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POLIANA SIQUEIRA SANTANA
IMPRESSÕES DE UMA SOLIDÃO CONTEMPORÂNEA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE ARTES VISUAIS – BACHARELADO
CAMPO GRANDE
2016
2
POLIANA SIQUEIRA SANTANA
IMPRESSÕES DE UMA SOLIDÃO CONTEMPORÂNEA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Artes Visuais –
Bacharelado da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul, como requisito final à
obtenção do título de Bacharel em Artes
Visuais.
Orientador: Prof. Renan Kubota
CAMPO GRANDE
2016
3
POLIANA SIQUEIRA SANTANA
IMPRESSÕES DE UMA SOLIDÃO CONTEMPORÂNEA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Artes Visuais –
Bacharelado da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul, como requisito final à
obtenção do título de Bacharel em Artes
Visuais.
Orientador: Prof. Renan Kubota
Campo Grande, MS, ____, de __________________, de 2016
COMISSÃO EXAMINADORA
Profº M. Renan Kubota
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Profª Dª Eluiza Bortolotto Guizzi
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Profº Drº Isaac Camargo
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
4
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por me guiar nessa jornada e me conceder paz.
Aos meus pais por todo amor e carinho, apoio e dedicação, sempre me
estimulando e encorajando a seguir em busca dos meus objetivos.
À minha irmã Helen e meu cunhado Heverton pelo apoio nas horas em que
mais precisei.
À minha prima Vanessa por ter visto meu nome na lista de aprovados, se
não fosse ela, não estaria finalizando esse trabalho.
As minhas grandes amigas Cássia e Arianne pela paciência, amizade,
companheirismo, aos conselhos, pela grande generosidade em sempre querer me
ajudar, parceiras que me ajudaram muito durante todo o curso.
Aos meus modelos Gil Marques e Thairiny Abreu por ter aceitado participar
deste trabalho e pela paciência ao longo dos ensaios.
Ao meu Professor e Orientador Renan Kubota por toda sua paciência,
conhecimento, amizade e dedicação ao longo da orientação.
A todos os professores que ao longo dessa jornada me enriqueceram com
seus ensinamentos.
A todos o meu muito obrigado.
5
“Sentir é
compreender.
Pensar é errar,
Compreender o que
outra pessoa pensa
é discordar dela.
Compreender o que
outra pessoa sente é
ser ela”.
Fernando Pessoa
(1974)
6
RESUMO
Este trabalho desenvolve uma pesquisa teórico-prática, que busca mostrar por meio
da fotografia analógica impressões do sentimento de solidão a partir de uma cena já
pré-definida, onde o indivíduo contemporâneo influenciado pelos avanços
tecnológicos é visto como um ser solitário dentro da encenação. As obras deste
trabalho expressam por meio da fotografia analógica, com a utilização do filme preto
e branco, a partir da técnica de dupla exposição, o sentimento de estar só mesmo
estando conectado com o mundo, através da tela de um smartphone ou notebook. É
Inspirado na Arte Conceitual, que se baseia propriamente na ideia e não na técnica
a ser utilizada. Tem como base teórica, os estudos do sociólogo Zygmunt Bauman,
entre outros estudiosos e artistas que ajudaram a compor as ideias, a solucionar
dúvidas e a estimular reflexões sobre o intuito das obras.
Palavras-Chave: Fotografia Analógica, Filme, Dupla Exposição.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 "View from the window at Le Gras" (Vista da janela em Le Gras) Joseph
Nicéphore Niépce, Paris, 1826..................................................................................17
Figura 2 Sem título....................................................................................................17
Figura 3 Victor Burgin "Posse", 1976, itografia em doutone, 119 x 84cm .................19
Figura 4 "One and Three Chairs" 1965, Joseph Kosuth, cadeira 82 x 37,8 x 53cm,
painel fotográfico 91,5 x 61,1cm, o painel texto 61 x 76,2cm....................................19
Figura 5 "Chance Meeting" 1970, Duane Michals, fotografia gelatina e prata em
papel, 10,2 x 15,5cm cada ........................................................................................20
Figura 6 "Magritte with hat", 1965, Duane Michaels, gelatina e prata em papel........21
Figura 7 "Coming and Going", 1965, Duane Michaels, gelatina e prata em papel....21
Figura 8 Fotograma sem título nº321979, Cindy Sherman........................................22
Figura 9 "Obscured", Jon Duenas.............................................................................23
Figura 10 "Connected", Jon Duenas .........................................................................23
Figura 11 "Echo", Jon Duenas ..................................................................................23
Figura 12 Sem título..................................................................................................24
Figura 13 Sem título..................................................................................................24
Figura 14 Sem título..................................................................................................24
Figura 15 Câmera Nikon (visão frontal).....................................................................27
Figura 16 Câmera Nikon (visão posterior).................................................................27
Figura 17 Detalhe da lente da Nikon.........................................................................27
Figura 18 Filme liford 35mm Delta 3200 preto e branco 36 poses ISO 3200............29
Figura 19 Sem título..................................................................................................30
Figura 20 Sem título..................................................................................................30
Figura 21 Sem título..................................................................................................30
Figura 22 Sem título..................................................................................................31
Figura 23 Filme p&b de ISO 400...............................................................................31
Figura 24 Sem título..................................................................................................32
Figura 25 Sem título..................................................................................................32
Figura 26 Sem título..................................................................................................32
Figura 27 Sem título..................................................................................................33
Figura 28 Sem título..................................................................................................33
Figura 29 Sem título..................................................................................................33
8
Figura 30 Filme p&b ISO 100....................................................................................34
Figura 31 Sem título..................................................................................................34
Figura 32 Sem título..................................................................................................35
Figura 33 Sem título..................................................................................................35
Figura 34 Sem título..................................................................................................35
Figura 35 "Ócio" ........................................................................................................37
Figura 36 "Relaxamento"...........................................................................................37
Figura 37 "Inativo" .....................................................................................................38
Figura 38 "Inquietação" .............................................................................................38
Figura 39 "Pausa" .....................................................................................................38
Figura 40 "Repouso" .................................................................................................39
Figura 41 "Apatia" .....................................................................................................39
Figura 42 "Indiferença"..............................................................................................39
Figura 43 "Insociável"................................................................................................40
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................10
1 IMPRESSÃO DE UMA SOLIDÃO CONTEMPORÂNEA – TECNOLOGIA........12
1.1 Um Método de Produzir Impressões – fotografia....................................15
1.1.1 Fotografia Conceitual..........................................................................18
1.1.2 Fotografia Encenada – múltipla exposição .......................................20
2 A POÉTICA E SUAS IMPRESSÕES .................................................................25
2.1 O Processo Fotográfico.............................................................................26
2.1.1 A câmera fotográfica analógica..........................................................26
2.1.2 Filme preto e branco ...........................................................................27
2.1.3 Os testes encenados...........................................................................28
2.1.4 Revelação, Digitalização e Ampliação ...............................................35
2.2 A obra final .................................................................................................36
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................41
REFERÊNCIAS.........................................................................................................43
10
INTRODUÇÃO
A pesquisa deste trabalho tem como tema a solidão contemporânea. Utiliza
como linguagem a fotografia analógica junto da técnica de dupla exposição inspirada
na Fotografia Conceitual, e em artistas que atuaram no passado e que atuam hoje
na contemporaneidade, mas principalmente nas fotografias do fotógrafo Duane
Michals (1932).
A fotografia analógica entra nesse cenário como uma forma de mostrar que,
por mais que a fotografia digital seja mais utilizada na atualidade, tanto pela
facilidade quanto pela rapidez em obter uma cena fotografada, a fotografia analógica
não perde em nada para a digital. Com todas as dificuldades com que me deparei ao
longo da pesquisa, nada me desanimou a continuar a fotografar com filme, pois
sabia que o resultado final sairia como esperado.
Certamente, o que me impulsionou a fotografar com filme fotográfico foi o
fato de querer “desacelerar” desse ritmo constante em que vivemos atualmente.
Justamente por viver nessa sociedade contemporânea agitada, deparei-me em certo
momento da minha vida com o desejo de não querer viver nesse circuito de novas
tecnologias digitais. Sempre fui saudosista e penso que esse avanço da Era digital
veio tão rápido, que talvez tenha tirado a vontade de me incorporar dentro dessa
nova Era. A partir disso, veio o propósito de expressar, por meio da fotografia
analógica, o que estava sentindo nesse momento. Foi então que decidi expor a
minha reflexão sobre o sentimento do indivíduo que se senti só, mesmo dentro
dessa sociedade contemporânea.
No primeiro capítulo a pesquisa aborda sobe o avanço das tecnologias
digitais nos tempos atuais, mostrando o quanto estamos cada vez mais reféns dessa
era que, a cada ano que passa, tende a evoluir mais. Em outros aspectos aborda o
distanciamento entre as pessoas que acaba sendo influenciado pelas mídias digitais.
E assim vemos uma sociedade mais introspectiva, onde o smartphone (dispositivo
que proporciona contatos à distância) parece ser mais atraente do que uma pessoa
presente.
11
Abordo também a fotografia Conceitual, embasada na ideia de uma cena já
pré-definida, juntamente com a dupla exposição, citando alguns artistas que se
destacam nessas vertentes, como Cindy Sherman, com suas fotografias encenadas
e conceituais; cito também outros artistas contemporâneos que fazem uso de
fotografias duplamente expostas, como Jon Duenas e Christoffer Relander.
No segundo capítulo foi abordado, primeiramente, sobre a poética do
trabalho, seu conceito e reflexão sobre o tema. Em seguida, descrevo todo o
processo fotográfico para obtenção das obras finais. O texto tem como objetivo
informar ao leitor alguns dos conhecimentos necessários para compreender o
processo fotográfico, desde a câmera que fora utilizada e os filmes, com suas
particularidades, até o processo de revelação e ampliação (etapas que foram
realizados em laboratório fotográfico profissional). O resultado é um conjunto de
fotografias que compõem uma obra de caráter artístico.
Por fim, este trabalho objetiva estimular reflexões sobre a crescente
evolução tecnológica, e sobre o indivíduo que não sabe lidar com tal avanço; o seu
afastamento do convívio social, acabando por se isolar “dentro” das redes sociais.
12
1 IMPRESSÃO DE UMA SOLIDÃO CONTEMPORÂNEA – TECNOLOGIA
O uso das tecnologias digitais, em relação à sociedade contemporânea,
compreende-se como um grande avanço cultural e social. É notável o crescimento
dos meios de comunicação que hoje se fazem tão presente em nossas vidas. A
tecnologia transformou e facilitou o modo de nos comunicarmos. Essa tecnologia
veio para revolucionar o mundo atual em que vivemos. Mas a que preço? Uma era
tecnológica que só tende a evoluir cada vez mais.
Há uma aceleração crescente no que se refere à tecnologia nos tempos
atuais. O que mais nota-se na internet e nas redes sociais é um aumento da
autovalorização do indivíduo para com o meio onde está inserido. Somos
impulsionados a nos mostrarmos mais, consequentemente, queremos mais atenção
mais likes (curtidas) em nossas páginas pessoais. Estamos vivendo em mundo
efêmero e instantâneo.
A autora Bárbara da Silva (2014, p.30) faz uma reflexão acerca disso,
dizendo que “é a efemeridade que acarreta em mudanças no estilo de vida das
pessoas e, por isso, [...] houve uma diversificação de valores aceitos pela
sociedade”. Temos visto que a aceleração da tecnologia digital veio para beneficiar a
sociedade contemporânea em diversos fatores. Como exemplo, vemos que o
distanciamento geográfico já não é um problema para as relações sociais. Por mais
que seja relativo nos comunicarmos em tempo real com qualquer indivíduo a
qualquer momento, lugar ou obter informações acerca de qualquer assunto é
inegável a facilidade que existe aos nos comunicarmos entre as pessoas diante
dessa evolução tecnológica.
Segundo Kohn e Moraes (2007, p. 2), “[...] pode-se afirmar que a informação
é, hoje, para a sociedade contemporânea, a base do conhecimento, das relações,
da vida econômica, política e social”. O conhecimento que adquirimos a cada piscar
de olhos é de suma importância para a evolução humana. Temos sim que evoluir e
aprender cada vez mais com esse proveito.
A sociedade transita hoje no que se convencionou denominar Era Digital. Os
computadores ocupam espaço importante e essencial no atual modelo de
13
sociabilidade que configura todos os setores da sociedade, comércio, política,
serviços, entretenimento, informação, relacionamentos. Os resultados desse
processo são evidentes, sendo que essas transformações mudaram o cenário social
na busca pela melhoria e pela facilitação da vida e das práticas do indivíduo.
(KOHN; MORAES, 2007, p. 5)
No entanto, a que se referem a relações interpessoais. Entrando no âmbito
da solidão contemporânea, que é o que esta pesquisa busca abordar, percebe-se
que apesar do avanço tecnológico agregar valores positivos à sociedade, ela
também pode deixar de beneficiar de algum modo o indivíduo que não sabe lidar
com as transformações do seu tempo, ou que não se adapta a tais mudanças.
