SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 44
UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
    MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA EM COMÉRCIO ELETRÔNICO




                   Alexandre Grolla Pereira




            WEB SEMÂNTICA: A WEB QUE APRENDE
UM ESTUDO SOBRE O FUTURO DO TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES NA
       WEB E SUA APLICAÇÃO NO COMÉRCIO ELETRÔNICO




                        SÃO PAULO
                            2011

                                                            1
Alexandre Grolla Pereira




            WEB SEMÂNTICA: A WEB QUE APRENDE
UM ESTUDO SOBRE O FUTURO DO TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES NA
       WEB E SUA APLICAÇÃO NO COMÉRCIO ELETRÔNICO




                     Projeto de Pesquisa apresentado como requisito
                     para a obtenção do título de Especialista no Curso
                     de Pós-Graduação – MBA em Gestão Estratégica
                     em Comércio Eletrônico da Universidade Anhembi
                     Morumbi.


                     Orientadores: Profª Msc Leila Rabello de Oliveira e
                     Profº Msc Maurício Salvador.




                        SÃO PAULO
                            2011

                                                                       2
RESUMO


O artigo aborda a evolução da web para a Web Semântica ou Inteligente, suas
possíveis aplicações, interferências ou impacto nos atuais processos de indexação,
editoração, recuperação da informação e sua influência no Comércio Eletrônico com
a produção de eficientes catálogos eletrônicos e em sites não comerciais, levando a
um tratamento mais acurado das informações da Web.




Palavras Chaves: Web Semântica; Web 3.0; Ontologia; Gestão de Recursos
Informacionais; Comércio Eletrônico.




                                      ABSTRACT


The article discusses the evolution of the Web to the Semantic Web or intelligent,
their possible applications, interference or impact on current processes of indexing,
publishing,   information    retrieval and   its influence   on e-Commerce    with   the
efficient production of electronic   catalogs and non-commercial sites,      leading to a
more accurate information from the Web.




Keywords:        Semantic        Web, Web 3.0, Ontology, Information         Resources
Management, e-Commerce.




                                                                                        3
SUMÁRIO


INTRODUÇÃO .................................................................................................... 05
         I.        Contextualização............................................................................. 05
         II.       Problema......................................................................................... 05
         III.      Hipóteses......................................................................................... 05
         IV.       Justificativa...................................................................................... 06
OBJETIVOS ......................................................................................................... 07
METODOLOGIA .................................................................................................. 07
CAPITULO 1 – Histórico e Conceitos de Web Semântica ................................... 08
         1.1. A evolução da Web ............................................................................. 08
         1.2. Como tornar uma Web Semântica ...................................................... 11
         1.3. Metadados .......................................................................................... 13
         1.4. Ontologias ........................................................................................... 15
         1.3. Agentes ............................................................................................... 16
         1.4. Construindo uma Web Semântica: Arquitetura e Camadas ............... 16
CAPITULO 2 – O Comércio Eletrônico no Brasil ................................................. 26
         2.1. Estatísticas .......................................................................................... 26
         2.2. Balanço 2010 e expectativas para 2011 ............................................. 27
CAPITULO 3 – Aplicação da Web Semântica no Comércio Eletrônico ............... 29
         3.1. As etiquetas RFIDs e a nova cadeia de suprimentos no varejo ......... 29
         3.2. Os dados vinculados e o “comércio passivo” ...................................... 31
         3.3. A pesquisa e o marketing na Web Semântica .................................... 36
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 39
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 41




                                                                                                                            4
INTRODUÇÃO


  I.   Contextualização


Este artigo aborda a evolução da web para a Web Semântica ou Inteligente, e suas
possíveis aplicações, interferências ou impacto nos atuais processos de indexação,
editoração e recuperação da informação. Apresenta a recente história da Web
Semântica que objetiva compreender, estruturar e gerenciar os conteúdos
armazenados na web, a partir de valoração semântica desses conteúdos. São
analisados no artigo, os componentes básicos necessários para implementação da
Web Semântica: (a) representação do conhecimento, expressa pelas linguagens de
marcação (SGML, HTML, XML, RDF); (b) ontologia, a disciplina que estuda e
determina as relações entre conceitos estabelecendo regras lógicas de raciocínio
sobre estes conceitos gerando linguagens que são compreendidas pelos
computadores e, (c) agentes que são programas gerados para coletar conteúdos na
web a partir de fontes diversas, processar a informação e permutar os resultados
com outros programas permitindo através de linguagem que expressa inferências
lógicas resultantes do uso de regras e informação como aquelas especificadas pelas
ontologias. Tendo como razão maior deste estudo, as aplicações da Web Semântica
no Comércio Eletrônico com a produção de eficientes catálogos eletrônicos e em
sites não comerciais, levando a um tratamento mais acurado das informações da
Web.


 II.   Problema


Discute-se a importância e as implicações da integração corporativa dentro do
contexto da Web Semântica, com o uso de ontologias e de mapeamentos entre
modelos, como uma maneira de garantir que as aplicações funcionarão de forma
integrada e as informações que trafegam pela Web, sejam compreendidas e
acessadas por todos, ampliando assim a vantagem competitiva das organizações.


III.   Hipóteses


Esse estudo pretende responder as seguintes questões:
                                                                                 5
• Como organizar os dados dispostos na Web semanticamente?
   • O que fazer para facilitar a obtenção de informações e serviços relevantes?
   • Como proporcionar mais eficiência e usabilidade por parte da máquina?
   • Como a obtenção de dados semanticamente irá contribuir para melhorar o
      relacionamento digital entre empresas e consumidores?


IV.   Justificativa


Vivemos em um mundo em que uma quantidade significativa de informação é
produzida em meio digital e disponibilizada através da Internet. Este cenário
proporciona um acesso fácil e barato a uma grande quantidade de informação, visto
que são superados aspectos como localização geográfica e suporte físico. A super
oferta de informação proporcionada por este cenário, entretanto, traz dificuldades às
pessoas em encontrar aquelas informações que lhes são relevantes.
Esta dificuldade deve-se principalmente a pouca organização da informação da web,
que impede a construção de estratégias e mecanismos de busca eficientes. Para
amenizar o problema da sobrecarga de informação, as comunidades de Ciência da
Informação e da Ciência da Computação têm convergido em diversos aspectos, no
sentido de encontrar mecanismos para organizar as informações da web, como
classificadores automáticos, diretórios abertos, metadados, ontologias e Web
Semântica. Este artigo trata desses aspectos e estende o problema da busca da
informação para a descoberta, localização e uso de recursos da web, que podem ser
tanto documentos contendo informações quanto sites simples, sites de comércio
eletrônico, catálogos digitais, sistemas, computadores, páginas pessoais, etc.




                                                                                    6
OBJETIVO


O objetivo maior deste estudo é analisar as aplicações da Web Semântica
essencialmente em sites de Comércio Eletrônico, visando alcançar maior e melhor
integração das informações digitais de mercados para facilitar a relação entre
empresa/comprador e entre empresas.




                                     METODOLOGIA


Para elaboração do artigo, será utilizada a Metodologia Indutiva, obtendo conclusões
de caráter geral, a partir de casos particulares. Tendo como delineamento para
seleção da fonte de dados, pesquisas bibliográficas de fontes secundárias ou
indiretas sobre o assunto, levantando a bibliografia já publicada em forma de livros,
revistas, teses, publicações avulsas e imprensa escrita. E pesquisa documental
disponível como: documentos oficiais, cartas, contratos, reportagens veiculadas a
jornais (on e off line), diários, entre outros.




                                                                                    7
CÁPITULO 1.
                     Histórico e Conceitos de Web Semântica


                                                                                               Semântica:
                                                                                              [se.mân.ti.ca]
                              sf (gr semantiké, de sema) 1 Ling Estudo da evolução do sentido das
                              palavras através do tempo e do espaço; semiótica, semiologia, semasiologia,
                              sematologia. S. descritiva: a que estuda a significação atual das palavras de
                              uma língua. S. geral: a que estuda a relação entre as palavras e as coisas, ou
                              seja, entre a linguagem, o pensamento e a conduta.
                                                                                       michaelis.uol.com.br




1.1.   A Evolução da Web


A internet é um espaço em constante evolução. Passamos de um espaço
denominado Web 1.0 – caracterizada pela elaboração de conteúdos por
especialistas, enquanto o usuário realizava leitura e mantinha contatos através das
tecnologias de informação como chat, e-mail, ou seja, o usuário era “passivo” – para
outro cenário, de participação, de tal forma que o usuário pode também criar,
utilizando diversas mídias.
Assim passamos a incorporar estes recursos em nossas vidas, de forma bem
transparente, sem que precisemos conhecer suas características técnicas. Esse
novo espaço da web denomina-se Web 2.0, cujo termo “busca descrever o atual
período da rede cuja ênfase passa da publicação (que caracterizou os primeiros dez
anos da web) para a colaboração” (Primo & Smaniotto, 2006). Dessa forma, o foco
da Web 2.0, não está na tecnologia, mas nas pessoas e também nos serviços de
empresas que estas pessoas utilizam.
A diferença entre a Web 1.0 e a Web 2.0 está no significado das palavras download
e upload, ou seja, enquanto na Web 1.0 o usuário baixava conteúdos que lhe
interessava na Web 2.0 ele também pode enviar e editar arquivos de textos e outras
mídias (Alves , 2008, p. 3).
As principais características da Web 1.0 e Web 2.0 são destacadas na tabela abaixo,
onde nota-se a participação dos usuários através de elaboração de blogs, com
utilização de sistemas amigáveis, e, entre outros elementos, a construção coletiva e
colaborativa de conhecimentos.
                                                                                                          8
Web 1.0                             Web 2.0
          Leitura                         Escrita compartilhada
          Publicação                      Participação
          Controle de Conteúdo            Construção Coletiva / Colaborativa
          Sociedade da Informação         Sociedade do Conhecimento
          Páginas Pessoais                Blogs
          Estática                        Dinâmica
          Desktop (disco rígido)          Laptop (disco remoto)
          Navegador                       Plataforma Web
          Cliente Servidor                Serviço Web
          Webmaster                       Todos
          HTML                            XML
          Geeks                           Aficionados
                                                                       Tabela 1. (do autor)



Embora a evolução da web tenha proporcionado um cenário de comunicação,
participação e colaboração, continuamos a nos deparar com uma grande quantidade
de dados, de tal forma que a busca da informação que desejamos em muitas
situações se torna demorada, e não atende às nossas necessidades.
Esta web atual é sintática e, dessa forma, possui páginas direcionadas para
pessoas, e não para o processamento, sendo seu principal foco a apresentação da
informação, e assim o processo de interpretação é feito pelo usuário. (Lóscio, 2007)
Frente a esse problema, surge a Web 3.0 ou Web Semântica, que “utiliza uma nova
linguagem que permite incorporar informação sobre o significado de cada recurso,
assim como sua relação com outros dados disponíveis na rede.” (Lago & Cacheiro,
s/d, p. 2) (Tradução livre do espanhol)
A web semântica possibilita a pesquisa dos dados de forma mais fácil, ajudando a
resolver os dois grandes problemas atuais que são a sobrecarga de informação e
heterogeneidade de fontes de informação.
Lago & Cacheiro (s/d, p. 2), citando Koper, destacam que “o propósito da web
semântica é permitir agentes de software que interpretem os conteúdos da web para
ajudar os usuários a desempenharem suas tarefas.”

                                                                                         9
Reig (2009) reforça a importância da base de dados e a interoperabilidade na web
semântica.
      A web semântica é aquela que se constrói em linguagem que os
      computadores possam entender. (...) é uma web de dados escritos em
      formatos interoperáveis, de base de dados compatíveis que constroem algo
      como âmbitos conceituais globais em toda web. São dados em que os
      computadores podem interpretar, relacionar com outros, etc, para devolver
      resultados ou uma experiência mais cômoda e satisfatória para o usuário.
      Para que isso seja possível, é necessário padrões (W3C é o encarregado
      para isso), traduzir conceitos do mundo para códigos da informática. (Reig ,
      2009 p.2) (Tradução livre do espanhol)
Para que isso ocorra, são utilizados mecanismos que ajudam a converter a web em
uma infraestrutura global, de tal forma que seja possível compartilhar e reutilizar
dados e documentos entre diferentes tipos de usuários.
      A nova geração de formatos está encabeçada por XML (Extensible Markup
      Language), RDF (Resource Description Framework), incluindo ontologias –
      taxonomias de conceitos com atributos e relações que proporcionam um
      vocabulário consensual para definir redes semânticas de unidades de
      informação inter-relacionadas – que especificarão as regras lógicas para que
      os agentes de software reconheçam e classifiquem cada conceito. (Pero jo &
      Le ón, 2005, p. 1) (tradução livre do espanhol)
As aplicações para a web semântica permitirão processar, reutilizar e partilhar a
informação inteligentemente, com ou sem ajuda humana. A web transformar-se-á
assim numa enorme base de conhecimento compartilhado, constantemente lida e
escrita não só por humanos, mas também por aplicações semânticas. (Gonçalves,
2007, p. 72)
Com a evolução da internet, passamos da etapa de leitor de conteúdos (Web 1.0)
para a etapa de leitor e criador de conteúdos, de tal forma que não há necessidade
de muito conhecimento técnico para que possamos expressar nossas opiniões e
sentimentos (Web 2.0). Apesar desse avanço, e talvez devido a esse avanço
também, a forma como acessamos a informação em muitas situações não atende as
nossas necessidades. O desenvolvimento da web semântica pode propiciar um novo
cenário de busca de informação e interação com as pessoas.

                                                                                 10
1.2.    Como tornar uma Web Semântica


O primeiro passo para dotar a Web de semântica é a construção das chamadas
ontologias de domínio. Para Berners-Lee, Hendler e Lassila (Scientific American,
2001), uma ontologia típica para a Web é composta de uma taxonomia 1 e um
conjunto de regras de inferência. Mas elas não seriam suficientes para imprimir
semântica à Web, requerendo a adoção de tecnologias novas, como XML
(Extensible Markup Language) e RDF (Resource Description Framework) 2. XML
possibilita a criação de tags, campos de texto que ficam escondidos nas páginas
web. Os programas ou scripts podem fazer uso dos tags de várias formas, mas o
programador precisa saber o significado de cada tag criado pelos autores das
páginas para utilizá-los. Ou seja, XML permite que o usuário adicione estruturas
arbitrárias a seus documentos, mas não permite representar o significado de cada
estrutura. Este seria o papel desempenhado pelo RDF - expressar significado às
estruturas. O RDF codifica os tags em um conjunto de triplas, sendo cada tripla
dotada de um sujeito, verbo e objeto de uma sentença simples. Essas triplas podem
ser escritas utilizando XML tags. Em RDF, um documento pode fazer assertivas
sobre relações entre coisas tais como Maria (sujeito) é irmã (verbo) de Pedro
(objeto). Essa estrutura tende a ser uma maneira natural de descrever a maioria das
informações processadas pelos computadores. O sujeito e o objeto desta sentença
são identificados, cada um, por um indicador universal denominado URI (Universal
Resource Identifier), como os utilizados em links nas páginas web, já que a URL
(Uniform Resource Locator) é o tipo mais comum de URI. Os verbos também seriam
identificados por URIs, facilitando a definição de novos verbos ou conceitos apenas
pela criação de novas URIs em qualquer lugar na Web (Scientific American, 2001).
Utilizando URIs para codificar informações de relacionamentos entre objetos
assegura-se que esses conceitos não são somente palavras escritas em um
documento, mas também são definições únicas acessíveis a todos na Web. Se, por
exemplo, tivéssemos acesso a vários bancos de dados contendo informações sobre
pessoas, inclusive seus endereços e se quiséssemos encontrar alguém que reside

1
  Michaelis: (cs) sf (taxo2+nomo3+ia1) V taxionomia: (cs) sf (táxio+nomo3+ia1) 1 Estudo dos princípios gerais
da classificação científica. 2 Distinção, ordenação e nomenclatura sistemáticas de grupos típicos, dentro de um
campo científico.3 Biol Ramo que se ocupa da classificação natural dos seres vivos, animais e vegetais; biotaxia,
sistemática. 4 Gram Parte que trata da classificação das palavras. Var: taxinomia e taxonomia.
2
  Respectivamente em http://www.w3.org/XML e http://www.w3.org/TR/2000/CR-rdf-schema-20000327
                                                                                                               11
em um código de endereçamento postal específico, precisaríamos saber que campo
em cada banco de dados se refere ao nome desta pessoa e qual se refere ao
código, para realizarmos esta busca. O RDF seria capaz de representar esta
informação através de sentenças que utilizam URI para cada termo.
É possível que vários bancos de dados utilizem identificadores diferentes para
conceitos iguais. Um programa que queira comparar ou utilizar informações de
distintos bancos de dados precisa saber que diferentes termos têm o mesmo
significado. Esse objetivo é alcançado através da criação de coleções de
informações denominadas Ontologias. Ontologia, na filosofia, significa teoria a
respeito da natureza da existência. Pesquisadores e estudiosos das áreas de
Inteligência Artificial e Web incluíram esse termo em seus jargões com um
significado adaptado que é documento ou arquivo que define formalmente as
relações entre os termos.
A taxonomia define classes de objetos e relacionamentos entre os mesmos. Por
exemplo, um endereço pode ser definido como um tipo de localização e códigos de
cidade pode ser definido como aplicáveis somente às localizações. Classes,
subclasses e relacionamentos entre entidades são muito úteis para uso na Web.
Entre elas existe o conceito de herança de propriedades, ou seja, é possível
associarmos     propriedades    às     classes   que    suas   subclasses   herdam
automaticamente essas propriedades. Por exemplo, se códigos de cidade são
definidos como do tipo cidade que, por conseguinte, possui Web sites, então
podemos associar um determinado código de cidade a um site Web sem existir um
relacionamento direto entre os dois.
As regras de inferência são de essencial importância para as ontologias. Através
delas é possível expressarmos, por exemplo, que “se um código de cidade estiver
associado a um determinado estado, então os endereços que utilizam este código
de cidade também estão associados a este estado”. Um programa poderia deduzir
que se a Rua Paissandu, localizada na cidade do Rio de Janeiro, pertence ao estado
do Rio de Janeiro e, por conseguinte, ao país Brasil, então, as informações devem
seguir os padrões brasileiros de formatação. O computador realmente não entende
esse tipo de informação, mas consegue manipulá-lo de maneira a desempenhar um
papel mais significante e eficaz de ajuda ao usuário.
Páginas Web baseadas em ontologias são o começo de muitas soluções para os
problemas de terminologia. O significado de alguns termos e códigos XML utilizados
                                                                                12
nas páginas podem ser definidos através da criação de ponteiros para ontologias.
Continuarão existindo alguns problemas inerentes aos usuários, pois se uma pessoa
cria um ponteiro para uma ontologia que define um endereço através da informação
de CEP e outra pessoa cria um ponteiro para uma ontologia que também define
endereço, mas utilizando a informação de caixa postal. É necessário que ambas as
ontologias ou outro serviço web qualquer seja capaz de identificar que a informação
de CEP é equivalente a de caixa postal.
As ontologias podem agregar valor ao funcionamento da Web, já que podem ter
várias aplicações diferenciadas. A forma mais simples seria aumentar a precisão dos
mecanismos de busca de informação. Os programas de busca pesquisariam
somente em páginas que fizessem referência a um conceito pré-definido ao invés de
pesquisar todas as que contenham palavras-chave. As aplicações mais avançadas
às utilizariam com o objetivo de relacionar o conteúdo das páginas às suas
estruturas existentes de conhecimento e regras de inferência.
O potencial da Web Semântica será realmente compreendido quando forem
desenvolvidos programas que sejam capazes de efetuar buscas de informação de
diferentes fontes disponíveis na Web, as processem e compartilhem os resultados
com outros programas. A eficácia dos programas, baseados em agentes, tende a
aumentar na medida em que houver mais conteúdo na Web estruturado de maneira
que possa ser utilizado pelos computadores. Os agentes seriam responsáveis por
captar as necessidades do usuário, pesquisar e disponibilizar os resultados
esperados de forma interativa.


1.3. Metadados


Metadados, também conhecidos como informações sobre dados, são utilizados para
documentar e organizar de forma estruturada e padronizada as informações de
documentos com o objetivo de facilitar e tornar mais efetiva a busca e recuperação
da informação na Web. O metadado é estruturado com elementos de descrição do
conteúdo dos dados. Cada bloco de informações deve conter, por exemplo, autor,
título, data de publicação etc. e para cada campo pode conter as seguintes
informações: nome do campo, descrição do campo, tipo de dados, formato, etc. e
qualquer informação que seja relevante para a recuperação da informação. No

                                                                                 13
contexto da Web, três aspectos devem ser considerados no desenvolvimento de
metadados: descrição de recursos, produção e uso de metadados.
O primeiro aspecto refere-se a quais informações estarão sendo consideradas nos
metadados. Um metadado tem que ser suficientemente flexível para capturar
informações de diversas fontes distintas. O segundo aspecto refere-se à construção
de metadados.
Os metadados nada mais são do que sumários sobre uma determinada informação.
Utilizar trabalho humano para gerar estes metadados seria caro e cansativo. A
tendência é automatizar este processo o máximo possível. Já o terceiro e último
aspecto trata de como os metadados serão acessados e utilizados. Eles têm que
estar disponibilizados de maneira que possam ser processados preservando seu
conteúdo semântico.
Quanto à sua utilização, podem servir de forma especialmente relevante na
localização de recursos na Web, contendo informação descritiva dos recursos e
onde estes podem ser encontrados.
No entanto, devido ao aspecto dinâmico dos recursos na Web, a disponibilização de
metadados causa alguns desafios, já que freqüentemente novas versões de
recursos   são   acrescentadas    a   Web    e   documentos    são    renomeados   e
disponibilizados em outros endereços.       Outras questões também importantes a
serem discutidas a respeito dos metadados são (Iannella, R., 2011):
   • Possibilidade de descrever um recurso a partir de mais de um conjunto de
      qualificadores devido ao grande número de padrão de metadados;
   • Necessidade de existência de um conjunto de padrões específicos para cada
      tipo de recurso de forma a acomodar todos os tipos diferentes;
   • Internacionalização dos padrões, já que a maioria dos padrões é baseada em
      qualificadores em Inglês;
   • Metadados devem ser gerados na medida em que um recurso é criado e
      disponibilizado na Web, sendo alterado na medida em que o recurso é
      modificado. Entretanto alguns tipos de metadados mais específicos podem
      ser gerados à parte, tais como: críticas sobre um filme ou artigos;
   • Metadados também são dados e por isso apresentam características de
      armazenamento e acesso, e dificuldades de interpretação de seu conteúdo.



