e que com o aumento da insaturação a solubilidade tende a aumentar. Além disso,observou – se que em relação às misturas de água e etanol, o óleo se encontra na fase superior ou inferior devido á densidade dos solventes: Densidade água : 1,0 g/cm3 Densidade etanol: 0,789 g/cm3 Densidade óleo de soja: 0,891 g/cm3 2 – Formação de Emulsão: Foram adicionados a dois tubos de ensaio diferentes 0,2 ml de óleo de soja, sendo que em um adicionou-se 5mL de água e no outro 5 mL de carbonato de sódio a 2%. Após agitação dos tubos verificou-se a formação da emulsão. Foi possível observar uma maior formação de emulsão no tubo em que continha o carbonato de sódio ao invés da água, isso porque o carbonato de sódio atua como um bom emulsificante diminuindo a tensão superficial do liquido e aumentando a estabilidade da emulsão. 3 – Grau de Insaturação em Óleos Vegetais: Diluiu-se cada um dos óleos em 2 mL de clorofórmio e adicionou-se 3 gotas de solução de iodo a 1%, foram obtidos os seguintes resultados para cada óleo: TUBOS COLORAÇÃO OBSERVADA 7 - milho Rosa 8 - canola Rosa claro 9 - girassol Rosa escuro 10 - oliva Laranja 11 - soja Rosa claro 12 - linho Laranja claro O índice de iodo está relacionado às reações de halogenação que parte de um princípio de que cada dupla ligação presente em ácidos graxos insaturados pode facilmente reagir com dois átomos de halogênio (cloro, bromo ou iodo, por exemplo), produzindo derivados trans-saturados. A importância de determinar o índice de iodo é que através dele podemos determinar o teor de ácidos graxos insaturados, medir a susceptibilidade à
  • 5. 5 rancidez oxidativa, controlar o processo de hidrogenação e verificar adulterações em óleos e gorduras. Pela análise das cores obtidas e baseado na porcentagem dos principais ácidos graxos insaturados constituintes do óleos, em ordem crescente os óleos mais ricos em ácidos graxos insaturados são: óleo de girassol que quase não descorou, óleo de milho com uma pequena alteração de coloração, óleo de oliva, óleo de soja, óleo de canola e por ultimo o de linho que possui uma maior porcentagem de acido linoléico o qual apresenta duas insaturações em sua estrutura. 4 – Saponificação: Foi colocado em um tubo de ensaio grande 1 mL de óleo de soja e 2mL de uma solução alcoólica de hidróxido de potássio a 10%. A mistura foi aquecida em banho maria por aproximadamente 8 minutos onde todo líquido evaporou resultando em um precipitado de cor marrom. Após isso adicionamos 10 ml de água quente redissolvendo o precipitado, foi observado a formação de bolhas evidenciando a presença de “sabão” e então deixamos o tubo por mais 3 minutos em banho maria. A equação química que representa a saponificação segue: (Princípio do sabão) (glicerol)
  • 6. 6 5 – Separação de Ácidos Graxos a partir do Óleo: A partir do experimento anterior, adicionou - se um papel de pH na solução e alterou - se o pH através da adição de HCl concentrado,havendo precipitação do ácido graxo, na forma de emulsão, que permanece na camada superior do tubo devido a densidade.Após ocorre fusão da emulsão devido ao aquecimento,havendo formação do ácido graxo e separação nítida de fases. A reação ocorre da seguinte maneira: Onde se observa na parte superior (oleosa) a presença dos ácidos graxos e na parte inferior (aquosa) a presença de água e KCl 6 – Reação de Confirmação: formação de sabões por redissolução dos ácidos graxos: Ao se adicionar hidróxido de sódio no tubo contendo gotas de ácido graxo obtidos no experimento anterior, ocorrerá uma reação de saponificação. Os produtos dessa reação serão o triálcool de glicerina e um sal de ácido graxo. Esse sal de ácido graxo nada mais é do que o sabão, que é uma molécula bipolar, pois possui uma longa cadeia carbônica (representada por R) que terá característica apolar e uma cabeça polar. A parte apolar da cadeia irá interagir com moléculas apolares, como óleos e gorduras e a cabeça polar irá interagir com moléculas polares, como a água. A partir dessas interações teremos a redissolução desse ácido graxo na solução. Éster de ácido graxo Hidróxido de sódio Glicerol Sal de ácido graxo (sabão)
  • 7. 7 3 – Conclusão: Com o experimento podemos observar claramente as propriedades gerais e características dos lipídeos como a formação de sabão, a insolubilidade em água e a formação de emulsões, características que estão presentes no nosso cotidiano. Além disso podemos ter uma visão geral , aproximada, através do índice de Iodo, da estrutura dos ácidos graxos, observando os diferentes graus de insaturação. 4 – Referências Bibliográficas: Nelson,D.L,Cox,M.M.Lehninger Princípios de Bioquímica.Trad.Arnaldo Antonio Simões e Wilson Roberto Navega Lodi.4˚ed.São Paulo: Sarvier,2006.capítulos 4 e 5. http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/li pideos.htm http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/lipidios/lipidios.html http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422005000600003&script=sci_arttext http://www.ufrgs.br/alimentus/laticinios/gelados/gelados_gelado_componentes_explic.htm