Em seu artigo intitulado “Solidão no mundo contemporâneo” a psicóloga
Dione M. Miron (2011) descreve que a solidão não pode ser tratada de um ponto de
vista negativo. Em algum momento da vida temos que estar reclusos, para poder de
alguma forma abstrair algo positivo disso, seja na vida pessoal ou profissional. O
problema só existe, quando o indivíduo não consegue estar consigo mesmo, quando
sozinho, ou em multidão. Ou seja, quando há dificuldade de se relacionar
socialmente. Entrando exclusivamente num convívio virtual, que nem sempre irá
suprir certos desejos que um contato físico poderá dispor.
O filme americano Her (2013) “Ela” em inglês, estrelado por Joaquim
Phoneix e Scarlett Johansson, aborda esta questão. A história se baseia em um
futuro não muito distante, onde um escritor solitário contemporâneo se apaixona e
se “relaciona” com um sistema operacional porque tem dificuldades de satisfazer
desejos em um relacionamento. Todavia, como nós humanos, o sistema operacional
mostra falhas e defeitos, tornando-se obsoleto com o tempo. Como no filme, a vida
real não é diferente. Não estamos salvos de ser substituídos. Ainda mais, se o
contato for estabelecido apenas por meio de redes sociais. Como referenciam os
autores Kohn e Moraes (2007, p. 2) “[...] a informação, na sociedade atual, é o
mecanismo mais importante no qual se relacionam e se concretizam as
comunidades”.
É notório ver que, de fato, as transformações tecnológicas foram evoluindo a
cada década. Na atual sociedade em que vivemos, não podemos e nem queremos
14
nos ver livres dessa tecnologia, até porque faz parte do nosso cotidiano. E não estou
aqui para defender o contrário; ao mesmo tempo, não cabe aqui me aprofundar
sobre o assunto. Para esta pesquisa busco uma reflexão sobre as relações sociais,
sobre o fato de que com o avanço das tecnologias hoje podemos nos comunicar e
nos relacionar à distância por meio de um dispositivo móvel, porém, deixamos aos
poucos de nos relacionar com quem está presente de fato.
Um grande pesquisador acerca desse assunto é o sociólogo polonês
Zygmunt Bauman. Em um dos seus livros, Amor Líquido: sobre a fragilidade dos
laços humanos (2004), ele se aprofunda sobre as relações que hoje a sociedade
contemporânea vive. As relações interpessoais afetivas, no ponto de vista de
Bauman, estão se tornando “relações virtuais”. Aquela onde a interação com o outro
é por meio da internet. Porém, isso não é uma barreira para que laços emocionais
se formem entre esses que se conhecem e criam laços de amizade dentro desse
mundo. Os relacionamentos virtuais se diferem na maneira como os indivíduos
mantêm contato e, por muitas vezes, os laços sentimentais que se formam podem
vir a se tornar tão profundos quanto ao relacionamento presencial. Todavia, há duas
maneiras de se relacionar, tanto a virtual quanto a presencial, há alegrias e
sofrimentos, cabe a nós sabermos lidar com os altos e baixos de uma relação.
Sem humildade e coragem não há amor. Essas duas qualidades são
exigidas, em escalas enormes e contínuas, quando se ingressa numa terra
inexplorada e não-mapeada. E é a esse território que o amor conduz ao se
instalar entre dois ou mais seres humanos. (BAUMAN 2004, p.12).
Na sociedade contemporânea, as relações sociais estão cada vez mais
sendo influenciadas pelas tecnologias digitais. O celular e a internet são
indispensáveis nesse convívio social, através de redes sociais e aplicativos de
mensagens instantâneas. Segundo Silva (2014, p. 31), “além da efemeridade e da
diversificação dos valores, há outra influência nas novas maneiras de pensar e agir
pós-modernas [...] a compressão do tempo e do espaço”. Ou seja, estamos mais
tempo conectados a quem está distante, geograficamente, e menos presentes a
quem requer a nossa presença.
15
Para Bauman (2004, p.25), quando a sociedade conecta-se ao mundo
virtual, tem-se a impressão de que essa “conectividade” estará suprindo ou
prometendo uma “navegação segura [...] por entre os recifes da solidão e do
compromisso, do flagelo da exclusão e dos [...] vínculos demasiadamente estreitos".
Consequentemente, estamos pertencendo mais às palavras, porém sem conteúdo.
“Pertencemos à conversa, não àquilo sobre o que se conversa”.
Por meio dessas reflexões, busquei analisar no meio em que convivo como
é ser solitário no atual mundo em que vivemos. E é a partir desse momento que a
fotografia analógica entra para esta discussão. Passado e presente que possam se
interligar, se comunicar. Ou seja, a fotografia analógica pode vir a se integrar com a
discussão e reflexão do tema deste trabalho, que resulta nas questões sobre o
sentimento de se sentir só nessa sociedade contemporânea, mesmo estando
conectado com o mundo.
1.1 Um Método de Produzir Impressões – fotografia
Uma das tecnologias que mais revolucionou o mundo em que vivemos foi a
fotografia digital. Após o surgimento desta em 1980, a fotografia analógica tende a
entrar em declínio. A forma de fotografar mudou o olhar do consumidor diante de
tanta facilidade em registrar uma imagem. Contudo, será que a maneira como se
fotografava nos século passado irá torna-se obsoleta? Através dessa questão,
resolvi me aventurar no campo analógico para tentar mostrar que independente de
estarmos em um ritmo avançado de novas e revolucionárias tecnologias, a fotografia
analógica ainda pode permanecer por vários anos como uma técnica a ser
explorada, trabalhada e apreciada por muitos amantes da fotografia.
Quando a fotografia surgiu, no século XIX, teve que passar por vários
processos, estudos, erros e acertos para chegar a ser tal como a conhecemos hoje.
Em 1826 o Inventor francês Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833) dava os
primeiros passos para a fixação da imagem por meio da câmara escura, câmera
obscura em latim. Pesquisou um material que era recoberto com betume e, em
seguida com sais de prata. Teve sucesso em 1827, batizando a descoberta de
“heliografia” (OLIVEIRA, 2006, p. 02).
16
Em uma das suas viagens a Paris, Niépce (1765-1833) conhece o pintor
Louis Jacques Mandlé Daguerre (1787-1851), que trabalhava em um projeto
semelhante ao seu, acabando por associar-se a ele. De Acordo com Oliveira (2006,
p.02), as experiências de Daguerre “[...] consistiam em expor, na câmara escura,
placas de cobre recobertas com prata polida e sensibilizadas com vapor de iodo,
formando uma capa de iodeto de prata sensível à luz”. Essa pesquisa acabou sendo
reconhecida pela Academia de Ciências de Paris, em 19 de agosto de 1839, sendo
batizado como “daguerreotipo”, um método de gravar imagens por meio da câmara
escura.
Essa nova descoberta preocupou alguns críticos de arte, que não
reconheciam seu caráter estético. Dentre eles, o poeta e crítico Charles Baudelaire
(1821-1867). Segundo Ramos (2009, p.131), “[...] a grande preocupação de
Baudelaire era o esquecimento da arte ocasionado pela mecanização e
industrialização da fotografia”. Porém, analisa Ramos (2009), mesmo com toda a
sua revolta e desconfiança para com essa nova maneira de se fazer arte, Baudelaire
deixou-se fotografar por seu amigo íntimo Félix Nadar (1820-1910), que defendia o
caráter artístico da fotografia.
A desmaterialização da arte, em todo o tipo de manifestações: pictórica,
escultórica, musical, teatral, afirma-se por todo o século passado.
Acompanha, evidentemente, a radicalização entre Arte e a Vida. É neste
século que a arte cria e lança raízes para novas, ousadas, inusitadas e até
radicais maneiras de expressão. (TAVARES, 2009, p. 119)
A primeira foto de que se tem conhecimento, tirada por Niépce (1765-1833)
em 1826-1827, é Vista da janela em Le Gras, mostrada na figura 1; é a foto mais
antiga até os dias atuais. Porém, só foi revelada ao mundo no ano de 1839. O autor
Batista (2011, p.03) registra que, em 1835, Henry Fox Talbot (1800-1877), inventor,
botânico e matemático Inglês e também um contemporâneo de Daguerre,
“conseguiu produzir um negativo feito de papel que permitia uma cópia de contato”.
Anos mais tarde, Talbot criara o processo chamado de “Calótipo”, que permitia
múltiplas cópias de um único original. Nascia então o negativo.
17
Figura 1 “Viewfromthewindowat Le
Gras”(Vista da janela em Le Gras)
Joseph Nicéphore Niépce, Paris, 1826.
Fonte: LEMAGNY; ROUILLÉ, 1988, p.16.
Dentre várias pesquisas e mudanças que ocorreram no processo fotográfico,
nos anos que se seguiram houve uma grande revolução; especialmente em 1889,
quando George Eastman (1854-1932) inventou o filme com uma base flexível,
inquebrável e que poderia ser enrolada. Começava então uma grande produção de
massa da primeira câmera Kodak, mostrada na figura 2, que o consumidor já
comprava carregado com uma bobina de filme, uma realidade; e por consequência,
houve a popularização da fotografia.
Figura 2 Fonte: Site Queimando Filme.
Figura 2”Câmera Kodak No 1”
Fonte:http://www.queimandofilme.com/201
3/11/13/kodak-no-1-a-primeira-camera-pra-
todos/
Figura 1
18
1.1.1 Fotografia Conceitual
A Fotografia Conceitual despontou no final da década de 1960, ajudando a
desmistificar a ideia de que a fotografia seria somente uma forma de documentar
uma evidência ou um fato ocorrido. Nos estudos sobre Fotografia Conceitual a
autora Annatereza Fabris (2007, p.22) registra que, “a caracterização da fotografia
utilizada pelos artistas conceituais é, porém, acompanhada por outras considerações
[...]”. Considerações essas, “aparentemente fáceis de ser determinadas”. A
Fotografia é usada pelos artistas conceituais para ir em direção oposta à fotografia
documental. Tentar emitir ou expressar um conceito e não um registro da cena
fotografada.
Nesse contexto, o documento não se opõe à arte, pode transformar-se em
ficção documental, dando a ver o que não necessariamente acontece ou o
que só tem lugar no documento que o engendra no momento em que o
documenta. O documento transforma-se em obra. É a obra documentando a
si mesma [...]. (FABRIS, 2007, p.22).
Dentro do campo da fotografia assim como nas das outras artes visuais
existem diversas maneiras de expressão. A fotografia tem o poder de transmitir
inúmeros sentimentos, sejam sentimentos de alegria, angústia, amor, medo, tristeza,
euforia, excitação, dúvida, indiferença, entre outros. Portanto, além de outros fatores
a Fotografia Conceitual é uma vertente onde o fotógrafo parte de um conceito pré-
definido para tentar transmitir uma ideia. No caso deste trabalho, fazer uma reflexão
sobre o sentimento de se sentir só mesmo estando conectado com o mundo.
Um dos pioneiros da fotografia conceitual é o artista plástico Victor Burgin
(1941). Ele rejeitava a ideia de que a arte tinha que ser mantida fora do mundo
social. Em suas fotografias, Burgin visa explorar a realidade do capitalismo com o
glamoroso mundo da publicidade. Em “Posse” Burgin usa as técnicas e o estilo da
publicidade, como é mostrada na figura 3. “Por meio da imagem, Burgin chama a
atenção para o processo de visão e interpretação, incentivando os observadores a
examinarem de que forma é construído o significado”. (LOYD, apud HACKING,
2012, p. 461).
19
Figura 3 Victor Burgin “Posse”
1976 Litografia em duotone
119x84cm Fonte: Site da
British Council Collection.
Fonte:http://visualarts.britishcou
ncil.org/collection/artists/victor-
burgin-1941/object/possession-
burgin-1976-public-domain-
p31561
Outro conhecido na arte Conceitual é Joseph Kosuth (1945). Uma das suas
obras mais notórias é One and Three Chairs (1965), mostrada na figura 4. Ele usa a
ideia e a linguagem como uma reflexão. Kosuth pergunta na obra a seguinte
questão: em qual das três está à verdadeira identidade do objeto? Ou se está em
todos ou em nenhum? Segundo Fabris (2007, p. 23) “uma vez que a obra conceitual
carece de uma realidade estética formal [...] o recurso se apoia em significantes
diversos, reduzidos à mínima expressão”.
Figura 4 “One and Three Chairs” 1965
Joseph Cadeira 82 x 37,8 x 53 cm, painel
fotográfico 91,5 x 61,1 cm, o painel de
texto 61 x 76,2 cm
Fonte:http://www.moma.org/collection/o
bject.php?object_id=81435
20
1.1.2 Fotografia Encenada – múltipla exposição
A construção da imagem na fotografia encenada desafia o conceito de
fotografia com um meio de expressão que registra a realidade, (PLUMMER, apud
HACKING, 2012, p.412). Como na fotografia conceitual, a fotografia encenada se
estabelece de uma ideia pré-definida, que é construída em uma cena, seja com
objetos ou pessoas, finalizada com o ato fotográfico. Em muitos momentos a
encenação precisa de mais de uma fotografia para passar a real intenção que o
fotógrafo quis estabelecer; logo, há uma sequência de fotografias, que juntas,
formam a ideia do que é pretendido passar para o observador.