                                                                                   14
1.4. Ontologias


A necessidade de melhores ferramentas de busca e tratamento de informação para
a Web terminou por disseminar o termo “agente” para praticamente vários outros
ramos da informática. Nesta trilha, o novo termo da moda, que vem herdando essa
popularidade, face às promessas de melhoria destas atividades, é ontologia. Estão
presentes em sistemas, ferramentas e produtos de manipulação de informação e
comércio eletrônico, representadas como hierarquias de palavras-chave, conceitos,
e muitas outras formas. Contudo, ontologias devem possuir um significado e
abrangência muito mais profundos do que as simples hierarquias de conceitos e
palavras-chaves empregadas por muitos engenhos de busca.
Apesar da palavra “ontologia” denotar uma teoria sobre a natureza do ser ou
existência, em Inteligência Artificial ela pode ser interpretada como o conjunto de
entidades com suas relações, restrições, axiomas e vocabulário. Uma ontologia
define um domínio, ou, mais formalmente, especifica uma conceitualização acerca
dele (Gruber 95). Normalmente, uma ontologia é organizada em hierarquias de
conceitos (ou taxonomias). Pelo fato de, idealmente, não refletirem nenhum
formalismo específico, e de representarem com freqüência um vocabulário comum
entre usuários e sistemas (Clark 99), pode-se considerar as ontologias como a
materialização do nível de conhecimento.
Podemos, também, definir o termo ontologia a partir dos requisitos para possibilitar
sua aplicação em informática:
      “Uma    ontologia   é     uma   especificação   explícita   e   formal   de   uma
      conceitualização compartilhada”. (Studer et al 98)
Esclarecendo os requisitos desta definição:
   • Por especificação explícita, podemos entender as definições de conceitos,
      instâncias, relações, restrições e axiomas.
   • Por formal, que é declarativamente definida, portanto, compreensível para
      agentes e sistemas.
   • Por conceitualização, que se trata de um modelo abstrato de uma área de
      conhecimento ou de um universo limitado de discurso.




                                                                                     15
• Por compartilhada, por tratar-se de um conhecimento consensual, seja uma
       terminologia   comum     da   área   modelada,    ou    acordada    entre   os
       desenvolvedores dos agentes que se comunicam.
De fato, ontologias pré-construídas sobre domínios restritos têm sido bastante
reutilizadas e podem vir a representar um papel fundamental como fornecedoras de
conhecimento para a inferência dinâmica realizada por agentes inteligentes.


1.5. Agentes


Ao contrário dos sistemas baseados na arquitetura cliente-servidor, já se encontra
em andamento um novo paradigma de computação baseada em rede. Neste
modelo, conteúdo (dados e código), comunicação e computação convergem e a
rede torna-se o que o computador fora em outra hora. Um dos novos padrões de
funcionamento neste modelo é a delegação de tarefas.
Por exemplo, um utilizador pode especificar um conjunto de tarefas e de objetivos
(pesquisa, filtro e obtenção de informações, compra ou venda de produtos, etc.), que
sua aplicação especializada deverá realizar. Este tipo de aplicação designa-se por
agente de software, a qual é responsável por suportar delegação de tarefas, gerir
respectiva complexidade, suportar mobilidade dos utilizadores, adaptar-se ao seu
utilizador, adaptar-se ao seu meio, aprender de forma adaptativa, etc.
O conceito de “agente” é uma metáfora utilizada em inúmeras áreas do
conhecimento, desde a Psicologia, Sociologia, Biologia até as áreas das Ciências da
Computação (Silva, 2007).
Foi a comunidade de Inteligência Artificial que adotou pela primeira vez este
conceito. Esta primazia é geralmente associada a Carl Hewitt pela sua proposta do
sistema Actor (Hewitt, 2007). No seu modelo, Hewitt propõe o conceito de objeto
auto-contido, interativo e com execução concorrente. Cada objeto encapsula o seu
estado interno e pode responder a mensagens de outros objetos similares.
       “Um agente é uma componente de software e/ou de hardware capaz de atuar
       de forma a resolver tarefas em nome do seu utilizador.”(Nwana, 2007).


1.6.   Construindo uma Web Semântica: Arquitetura e Camadas



                                                                                   16
A visão da Web Semântica é estender os princípios da Web dos documentos para
os dados com o objetivo de criar um meio universal que permita a troca de dados e
forneça sentido para que possa ser interpretada por máquinas. São os chamados
Metadados. Metadados são recursos de informação. Significa dados sobre dados.
Podem descrever identificar e localizar o conteúdo de documentos web. Ou seja, os
metadados são dados que descrevem informações altamente estruturadas que
descrevem conteúdo, qualidade, estado e outras características dos dados.
Para acessar essas informações, elas devem estar programadas utilizando a
linguagem RDF, quer irá extrair informações do banco de dados e criar um formato
mais compreensível para as máquinas. Com esta informação nós podemos fazer
deduções lógicas, combinar informações e gerar novas informações a partir de um
complexo de consultas existentes para motores de busca.
Os principais componentes da Web Semântica são XML, XML Schema, RDF, RDF
Schema e OWL. A descrição OWL de Inglês "Web Ontology Language" descreve os
papéis e as relações de cada componente. Resumindo:
   • XML: fornece uma sintaxe básica para a estrutura de conteúdo dentro de
      documentos.
   • XML Schema: Uma linguagem de fornecimento e de restringir a estrutura e o
      conteúdo dos elementos contidos nos documentos XML.
   • RDF: É uma linguagem simples para expressar modelos de dados, que se
      referem a objetos "recursos" e suas relações. Um modelo baseado em RDF
      pode ser representado na sintaxe XML.
   • RDF Schema: é um vocabulário para descrever propriedades e classes de
      recursos   baseados   em    RDF,   com     semântica   para   hierarquias   de
      generalização de propriedades e classes.
   • OWL: um mecanismo para desenvolver temas e vocabulários específicos em
      que podemos associar esses recursos.
O Consórcio da Web ou W3C (World-Wide Web Consortium) tem se inclinado a
padronizar novas linguagens para definição de páginas e seus respectivos padrões,
baseadas em conhecimento estruturado em ontologias. Em 2000, o W3C apresentou
uma proposta (Koivunen & Miller 2001) definindo várias novas camadas para a Web,
e sugerindo linguagens e padrões para as camadas, delineadas na figura abaixo:



                                                                                  17
Figura 1. As camadas da Web semântica (Koivunen & Miller 2001).



Analisaremos cada uma destas camadas separadamente a fim de criar uma
arquitetura completa para representação da Web Semântica.


1ª Camada (Base) – Unicode e URI


                  UNICODE                                          URI
                                                                                Figura 2.(do autor)



A primeira camada garante o uso padronizado do mesmo conjunto de caracteres
(Unicode) e uma forma unívoca para a identificação e localização de páginas (URI –
Uniform Resource Indicator, indicador uniforme de recursos).
Unicode é um padrão que permite aos computadores representar e manipular, de
forma consistente, texto de qualquer sistema de escrita existente.
Atualmente, é promovido e desenvolvido pela Unicode Consortium, uma organização
sem fins lucrativos que coordena o padrão, e que possui o objetivo de um dia
substituir esquemas de codificação de caractere existentes pelo Unicode e pelos
esquemas     padronizados     de   transformação         Unicode       (chamado        Unicode
Transformation Format, ou UTF). Seu sucesso em unificar conjuntos de caracteres
levou a um uso amplo e predominante na internacionalização e localização de
programas de computador. O padrão foi implementado em várias tecnologias
recentes, incluindo XML, Java e sistemas operacionais modernos.
                                                                                                18
Segundo a W3C3, um Identificador Uniforme de Recursos (URI) (Uniform
Resource Identifier) é uma cadeia de caracteres compacta usada para identificar
ou denominar um recurso na Internet. O principal propósito desta identificação é
permitir a interação com representações do recurso através de uma rede,
tipicamente a internet, usando protocolos específicos. URIs são identificadas em
grupos definindo uma sintaxe específica e protocolos associados.
Um URI pode ser classificado como um localizador (URL) ou um nome (URN), ou
ainda como ambos. Um URN (Uniform Resource Name) é como se fosse o nome
de uma pessoa, enquanto que um URL (Uniform Resource Locator) é seu
endereço. O URN define a identidade de um item, enquanto que o URL nos dá um
meio para encontrá-lo.


2ª Camada – XML e XML Schema


                                             XML + XML Schema

                            UNICODE                               URI
                                                                        Figura 3.(do autor)



Vejamos um trecho de código de uma página que discorre sobre um livro, codificado
na atual linguagem de anotação de páginas HTML 4:
                   <html>
                      <body>
                        <h2>Being a Dog Is a Full-Time Job</h2>
                        <p> by Charles M. Schulz</p>
                        <p>ISBN: 0836217462</p>
                      </body>
                   </html>

Como se pode perceber, HTML possui severas limitações: não existem recursos na
linguagem para anotação semântica – os comandos <h2> e <p> são apenas de
editoração, para aumentar o tamanho da fonte e pular linha. Estes recursos trariam
significado aos dados da página. Para descrever algum tipo de semântica das
páginas, a linguagem HTML provê apenas tags opcionais como título, descrição,
sumário e palavras-chave. Devido a essa deficiência, HTML foi abstraída para XML
(eXtensible Markup Language), que, na verdade é uma meta-linguagem de


3
    http://www.w3.org/
4
    adaptado de (van der Vilt 2000).
                                                                                        19
editoração, pois permite a representação de outras linguagens de forma
padronizada. Vejamos alguns recursos de XML, através do mesmo exemplo:
              <library>
                <book>
                   <title>Being a Dog Is a Full-Time Job</title>
                   <author>Charles M. Schulz</author>
                   <isbn>0836217462</isbn>
                </book>
              </library>

No exemplo, os dados estão descritos por elementos, o que facilita seu tratamento,
se o software que trata a página conhece este formato. Este formato é especificado
por definições de tipos de documentos (DTDs), ou por esquemas XML (XML
Schemas ou XMLS). Um DTD define o aninhamento léxico de um documento, as
classes e os atributos destas, valores default para estes (opcional) e a ordem de
aparecimento dos dados das instâncias das classes definidas pelo DTD. Abaixo,
temos o DTD da biblioteca (library) que definiu o livro mencionado como parte da
biblioteca:
              <!DOCTYPE library [
              <!ATTLIST book id ID #IMPLIED>
              <!ATTLIST author id ID #IMPLIED>
              <!ATTLIST ISBN id ID #IMPLIED>]>

DTDs definem a estrutura e sintaxe de um documento, ajudando a validar se ele
está em conformidade com uma estrutura. Esquemas XML têm a mesma função,
mas são um pouco mais ricos. A idéia é que esta camada descreva a estrutura do
documento, deixando para as que estão acima dela à definição de seu conteúdo.


3ª Camada – RDF e RDF Schema

                                RDF + RDF Schema

                                           XML + XML Schema

                     UNICODE                                       URI
                                                                         Figura 4.(do autor)



RDF (Resource Description Framework, ou modelo de descrição de recursos)
adiciona mais semântica a um documento, com a vantagem de não precisar referir-
se à sua estrutura (Fensel 2001). RDF descreve “recursos” da Web, que devem ter



                                                                                         20
um identificador na Web, seja ele parte específica de um documento ou dados como
lugares, pessoas, etc. (Koivunen & Miller 2001)
Para expressar algo sobre os recursos, o modelo de dados de RDF equivale em
termos formais às redes semânticas. Os recursos são descritos como trios de
objetos-atributos-valores,           semelhantes           ao      sujeito-verbo-objeto       das      redes
semânticas. Os objetos são recursos e os valores são recursos ou strings. Trios
descritos em RDF podem ser representados como grafos diretos rotulados (Klein
2001). Segue um exemplo de grafo ligando duas páginas da Web:


                                          namoraCom
              www.qqr.com/~ze                             www.qqr.com/~maria


              nome                sobrenome                 nome            sobrenome

                 José              Virgulino                  Maria            Bonita

                                        Figura 5. Grafo direto rotulado de um trio RDF (baseado em Klein 2001).



O grafo acima indica a anotação de que o dono da primeira página “namora com” a
dona da segunda. Ele tem o seguinte código RDF:
                                  <rdf:Description about=http://www.qqr.com/~ze>
             <nome>Jose</nome>
             <sobrenome>Virgulino</sobrenome>
             <namoraCom>
             <rdf:Description about=http://www.qqr.com/~maria>
             <nome>Maria</nome>
             <sobrenome>Bonita</sobrenome>
             </rdf:Description>
             </namoraCom>
                                    </rdf:Description>

A vantagem de RDF como linguagem de descrição de recursos sobre DTDs e
esquemas XML reside na liberdade de ignorar as imposições da estrutura do
documento, referindo-se apenas a dados sobre o conteúdo. Para uma padronização
de uso de RDF, foram criados os esquemas RDF (RDF Schemes ou RDFS), que
fornecem tipos básicos para a criação de esquemas voltados à aplicações
específicas. As primitivas a serem usadas para modelar novos esquemas RDF
incluem classe, subclasse (herança), propriedade, sub-propriedade (para construir
hierarquias de propriedades), instância e restrição. A classe Pessoa e o atributo
nome do exemplo acima são assim definidos:
                                                                                                            21
<rdf:Description ID=”Pessoa”>
            <rdf:type resource=”http://www.w3c.org/TR/1999/PR-rdf-schema-
            19990303#Class”>
            <rdfs:subClassOf rdf.resource=”http://www.w3c.org/TR/1999/PR-
            rdf-schema-19990303#Resource”>
                               </rdf:Description>
                           <rdf:Description ID=”nome”>
            <rdf:type resource=”http://www.w3c.org/TR/1999/PR-rdf-schema-
            19990303#Property”>
            <rdfs:domain rdf:resource=”#Pessoa”>
            <rdfs:range rdf.resource=”http://www.w3c.org/TR/xmlschema-
            2#string”>
                               </rdf:Description>

O código diz que Pessoa é do tipo classe e herda as características de um recurso.
Observe que, pelo código, tanto classe como recurso estão definidos por URIs que
apontam para o sítio da W3C. Já o atributo nome é uma propriedade cujo domínio
são elementos da classe Pessoa e cuja imagem é uma string. Também propriedade
e string estão definidos URIs que apontam para no sítio da W3C. Como se vê,
especificar código RDF pode ser um pouco complicado à primeira vista. Existem
ferramentas para edição e parsing sobre RDF, que têm a finalidade de auxiliar o
usuário.
Para esta camada, existem outras linguagens candidatas, como a precursora SHOE
(Simple HTML Extensions, ou simples extensões de HTML) (Luke 96) e a XOL
(Ontology eXchange Language, ou linguagem de trocas de ontologias) (Karp 99),
baseada no OKBC. Porém RDF/RDFS tornaram-se padrões de fato, apesar da
expressividade de representação deste par ainda deixar a desejar quanto à
modelagem de ontologias.


4ª Camada – Ontologias


                          OWL (Ontology Vocabulary)

                             RDF + RDF Schema

                                        XML + XML Schema

                   UNICODE                                                  URI
                                                                                  Figura 6.(do autor)




                                                                                                  22
Com base em uma revisão da linguagem DAML+OIL (W3C Notes, 2001),
acrescentadas de características aprendidas no desenvolvimento e nas aplicações
desta, criou-se a OWL. Esta linguagem é ideal para representação de informações
contidas em documentos que precisam ser processados por aplicações, pois ela
facilita à máquina uma maior legibilidade ao conteúdo da Web do que aquelas
suportadas pelo XML, RDF e RDF Schema, pelo fato de fornecer um vocabulário
adicional juntamente com uma semântica formal. Além disso, com ela é mais fácil
expressar a semântica. A OWL possui três sub-linguagens, que foram projetadas
conforme o grupo de implementadores e usuários: OWL Lite, OWL DL e OWL Full
(W3C Recomendations, 2007).
   • OWL Lite - sua finalidade principal é dar suporte para que classificações
      hierárquicas com restrições simples sejam criadas. Por exemplo, restrições de
      cardinalidade são permitidas para apenas valores iguais a zero ou um.
   • OWL DL - sua finalidade é prover um maior grau de expressividade onde
      todas as conclusões são computáveis (completude) e todas as computações
      terminam em tempo finito. OWL DL corresponde a description logic.
   • OWL Full - sua finalidade é prover o máximo de expressividade e liberdade
      sintática. Com OWL Full, os usuários podem aumentar o vocabulário pré-
      definido de RDF ou OWL, porém sem nenhuma garantia computacional.
      Assim, máquinas de inferência poderão não derivar conclusões ou poderão
      não ser computáveis em tempo finito.
Uma ontologia OWL inicia com uma declaração, em RDF, contendo os namespaces
que serão utilizados na ontologia. Basicamente, a ontologia começa da seguinte
forma (W3C Recomendations, 2007):
                     <owl:Ontology rdf:about=” ”>
                       <rdfs:comment>An exmple OWL ontology</rdfs:comment>
              <owl:priorVersion rdf:resource=”http://www.w3.org/2001/sw/WebOnt/guide-src/wine-112102.owl”/>
                       <owl:imports rdf:resource=http://ww.w3.org/2001/sw/WebOnt/guide-src/food.owl/>
                     …

As três primeiras declarações indicam o namespace associado à ontologia que está
sendo desenvolvida, a qual refere-se a vinhos e comidas. Na quinta linha, é indicado
o namespace específico da OWL e nas linhas subseqüentes têm-se as referências
aos vocabulários do RDF, RDF Schema e XML Schema, respectivamente.
Uma vez que os namespaces estão definidos, inclui-se, através da tag
<owl:Ontology>, informações como comentários, controle de versões e inclusão de
                                                                                                              23
outras ontologias, caso esteja havendo extensão de uma já existente. No código
abaixo, apresenta-se uma referencia a estas informações (W3C Recomendations,
2007):
                           <owl:Ontology rdf:about=””>
                            <rdfs:comment>An exemple OWL ontology</rdfs:comment>
                <owl:prioVersion rdf:resource=http://www.w3.org/2001/sw/WebOnt/guide-src/wine-112102.owl/>
                            <owl:imports rdf:resource=http://www.w3.org/2001/sw/WebOnt/guide-src/food.owl/>
                           …

Têm-se no código a representação de um cabeçalho OWL contendo informações
diversas representadas por:
    • rdfs:comment – apresenta algum comentário referente à ontologia modelada;
    • owl:priorVersion – é uma tag padrão utilizada para o controle de versões da
         ontologia;
    • owl:imports – indica a importação de uma ontologia já existente definida pelo
         recurso apresentado em seguida.
As classes e subclasses OWL são definidas, respectivamente, através dos
elementos owl:Class e rdfs:subClassOf. Por exemplo:
                      1.   <owl:Class rdf:ID=”Curso” />
                      2.   <owl:Class rdf:ID=”Graduação”>
                      3.   <rdf:subClassOf rdf:resource=”#Curso” />
                      4.   …
                      5.   </owl:Class>

Neste código, tem-se a declaração de duas classes: Curso e Graduação. Sendo
que, na linha 3, é identificado que Graduação é subclasse de Curso.
Através do elemento owl:ObjectProperty define-se as propriedades das classes e
subclasses. Utiliza-se, em conjunto com a tag de propriedades, o elemento
rdfs:domain para especificar a qual classe a referida propriedade está sendo
atribuída. Segue um simples exemplo:
                      1.   <owl:ObjectProperty rdf:ID=”nome” />
                      2.   <rdfs:domain rdf:reseource=”#Aluno” />
                      3.   </owl:ObjectProporty>

A propriedade duração está sendo declarada na primeira linha (código acima) e
identificada que pertence à classe Curso na linha 2.
A   OWL       oferece          vários      elementos          como      owl:Restriction,         owl:cardinality,
owl:minCardinality, owl:maxCardinality, owl:inverseOf, entre diversos outros, os
quais    permitem          determinar,        respectivamente,          as     restrições,       cardinalidades,
cardinalidade mínima, cardinalidade máxima, relação inversa, de modo a obter uma
ontologia mais completa e melhor modelada.
                                                                                                               24
Camadas Superiores – Assinatura Digital (Signature e Encription), Lógica,
Prova e Validação

                                                    Validação
                                          Prova

                                       Lógica                         Assinatura
                                                                        Digital
                        OWL (Ontology Vocabulary)

                          RDF + RDF Schema

                                 XML + XML Schema

                  UNICODE                                      URI
                                                                         Figura 7. (do autor)



Assinatura Digital (Signature + Encription)
Signature: Conjunto de tecnologias desenvolvidas com o intuito de substituir, em
ambiente computacional, a função exercida pela assinatura formal de uma pessoa
em um suporte físico como papel. Segundo Pfützenreuter (2004), a assinatura digital
garante a integridade dos dados e a comprovação da procedência dos recursos;
Encryption: Consiste de um processo em que as informações são cifradas de modo
que não possam ser interpretadas por qualquer pessoa ou sistema computacional,
garantindo assim a confidencialidade das informações. Segundo Nakamura e Geus
(2003, p.287), “[...] encryption é o processo de disfarçar a mensagem original, [...], de
tal modo que sua substância é escondida em uma mensagem com texto cifrado”.


