O documento apresenta uma introdução sobre o narcisismo na era digital e como o humor gráfico foi usado historicamente para criticar costumes. O texto é dividido em dois capítulos, sendo o primeiro sobre a evolução histórica do humor gráfico desde a Idade Média até os dias atuais, destacando como surgiu a charge no século 19 na França revolucionária.
1) O artigo analisa o livro "Essai sur l'inégalité des races humaines" de Arthur de Gobineau, publicado em 1853-1855.
2) Gobineau desenvolveu uma visão pessimista da história e da decadência das raças, influenciado pelo pensamento germanista do século XVIII.
3) Seu livro teve pouca repercussão inicial, mas ganhou proeminência no fim do século XIX como uma das bases teóricas do pensamento racialista.
O documento discute o surgimento e conceitos-chave do pós-modernismo, como a perda da historicidade e do fim das "grandes narrativas". Apresenta visões de autores como Jameson, Anderson, Vattino e Rouanet sobre o pós-modernismo e analisa a recepção ambivalente da esquerda tradicional a esse movimento.
O romance As Naus, de Antonio Lobo Antunes, promove um diálogo entre o passado glorioso dos descobrimentos portugueses no século XVI e o período contemporâneo da descolonização em Angola no século XX, mesclando personagens históricas como Camões e Vasco da Gama com colonos portugueses retornando de Angola de forma desiludida. A obra critica a visão idealizada do passado épico português por meio dessa contaminação entre épocas distintas.
O documento discute a literatura contemporânea e como as mudanças tecnológicas influenciaram as artes desde a metade do século XX. A literatura contemporânea mistura tendências modernistas e é influenciada pela tecnologia de massa. Também há uma mistura de estilos na ficção portuguesa atual.
Este documento resume a peça de teatro "Felizmente Há Luar!" de 1961 escrita por Luís de Sttau Monteiro. A peça critica o regime ditatorial de Salazar através de uma alegoria sobre uma revolta liberal frustrada em 1817. A obra denuncia o poder opressor representado por figuras como o General Beresford e reflete o drama de um povo sob repressão e censura.
1) A peça dramática "Felizmente Há Luar!" de Luís Sttau Monteiro retrata a revolta liberal frustrada de 1817 em Portugal e a prisão e execução de Gomes Freire. 2) A peça usa a técnica do "teatro épico" de Brecht para promover uma análise crítica da sociedade e encorajar os espectadores a tomarem uma posição. 3) A peça explora temas como a tirania, opressão, injustiça e necessidade de uma sociedade mais solidária.
O documento descreve o livro "Felizmente há Luar" de Luís de Sttau Monteiro. O livro critica o regime ditatorial de Salazar em Portugal nos anos 1960 através de alegorias históricas. Recria eventos de 1817 para falar sobre a repressão política, censura, medo e miséria vividos pelo povo português na época.
1) O documento analisa a peça teatral "Felizmente há luar!" de Luís de Sttau Monteiro, escrita em 1961 sob a ditadura de Salazar.
2) A peça se passa em 1817 e retrata a prisão e condenação do general Gomes Freire de Andrade como símbolo da luta pela liberdade.
3) Há paralelos entre a ditadura de Salazar em 1961 e o período pós-invasões francesas retratado na peça.
1) O artigo analisa o livro "Essai sur l'inégalité des races humaines" de Arthur de Gobineau, publicado em 1853-1855.
2) Gobineau desenvolveu uma visão pessimista da história e da decadência das raças, influenciado pelo pensamento germanista do século XVIII.
3) Seu livro teve pouca repercussão inicial, mas ganhou proeminência no fim do século XIX como uma das bases teóricas do pensamento racialista.
O documento discute o surgimento e conceitos-chave do pós-modernismo, como a perda da historicidade e do fim das "grandes narrativas". Apresenta visões de autores como Jameson, Anderson, Vattino e Rouanet sobre o pós-modernismo e analisa a recepção ambivalente da esquerda tradicional a esse movimento.
O romance As Naus, de Antonio Lobo Antunes, promove um diálogo entre o passado glorioso dos descobrimentos portugueses no século XVI e o período contemporâneo da descolonização em Angola no século XX, mesclando personagens históricas como Camões e Vasco da Gama com colonos portugueses retornando de Angola de forma desiludida. A obra critica a visão idealizada do passado épico português por meio dessa contaminação entre épocas distintas.
O documento discute a literatura contemporânea e como as mudanças tecnológicas influenciaram as artes desde a metade do século XX. A literatura contemporânea mistura tendências modernistas e é influenciada pela tecnologia de massa. Também há uma mistura de estilos na ficção portuguesa atual.
Este documento resume a peça de teatro "Felizmente Há Luar!" de 1961 escrita por Luís de Sttau Monteiro. A peça critica o regime ditatorial de Salazar através de uma alegoria sobre uma revolta liberal frustrada em 1817. A obra denuncia o poder opressor representado por figuras como o General Beresford e reflete o drama de um povo sob repressão e censura.
1) A peça dramática "Felizmente Há Luar!" de Luís Sttau Monteiro retrata a revolta liberal frustrada de 1817 em Portugal e a prisão e execução de Gomes Freire. 2) A peça usa a técnica do "teatro épico" de Brecht para promover uma análise crítica da sociedade e encorajar os espectadores a tomarem uma posição. 3) A peça explora temas como a tirania, opressão, injustiça e necessidade de uma sociedade mais solidária.
O documento descreve o livro "Felizmente há Luar" de Luís de Sttau Monteiro. O livro critica o regime ditatorial de Salazar em Portugal nos anos 1960 através de alegorias históricas. Recria eventos de 1817 para falar sobre a repressão política, censura, medo e miséria vividos pelo povo português na época.
1) O documento analisa a peça teatral "Felizmente há luar!" de Luís de Sttau Monteiro, escrita em 1961 sob a ditadura de Salazar.
2) A peça se passa em 1817 e retrata a prisão e condenação do general Gomes Freire de Andrade como símbolo da luta pela liberdade.
3) Há paralelos entre a ditadura de Salazar em 1961 e o período pós-invasões francesas retratado na peça.
O documento descreve as características principais de um texto dramático, incluindo suas funções, estrutura, elementos e interações entre personagens. Discute também a peça teatral "Felizmente Há Luar!" de José Régio, comparando a sociedade e crise política retratada na obra com a época em que foi escrita na década de 1960.
Este documento discute o uso da zombaria como uma arma antifeminista para ridicularizar e diminuir as mulheres que lutavam por direitos e desafiavam os papéis de gênero tradicionais. Ele explora exemplos históricos de como a zombaria foi usada contra feministas, desde a Grécia Antiga até o período da contracultura de 1960-1980 no Brasil, quando publicações como O Pasquim ridicularizaram militantes feministas.
1) A peça Felizmente Há Luar! é um drama social que critica a sociedade portuguesa do século XIX sob o regime ditatorial de Salazar.
2) A obra usa alegorias do passado para falar do presente e defender a luta contra a tirania e a opressão.
3) A frase "Felizmente Há Luar!" é dita por personagens antagônicas e tem sentidos opostos: para o poder representa punição, para a resistência representa esperança de liberdade.
Este documento discute o papel da mídia durante uma calamidade no Vale do Itajaí em novembro. Analisa como a cobertura da mídia impressa, televisiva e online evoluiu ao longo do evento, passando de um enfoque inicial no espetáculo da tragédia para uma abordagem mais técnica e informativa. Também examina as ações dos produtores de informação do governo municipal e estadual para coordenar a divulgação de informações durante a emergência.
A peça "Felizmente há luar!" retrata a conspiração liderada por Gomes Freire de Andrade contra a presença inglesa em Portugal no início do século XIX. A peça usa o teatro épico para colocar em destaque a opressão sofrida pelo povo e a esperança depositada em Gomes Freire. No entanto, ele é preso e executado, simbolizando o sacrifício necessário para que o movimento liberal se concretize anos depois e trazendo coragem ao povo para continuar lutando.
A representação da metrópole pós colonial n"Os versos satânicos" de Salman Ru...Erimar Cruz
1. O documento analisa a representação da metrópole pós-colonial em "Os Versos Satânicos" de Salman Rushdie, focando na construção discursiva do espaço na narrativa.
2. A pesquisa propõe uma abordagem interdisciplinar combinando análise literária com conceitos de estudos culturais, pós-coloniais e geografia simbólica para entender como o discurso colonial e pós-colonial articulam diferentes perspectivas sobre espaço na obra.
3. O estudo pretende ampliar pesquisas
As obras Memorial do Convento e Felizmente há Luar! ambas criticam o poder absoluto e a opressão do povo. Memorial do Convento descreve a construção do Convento de Mafra e critica a Igreja e o rei D. João V. Felizmente há Luar! retrata a tentativa frustrada de uma revolta liberal em 1817 e critica o governo autoritário de Salazar. Ambas apresentam personagens do povo e da nobreza, e abordam temas como amor, liberdade e justiça.
Gomes Freire de Andrade é perseguido politicamente e preso pelo regime autoritário português do século XIX. Ele é condenado à morte, levando Matilde e Sousa Falcão a se revoltarem contra a tirania. Apesar da resignação do povo, Matilde acredita que a luz da liberdade, representada pelo luar, acabará por vencer a escuridão da opressão.