Duane Michals (1932) é um fotógrafo americano que soube fazer este tipo
de fotografia muito bem. Teve reconhecimento internacional, com suas fotos
sequências, como na obra “Chance Meeting” (Encontro ao acaso) citada na figura 5,
abaixo, excedendo as limitações da imagem única.
Figura 5 “Chance Meeting” 1970, Duane Michals, fotografia gelatina e prata em papel,
10,2 x 15,5cm cada.
Fonte:http://duanemichals.tumblr.com/
Consiste na fotografia analógica que expõe o filme duas ou mais vezes à luz,
obtendo fotografias um tanto fantasmagóricas ou surreais. Em suas fotografias
Duane expõe ou retrata de um modo que foge do documental: ele inventa e cria
situações de um ponto de vista diferente da realidade. Duane também faz uso da
narrativa em suas criações. É influenciado por artistas como René Magritte (1898-
1967), o mesmo artista que posa em uma série de retratos do artista na década de
1960, considerada por muitos o apogeu de suas obras. Faz do seu imaginário um
21
convite para belas, assustadoras e surreais fotografias. Nas figuras 6 e 7 são
exibidas duas obras da série de René Magritte (1898-1967) com a técnica de
múltipla exposição do fotógrafo Duane Michals.
Figura 6 “Magritte with hat” 1965 Duane Michals, gelatina
e prata em papel.
Fonte:http://www.heterotopiastudies.com/wp-
content/uploads/2014/05/michals_pp_05.jpg.
Figura 7 “Coming and Going” 1965 Duane Michals,
gelatina e prata em papel.
Fonte:http://thevintagegallery.blogspot.com.br/2014/0
1/duane-michels.html
Duane Michals foi um dos principais fotógrafos que me inspirou a usar a
técnica de múltipla exposição. A partir dela busquei explorar, a princípio, a ideia da
solidão contemporânea, compondo a cena pré-definida em minha mente.
22
Para Elizabete Rocha (2013 p. 35), que estuda sobre a encenação e sobre
vestígios dentro da fotografia, a imaginação e a criação são fatores muito
importantes para quem está inserido neste meio contemporâneo em que vivemos. “A
imagem fotográfica permite que as coisas da imaginação sejam materializadas no
espaço bidimensional da fotografia”. Por meio de vestígios e encenações, Rocha
busca explorar o lado subjetivo da fotografia, esperando a interpretação de cada
individuo diante da obra, por não ser uma mera representação da realidade, como é
o caso da fotografia documental. Já para Fiochi e Lacerda (2009) “a fotografia é uma
forma de realidade mista, ou poderíamos chamar de realidade híbrida”. Ainda
segundo os autores, como aparece no artigo “A imagem entre a realidade e a
ficção”, alegam que a realidade da fotografia é unificada pela objetividade e
subjetividade, do criador ou do espectador.
Cindy Sherman (1954) consegue realizar de uma maneira enigmática uma
série de autorretratos, inspirados nos filmes do fim da década de 1950 e 1960. Ela
convida o espectador a desconstruir ou a narrar à história daquela imagem. Em
fotograma sem titulo nº 32, mostrada na figura 8, Sherman mostra-se uma
personagem sedutora acendendo um cigarro. Levando o observador a se perguntar,
o que ela faz ali? Onde ela está? (MEMOU, apud HACKING, 2012, p.423). De uma
maneira ou de outra ela está encenando uma ideia que já tinha estabelecido em sua
mente, cabe a quem observa tirar suas próprias conclusões. O que é real? O que é
encenação?
Figura 8 fotograma sem título nº321979,
Cindy Sherman Fonte: Site Moma
Exibitions.
Fonte:http://www.moma.org/interactives/
exhibitions/2012/cindysherman/gallery/2/
#/31/untitled-film-still-32-1979/
23
Na fotografia contemporânea há fotógrafos que também fazem uso da técnica
de múltipla exposição com a fotografia analógica, conseguindo obter resultados bem
expressivos.
Jon Duenas é um fotógrafo americano de moda e editoriais, que visa
explorar a introspecção e a estética minimalista, permitindo que o espectador se
conecte com a imagem. Algumas de suas imagens remetem um lado obscuro do
nosso comportamento, como na figura 9; já na figura 10, a obra Connected lembra
um pensamento que está conectado a algo, e na figura 11, Echos, Duenas pode
estar fazendo uma referência a algo que lembramos ou que nunca esquecemos
pertencente à nossa memória.
Figura 9 “Obscured” Jon Duenas. Figura 10 “Connected” Jon Duenas.
Figura 2
Figura 11 “Echo” Jon Duenas.
Fonte:http://www.jonduenas.com/d
ouble-exposures#e-2
Outro fotógrafo que se assemelha a Jon Duenas é Christoffer Relander
(1986). Em algumas séries de fotografias, ele cria sobreposições com pessoas e
Fonte:http://www.jonduenas.com/do
uble-exposures#e-5
Fonte:http://www.jonduenas.com/d
ouble-exposures#e-8
24
paisagens, assim como Duanes. Porém, o que difere é a técnica; ao contrário de
Duanes, a múltipla exposição que Relander faz é através dos comandos da sua
câmera digital, sem manipulação em programas de edição de imagem. Em suas
fotografias, Relander usa a natureza como um dos “panos” de fundo para suas
fotografias duplamente expostas. Expondo a quem observa suas obras, de que a
natureza quando em contato com o homem, pode subjetivamente mostrar o quão
um pertence ao outro, como que se estivéssemos conectados com a natureza.
Abaixo, podemos ver algumas imagens que seguem a esse pensamento.
Figura 12 Sem título Figura 13 Sem título
Fonte:
http://lounge.obviousmag.org/se
m_receita/2012/07/christoffer-
relander-fotografias-em-multipla-
exposicao.html
Figura 14 Sem título
Fonte:http://www.christofferrelander.com/#!mg_
ld=3328.
Fonte:http://lounge.obviusmag.o
rg/sem-
receita/2012/07/christoffer-
relander-fotografias-em-multipla-
exposicao.html
25
2 A POÉTICA E SUAS IMPRESSÕES
Como foi dito no primeiro capítulo do presente trabalho, a inspiração para o
tema veio quando me deparei com as fotografias de Duane Michals (1932). Mais
especificamente, em uma sequência de fotografias, que juntas formavam uma ideia,
contavam uma estória.
Os ensaios mostrados no próximo tópico ilustram o conceito deste trabalho,
de forma que pretendem mostrar ao observador o sentimento de se estar só mesmo
estando conectado com o mundo contemporâneo e agitado onde nós vivemos.
Entretanto, estar em um mundo onde a era digital avança com agilidade e mesmo
tendo todos os recursos das mídias sociais em uma tela de celular, por exemplo,
não estamos a salvo de não nos sentirmos sós.
Comecei então a me aprofundar mais no tema da solidão, trazendo a
fotografia analógica para esta discussão. Mostrar o quão viva se encontra esta
técnica descoberta no passado, que hoje em dia se faz tão presente em nossas
vidas. Mesmo com todas as dificuldades encontradas, nada me desanimou a
continuar a fotografar com filme, pois o que eu queria transmitir para o observador
era, justamente, essa comparação de passado e presente em plena era digital.
Como poderia a partir das fotografias analógicas de dupla exposição,
mostrar para o leitor a minha ideia de solidão contemporânea, que mesmo estando a
todo o momento conectado com um dispositivo móvel, podendo estar conversando
com quem quer que seja, o seu outro “eu”, o “eu” que quer vivenciar a vida mais
presencialmente não estaria feliz? Na realidade os dois “eu” vão se tornando
“prisioneiros” de uma vida que estaria vivendo só no modo virtual da tela do seu
dispositivo móvel. Um ser solitário, onde os que estão ao seu redor não têm graça,
nem vida. Uma vida vazia, triste e solitária de quem vive apenas para uma tela de
um celular. E é essa reflexão que quero transmitir ao leitor e/ou observador.
Então, a partir dessa ideia, revelar a quem está diante das obras, que não
precisamos ser reféns dessa era digital, podemos sim nos conectar com o mundo,
sem deixarmos de nos relacionar socialmente, onde a realidade nem sempre é tão
agradável aos olhos. E, assim, começarmos a olhar mais nos olhos das pessoas,
26
nos introduzirmos mais ao convívio social, viver a vida sem desaparecer mesmo
estando presente.
2.1 O Processo Fotográfico
No início da pesquisa, havia pensado em fazer o processo de revelação do
filme em casa ou no laboratório que se encontra no curso de Jornalismo da UFMS.
Porém, quando fui fazer meu primeiro teste de revelação neste laboratório, alguns
problemas ocorreram. Os químicos de revelação e fixação da imagem estavam
vencidos, o que resultou na perda de todas as imagens naquele negativo. Todavia,
imaginava que isso poderia vir a acontecer, pois trabalhar no mundo da fotografia
analógica é arriscado, por vezes pode dar certo, em outras não. Então, para não
perder muito tempo, resolvi mudar de ideia, porque em casa não teria um lugar
apropriado para fazer este processo e o custo financeiro seria muito alto. Resolvi
então, deixar a parte de revelação e ampliação a cargo de um laboratório fotográfico
especializado, que pudesse fazer todo o processo após a captação da imagem.
Mesmo este laboratório sendo no estado de São Paulo. Infelizmente aqui em Campo
Grande – MS não há laboratório especializado em revelação e ampliação de filmes
em preto e branco.
2.1.1 A câmera fotográfica analógica
A câmera que usei em todos os ensaios foi uma câmera analógica Nikon
N80 com uma objetiva (lente) de 24mm f 1:2.8 D1
mostrada nas figuras 15, 16 e 17
respectivamente. Esta câmera possui um recurso onde eu bloqueio o avanço do
filme, podendo, assim, fazer diversas captações de fotos em uma única pose. Optei
por só captar duas imagens em uma pose, pois essa era a proposta do presente
trabalho. Esta técnica é chamada de dupla exposição.
A lente de 24mm com abertura mínima de F1:2.8, era ideal para a realização
da minha proposta para este trabalho. Com abertura ampla, pude captar um cenário
onde o indivíduo contemporâneo se insere na cena como o “ator” principal.
1
Objetiva 24mm F:1:2.8 é referente à distância focal, que no caso da 24mm é uma grande angular
fixa, adequada para viagens, paisagens, retratos ambientais e outros; com controle de abertura
manual para fotografia. Disponível em: <http://www.nikon.com.br/nikon-products/product/camera-
lenses/af-nikkor-24mm-f%252f2.8d.html>. Acesso em: 03 fev. 2016
27
Figura 15 e 16 Câmera Nikon (visão frontal e posterior)
Fonte: https://hoursofidleness.wordpress.com/2010/03/13/nikon-n80-big-taste-less-filling/.
Figura 17 Detalhe da lente da Nikon
Fonte:https://hoursofidleness.wordpress.com/201
0/03/13/nikon-n80-big-taste-less-filling/
2.1.2 Filme preto e branco
O filme fotográfico ou película fotográfica, utilizado em fotografia, é
constituído por uma base plástica, flexível e transparente, sobre a qual é depositada
uma emulsão fotográfica. Esta é formada por uma fina camada de gelatina que
contém cristais de sais de prata sensíveis à luz que chega a ela através da lente da
câmera. Os sais de prata, quimicamente chamados de haletos de prata, podem ser
mais ou menos sensíveis à luz. Então, há filmes que exigem maior quantidade de luz
para registrar as imagens. Outros permitem a captação com menos luz. A essa
propriedade dá-se o nome de sensibilidade.
28
Como havia dito no primeiro capítulo, optei por trabalhar com filme preto e
branco para aproximar o passado e presente. A era digital se faz tão presente hoje
em nossas vidas, que um simples pressionar de um botão da câmera digital ou até
mesmo os próprios celulares com câmeras já obtém uma imagem em uma fração de
segundos. Apesar de não ver a imagem, na técnica de fotografia analógica, também
é possível obter a imagem em uma fração de segundo, o que não é possível, é a
visualização imediata. E, assim, muitas vezes se pode não obter o resultado
esperado, e só saber na revelação. Todavia, mostrar este contraponto é fazer com
que as pessoas olhem e reflitam mais sobre a correria do dia a dia. Reflitam sobre o
próprio comportamento diante de tanta facilidade com que nos comunicamos hoje.
Discutam, conversem mais olhos nos olhos, se possível presencialmente, não se
camuflem em seus espaços íntimos. É esta reflexão que tento emitir para o
observador diante das obras finais deste trabalho.
2.1.3 Os testes encenados
Selecionei três tipos de filme preto e branco que gostaria de trabalhar e
testar, mais necessariamente com três tipos de ISO2
. Um com ISO 100, outro 400 e
um mais sensível à luz de 3200. Todos os filmes utilizados da marca ILFORD
Professional foram comprados pelo mercado online, já que esses filmes não se
encontram com facilidade no mercado fotográfico físico e nem na cidade de Campo
Grande – MS.
No primeiro ensaio usei um filme de 35mm de ISO 3200, mostrado na figura
18, onde a sensibilidade a luz é altíssima.