Lógica, Prova e Validação
As camadas mais altas da proposta de Web semântica ainda não tomaram corpo. A
camada lógica permite a especificação de regras que atuam sobre instâncias e
recursos, enquanto a camada de prova as executa, e a de validação avalia se a
prova está correta ou não (Koivunen & Miller 2001). Para que estas camadas entrem
em operação, as camadas inferiores devem estar bem sedimentadas, o que ainda
está acontecendo. Além do mais, sob o ponto de vista ontológico, não é interessante
antecipar o uso de ontologias com regras, pois isto pode restringir a sua
aplicabilidade.
                                                                                          25
CÁPITULO 2.
                               O Comércio Eletrônico no Brasil


                                 “Se você pensa que está no controle, você está se enganando. Tão logo
                                 começar a ouvir o que as pessoas têm a dizer, você perceberá que não está
                                 no controle. E abrir mão do controle lhe trará mais rendimentos e resultados.”
                                                                                                    Charlene Li



2.1.      Estatísticas 5


      • No ano de 2010 foram faturados R$ 14,8 bilhões em vendas de bens de
          consumo no e-commerce brasileiro, o que significou um acréscimo de 40%
          ante os R$ 10,6 bilhões registrados em 2009.
      • Em 2010, foram registrados mais de 23 milhões de e-consumidores que
          fizeram, ao menos, uma compra online até hoje, com 40 milhões de pedidos
          em todo território nacional.
      • As datas sazonais (Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Dia das
          Crianças e Natal) representaram aproximadamente 30% do bolo total do ano
          (R$ 4,5 bilhões).
      • As categorias mais vendidas em 2010 foram Eletrodomésticos (14%), Livros,
          Assinaturas de Revistas e Jornais (12%), Saúde, beleza e medicamentos
          (12%), Informática (11%), e Eletrônicos (7%).
      • O valor médio das compras em 2010 foi de R$ 373. Em 2009, o número
          fechou em R$ 335, um crescimento, portanto de 11%.
      • O tíquete médio das compras femininas aumentou de R$ 240 em 2005 para
          R$ 314 em 2010. No entanto, continua significativamente menor ao tíquete
          médio dos gastos efetuados pelos homens que foi de R$ 425.
      • No primeiro semestre de 2011, a estimativa é de um faturamento em torno de
          R$ 8,8 bilhões. Esse valor é maior do que todo o faturamento do ano de 2008
          (R$ 8,2 bilhões).
      • Somente nos primeiros 6 meses de 2011, 4 milhões de pessoas farão sua
          primeira compra virtual, somando assim 27 milhões de e-consumidores que
          fizeram, ao menos, uma compra online até hoje.

5
    Fonte: www.webshoppers.com.br/webshoppers/WebShoppers23.pdf
                                                                                                             26
2.2.   Balanço de 2010 e expectativas para 2011


Mais um ano que se encerra registrando resultados expressivos para o comércio
eletrônico brasileiro. Superando a curva de desenvolvimento anual de 25% nos
últimos 4 anos, no ano de 2010 foram faturados R$ 14,8 bilhões em vendas de bens
de consumo no setor virtual, o que significou um acréscimo nominal de 40% ante os
R$ 10,6 bilhões registrados em 2009.
A entrada de novos players, a consolidação de grandes grupos de varejo e o
aumento da renda do consumidor, influenciou na confiança dos e-consumidores no
setor, ajudando a alavancar as cifras.


                       Evolução do faturamento (em bilhões)

        16
        14
        12
        10
         8
         6
         4
         2
         0
                2006         2007        2008           2009           2010

                                            Fonte: e-bit Informação (www.ebitempresa.com.br)



Os números do e-commerce brasileiro não param de crescer. Em 2010, chegamos a
23 milhões de e-consumidores que fizeram, ao menos, uma compra online até hoje.
Esses consumidores, aliás, são responsáveis por outro índice importante no setor:
Foram mais de 40 milhões de pedidos no ano. Em 2009, foram 30 milhões de
encomendas realizadas via web.
O bom rendimento do comércio eletrônico não deve parar em 2011, e seguirá num
ritmo acelerado. A expectativa é que, com a maior consolidação do setor, aliada às
novas ferramentas que auxiliam os consumidores na hora de realizar uma compra,
como as redes sociais, o faturamento do e-commerce brasileiro apresente expansão,
ainda que menor ao ano passado.


                                                                                          27
A previsão é que o setor fature R$ 20 bilhões nesse ano, um crescimento nominal de
30% em relação ao ano de 2010 (R$ 14,8 bilhões).
Se analisarmos somente os seis primeiros meses do ano, a estimativa é de um
faturamento em torno de R$ 8,8 bilhões. Esse valor, além de representar cerca de
45% do total de vendas na web em 2011, é maior do que todo o faturamento do ano
de 2008 (R$ 8,2 bilhões).


       Projeção de faturamento para o 1º semestre de 2011(em bilhões)

       9
       8
       7
       6
       5
       4
       3
       2
       1
       0
             2007           2008         2009         2010           2011


                                            Fonte: e-bit Informação (www.ebitempresa.com.br)


Desde o início da bolha do comércio eletrônico, no final da década de 90, o setor
vem sofrendo transformações em suas características. Algumas categorias
perderam espaço ao longo do tempo e deram lugar a novos segmentos de produtos.
Atualmente o comportamento de compras mudou bastante em relação aos
“primórdios da internet”, pois com o nível de confiança e maturidade alcançada
aliado às lojas tradicionais do varejo vendendo na web, vemos e-consumidores
comprando produtos que antes eram considerados mais “difíceis” de serem
adquiridos, como roupas e assessórios.
A falta de padronização e diversidade de players especializados no setor ainda são
uma carência para potencializar as vendas nesta categoria.
A cada ano que passa, o comércio eletrônico coleciona mais adeptos. Impulsionados
pela imensa quantidade de informação disponível na web, e com a realidade de tirar
proveito de redes sociais e opiniões de outros consumidores para a decisão de
compra.
                                                                                          28
CÁPITULO 3.
                  Aplicação da Web Semântica no Comércio Eletrônico


                                 “Precisamos de linguagens para expressar as relações entre os diferentes tipos
                                 de dados: uma “web semântica” que permita que todos os dados sejam vistos
                                 como uma única grande base de dados. A web semântica será revolucionária
                                 para o e-commerce.”
                                                                                               Tim Berners-Lee



3.1. As etiquetas RFIDs e a nova cadeia de suprimentos no varejo


Imagine que você é dono de um supermercado. Suponha que neste supermercado
tenha vários caixas e que quatro deles são destinados a clientes que compram até
10 itens, no intuito de estimular pessoas a entrarem para fazer pequenas compras.
Você contrata uma consultoria para avaliar seu negócio e eles dizem que está
penalizando seus melhores clientes, que clientes com mais de dois carrinhos devem
ser mais valorizados dos que compram pouco, pois são mais lucrativos. Aconselham
você a diminuir o número de caixas para poucos itens e a reservar um caixa para
clientes com dois carrinhos ou mais.
O que você faz? Sua consultoria está pensando em tornar um sistema antigo
ligeiramente melhor, mais centrado no cliente, quando novas tecnologias poderiam
eliminar os caixas, gerando economia para você e oferecendo ao cliente exatamente
o que ele deseja: sair da loja sem precisar passar pelo caixa.
Em Tönisvrorst, norte da Alemanha, o Grupo Metro testou sua nova cadeia de
suprimentos em uma megaloja de subúrbio que atende, basicamente, aposentados 6.
Ao entrar na loja, um funcionário instala um aplicativo de compras em seu celular. Se
você não tiver celular pode pegar um emprestado. Utilizando a câmera do celular
para scannear o código de barras dos produtos, você terá informações detalhadas,
preços e ofertas personalizadas. Ao adicionar o produto ao carrinho, é só informar a
quantidade e o celular faz um inventário dos produtos e mostra o total da compra.
Também é possível adicionar produtos a uma lista outra lista de compras, para ter já
o produto cadastrado e poder comprar de onde estiver.



6
  Saiba mais em http://www.future-store.org ou http://info.abril.com.br/corporate/aplicacoes-de-gestao/grupo-
alemao-une-bi-ao-rfid.shtml
                                                                                                                29
Na hora de pagar a conta, posso passar o cartão de crédito/débito diretamente na
máquina da loja, acessar minha conta bancária e pagar diretamente pelo celular ou
até mesmo pagar com minha impressão digital.
Porém, o Grupo Metro está a um passo de melhorar ainda mais este procedimento.
Alguns de seus produtos, principalmente perecíveis, possuem etiquetas RFID
(Radio-Frequency Identification – identificação por radiofreqüência) que
rastreiam produtos individualmente. Todas as carnes e peixes têm essa etiqueta
junto com o código de barra e o preço, e são expostos em “refrigeradores
inteligentes”. Ao pegar a embalagem, o refrigerador sabe que o item de estoque foi
retirado, faz o pedido de reposição e informa ao balconista quais produtos estão com
validades vencidas e que devem ser removidos. Quando as etiquetas RFID se
tornarem baratas o suficiente, a maioria dos produtos será equipada com elas e os
carrinhos terão um scanner RFID que transmitirá a informação diretamente ao seu
celular, que monitorará automaticamente os produtos que entram e saem de seu
carrinho.
Também na Alemanha, na Galeria Kaufhof 7 em Essen, a maioria de seus produtos
possuem etiquetas RFID e existem leitores por todo canto. Nos provadores, você
pode ter uma amostra virtual sua trajando tudo que quiser, é necessário apenas
segurar a roupa na frente da tela. A tela ainda exibe cores, tamanhos e quantidades
disponíveis em estoque. Nesta loja os depósitos são conectados e a informação
retorna integralmente ao fabricante.
A DHL em parceria com a IBM já montaram uma “cadeia fria” 8 para despachar
medicamentos que fornece leituras de temperatura em tempo real feitas por
etiquetas RFDIs e que podem interromper a remessa no próximo ponto de controle
se a temperatura do medicamento estiver fora da faixa.
A compra de varejo é só a ponta do iceberg, quando um consumidor pega um
produto da prateleira, ele está na verdade puxando toda a cadeia de suprimentos,
desde os distribuidores e fabricantes até as empresas que fornecem todas as peças
e serviços até a chegada do produto nesta mesma prateleira.
As etiquetas RFID podem ser de todos os tamanhos, do porte de um grão de arroz
que pode ser injetado sobre a pele, a um adesivo plano do tamanho de um pente de
bolso ou um cartão de visita e podem ser coladas sobre qualquer superfície. Você

7
    http://www.galeria-kaufhof.de
8
    http://bit.ly/jSThpr
                                                                                  30
poderá colocar RFIDs em suas jóias, óculos e animais de estimação, configurar seu
celular para bipar se sair do clube de tênis sem sua raquete e qualquer dispositivo
com recurso GPS poderá informar onde as coisas estão ou estiveram 9.
Como varejista, chegará uma época (talvez não muito distante) em que, ou você
etiqueta seus produtos ou estará fora do jogo. Se você fabrica tênis de corrida,
descobrirá que seu concorrente acabou de começar a colocar etiquetas RFIDs e
seus calçados não param nas prateleiras porque os corredores querem inscrever-se
nas corridas utilizando o número exclusivo associado a seu tênis e monitorar todos
os resultados em um único local. Se vende vinho, seus clientes vão exigi-las para
poder monitorar seus estoques em suas adegas.
Quando tudo estiver devidamente estruturado, os clientes puxarão os produtos
através da cadeia de suprimentos, em vez do contrário. Trata-se, não apenas da
tecnologia, mas de mudar a forma como encaramos nossos clientes e seus papéis
dentro de nossas empresas.


3.2. Os dados vinculados e o “comércio passivo”


Atualmente, gastamos tempo demais procurando informações em locais muito
amplos e é praticamente impossível manter-se atualizado sobre o que acontece em
virtude do constante tráfego de dados. Na web semântica, os dados não se movem
– eles permaneceram em um lugar onde sempre poderemos pegá-los, usá-los ou
combiná-los com outras informações. A essência da web semântica é oferecer
metadados disponíveis e atualizados que sempre podem ser encontrados.
Um bom exemplo desta migração (ou unificação, ou padronização) de dados é o
Good Relations10. O Good Relations descreve mais de um milhão de produtos, de
várias fontes, incluindo preços. Pode conter um volume fenomenal de informações,
bem como estabelecer conexões lógicas e conclusões, encontrar compatibilidades
ou conflitos e incluir outras ontologias que surgirem. O objetivo é ter informações
profundas sobre milhões de produtos, sendo recurso a ser conectado a qualquer
sistema de comércio eletrônico sem limitações. O Good Relations é um projeto



9
  Costuma perder seus óculos? Acesse http://www.eyeglassrescue.com/ e encomende um que informa as pessoas
como devolvê-los.
10
   http://www.heppnetz.de/projects/goodrelations/
                                                                                                       31
acadêmico que está começando agora e pretende avançar em vários sistemas de e-
commerce.
Já é possível usar toda a web como um recurso, um depósito de dados estruturados,
como s fosse um grande banco de dados. Chamamos isso de “dados
vinculados” 11. Na “web aberta”, todas as informações que entram on-line em
formato semânticos para que todos os usuários possam compartilhá-las e utilizá-las
de várias maneiras. Os dados permanecem on-line, disponíveis a qualquer pessoa
que tenha permissão de acesso. Chamamos isso de cloud computing. O que torna
a cloud computing diferente dos datas centers tradicionais é que uma vez on-line,
dados e programas de diferentes origens podem ser combinados e reunidos,
conforme necessários, e devolvidos a nuvem (cloud) quando o trabalho estiver
concluído. A computação é realizada pelos aplicativos on-line, não por um
dispositivo móvel ou computador 12.
Em cloud computing, como existe um nome exclusivo para algumas coisas, ele
aponta para o respectivo local atual. Você pode transferir seus dados para qualquer
lugar e apenas atualizar o endereço associado ao nome. Não importa onde estão
armazenados os dados, ou se foram transferidos de lugar, desde que tenham um
nome exclusivo que nunca mude. Desta forma, dados estruturados saem da web
nos padrões atuais para web aberta, formando a base para web semântica.
Agora vamos supor que todas as descrições genéricas de um produto estejam na
web aberta. Para descrever um produto específico, como um carro, você abriria a
descrição genérica e acrescentaria informações como cor, número da placa, data de
fabricação, opcionais, quilometragem, condições internas e externas e assim por
diante. Felizmente você não precisará fazer isso, seu carro e tudo que você possui
virão com uma certidão de nascimento digital.
Cada fabricante usará os metadados semânticos para gerenciar toda linha de
produção do início ao fim, essas certidões aparecerão on-line como conseqüência
do lançamento do produto e os dados permanecerão on-line para sempre, como
parte dos dados vinculados do veículo.
Cada certidão de nascimento incluirá informações específicas do veículo (série, cor,
opcionais, etc.) e links para todas as certidões digitais de cada peça fabricada por
um fornecedor externo. Haverá campos para descrição de serviços, quando um

11
     Tim Berners-Lee e parceiros criaram um site que possui coletâneas de dados vinculados: http://linkeddata.org/
12
     Veja um bom exemplo de cloud computing em http://www.salesforce.com/br/
                                                                                                                32
serviço é executado, a oficina atualiza a certidão automaticamente que irá refletir as
condições reais do veículo, incluindo cada abastecimento e quilômetro rodado.
A certidão de nascimento permanecerá atualizada por toda a vida do produto. A
certidão de uma câmera dirá quantas fotos foram tiradas. Se você acabou de tomar
uma garrafa de vinho, pode inserir todas as informações sobre sabor, com quem
degustou a bebida, aonde, etc. depois os metadados irão para o cemitério de
garrafas em sua adega on-line para que haja um histórico completo da cada garrafa
consumida.
Se estiver em seu escritório, poderá estar cercado de paredes nas quais são
projetadas cenas do pôr do sol, uma praia agradável, ou um feed de um jogo ao vivo
de seu time favorito em uma parede e sua rua favorita de Paris na outra. Seu
escritório será um ambiente repleto de feeds de dados ao vivo, mapas, gráficos,
informações estratégicas, atualizações táticas, ambientes de trabalho colaborativos,
materiais de referência e qualquer outra coisa disponível em seu armário de dados
on-line.
No futuro semântico, a informação viverá on-line a espera de ser acessada por sua
teia de dispositivos. Sua música ou canal de notícias preferido entrará no ar assim
que você entrar no carro que acabou de alugar, pois, ao abrir a porta do veículo,
você acessou seu armário de dados pessoais, e esse automóvel (incluindo os
ajustes de assento e espelho) estará ligado a sua ontologia pessoal.
Em vez de ter informações em arquivos eletrônicos ou computadores desktops, você
terá tudo on-line em seu armário de dados pessoais. Quando você acessa um dos
serviços do Google, Yahoo ou Wordpress desde que você continue utilizando o
mesmo browser estará, automaticamente, conectado aos demais serviços que eles
oferecem. Essa é a idéia por trás do OpenID13. O OpenID resolve o problema de
muitos logins e senhas, possibilitando manter uma senha para abrir todos os silos na
web. Seu armário de dados pessoais provavelmente será a base principal de seu
OpenID. É só acessar que estará conectado em qualquer lugar, desta forma você
não precisará mais preencher inúmeros formulários cada vez que entrar em um site,
os sites receberão suas credenciais de identificação mediante sua permissão e
autenticação. Dessa forma, você armazenará suas informações particulares de



13
     Mais de 50 mil sites já concordaram em oferecer o serviço de OpenID, veja mais em http://openid.net/
                                                                                                            33
forma segura e poderá fornecer apenas as informações necessárias caso queira
realizar transações.
Seu armário de dados pessoais incluirá uma seção sobre seu inventário pessoal.
Tudo de valor que você possui terá um link de prioridade que levará a respectiva
certidão de nascimento em algum lugar da web semântica. Se algum de seus bens
pessoais não possuir certidão de nascimento digital on-line, você terá que criá-la
partindo da descrição genérica encontrada no site da empresa e acrescentando
detalhes específicos do produto, como: data e hora da compra, comprado de quem,
condições quando comprado, histórico das condições (troca de pulseira, fecho,
consertos, etc.), características especiais, fotos, etc. Se algum dia você vender esse
bem, os metadados serão transferidos ao novo proprietário que não precisará se
preocupar mais em alimentar essa descrição.
Isso se aplicará a tudo que possui. Qualquer coisa de valor vai para a seção “bens”
do seu armário de dados pessoais on-line. O valor atual de todos seus bens é
incluído em seu balanço pessoal e atualizado constantemente. Se sua casa for
destruída por um incêndio, todos seus documentos originais, fotos, contratos,
registros e uma lista de todos seus bens continuarão intactos on-line, seu valor de
reposição é calculado automaticamente para entrar com um processo de
indenização de seguro.
Agora, imagine que seu um armário de dados já possui a descrição padrão de todos
seus bens, de forma que os mecanismos de busca poderão ver e entender.
Suponha que um de seus bens seja um carro antigo, que você reformou e equipou
de acordo com suas preferências pessoais. Uma ferramenta de preços pesquisa as
vendas recentes e diz que o valor de mercado de seu carro é de, digamos, $50 mil.
Contudo, você não deseja vendê-lo, então preenche o campo “valor de venda” na
certidão de nascimento digital do veículo com o valor de $200 ou $500 mil, pois, se
alguém estiver disposto a pagar esse valor você fechará negócio. A esse valor,
provavelmente você não receberá nenhuma proposta, porém colecionadores
poderão acrescentar o veículo em suas listas de desejos se quiserem. Você também
poderá incluir um “valor de aluguel” se tiver essa intenção.
Um dia, por algum motivo, você decide vender esse veículo, então você baixa o
“preço de venda” para $100 mil. Seu carro começará a aparecer no radar de outros
colecionadores e você passará a receber algumas perguntas em sua caixa de
entrada. Baixe ainda mais o preço e passe a receber propostas mais rapidamente.
                                                                                    34
Quando seu carro for vendido, os metadados irão para o novo proprietário, seu
nome permanecerá no histórico de propriedade e você deixará de receber ofertas
imediatamente.
O armário de dados será seu centro de comandos e controle, de onde você receberá
e oferecerá ofertas do mondo todo em um único “painel de controle”, sem precisar
navegar em site algum. A web aberta será o mercado, os armários de dados
representarão a oferta e a demanda, os mecanismos de busca farão o trabalho e as
listagens serão gratuitas.
Seu armário de dados pessoais guardará sua ontologia pessoal. Ela o ajudará a
encontrar programas e filmes, conhecer vinhos, achar promoções e ofertas, planejar
viagens, eventos, restaurantes, etc. Vincule sua ontologia pessoal às suas
atividades diárias e transformará seu armário de dados em um assistente virtual
“inteligente”, que aprenderá ao longo de seu cotidiano. Pense em todos os rastros
informativos e transacionais semânticos que você deixa para trás a cada dia, sua
ontologia reunirá todos os dados sobre sua vida e aprenderá se adicionar detalhes,
como foi bom o show, ou a comida do restaurante. Conforme você responde e-mails,
exclui spams, vê fotos, adiciona produtos em sua lista de desejos, ouve músicas,
sua ontologia estará sempre atenta, funcionando como seu assistente pessoal
pronta para lhe servir.
Um convite para um jantar poderá indicar seu perfil de saúde, alertando que você é
alérgico a mariscos, e os funcionários saberão onde você está sentado (se você
autorizar). Uma reserva de hotel poderá conter informações como preferências de
temperatura, minibar, mídia, etc.
Seu body scan (escaneamento corporal) também fará parte de seu armário de dados
pessoal, então não haverá mais necessidade de ir a lojas, basta enviar sua ontologia
pessoal para experimentar roupas, criar móveis adaptados a seu peso e altura ou
encomendar um aparelho ortopédico.
Procurando emprego? Quando os currículos estiverem em formato único 14 e os
vocabulários semânticos estiverem em operação, você adicionará seu currículo uma
única vez ao armário de dados on-line. Para procurar emprego, basta indicar que
você está mais interessado em encontrar emprego hoje do que ontem, sua ontologia
pessoal fará a filtragem dos convites para entrevista de acordo com suas

14
   O primeiro currículo universal é o microformato hResume, atualmente adotado pelo LinkedIn, saiba mais em
http://microformats.org/wiki/hresume.
                                                                                                         35
prioridades. Seu currículo será um documento vivo, semântico e será atualizado
automaticamente quando você entrar na faculdade, aceitar um emprego ou como
resultado de suas notas ou desempenho no trabalho.