O documento discute a literatura latino-americana como fonte histórica, analisando obras e biografias de escritores como Pablo Neruda, Júlio Cortázar, Gabriel García Márquez e Isabel Allende. Apresenta como esses autores representaram em suas obras as realidades socioculturais e políticas da América Latina, especialmente no período entre 1960-1990, marcado por revoluções e debates sobre socialismo na região.
O documento discute os períodos do Humanismo e Classicismo na literatura. O Humanismo coloca o ser humano no centro e valoriza a cultura clássica greco-romana. Em Portugal, autores importantes foram Fernão Lopes na prosa historiográfica e Gil Vicente no teatro. O Classicismo se desenvolve durante o Renascimento e também recupera temas e formas clássicas, com destaque para a poesia épica e lírica em Portugal, com Sá de Miranda e Luís de Camões.
Este ensaio discute a representação do Outro na literatura contemporânea brasileira e levanta a hipótese de que ela tem se deslocado do paradigma da representação para o da performance, construída sobre um frágil equilíbrio entre crítica e reiteração de estereótipos. A obra A hora da estrela, de Clarice Lispector, problematiza essa questão ao teatralizar os impasses da representação literária dos excluídos.
A Revolução Francesa extingue privilégios da nobreza e do clero e derruba barreiras de classe. Ideais de autonomia e nacionalismo fazem o Brasil caminhar rumo à independência. A liberdade de expressão ganha vida com o surgimento de um público leitor diversificado.
Felizmente Há Luar! é um drama que retrata a sociedade portuguesa do século XIX sob o absolutismo e a ditadura do século XX sob Salazar. A peça apresenta uma dualidade, refletindo dois períodos opressivos, e usa símbolos para representar a esperança de liberdade. Conta a história do General Gomes Freire, condenado e executado por sua luta contra a opressão, cuja morte incentiva a revolta contra a tirania.
O documento resume a peça "Felizmente Há Luar!", de Luís de Sttau Monteiro. A peça se passa no século XIX durante a revolução francesa e usa essa história para criticar a ditadura de Salazar no século XX. A peça usa técnicas de teatro épico para fazer o público refletir em vez de sentir emoções. Ela contrasta personagens que representam o povo oprimido com governantes corruptos para denunciar injustiças tanto no passado quanto no presente.
O documento discute a relação entre sociedade e cultura. Afirma que historicamente houve um antagonismo entre as duas, com os artistas se rebelando contra a sociedade. Também diz que mais recentemente a sociedade passou a se apropriar da cultura para fins de status social, o que levou a arte moderna a se rebelar contra a "cultura" também.
O documento discute o artigo de 1949 de Fernando Lopes-Graça na revista Vértice sobre o valor estético, pedagógico e patriótico da canção popular portuguesa. Lopes-Graça criticou a falta de conhecimento das classes intelectuais sobre o povo e suas manifestações culturais. Ele também apresentou duas canções populares portuguesas com harmonizações simples para aproximar a arte do público, em linha com os ideais neo-realistas.
Felizmente há luar! o paralelismo histórico (1)José Galvão
O documento descreve paralelismos históricos entre o regime absolutista português no início do século XIX e a ditadura fascista de Salazar no século XX, ambos marcados por repressão política e perseguição de opositores como Gomes Freire de Andrade e Humberto Delgado. A peça teatral retrata a prisão e execução de Gomes Freire como forma de crítica aos dois regimes autoritários.
A peça Felizmente há luar! retrata a prisão e condenação à morte do general Gomes Freire de Andrade pela Junta Governativa portuguesa em 1817, sob a repressão do regime absolutista. A peça utiliza diversos recursos estilísticos e simbologias para denunciar a opressão do povo e a luta pela liberdade no contexto tanto do século XIX como do Estado Novo português no século XX.
O documento descreve o contexto histórico e literário pré-modernista no Brasil, marcado por conflitos políticos, sociais e culturais. A sociedade brasileira da época estava dividida entre forças conservadoras, representando o passado, e novas forças sociais emergentes, representando a necessidade de mudança. Obra de Euclides da Cunha, Os Sertões retrata de forma dramática o conflito de Canudos e questiona as visões deterministas e preconceituosas da época sobre o Nordeste e
O documento descreve o contexto histórico e literário pré-modernista no Brasil, marcado por conflitos políticos, sociais e culturais. A sociedade brasileira da época estava dividida entre forças conservadoras, representando o passado, e novas forças sociais emergentes, representando a necessidade de mudança. Obra de Euclides da Cunha, Os Sertões retrata de forma dramática o conflito de Canudos e questiona as visões deterministas e raciais da época, mostrando que se tratou de um
O documento descreve como as crônicas de João do Rio (1881-1921) retrataram as transformações sociais na cidade do Rio de Janeiro durante a Primeira República brasileira. João do Rio usou suas crônicas para descrever como a elite adotou um estilo de vida européia enquanto a camada popular vivia em condições precárias, relatando aspectos do cotidiano dos pobres e criticando o descaso com a miséria. Suas crônicas humanizaram as ruas e destacaram a importância da cultura e religi
O documento descreve as características principais de um texto dramático, incluindo suas funções, estrutura, elementos e interações entre personagens. Discute também a peça teatral "Felizmente Há Luar!" de José Régio, comparando a sociedade e crise política retratada na obra com a época em que foi escrita na década de 1960.
Este documento discute o uso da zombaria como uma arma antifeminista para ridicularizar e diminuir as mulheres que lutavam por direitos e desafiavam os papéis de gênero tradicionais. Ele explora exemplos históricos de como a zombaria foi usada contra feministas, desde a Grécia Antiga até o período da contracultura de 1960-1980 no Brasil, quando publicações como O Pasquim ridicularizaram militantes feministas.
1) A peça Felizmente Há Luar! é um drama social que critica a sociedade portuguesa do século XIX sob o regime ditatorial de Salazar.
2) A obra usa alegorias do passado para falar do presente e defender a luta contra a tirania e a opressão.
3) A frase "Felizmente Há Luar!" é dita por personagens antagônicas e tem sentidos opostos: para o poder representa punição, para a resistência representa esperança de liberdade.
Este documento discute o papel da mídia durante uma calamidade no Vale do Itajaí em novembro. Analisa como a cobertura da mídia impressa, televisiva e online evoluiu ao longo do evento, passando de um enfoque inicial no espetáculo da tragédia para uma abordagem mais técnica e informativa. Também examina as ações dos produtores de informação do governo municipal e estadual para coordenar a divulgação de informações durante a emergência.
A peça "Felizmente há luar!" retrata a conspiração liderada por Gomes Freire de Andrade contra a presença inglesa em Portugal no início do século XIX. A peça usa o teatro épico para colocar em destaque a opressão sofrida pelo povo e a esperança depositada em Gomes Freire. No entanto, ele é preso e executado, simbolizando o sacrifício necessário para que o movimento liberal se concretize anos depois e trazendo coragem ao povo para continuar lutando.
A representação da metrópole pós colonial n"Os versos satânicos" de Salman Ru...Erimar Cruz
1. O documento analisa a representação da metrópole pós-colonial em "Os Versos Satânicos" de Salman Rushdie, focando na construção discursiva do espaço na narrativa.
2. A pesquisa propõe uma abordagem interdisciplinar combinando análise literária com conceitos de estudos culturais, pós-coloniais e geografia simbólica para entender como o discurso colonial e pós-colonial articulam diferentes perspectivas sobre espaço na obra.
3. O estudo pretende ampliar pesquisas
As obras Memorial do Convento e Felizmente há Luar! ambas criticam o poder absoluto e a opressão do povo. Memorial do Convento descreve a construção do Convento de Mafra e critica a Igreja e o rei D. João V. Felizmente há Luar! retrata a tentativa frustrada de uma revolta liberal em 1817 e critica o governo autoritário de Salazar. Ambas apresentam personagens do povo e da nobreza, e abordam temas como amor, liberdade e justiça.
Gomes Freire de Andrade é perseguido politicamente e preso pelo regime autoritário português do século XIX. Ele é condenado à morte, levando Matilde e Sousa Falcão a se revoltarem contra a tirania. Apesar da resignação do povo, Matilde acredita que a luz da liberdade, representada pelo luar, acabará por vencer a escuridão da opressão.
O documento discute a literatura latino-americana como fonte histórica, analisando obras e biografias de escritores como Pablo Neruda, Júlio Cortázar, Gabriel García Márquez e Isabel Allende. Apresenta como esses autores representaram em suas obras as realidades socioculturais e políticas da América Latina, especialmente no período entre 1960-1990, marcado por revoluções e debates sobre socialismo na região.
O documento discute os períodos do Humanismo e Classicismo na literatura. O Humanismo coloca o ser humano no centro e valoriza a cultura clássica greco-romana. Em Portugal, autores importantes foram Fernão Lopes na prosa historiográfica e Gil Vicente no teatro. O Classicismo se desenvolve durante o Renascimento e também recupera temas e formas clássicas, com destaque para a poesia épica e lírica em Portugal, com Sá de Miranda e Luís de Camões.