2
O ISO (Internacional Organization for Standardization) é um termo utilizado para se referir a
sensibilidade de superfícies fotossensíveis (sensíveis à luz) utilizadas na fotografia. Também
conhecida como sensibilidade fotográfica. Disponível em:
<http://www.mnemocine.com.br/index.php/fotografia/34-tecnica-de-fotografia/173-filmes>. Acesso em:
04 fev. 2016.
29
Figura 18 Filme Ilford 35mm Delta 3200
Preto e Branco 36 poses ISO 3200
Fonte:http://orangephoto.com.br/filmes-e-
papel-fotografico/filmes-ilford/filme-ilford-
delta-3200-preto-e-branco-36-poses-iso-
3200.html
Usei este filme em um final de entardecer dando sequência ao anoitecer,
dentro de uma casa com luzes fluorescentes e incandescentes. Em todos os ensaios
obtive as fotos de dupla exposição com auxílio de um tripé, onde pude selecionar a
cena em um único quadro registrando as duas captações de luz em uma única pose.
Fiz este teste justamente para saber se o resultado que eu imaginava iria dar certo
de fato. Pois bem, obtive o resultado que eu esperava. Mostrando a partir da
captação das imagens, alguns pontos da casa onde o “ator” divaga ociosamente
com seu smartphone ou notebook. Um detalhe me chamou a atenção sobre este
filme de ISO 3200. As fotos por terem sido expostas acima do ideal de luz para este
filme resultaram em registros com muitos grãos 3
, devido ao filme ter essa
sensibilidade alta à luz. Porém, não me incomodou, pois, como falei no primeiro
capítulo, à fotografia que eu buscava era uma fotografia Conceitual, onde a ideia em
si toma forma por meio das fotografias encenadas deste trabalho.
3
A emulsão dos filmes é constituída por haletos de prata - que, agrupados, formam o que
conhecemos por grão ou granulação - imersos em gelatina animal. A quantidade de grãos implica
diretamente na nitidez da película, ou seja, para fotos mais nítidas, é preciso maior quantidade de
grãos menores, por sua vez, uma menor quantidade significa grãos maiores para preencher todo o
fotograma. Disponível em: <http://www.mnemocine.com.br/index.php/fotografia/34-tecnica-de-
fotografia/173-filmes>. Acesso em: 04 fev. 2016.
30
Neste ensaio obtive desde já o resultado final que eu queria, mas havia
ainda dois tipos de ISO a ser testados. Logo abaixo algumas fotografias com filme
de ISO 3200:
Figura 19
Acervo pessoal da artista
Figura 20
Acervo pessoal da artista
Figura 21
Acervo pessoal da artista
31
Figura 22
Acervo pessoal da artista
Para o outro ensaio, onde realizei tanto externo como interno, optei por usar
um filme p&b de ISO 400. (ver figura 23).
Figura 23 Filme p&b de ISO 400
Fonte:http://www.angelfoto.com.br/aces
sorios/filmes/35mm/filme-35-ilford-hp5-
400-preto-e-branco.html
Dentro da casa da modelo, com o tripé também em todas as cenas, obtive
um resultado satisfatório. Dentro da casa foi registrado o lado solitário de quem vive
com seus dispositivos móveis perambulando pela casa. Já nas fotografias externas,
optei por registrar as cenas com a modelo em um terminal de ônibus. Porém, devido
às várias movimentações de pessoas, tive alguns problemas durante a captação das
fotos. Um esbarrão que seja no tripé já mudaria o quadro. Mesmo algumas fotos
tendo dado certo e mesmo gostando do resultado, as fotografias do primeiro ensaio
haviam me conquistado pelo fato de elas serem mais íntimas, não no termo literal,
32
mas de uma forma que o cidadão contemporâneo se insere no cotidiano de um ser
solitário, interagindo apenas com seus dispositivos móveis.
Abaixo algumas imagens deste ensaio:
Figura 24
Acervo pessoal da artista
Figura 25
Acervo pessoal da artista
Figura 26
Acervo pessoal da artista
33
Figura 27
Acervo pessoal da artista
Figura 28
Acervo pessoal da artista
Figura 29
Acervo pessoal da artista
No ensaio com filme de ISO 100 (ver figura 30), optei em registrar as cenas
em lugares abertos, onde não tivesse pessoas transitando muito. Queria mostrar a
partir das fotos captadas a modelo encenando como que se tivesse tirando selfies4
e
4
Selfie é uma palavra em inglês, que tem origem no termo self-portrait, que significa autorretrato.
Geralmente a selfie é uma foto registrada pela própria pessoa com um smartphone por exemplo.
Disponível em: <http://www.significados.com.br/selfie/>. Acesso em: 05 fev. 2016.
34
seu outro “eu” não querendo o mesmo. Ou seja, ambientes bonitos para registrar
selfies, porém, ainda sim um ser solitário inserido neste contexto.
Figura 30 Filme p&b ISO 100
Fonte:http://orangephoto.com.br/filmes-e-
papel-fotografico/filmes-ilford/filme-ilford-
delta-100-preto-e-branco-120-iso-
100.html
Abaixo algumas imagens deste ensaio:
Figura 31
Acervo pessoal da artista
35
Figura 32
Acervo pessoal da artista
Figura 33
Acervo pessoal da artista
Figura 34
Acervo pessoal da artista
2.1.4 Revelação, Digitalização e Ampliação
Após ter fotografado com os 3 tipos de filmes, começaria a procurar por
laboratórios que revelassem filmes preto e branco. Pesquisando na internet alguns
laboratórios de São Paulo, me deparei com um que foi o melhor de custo e rapidez
que me agradou. O laboratório 337 LAB se encontra no bairro Ipiranga da cidade de
36
São Paulo. Fui muito bem atendida, onde minhas dúvidas foram todas sanadas por
meio de emails que trocava com o laboratorista Rogério. Mandei os filmes através
do SEDEX pelos correios. A partir de então todo trabalho de revelação, digitalização
e ampliação das fotos em papel fotográfico ficou por conta deste laboratório.
Depois de revelado o filme quimicamente com os produtos adequados, o
negativo do filme iria para um scanner específico para a realização de tal
procedimento, realizando assim, a cópia digital do negativo. A partir de então, o
Rogério me mandava as cópias digitais por meio de uma ferramenta chamado
WeTransfer5
, que chegava no meu email, e de lá eu baixava as fotos. Assim, poderia
escolher qual foto iria para a ampliação em papel fotográfico. A ampliação também
ficou por conta deste laboratório, que basicamente é um aparelho que emite uma luz
concentrada no negativo através da qual, esta luz é projetada no papel fotossensível
sensiblizando assim, o papel que, após passar pelo processo de revelação motra a
imagem que estava no negativo.
2.2 A obra final
Depois de fazer os testes com três filmes com ISO diferentes, cheguei à
conclusão de quais fotos iriam compor minha obra final. E, então, optei por
selecionar algumas fotos somente do filme de ISO 3200, pois as fotos ficaram como
eu tinha imaginado e foram as que se introduziram melhor dentro do minha poética.
A obra intitulada de “vestígios de um solitário” é composta de um conjunto de
imagens que expressa o conceito de solidão de um cidadão contemporâneo inserido
no seu espaço íntimo e que, ociosamente, vagueia pelos cômodos da sua casa
interagindo no mundo virtual com seu smartphone e notebook à procura de tentar
não se sentir só.
As fotografias finais deste trabalho são mostradas logo abaixo, com intuito
de obter uma reflexão sobre como cada ser humano lida com as mudanças
tecnológicas que ocorrem década após década.
5
WeTransfer é uma ferramenta que permite aos usuários compartilharem diversos documentos ou
arquivos de forma, rápida e fácil, por permitir fazer o download de vários documentos por meio de um
arquivo zipado, sem precisar baixar um a um. Disponível em: <http://www.techtudo.com.br/tudo-
sobre/wetransfer.html>. Acesso em: 10 mar. 2016.
37
O solitário anda aonde ninguém nota-o,
Aonde não há ninguém para se notar
Aonde não há nada para observar
Aonde não há ninguém para conversar
Aonde não há ninguém para tocar
Aonde o eu basta-se a sonhar
Aonde o outro eu basta-me
Talvez, basto-me.
Autoria própria.
Figura 35 “Ócio”
Acervo pessoal da artista
Figura 36 “Relaxamento”
Acervo pessoal da artista
38
Figura 37 “Inativo”
Acervo pessoal da artista
Figura 38 “Inquietação”
Acervo pessoal da artista
Figura 39 “Pausa”
Acervo pessoal da artista
39
Figura 40 “Repouso”
Acervo pessoal da artista
Figura 41 “Apatia”
Acervo pessoal da artista
Figura 42 “Indiferença”
Acervo pessoal da artista
40
Figura 43 “Insociável”
Acervo pessoal da artista
41
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A fotografia analógica foi o ponto de partida para a realização deste trabalho.
Dentro da arte contemporânea, ela se destaca por ser uma técnica pouca procurada
atualmente, devido ao crescente avanço da fotografia digital. Todavia, para mim, ter
trabalhado com a fotografia analógica, me fez enaltecer o grande valor que esta
técnica possui. Independente dos grandes avanços que a fotografia digital possa vir
nos mostrar, a fotografia analógica sempre terá seu espaço guardado no passado e
estudado no presente.
Foram encontradas muitas dificuldades durante todo o processo de
pesquisa, porém, nada que me fizesse desanimar ou desistir daquilo que eu
almejava. A dificuldade principal foi encontrar, no mercado local, os filmes p&b para
a realização dos testes. Todo o meu processo da compra dos filmes até a ampliação
das fotos em papel fotográfico, como havia dito anteriormente, foi realizado pela
internet, gerando um custo financeiro maior do que tinha imaginado. Entretanto, é
isso que torna a fotografia analógica mais enriquecedora e valorizada, e também,
requer muita paciência e dedicação.
Foi por meio dos erros e acertos deste trabalho que fui aos poucos
percebendo que nos tempos de hoje ter paciência é uma qualidade quase que
imprescindível. Até porque, nem sempre o resultado pode sair satisfatório. Como
ocorreu neste trabalho durante os testes com os filmes. No entanto, em relação ao
resultado final das obras, foi mais do que esperado. Pude fortalecer a importância da
fotografia analógica para a geração de hoje, onde a era digital predomina, e assim
comparar esta técnica do passado com o uso acelerado dos dispositivos móveis,
uma vez que pode vir a gerar no cidadão um isolamento do convívio social, que nem
sempre é proposital.
Sendo assim, finalizo este trabalho com grande entusiasmo e realização.
Enfatizando a grande importância em valorizarmos as técnicas descobertas no
passado. Este trabalho deixa, ainda, uma possiblidade de aprofundar os estudos
sobre outras técnicas a serem exploradas no campo da fotografia analógica. Percebi
que, com muita força de vontade, posso chegar a qualquer lugar. E que por mais
que os obstáculos possam surgir no caminho, saberei que sempre haverá um
42
destino final. Por fim, enalteço a grande importância de nos comunicarmos mais com
as pessoas, que não nos aprisionemos dentro de nós mesmos.
43
REFERÊNCIAS
BATISTA Marcos H. de Tarso. A transição da fotografia analógica à fotografia
digital, 2011. Disponível em: http:/<www.mnemocine.com.br/indexphp/fotografia/32-
fototexto/169-a-transicao-da-fitografia-analogica-a-fotografia-digital>. Acesso em: 24
mar. 2015.
BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.
FABRIS, Annatereza. Arte conceitual e fotografia - um percurso crítico -
historiográfico, uma leitura do retrato fotográfico. Belo Horizonte: Editora UFMG,
2004.
FIOCHI, Marco Aurélio; LACERDA, Mariana. A imagem entre a realidade e a
ficção, 2009. Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/materiacontinuum/a-
imagem-entre-a-realidade-e-a-ficcao/>. Acesso em: 23 mai. 2015.
HACKING, Juliet et al. Tudo sobre fotografia. Rio de Janeiro: Sextante. 2012.
KOHN, Karen; DE MORAES, Cláudia Herte. O impacto das novas tecnologias na
sociedade: conceitos e características da Sociedade da Informação e da Sociedade
Digital. In: III Intercom Júnior, 2007, Santa Maria. Jornada de Iniciação Científica
em Comunicação, Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2007.
Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1533-
1.pdf>. Acesso em: 02 de junho 2015.
MIRON, Dione M. Solidão no mundo contemporâneo, 2011. Disponível em:
<http://www.dionemiron.com.br/artigos/63-solidao-no-mundo-contemporaneo>.
Acesso em: 15 abr. 2015.
OLIVEIRA, Erivam Morais de. Da fotografia analógica à ascensão da fotografia
digital. Biblioteca Online de Ciências da Comunicação, Portugal, 2006. Disponível
em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/oliveira-erivam-fotografia-analogica-fotografia-
digital.pdf> Acesso em: 21 de abril 2015.
RAMOS, Matheus Mazini. Fotografia e arte: demarcando fronteiras. Revista
Contemporânea, Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/contemporanea/article/view/359>. Acesso em: 23 abr.
2015.
ROCHA, Elizabete. Vestígios e Memória: Fotografias encenadas. 2014. 148 f.
