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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM SAÚDE E MEIO AMBIENTE
Disciplina: Metodologia de Pesquisa
Profª. Drª. Nelma Baldin

Alceu Fillmann
Antônio Bedin
Antônio Fernando Navarro
Carmen Heyder
Corina Charlotte Keller

RACIONALISMO E EMPIRISMO
Introdução
O século XVII representa uma virada no pensamento humano e na forma de tratar
do conhecimento. Com o declínio do poder absoluto da Igreja de ditar a verdade, a questão
do conhecimento passa a ser dessacralizada e encarada a partir do sujeito. Como não existe
mais uma garantia exterior da validade do conhecimento (a partir do divino), é necessário
procurar um fundamento para o conhecimento científico. Na procura por um fundamento
inabalável para o conhecimento, surge a questão do método, surgiram duas correntes: o
racionalismo e o empirismo.

Racionalismo
Corrente encabeçada por Descartes (Cartesius), considerado o pai da filosofia
moderna. Na busca de um fundamento, Descartes procurou por alguma coisa que não
poderia ser posta em dúvida. Ao colocar tudo em dúvida (as informações dos sentidos, as
sensações e a própria existência do corpo), chegou a um ponto acerca do qual não podia ter
dúvidas, a saber, o fato que ele duvidava. Ao duvidar, ficava evidente que ele era um ser
pensante, logo, existia (penso, logo existo). Eis aí o fundamento, o ponto de partida para
todo o seu pensamento.
O eu cartesiano é puro pensamento, res cogitans, em contraposição ao mundo
material, res extensa. As idéias oriundas da própria estrutura do pensamento são
consideradas inatas e verdadeiras, resultantes exclusivamente da capacidade de pensar. Em
oposição encontram-se as coisas finitas.
O cartesianismo traz a valorização do pensamento, do intelecto, caráter universal e
absoluto da razão, acima da experiência sensível, material. Surge daí o dualismo mentecorpo (psicofísico), segundo o qual o homem é um ser duplo, constituído de uma substância
pensante e uma substância extensa, com predomínio da primeira sobre a segunda. Assim se
estabelecem dois domínios irreconciliáveis: o corpo, objeto de estudo da ciência, e a mente,
objeto apenas da reflexão psicológica.

Empirismo
Enquanto no Continente Europeu florescia o racionalismo, na Inglaterra ocorria a
valorização do papel da experiência sensível no processo do conhecimento. Para o filósofo
Francis Bacon, “saber é poder”: o conhecimento não um saber desinteressado, mas é
instrumental.
Para John Locke, o sujeito do conhecimento, através da análise, desata as idéias
simples para produzir idéias complexas.
O terceiro principal expoente do empirismo inglês foi David Hume: para Hume, o
mecanismo íntimo da realidade não é compreensível, sendo que temos acesso somente aos
fenômenos observáveis. Ele nega a validade do conceito universal de causalidade. É
possível apenas afirmar que um evento sucede o outro: a relação de causa e efeito não faz
parte do objeto em si, sendo própria da estrutura do pensamento.

Joinville, abril de 2003

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  • 1. UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM SAÚDE E MEIO AMBIENTE Disciplina: Metodologia de Pesquisa Profª. Drª. Nelma Baldin Alceu Fillmann Antônio Bedin Antônio Fernando Navarro Carmen Heyder Corina Charlotte Keller RACIONALISMO E EMPIRISMO Introdução O século XVII representa uma virada no pensamento humano e na forma de tratar do conhecimento. Com o declínio do poder absoluto da Igreja de ditar a verdade, a questão do conhecimento passa a ser dessacralizada e encarada a partir do sujeito. Como não existe mais uma garantia exterior da validade do conhecimento (a partir do divino), é necessário procurar um fundamento para o conhecimento científico. Na procura por um fundamento inabalável para o conhecimento, surge a questão do método, surgiram duas correntes: o racionalismo e o empirismo. Racionalismo Corrente encabeçada por Descartes (Cartesius), considerado o pai da filosofia moderna. Na busca de um fundamento, Descartes procurou por alguma coisa que não poderia ser posta em dúvida. Ao colocar tudo em dúvida (as informações dos sentidos, as sensações e a própria existência do corpo), chegou a um ponto acerca do qual não podia ter dúvidas, a saber, o fato que ele duvidava. Ao duvidar, ficava evidente que ele era um ser pensante, logo, existia (penso, logo existo). Eis aí o fundamento, o ponto de partida para todo o seu pensamento. O eu cartesiano é puro pensamento, res cogitans, em contraposição ao mundo material, res extensa. As idéias oriundas da própria estrutura do pensamento são consideradas inatas e verdadeiras, resultantes exclusivamente da capacidade de pensar. Em oposição encontram-se as coisas finitas. O cartesianismo traz a valorização do pensamento, do intelecto, caráter universal e absoluto da razão, acima da experiência sensível, material. Surge daí o dualismo mentecorpo (psicofísico), segundo o qual o homem é um ser duplo, constituído de uma substância
  • 2. pensante e uma substância extensa, com predomínio da primeira sobre a segunda. Assim se estabelecem dois domínios irreconciliáveis: o corpo, objeto de estudo da ciência, e a mente, objeto apenas da reflexão psicológica. Empirismo Enquanto no Continente Europeu florescia o racionalismo, na Inglaterra ocorria a valorização do papel da experiência sensível no processo do conhecimento. Para o filósofo Francis Bacon, “saber é poder”: o conhecimento não um saber desinteressado, mas é instrumental. Para John Locke, o sujeito do conhecimento, através da análise, desata as idéias simples para produzir idéias complexas. O terceiro principal expoente do empirismo inglês foi David Hume: para Hume, o mecanismo íntimo da realidade não é compreensível, sendo que temos acesso somente aos fenômenos observáveis. Ele nega a validade do conceito universal de causalidade. É possível apenas afirmar que um evento sucede o outro: a relação de causa e efeito não faz parte do objeto em si, sendo própria da estrutura do pensamento. Joinville, abril de 2003