Este ensaio discute a representação do Outro na literatura contemporânea brasileira e levanta a hipótese de que ela tem se deslocado do paradigma da representação para o da performance, construída sobre um frágil equilíbrio entre crítica e reiteração de estereótipos. A obra A hora da estrela, de Clarice Lispector, problematiza essa questão ao teatralizar os impasses da representação literária dos excluídos.
A Revolução Francesa extingue privilégios da nobreza e do clero e derruba barreiras de classe. Ideais de autonomia e nacionalismo fazem o Brasil caminhar rumo à independência. A liberdade de expressão ganha vida com o surgimento de um público leitor diversificado.
Felizmente Há Luar! é um drama que retrata a sociedade portuguesa do século XIX sob o absolutismo e a ditadura do século XX sob Salazar. A peça apresenta uma dualidade, refletindo dois períodos opressivos, e usa símbolos para representar a esperança de liberdade. Conta a história do General Gomes Freire, condenado e executado por sua luta contra a opressão, cuja morte incentiva a revolta contra a tirania.
O documento resume a peça "Felizmente Há Luar!", de Luís de Sttau Monteiro. A peça se passa no século XIX durante a revolução francesa e usa essa história para criticar a ditadura de Salazar no século XX. A peça usa técnicas de teatro épico para fazer o público refletir em vez de sentir emoções. Ela contrasta personagens que representam o povo oprimido com governantes corruptos para denunciar injustiças tanto no passado quanto no presente.
O documento discute a relação entre sociedade e cultura. Afirma que historicamente houve um antagonismo entre as duas, com os artistas se rebelando contra a sociedade. Também diz que mais recentemente a sociedade passou a se apropriar da cultura para fins de status social, o que levou a arte moderna a se rebelar contra a "cultura" também.
O documento discute o artigo de 1949 de Fernando Lopes-Graça na revista Vértice sobre o valor estético, pedagógico e patriótico da canção popular portuguesa. Lopes-Graça criticou a falta de conhecimento das classes intelectuais sobre o povo e suas manifestações culturais. Ele também apresentou duas canções populares portuguesas com harmonizações simples para aproximar a arte do público, em linha com os ideais neo-realistas.
Felizmente há luar! o paralelismo histórico (1)José Galvão
O documento descreve paralelismos históricos entre o regime absolutista português no início do século XIX e a ditadura fascista de Salazar no século XX, ambos marcados por repressão política e perseguição de opositores como Gomes Freire de Andrade e Humberto Delgado. A peça teatral retrata a prisão e execução de Gomes Freire como forma de crítica aos dois regimes autoritários.
A peça Felizmente há luar! retrata a prisão e condenação à morte do general Gomes Freire de Andrade pela Junta Governativa portuguesa em 1817, sob a repressão do regime absolutista. A peça utiliza diversos recursos estilísticos e simbologias para denunciar a opressão do povo e a luta pela liberdade no contexto tanto do século XIX como do Estado Novo português no século XX.
O documento descreve o contexto histórico e literário pré-modernista no Brasil, marcado por conflitos políticos, sociais e culturais. A sociedade brasileira da época estava dividida entre forças conservadoras, representando o passado, e novas forças sociais emergentes, representando a necessidade de mudança. Obra de Euclides da Cunha, Os Sertões retrata de forma dramática o conflito de Canudos e questiona as visões deterministas e preconceituosas da época sobre o Nordeste e
O documento descreve o contexto histórico e literário pré-modernista no Brasil, marcado por conflitos políticos, sociais e culturais. A sociedade brasileira da época estava dividida entre forças conservadoras, representando o passado, e novas forças sociais emergentes, representando a necessidade de mudança. Obra de Euclides da Cunha, Os Sertões retrata de forma dramática o conflito de Canudos e questiona as visões deterministas e raciais da época, mostrando que se tratou de um
O documento descreve como as crônicas de João do Rio (1881-1921) retrataram as transformações sociais na cidade do Rio de Janeiro durante a Primeira República brasileira. João do Rio usou suas crônicas para descrever como a elite adotou um estilo de vida européia enquanto a camada popular vivia em condições precárias, relatando aspectos do cotidiano dos pobres e criticando o descaso com a miséria. Suas crônicas humanizaram as ruas e destacaram a importância da cultura e religi
Este material, feito a partir de pesquisas na internet foi usado em minhas aulas para alunos da rede publica e compartilhado aqui para os colegas e estudantes.
Aula Revisão para o ENEM sobre Vanguardas Europeias e Modernismo, incluindo exercícos.
O documento discute o Realismo como estética literária no século XIX, focando em seu desenvolvimento em Portugal. Apresenta o contexto histórico da Revolução Industrial e seus impactos sociais, além das características e objetivos da literatura Realista, como a representação da realidade contemporânea e a anatomia do caráter humano. Destaca a Geração de 70 e escritores portugueses como Antero de Quental e Eça de Queirós, que usaram a literatura para denunciar problemas sociais da época.
1) O documento discute a construção social do conceito de "povo" e como ele emergiu com o Estado burguês após a Revolução Francesa.
2) À medida que as classes dirigentes se afastavam da "pequena tradição", a cultura popular foi institucionalizada para controlar as massas. No entanto, sempre existiram formas de resistência e apropriação criativa da cultura dominante.
3) Há debates sobre se a cultura de massas leva a uma passividade total ou se permite formas transgressivas de consumo
Muito Além do Final Feliz: A Trajetória e a Consolidação da Telenovela como P...Phillipe Xavier
Este documento discute a trajetória e consolidação da telenovela como produto cultural. Começando com as novelas de cavalaria na Idade Média, passando pelos folhetins no século XIX e pelas radionovelas no século XX, até chegar à telenovela moderna na televisão. A telenovela tornou-se um importante item de exportação e espelho da sociedade latino-americana, influenciando hábitos e costumes.
Este documento discute a encenação da peça As Relações Naturais, do dramaturgo brasileiro Qorpo-Santo, pelo grupo Teatro Jovem em 1968 no Rio de Janeiro. Apresenta o contexto histórico do século XIX em que a peça foi escrita e da década de 1960 quando foi encenada. Analisa a recepção controversa da encenação e o debate que gerou entre o diretor Luiz Carlos Maciel e o crítico Yan Michalski. Busca entender como esta retomada da obra de Qorpo-Santo reflet
O documento descreve as mudanças sociais e culturais no mundo entre os finais do século XIX e inícios do século XX. Apresenta a prosperidade da Belle Époque, seguida pelos loucos anos 20 marcados por novas liberdades. Explora o surgimento da cultura de massas através da imprensa, rádio e cinema, e as inovações nas artes e ciências como o cubismo, futurismo e psicanálise.
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O documento resume as principais características do Trovadorismo, Humanismo, Quinhentismo e Classicismo na literatura portuguesa e brasileira. Aborda os temas, gêneros literários, principais obras e autores de cada período, assim como as transformações culturais e sociais associadas.
Dionísio na idade mídia 1996 - 2016 (versão port)claudiocpaiva
1. O documento discute como a televisão é vista como uma ameaça à realidade e como causa de alienação, apesar de também ter aspectos estéticos e cognitivos valorizados por autores como McLuhan.
2. Analisa o mito de Dionísio e como ele representa aspectos como êxtase, paixões e hedonismo que podem ser vistos na cultura midiática, especialmente na ficção televisiva brasileira.
3. Argumenta que a ficção televisiva produz uma mitologia contemporânea que alimenta o imaginário social de
O documento discute a representação da vida carioca no início do século XX nos desenhos de J. Carlos. Analisa charges e cartuns produzidos por ele que retratavam elementos da sociedade, cultura e história do Rio de Janeiro na época, mostrando como esse tipo de análise pode ajudar a compreender determinado período histórico. Também resume a vida e obra de J. Carlos, considerado um dos mais importantes artistas do traço da primeira metade do século XX no Brasil.
O documento discute os movimentos artísticos do Realismo e do Naturalismo no século XIX:
1) O Realismo surgiu como reação ao Romantismo e focou na anatomia do caráter humano e na crítica da sociedade da época;
2) O Naturalismo radicalizou os aspectos deterministas do Realismo, vendo o homem como produto de leis naturais e sociais;
3) Ambos os movimentos refletiram as transformações da Revolução Industrial e do capitalismo nascente, retratando a nova sociedade burguesa
O documento descreve a evolução política, económica, cultural e artística entre 1905-1960, incluindo a Primeira e Segunda Guerra Mundial, a Grande Depressão e a ascensão dos regimes autoritários. Também discute a evolução do cinema como nova linguagem, a importância de Charlie Chaplin e da psicanálise de Freud, e o surgimento dos movimentos de vanguarda como o fauvismo.
O documento discute o movimento simbolista no Brasil no século 19. Apesar de ter sido ofuscado pelo movimento parnasiano, o simbolismo teve contribuições significativas e preparou o terreno para as inovações poéticas do século 20. Cruz e Sousa foi o principal autor simbolista brasileiro.
O projeto estético e ideológico do modernismo brasileiroPaulo Konzen
O documento descreve o contexto histórico do Modernismo brasileiro no início do século XX e os principais aspectos do movimento modernista, incluindo seus objetivos iniciais de ruptura com a tradição e valorização da cultura nacional, assim como seus diferentes momentos e grupos como o Pau-Brasil e o Antropofágico.