Dissertação (Pós-graduação em Artes Visuais) – Universidade Federal de Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2014.
SILVA, Bárbara Garcia Ribeiro da. A função social da amizade duradoura na
sociedade contemporânea: um estudo com jovens adultos moradores da
metrópole paulistana. 2014. Número f. Tese (Pós-graduação em Sociologia) –
44
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, SP, 2014.
TAVARES, António L. M. A fotografia artística e o seu lugar na arte contemporânea.
Revista Sapiens: História, Patrimônio e Arqueologia. N.º 1 (Julho 2009), pp. 118-
129.

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  • 1. POLIANA SIQUEIRA SANTANA IMPRESSÕES DE UMA SOLIDÃO CONTEMPORÂNEA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE ARTES VISUAIS – BACHARELADO CAMPO GRANDE 2016
  • 2. 2 POLIANA SIQUEIRA SANTANA IMPRESSÕES DE UMA SOLIDÃO CONTEMPORÂNEA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Artes Visuais – Bacharelado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito final à obtenção do título de Bacharel em Artes Visuais. Orientador: Prof. Renan Kubota CAMPO GRANDE 2016
  • 3. 3 POLIANA SIQUEIRA SANTANA IMPRESSÕES DE UMA SOLIDÃO CONTEMPORÂNEA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Artes Visuais – Bacharelado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito final à obtenção do título de Bacharel em Artes Visuais. Orientador: Prof. Renan Kubota Campo Grande, MS, ____, de __________________, de 2016 COMISSÃO EXAMINADORA Profº M. Renan Kubota Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Profª Dª Eluiza Bortolotto Guizzi Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Profº Drº Isaac Camargo Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • 4. 4 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por me guiar nessa jornada e me conceder paz. Aos meus pais por todo amor e carinho, apoio e dedicação, sempre me estimulando e encorajando a seguir em busca dos meus objetivos. À minha irmã Helen e meu cunhado Heverton pelo apoio nas horas em que mais precisei. À minha prima Vanessa por ter visto meu nome na lista de aprovados, se não fosse ela, não estaria finalizando esse trabalho. As minhas grandes amigas Cássia e Arianne pela paciência, amizade, companheirismo, aos conselhos, pela grande generosidade em sempre querer me ajudar, parceiras que me ajudaram muito durante todo o curso. Aos meus modelos Gil Marques e Thairiny Abreu por ter aceitado participar deste trabalho e pela paciência ao longo dos ensaios. Ao meu Professor e Orientador Renan Kubota por toda sua paciência, conhecimento, amizade e dedicação ao longo da orientação. A todos os professores que ao longo dessa jornada me enriqueceram com seus ensinamentos. A todos o meu muito obrigado.
  • 5. 5 “Sentir é compreender. Pensar é errar, Compreender o que outra pessoa pensa é discordar dela. Compreender o que outra pessoa sente é ser ela”. Fernando Pessoa (1974)
  • 6. 6 RESUMO Este trabalho desenvolve uma pesquisa teórico-prática, que busca mostrar por meio da fotografia analógica impressões do sentimento de solidão a partir de uma cena já pré-definida, onde o indivíduo contemporâneo influenciado pelos avanços tecnológicos é visto como um ser solitário dentro da encenação. As obras deste trabalho expressam por meio da fotografia analógica, com a utilização do filme preto e branco, a partir da técnica de dupla exposição, o sentimento de estar só mesmo estando conectado com o mundo, através da tela de um smartphone ou notebook. É Inspirado na Arte Conceitual, que se baseia propriamente na ideia e não na técnica a ser utilizada. Tem como base teórica, os estudos do sociólogo Zygmunt Bauman, entre outros estudiosos e artistas que ajudaram a compor as ideias, a solucionar dúvidas e a estimular reflexões sobre o intuito das obras. Palavras-Chave: Fotografia Analógica, Filme, Dupla Exposição.
  • 7. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 "View from the window at Le Gras" (Vista da janela em Le Gras) Joseph Nicéphore Niépce, Paris, 1826..................................................................................17 Figura 2 Sem título....................................................................................................17 Figura 3 Victor Burgin "Posse", 1976, itografia em doutone, 119 x 84cm .................19 Figura 4 "One and Three Chairs" 1965, Joseph Kosuth, cadeira 82 x 37,8 x 53cm, painel fotográfico 91,5 x 61,1cm, o painel texto 61 x 76,2cm....................................19 Figura 5 "Chance Meeting" 1970, Duane Michals, fotografia gelatina e prata em papel, 10,2 x 15,5cm cada ........................................................................................20 Figura 6 "Magritte with hat", 1965, Duane Michaels, gelatina e prata em papel........21 Figura 7 "Coming and Going", 1965, Duane Michaels, gelatina e prata em papel....21 Figura 8 Fotograma sem título nº321979, Cindy Sherman........................................22 Figura 9 "Obscured", Jon Duenas.............................................................................23 Figura 10 "Connected", Jon Duenas .........................................................................23 Figura 11 "Echo", Jon Duenas ..................................................................................23 Figura 12 Sem título..................................................................................................24 Figura 13 Sem título..................................................................................................24 Figura 14 Sem título..................................................................................................24 Figura 15 Câmera Nikon (visão frontal).....................................................................27 Figura 16 Câmera Nikon (visão posterior).................................................................27 Figura 17 Detalhe da lente da Nikon.........................................................................27 Figura 18 Filme liford 35mm Delta 3200 preto e branco 36 poses ISO 3200............29 Figura 19 Sem título..................................................................................................30 Figura 20 Sem título..................................................................................................30 Figura 21 Sem título..................................................................................................30 Figura 22 Sem título..................................................................................................31 Figura 23 Filme p&b de ISO 400...............................................................................31 Figura 24 Sem título..................................................................................................32 Figura 25 Sem título..................................................................................................32 Figura 26 Sem título..................................................................................................32 Figura 27 Sem título..................................................................................................33 Figura 28 Sem título..................................................................................................33 Figura 29 Sem título..................................................................................................33
  • 8. 8 Figura 30 Filme p&b ISO 100....................................................................................34 Figura 31 Sem título..................................................................................................34 Figura 32 Sem título..................................................................................................35 Figura 33 Sem título..................................................................................................35 Figura 34 Sem título..................................................................................................35 Figura 35 "Ócio" ........................................................................................................37 Figura 36 "Relaxamento"...........................................................................................37 Figura 37 "Inativo" .....................................................................................................38 Figura 38 "Inquietação" .............................................................................................38 Figura 39 "Pausa" .....................................................................................................38 Figura 40 "Repouso" .................................................................................................39 Figura 41 "Apatia" .....................................................................................................39 Figura 42 "Indiferença"..............................................................................................39 Figura 43 "Insociável"................................................................................................40
  • 9. 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO..........................................................................................................10 1 IMPRESSÃO DE UMA SOLIDÃO CONTEMPORÂNEA – TECNOLOGIA........12 1.1 Um Método de Produzir Impressões – fotografia....................................15 1.1.1 Fotografia Conceitual..........................................................................18 1.1.2 Fotografia Encenada – múltipla exposição .......................................20 2 A POÉTICA E SUAS IMPRESSÕES .................................................................25 2.1 O Processo Fotográfico.............................................................................26 2.1.1 A câmera fotográfica analógica..........................................................26 2.1.2 Filme preto e branco ...........................................................................27 2.1.3 Os testes encenados...........................................................................28 2.1.4 Revelação, Digitalização e Ampliação ...............................................35 2.2 A obra final .................................................................................................36 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................41 REFERÊNCIAS.........................................................................................................43
  • 10. 10 INTRODUÇÃO A pesquisa deste trabalho tem como tema a solidão contemporânea. Utiliza como linguagem a fotografia analógica junto da técnica de dupla exposição inspirada na Fotografia Conceitual, e em artistas que atuaram no passado e que atuam hoje na contemporaneidade, mas principalmente nas fotografias do fotógrafo Duane Michals (1932). A fotografia analógica entra nesse cenário como uma forma de mostrar que, por mais que a fotografia digital seja mais utilizada na atualidade, tanto pela facilidade quanto pela rapidez em obter uma cena fotografada, a fotografia analógica não perde em nada para a digital. Com todas as dificuldades com que me deparei ao longo da pesquisa, nada me desanimou a continuar a fotografar com filme, pois sabia que o resultado final sairia como esperado. Certamente, o que me impulsionou a fotografar com filme fotográfico foi o fato de querer “desacelerar” desse ritmo constante em que vivemos atualmente. Justamente por viver nessa sociedade contemporânea agitada, deparei-me em certo momento da minha vida com o desejo de não querer viver nesse circuito de novas tecnologias digitais. Sempre fui saudosista e penso que esse avanço da Era digital veio tão rápido, que talvez tenha tirado a vontade de me incorporar dentro dessa nova Era. A partir disso, veio o propósito de expressar, por meio da fotografia analógica, o que estava sentindo nesse momento. Foi então que decidi expor a minha reflexão sobre o sentimento do indivíduo que se senti só, mesmo dentro dessa sociedade contemporânea. No primeiro capítulo a pesquisa aborda sobe o avanço das tecnologias digitais nos tempos atuais, mostrando o quanto estamos cada vez mais reféns dessa era que, a cada ano que passa, tende a evoluir mais. Em outros aspectos aborda o distanciamento entre as pessoas que acaba sendo influenciado pelas mídias digitais. E assim vemos uma sociedade mais introspectiva, onde o smartphone (dispositivo que proporciona contatos à distância) parece ser mais atraente do que uma pessoa presente.
  • 11. 11 Abordo também a fotografia Conceitual, embasada na ideia de uma cena já pré-definida, juntamente com a dupla exposição, citando alguns artistas que se destacam nessas vertentes, como Cindy Sherman, com suas fotografias encenadas e conceituais; cito também outros artistas contemporâneos que fazem uso de fotografias duplamente expostas, como Jon Duenas e Christoffer Relander. No segundo capítulo foi abordado, primeiramente, sobre a poética do trabalho, seu conceito e reflexão sobre o tema. Em seguida, descrevo todo o processo fotográfico para obtenção das obras finais. O texto tem como objetivo informar ao leitor alguns dos conhecimentos necessários para compreender o processo fotográfico, desde a câmera que fora utilizada e os filmes, com suas particularidades, até o processo de revelação e ampliação (etapas que foram realizados em laboratório fotográfico profissional). O resultado é um conjunto de fotografias que compõem uma obra de caráter artístico. Por fim, este trabalho objetiva estimular reflexões sobre a crescente evolução tecnológica, e sobre o indivíduo que não sabe lidar com tal avanço; o seu afastamento do convívio social, acabando por se isolar “dentro” das redes sociais.