3.3. A pesquisa e o marketing na Web Semântica


As pessoas gastam muito tempo tentando encontrar a forma correta de expressar o
que estão procurando 15. Estima-se que, em média, um terço das pesquisas não
resulta em um único clique. Se uma pessoa faz três pesquisas, utilizando três
palavras-chaves diferentes até encontrar o que está procurando, é provável que
90% das pesquisas não atinjam o desejo inicial do usuário. Isso é ótimo para os
mecanismos de busca, pois eles não ganham dinheiro quando você não encontra o
que está procurando, mas clica no link logo acima ou ao lado em algo que lhe
interessa.
Os mecanismos de busca baseados em chave de pesquisas podem ter contido as
informações que você busca em determinado momento, ter palavras-chaves
semelhantes, não ter nada de interessante ou ter a resposta exata que estava
buscando. Cabe a você acessar as páginas exibidas e decidir por conta própria.
Algumas pessoas perceberam a necessidade de unidades básicas de informações
simples e reutilizáveis e deram início a um movimento de base para criá-las e
administrá-las, os microformatos 16. Os microformatos forma “projetados para os
seres humanos em primeira instância e para as máquinas em segunda”, o que
significa que eles podem ser gerados e lidos com facilidade como os primeiros sites
da web. Seu objetivo é expandir a web com pacotes leves de dados semânticos à
medida que sua necessidade é percebida.
A grande diferença entre a pesquisa estruturada e a pesquisa semântica é que a
pesquisa semântica funciona com muito mais freqüência. Em lugar da adivinhação
dos mecanismos de busca, as pessoas com as informações colocam-nas em um
formato padrão e as disponibilizam on-line. As linhas aéreas, por exemplo, vão
começar a publicar rotas e horários programados em um formato que todos os
mecanismos de buscas possam entender e, ao mesmo tempo, exibir as informações

15
   Curiosidade: o Google detectou que as pessoas chegam a soletrar “Britney Spears” em mais de 500 formas
diferentes: http://www.google.com/jobs/britney.html.
16
   Saiba mais em http://microformats.org/
                                                                                                            36
legíveis por seres humanos em seus próprios sites. Um restaurante pode publicar
seu menu em seu próprio site em microformato e todos os mecanismos de pedidos
de restaurante virão consultá-lo.
A unidade básica de uma pesquisa semântica é uma consulta – uma pergunta que
um mecanismo de busca pode entender sem ter que adivinhar. Quando nossos
armários de dados fizerem as perguntas por nós e filtrarem as respostas de acordo
com nossas ontologias pessoais, a pesquisa do futuro, na verdade, será
desnecessária.
O marketing no mundo semântico por sua vez, representará definitivamente a
mudança de poder, onde os serviços serão finalmente centrados no cliente e em
suas necessidades, desejos e vontades. Teremos que entender à necessidades dos
clientes em tempo real, em vez de tentar fazê-los engolir os produtos que temos em
mãos.
A propaganda continuará fazendo parte da experiência de busca e influenciando nos
resultados da pesquisa, mas quando se tornarem mais semânticas, as pessoas
começarão a aplicar suas ontologias pessoais às suas pesquisas e os consumidores
passarão a buscar propagandas que considerem úteis, que amplie suas
experiências, dando aos publicitários, em troca, acesso a suas vontades, desejos,
necessidades e experiências. Através do meu armário de dados pessoal poderei
avaliar as propagandas (se eu gostar você ficará sabendo, se não gostar idem). Em
determinado momento, estarei atrás de alguma coisa, a propaganda poderá ajudar-
me a encontrar o que procuro, poderá (se eu autorizar) consultar minha agenda,
conhecer meu passado, minhas experiências, o que tive e o que fiz. Ganhar minha
confiança, fazer a diferença, minha ontologia pode informar o que gosto e como
gosto que seja feito.
Vejamos mais um exemplo: suponha que você esteja trabalhando até tarde com sua
equipe e você interaja com seu armário de dados através de qualquer dispositivo
disponível (celular, fone de ouvido, display...) e digite apenas uma palavra: comida.
Seu armário de dados responderá: jantar para quatro? Ou seja, seu armário de
dados sabe quem está na sala. Ele tem acesso aos armários de dados de seus
colegas de trabalho (lembrando que sempre deverá haver autorizações prévias).
Sabe o tipo de comida que vocês gostam, além de aversões, alergias ou outros
requisitos. Sabe que vocês ainda estão no trabalho, que horas são e que vocês
comeram comida chinesa na noite passada. Ele consegue enxergar todo um mundo
                                                                                   37
de fornecedores locais, com resenhas semânticas e descrições de produtos. Após
30 minutos, três tipos de pizzas diferentes que todos na sala apreciam
(acompanhada de três refrigerantes normais e um diet) serão entregues na porta de
seu trabalho e o entregador já recebeu a gorjeta. Se a pizza agradar, você informa
seu armário de dados que ele fez uma boa escolha. Caso contrário, especifique o
que não gostou que, da próxima vez, ele escolherá melhor.
Onde fica o fornecedor nesse cenário? Onde está a mensagem publicitária? Os
logotipos e slogans? Onde fica a fidelidade a marca? Para ser relevante, você tem
que estar na arena e esta será, cada vez mais, a arena do desempenho.
Em breve todos os dados do consumidor pertencerão ao próprio consumidor. Seja
uma ontologia pessoal de gostos e preferências, um body scan, um prontuário
médico, um registro de compra e venda de ações, um histórico de compras, os
clientes irão coletar suas próprias informações e virar a mesa junto com os
comerciantes. A mudança de poder decorrente da web semântica colocará os
clientes no comando. Permanecer relevante será uma enorme prioridade para os
comerciantes rumo à economia do desempenho. Para ser encontrável, ou somente
se manter no jogo, será necessário tornar semântica todas suas descrições. Mas
para ser relevante, você terá que fazer uma grande diferença na vida das pessoas.




                                                                                    38
CONSIDERAÇÕES FINAIS

                                          “Faça o que eu digo. Encontre o que eu preciso. Saiba o que eu sei”.
                                                                                                   Mills Davis



Desde maio de 2009, a cidade de Vancouver no Canadá aprovou uma moção que
lhe proporcionou a agenda de dados públicos mais aberta e progressiva do que
qualquer outra cidade do mundo 17. Dentre as sanções destacam-se os princípios:
     • Dados abertos e acessíveis. A cidade de Vancouver compartilhará
        livremente com os cidadãos, empresas e outras jurisdições o maior volume de
        dados possível, respeitando a privacidade e a segurança.
     • Padrões abertos. A cidade de Vancouver avançará o mais rapidamente
        possível na adoção dos principais padrões abertos em vigor para dados,
        documentos, mapas e outros formatos de mídia.
     • Softwares de código aberto. Quando substituir um software ou analisar
        novos aplicativos, a cidade de Vancouver colocará os softwares de código
        aberto em condições de igualdade com os sistemas comerciais durante os
        ciclos de aquisições.

Vancouver passou a contar com um plano estratégico para melhor integração de
dados e para web semântica. A cidade pode não ter usado as palavras “web
semântica”, mas está no caminho para economia de desempenho.
Dentre as informações levantadas nesse estudo, um princípio básico surge das
tendências apresentadas: um movimento de estruturas hierárquicas ou de controle
central para autonomia maior. Seja através de uma ontologia pessoal ou por equipes
corporativas dedicadas a alcançar um objetivo em comum, o fato é que um número
cada vez maior de indivíduos ganhará mais autonomia. E isso ocorrerá graças aos
nossos dispositivos e armários de dados, que terão as informações disponíveis e
poderão interpretá-las graças à web semântica.
Veremos o florescimento das redes mesh 18 e dos mapas de dados para atender às
novas demandas. Cada empresa, das grandes corporações às empresas individuais,
utilizará o mesmo software, com os dados baseados na nuvem (cloud).

17
  No mês de maio deste ano (2011) aconteceu em Brasília (DF) o IV Congresso Internacional Software Livre e
Governo Eletrônico (Consegi) que contou com a presença de David Eaves, conselheiro da prefeitura de
Vancouver e ativista da política de Dados Abertos. Saiba mais em http://blog.consegi.gov.br/. Ou veja o
documento direto na fonte: http://vancouver.ca/ctyclerk/cclerk/20090519/documents/motionb2.pdf
                                                                                                           39
O próximo passo provavelmente não será uma pequena evolução, nem tampouco
uma explosão de atividades semânticas. Vários varejistas já exigem etiquetas RFID
no nível de paletes. O comércio passivo e a personalização em massa ainda devem
demorar alguns anos. Os microformatos já são populares para currículos e há
centenas de milhões de OpenID em uso. Repositórios centrais e dados vinculados já
oferecem suporte a vários setores. Estamos começando a conversar sobre
desempenho, resultados e sobre a agilidade em uma nova escala.
Em nossas vidas e no mundo tudo está ligado a tudo. Em nossos dados e no mundo
on-line estamos prestes a alcançar essa realidade. Usando informações de forma
inteligente, temos uma chance de usar os recursos de modo mais eficiente e de
sermos mais generosos com o planeta.


“A capacidade de uma organização aprender a traduzir rapidamente esse
aprendizado em ação é a vantagem competitiva definitiva.”
                                                                                 Jack Welch




18
     Veja um exemplo atual de utilização de rede mesh em http://bit.ly/jK7nYc.
                                                                                         40
REFERÊNCIAS


ALVES, A. EAD: planejar de olho no sujeito social, 2008. Disponível em:
http://bit.ly/iFI0G5. Acesso em: 5 maio 2009.
BAX, Marcello. Metadados e Ontologias: Evolução da Web Impactos sobre a
gestão do conhecimento e o comércio eletrônico. Acessado em 10/03/2001.
Disponível em http://bit.ly/jR7KKV.
BERNERS-LEE, Tim J. Hendler, O. Lassila. The Semantic Web. Scientific
American. http://bit.ly/lH6idt.
BRÄSCHER, Marisa. Web Semântica. Acessado em 10/03/2011. Disponível em
http://bit.ly/mhVVxf.
CARVALHO, Marcio Lotufo Brant de. Web Semântica e Semiótica: Ontologias e
Aplicação a Permacultura. Marília, 2005.
CANTELE, Regina Claudia. Construindo Ontologias a partir de recursos
existentes: Uma prova de conceito no domínio da educação. Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo, 2009.
CLARK, D. 1999. Mad cows, metathesauri, and meaning. IEEE Intelligent
Systems. Jan/Fev 99, USA.
DZIEKANIAK, Gisele Vasconcelos e Kirinus, Josiane Boeira. Web Semântica. Enc.
Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf., Florianópolis, n.18, 2º sem. 2004.
FENSEL, D., Harmelen, F., Horrocks, I., McGuinness, D., Patel-Schneider, P. 2001.
OIL: an ontology infrastructure for the semantic Web. IEEE Intelligent Systems,
Mar/Apr, pp. 38-45. EUA.
FERRACIOLI, Fabrício. Web Semântica no Domínio de Informática Aplicada à
Saúde. Universidade Estadual de Londrina. Londrina, 2008.
FILHO, Fernando Wagner. Lóscio, Bernadette Farias. Web Semântica –
Tecnologias      e      Conceitos.    Acessado     em     10/03/2011.        Disponível   em
http://bit.ly/koXFe2.
FREITAS, Frederico Luiz Gonçalves. Ontologias e a Web Semântica. Acessado
em 10/03/2011. Disponível em http://bit.ly/l1J28W .
FURTADO, Miguel Benedito Jr. XML - Extensible Markup Language. Acessado em
20 de março de 2011. Disponível em http://bit.ly/atUyl3 .



                                                                                          41
GONÇALVES, V. M. B. A web semântica no contexto educativo. Tese
(Doutorado). Universidade do Porto, 2007. Disponível em: http://bit.ly/mJtFno.
Acesso em: 23 out. 2009.
GRUBER, Thomas R.; 1995. Towards Principles for the Design of Ontologies
Used for Knowledge Sharing. International Journal of Human and Computer
Studies, 43(5/6): 907-928.
HEWITT, C.; Viewing Control Structures as Patterns of Passing Messages; MIT;
dezembro de 1976; Disponível em http://bit.ly/mScD5i; Acesso em: maio de 2007.
IANELLA, R., Waugh, A. Metadata: Enabling the internet. http://bit.ly/iooppJ
ILARI, Rodolfo e Geraldi, João Wanderley. Semântica. 11ª Ed. Ática, 2006
(Princípios; 8).
KARP, P., Chaudri, V., Thomere, J. 1999. XOL: an XML-based ontology exchange
language. Version 0.4. www.ai.sri.com/~pkarp/xol
KLEIN, M. 2001. XML, RDF and relatives. IEEE Intelligent Systems Mar/Apr, pp
26-28. EUA.
KOIVUNEN, M.R.; MILLER, E.; W3C Semantic Web Activity; 2001; Disponível em
http://bit.ly/8GI6KU ; Acesso em: maio de 2007;
LAGO, B.; CACHEIRO, M. L. La web semántica en educación, s/d Disponível em:
http://bit.ly/l94BzM . Acesso em: 7 ago. 2009.
LÓSCIO, B. F. Web semântica. Disponível em: http://slidesha.re/jpVPZm. Acesso
em: 23 out. 2009.
LUKE, Sean; Spector, Lee; Rager, David. 1996. Ontology-Based Knowledge
Discovery on the World-Wide Web. Proceedings of the Workshop on Internet-
based Information Systems, AAAI-96 (Portland, Oregon). USA.
MOURA, Ana Maria de C. Introdução à Web Semântica. PRODERJ - RJ, 2004.
TODESCO, José L. Gauthier, Fernando A. O. Rautenberg, Sadro. Maffioletti,
Fernanda. Laboratório de Engenharia do Conhecimento: desenvolvendo
ontologias para a Gestão do Conhecimento. Acessado em 10/03/2011. Disponível
em http://bit.ly/kBcj2o.
NAKAMURA,          E.   T.; Geus,   P.   L.   Segurança de Redesbem ambientes
corporativos. São Paulo: Futura, 2003.
NWANA, H.; Software Agents: Na Overview; U.K.; 1996; Disponível em:
http://bit.ly/5hfasY; Acesso em: maio de 2007;

                                                                                 42
OLIVEIRA, Adicinéia Aparecida de. Integração Corporativa O Alicerce para a
Competitividade na Web Semântica. Acessado em 10/03/2011. Disponível em
http://bit.ly/k0HlDV.
OLIVEIRA, Rosa Maria Vivona Bertolini. Web Semântica: Novo desafio para os
profissionais da informação. Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Campinas, 2002.
PFÜTZENREUTER, E.            Aplicabilidade e desempenho do protocolo de
transporte SCTP. 2004. 119 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação) -
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
PICKLER, Maria Elisa Valentim. Web Semântica: ontologias como ferramentas
de representação do conhecimento. Universidade Estadual de Londrina, 2007.
POLLOCK, Jeffrey T. Web Semântica para Leigos. Alta Books, 2010
PRIMO, A.; Smaniotto, A. Comunidades de blogs e espaços conversacionais. In:
Revista de Ciências da Informação e da Comunicação do CETAC, n. 3, out., 2006.
Sinergia, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 129-135, jul./dez. 2010 135. Disponível em:
http://bit.ly/lozWON. Acesso em: 5 maio 2009.
RAMALHO, Rogério Aparecido Sá. Web Semântica: aspectos interdisciplinares
da gestão de recursos informacionais no âmbito da Ciência da Informação.
UNESP, Campus de Marília, 2006.
REIG, D. Entrevista web semántica – 3.0 para la revista Computing, 2009.
Disponível em: http://bit.ly/l2vp7M. Acesso em: 1º out. 2009.
ROCHA, Rafael Port da. Metadados, Web Semântica, Categorização Automática:
combinando esforços humanos e computacionais para a descoberta e uso dos
recursos da web. Em Questão, Porto Alegre, v. 10, n. 1, p. 109-121, jan./jun. 2004.
SCHNEIDER, Leonardo Luiz Sarmento e Silva, Luiz Fernando Gomes da. Um
Ambiente para Geração Automática de Aplicações Web. Centro Universitário da
Cidade do Rio de Janeiro, Dezembro de 2007.
SIEGEL, David. Pull: A Força da Web Semântica: O Futuro da Internet e o
Impacto em seus Negócios. Elsevier, 2010
SILVA, A.; DELGADO, J; Agentes de Software: Conceitos e Tecnologias; Lisboa;
dezembro de 1999; Disponível em: http://bit.ly/mI4Akb. Acesso em: maio de 2007.
SILVA, José Mauro da. Web Semântica: Fundamentos, Tecnologias e
Aplicações. Acessado em 10/03/2011. Disponível em http://bit.ly/m83JhI.

                                                                                  43
SILVA, Siony da. Reflexões sobre web 1.0, web 2.0 e web semântica. Sinergia,
São Paulo, v. 11, n. 2, p. 129-135, jul./dez. 2010.
STUDER, R., Benjamins, R., Fensel, D. 1998. Knowledge Engineering: Principles
and Methods. Data and Knowledge Engineering. 25(1998):161-197.
The Unicode Standard: A Technical Introduction (em inglês). Página oficial do
Unicode: http://bit.ly/jqLolE (18 de julho de 2007). Página visitada em 20 de março
de 2011.
URIs, URLs e URNs: Explicações e Recomendações, W3C Nota 21 de setembro
de 2001, disponível em http://www.w3.org/TR/uri-clarification/. Acessado em 20 de
março de 2011.
VAN der Vilt, E. 2000. XML Linking Technologies. http://oreil.ly/m2ktf5 .
W3C Note; DAML+OIL (March 2001) Reference Description; dezembro de 2001;
Disponível em http://www.w3.org/TR/daml+oil-reference; Acesso em: agosto de
2007;
W3C Note; A Model-Theoric Semantics for DAML+OIL (March 2001); dezembro
de 2001; Disponível em: http://www.w3.org/TR/daml+oil-model; Acesso em: agosto
de 2007;
W3C Note; Annotated DAML+OIL Ontology Markup; dezembro de 2001;
Disponível em: http://www.w3.org/TR/daml+oil-walkthru/ ; Acesso em: agosto de
2007;
W3C Recomendation; OWL Web Ontology Language Semantics and Abstract
Syntax; fevereiro de 2004; Disponível em http://www.w3.org/TR/owl-absyn/ ; Acesso
em: maio de 2007;
W3C World Wide Web. Acessado em 10/03/2011. Postal disponível em
www.w3c.org.
WPRKSHOP Rede IP do Futuro. O W3C e Web Semântica. CPqD, abril 2009.
Dias, Tatiane D,. Web Semântica: Fundamentos e Tecnologias. Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, 2001.