O documento discute a literatura de forma abrangente, apresentando: 1) definições iniciais de literatura e suas funções; 2) as principais escolas literárias dos períodos Medieval, Clássico e Moderno em Portugal e no Brasil, com suas características; 3) o contexto histórico e social relacionado a cada período literário.
Ficha formativa "A Cultura do Cinema 1"Ana Barreiros
O documento descreve a evolução política, económica e cultural entre 1905 e 1960, com destaque para a Primeira e Segunda Guerra Mundial e o período entre-guerras. Apresenta também o surgimento e características de movimentos artísticos como o Fauvismo e o Expressionismo neste período turbulento.
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Semelhante a Quevedo; ruan pina humor como crítica da sociedade-do carnavalo ao digital (20)
O documento discute como o medo e o horror são sentimentos naturais do ser humano que auxiliaram na sobrevivência e como esses sentimentos passaram a ser compartilhados de forma simbólica por meio de narrativas e representações artísticas ao longo da história. Também aborda como a arte se utiliza de elementos fantásticos e distorcidos da realidade para provocar reações emocionais ligadas ao medo no espectador.
O documento apresenta um trabalho de conclusão de curso de uma aluna de Artes Visuais sobre uma instalação artística intitulada "O Corpo Fragmentado". O texto descreve o processo de produção da obra, que utiliza escultura e desenho hiper-realista para representar um corpo humano em fragmentos. Também traz considerações sobre as linguagens artísticas utilizadas, como escultura, desenho e instalação, e a representação do corpo na arte.
Este trabalho apresenta um resumo histórico de artistas mulheres em diferentes regiões e realiza entrevistas com duas artistas de Campo Grande para compreender suas percepções. O documento discute as dificuldades enfrentadas por mulheres no campo artístico e educacional ao longo da história e como o cenário vem mudando. As entrevistas revelam como as artistas locais percebem seu papel e identidade como mulheres e como suas obras podem ou não refletir questões de gênero.
Este documento apresenta uma proposta de ensino de pintura na ONG Impacto Kids. A pesquisa analisou a ONG por meio de entrevistas e observação, e mostra que a mesma atende cerca de 20 crianças e adolescentes carentes entre 10 a 17 anos, oferecendo atividades educativas. O documento discute a possibilidade de introduzir aulas de pintura na ONG, com base em experiências de outras organizações, e conclui que o ensino de arte pode ser benéfico para a formação dos jovens atendidos.
1. O documento discute o uso da manipulação de imagem digital como ferramenta pedagógica no ensino de artes visuais.
2. Ele propõe o uso do software livre GIMP para que os alunos possam produzir e compreender como imagens digitais são criadas, circulando em abundância na sociedade contemporânea.
3. O autor argumenta que combinar teoria e prática através do uso de ferramentas digitais pode favorecer a contextualização da arte e engajar os alunos no processo de aprendizagem
Este trabalho apresenta fotografias que exploram a solidão na sociedade contemporânea influenciada pela tecnologia. Utiliza a técnica de dupla exposição em fotografia analógica para representar um indivíduo só mesmo estando conectado virtualmente. Discute como o avanço digital trouxe benefícios como a comunicação a distância, mas também pode isolar as pessoas e torná-las dependentes da aprovação online. A pesquisa foi baseada em teóricos como Bauman e artistas conceituais para conceber a série fotogr
O documento descreve uma pesquisa de conclusão de curso sobre vídeo mapping com temática circense. A pesquisa incluiu uma revisão histórica da projeção desde os primórdios até os dias atuais, referências do Cirque du Soleil e de artistas que trabalharam com o tema do circo. A execução da obra envolveu a criação de esculturas de um palhaço e mágico para projeção de vídeos e animações com atividades circenses. Softwares de edição de imagem, vídeo e áudio
Tcc 2015 jean robert almeida de alexandreAcervo_DAC
O documento apresenta um resumo de uma dissertação sobre o feio e o cômico na arte contemporânea. No primeiro capítulo, discute a arte contemporânea, a arte digital e a caricatura. No segundo capítulo, aborda o feio e o cômico nas artes. No terceiro capítulo, descreve o projeto prático desenvolvido, que consiste em caricaturas digitais. O objetivo é mostrar a "beleza" por trás do universo do feio e do cômico na atualidade.
O documento descreve uma pesquisa de conclusão de curso sobre fotografia. A pesquisa é dividida em duas partes, teórica e prática. A parte teórica explora o conceito de informação na fotografia e sua relação com a evolução da arte. A parte prática consiste em uma série fotográfica intitulada "Χάος" que aplica intervenções artísticas nas imagens. O objetivo é estudar novas técnicas fotográficas e processos criativos.
Este documento resume a monografia "Delírios: Tirinhas Digitais" de Hudson Justino de Andrade. A monografia analisa o potencial das histórias em quadrinhos no ambiente digital, especificamente as tirinhas digitais. A obra apresentada é experimental e utiliza um dos formatos propostos para tirinhas digitais nas redes sociais.
Este documento apresenta dois polípticos produzidos por Arianne de Lima como trabalho de conclusão de curso em artes visuais. O documento discute o processo criativo por trás das obras e faz uma análise da relação entre o ser humano e as redes sociais, tema central das obras.
O documento descreve a história da colônia japonesa Jamic no município de Terenos, Mato Grosso do Sul. A colônia foi fundada na década de 1950 pela empresa JAMIC para assentar imigrantes japoneses que chegavam ao Brasil após a Segunda Guerra Mundial. Detalha as principais atividades culturais realizadas pelos colonos japoneses para manter suas tradições, como festas, danças e pratos típicos. A autora realizou uma série de fotografias documentando
O documento discute um trabalho de conclusão de curso sobre a nova adolescência. O trabalho consiste em ilustrações e colagens retratando o universo adolescente feminino da classe média atual, explorando seus dramas, dilemas, amizades e como reagem à nova fase de vida. O documento também aborda a história da ilustração, colagem e aquarela.
Este documento apresenta um relatório de pesquisa para conclusão do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O relatório discute o conceito de instalação artística e sua história, com ênfase nos artistas e movimentos que contribuíram para seu desenvolvimento. Também aborda a relação entre instalação, luz e cor, especialmente no Impressionismo. Por fim, descreve o processo de criação e a instalação resultante deste estudo, intitulada "Fernweh", que busca provocar diferentes sensações nos espect
A videoinstalação Casa Corpo apresenta a figura feminina em contato com a natureza através de elementos que representam a integração do corpo da mulher com as árvores. O trabalho final é projetado em uma instalação fixada na parede composta por tocos de árvores pintados de branco e galhos dispostos abaixo como raízes. A obra se baseia na literatura da psicanalista Clarissa Pinkola Estes que compara a vida das mulheres à vida das árvores.
Este documento descreve a instalação autobiográfica "Contemporaneidades Pantaneiras" criada por Rodolfo de Oliveira Parangaba. A obra explora o uso de pigmentos fluorescentes em pintura e desenho sob luz negra, e combina elementos como fotografia, pintura, desenho, frases e trilha sonora para criar um ambiente que simula parte da mente do artista. O documento discute referências teóricas como a produção autobiográfica em artes visuais e o trabalho de artistas como Leonilson, Frida
Este documento apresenta uma série de ilustrações inspiradas em textos de poesia e músicas. Discute conceitos de ilustração, história da ilustração, técnicas como desenho a nanquim e pintura digital. Apresenta referências como Albert Dürer, Tom Eckersley e Adara Sanchez. Descreve a concepção e execução das oito ilustrações que compõem a série, explorando visualmente os textos e músicas selecionados.
Este documento descreve a série de esculturas "Artesucataria" criada pelo artista Diogo Luciano utilizando sucata de veículos descartados. O objetivo foi ressignificar os materiais descartados atribuindo-lhes novos significados estéticos por meio da linguagem da escultura. A série reflete sobre temas como a reconstrução, a reinvenção da vida e a finitude humana. As peças exploram simbolicamente aspectos da jornada de vida como amor, sonhos e desafios por meio de formas e
Este documento apresenta uma pesquisa sobre a expressão da sensibilidade feminina na fotografia por meio da técnica de colagem digital. A pesquisa analisa a história do retrato fotográfico e das vanguardas artísticas como o Dadaísmo e Surrealismo. O resultado é uma série de retratos fotográficos de mulheres manipulados digitalmente para expressar sentimentos femininos.
Este documento apresenta uma pesquisa teórica sobre a formação da identidade do indivíduo contemporâneo com foco no autoconhecimento. Aborda temas como a influência da primeira infância, identidades subconscientes, relações entre indivíduo e sociedade, semiótica e funcionamento da mente. Apresenta também uma obra artística que convida à reflexão sobre o "Eu" e a integração dos fragmentos internos por meio da meditação.