  • 12. 12 1 IMPRESSÃO DE UMA SOLIDÃO CONTEMPORÂNEA – TECNOLOGIA O uso das tecnologias digitais, em relação à sociedade contemporânea, compreende-se como um grande avanço cultural e social. É notável o crescimento dos meios de comunicação que hoje se fazem tão presente em nossas vidas. A tecnologia transformou e facilitou o modo de nos comunicarmos. Essa tecnologia veio para revolucionar o mundo atual em que vivemos. Mas a que preço? Uma era tecnológica que só tende a evoluir cada vez mais. Há uma aceleração crescente no que se refere à tecnologia nos tempos atuais. O que mais nota-se na internet e nas redes sociais é um aumento da autovalorização do indivíduo para com o meio onde está inserido. Somos impulsionados a nos mostrarmos mais, consequentemente, queremos mais atenção mais likes (curtidas) em nossas páginas pessoais. Estamos vivendo em mundo efêmero e instantâneo. A autora Bárbara da Silva (2014, p.30) faz uma reflexão acerca disso, dizendo que “é a efemeridade que acarreta em mudanças no estilo de vida das pessoas e, por isso, [...] houve uma diversificação de valores aceitos pela sociedade”. Temos visto que a aceleração da tecnologia digital veio para beneficiar a sociedade contemporânea em diversos fatores. Como exemplo, vemos que o distanciamento geográfico já não é um problema para as relações sociais. Por mais que seja relativo nos comunicarmos em tempo real com qualquer indivíduo a qualquer momento, lugar ou obter informações acerca de qualquer assunto é inegável a facilidade que existe aos nos comunicarmos entre as pessoas diante dessa evolução tecnológica. Segundo Kohn e Moraes (2007, p. 2), “[...] pode-se afirmar que a informação é, hoje, para a sociedade contemporânea, a base do conhecimento, das relações, da vida econômica, política e social”. O conhecimento que adquirimos a cada piscar de olhos é de suma importância para a evolução humana. Temos sim que evoluir e aprender cada vez mais com esse proveito. A sociedade transita hoje no que se convencionou denominar Era Digital. Os computadores ocupam espaço importante e essencial no atual modelo de
  • 13. 13 sociabilidade que configura todos os setores da sociedade, comércio, política, serviços, entretenimento, informação, relacionamentos. Os resultados desse processo são evidentes, sendo que essas transformações mudaram o cenário social na busca pela melhoria e pela facilitação da vida e das práticas do indivíduo. (KOHN; MORAES, 2007, p. 5) No entanto, a que se referem a relações interpessoais. Entrando no âmbito da solidão contemporânea, que é o que esta pesquisa busca abordar, percebe-se que apesar do avanço tecnológico agregar valores positivos à sociedade, ela também pode deixar de beneficiar de algum modo o indivíduo que não sabe lidar com as transformações do seu tempo, ou que não se adapta a tais mudanças. Em seu artigo intitulado “Solidão no mundo contemporâneo” a psicóloga Dione M. Miron (2011) descreve que a solidão não pode ser tratada de um ponto de vista negativo. Em algum momento da vida temos que estar reclusos, para poder de alguma forma abstrair algo positivo disso, seja na vida pessoal ou profissional. O problema só existe, quando o indivíduo não consegue estar consigo mesmo, quando sozinho, ou em multidão. Ou seja, quando há dificuldade de se relacionar socialmente. Entrando exclusivamente num convívio virtual, que nem sempre irá suprir certos desejos que um contato físico poderá dispor. O filme americano Her (2013) “Ela” em inglês, estrelado por Joaquim Phoneix e Scarlett Johansson, aborda esta questão. A história se baseia em um futuro não muito distante, onde um escritor solitário contemporâneo se apaixona e se “relaciona” com um sistema operacional porque tem dificuldades de satisfazer desejos em um relacionamento. Todavia, como nós humanos, o sistema operacional mostra falhas e defeitos, tornando-se obsoleto com o tempo. Como no filme, a vida real não é diferente. Não estamos salvos de ser substituídos. Ainda mais, se o contato for estabelecido apenas por meio de redes sociais. Como referenciam os autores Kohn e Moraes (2007, p. 2) “[...] a informação, na sociedade atual, é o mecanismo mais importante no qual se relacionam e se concretizam as comunidades”. É notório ver que, de fato, as transformações tecnológicas foram evoluindo a cada década. Na atual sociedade em que vivemos, não podemos e nem queremos
  • 14. 14 nos ver livres dessa tecnologia, até porque faz parte do nosso cotidiano. E não estou aqui para defender o contrário; ao mesmo tempo, não cabe aqui me aprofundar sobre o assunto. Para esta pesquisa busco uma reflexão sobre as relações sociais, sobre o fato de que com o avanço das tecnologias hoje podemos nos comunicar e nos relacionar à distância por meio de um dispositivo móvel, porém, deixamos aos poucos de nos relacionar com quem está presente de fato. Um grande pesquisador acerca desse assunto é o sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Em um dos seus livros, Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos (2004), ele se aprofunda sobre as relações que hoje a sociedade contemporânea vive. As relações interpessoais afetivas, no ponto de vista de Bauman, estão se tornando “relações virtuais”. Aquela onde a interação com o outro é por meio da internet. Porém, isso não é uma barreira para que laços emocionais se formem entre esses que se conhecem e criam laços de amizade dentro desse mundo. Os relacionamentos virtuais se diferem na maneira como os indivíduos mantêm contato e, por muitas vezes, os laços sentimentais que se formam podem vir a se tornar tão profundos quanto ao relacionamento presencial. Todavia, há duas maneiras de se relacionar, tanto a virtual quanto a presencial, há alegrias e sofrimentos, cabe a nós sabermos lidar com os altos e baixos de uma relação. Sem humildade e coragem não há amor. Essas duas qualidades são exigidas, em escalas enormes e contínuas, quando se ingressa numa terra inexplorada e não-mapeada. E é a esse território que o amor conduz ao se instalar entre dois ou mais seres humanos. (BAUMAN 2004, p.12). Na sociedade contemporânea, as relações sociais estão cada vez mais sendo influenciadas pelas tecnologias digitais. O celular e a internet são indispensáveis nesse convívio social, através de redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas. Segundo Silva (2014, p. 31), “além da efemeridade e da diversificação dos valores, há outra influência nas novas maneiras de pensar e agir pós-modernas [...] a compressão do tempo e do espaço”. Ou seja, estamos mais tempo conectados a quem está distante, geograficamente, e menos presentes a quem requer a nossa presença.
  • 15. 15 Para Bauman (2004, p.25), quando a sociedade conecta-se ao mundo virtual, tem-se a impressão de que essa “conectividade” estará suprindo ou prometendo uma “navegação segura [...] por entre os recifes da solidão e do compromisso, do flagelo da exclusão e dos [...] vínculos demasiadamente estreitos". Consequentemente, estamos pertencendo mais às palavras, porém sem conteúdo. “Pertencemos à conversa, não àquilo sobre o que se conversa”. Por meio dessas reflexões, busquei analisar no meio em que convivo como é ser solitário no atual mundo em que vivemos. E é a partir desse momento que a fotografia analógica entra para esta discussão. Passado e presente que possam se interligar, se comunicar. Ou seja, a fotografia analógica pode vir a se integrar com a discussão e reflexão do tema deste trabalho, que resulta nas questões sobre o sentimento de se sentir só nessa sociedade contemporânea, mesmo estando conectado com o mundo. 1.1 Um Método de Produzir Impressões – fotografia Uma das tecnologias que mais revolucionou o mundo em que vivemos foi a fotografia digital. Após o surgimento desta em 1980, a fotografia analógica tende a entrar em declínio. A forma de fotografar mudou o olhar do consumidor diante de tanta facilidade em registrar uma imagem. Contudo, será que a maneira como se fotografava nos século passado irá torna-se obsoleta? Através dessa questão, resolvi me aventurar no campo analógico para tentar mostrar que independente de estarmos em um ritmo avançado de novas e revolucionárias tecnologias, a fotografia analógica ainda pode permanecer por vários anos como uma técnica a ser explorada, trabalhada e apreciada por muitos amantes da fotografia. Quando a fotografia surgiu, no século XIX, teve que passar por vários processos, estudos, erros e acertos para chegar a ser tal como a conhecemos hoje. Em 1826 o Inventor francês Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833) dava os primeiros passos para a fixação da imagem por meio da câmara escura, câmera obscura em latim. Pesquisou um material que era recoberto com betume e, em seguida com sais de prata. Teve sucesso em 1827, batizando a descoberta de “heliografia” (OLIVEIRA, 2006, p. 02).
  • 16. 16 Em uma das suas viagens a Paris, Niépce (1765-1833) conhece o pintor Louis Jacques Mandlé Daguerre (1787-1851), que trabalhava em um projeto semelhante ao seu, acabando por associar-se a ele. De Acordo com Oliveira (2006, p.02), as experiências de Daguerre “[...] consistiam em expor, na câmara escura, placas de cobre recobertas com prata polida e sensibilizadas com vapor de iodo, formando uma capa de iodeto de prata sensível à luz”. Essa pesquisa acabou sendo reconhecida pela Academia de Ciências de Paris, em 19 de agosto de 1839, sendo batizado como “daguerreotipo”, um método de gravar imagens por meio da câmara escura. Essa nova descoberta preocupou alguns críticos de arte, que não reconheciam seu caráter estético. Dentre eles, o poeta e crítico Charles Baudelaire (1821-1867). Segundo Ramos (2009, p.131), “[...] a grande preocupação de Baudelaire era o esquecimento da arte ocasionado pela mecanização e industrialização da fotografia”. Porém, analisa Ramos (2009), mesmo com toda a sua revolta e desconfiança para com essa nova maneira de se fazer arte, Baudelaire deixou-se fotografar por seu amigo íntimo Félix Nadar (1820-1910), que defendia o caráter artístico da fotografia. A desmaterialização da arte, em todo o tipo de manifestações: pictórica, escultórica, musical, teatral, afirma-se por todo o século passado. Acompanha, evidentemente, a radicalização entre Arte e a Vida. É neste século que a arte cria e lança raízes para novas, ousadas, inusitadas e até radicais maneiras de expressão. (TAVARES, 2009, p. 119) A primeira foto de que se tem conhecimento, tirada por Niépce (1765-1833) em 1826-1827, é Vista da janela em Le Gras, mostrada na figura 1; é a foto mais antiga até os dias atuais. Porém, só foi revelada ao mundo no ano de 1839. O autor Batista (2011, p.03) registra que, em 1835, Henry Fox Talbot (1800-1877), inventor, botânico e matemático Inglês e também um contemporâneo de Daguerre, “conseguiu produzir um negativo feito de papel que permitia uma cópia de contato”. Anos mais tarde, Talbot criara o processo chamado de “Calótipo”, que permitia múltiplas cópias de um único original. Nascia então o negativo.
  • 17. 17 Figura 1 “Viewfromthewindowat Le Gras”(Vista da janela em Le Gras) Joseph Nicéphore Niépce, Paris, 1826. Fonte: LEMAGNY; ROUILLÉ, 1988, p.16. Dentre várias pesquisas e mudanças que ocorreram no processo fotográfico, nos anos que se seguiram houve uma grande revolução; especialmente em 1889, quando George Eastman (1854-1932) inventou o filme com uma base flexível, inquebrável e que poderia ser enrolada. Começava então uma grande produção de massa da primeira câmera Kodak, mostrada na figura 2, que o consumidor já comprava carregado com uma bobina de filme, uma realidade; e por consequência, houve a popularização da fotografia. Figura 2 Fonte: Site Queimando Filme. Figura 2”Câmera Kodak No 1” Fonte:http://www.queimandofilme.com/201 3/11/13/kodak-no-1-a-primeira-camera-pra- todos/ Figura 1
  • 18. 18 1.1.1 Fotografia Conceitual A Fotografia Conceitual despontou no final da década de 1960, ajudando a desmistificar a ideia de que a fotografia seria somente uma forma de documentar uma evidência ou um fato ocorrido. Nos estudos sobre Fotografia Conceitual a autora Annatereza Fabris (2007, p.22) registra que, “a caracterização da fotografia utilizada pelos artistas conceituais é, porém, acompanhada por outras considerações [...]”. Considerações essas, “aparentemente fáceis de ser determinadas”. A Fotografia é usada pelos artistas conceituais para ir em direção oposta à fotografia documental. Tentar emitir ou expressar um conceito e não um registro da cena fotografada. Nesse contexto, o documento não se opõe à arte, pode transformar-se em ficção documental, dando a ver o que não necessariamente acontece ou o que só tem lugar no documento que o engendra no momento em que o documenta. O documento transforma-se em obra. É a obra documentando a si mesma [...]. (FABRIS, 2007, p.22). Dentro do campo da fotografia assim como nas das outras artes visuais existem diversas maneiras de expressão. A fotografia tem o poder de transmitir inúmeros sentimentos, sejam sentimentos de alegria, angústia, amor, medo, tristeza, euforia, excitação, dúvida, indiferença, entre outros. Portanto, além de outros fatores a Fotografia Conceitual é uma vertente onde o fotógrafo parte de um conceito pré- definido para tentar transmitir uma ideia. No caso deste trabalho, fazer uma reflexão sobre o sentimento de se sentir só mesmo estando conectado com o mundo. Um dos pioneiros da fotografia conceitual é o artista plástico Victor Burgin (1941). Ele rejeitava a ideia de que a arte tinha que ser mantida fora do mundo social. Em suas fotografias, Burgin visa explorar a realidade do capitalismo com o glamoroso mundo da publicidade. Em “Posse” Burgin usa as técnicas e o estilo da publicidade, como é mostrada na figura 3. “Por meio da imagem, Burgin chama a atenção para o processo de visão e interpretação, incentivando os observadores a examinarem de que forma é construído o significado”. (LOYD, apud HACKING, 2012, p. 461).