                                                                                 44

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Monografia Completa - Graduação em Sistemas de Informação
Monografia Completa - Graduação em Sistemas de InformaçãoMonografia Completa - Graduação em Sistemas de Informação
Monografia Completa - Graduação em Sistemas de InformaçãoThiago Ghizzo de Campos
 
Trabalho de Sistemas Distribuídos
Trabalho de Sistemas DistribuídosTrabalho de Sistemas Distribuídos
Trabalho de Sistemas DistribuídosJuliana Cindra
 
Cartilha de Redação para a Internet
Cartilha de Redação para a InternetCartilha de Redação para a Internet
Cartilha de Redação para a InternetColaborativismo
 
ESTUDO PARA FUTURA IMPLANTAÇÃO DO PACOTE DE APLICATIVOS BROFFICE.ORG NO TRE-SC.
ESTUDO PARA FUTURA IMPLANTAÇÃO DO PACOTE DE APLICATIVOS BROFFICE.ORG NO TRE-SC. ESTUDO PARA FUTURA IMPLANTAÇÃO DO PACOTE DE APLICATIVOS BROFFICE.ORG NO TRE-SC.
ESTUDO PARA FUTURA IMPLANTAÇÃO DO PACOTE DE APLICATIVOS BROFFICE.ORG NO TRE-SC. Maurício Mau
 
Trabalho conclusão Final - curso sistemas de informação
Trabalho conclusão Final - curso sistemas de informaçãoTrabalho conclusão Final - curso sistemas de informação
Trabalho conclusão Final - curso sistemas de informaçãoTiago de Paula
 
TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em S...
TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em S...TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em S...
TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em S...Ricardo Sousa
 
Sistema Gerenciador Para um Salão de Beleza
Sistema Gerenciador Para um Salão de BelezaSistema Gerenciador Para um Salão de Beleza
Sistema Gerenciador Para um Salão de BelezaDaiana de Ávila
 
Comparativo de usabilidade nos websites do sistema ACAFE do oeste de Santa Ca...
Comparativo de usabilidade nos websites do sistema ACAFE do oeste de Santa Ca...Comparativo de usabilidade nos websites do sistema ACAFE do oeste de Santa Ca...
Comparativo de usabilidade nos websites do sistema ACAFE do oeste de Santa Ca...Paula Ramos
 
Reestruturação da arquitetura de informação e a otimização do conteúdo para o...
Reestruturação da arquitetura de informação e a otimização do conteúdo para o...Reestruturação da arquitetura de informação e a otimização do conteúdo para o...
Reestruturação da arquitetura de informação e a otimização do conteúdo para o...Paula Ramos
 
Monografia - Titao Yamamoto
Monografia - Titao YamamotoMonografia - Titao Yamamoto
Monografia - Titao YamamotoTitao Yamamoto
 
PROPOSTA DE UM SISTEMA PARA AUTOMATIZAR ROTINAS ADMINISTRATIVAS ESCOLARES
PROPOSTA DE UM SISTEMA PARA AUTOMATIZAR ROTINAS ADMINISTRATIVAS ESCOLARESPROPOSTA DE UM SISTEMA PARA AUTOMATIZAR ROTINAS ADMINISTRATIVAS ESCOLARES
PROPOSTA DE UM SISTEMA PARA AUTOMATIZAR ROTINAS ADMINISTRATIVAS ESCOLARESTancredo Almeida
 
Dois hiperespaços de aprendizagem
Dois hiperespaços de aprendizagemDois hiperespaços de aprendizagem
Dois hiperespaços de aprendizagemLurdesViana
 
Jesus, Deise Lourenco De. Monografia
Jesus, Deise Lourenco De. MonografiaJesus, Deise Lourenco De. Monografia
Jesus, Deise Lourenco De. MonografiaDeise Lourenco
 
TCC - CURSO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO
TCC - CURSO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃOTCC - CURSO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO
TCC - CURSO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃOJeorge Sávio
 
Fundamentos da Andragogia Aplicados Educacao a Distancia
Fundamentos da Andragogia Aplicados Educacao a DistanciaFundamentos da Andragogia Aplicados Educacao a Distancia
Fundamentos da Andragogia Aplicados Educacao a DistanciaLuciano Sathler
 
TCC Tecnologia em Sistemas para Internet
TCC Tecnologia em Sistemas para InternetTCC Tecnologia em Sistemas para Internet
TCC Tecnologia em Sistemas para InternetClaudeir Novais
 

Mais procurados (19)

Progeto pim ii
Progeto pim iiProgeto pim ii
Progeto pim ii
 
Monografia Completa - Graduação em Sistemas de Informação
Monografia Completa - Graduação em Sistemas de InformaçãoMonografia Completa - Graduação em Sistemas de Informação
Monografia Completa - Graduação em Sistemas de Informação
 
Trabalho de Sistemas Distribuídos
Trabalho de Sistemas DistribuídosTrabalho de Sistemas Distribuídos
Trabalho de Sistemas Distribuídos
 
Cartilha de Redação para a Internet
Cartilha de Redação para a InternetCartilha de Redação para a Internet
Cartilha de Redação para a Internet
 
ESTUDO PARA FUTURA IMPLANTAÇÃO DO PACOTE DE APLICATIVOS BROFFICE.ORG NO TRE-SC.
ESTUDO PARA FUTURA IMPLANTAÇÃO DO PACOTE DE APLICATIVOS BROFFICE.ORG NO TRE-SC. ESTUDO PARA FUTURA IMPLANTAÇÃO DO PACOTE DE APLICATIVOS BROFFICE.ORG NO TRE-SC.
ESTUDO PARA FUTURA IMPLANTAÇÃO DO PACOTE DE APLICATIVOS BROFFICE.ORG NO TRE-SC.
 
Trabalho conclusão Final - curso sistemas de informação
Trabalho conclusão Final - curso sistemas de informaçãoTrabalho conclusão Final - curso sistemas de informação
Trabalho conclusão Final - curso sistemas de informação
 
TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em S...
TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em S...TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em S...
TCC - Avaliação de Usabilidade e Acessibilidade para Deficientes Visuais em S...
 
Sistema Gerenciador Para um Salão de Beleza
Sistema Gerenciador Para um Salão de BelezaSistema Gerenciador Para um Salão de Beleza
Sistema Gerenciador Para um Salão de Beleza
 
Comparativo de usabilidade nos websites do sistema ACAFE do oeste de Santa Ca...
Comparativo de usabilidade nos websites do sistema ACAFE do oeste de Santa Ca...Comparativo de usabilidade nos websites do sistema ACAFE do oeste de Santa Ca...
Comparativo de usabilidade nos websites do sistema ACAFE do oeste de Santa Ca...
 
Reestruturação da arquitetura de informação e a otimização do conteúdo para o...
Reestruturação da arquitetura de informação e a otimização do conteúdo para o...Reestruturação da arquitetura de informação e a otimização do conteúdo para o...
Reestruturação da arquitetura de informação e a otimização do conteúdo para o...
 
Monografia - Titao Yamamoto
Monografia - Titao YamamotoMonografia - Titao Yamamoto
Monografia - Titao Yamamoto
 
TCEd_2012_2013_P1
TCEd_2012_2013_P1TCEd_2012_2013_P1
TCEd_2012_2013_P1
 
Web semântica
Web semânticaWeb semântica
Web semântica
 
PROPOSTA DE UM SISTEMA PARA AUTOMATIZAR ROTINAS ADMINISTRATIVAS ESCOLARES
PROPOSTA DE UM SISTEMA PARA AUTOMATIZAR ROTINAS ADMINISTRATIVAS ESCOLARESPROPOSTA DE UM SISTEMA PARA AUTOMATIZAR ROTINAS ADMINISTRATIVAS ESCOLARES
PROPOSTA DE UM SISTEMA PARA AUTOMATIZAR ROTINAS ADMINISTRATIVAS ESCOLARES
 
Dois hiperespaços de aprendizagem
Dois hiperespaços de aprendizagemDois hiperespaços de aprendizagem
Dois hiperespaços de aprendizagem
 
Jesus, Deise Lourenco De. Monografia
Jesus, Deise Lourenco De. MonografiaJesus, Deise Lourenco De. Monografia
Jesus, Deise Lourenco De. Monografia
 
TCC - CURSO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO
TCC - CURSO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃOTCC - CURSO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO
TCC - CURSO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO
 
Fundamentos da Andragogia Aplicados Educacao a Distancia
Fundamentos da Andragogia Aplicados Educacao a DistanciaFundamentos da Andragogia Aplicados Educacao a Distancia
Fundamentos da Andragogia Aplicados Educacao a Distancia
 
TCC Tecnologia em Sistemas para Internet
TCC Tecnologia em Sistemas para InternetTCC Tecnologia em Sistemas para Internet
TCC Tecnologia em Sistemas para Internet
 

Destaque

Senior BI - Business Intelligence
Senior BI - Business IntelligenceSenior BI - Business Intelligence
Senior BI - Business IntelligenceSenior Sistemas
 
Business Reporting with SharePoint And Self-service BI with PowerPivot
Business Reporting with SharePoint And Self-service BI with PowerPivotBusiness Reporting with SharePoint And Self-service BI with PowerPivot
Business Reporting with SharePoint And Self-service BI with PowerPivotPerficient, Inc.
 
Inbound Marketing - Pacotes de serviços - Marketeria - Marketing Digital de ...
Inbound Marketing - Pacotes de serviços - Marketeria - Marketing Digital de ...Inbound Marketing - Pacotes de serviços - Marketeria - Marketing Digital de ...
Inbound Marketing - Pacotes de serviços - Marketeria - Marketing Digital de ...Marketeria
 
Web Semântica: utilizando dados estruturados na prática
Web Semântica: utilizando dados estruturados na práticaWeb Semântica: utilizando dados estruturados na prática
Web Semântica: utilizando dados estruturados na práticaNewton Calegari
 
Introdução a web semântica, ontologia e máquinas de busca
Introdução a web semântica, ontologia e máquinas de buscaIntrodução a web semântica, ontologia e máquinas de busca
Introdução a web semântica, ontologia e máquinas de buscaAlexandre Grolla
 
Curso Padrões da Web Semântica e Dados Ligados - parte 2
Curso Padrões da Web Semântica e Dados Ligados - parte 2Curso Padrões da Web Semântica e Dados Ligados - parte 2
Curso Padrões da Web Semântica e Dados Ligados - parte 2Augusto Herrmann Batista
 
Mapa conceitual - Pré-socráticos
Mapa conceitual  - Pré-socráticosMapa conceitual  - Pré-socráticos
Mapa conceitual - Pré-socráticosGilberto Cotrim
 
Entrevista exclusiva tim berners lee
Entrevista exclusiva tim berners leeEntrevista exclusiva tim berners lee
Entrevista exclusiva tim berners leeAlexandre Grolla
 
Plano de Marketing para Pequenas e Médias Empresas
Plano de Marketing para Pequenas e Médias EmpresasPlano de Marketing para Pequenas e Médias Empresas
Plano de Marketing para Pequenas e Médias EmpresasAlexandre Grolla
 
Representação da Informação
Representação da InformaçãoRepresentação da Informação
Representação da InformaçãoHercules Santos
 
Introduction to the Semantic Web
Introduction to the Semantic WebIntroduction to the Semantic Web
Introduction to the Semantic WebNuxeo
 
Introdução ao Comércio Eletrônico - E-Commerce
Introdução ao Comércio Eletrônico - E-CommerceIntrodução ao Comércio Eletrônico - E-Commerce
Introdução ao Comércio Eletrônico - E-CommerceAdriano Maranhão
 
Aula metadados 2012
Aula metadados 2012Aula metadados 2012
Aula metadados 2012rachelvesu
 

Destaque (20)

Metadados
MetadadosMetadados
Metadados
 
Perfil ideal para um bom gestor
Perfil ideal para um bom gestorPerfil ideal para um bom gestor
Perfil ideal para um bom gestor
 
Metodologia Trabalho Cientifico
Metodologia Trabalho CientificoMetodologia Trabalho Cientifico
Metodologia Trabalho Cientifico
 
Senior BI - Business Intelligence
Senior BI - Business IntelligenceSenior BI - Business Intelligence
Senior BI - Business Intelligence
 
Business Reporting with SharePoint And Self-service BI with PowerPivot
Business Reporting with SharePoint And Self-service BI with PowerPivotBusiness Reporting with SharePoint And Self-service BI with PowerPivot
Business Reporting with SharePoint And Self-service BI with PowerPivot
 
Inbound Marketing - Pacotes de serviços - Marketeria - Marketing Digital de ...
Inbound Marketing - Pacotes de serviços - Marketeria - Marketing Digital de ...Inbound Marketing - Pacotes de serviços - Marketeria - Marketing Digital de ...
Inbound Marketing - Pacotes de serviços - Marketeria - Marketing Digital de ...
 
Livro ecommerce
Livro ecommerceLivro ecommerce
Livro ecommerce
 
Web Semântica: utilizando dados estruturados na prática
Web Semântica: utilizando dados estruturados na práticaWeb Semântica: utilizando dados estruturados na prática
Web Semântica: utilizando dados estruturados na prática
 
Introdução a web semântica, ontologia e máquinas de busca
Introdução a web semântica, ontologia e máquinas de buscaIntrodução a web semântica, ontologia e máquinas de busca
Introdução a web semântica, ontologia e máquinas de busca
 
Curso Padrões da Web Semântica e Dados Ligados - parte 2
Curso Padrões da Web Semântica e Dados Ligados - parte 2Curso Padrões da Web Semântica e Dados Ligados - parte 2
Curso Padrões da Web Semântica e Dados Ligados - parte 2
 
A short introduction to Semantic Web - 2012
A short introduction to Semantic Web - 2012A short introduction to Semantic Web - 2012
A short introduction to Semantic Web - 2012
 
Mapa conceitual - Pré-socráticos
Mapa conceitual  - Pré-socráticosMapa conceitual  - Pré-socráticos
Mapa conceitual - Pré-socráticos
 
Entrevista exclusiva tim berners lee
Entrevista exclusiva tim berners leeEntrevista exclusiva tim berners lee
Entrevista exclusiva tim berners lee
 
Plano de Marketing para Pequenas e Médias Empresas
Plano de Marketing para Pequenas e Médias EmpresasPlano de Marketing para Pequenas e Médias Empresas
Plano de Marketing para Pequenas e Médias Empresas
 
Representação da Informação
Representação da InformaçãoRepresentação da Informação
Representação da Informação
 
Introduction to the Semantic Web
Introduction to the Semantic WebIntroduction to the Semantic Web
Introduction to the Semantic Web
 
Metadados
MetadadosMetadados
Metadados
 
Horario2ºb
Horario2ºbHorario2ºb
Horario2ºb
 
Introdução ao Comércio Eletrônico - E-Commerce
Introdução ao Comércio Eletrônico - E-CommerceIntrodução ao Comércio Eletrônico - E-Commerce
Introdução ao Comércio Eletrônico - E-Commerce
 
Aula metadados 2012
Aula metadados 2012Aula metadados 2012
Aula metadados 2012
 

Semelhante a Projeto de pesquisa sobre web semântica - a web que aprende

PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR IV - PIM IV
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR IV - PIM IVPROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR IV - PIM IV
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR IV - PIM IVHenry Jackman
 
Relatorio de estagio tecnico em informatica
Relatorio de estagio tecnico em informaticaRelatorio de estagio tecnico em informatica
Relatorio de estagio tecnico em informaticaLucianaFerreira163
 
Futurecom 2010 - Web Semântica - Pessoas e máquinas pensando juntas!
Futurecom 2010 - Web Semântica - Pessoas e máquinas pensando juntas!Futurecom 2010 - Web Semântica - Pessoas e máquinas pensando juntas!
Futurecom 2010 - Web Semântica - Pessoas e máquinas pensando juntas!Renato Bongiorno Bonfanti
 
Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciber
Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciberCibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciber
Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciberSautlink
 
Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciber.
Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciber.Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciber.
Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciber.Karen Reis
 
PI III - IMPLEMENTACAO DE PROJETOS DE TI
PI III - IMPLEMENTACAO DE PROJETOS DE TIPI III - IMPLEMENTACAO DE PROJETOS DE TI
PI III - IMPLEMENTACAO DE PROJETOS DE TINilo Basílio
 
Fabio virtualizacao (1)
Fabio   virtualizacao (1)Fabio   virtualizacao (1)
Fabio virtualizacao (1)gsabatke
 
Soa - Arquitetura orientada a serviços
Soa - Arquitetura orientada a serviçosSoa - Arquitetura orientada a serviços
Soa - Arquitetura orientada a serviçosFernando Palma
 
Do Gopher, Web Crawler, Google, pagerank, sitemaps, ontologia, ao Big Data, W...
Do Gopher, Web Crawler, Google, pagerank, sitemaps, ontologia, ao Big Data, W...Do Gopher, Web Crawler, Google, pagerank, sitemaps, ontologia, ao Big Data, W...
Do Gopher, Web Crawler, Google, pagerank, sitemaps, ontologia, ao Big Data, W...Leandro Borges
 
Revisitando a Web 2.0 sob a ótica dos 4C's
Revisitando a Web 2.0 sob a ótica dos 4C'sRevisitando a Web 2.0 sob a ótica dos 4C's
Revisitando a Web 2.0 sob a ótica dos 4C'sDanilo Reis
 
Sistema de Informação para e-Commerce
Sistema de Informação para e-CommerceSistema de Informação para e-Commerce
Sistema de Informação para e-CommerceGabriel Faustino
 
PETIC-UFS 2010-2012
PETIC-UFS 2010-2012PETIC-UFS 2010-2012
PETIC-UFS 2010-2012geraldoao
 

Semelhante a Projeto de pesquisa sobre web semântica - a web que aprende (20)

Trabalho 1
Trabalho 1Trabalho 1
Trabalho 1
 
web_semantica
web_semanticaweb_semantica
web_semantica
 
Pim iv
Pim ivPim iv
Pim iv
 
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR IV - PIM IV
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR IV - PIM IVPROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR IV - PIM IV
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR IV - PIM IV
 
Relatorio de estagio tecnico em informatica
Relatorio de estagio tecnico em informaticaRelatorio de estagio tecnico em informatica
Relatorio de estagio tecnico em informatica
 
Web semântica: em busca da web inteligente
Web semântica: em busca da web inteligenteWeb semântica: em busca da web inteligente
Web semântica: em busca da web inteligente
 
Introdução a Programação Web
Introdução a Programação WebIntrodução a Programação Web
Introdução a Programação Web
 
Web mining
Web miningWeb mining
Web mining
 
Futurecom 2010 - Web Semântica - Pessoas e máquinas pensando juntas!
Futurecom 2010 - Web Semântica - Pessoas e máquinas pensando juntas!Futurecom 2010 - Web Semântica - Pessoas e máquinas pensando juntas!
Futurecom 2010 - Web Semântica - Pessoas e máquinas pensando juntas!
 
GUIA - Achei A..Z
GUIA - Achei A..ZGUIA - Achei A..Z
GUIA - Achei A..Z
 
Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciber
Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciberCibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciber
Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciber
 
Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciber.
Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciber.Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciber.
Cibernegócios. Pensou em negócios na rede, pensou ciber.
 
TCC-Modificado-2.docx
TCC-Modificado-2.docxTCC-Modificado-2.docx
TCC-Modificado-2.docx
 
PI III - IMPLEMENTACAO DE PROJETOS DE TI
PI III - IMPLEMENTACAO DE PROJETOS DE TIPI III - IMPLEMENTACAO DE PROJETOS DE TI
PI III - IMPLEMENTACAO DE PROJETOS DE TI
 
Fabio virtualizacao (1)
Fabio   virtualizacao (1)Fabio   virtualizacao (1)
Fabio virtualizacao (1)
 
Soa - Arquitetura orientada a serviços
Soa - Arquitetura orientada a serviçosSoa - Arquitetura orientada a serviços
Soa - Arquitetura orientada a serviços
 
Do Gopher, Web Crawler, Google, pagerank, sitemaps, ontologia, ao Big Data, W...
Do Gopher, Web Crawler, Google, pagerank, sitemaps, ontologia, ao Big Data, W...Do Gopher, Web Crawler, Google, pagerank, sitemaps, ontologia, ao Big Data, W...
Do Gopher, Web Crawler, Google, pagerank, sitemaps, ontologia, ao Big Data, W...
 
Revisitando a Web 2.0 sob a ótica dos 4C's
Revisitando a Web 2.0 sob a ótica dos 4C'sRevisitando a Web 2.0 sob a ótica dos 4C's
Revisitando a Web 2.0 sob a ótica dos 4C's
 
Sistema de Informação para e-Commerce
Sistema de Informação para e-CommerceSistema de Informação para e-Commerce
Sistema de Informação para e-Commerce
 
PETIC-UFS 2010-2012
PETIC-UFS 2010-2012PETIC-UFS 2010-2012
PETIC-UFS 2010-2012
 

Mais de Alexandre Grolla

Automação de Marketing Digital
Automação de Marketing DigitalAutomação de Marketing Digital
Automação de Marketing DigitalAlexandre Grolla
 
Proposta de Marketing Digital para Corretoras de Planos de Saúde
Proposta de Marketing Digital para Corretoras de Planos de SaúdeProposta de Marketing Digital para Corretoras de Planos de Saúde
Proposta de Marketing Digital para Corretoras de Planos de SaúdeAlexandre Grolla
 
Implantação de E-Commerce para Pequenas e Médias Empresas
Implantação de E-Commerce para Pequenas e Médias EmpresasImplantação de E-Commerce para Pequenas e Médias Empresas
Implantação de E-Commerce para Pequenas e Médias EmpresasAlexandre Grolla
 
Palestra Semana do E-commerce Web Semantica
Palestra Semana do E-commerce Web SemanticaPalestra Semana do E-commerce Web Semantica
Palestra Semana do E-commerce Web SemanticaAlexandre Grolla
 
Consultoria de Marketing para Pequenas Empresas
Consultoria de Marketing para Pequenas EmpresasConsultoria de Marketing para Pequenas Empresas
Consultoria de Marketing para Pequenas EmpresasAlexandre Grolla
 
Semiótica & Web Semântica
Semiótica & Web SemânticaSemiótica & Web Semântica
Semiótica & Web SemânticaAlexandre Grolla
 

Mais de Alexandre Grolla (6)

Automação de Marketing Digital
Automação de Marketing DigitalAutomação de Marketing Digital
Automação de Marketing Digital
 
Proposta de Marketing Digital para Corretoras de Planos de Saúde
Proposta de Marketing Digital para Corretoras de Planos de SaúdeProposta de Marketing Digital para Corretoras de Planos de Saúde
Proposta de Marketing Digital para Corretoras de Planos de Saúde
 
Implantação de E-Commerce para Pequenas e Médias Empresas
Implantação de E-Commerce para Pequenas e Médias EmpresasImplantação de E-Commerce para Pequenas e Médias Empresas
Implantação de E-Commerce para Pequenas e Médias Empresas
 
Palestra Semana do E-commerce Web Semantica
Palestra Semana do E-commerce Web SemanticaPalestra Semana do E-commerce Web Semantica
Palestra Semana do E-commerce Web Semantica
 
Consultoria de Marketing para Pequenas Empresas
Consultoria de Marketing para Pequenas EmpresasConsultoria de Marketing para Pequenas Empresas
Consultoria de Marketing para Pequenas Empresas
 
Semiótica & Web Semântica
Semiótica & Web SemânticaSemiótica & Web Semântica
Semiótica & Web Semântica
 

Último

Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplaceConferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplaceE-Commerce Brasil
 
Analise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomia
Analise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomiaAnalise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomia
Analise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomiaGabrielPasquinelli1
 
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...E-Commerce Brasil
 
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?Michael Rada
 
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?E-Commerce Brasil
 
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagensEP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagensLuizPauloFerreira11
 
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdf
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdfIntrodução à Multimídia e seus aspectos.pdf
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdfVivianeVivicka
 
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de vendaConferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de vendaE-Commerce Brasil
 
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendasConferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendasE-Commerce Brasil
 
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO, fundamentosdas relações.pdf
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO,  fundamentosdas relações.pdfÉtica NO AMBIENTE DE TRABALHO,  fundamentosdas relações.pdf
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO, fundamentosdas relações.pdfInsttLcioEvangelista
 
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptxLEANDROSPANHOL1
 
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelizaçãoConferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelizaçãoE-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | O custo real de uma operação
Conferência SC 24 | O custo real de uma operaçãoConferência SC 24 | O custo real de uma operação
Conferência SC 24 | O custo real de uma operaçãoE-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)E-Commerce Brasil
 
Questionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
QuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnQuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
QuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnGustavo144776
 
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...E-Commerce Brasil
 

Último (20)

Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplaceConferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação: loja própria e marketplace
 
Analise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomia
Analise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomiaAnalise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomia
Analise Ergonomica FisioPrev aula de ergonomia
 
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
 
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
 
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
 
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
 
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
 
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
 
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagensEP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
 
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdf
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdfIntrodução à Multimídia e seus aspectos.pdf
Introdução à Multimídia e seus aspectos.pdf
 
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
Conferência SC 24 | A força da geolocalização impulsionada em ADS e Fullcomme...
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de vendaConferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
 
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendasConferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
 
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO, fundamentosdas relações.pdf
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO,  fundamentosdas relações.pdfÉtica NO AMBIENTE DE TRABALHO,  fundamentosdas relações.pdf
Ética NO AMBIENTE DE TRABALHO, fundamentosdas relações.pdf
 
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
66ssssssssssssssssssssssssssssss4434.pptx
 
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelizaçãoConferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
 
Conferência SC 24 | O custo real de uma operação
Conferência SC 24 | O custo real de uma operaçãoConferência SC 24 | O custo real de uma operação
Conferência SC 24 | O custo real de uma operação
 
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
Conferência SC 24 | Otimize sua logística reversa com opções OOH (out of home)
 
Questionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
QuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnQuestionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
Questionárionnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
 
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
 

Projeto de pesquisa sobre web semântica - a web que aprende

  • 1. UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA EM COMÉRCIO ELETRÔNICO Alexandre Grolla Pereira WEB SEMÂNTICA: A WEB QUE APRENDE UM ESTUDO SOBRE O FUTURO DO TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES NA WEB E SUA APLICAÇÃO NO COMÉRCIO ELETRÔNICO SÃO PAULO 2011 1
  • 2. Alexandre Grolla Pereira WEB SEMÂNTICA: A WEB QUE APRENDE UM ESTUDO SOBRE O FUTURO DO TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES NA WEB E SUA APLICAÇÃO NO COMÉRCIO ELETRÔNICO Projeto de Pesquisa apresentado como requisito para a obtenção do título de Especialista no Curso de Pós-Graduação – MBA em Gestão Estratégica em Comércio Eletrônico da Universidade Anhembi Morumbi. Orientadores: Profª Msc Leila Rabello de Oliveira e Profº Msc Maurício Salvador. SÃO PAULO 2011 2
  • 3. RESUMO O artigo aborda a evolução da web para a Web Semântica ou Inteligente, suas possíveis aplicações, interferências ou impacto nos atuais processos de indexação, editoração, recuperação da informação e sua influência no Comércio Eletrônico com a produção de eficientes catálogos eletrônicos e em sites não comerciais, levando a um tratamento mais acurado das informações da Web. Palavras Chaves: Web Semântica; Web 3.0; Ontologia; Gestão de Recursos Informacionais; Comércio Eletrônico. ABSTRACT The article discusses the evolution of the Web to the Semantic Web or intelligent, their possible applications, interference or impact on current processes of indexing, publishing, information retrieval and its influence on e-Commerce with the efficient production of electronic catalogs and non-commercial sites, leading to a more accurate information from the Web. Keywords: Semantic Web, Web 3.0, Ontology, Information Resources Management, e-Commerce. 3
  • 4. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................... 05 I. Contextualização............................................................................. 05 II. Problema......................................................................................... 05 III. Hipóteses......................................................................................... 05 IV. Justificativa...................................................................................... 06 OBJETIVOS ......................................................................................................... 07 METODOLOGIA .................................................................................................. 07 CAPITULO 1 – Histórico e Conceitos de Web Semântica ................................... 08 1.1. A evolução da Web ............................................................................. 08 1.2. Como tornar uma Web Semântica ...................................................... 11 1.3. Metadados .......................................................................................... 13 1.4. Ontologias ........................................................................................... 15 1.3. Agentes ............................................................................................... 16 1.4. Construindo uma Web Semântica: Arquitetura e Camadas ............... 16 CAPITULO 2 – O Comércio Eletrônico no Brasil ................................................. 26 2.1. Estatísticas .......................................................................................... 26 2.2. Balanço 2010 e expectativas para 2011 ............................................. 27 CAPITULO 3 – Aplicação da Web Semântica no Comércio Eletrônico ............... 29 3.1. As etiquetas RFIDs e a nova cadeia de suprimentos no varejo ......... 29 3.2. Os dados vinculados e o “comércio passivo” ...................................... 31 3.3. A pesquisa e o marketing na Web Semântica .................................... 36 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 39 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 41 4
  • 5. INTRODUÇÃO I. Contextualização Este artigo aborda a evolução da web para a Web Semântica ou Inteligente, e suas possíveis aplicações, interferências ou impacto nos atuais processos de indexação, editoração e recuperação da informação. Apresenta a recente história da Web Semântica que objetiva compreender, estruturar e gerenciar os conteúdos armazenados na web, a partir de valoração semântica desses conteúdos. São analisados no artigo, os componentes básicos necessários para implementação da Web Semântica: (a) representação do conhecimento, expressa pelas linguagens de marcação (SGML, HTML, XML, RDF); (b) ontologia, a disciplina que estuda e determina as relações entre conceitos estabelecendo regras lógicas de raciocínio sobre estes conceitos gerando linguagens que são compreendidas pelos computadores e, (c) agentes que são programas gerados para coletar conteúdos na web a partir de fontes diversas, processar a informação e permutar os resultados com outros programas permitindo através de linguagem que expressa inferências lógicas resultantes do uso de regras e informação como aquelas especificadas pelas ontologias. Tendo como razão maior deste estudo, as aplicações da Web Semântica no Comércio Eletrônico com a produção de eficientes catálogos eletrônicos e em sites não comerciais, levando a um tratamento mais acurado das informações da Web. II. Problema Discute-se a importância e as implicações da integração corporativa dentro do contexto da Web Semântica, com o uso de ontologias e de mapeamentos entre modelos, como uma maneira de garantir que as aplicações funcionarão de forma integrada e as informações que trafegam pela Web, sejam compreendidas e acessadas por todos, ampliando assim a vantagem competitiva das organizações. III. Hipóteses Esse estudo pretende responder as seguintes questões: 5
  • 6. • Como organizar os dados dispostos na Web semanticamente? • O que fazer para facilitar a obtenção de informações e serviços relevantes? • Como proporcionar mais eficiência e usabilidade por parte da máquina? • Como a obtenção de dados semanticamente irá contribuir para melhorar o relacionamento digital entre empresas e consumidores? IV. Justificativa Vivemos em um mundo em que uma quantidade significativa de informação é produzida em meio digital e disponibilizada através da Internet. Este cenário proporciona um acesso fácil e barato a uma grande quantidade de informação, visto que são superados aspectos como localização geográfica e suporte físico. A super oferta de informação proporcionada por este cenário, entretanto, traz dificuldades às pessoas em encontrar aquelas informações que lhes são relevantes. Esta dificuldade deve-se principalmente a pouca organização da informação da web, que impede a construção de estratégias e mecanismos de busca eficientes. Para amenizar o problema da sobrecarga de informação, as comunidades de Ciência da Informação e da Ciência da Computação têm convergido em diversos aspectos, no sentido de encontrar mecanismos para organizar as informações da web, como classificadores automáticos, diretórios abertos, metadados, ontologias e Web Semântica. Este artigo trata desses aspectos e estende o problema da busca da informação para a descoberta, localização e uso de recursos da web, que podem ser tanto documentos contendo informações quanto sites simples, sites de comércio eletrônico, catálogos digitais, sistemas, computadores, páginas pessoais, etc. 6
  • 7. OBJETIVO O objetivo maior deste estudo é analisar as aplicações da Web Semântica essencialmente em sites de Comércio Eletrônico, visando alcançar maior e melhor integração das informações digitais de mercados para facilitar a relação entre empresa/comprador e entre empresas. METODOLOGIA Para elaboração do artigo, será utilizada a Metodologia Indutiva, obtendo conclusões de caráter geral, a partir de casos particulares. Tendo como delineamento para seleção da fonte de dados, pesquisas bibliográficas de fontes secundárias ou indiretas sobre o assunto, levantando a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, teses, publicações avulsas e imprensa escrita. E pesquisa documental disponível como: documentos oficiais, cartas, contratos, reportagens veiculadas a jornais (on e off line), diários, entre outros. 7
  • 8. CÁPITULO 1. Histórico e Conceitos de Web Semântica Semântica: [se.mân.ti.ca] sf (gr semantiké, de sema) 1 Ling Estudo da evolução do sentido das palavras através do tempo e do espaço; semiótica, semiologia, semasiologia, sematologia. S. descritiva: a que estuda a significação atual das palavras de uma língua. S. geral: a que estuda a relação entre as palavras e as coisas, ou seja, entre a linguagem, o pensamento e a conduta. michaelis.uol.com.br 1.1. A Evolução da Web A internet é um espaço em constante evolução. Passamos de um espaço denominado Web 1.0 – caracterizada pela elaboração de conteúdos por especialistas, enquanto o usuário realizava leitura e mantinha contatos através das tecnologias de informação como chat, e-mail, ou seja, o usuário era “passivo” – para outro cenário, de participação, de tal forma que o usuário pode também criar, utilizando diversas mídias. Assim passamos a incorporar estes recursos em nossas vidas, de forma bem transparente, sem que precisemos conhecer suas características técnicas. Esse novo espaço da web denomina-se Web 2.0, cujo termo “busca descrever o atual período da rede cuja ênfase passa da publicação (que caracterizou os primeiros dez anos da web) para a colaboração” (Primo & Smaniotto, 2006). Dessa forma, o foco da Web 2.0, não está na tecnologia, mas nas pessoas e também nos serviços de empresas que estas pessoas utilizam. A diferença entre a Web 1.0 e a Web 2.0 está no significado das palavras download e upload, ou seja, enquanto na Web 1.0 o usuário baixava conteúdos que lhe interessava na Web 2.0 ele também pode enviar e editar arquivos de textos e outras mídias (Alves , 2008, p. 3). As principais características da Web 1.0 e Web 2.0 são destacadas na tabela abaixo, onde nota-se a participação dos usuários através de elaboração de blogs, com utilização de sistemas amigáveis, e, entre outros elementos, a construção coletiva e colaborativa de conhecimentos. 8
  • 9. Web 1.0 Web 2.0 Leitura Escrita compartilhada Publicação Participação Controle de Conteúdo Construção Coletiva / Colaborativa Sociedade da Informação Sociedade do Conhecimento Páginas Pessoais Blogs Estática Dinâmica Desktop (disco rígido) Laptop (disco remoto) Navegador Plataforma Web Cliente Servidor Serviço Web Webmaster Todos HTML XML Geeks Aficionados Tabela 1. (do autor) Embora a evolução da web tenha proporcionado um cenário de comunicação, participação e colaboração, continuamos a nos deparar com uma grande quantidade de dados, de tal forma que a busca da informação que desejamos em muitas situações se torna demorada, e não atende às nossas necessidades. Esta web atual é sintática e, dessa forma, possui páginas direcionadas para pessoas, e não para o processamento, sendo seu principal foco a apresentação da informação, e assim o processo de interpretação é feito pelo usuário. (Lóscio, 2007) Frente a esse problema, surge a Web 3.0 ou Web Semântica, que “utiliza uma nova linguagem que permite incorporar informação sobre o significado de cada recurso, assim como sua relação com outros dados disponíveis na rede.” (Lago & Cacheiro, s/d, p. 2) (Tradução livre do espanhol) A web semântica possibilita a pesquisa dos dados de forma mais fácil, ajudando a resolver os dois grandes problemas atuais que são a sobrecarga de informação e heterogeneidade de fontes de informação. Lago & Cacheiro (s/d, p. 2), citando Koper, destacam que “o propósito da web semântica é permitir agentes de software que interpretem os conteúdos da web para ajudar os usuários a desempenharem suas tarefas.” 9
  • 10. Reig (2009) reforça a importância da base de dados e a interoperabilidade na web semântica. A web semântica é aquela que se constrói em linguagem que os computadores possam entender. (...) é uma web de dados escritos em formatos interoperáveis, de base de dados compatíveis que constroem algo como âmbitos conceituais globais em toda web. São dados em que os computadores podem interpretar, relacionar com outros, etc, para devolver resultados ou uma experiência mais cômoda e satisfatória para o usuário. Para que isso seja possível, é necessário padrões (W3C é o encarregado para isso), traduzir conceitos do mundo para códigos da informática. (Reig , 2009 p.2) (Tradução livre do espanhol) Para que isso ocorra, são utilizados mecanismos que ajudam a converter a web em uma infraestrutura global, de tal forma que seja possível compartilhar e reutilizar dados e documentos entre diferentes tipos de usuários. A nova geração de formatos está encabeçada por XML (Extensible Markup Language), RDF (Resource Description Framework), incluindo ontologias – taxonomias de conceitos com atributos e relações que proporcionam um vocabulário consensual para definir redes semânticas de unidades de informação inter-relacionadas – que especificarão as regras lógicas para que os agentes de software reconheçam e classifiquem cada conceito. (Pero jo & Le ón, 2005, p. 1) (tradução livre do espanhol) As aplicações para a web semântica permitirão processar, reutilizar e partilhar a informação inteligentemente, com ou sem ajuda humana. A web transformar-se-á assim numa enorme base de conhecimento compartilhado, constantemente lida e escrita não só por humanos, mas também por aplicações semânticas. (Gonçalves, 2007, p. 72) Com a evolução da internet, passamos da etapa de leitor de conteúdos (Web 1.0) para a etapa de leitor e criador de conteúdos, de tal forma que não há necessidade de muito conhecimento técnico para que possamos expressar nossas opiniões e sentimentos (Web 2.0). Apesar desse avanço, e talvez devido a esse avanço também, a forma como acessamos a informação em muitas situações não atende as nossas necessidades. O desenvolvimento da web semântica pode propiciar um novo cenário de busca de informação e interação com as pessoas. 10
  • 11. 1.2. Como tornar uma Web Semântica O primeiro passo para dotar a Web de semântica é a construção das chamadas ontologias de domínio. Para Berners-Lee, Hendler e Lassila (Scientific American, 2001), uma ontologia típica para a Web é composta de uma taxonomia 1 e um conjunto de regras de inferência. Mas elas não seriam suficientes para imprimir semântica à Web, requerendo a adoção de tecnologias novas, como XML (Extensible Markup Language) e RDF (Resource Description Framework) 2. XML possibilita a criação de tags, campos de texto que ficam escondidos nas páginas web. Os programas ou scripts podem fazer uso dos tags de várias formas, mas o programador precisa saber o significado de cada tag criado pelos autores das páginas para utilizá-los. Ou seja, XML permite que o usuário adicione estruturas arbitrárias a seus documentos, mas não permite representar o significado de cada estrutura. Este seria o papel desempenhado pelo RDF - expressar significado às estruturas. O RDF codifica os tags em um conjunto de triplas, sendo cada tripla dotada de um sujeito, verbo e objeto de uma sentença simples. Essas triplas podem ser escritas utilizando XML tags. Em RDF, um documento pode fazer assertivas sobre relações entre coisas tais como Maria (sujeito) é irmã (verbo) de Pedro (objeto). Essa estrutura tende a ser uma maneira natural de descrever a maioria das informações processadas pelos computadores. O sujeito e o objeto desta sentença são identificados, cada um, por um indicador universal denominado URI (Universal Resource Identifier), como os utilizados em links nas páginas web, já que a URL (Uniform Resource Locator) é o tipo mais comum de URI. Os verbos também seriam identificados por URIs, facilitando a definição de novos verbos ou conceitos apenas pela criação de novas URIs em qualquer lugar na Web (Scientific American, 2001). Utilizando URIs para codificar informações de relacionamentos entre objetos assegura-se que esses conceitos não são somente palavras escritas em um documento, mas também são definições únicas acessíveis a todos na Web. Se, por exemplo, tivéssemos acesso a vários bancos de dados contendo informações sobre pessoas, inclusive seus endereços e se quiséssemos encontrar alguém que reside 1 Michaelis: (cs) sf (taxo2+nomo3+ia1) V taxionomia: (cs) sf (táxio+nomo3+ia1) 1 Estudo dos princípios gerais da classificação científica. 2 Distinção, ordenação e nomenclatura sistemáticas de grupos típicos, dentro de um campo científico.3 Biol Ramo que se ocupa da classificação natural dos seres vivos, animais e vegetais; biotaxia, sistemática. 4 Gram Parte que trata da classificação das palavras. Var: taxinomia e taxonomia. 2 Respectivamente em http://www.w3.org/XML e http://www.w3.org/TR/2000/CR-rdf-schema-20000327 11
  • 12. em um código de endereçamento postal específico, precisaríamos saber que campo em cada banco de dados se refere ao nome desta pessoa e qual se refere ao código, para realizarmos esta busca. O RDF seria capaz de representar esta informação através de sentenças que utilizam URI para cada termo. É possível que vários bancos de dados utilizem identificadores diferentes para conceitos iguais. Um programa que queira comparar ou utilizar informações de distintos bancos de dados precisa saber que diferentes termos têm o mesmo significado. Esse objetivo é alcançado através da criação de coleções de informações denominadas Ontologias. Ontologia, na filosofia, significa teoria a respeito da natureza da existência. Pesquisadores e estudiosos das áreas de Inteligência Artificial e Web incluíram esse termo em seus jargões com um significado adaptado que é documento ou arquivo que define formalmente as relações entre os termos. A taxonomia define classes de objetos e relacionamentos entre os mesmos. Por exemplo, um endereço pode ser definido como um tipo de localização e códigos de cidade pode ser definido como aplicáveis somente às localizações. Classes, subclasses e relacionamentos entre entidades são muito úteis para uso na Web. Entre elas existe o conceito de herança de propriedades, ou seja, é possível associarmos propriedades às classes que suas subclasses herdam automaticamente essas propriedades. Por exemplo, se códigos de cidade são definidos como do tipo cidade que, por conseguinte, possui Web sites, então podemos associar um determinado código de cidade a um site Web sem existir um relacionamento direto entre os dois. As regras de inferência são de essencial importância para as ontologias. Através delas é possível expressarmos, por exemplo, que “se um código de cidade estiver associado a um determinado estado, então os endereços que utilizam este código de cidade também estão associados a este estado”. Um programa poderia deduzir que se a Rua Paissandu, localizada na cidade do Rio de Janeiro, pertence ao estado do Rio de Janeiro e, por conseguinte, ao país Brasil, então, as informações devem seguir os padrões brasileiros de formatação. O computador realmente não entende esse tipo de informação, mas consegue manipulá-lo de maneira a desempenhar um papel mais significante e eficaz de ajuda ao usuário. Páginas Web baseadas em ontologias são o começo de muitas soluções para os problemas de terminologia. O significado de alguns termos e códigos XML utilizados 12
  • 13. nas páginas podem ser definidos através da criação de ponteiros para ontologias. Continuarão existindo alguns problemas inerentes aos usuários, pois se uma pessoa cria um ponteiro para uma ontologia que define um endereço através da informação de CEP e outra pessoa cria um ponteiro para uma ontologia que também define endereço, mas utilizando a informação de caixa postal. É necessário que ambas as ontologias ou outro serviço web qualquer seja capaz de identificar que a informação de CEP é equivalente a de caixa postal. As ontologias podem agregar valor ao funcionamento da Web, já que podem ter várias aplicações diferenciadas. A forma mais simples seria aumentar a precisão dos mecanismos de busca de informação. Os programas de busca pesquisariam somente em páginas que fizessem referência a um conceito pré-definido ao invés de pesquisar todas as que contenham palavras-chave. As aplicações mais avançadas às utilizariam com o objetivo de relacionar o conteúdo das páginas às suas estruturas existentes de conhecimento e regras de inferência. O potencial da Web Semântica será realmente compreendido quando forem desenvolvidos programas que sejam capazes de efetuar buscas de informação de diferentes fontes disponíveis na Web, as processem e compartilhem os resultados com outros programas. A eficácia dos programas, baseados em agentes, tende a aumentar na medida em que houver mais conteúdo na Web estruturado de maneira que possa ser utilizado pelos computadores. Os agentes seriam responsáveis por captar as necessidades do usuário, pesquisar e disponibilizar os resultados esperados de forma interativa. 1.3. Metadados Metadados, também conhecidos como informações sobre dados, são utilizados para documentar e organizar de forma estruturada e padronizada as informações de documentos com o objetivo de facilitar e tornar mais efetiva a busca e recuperação da informação na Web. O metadado é estruturado com elementos de descrição do conteúdo dos dados. Cada bloco de informações deve conter, por exemplo, autor, título, data de publicação etc. e para cada campo pode conter as seguintes informações: nome do campo, descrição do campo, tipo de dados, formato, etc. e qualquer informação que seja relevante para a recuperação da informação. No 13