Quevedo; ruan pina humor como crítica da sociedade-do carnavalo ao digital
1. 8
INTRODUÇÃO
A acessibilidade à Internet, à câmera digital, ao celular com câmera e a
muitos outros aparatos tecnológicos reprodutores de imagens trouxeram uma
mudança significativa na maneira como o homem do século XXI se relaciona com o
mundo, acentuando o seu lado narcisista através das redes sociais de
relacionamento. Segundo Lemos (2010), com um perfil em uma rede social,
alcançamos o que, há 15 anos, só era possível para quem aparecia na TV ou jornais
(LEMOS apud PAVARIN, et alli: 2010 p.50).
A partir desta premissa, o presente trabalho busca expressar o fenômeno do
narcisismo de uma maneira bem humorada, utilizando como embasamento a história
do humor como crítica aos costumes vigentes de sua época.
Paralelamente o texto traça a evolução do desenvolvimento técnico dos meios
de comunicação de massa que floresceu apoiado por uma burguesia em ampla
expansão.
Este relatório está dividido em dois capítulos. O primeiro faz um recorte na história
do humor abordando desde os carnavais na Idade Média às charges no Período
Imperial brasileiro. Vale lembrar que cada um dos períodos é exemplificado com
nomes de artistas que se destacaram como cronistas de seu tempo , traz um
panorama da charge nos dias atuais e trata dos principais recursos tecnológicos e
metodologias de produções; por fim no segundo capítulo será abordada a
metodologia empregada para a criação da série de charges que acompanha este
trabalho. Desde a sua concepção teórica, os caminhos percorridos mal-sucedidos,
as soluções encontradas e a posterior retomada e finalização do processo criativo.
2. 9
N.A:Primeiramente,é preciso esclarecer ao leitor algumas diferenças fundamentais entre as
linguagens utilizadas pelo humor gráfico: caricatura, charge e cartum. A caricatura exagera as partes
do corpo que mais chamam atenção do retratado, a charge faz uma sátira a um fato específico em
determinado tempo, portanto ela é temporal e o cartum se preocupa em fazer uma sátira com temas
atemporais que levam o leitor à reflexão como por exemplo:violência urbana, meio ambiente,
paz,etc;contudo é necessário ressaltar que estas não são características rígidas podendo uma
mesma obra conter mais de um estilo de linguagem.
2- UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA DO HUMOR GRÁFICO
Para uma compreensão mais clara do papel do humor no
desenvolvimento da sociedade ocidental, é feita a seguir uma contextualização
histórica; abordando dois períodos cruciais: Idade Média e Idade Moderna.
A história do humor como forma de crítica social remonta aos
carnavais medievais, quando esse festejo popular igualava todos os estratos sociais
em um evento que abria parênteses ao cômico em meio a uma vida sofrida.
Segundo Eco (2007), em sua obra História da Feiúra, este período foi marcado por
paradoxos, pois ao mesmo tempo em que a Igreja impunha uma conduta rígida (o
riso era considerado uma “licença diabólica”1
), abria concessões para festejos que
beiravam o paganismo ,como a Festa do Asno e o charivari 2
(fig. 1),.O autor afirma:
(Fig.1) - Os Charivari,ms.fr.146,f.34,séc.XIV,Paris
FONTE: Bibliotèque Nationale apud Eco, 2007
1
Do ponto de vista do clero neste período, o riso era abominável pois acreditavam que rir era sinônimo de
perder o medo da autoridade instituída pela Igreja e consequentemente uma afronta a Deus(ECO,2003 apud
MARQUES,2010)
2
Charivari eram procissões por ocasião de novas núpcias de um viúvo, caracterizados por gritos e gestos
obscenos, transvestimentos (...)e uma grande barulheira com utensílios de cozinha.(ECO,2007p.140)
3. 10
A população vingava-se alegremente do poder feudal e eclesiástico
e tentava reagir, através de paródias dos diabos e do mundo
infernal, ao medo da morte e do além-túmulo, ao terror das pestes e
das desgraças que imperavam o resto do ano (ECO, 2007 p.140).
Segundo Santos (2008), em seu artigo denominado ”A desfiguração da realidade –
A carnavalização e o grotesco em El Buscón”, aonde analisa a obra Francisco
Quevedo3
A arte grotesca, além de desfigurar as imagens que são por elas
representadas, reúne no mesmo patamar paradigmático o trágico e o
cômico, o elevado e o baixo, o belo e o feio combinando-os a um
aspecto aparentemente contraditório, assim como ocorre nas
características destinadas aos carnavais medievais. (SANTOS, 2008
p.180)
Deste modo nota-se que o cômico e o obsceno eram elementos libertadores
de uma classe oprimida. Ainda citando Eco, a sátira que a plebe dirigia aos seus
algozes representava uma espécie de “revolta compensatória” (ECO, 2007 p.132).
Neste momento predominavam as manifestações humorísticas marcadas pela
oralidade, as impressões em pequena escala eram apenas opúsculos dedicados ao
registro das cantigas de Escárnio e Maldizer4
.
No Renascimento, surgido na Itália no século XV, todos os dogmas medievais
foram depostos e o riso como “licença diabólica” também foi questionado, surgindo
inúmeros tratados a respeito de suas origens, como: De ris,1603 de Antonio
Lorenzini; Traité du ris,1579 ,de Laurent Joubert; De risu, ac ridiculis,1598, de Celso
Mansini, entre outros (SKINNER, 2004). Com essa nova visão de mundo, o burlesco
sai dos guetos populares e se se torna parte de uma Revolução Cultural
encabeçada pela elite intelectual, tendo o nome de maior destaque nesta empreitada
o escritor François Rabelais,com sua série de textos burlescos chamados
Gargântua (fig.2) e Pantagruel, que seriam ilustrados posteriormente por Gustavé
Doré (ECO, 2007).
3
Francisco Gómez de Quevedo foi um dos escritores mais críticos de seu tempo, denunciando em sua obra “ El
Buscón” de forma satírica, a decadência da nobreza feudal.
4
Cantigas de Escárnio e Maldizer eram os gêneros liteários de humor predominantes,aonde os trovadores
entoavam suas críticas à uma autoridade ou alguém de seu círculo social.(INFOPÉDIA,2010)
4. 11
(Fig.2) – Gargantua ,séc. XIX de Gustavé Dorè
FONTE: ECO, 2007
Neste período que ficaria conhecido pela “Revolução Cultural5
”, foi também marcado
por duas outras revoluções que foram cruciais para a disseminação de
conhecimento: a introdução do papel trazido pelos mouros6
e a invenção da prensa
tipográfica de Johan Gutemberg7
, em 1455, na cidade alemã de Munz(fig.3).
(Fig.3) – Prensa tipográfica criada por Johan Gutemberg
FONTE: (http://masterverkpt.wordpress.com/2010/03/12/prensa-movel/)
Segundo (BRIGGS, BURKE: 2006 p.24), em seu livro Uma história social da mídia:
de Gutemberg à Internet
A prática da impressão gráfica se espalhou pela Europa com a
diáspora dos impressores germânicos. Por volta de 1500, haviam sido
instaladas máquinas de impressão em mais de 250 lugares na Europa
– 80 na Itália, 52 na Alemanha e 43 na França. (...) Todas essas
gráficas produziram cerca de 27 mil edições até o ano de 1500, o que
5
o Renascimento foi marcado por uma revolução humanista que abarcou todos os segmentos da sociedade:
econômicos, políticos,religioso e artístico,questionando o modelo teocêntrico predominante. Disponível em:
(http://www.historiadaarte.com.br/renascimento.html) acesso em: 05 nov.de 2010
6
No ano de 711, os mouros invadem a península ibérica trazendo em suas bagagens todo um volume de
conhecimento entre eles o papel e os algarismos arábicos. (NAVARRO, s/d)
7
Guttemberg inventou a primeira máquina de impressão em larga escala (MACLUHAN, 1972 p.192)
5. 12
significa que estimando-se uma média de 500 cópias por edição –
cerca de 13 milhões de livros estavam circulando naquela data em
uma Europa com cem milhões de habitantes.
François Rabelais defendeu ardorosamente a prensa tipográfica através de
inúmeras publicações que “intimavam” a população a ler os seus textos.
Macluhan em sua obra “A galáxia de Gutemberg - a formação do homem
tipográfico” escreve:
O Renascimento do século XVI foi uma época na fronteira entre dois
milênios: de cultura alfabética e manuscrita, de um lado, e a nova
técnica mecânica de repetição e quantificação de outro.
(MACLUHAN, 1972 p.197)
Mais adiante ele completa:
Rabelais preocupa-se com a democratização do conhecimento (...)
E o conhecimento aplicado que nos chegou pela prensa acabou
levando-nos tanto ao conforto, quanto ao saber. (MACLUHAN,1972
p.206)
Em suma, quanto ao humor não podia ser diferente, pois fez parte ativamente
das rupturas de valores da sociedade ocidental, fazendo sátiras abertamente contra
a decadência da nobreza feudal.
No entanto será somente na França revolucionária do século XIX que o
humor como crônica social ganhará destaque, devido ao contexto social e político
conturbados, recebendo o nome de charge, que significa: carga, ataque violento
como uma carga de cavalaria (NERY, 2001 apud ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 2008 p.3)
(GRIFO NOSSO)
Em meados de 1800, um período aonde a França vivia o auge da crise do regime
monarquista, nasce a charge como uma voz com grande poder de destruir ou criar
simbolismo com sua linguagem do exagero e comicidade.