  • 19. 19 Figura 3 Victor Burgin “Posse” 1976 Litografia em duotone 119x84cm Fonte: Site da British Council Collection. Fonte:http://visualarts.britishcou ncil.org/collection/artists/victor- burgin-1941/object/possession- burgin-1976-public-domain- p31561 Outro conhecido na arte Conceitual é Joseph Kosuth (1945). Uma das suas obras mais notórias é One and Three Chairs (1965), mostrada na figura 4. Ele usa a ideia e a linguagem como uma reflexão. Kosuth pergunta na obra a seguinte questão: em qual das três está à verdadeira identidade do objeto? Ou se está em todos ou em nenhum? Segundo Fabris (2007, p. 23) “uma vez que a obra conceitual carece de uma realidade estética formal [...] o recurso se apoia em significantes diversos, reduzidos à mínima expressão”. Figura 4 “One and Three Chairs” 1965 Joseph Cadeira 82 x 37,8 x 53 cm, painel fotográfico 91,5 x 61,1 cm, o painel de texto 61 x 76,2 cm Fonte:http://www.moma.org/collection/o bject.php?object_id=81435
  • 20. 20 1.1.2 Fotografia Encenada – múltipla exposição A construção da imagem na fotografia encenada desafia o conceito de fotografia com um meio de expressão que registra a realidade, (PLUMMER, apud HACKING, 2012, p.412). Como na fotografia conceitual, a fotografia encenada se estabelece de uma ideia pré-definida, que é construída em uma cena, seja com objetos ou pessoas, finalizada com o ato fotográfico. Em muitos momentos a encenação precisa de mais de uma fotografia para passar a real intenção que o fotógrafo quis estabelecer; logo, há uma sequência de fotografias, que juntas, formam a ideia do que é pretendido passar para o observador. Duane Michals (1932) é um fotógrafo americano que soube fazer este tipo de fotografia muito bem. Teve reconhecimento internacional, com suas fotos sequências, como na obra “Chance Meeting” (Encontro ao acaso) citada na figura 5, abaixo, excedendo as limitações da imagem única. Figura 5 “Chance Meeting” 1970, Duane Michals, fotografia gelatina e prata em papel, 10,2 x 15,5cm cada. Fonte:http://duanemichals.tumblr.com/ Consiste na fotografia analógica que expõe o filme duas ou mais vezes à luz, obtendo fotografias um tanto fantasmagóricas ou surreais. Em suas fotografias Duane expõe ou retrata de um modo que foge do documental: ele inventa e cria situações de um ponto de vista diferente da realidade. Duane também faz uso da narrativa em suas criações. É influenciado por artistas como René Magritte (1898- 1967), o mesmo artista que posa em uma série de retratos do artista na década de 1960, considerada por muitos o apogeu de suas obras. Faz do seu imaginário um
  • 21. 21 convite para belas, assustadoras e surreais fotografias. Nas figuras 6 e 7 são exibidas duas obras da série de René Magritte (1898-1967) com a técnica de múltipla exposição do fotógrafo Duane Michals. Figura 6 “Magritte with hat” 1965 Duane Michals, gelatina e prata em papel. Fonte:http://www.heterotopiastudies.com/wp- content/uploads/2014/05/michals_pp_05.jpg. Figura 7 “Coming and Going” 1965 Duane Michals, gelatina e prata em papel. Fonte:http://thevintagegallery.blogspot.com.br/2014/0 1/duane-michels.html Duane Michals foi um dos principais fotógrafos que me inspirou a usar a técnica de múltipla exposição. A partir dela busquei explorar, a princípio, a ideia da solidão contemporânea, compondo a cena pré-definida em minha mente.
  • 22. 22 Para Elizabete Rocha (2013 p. 35), que estuda sobre a encenação e sobre vestígios dentro da fotografia, a imaginação e a criação são fatores muito importantes para quem está inserido neste meio contemporâneo em que vivemos. “A imagem fotográfica permite que as coisas da imaginação sejam materializadas no espaço bidimensional da fotografia”. Por meio de vestígios e encenações, Rocha busca explorar o lado subjetivo da fotografia, esperando a interpretação de cada individuo diante da obra, por não ser uma mera representação da realidade, como é o caso da fotografia documental. Já para Fiochi e Lacerda (2009) “a fotografia é uma forma de realidade mista, ou poderíamos chamar de realidade híbrida”. Ainda segundo os autores, como aparece no artigo “A imagem entre a realidade e a ficção”, alegam que a realidade da fotografia é unificada pela objetividade e subjetividade, do criador ou do espectador. Cindy Sherman (1954) consegue realizar de uma maneira enigmática uma série de autorretratos, inspirados nos filmes do fim da década de 1950 e 1960. Ela convida o espectador a desconstruir ou a narrar à história daquela imagem. Em fotograma sem titulo nº 32, mostrada na figura 8, Sherman mostra-se uma personagem sedutora acendendo um cigarro. Levando o observador a se perguntar, o que ela faz ali? Onde ela está? (MEMOU, apud HACKING, 2012, p.423). De uma maneira ou de outra ela está encenando uma ideia que já tinha estabelecido em sua mente, cabe a quem observa tirar suas próprias conclusões. O que é real? O que é encenação? Figura 8 fotograma sem título nº321979, Cindy Sherman Fonte: Site Moma Exibitions. Fonte:http://www.moma.org/interactives/ exhibitions/2012/cindysherman/gallery/2/ #/31/untitled-film-still-32-1979/
  • 23. 23 Na fotografia contemporânea há fotógrafos que também fazem uso da técnica de múltipla exposição com a fotografia analógica, conseguindo obter resultados bem expressivos. Jon Duenas é um fotógrafo americano de moda e editoriais, que visa explorar a introspecção e a estética minimalista, permitindo que o espectador se conecte com a imagem. Algumas de suas imagens remetem um lado obscuro do nosso comportamento, como na figura 9; já na figura 10, a obra Connected lembra um pensamento que está conectado a algo, e na figura 11, Echos, Duenas pode estar fazendo uma referência a algo que lembramos ou que nunca esquecemos pertencente à nossa memória. Figura 9 “Obscured” Jon Duenas. Figura 10 “Connected” Jon Duenas. Figura 2 Figura 11 “Echo” Jon Duenas. Fonte:http://www.jonduenas.com/d ouble-exposures#e-2 Outro fotógrafo que se assemelha a Jon Duenas é Christoffer Relander (1986). Em algumas séries de fotografias, ele cria sobreposições com pessoas e Fonte:http://www.jonduenas.com/do uble-exposures#e-5 Fonte:http://www.jonduenas.com/d ouble-exposures#e-8
  • 24. 24 paisagens, assim como Duanes. Porém, o que difere é a técnica; ao contrário de Duanes, a múltipla exposição que Relander faz é através dos comandos da sua câmera digital, sem manipulação em programas de edição de imagem. Em suas fotografias, Relander usa a natureza como um dos “panos” de fundo para suas fotografias duplamente expostas. Expondo a quem observa suas obras, de que a natureza quando em contato com o homem, pode subjetivamente mostrar o quão um pertence ao outro, como que se estivéssemos conectados com a natureza. Abaixo, podemos ver algumas imagens que seguem a esse pensamento. Figura 12 Sem título Figura 13 Sem título Fonte: http://lounge.obviousmag.org/se m_receita/2012/07/christoffer- relander-fotografias-em-multipla- exposicao.html Figura 14 Sem título Fonte:http://www.christofferrelander.com/#!mg_ ld=3328. Fonte:http://lounge.obviusmag.o rg/sem- receita/2012/07/christoffer- relander-fotografias-em-multipla- exposicao.html
  • 25. 25 2 A POÉTICA E SUAS IMPRESSÕES Como foi dito no primeiro capítulo do presente trabalho, a inspiração para o tema veio quando me deparei com as fotografias de Duane Michals (1932). Mais especificamente, em uma sequência de fotografias, que juntas formavam uma ideia, contavam uma estória. Os ensaios mostrados no próximo tópico ilustram o conceito deste trabalho, de forma que pretendem mostrar ao observador o sentimento de se estar só mesmo estando conectado com o mundo contemporâneo e agitado onde nós vivemos. Entretanto, estar em um mundo onde a era digital avança com agilidade e mesmo tendo todos os recursos das mídias sociais em uma tela de celular, por exemplo, não estamos a salvo de não nos sentirmos sós. Comecei então a me aprofundar mais no tema da solidão, trazendo a fotografia analógica para esta discussão. Mostrar o quão viva se encontra esta técnica descoberta no passado, que hoje em dia se faz tão presente em nossas vidas. Mesmo com todas as dificuldades encontradas, nada me desanimou a continuar a fotografar com filme, pois o que eu queria transmitir para o observador era, justamente, essa comparação de passado e presente em plena era digital. Como poderia a partir das fotografias analógicas de dupla exposição, mostrar para o leitor a minha ideia de solidão contemporânea, que mesmo estando a todo o momento conectado com um dispositivo móvel, podendo estar conversando com quem quer que seja, o seu outro “eu”, o “eu” que quer vivenciar a vida mais presencialmente não estaria feliz? Na realidade os dois “eu” vão se tornando “prisioneiros” de uma vida que estaria vivendo só no modo virtual da tela do seu dispositivo móvel. Um ser solitário, onde os que estão ao seu redor não têm graça, nem vida. Uma vida vazia, triste e solitária de quem vive apenas para uma tela de um celular. E é essa reflexão que quero transmitir ao leitor e/ou observador. Então, a partir dessa ideia, revelar a quem está diante das obras, que não precisamos ser reféns dessa era digital, podemos sim nos conectar com o mundo, sem deixarmos de nos relacionar socialmente, onde a realidade nem sempre é tão agradável aos olhos. E, assim, começarmos a olhar mais nos olhos das pessoas,
  • 26. 26 nos introduzirmos mais ao convívio social, viver a vida sem desaparecer mesmo estando presente. 2.1 O Processo Fotográfico No início da pesquisa, havia pensado em fazer o processo de revelação do filme em casa ou no laboratório que se encontra no curso de Jornalismo da UFMS. Porém, quando fui fazer meu primeiro teste de revelação neste laboratório, alguns problemas ocorreram. Os químicos de revelação e fixação da imagem estavam vencidos, o que resultou na perda de todas as imagens naquele negativo. Todavia, imaginava que isso poderia vir a acontecer, pois trabalhar no mundo da fotografia analógica é arriscado, por vezes pode dar certo, em outras não. Então, para não perder muito tempo, resolvi mudar de ideia, porque em casa não teria um lugar apropriado para fazer este processo e o custo financeiro seria muito alto. Resolvi então, deixar a parte de revelação e ampliação a cargo de um laboratório fotográfico especializado, que pudesse fazer todo o processo após a captação da imagem. Mesmo este laboratório sendo no estado de São Paulo. Infelizmente aqui em Campo Grande – MS não há laboratório especializado em revelação e ampliação de filmes em preto e branco. 2.1.1 A câmera fotográfica analógica A câmera que usei em todos os ensaios foi uma câmera analógica Nikon N80 com uma objetiva (lente) de 24mm f 1:2.8 D1 mostrada nas figuras 15, 16 e 17 respectivamente. Esta câmera possui um recurso onde eu bloqueio o avanço do filme, podendo, assim, fazer diversas captações de fotos em uma única pose. Optei por só captar duas imagens em uma pose, pois essa era a proposta do presente trabalho. Esta técnica é chamada de dupla exposição. A lente de 24mm com abertura mínima de F1:2.8, era ideal para a realização da minha proposta para este trabalho. Com abertura ampla, pude captar um cenário onde o indivíduo contemporâneo se insere na cena como o “ator” principal. 1 Objetiva 24mm F:1:2.8 é referente à distância focal, que no caso da 24mm é uma grande angular fixa, adequada para viagens, paisagens, retratos ambientais e outros; com controle de abertura manual para fotografia. Disponível em: <http://www.nikon.com.br/nikon-products/product/camera- lenses/af-nikkor-24mm-f%252f2.8d.html>. Acesso em: 03 fev. 2016
  • 27. 27 Figura 15 e 16 Câmera Nikon (visão frontal e posterior) Fonte: https://hoursofidleness.wordpress.com/2010/03/13/nikon-n80-big-taste-less-filling/. Figura 17 Detalhe da lente da Nikon Fonte:https://hoursofidleness.wordpress.com/201 0/03/13/nikon-n80-big-taste-less-filling/ 2.1.2 Filme preto e branco O filme fotográfico ou película fotográfica, utilizado em fotografia, é constituído por uma base plástica, flexível e transparente, sobre a qual é depositada uma emulsão fotográfica. Esta é formada por uma fina camada de gelatina que contém cristais de sais de prata sensíveis à luz que chega a ela através da lente da câmera. Os sais de prata, quimicamente chamados de haletos de prata, podem ser mais ou menos sensíveis à luz. Então, há filmes que exigem maior quantidade de luz para registrar as imagens. Outros permitem a captação com menos luz. A essa propriedade dá-se o nome de sensibilidade.
  • 28. 28 Como havia dito no primeiro capítulo, optei por trabalhar com filme preto e branco para aproximar o passado e presente. A era digital se faz tão presente hoje em nossas vidas, que um simples pressionar de um botão da câmera digital ou até mesmo os próprios celulares com câmeras já obtém uma imagem em uma fração de segundos. Apesar de não ver a imagem, na técnica de fotografia analógica, também é possível obter a imagem em uma fração de segundo, o que não é possível, é a visualização imediata. E, assim, muitas vezes se pode não obter o resultado esperado, e só saber na revelação. Todavia, mostrar este contraponto é fazer com que as pessoas olhem e reflitam mais sobre a correria do dia a dia. Reflitam sobre o próprio comportamento diante de tanta facilidade com que nos comunicamos hoje. Discutam, conversem mais olhos nos olhos, se possível presencialmente, não se camuflem em seus espaços íntimos. É esta reflexão que tento emitir para o observador diante das obras finais deste trabalho. 2.1.3 Os testes encenados Selecionei três tipos de filme preto e branco que gostaria de trabalhar e testar, mais necessariamente com três tipos de ISO2 . Um com ISO 100, outro 400 e um mais sensível à luz de 3200. Todos os filmes utilizados da marca ILFORD Professional foram comprados pelo mercado online, já que esses filmes não se encontram com facilidade no mercado fotográfico físico e nem na cidade de Campo Grande – MS. No primeiro ensaio usei um filme de 35mm de ISO 3200, mostrado na figura 18, onde a sensibilidade a luz é altíssima. 2 O ISO (Internacional Organization for Standardization) é um termo utilizado para se referir a sensibilidade de superfícies fotossensíveis (sensíveis à luz) utilizadas na fotografia. Também conhecida como sensibilidade fotográfica. Disponível em: <http://www.mnemocine.com.br/index.php/fotografia/34-tecnica-de-fotografia/173-filmes>. Acesso em: 04 fev. 2016.