  • 14. contexto da Web, três aspectos devem ser considerados no desenvolvimento de metadados: descrição de recursos, produção e uso de metadados. O primeiro aspecto refere-se a quais informações estarão sendo consideradas nos metadados. Um metadado tem que ser suficientemente flexível para capturar informações de diversas fontes distintas. O segundo aspecto refere-se à construção de metadados. Os metadados nada mais são do que sumários sobre uma determinada informação. Utilizar trabalho humano para gerar estes metadados seria caro e cansativo. A tendência é automatizar este processo o máximo possível. Já o terceiro e último aspecto trata de como os metadados serão acessados e utilizados. Eles têm que estar disponibilizados de maneira que possam ser processados preservando seu conteúdo semântico. Quanto à sua utilização, podem servir de forma especialmente relevante na localização de recursos na Web, contendo informação descritiva dos recursos e onde estes podem ser encontrados. No entanto, devido ao aspecto dinâmico dos recursos na Web, a disponibilização de metadados causa alguns desafios, já que freqüentemente novas versões de recursos são acrescentadas a Web e documentos são renomeados e disponibilizados em outros endereços. Outras questões também importantes a serem discutidas a respeito dos metadados são (Iannella, R., 2011): • Possibilidade de descrever um recurso a partir de mais de um conjunto de qualificadores devido ao grande número de padrão de metadados; • Necessidade de existência de um conjunto de padrões específicos para cada tipo de recurso de forma a acomodar todos os tipos diferentes; • Internacionalização dos padrões, já que a maioria dos padrões é baseada em qualificadores em Inglês; • Metadados devem ser gerados na medida em que um recurso é criado e disponibilizado na Web, sendo alterado na medida em que o recurso é modificado. Entretanto alguns tipos de metadados mais específicos podem ser gerados à parte, tais como: críticas sobre um filme ou artigos; • Metadados também são dados e por isso apresentam características de armazenamento e acesso, e dificuldades de interpretação de seu conteúdo. 14
  • 15. 1.4. Ontologias A necessidade de melhores ferramentas de busca e tratamento de informação para a Web terminou por disseminar o termo “agente” para praticamente vários outros ramos da informática. Nesta trilha, o novo termo da moda, que vem herdando essa popularidade, face às promessas de melhoria destas atividades, é ontologia. Estão presentes em sistemas, ferramentas e produtos de manipulação de informação e comércio eletrônico, representadas como hierarquias de palavras-chave, conceitos, e muitas outras formas. Contudo, ontologias devem possuir um significado e abrangência muito mais profundos do que as simples hierarquias de conceitos e palavras-chaves empregadas por muitos engenhos de busca. Apesar da palavra “ontologia” denotar uma teoria sobre a natureza do ser ou existência, em Inteligência Artificial ela pode ser interpretada como o conjunto de entidades com suas relações, restrições, axiomas e vocabulário. Uma ontologia define um domínio, ou, mais formalmente, especifica uma conceitualização acerca dele (Gruber 95). Normalmente, uma ontologia é organizada em hierarquias de conceitos (ou taxonomias). Pelo fato de, idealmente, não refletirem nenhum formalismo específico, e de representarem com freqüência um vocabulário comum entre usuários e sistemas (Clark 99), pode-se considerar as ontologias como a materialização do nível de conhecimento. Podemos, também, definir o termo ontologia a partir dos requisitos para possibilitar sua aplicação em informática: “Uma ontologia é uma especificação explícita e formal de uma conceitualização compartilhada”. (Studer et al 98) Esclarecendo os requisitos desta definição: • Por especificação explícita, podemos entender as definições de conceitos, instâncias, relações, restrições e axiomas. • Por formal, que é declarativamente definida, portanto, compreensível para agentes e sistemas. • Por conceitualização, que se trata de um modelo abstrato de uma área de conhecimento ou de um universo limitado de discurso. 15
  • 16. • Por compartilhada, por tratar-se de um conhecimento consensual, seja uma terminologia comum da área modelada, ou acordada entre os desenvolvedores dos agentes que se comunicam. De fato, ontologias pré-construídas sobre domínios restritos têm sido bastante reutilizadas e podem vir a representar um papel fundamental como fornecedoras de conhecimento para a inferência dinâmica realizada por agentes inteligentes. 1.5. Agentes Ao contrário dos sistemas baseados na arquitetura cliente-servidor, já se encontra em andamento um novo paradigma de computação baseada em rede. Neste modelo, conteúdo (dados e código), comunicação e computação convergem e a rede torna-se o que o computador fora em outra hora. Um dos novos padrões de funcionamento neste modelo é a delegação de tarefas. Por exemplo, um utilizador pode especificar um conjunto de tarefas e de objetivos (pesquisa, filtro e obtenção de informações, compra ou venda de produtos, etc.), que sua aplicação especializada deverá realizar. Este tipo de aplicação designa-se por agente de software, a qual é responsável por suportar delegação de tarefas, gerir respectiva complexidade, suportar mobilidade dos utilizadores, adaptar-se ao seu utilizador, adaptar-se ao seu meio, aprender de forma adaptativa, etc. O conceito de “agente” é uma metáfora utilizada em inúmeras áreas do conhecimento, desde a Psicologia, Sociologia, Biologia até as áreas das Ciências da Computação (Silva, 2007). Foi a comunidade de Inteligência Artificial que adotou pela primeira vez este conceito. Esta primazia é geralmente associada a Carl Hewitt pela sua proposta do sistema Actor (Hewitt, 2007). No seu modelo, Hewitt propõe o conceito de objeto auto-contido, interativo e com execução concorrente. Cada objeto encapsula o seu estado interno e pode responder a mensagens de outros objetos similares. “Um agente é uma componente de software e/ou de hardware capaz de atuar de forma a resolver tarefas em nome do seu utilizador.”(Nwana, 2007). 1.6. Construindo uma Web Semântica: Arquitetura e Camadas 16
  • 17. A visão da Web Semântica é estender os princípios da Web dos documentos para os dados com o objetivo de criar um meio universal que permita a troca de dados e forneça sentido para que possa ser interpretada por máquinas. São os chamados Metadados. Metadados são recursos de informação. Significa dados sobre dados. Podem descrever identificar e localizar o conteúdo de documentos web. Ou seja, os metadados são dados que descrevem informações altamente estruturadas que descrevem conteúdo, qualidade, estado e outras características dos dados. Para acessar essas informações, elas devem estar programadas utilizando a linguagem RDF, quer irá extrair informações do banco de dados e criar um formato mais compreensível para as máquinas. Com esta informação nós podemos fazer deduções lógicas, combinar informações e gerar novas informações a partir de um complexo de consultas existentes para motores de busca. Os principais componentes da Web Semântica são XML, XML Schema, RDF, RDF Schema e OWL. A descrição OWL de Inglês "Web Ontology Language" descreve os papéis e as relações de cada componente. Resumindo: • XML: fornece uma sintaxe básica para a estrutura de conteúdo dentro de documentos. • XML Schema: Uma linguagem de fornecimento e de restringir a estrutura e o conteúdo dos elementos contidos nos documentos XML. • RDF: É uma linguagem simples para expressar modelos de dados, que se referem a objetos "recursos" e suas relações. Um modelo baseado em RDF pode ser representado na sintaxe XML. • RDF Schema: é um vocabulário para descrever propriedades e classes de recursos baseados em RDF, com semântica para hierarquias de generalização de propriedades e classes. • OWL: um mecanismo para desenvolver temas e vocabulários específicos em que podemos associar esses recursos. O Consórcio da Web ou W3C (World-Wide Web Consortium) tem se inclinado a padronizar novas linguagens para definição de páginas e seus respectivos padrões, baseadas em conhecimento estruturado em ontologias. Em 2000, o W3C apresentou uma proposta (Koivunen & Miller 2001) definindo várias novas camadas para a Web, e sugerindo linguagens e padrões para as camadas, delineadas na figura abaixo: 17
  • 18. Figura 1. As camadas da Web semântica (Koivunen & Miller 2001). Analisaremos cada uma destas camadas separadamente a fim de criar uma arquitetura completa para representação da Web Semântica. 1ª Camada (Base) – Unicode e URI UNICODE URI Figura 2.(do autor) A primeira camada garante o uso padronizado do mesmo conjunto de caracteres (Unicode) e uma forma unívoca para a identificação e localização de páginas (URI – Uniform Resource Indicator, indicador uniforme de recursos). Unicode é um padrão que permite aos computadores representar e manipular, de forma consistente, texto de qualquer sistema de escrita existente. Atualmente, é promovido e desenvolvido pela Unicode Consortium, uma organização sem fins lucrativos que coordena o padrão, e que possui o objetivo de um dia substituir esquemas de codificação de caractere existentes pelo Unicode e pelos esquemas padronizados de transformação Unicode (chamado Unicode Transformation Format, ou UTF). Seu sucesso em unificar conjuntos de caracteres levou a um uso amplo e predominante na internacionalização e localização de programas de computador. O padrão foi implementado em várias tecnologias recentes, incluindo XML, Java e sistemas operacionais modernos. 18
  • 19. Segundo a W3C3, um Identificador Uniforme de Recursos (URI) (Uniform Resource Identifier) é uma cadeia de caracteres compacta usada para identificar ou denominar um recurso na Internet. O principal propósito desta identificação é permitir a interação com representações do recurso através de uma rede, tipicamente a internet, usando protocolos específicos. URIs são identificadas em grupos definindo uma sintaxe específica e protocolos associados. Um URI pode ser classificado como um localizador (URL) ou um nome (URN), ou ainda como ambos. Um URN (Uniform Resource Name) é como se fosse o nome de uma pessoa, enquanto que um URL (Uniform Resource Locator) é seu endereço. O URN define a identidade de um item, enquanto que o URL nos dá um meio para encontrá-lo. 2ª Camada – XML e XML Schema XML + XML Schema UNICODE URI Figura 3.(do autor) Vejamos um trecho de código de uma página que discorre sobre um livro, codificado na atual linguagem de anotação de páginas HTML 4: <html> <body> <h2>Being a Dog Is a Full-Time Job</h2> <p> by Charles M. Schulz</p> <p>ISBN: 0836217462</p> </body> </html> Como se pode perceber, HTML possui severas limitações: não existem recursos na linguagem para anotação semântica – os comandos <h2> e <p> são apenas de editoração, para aumentar o tamanho da fonte e pular linha. Estes recursos trariam significado aos dados da página. Para descrever algum tipo de semântica das páginas, a linguagem HTML provê apenas tags opcionais como título, descrição, sumário e palavras-chave. Devido a essa deficiência, HTML foi abstraída para XML (eXtensible Markup Language), que, na verdade é uma meta-linguagem de 3 http://www.w3.org/ 4 adaptado de (van der Vilt 2000). 19
  • 20. editoração, pois permite a representação de outras linguagens de forma padronizada. Vejamos alguns recursos de XML, através do mesmo exemplo: <library> <book> <title>Being a Dog Is a Full-Time Job</title> <author>Charles M. Schulz</author> <isbn>0836217462</isbn> </book> </library> No exemplo, os dados estão descritos por elementos, o que facilita seu tratamento, se o software que trata a página conhece este formato. Este formato é especificado por definições de tipos de documentos (DTDs), ou por esquemas XML (XML Schemas ou XMLS). Um DTD define o aninhamento léxico de um documento, as classes e os atributos destas, valores default para estes (opcional) e a ordem de aparecimento dos dados das instâncias das classes definidas pelo DTD. Abaixo, temos o DTD da biblioteca (library) que definiu o livro mencionado como parte da biblioteca: <!DOCTYPE library [ <!ATTLIST book id ID #IMPLIED> <!ATTLIST author id ID #IMPLIED> <!ATTLIST ISBN id ID #IMPLIED>]> DTDs definem a estrutura e sintaxe de um documento, ajudando a validar se ele está em conformidade com uma estrutura. Esquemas XML têm a mesma função, mas são um pouco mais ricos. A idéia é que esta camada descreva a estrutura do documento, deixando para as que estão acima dela à definição de seu conteúdo. 3ª Camada – RDF e RDF Schema RDF + RDF Schema XML + XML Schema UNICODE URI Figura 4.(do autor) RDF (Resource Description Framework, ou modelo de descrição de recursos) adiciona mais semântica a um documento, com a vantagem de não precisar referir- se à sua estrutura (Fensel 2001). RDF descreve “recursos” da Web, que devem ter 20
  • 21. um identificador na Web, seja ele parte específica de um documento ou dados como lugares, pessoas, etc. (Koivunen & Miller 2001) Para expressar algo sobre os recursos, o modelo de dados de RDF equivale em termos formais às redes semânticas. Os recursos são descritos como trios de objetos-atributos-valores, semelhantes ao sujeito-verbo-objeto das redes semânticas. Os objetos são recursos e os valores são recursos ou strings. Trios descritos em RDF podem ser representados como grafos diretos rotulados (Klein 2001). Segue um exemplo de grafo ligando duas páginas da Web: namoraCom www.qqr.com/~ze www.qqr.com/~maria nome sobrenome nome sobrenome José Virgulino Maria Bonita Figura 5. Grafo direto rotulado de um trio RDF (baseado em Klein 2001). O grafo acima indica a anotação de que o dono da primeira página “namora com” a dona da segunda. Ele tem o seguinte código RDF: <rdf:Description about=http://www.qqr.com/~ze> <nome>Jose</nome> <sobrenome>Virgulino</sobrenome> <namoraCom> <rdf:Description about=http://www.qqr.com/~maria> <nome>Maria</nome> <sobrenome>Bonita</sobrenome> </rdf:Description> </namoraCom> </rdf:Description> A vantagem de RDF como linguagem de descrição de recursos sobre DTDs e esquemas XML reside na liberdade de ignorar as imposições da estrutura do documento, referindo-se apenas a dados sobre o conteúdo. Para uma padronização de uso de RDF, foram criados os esquemas RDF (RDF Schemes ou RDFS), que fornecem tipos básicos para a criação de esquemas voltados à aplicações específicas. As primitivas a serem usadas para modelar novos esquemas RDF incluem classe, subclasse (herança), propriedade, sub-propriedade (para construir hierarquias de propriedades), instância e restrição. A classe Pessoa e o atributo nome do exemplo acima são assim definidos: 21
  • 22. <rdf:Description ID=”Pessoa”> <rdf:type resource=”http://www.w3c.org/TR/1999/PR-rdf-schema- 19990303#Class”> <rdfs:subClassOf rdf.resource=”http://www.w3c.org/TR/1999/PR- rdf-schema-19990303#Resource”> </rdf:Description> <rdf:Description ID=”nome”> <rdf:type resource=”http://www.w3c.org/TR/1999/PR-rdf-schema- 19990303#Property”> <rdfs:domain rdf:resource=”#Pessoa”> <rdfs:range rdf.resource=”http://www.w3c.org/TR/xmlschema- 2#string”> </rdf:Description> O código diz que Pessoa é do tipo classe e herda as características de um recurso. Observe que, pelo código, tanto classe como recurso estão definidos por URIs que apontam para o sítio da W3C. Já o atributo nome é uma propriedade cujo domínio são elementos da classe Pessoa e cuja imagem é uma string. Também propriedade e string estão definidos URIs que apontam para no sítio da W3C. Como se vê, especificar código RDF pode ser um pouco complicado à primeira vista. Existem ferramentas para edição e parsing sobre RDF, que têm a finalidade de auxiliar o usuário. Para esta camada, existem outras linguagens candidatas, como a precursora SHOE (Simple HTML Extensions, ou simples extensões de HTML) (Luke 96) e a XOL (Ontology eXchange Language, ou linguagem de trocas de ontologias) (Karp 99), baseada no OKBC. Porém RDF/RDFS tornaram-se padrões de fato, apesar da expressividade de representação deste par ainda deixar a desejar quanto à modelagem de ontologias. 4ª Camada – Ontologias OWL (Ontology Vocabulary) RDF + RDF Schema XML + XML Schema UNICODE URI Figura 6.(do autor) 22
  • 23. Com base em uma revisão da linguagem DAML+OIL (W3C Notes, 2001), acrescentadas de características aprendidas no desenvolvimento e nas aplicações desta, criou-se a OWL. Esta linguagem é ideal para representação de informações contidas em documentos que precisam ser processados por aplicações, pois ela facilita à máquina uma maior legibilidade ao conteúdo da Web do que aquelas suportadas pelo XML, RDF e RDF Schema, pelo fato de fornecer um vocabulário adicional juntamente com uma semântica formal. Além disso, com ela é mais fácil expressar a semântica. A OWL possui três sub-linguagens, que foram projetadas conforme o grupo de implementadores e usuários: OWL Lite, OWL DL e OWL Full (W3C Recomendations, 2007). • OWL Lite - sua finalidade principal é dar suporte para que classificações hierárquicas com restrições simples sejam criadas. Por exemplo, restrições de cardinalidade são permitidas para apenas valores iguais a zero ou um. • OWL DL - sua finalidade é prover um maior grau de expressividade onde todas as conclusões são computáveis (completude) e todas as computações terminam em tempo finito. OWL DL corresponde a description logic. • OWL Full - sua finalidade é prover o máximo de expressividade e liberdade sintática. Com OWL Full, os usuários podem aumentar o vocabulário pré- definido de RDF ou OWL, porém sem nenhuma garantia computacional. Assim, máquinas de inferência poderão não derivar conclusões ou poderão não ser computáveis em tempo finito. Uma ontologia OWL inicia com uma declaração, em RDF, contendo os namespaces que serão utilizados na ontologia. Basicamente, a ontologia começa da seguinte forma (W3C Recomendations, 2007): <owl:Ontology rdf:about=” ”> <rdfs:comment>An exmple OWL ontology</rdfs:comment> <owl:priorVersion rdf:resource=”http://www.w3.org/2001/sw/WebOnt/guide-src/wine-112102.owl”/> <owl:imports rdf:resource=http://ww.w3.org/2001/sw/WebOnt/guide-src/food.owl/> … As três primeiras declarações indicam o namespace associado à ontologia que está sendo desenvolvida, a qual refere-se a vinhos e comidas. Na quinta linha, é indicado o namespace específico da OWL e nas linhas subseqüentes têm-se as referências aos vocabulários do RDF, RDF Schema e XML Schema, respectivamente. Uma vez que os namespaces estão definidos, inclui-se, através da tag <owl:Ontology>, informações como comentários, controle de versões e inclusão de 23
  • 24. outras ontologias, caso esteja havendo extensão de uma já existente. No código abaixo, apresenta-se uma referencia a estas informações (W3C Recomendations, 2007): <owl:Ontology rdf:about=””> <rdfs:comment>An exemple OWL ontology</rdfs:comment> <owl:prioVersion rdf:resource=http://www.w3.org/2001/sw/WebOnt/guide-src/wine-112102.owl/> <owl:imports rdf:resource=http://www.w3.org/2001/sw/WebOnt/guide-src/food.owl/> … Têm-se no código a representação de um cabeçalho OWL contendo informações diversas representadas por: • rdfs:comment – apresenta algum comentário referente à ontologia modelada; • owl:priorVersion – é uma tag padrão utilizada para o controle de versões da ontologia; • owl:imports – indica a importação de uma ontologia já existente definida pelo recurso apresentado em seguida. As classes e subclasses OWL são definidas, respectivamente, através dos elementos owl:Class e rdfs:subClassOf. Por exemplo: 1. <owl:Class rdf:ID=”Curso” /> 2. <owl:Class rdf:ID=”Graduação”> 3. <rdf:subClassOf rdf:resource=”#Curso” /> 4. … 5. </owl:Class> Neste código, tem-se a declaração de duas classes: Curso e Graduação. Sendo que, na linha 3, é identificado que Graduação é subclasse de Curso. Através do elemento owl:ObjectProperty define-se as propriedades das classes e subclasses. Utiliza-se, em conjunto com a tag de propriedades, o elemento rdfs:domain para especificar a qual classe a referida propriedade está sendo atribuída. Segue um simples exemplo: 1. <owl:ObjectProperty rdf:ID=”nome” /> 2. <rdfs:domain rdf:reseource=”#Aluno” /> 3. </owl:ObjectProporty> A propriedade duração está sendo declarada na primeira linha (código acima) e identificada que pertence à classe Curso na linha 2. A OWL oferece vários elementos como owl:Restriction, owl:cardinality, owl:minCardinality, owl:maxCardinality, owl:inverseOf, entre diversos outros, os quais permitem determinar, respectivamente, as restrições, cardinalidades, cardinalidade mínima, cardinalidade máxima, relação inversa, de modo a obter uma ontologia mais completa e melhor modelada. 24
  • 25. Camadas Superiores – Assinatura Digital (Signature e Encription), Lógica, Prova e Validação Validação Prova Lógica Assinatura Digital OWL (Ontology Vocabulary) RDF + RDF Schema XML + XML Schema UNICODE URI Figura 7. (do autor) Assinatura Digital (Signature + Encription) Signature: Conjunto de tecnologias desenvolvidas com o intuito de substituir, em ambiente computacional, a função exercida pela assinatura formal de uma pessoa em um suporte físico como papel. Segundo Pfützenreuter (2004), a assinatura digital garante a integridade dos dados e a comprovação da procedência dos recursos; Encryption: Consiste de um processo em que as informações são cifradas de modo que não possam ser interpretadas por qualquer pessoa ou sistema computacional, garantindo assim a confidencialidade das informações. Segundo Nakamura e Geus (2003, p.287), “[...] encryption é o processo de disfarçar a mensagem original, [...], de tal modo que sua substância é escondida em uma mensagem com texto cifrado”. Lógica, Prova e Validação As camadas mais altas da proposta de Web semântica ainda não tomaram corpo. A camada lógica permite a especificação de regras que atuam sobre instâncias e recursos, enquanto a camada de prova as executa, e a de validação avalia se a prova está correta ou não (Koivunen & Miller 2001). Para que estas camadas entrem em operação, as camadas inferiores devem estar bem sedimentadas, o que ainda está acontecendo. Além do mais, sob o ponto de vista ontológico, não é interessante antecipar o uso de ontologias com regras, pois isto pode restringir a sua aplicabilidade. 25