Os impérios, o Estado, a Igreja sempre se utilizaram da força para
evitar opiniões contrárias, o que não extirpou do seio social o anseio
de manifestar e tornar real as conclamações de protesto, eis então,
um poder fiscalizador e exclamativo perante as injustiças sociais e
históricas vigentes no país: a charge. (ALBUQUERQUE; OLIVEIRA,
2008 p.4)
6. 13
Podemos dizer que, a partir deste período, o humor gráfico atuando como
crítica social ganharia visibilidade para um público mais amplo, pois estava atrelado
a um meio de comunicação de massa que vivia o seu ápice: o jornal.
Passado quase quatro séculos após a invenção da prensa tipográfica, as
impressões em larga escala ganham um novo fôlego com o auxílio da mecanização
e, especialmente, de uma nova tecnologia que nascia nesse período: a fotografia.
O jornal adquiriu tanta popularidade e prestígio como primeiro meio de
comunicação de massa híbrido, aplicando simultaneamente às linguagens da
escrita, da ilustração e da fotografia, que mudou a maneira do homem do século XIX
ver o mundo. Tal fenômeno chamou a atenção dos estudiosos das ciências sociais.
Segundo (COOLEY:1909 apud DEFLEUR; BALL-ROKEACH: 1993 p.40)
O caráter genérico dessa mudança é bem expresso pelas duas
palavras ampliação e vitalização. Os contatos sociais são
prolongados no espaço e acelerados no tempo, e no mesmo grau de
a unidade mental por eles subentendida torna-se mais ampla e mais
atenta. O indivíduo se expande por entrar em relação com uma vida
maior e mais variada, é mantido imobilizado, às vezes em excesso,
pela multidão de sugestões variáveis que esta vida lhe traz.
Um artista que se destacou como um grande crítico de seu tempo através de suas
charges foi o francês Honoré Daumier (1808-1879).Além de caricaturista foi pintor,
escultor, gravador.Nasceu em Marselha em 1808, estudou pintura com Lenoir,
fundador do Musée des Monuments Français e depois na Academia Suíça.
Trabalhou nos principais jornais de oposição do regime monarquista como Le
Charivare e La Caricature, tendo seu talento reconhecido posteriormente por
grandes nomes da intelectualidade francesa de seu tempo como: Charles
Baudelaire, Vitor Hugo e Balzac. ( BRUCHARD, 1995 p.8)
A revolução de 1830 causou, como todas as revoluções, uma febre
caricatural. Realmente, foi uma bela época para os caricaturistas
(...)guerra acirrada em particular contra o rei. (BAUDELAIRE apud
BRUCHARD, 1995 p.8)
Segundo Bruchard (1995), Daumier com sua extrema habilidade e sua crítica
ácida ao regime vigente, pagou com a própria vida pela ousadia quando retratou o
rei como “Gargântua”, remetendo ao clássico de Rabelais (fig.4), e acabou
condenado pelo júri a seis meses de detenção - primeiro no cárcere de Saint Pélagie
e depois na casa de saúde do doutor Pinel.
7. 14
De acordo com Baudelaire, as sátiras de Daumier podem ser
classificadas como:
... uma desordem, um pandemônio, uma prodigiosa comédia satânica,
ora burlesca, ora sangrenta, onde desfilam, enfiadas em vestimentas
variadas e grotescas, todas as honorabilidades políticas.
(BRUCHARD,1995 p.8 )
(fig.4)“Gargantua – Louis Philip e os impostos” (DAUMIER, 1831)
FONTE: BRUCHARD, 1995
A partir de 1835, com a lei de censura à imprensa, Daumier deixou de lado os
ataques ao rei e passou a fazer sátiras: aos costumes triviais da sociedade burguesa
(fig.5), ao Salão de Arte com seus critérios de seleção questionáveis e ao gosto
exagerado pelos temas da Antiguidade retratados no Neoclassicismo8
(fig.6). Em
relação a este último, Baudelaire afirma: “(...) atacou brutalmente a Antiguidade,
retratando-a numa fealdade burlesca (...) foi uma blasfêmia muito divertida e teve
sua finalidade” (BAUDELAIRE apud BRUCHARD, 1995 p. 8).
8
O Neoclassicismo foi um período da história da arte, aonde os artistas buscavam se inspirar nos modelos
harmoniosos da Grécia Antiga, principalmente depois da descoberta das ruínas da cidade de Herculano em 1738
e Pompéia em 1748(COLL I MIRABENT: 1991p.11)
8. 15
(fig.5) - Retrato do cotidiano –“Seis meses de casado” (DAUMIER,1839)
FONTE: BRUCHARD, 1995
(Fig.6) - Esboço feito no Salão de Arte c/a legenda: “Mais um ano de Vênus...sempre Vênus!” (DAUMIER,1865)
FONTE: ANDRADE, 2004
Daumier, devido à sua enorme maestria técnica como: luz, sombra e perspectiva
espacial, chegou a receber um elogio de Balzac: “ Ele tem Michelangelo na
pele”(BALZAC apud BRUCHARD, 1995 p. 8).
Apesar desta comparação com o mestre renascentista, seus traços tinham grande
expressividade, valorizando o sentimento do retratado como afirma Baudelaire:
Todas as pobrezas de espírito, todos os ridículos, todas as manias
de inteligência, todos os vícios do coração lêem-se e mostram-se
claramente naquelas fisionomias animalizadas; e ao mesmo tempo;
tudo é desenhado e amplamente acentuados. (BAUDELAIRE apud
BRUCHARD, 1995 p. 16)
Como legado, esse grande artista de olhar sociológico deixou um amplo acervo de
4.000 litografias, além de diversas xilogravuras num total de 4.800 desenhos.
9. 16
2.1 A Charge no Brasil e Suas Influências Européias
No Brasil, já quase no final do século XIX, o Rio de Janeiro a então capital do
Império já sentia os reflexos da “modernidade européia”, recebendo as últimas
novidades como a invenção do daguerreótipo9
. Era o início do Segundo Reinado e
havia uma grande liberdade de imprensa; esta por sua vez encontrava terreno fértil
para as sátiras em vários temas: nas disputas políticas entre liberais e
conservadores, na adesão à causa abolicionista e nos ataques ao clero e ao rei.
Segundo Sodré (1999), a caricatura surgiu no Brasil em 14 de dezembro de
1837 em um semanário chamado: Jornal do Comércio. Ela foi introduzida por um
artista renomado na época chamado Manoel Araújo Porto Alegre10
, que trouxe a
novidade de Paris, aonde havia estudado esse ano; sendo esse o autor da primeira
charge brasileira com autoria, pois anteriormente não havia essa preocupação.
(fig.7)
(Fig. 7)- “A Campainha e o Cujo” (PORTO ALEGRE, 1837)
FONTE: MARINGONI, 2005
Além de Porto Alegre, neste contexto surgem também grandes nomes de
destaque no cenário artístico nacional, como Henrique Fleiuss, que será abordado
mais adiante sua vida e suas obras.
Ao contrário do que muitos imaginam o aparecimento da fotografia não trouxe a
princípio nenhum tipo de ameaça às técnicas tradicionais de produção de imagens
9
Segundo Joaquim M. Ferreira de Andrade, daguerreótipo foi um aparelho fotográfico desenvolvido por Louis
Jacques Mandé Daguerre em colaboração com Joseph Niépce e seu filho Isidore Niépce neste
período,anunciando oficialmente o invento na Academia de ciências e Artes em Paris em 1839. (ANDRADE,
2004)
10
Manuel Araújo foi um artista que demonstrou grande versatilidade atuando como :poeta, teatrólogo, urbanista,
arquiteto,professor de desenho,crítico e historiador de arte,vereador,diplomata e homens das letras , sendo
patrono da cadeira número 32 da Academia Brasileira de Letras.
10. 17
para veiculação comercial, como o desenho, a gravura e a pintura pois o processo
de produção daquela era muito oneroso e demorado para quem comercializava
imagens(CARDOSO, 2004)
Outros artistas que se destacaram neste cenário foram: Hermam Lima, Pedro
Américo, seu irmão Aurélio de Figueiredo e Décio Vilares que lançam em fevereiro
de 1870 o periódico “A comédia social – Hebdomadário Popular Satírico”.
Muitos outros grandes artistas do humor surgiram neste período, contudo
abordamos aqui apenas a vida e as obras de Henrique Fleiuss; não por este ter mais
relevância que os demais, mas sim pelo fato de ele ter retratado de forma bem
humorada um fenômeno que causou as mais diversas reações de todos os extratos
da população: o ato de ser fotografado.