  • 29. 29 Figura 18 Filme Ilford 35mm Delta 3200 Preto e Branco 36 poses ISO 3200 Fonte:http://orangephoto.com.br/filmes-e- papel-fotografico/filmes-ilford/filme-ilford- delta-3200-preto-e-branco-36-poses-iso- 3200.html Usei este filme em um final de entardecer dando sequência ao anoitecer, dentro de uma casa com luzes fluorescentes e incandescentes. Em todos os ensaios obtive as fotos de dupla exposição com auxílio de um tripé, onde pude selecionar a cena em um único quadro registrando as duas captações de luz em uma única pose. Fiz este teste justamente para saber se o resultado que eu imaginava iria dar certo de fato. Pois bem, obtive o resultado que eu esperava. Mostrando a partir da captação das imagens, alguns pontos da casa onde o “ator” divaga ociosamente com seu smartphone ou notebook. Um detalhe me chamou a atenção sobre este filme de ISO 3200. As fotos por terem sido expostas acima do ideal de luz para este filme resultaram em registros com muitos grãos 3 , devido ao filme ter essa sensibilidade alta à luz. Porém, não me incomodou, pois, como falei no primeiro capítulo, à fotografia que eu buscava era uma fotografia Conceitual, onde a ideia em si toma forma por meio das fotografias encenadas deste trabalho. 3 A emulsão dos filmes é constituída por haletos de prata - que, agrupados, formam o que conhecemos por grão ou granulação - imersos em gelatina animal. A quantidade de grãos implica diretamente na nitidez da película, ou seja, para fotos mais nítidas, é preciso maior quantidade de grãos menores, por sua vez, uma menor quantidade significa grãos maiores para preencher todo o fotograma. Disponível em: <http://www.mnemocine.com.br/index.php/fotografia/34-tecnica-de- fotografia/173-filmes>. Acesso em: 04 fev. 2016.
  • 30. 30 Neste ensaio obtive desde já o resultado final que eu queria, mas havia ainda dois tipos de ISO a ser testados. Logo abaixo algumas fotografias com filme de ISO 3200: Figura 19 Acervo pessoal da artista Figura 20 Acervo pessoal da artista Figura 21 Acervo pessoal da artista
  • 31. 31 Figura 22 Acervo pessoal da artista Para o outro ensaio, onde realizei tanto externo como interno, optei por usar um filme p&b de ISO 400. (ver figura 23). Figura 23 Filme p&b de ISO 400 Fonte:http://www.angelfoto.com.br/aces sorios/filmes/35mm/filme-35-ilford-hp5- 400-preto-e-branco.html Dentro da casa da modelo, com o tripé também em todas as cenas, obtive um resultado satisfatório. Dentro da casa foi registrado o lado solitário de quem vive com seus dispositivos móveis perambulando pela casa. Já nas fotografias externas, optei por registrar as cenas com a modelo em um terminal de ônibus. Porém, devido às várias movimentações de pessoas, tive alguns problemas durante a captação das fotos. Um esbarrão que seja no tripé já mudaria o quadro. Mesmo algumas fotos tendo dado certo e mesmo gostando do resultado, as fotografias do primeiro ensaio haviam me conquistado pelo fato de elas serem mais íntimas, não no termo literal,
  • 32. 32 mas de uma forma que o cidadão contemporâneo se insere no cotidiano de um ser solitário, interagindo apenas com seus dispositivos móveis. Abaixo algumas imagens deste ensaio: Figura 24 Acervo pessoal da artista Figura 25 Acervo pessoal da artista Figura 26 Acervo pessoal da artista
  • 33. 33 Figura 27 Acervo pessoal da artista Figura 28 Acervo pessoal da artista Figura 29 Acervo pessoal da artista No ensaio com filme de ISO 100 (ver figura 30), optei em registrar as cenas em lugares abertos, onde não tivesse pessoas transitando muito. Queria mostrar a partir das fotos captadas a modelo encenando como que se tivesse tirando selfies4 e 4 Selfie é uma palavra em inglês, que tem origem no termo self-portrait, que significa autorretrato. Geralmente a selfie é uma foto registrada pela própria pessoa com um smartphone por exemplo. Disponível em: <http://www.significados.com.br/selfie/>. Acesso em: 05 fev. 2016.
  • 34. 34 seu outro “eu” não querendo o mesmo. Ou seja, ambientes bonitos para registrar selfies, porém, ainda sim um ser solitário inserido neste contexto. Figura 30 Filme p&b ISO 100 Fonte:http://orangephoto.com.br/filmes-e- papel-fotografico/filmes-ilford/filme-ilford- delta-100-preto-e-branco-120-iso- 100.html Abaixo algumas imagens deste ensaio: Figura 31 Acervo pessoal da artista
  • 35. 35 Figura 32 Acervo pessoal da artista Figura 33 Acervo pessoal da artista Figura 34 Acervo pessoal da artista 2.1.4 Revelação, Digitalização e Ampliação Após ter fotografado com os 3 tipos de filmes, começaria a procurar por laboratórios que revelassem filmes preto e branco. Pesquisando na internet alguns laboratórios de São Paulo, me deparei com um que foi o melhor de custo e rapidez que me agradou. O laboratório 337 LAB se encontra no bairro Ipiranga da cidade de
  • 36. 36 São Paulo. Fui muito bem atendida, onde minhas dúvidas foram todas sanadas por meio de emails que trocava com o laboratorista Rogério. Mandei os filmes através do SEDEX pelos correios. A partir de então todo trabalho de revelação, digitalização e ampliação das fotos em papel fotográfico ficou por conta deste laboratório. Depois de revelado o filme quimicamente com os produtos adequados, o negativo do filme iria para um scanner específico para a realização de tal procedimento, realizando assim, a cópia digital do negativo. A partir de então, o Rogério me mandava as cópias digitais por meio de uma ferramenta chamado WeTransfer5 , que chegava no meu email, e de lá eu baixava as fotos. Assim, poderia escolher qual foto iria para a ampliação em papel fotográfico. A ampliação também ficou por conta deste laboratório, que basicamente é um aparelho que emite uma luz concentrada no negativo através da qual, esta luz é projetada no papel fotossensível sensiblizando assim, o papel que, após passar pelo processo de revelação motra a imagem que estava no negativo. 2.2 A obra final Depois de fazer os testes com três filmes com ISO diferentes, cheguei à conclusão de quais fotos iriam compor minha obra final. E, então, optei por selecionar algumas fotos somente do filme de ISO 3200, pois as fotos ficaram como eu tinha imaginado e foram as que se introduziram melhor dentro do minha poética. A obra intitulada de “vestígios de um solitário” é composta de um conjunto de imagens que expressa o conceito de solidão de um cidadão contemporâneo inserido no seu espaço íntimo e que, ociosamente, vagueia pelos cômodos da sua casa interagindo no mundo virtual com seu smartphone e notebook à procura de tentar não se sentir só. As fotografias finais deste trabalho são mostradas logo abaixo, com intuito de obter uma reflexão sobre como cada ser humano lida com as mudanças tecnológicas que ocorrem década após década. 5 WeTransfer é uma ferramenta que permite aos usuários compartilharem diversos documentos ou arquivos de forma, rápida e fácil, por permitir fazer o download de vários documentos por meio de um arquivo zipado, sem precisar baixar um a um. Disponível em: <http://www.techtudo.com.br/tudo- sobre/wetransfer.html>. Acesso em: 10 mar. 2016.
  • 37. 37 O solitário anda aonde ninguém nota-o, Aonde não há ninguém para se notar Aonde não há nada para observar Aonde não há ninguém para conversar Aonde não há ninguém para tocar Aonde o eu basta-se a sonhar Aonde o outro eu basta-me Talvez, basto-me. Autoria própria. Figura 35 “Ócio” Acervo pessoal da artista Figura 36 “Relaxamento” Acervo pessoal da artista
  • 38. 38 Figura 37 “Inativo” Acervo pessoal da artista Figura 38 “Inquietação” Acervo pessoal da artista Figura 39 “Pausa” Acervo pessoal da artista
  • 39. 39 Figura 40 “Repouso” Acervo pessoal da artista Figura 41 “Apatia” Acervo pessoal da artista Figura 42 “Indiferença” Acervo pessoal da artista
  • 41. 41 CONSIDERAÇÕES FINAIS A fotografia analógica foi o ponto de partida para a realização deste trabalho. Dentro da arte contemporânea, ela se destaca por ser uma técnica pouca procurada atualmente, devido ao crescente avanço da fotografia digital. Todavia, para mim, ter trabalhado com a fotografia analógica, me fez enaltecer o grande valor que esta técnica possui. Independente dos grandes avanços que a fotografia digital possa vir nos mostrar, a fotografia analógica sempre terá seu espaço guardado no passado e estudado no presente. Foram encontradas muitas dificuldades durante todo o processo de pesquisa, porém, nada que me fizesse desanimar ou desistir daquilo que eu almejava. A dificuldade principal foi encontrar, no mercado local, os filmes p&b para a realização dos testes. Todo o meu processo da compra dos filmes até a ampliação das fotos em papel fotográfico, como havia dito anteriormente, foi realizado pela internet, gerando um custo financeiro maior do que tinha imaginado. Entretanto, é isso que torna a fotografia analógica mais enriquecedora e valorizada, e também, requer muita paciência e dedicação. Foi por meio dos erros e acertos deste trabalho que fui aos poucos percebendo que nos tempos de hoje ter paciência é uma qualidade quase que imprescindível. Até porque, nem sempre o resultado pode sair satisfatório. Como ocorreu neste trabalho durante os testes com os filmes. No entanto, em relação ao resultado final das obras, foi mais do que esperado. Pude fortalecer a importância da fotografia analógica para a geração de hoje, onde a era digital predomina, e assim comparar esta técnica do passado com o uso acelerado dos dispositivos móveis, uma vez que pode vir a gerar no cidadão um isolamento do convívio social, que nem sempre é proposital. Sendo assim, finalizo este trabalho com grande entusiasmo e realização. Enfatizando a grande importância em valorizarmos as técnicas descobertas no passado. Este trabalho deixa, ainda, uma possiblidade de aprofundar os estudos sobre outras técnicas a serem exploradas no campo da fotografia analógica. Percebi que, com muita força de vontade, posso chegar a qualquer lugar. E que por mais que os obstáculos possam surgir no caminho, saberei que sempre haverá um
  • 42. 42 destino final. Por fim, enalteço a grande importância de nos comunicarmos mais com as pessoas, que não nos aprisionemos dentro de nós mesmos.
  • 43. 43 REFERÊNCIAS BATISTA Marcos H. de Tarso. A transição da fotografia analógica à fotografia digital, 2011. Disponível em: http:/<www.mnemocine.com.br/indexphp/fotografia/32- fototexto/169-a-transicao-da-fitografia-analogica-a-fotografia-digital>. Acesso em: 24 mar. 2015. BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004. FABRIS, Annatereza. Arte conceitual e fotografia - um percurso crítico - historiográfico, uma leitura do retrato fotográfico. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. FIOCHI, Marco Aurélio; LACERDA, Mariana. A imagem entre a realidade e a ficção, 2009. Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/materiacontinuum/a- imagem-entre-a-realidade-e-a-ficcao/>. Acesso em: 23 mai. 2015. HACKING, Juliet et al. Tudo sobre fotografia. Rio de Janeiro: Sextante. 2012. KOHN, Karen; DE MORAES, Cláudia Herte. O impacto das novas tecnologias na sociedade: conceitos e características da Sociedade da Informação e da Sociedade Digital. In: III Intercom Júnior, 2007, Santa Maria. Jornada de Iniciação Científica em Comunicação, Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2007. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R1533- 1.pdf>. Acesso em: 02 de junho 2015. MIRON, Dione M. Solidão no mundo contemporâneo, 2011. Disponível em: <http://www.dionemiron.com.br/artigos/63-solidao-no-mundo-contemporaneo>. Acesso em: 15 abr. 2015. OLIVEIRA, Erivam Morais de. Da fotografia analógica à ascensão da fotografia digital. Biblioteca Online de Ciências da Comunicação, Portugal, 2006. Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/oliveira-erivam-fotografia-analogica-fotografia- digital.pdf> Acesso em: 21 de abril 2015. RAMOS, Matheus Mazini. Fotografia e arte: demarcando fronteiras. Revista Contemporânea, Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www.e- publicacoes.uerj.br/index.php/contemporanea/article/view/359>. Acesso em: 23 abr. 2015. ROCHA, Elizabete. Vestígios e Memória: Fotografias encenadas. 2014. 148 f. Dissertação (Pós-graduação em Artes Visuais) – Universidade Federal de Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2014. SILVA, Bárbara Garcia Ribeiro da. A função social da amizade duradoura na sociedade contemporânea: um estudo com jovens adultos moradores da metrópole paulistana. 2014. Número f. Tese (Pós-graduação em Sociologia) –
  • 44. 44 Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2014. TAVARES, António L. M. A fotografia artística e o seu lugar na arte contemporânea. Revista Sapiens: História, Patrimônio e Arqueologia. N.º 1 (Julho 2009), pp. 118- 129.