2.1.1 Fleiuss, o Artista Visionário
Henrique Fleiuss (1823-1882) nasceu na cidade alemã de Colônia. Em
Dusseldorf formou-se no curso de Belas Artes e, logo depois, complementou seus
estudos em Ciências Naturais na cidade de Munique. Em 1858 chegou ao Brasil
para integrar a missão científica dirigida pelos naturalistas Spix e Martius, assim
desenvolvendo inúmeros trabalhos em aquarela da vegetação nativa, após ir para o
norte do país. Andrade destaca:
Vale aqui recapitular as origens dessa missão, que remonta ao
casamento do príncipe D. Pedro de Alcântara, herdeiro do trono de
Portugal e do Brasil, com D. Maria Leopoldina Josefa Carolina de
Habsburgo, arquiduquesa da Áustria. Por ocasião da transferência do
casal para o novo mundo em 1817, onde se tornariam imperadores do
Brasil, diversos especialistas europeus os acompanharam com o
intuito de realizar uma viagem de exploração científica, por iniciativa
do governo vienense. (ANDRADE, 2004 p.120)
Após estabelecer-se na Corte Imperial, junto com o irmão Carl Fleiuss e o
pintor Carlos Linde, o artista fundou um estabelecimento litográfico11
.Posteriormente
sendo transformado em Imperial Instituto Artístico, devido a amizade que o artista
tinha com D.Pedro II.
11
Litografia é uma técnica de gravura, um método de impressão a partir de imagem desenhada sobre base, em
geral de calcário especial, conhecida como pedra litográfica. A base dessa técnica é o princípio da repulsão entre
água e óleo. Atualmente são usadas como matrizes chapas de metal, embora a litografia artística clássica seja
toda ela sobre pedra. No início do século XIX foi bastante utilizada para impressão de documentos, rótulos,
cartazes, mapas, jornais, etc. Ela pode ser impressa em plástico, madeira, tecido e papel. (NETO;
SANCHONETE, 2008 p.3)
11. 18
Muitos historiadores rotulam Fleiuss como conservador devido a sua vida
palaciana, onde exaltava os feitos do rei e criticava veementemente os republicanos
como anarquistas12
; no entanto, aqui não será analisada a sua obra pelo viés
ideológico ou temático, mas sim pela expressividade de seu traço e pelo olhar atento
sobre o cotidiano, características muito parecidas com de Daumier, entre outros
feitos do artista que marcou a história da imprensa brasileira, fundou o periódico
Semana Ilustrada13
(1860 a 1876). Andrade (2004), ao analisar a obra de Fleiuss,
destaca que desde o primeiro ano de existência do jornal há referências à fotografia,
aonde o artista ressalta em suas charges algumas características como: as falhas
tecnológicas (fig.8) e a reação comportamental (fig.9). Quanto à primeira, Andrade
destaca que o processo demorado e a pouca semelhança no resultado eram fontes
de muitas reclamações. (ANDRADE, 2004)
(fig. 8) Homem reclama ao fotógrafo que a foto que não se parece ele:
”... isto é mais uma cara de macaco do que meu retrato” (FLEIUSS, 1864)
FONTE: ANDRADE, 2004
12
Ver LOPES, A. E. M Idéias republicanas ou idéias revolucionárias?: A imprensa ilustrada fluminense e o
Ideário republicano nos anos 1870. Disponível em: < http://www.eeh2008.anpuh-
rs.org.br/resources/content/anais/1212272285_ARQUIVO_artigoAristeuLopes.pdf> Acesso em: 18/09/2010
13
Segundo Cardoso, Semana Ilustrada (1860-1876) foi a publicação mais duradoura e influente da primeira leva
de revistas ilustradas brasileiras (...) ( CARDOSO,2004 p.41)
12. 19
(fig. 9) Matutos fogem diante da “caixa estranha” (FLEIUSS, 1864)
FONTE: ANDRADE, 2004
A importância desse artista para o desenvolvimento das artes gráficas, vai
muito além desta sua faceta de humorista, sendo considerado um dos grandes
precursores do design gráfico ao implantar em seu novo periódico, chamado
Ilustração Brasileira, um layout inovador seguindo, as tendências européias, como a
francesa “L llustration e a inglesa The ilustrated London News” (ANDRADE, 2004
p.122). Fleiuss possuía formação como ilustrador naturalista, no entanto suas
caricaturas fogem do estilo meramente descritivo.
Segundo Pinto (1949):
(...) seu traço de característica “germânica, naturalista e marcado pela
escola expressionista” diferenciava-se profundamente dos demais
caricaturistas ativos no país, todos eles influenciados pela arte
francesa ou italiana (PINTO apud LEITE, 1988 p.197).
Em suma, seus traços vigorosos realçam a expressividade da cena retratada,
dando maior ênfase aos sentimentos dos personagens retratados, em contraponto
as composições harmoniosas e personagens estáticos herdados do Neoclassicismo.
2.2- A Charge na Era Digital
Assim como no passado o jornal representou uma grande revolução como
meio de comunicação de massa, sendo o primeiro veículo a unir várias linguagens
(a ilustração, a escrita e a fotografia) hoje estamos vivendo outro marco na história
13. 20
da comunicação com o auxílio dos programas computacionais e a fácil divulgação
na Internet.
Deste modo o humor gráfico recebeu grandes aliadas no processo criativo: as
novas ferramentas digitais, como o Photoshop e o Corel Draw. Cabe salientar que
os processos tradicionais de produção de imagens não foram abandonados, mas
como Santaella (2008) afirma em sua obra Por que a comunicação e artes estão
convergindo? foram “regurgitados” ,sofrendo um processo de “canibalização” com o
meio digital.
De modo cada vez mais intenso, os processos tradicionais e
mecânicos da fotografia vêm sendo alargados pelo uso das câmeras
digitais, scanners, programas especializados em processamento de
imagem e novos modos de arquivamento, transmissão e exibição de
imagens on-line (SANTAELLA, 2008, pg. 29).
De acordo com Santaella, classificar não seria a palavra mais adequada para
exemplificar os processos criativos existentes hoje para se fazer uma charge, pois
esta seria uma atitude muito simplista; mas, cabe salientar os principais métodos
utilizados pelos profissionais que atuam nesta área, que são: a colagem sobrepondo
várias fotos (fig.10), o hibridismo, mesclando o desenho manual que, após ser
scaneado, é colorizado digitalmente por meio de programas computacionais
específicos de manipulação de imagem (fig.11) e, por último, a charge animada que
são pequenos vídeos narrando determinados fatos.Este estilo tem como o principal
representante o chargista,roteirista e jornalista Maurício Ricardo Quirino que dirige o
site < http//:www.charge.com.br>(fig.12).
15. 22
Hoje no Rio de Janeiro, a faculdade Estácio de Sá oferece um curso
específico para quem quer atuar nesta área e há também inúmeros salões de humor
sendo o mais conhecido o Salão Internacional de Humor de Piracicaba, SIHP.
Desde a sua fundação em 1974 durante a ditadura, o SIHP vem exercendo
um papel relevante ao sacralizar talento já conhecidos e revelar os novos
(http://salaodehumor.piracicaba.sp.gov.br/humor/).
Entre os nomes de destaque que passaram pelo Salão temos: Ziraldo, Millôr
Fernandes, Jaguar, Paulo e Chico Caruso e Glauco. Neste ano em sua 37ª edição,
apenas citando alguns, os selecionados na categoria charge foram: Alberto
Palmieri(SP),José Costa(PI), João M. da Silva (MA),Daniel Ponciano da Silva (BA)
(fig.13 -16).
(fig.13) Alberto Palmieri,2010
FONTE:
(http://www.orkut.com.br/Main#Album?uid=10855595484021705602&aid=1287635561)
(fig.14) José Costa,2010
FONTE:
(http://www.orkut.com.br/Main#Album?uid=10855595484021705602&aid=1287635561)
16. 23
(fig.15) João M. da Silva,2010
FONTE:
(http://www.orkut.com.br/Main#Album?uid=10855595484021705602&aid=1287635561)
(fig.16) Daniel Ponciano,2010
FONTE:
(http://www.orkut.com.br/Main#Album?uid=10855595484021705602&aid=1287635561)
É inegável, também, que as ferramentas digitais como: Photoshop, scanner ,
mesa digitalizadora e a facilidade de divulgação na rede abriram inúmeras portas
para os profissionais; mas nem tudo são rosas, pois ainda há muitas dificuldades
pare serem superadas.
17. 24
Segundo o chargista André Cerino, em uma entrevista concedida ao site
<Plano Brasília>, falta visão dos grandes jornais e editoras que deste modo estão
perdendo os profissionais para mercado internacional.
Hoje é importante um veículo de comunicação ter um chargista, um
cartunista, porque dá credibilidade à questão do humor. Estamos
cometendo algumas falhas e não dando valor a isso. O mercado
internacional vai acabar absorvendo esses profissionais que existem
aqui (CERINO apud MENDES, 2010 disponível em:
http://www.planobrasilia.com.br/php/pla_indexnot_toda.php?reg=123 )
No capítulo a seguir abordamos passo a passo o processo de produção de uma
charge, desde a escolha do tema abordado e suas concepções teóricas até o
produto final.
18. 25
3- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Hoje, se pararmos para analisar com um olhar mais atento, estamos
vivenciando o caminho inverso do cenário retratado por Fleiuss no final do século
XIX, pois nos deparamos a todo instante com pessoas “armadas” com uma
máquina fotográfica ou celular na ânsia de serem “pegas” na melhor pose e/ou nas
atitudes mais banais do cotidiano.Na maioria das vezes com um objetivo comum:
postar na rede para serem vistas. Segundo dados do instituto de pesquisa Nielsen,
75% dos 1,7 bilhão de pessoas com acesso à internet no mundo freqüentam as
redes sociais (PAVARIN, et alli: 2010 p.48).
A partir desta observação, foi escolhido fazer uma leitura contemporânea das duas
personagens que o Artista da Corte retratou:a senhora e a menina(fig.17). Para dar
vida as personagens buscou -se fazer uma pesquisa visual nos principais sites de
relacionamento que continham estes dois perfis. Após o levantamento, constatou-se
que a maior parte dos usuários que utilizam a rede para exibir seus atributos e seus
gostos pessoais são jovens(fig.18 -22) ; por esta razão foi dado maior ênfase a
personagem da menina. Após esta etapa concluída, deu-se início a produção prática
descrita abaixo:
(Fig.17) Uma senhora e sua filha se submetem a câmera de um retratista -H. Fleius 1861
FONTE: (ANDRADE, 2004)
21. 28
3.1- Passo A
A partir desta pesquisa, foi realizada uma série de rascunhos com os lápis 5B,7B
e 8B, em folhas sulfites A4 180gr, fazendo uma releitura das personagens com
os traços expressivos de Fleiuss, adaptando ao contexto atual de nossa
sociedade (fig.23).
(Fig.23) desenhos realizados
FONTE: arquivo pessoal
A seguir foi digitalizada em scanner (fig.24) cada uma das imagens, como mostra
a imagem abaixo (fig.25)
(Fig.24) scanner utilizado para digitalização
FONTE: arquivo pessoal
22. 29
(Fig.25) desenho digitalizado
FONTE: idem
Após digitalizadas todas as imagens, iniciou-se o processo de colorização em
software apropriado (Photoshop).
Não foi possível seguir adiante esta etapa, pois as matrizes eram inviáveis para tal
fim (imagem “suja”, com excesso de traços, dificultando a seleção do desenho).
Portanto foi necessário reelaborar os desenhos, para extrair seus traços principais,
através do processo de “transparência” que será descrito no próximo tópico.
3.2 - Passo B
O processo de “transparência” consistiu em fixar os desenhos sobre um suporte de
vidro (balcão) e colocar uma fonte luminosa contra o fundo do papel, fixado no
balcão (fig.26) A seguir colocou-se uma folha sulfite sobre o papel iluminado para
extrair o contorno das figuras, de modo que formassem figuras chapadas ou seja,
sem sombras(fig.27).
23. 30
(Fig.26) Lâmpada fixada sob o balcão contra o fundo do desenho
FONTE: idem
(Fig.27) desenho concluído
FONTE: idem
24. 31
Após esta etapa, foram novamente scanneados todos os desenhos, chegando a
este resultado abaixo (fig.28).
(Fig.28) desenho digitalizado
FONTE: idem
Logo após ser digitalizados, passou-se para a etapa de colorização, utilizando a
ferramenta Photoshop (fig.29).
(Fig.29) processo de pintura digital
FONTE: idem
25. 32
Após colorizados todos os desenhos, estes foram dispostos em uma formatação que
remetesse à uma página de relacionamento.
A seguir, o resultado final das charges propostas e suas respectivas análises (fig.30-35).
(Fig.30) Ruan Pina, Tia com o brinquedinho shuashua!!, pintura digital s/papel fotográfico,30 x 20cm,2010
Para compor esta cena, foi utilizado um enquadramento fotográfico que remete ao
chamado Primeiro Plano, onde este mostra-se apenas a cabeça das personagens da cena.
Assim destaca -se o contraste de sentimentos das duas personagens: a alegria da senhora
em contraponto com o constrangimento da menina.
As cores quentes utilizadas ao fundo como o laranja e o amarelo complementam a
atmosfera cômica da cena. Os contornos bem demarcados ressaltam a vivacidade das
personagens. E por último foram acrescentadas quatro cantoneiras verdes remetendo à um
enquadramento de uma máquina fotográfica digital, como estivesse uma terceira pessoa
observando a cena.
26. 33
(Fig.31) Ruan Pina, S2 Friends S2, pintura digital s/papel fotográfico, 30 x 20 cm, 2010
As duas personagens foram retratadas, de modo que o enquadramento da cena
remetesse
ao close, uma técnica fotográfica onde o enquadramento é muito mais próximo que o
Primeiro Plano , ressaltando o sentimento de amizade das meninas retratadas na cena. Foi
escolhido retratar a cena de um ponto de observação acima das duas. Esta “técnica” é muito
utilizada por jovens para ressaltar seus atributos físicos como por exemplo os seios.
Foram escolhidas as cores suaves e tons pastéis da pele, pois remetem ao perfil das
personagens. Por fim, a cena foi desfocada levemente e acrescentada mais uma vez as
cantoneiras, de modo que remetesse ao ato de ser fotografado de forma amadora.
27. 34
(Fig.32) Ruan Pina, Me, rsss ,pintura digital s/papel fotográfico, 30 x 20 cm,2010
Para compor esta cena, optou-se pro enquadrar a personagem de forma aleatória,
mais uma vez remetendo às fotografias amadoras tiradas aleatoriamente sem nenhuma
preocupação técnica, mas somente pelo simples prazer de ser fotografado. As cores
utilizadas obedeceram ao mesmo padrão das anteriores, remetendo a jovialidade da
personagem. E por último foram acrescentadas zonas de luminosidades intensas em certos
pontos da “foto”, remetendo ao flash da máquina rebatida sobre uma superfície lisa , como
por exemplo um espelho.
28. 35
(Fig.33) Ruan Pina, Bora pra night, pintura digital s/papel fotográfico, 30x 20 cm, 2010
Para compor esta cena, optou-se pro enquadrar a personagem em um Plano Geral,
técnica fotográfica que ressalta todos os elementos da cena, dando uma atmosférica cômica
a cena devido ao lugar: o banheiro.
Assim contrapondo o cenário que não tem nem um pouco de glamour com a
personagem cheia de pose com seu visual “despojado”.
Foi acrescentado uma linha em diagonal na parte inferior da obra, remetendo a bancada do
banheiro. Assim fazendo que o olhar do espectador percorra de um lado ao outro da obra.
As cores utilizadas obedeceram ao mesmo padrão das anteriores, remetendo a
jovialidade da personagem. E por último foi acrescentado zonas de luminosidades intensas
em certos pontos da “foto”, remetendo ao flash da máquina rebatido sobre uma superfície do
espelho do banheiro.
29. 36
(Fig.34) Ruan Pina, Migucha d look novo ;) pintura digital s/papel fotográfico, 30x20cm,2010
Para compor esta cena, optou-se pro enquadrar a personagem mais uma vez em um
close, ressaltando a sua expressão, contudo a cena foi cortada aleatoriamente remetendo a
uma fotografia amadora tirada por um dispositivo qualquer como: um celular ou uma
câmera.
As cores utilizadas obedeceram ao mesmo padrão das anteriores, remetendo a
jovialidade da personagem. Os contornos bem demarcados ressaltam a vivacidade do
retratado. E por último foi acrescentada uma inscrição, de forma que remetesse a uma frase
escrita com um batom em um espelho.
30. 37
(Fig.35) Ruan Pina, Minha maninha e o Mingau (^_^), pintura digital s/papel fotográfico, 30 x20 cm,2010
Para compor esta cena, optou-se pro enquadrar a personagem mais uma vez em
Plano Americano, destacando o esforço que o gato faz para se livrar do s braços da menina.
Quanto a composição das personagens, a menina foi retratada de forma ereta
demonstrando tranqüilidade em contraponto com o desespero do gato que foi representado
na diagonal para acentuar a dramaticidade. Assim fazendo que o olhar do espectador
percorra do canto inferior esquerdo ao superior direito da obra.
As cores vivas foram utilizadas para dar uma atmosfera alegre, infantil e ao mesmo
tempo cômica a cena.Os contornos bem demarcados das personagens, mais uma vez são
utilizados para reforçar a vivacidade das personagens.Por fim foi acrescentado de forma
aleatória o “enquadramento” da câmera digital remetendo a uma terceira pessoa
fotografando a cena.
Após finalizadas as obras, foram impressas em papel fotográfico e colocadas
em molduras pretas de forma que remetesse a um monitor de computador.
Pode-se dizer que apesar das facilidades disponibilizadas pelas ferramentas
digitais, o artista de hoje precisa reiventar-se constantemente, utilizando-se da
“canibalização”, como diz Santaella das linguagens artísticas, para não cair no lugar-
comum.
31. 38
CONCLUSÃO
Com este relatório, pôde-se observar que a arte da charge como crítica social
trabalha com um sentimento inerente ao ser humano: a visão crítica atrelada ao riso,
seja este de alegria ou de escárnio. Em ambos os casos eles atuam como uma
válvula de escape de nossos sentimentos, portanto impossível de ser reprimido
como outrora.
Quanto à parte prática, com as dificuldades encontradas durante a realização dos
trabalhos, pôde-se chegar à conclusão de que apesar das facilidades das
ferramentas disponíveis hoje, o grande desafio do artista de nosso tempo é
encontrar uma linguagem própria de modo que não caiam na tentação do lugar
comum, atuando com um olhar crítico tanto sobre a técnica como sobre o tema.
32. 39
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