  • 26. CÁPITULO 2. O Comércio Eletrônico no Brasil “Se você pensa que está no controle, você está se enganando. Tão logo começar a ouvir o que as pessoas têm a dizer, você perceberá que não está no controle. E abrir mão do controle lhe trará mais rendimentos e resultados.” Charlene Li 2.1. Estatísticas 5 • No ano de 2010 foram faturados R$ 14,8 bilhões em vendas de bens de consumo no e-commerce brasileiro, o que significou um acréscimo de 40% ante os R$ 10,6 bilhões registrados em 2009. • Em 2010, foram registrados mais de 23 milhões de e-consumidores que fizeram, ao menos, uma compra online até hoje, com 40 milhões de pedidos em todo território nacional. • As datas sazonais (Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal) representaram aproximadamente 30% do bolo total do ano (R$ 4,5 bilhões). • As categorias mais vendidas em 2010 foram Eletrodomésticos (14%), Livros, Assinaturas de Revistas e Jornais (12%), Saúde, beleza e medicamentos (12%), Informática (11%), e Eletrônicos (7%). • O valor médio das compras em 2010 foi de R$ 373. Em 2009, o número fechou em R$ 335, um crescimento, portanto de 11%. • O tíquete médio das compras femininas aumentou de R$ 240 em 2005 para R$ 314 em 2010. No entanto, continua significativamente menor ao tíquete médio dos gastos efetuados pelos homens que foi de R$ 425. • No primeiro semestre de 2011, a estimativa é de um faturamento em torno de R$ 8,8 bilhões. Esse valor é maior do que todo o faturamento do ano de 2008 (R$ 8,2 bilhões). • Somente nos primeiros 6 meses de 2011, 4 milhões de pessoas farão sua primeira compra virtual, somando assim 27 milhões de e-consumidores que fizeram, ao menos, uma compra online até hoje. 5 Fonte: www.webshoppers.com.br/webshoppers/WebShoppers23.pdf 26
  • 27. 2.2. Balanço de 2010 e expectativas para 2011 Mais um ano que se encerra registrando resultados expressivos para o comércio eletrônico brasileiro. Superando a curva de desenvolvimento anual de 25% nos últimos 4 anos, no ano de 2010 foram faturados R$ 14,8 bilhões em vendas de bens de consumo no setor virtual, o que significou um acréscimo nominal de 40% ante os R$ 10,6 bilhões registrados em 2009. A entrada de novos players, a consolidação de grandes grupos de varejo e o aumento da renda do consumidor, influenciou na confiança dos e-consumidores no setor, ajudando a alavancar as cifras. Evolução do faturamento (em bilhões) 16 14 12 10 8 6 4 2 0 2006 2007 2008 2009 2010 Fonte: e-bit Informação (www.ebitempresa.com.br) Os números do e-commerce brasileiro não param de crescer. Em 2010, chegamos a 23 milhões de e-consumidores que fizeram, ao menos, uma compra online até hoje. Esses consumidores, aliás, são responsáveis por outro índice importante no setor: Foram mais de 40 milhões de pedidos no ano. Em 2009, foram 30 milhões de encomendas realizadas via web. O bom rendimento do comércio eletrônico não deve parar em 2011, e seguirá num ritmo acelerado. A expectativa é que, com a maior consolidação do setor, aliada às novas ferramentas que auxiliam os consumidores na hora de realizar uma compra, como as redes sociais, o faturamento do e-commerce brasileiro apresente expansão, ainda que menor ao ano passado. 27
  • 28. A previsão é que o setor fature R$ 20 bilhões nesse ano, um crescimento nominal de 30% em relação ao ano de 2010 (R$ 14,8 bilhões). Se analisarmos somente os seis primeiros meses do ano, a estimativa é de um faturamento em torno de R$ 8,8 bilhões. Esse valor, além de representar cerca de 45% do total de vendas na web em 2011, é maior do que todo o faturamento do ano de 2008 (R$ 8,2 bilhões). Projeção de faturamento para o 1º semestre de 2011(em bilhões) 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 2007 2008 2009 2010 2011 Fonte: e-bit Informação (www.ebitempresa.com.br) Desde o início da bolha do comércio eletrônico, no final da década de 90, o setor vem sofrendo transformações em suas características. Algumas categorias perderam espaço ao longo do tempo e deram lugar a novos segmentos de produtos. Atualmente o comportamento de compras mudou bastante em relação aos “primórdios da internet”, pois com o nível de confiança e maturidade alcançada aliado às lojas tradicionais do varejo vendendo na web, vemos e-consumidores comprando produtos que antes eram considerados mais “difíceis” de serem adquiridos, como roupas e assessórios. A falta de padronização e diversidade de players especializados no setor ainda são uma carência para potencializar as vendas nesta categoria. A cada ano que passa, o comércio eletrônico coleciona mais adeptos. Impulsionados pela imensa quantidade de informação disponível na web, e com a realidade de tirar proveito de redes sociais e opiniões de outros consumidores para a decisão de compra. 28
  • 29. CÁPITULO 3. Aplicação da Web Semântica no Comércio Eletrônico “Precisamos de linguagens para expressar as relações entre os diferentes tipos de dados: uma “web semântica” que permita que todos os dados sejam vistos como uma única grande base de dados. A web semântica será revolucionária para o e-commerce.” Tim Berners-Lee 3.1. As etiquetas RFIDs e a nova cadeia de suprimentos no varejo Imagine que você é dono de um supermercado. Suponha que neste supermercado tenha vários caixas e que quatro deles são destinados a clientes que compram até 10 itens, no intuito de estimular pessoas a entrarem para fazer pequenas compras. Você contrata uma consultoria para avaliar seu negócio e eles dizem que está penalizando seus melhores clientes, que clientes com mais de dois carrinhos devem ser mais valorizados dos que compram pouco, pois são mais lucrativos. Aconselham você a diminuir o número de caixas para poucos itens e a reservar um caixa para clientes com dois carrinhos ou mais. O que você faz? Sua consultoria está pensando em tornar um sistema antigo ligeiramente melhor, mais centrado no cliente, quando novas tecnologias poderiam eliminar os caixas, gerando economia para você e oferecendo ao cliente exatamente o que ele deseja: sair da loja sem precisar passar pelo caixa. Em Tönisvrorst, norte da Alemanha, o Grupo Metro testou sua nova cadeia de suprimentos em uma megaloja de subúrbio que atende, basicamente, aposentados 6. Ao entrar na loja, um funcionário instala um aplicativo de compras em seu celular. Se você não tiver celular pode pegar um emprestado. Utilizando a câmera do celular para scannear o código de barras dos produtos, você terá informações detalhadas, preços e ofertas personalizadas. Ao adicionar o produto ao carrinho, é só informar a quantidade e o celular faz um inventário dos produtos e mostra o total da compra. Também é possível adicionar produtos a uma lista outra lista de compras, para ter já o produto cadastrado e poder comprar de onde estiver. 6 Saiba mais em http://www.future-store.org ou http://info.abril.com.br/corporate/aplicacoes-de-gestao/grupo- alemao-une-bi-ao-rfid.shtml 29
  • 30. Na hora de pagar a conta, posso passar o cartão de crédito/débito diretamente na máquina da loja, acessar minha conta bancária e pagar diretamente pelo celular ou até mesmo pagar com minha impressão digital. Porém, o Grupo Metro está a um passo de melhorar ainda mais este procedimento. Alguns de seus produtos, principalmente perecíveis, possuem etiquetas RFID (Radio-Frequency Identification – identificação por radiofreqüência) que rastreiam produtos individualmente. Todas as carnes e peixes têm essa etiqueta junto com o código de barra e o preço, e são expostos em “refrigeradores inteligentes”. Ao pegar a embalagem, o refrigerador sabe que o item de estoque foi retirado, faz o pedido de reposição e informa ao balconista quais produtos estão com validades vencidas e que devem ser removidos. Quando as etiquetas RFID se tornarem baratas o suficiente, a maioria dos produtos será equipada com elas e os carrinhos terão um scanner RFID que transmitirá a informação diretamente ao seu celular, que monitorará automaticamente os produtos que entram e saem de seu carrinho. Também na Alemanha, na Galeria Kaufhof 7 em Essen, a maioria de seus produtos possuem etiquetas RFID e existem leitores por todo canto. Nos provadores, você pode ter uma amostra virtual sua trajando tudo que quiser, é necessário apenas segurar a roupa na frente da tela. A tela ainda exibe cores, tamanhos e quantidades disponíveis em estoque. Nesta loja os depósitos são conectados e a informação retorna integralmente ao fabricante. A DHL em parceria com a IBM já montaram uma “cadeia fria” 8 para despachar medicamentos que fornece leituras de temperatura em tempo real feitas por etiquetas RFDIs e que podem interromper a remessa no próximo ponto de controle se a temperatura do medicamento estiver fora da faixa. A compra de varejo é só a ponta do iceberg, quando um consumidor pega um produto da prateleira, ele está na verdade puxando toda a cadeia de suprimentos, desde os distribuidores e fabricantes até as empresas que fornecem todas as peças e serviços até a chegada do produto nesta mesma prateleira. As etiquetas RFID podem ser de todos os tamanhos, do porte de um grão de arroz que pode ser injetado sobre a pele, a um adesivo plano do tamanho de um pente de bolso ou um cartão de visita e podem ser coladas sobre qualquer superfície. Você 7 http://www.galeria-kaufhof.de 8 http://bit.ly/jSThpr 30
  • 31. poderá colocar RFIDs em suas jóias, óculos e animais de estimação, configurar seu celular para bipar se sair do clube de tênis sem sua raquete e qualquer dispositivo com recurso GPS poderá informar onde as coisas estão ou estiveram 9. Como varejista, chegará uma época (talvez não muito distante) em que, ou você etiqueta seus produtos ou estará fora do jogo. Se você fabrica tênis de corrida, descobrirá que seu concorrente acabou de começar a colocar etiquetas RFIDs e seus calçados não param nas prateleiras porque os corredores querem inscrever-se nas corridas utilizando o número exclusivo associado a seu tênis e monitorar todos os resultados em um único local. Se vende vinho, seus clientes vão exigi-las para poder monitorar seus estoques em suas adegas. Quando tudo estiver devidamente estruturado, os clientes puxarão os produtos através da cadeia de suprimentos, em vez do contrário. Trata-se, não apenas da tecnologia, mas de mudar a forma como encaramos nossos clientes e seus papéis dentro de nossas empresas. 3.2. Os dados vinculados e o “comércio passivo” Atualmente, gastamos tempo demais procurando informações em locais muito amplos e é praticamente impossível manter-se atualizado sobre o que acontece em virtude do constante tráfego de dados. Na web semântica, os dados não se movem – eles permaneceram em um lugar onde sempre poderemos pegá-los, usá-los ou combiná-los com outras informações. A essência da web semântica é oferecer metadados disponíveis e atualizados que sempre podem ser encontrados. Um bom exemplo desta migração (ou unificação, ou padronização) de dados é o Good Relations10. O Good Relations descreve mais de um milhão de produtos, de várias fontes, incluindo preços. Pode conter um volume fenomenal de informações, bem como estabelecer conexões lógicas e conclusões, encontrar compatibilidades ou conflitos e incluir outras ontologias que surgirem. O objetivo é ter informações profundas sobre milhões de produtos, sendo recurso a ser conectado a qualquer sistema de comércio eletrônico sem limitações. O Good Relations é um projeto 9 Costuma perder seus óculos? Acesse http://www.eyeglassrescue.com/ e encomende um que informa as pessoas como devolvê-los. 10 http://www.heppnetz.de/projects/goodrelations/ 31
  • 32. acadêmico que está começando agora e pretende avançar em vários sistemas de e- commerce. Já é possível usar toda a web como um recurso, um depósito de dados estruturados, como s fosse um grande banco de dados. Chamamos isso de “dados vinculados” 11. Na “web aberta”, todas as informações que entram on-line em formato semânticos para que todos os usuários possam compartilhá-las e utilizá-las de várias maneiras. Os dados permanecem on-line, disponíveis a qualquer pessoa que tenha permissão de acesso. Chamamos isso de cloud computing. O que torna a cloud computing diferente dos datas centers tradicionais é que uma vez on-line, dados e programas de diferentes origens podem ser combinados e reunidos, conforme necessários, e devolvidos a nuvem (cloud) quando o trabalho estiver concluído. A computação é realizada pelos aplicativos on-line, não por um dispositivo móvel ou computador 12. Em cloud computing, como existe um nome exclusivo para algumas coisas, ele aponta para o respectivo local atual. Você pode transferir seus dados para qualquer lugar e apenas atualizar o endereço associado ao nome. Não importa onde estão armazenados os dados, ou se foram transferidos de lugar, desde que tenham um nome exclusivo que nunca mude. Desta forma, dados estruturados saem da web nos padrões atuais para web aberta, formando a base para web semântica. Agora vamos supor que todas as descrições genéricas de um produto estejam na web aberta. Para descrever um produto específico, como um carro, você abriria a descrição genérica e acrescentaria informações como cor, número da placa, data de fabricação, opcionais, quilometragem, condições internas e externas e assim por diante. Felizmente você não precisará fazer isso, seu carro e tudo que você possui virão com uma certidão de nascimento digital. Cada fabricante usará os metadados semânticos para gerenciar toda linha de produção do início ao fim, essas certidões aparecerão on-line como conseqüência do lançamento do produto e os dados permanecerão on-line para sempre, como parte dos dados vinculados do veículo. Cada certidão de nascimento incluirá informações específicas do veículo (série, cor, opcionais, etc.) e links para todas as certidões digitais de cada peça fabricada por um fornecedor externo. Haverá campos para descrição de serviços, quando um 11 Tim Berners-Lee e parceiros criaram um site que possui coletâneas de dados vinculados: http://linkeddata.org/ 12 Veja um bom exemplo de cloud computing em http://www.salesforce.com/br/ 32
  • 33. serviço é executado, a oficina atualiza a certidão automaticamente que irá refletir as condições reais do veículo, incluindo cada abastecimento e quilômetro rodado. A certidão de nascimento permanecerá atualizada por toda a vida do produto. A certidão de uma câmera dirá quantas fotos foram tiradas. Se você acabou de tomar uma garrafa de vinho, pode inserir todas as informações sobre sabor, com quem degustou a bebida, aonde, etc. depois os metadados irão para o cemitério de garrafas em sua adega on-line para que haja um histórico completo da cada garrafa consumida. Se estiver em seu escritório, poderá estar cercado de paredes nas quais são projetadas cenas do pôr do sol, uma praia agradável, ou um feed de um jogo ao vivo de seu time favorito em uma parede e sua rua favorita de Paris na outra. Seu escritório será um ambiente repleto de feeds de dados ao vivo, mapas, gráficos, informações estratégicas, atualizações táticas, ambientes de trabalho colaborativos, materiais de referência e qualquer outra coisa disponível em seu armário de dados on-line. No futuro semântico, a informação viverá on-line a espera de ser acessada por sua teia de dispositivos. Sua música ou canal de notícias preferido entrará no ar assim que você entrar no carro que acabou de alugar, pois, ao abrir a porta do veículo, você acessou seu armário de dados pessoais, e esse automóvel (incluindo os ajustes de assento e espelho) estará ligado a sua ontologia pessoal. Em vez de ter informações em arquivos eletrônicos ou computadores desktops, você terá tudo on-line em seu armário de dados pessoais. Quando você acessa um dos serviços do Google, Yahoo ou Wordpress desde que você continue utilizando o mesmo browser estará, automaticamente, conectado aos demais serviços que eles oferecem. Essa é a idéia por trás do OpenID13. O OpenID resolve o problema de muitos logins e senhas, possibilitando manter uma senha para abrir todos os silos na web. Seu armário de dados pessoais provavelmente será a base principal de seu OpenID. É só acessar que estará conectado em qualquer lugar, desta forma você não precisará mais preencher inúmeros formulários cada vez que entrar em um site, os sites receberão suas credenciais de identificação mediante sua permissão e autenticação. Dessa forma, você armazenará suas informações particulares de 13 Mais de 50 mil sites já concordaram em oferecer o serviço de OpenID, veja mais em http://openid.net/ 33
  • 34. forma segura e poderá fornecer apenas as informações necessárias caso queira realizar transações. Seu armário de dados pessoais incluirá uma seção sobre seu inventário pessoal. Tudo de valor que você possui terá um link de prioridade que levará a respectiva certidão de nascimento em algum lugar da web semântica. Se algum de seus bens pessoais não possuir certidão de nascimento digital on-line, você terá que criá-la partindo da descrição genérica encontrada no site da empresa e acrescentando detalhes específicos do produto, como: data e hora da compra, comprado de quem, condições quando comprado, histórico das condições (troca de pulseira, fecho, consertos, etc.), características especiais, fotos, etc. Se algum dia você vender esse bem, os metadados serão transferidos ao novo proprietário que não precisará se preocupar mais em alimentar essa descrição. Isso se aplicará a tudo que possui. Qualquer coisa de valor vai para a seção “bens” do seu armário de dados pessoais on-line. O valor atual de todos seus bens é incluído em seu balanço pessoal e atualizado constantemente. Se sua casa for destruída por um incêndio, todos seus documentos originais, fotos, contratos, registros e uma lista de todos seus bens continuarão intactos on-line, seu valor de reposição é calculado automaticamente para entrar com um processo de indenização de seguro. Agora, imagine que seu um armário de dados já possui a descrição padrão de todos seus bens, de forma que os mecanismos de busca poderão ver e entender. Suponha que um de seus bens seja um carro antigo, que você reformou e equipou de acordo com suas preferências pessoais. Uma ferramenta de preços pesquisa as vendas recentes e diz que o valor de mercado de seu carro é de, digamos, $50 mil. Contudo, você não deseja vendê-lo, então preenche o campo “valor de venda” na certidão de nascimento digital do veículo com o valor de $200 ou $500 mil, pois, se alguém estiver disposto a pagar esse valor você fechará negócio. A esse valor, provavelmente você não receberá nenhuma proposta, porém colecionadores poderão acrescentar o veículo em suas listas de desejos se quiserem. Você também poderá incluir um “valor de aluguel” se tiver essa intenção. Um dia, por algum motivo, você decide vender esse veículo, então você baixa o “preço de venda” para $100 mil. Seu carro começará a aparecer no radar de outros colecionadores e você passará a receber algumas perguntas em sua caixa de entrada. Baixe ainda mais o preço e passe a receber propostas mais rapidamente. 34
  • 35. Quando seu carro for vendido, os metadados irão para o novo proprietário, seu nome permanecerá no histórico de propriedade e você deixará de receber ofertas imediatamente. O armário de dados será seu centro de comandos e controle, de onde você receberá e oferecerá ofertas do mondo todo em um único “painel de controle”, sem precisar navegar em site algum. A web aberta será o mercado, os armários de dados representarão a oferta e a demanda, os mecanismos de busca farão o trabalho e as listagens serão gratuitas. Seu armário de dados pessoais guardará sua ontologia pessoal. Ela o ajudará a encontrar programas e filmes, conhecer vinhos, achar promoções e ofertas, planejar viagens, eventos, restaurantes, etc. Vincule sua ontologia pessoal às suas atividades diárias e transformará seu armário de dados em um assistente virtual “inteligente”, que aprenderá ao longo de seu cotidiano. Pense em todos os rastros informativos e transacionais semânticos que você deixa para trás a cada dia, sua ontologia reunirá todos os dados sobre sua vida e aprenderá se adicionar detalhes, como foi bom o show, ou a comida do restaurante. Conforme você responde e-mails, exclui spams, vê fotos, adiciona produtos em sua lista de desejos, ouve músicas, sua ontologia estará sempre atenta, funcionando como seu assistente pessoal pronta para lhe servir. Um convite para um jantar poderá indicar seu perfil de saúde, alertando que você é alérgico a mariscos, e os funcionários saberão onde você está sentado (se você autorizar). Uma reserva de hotel poderá conter informações como preferências de temperatura, minibar, mídia, etc. Seu body scan (escaneamento corporal) também fará parte de seu armário de dados pessoal, então não haverá mais necessidade de ir a lojas, basta enviar sua ontologia pessoal para experimentar roupas, criar móveis adaptados a seu peso e altura ou encomendar um aparelho ortopédico. Procurando emprego? Quando os currículos estiverem em formato único 14 e os vocabulários semânticos estiverem em operação, você adicionará seu currículo uma única vez ao armário de dados on-line. Para procurar emprego, basta indicar que você está mais interessado em encontrar emprego hoje do que ontem, sua ontologia pessoal fará a filtragem dos convites para entrevista de acordo com suas 14 O primeiro currículo universal é o microformato hResume, atualmente adotado pelo LinkedIn, saiba mais em http://microformats.org/wiki/hresume. 35
  • 36. prioridades. Seu currículo será um documento vivo, semântico e será atualizado automaticamente quando você entrar na faculdade, aceitar um emprego ou como resultado de suas notas ou desempenho no trabalho. 3.3. A pesquisa e o marketing na Web Semântica As pessoas gastam muito tempo tentando encontrar a forma correta de expressar o que estão procurando 15. Estima-se que, em média, um terço das pesquisas não resulta em um único clique. Se uma pessoa faz três pesquisas, utilizando três palavras-chaves diferentes até encontrar o que está procurando, é provável que 90% das pesquisas não atinjam o desejo inicial do usuário. Isso é ótimo para os mecanismos de busca, pois eles não ganham dinheiro quando você não encontra o que está procurando, mas clica no link logo acima ou ao lado em algo que lhe interessa. Os mecanismos de busca baseados em chave de pesquisas podem ter contido as informações que você busca em determinado momento, ter palavras-chaves semelhantes, não ter nada de interessante ou ter a resposta exata que estava buscando. Cabe a você acessar as páginas exibidas e decidir por conta própria. Algumas pessoas perceberam a necessidade de unidades básicas de informações simples e reutilizáveis e deram início a um movimento de base para criá-las e administrá-las, os microformatos 16. Os microformatos forma “projetados para os seres humanos em primeira instância e para as máquinas em segunda”, o que significa que eles podem ser gerados e lidos com facilidade como os primeiros sites da web. Seu objetivo é expandir a web com pacotes leves de dados semânticos à medida que sua necessidade é percebida. A grande diferença entre a pesquisa estruturada e a pesquisa semântica é que a pesquisa semântica funciona com muito mais freqüência. Em lugar da adivinhação dos mecanismos de busca, as pessoas com as informações colocam-nas em um formato padrão e as disponibilizam on-line. As linhas aéreas, por exemplo, vão começar a publicar rotas e horários programados em um formato que todos os mecanismos de buscas possam entender e, ao mesmo tempo, exibir as informações 15 Curiosidade: o Google detectou que as pessoas chegam a soletrar “Britney Spears” em mais de 500 formas diferentes: http://www.google.com/jobs/britney.html. 16 Saiba mais em http://microformats.org/ 36
  • 37. legíveis por seres humanos em seus próprios sites. Um restaurante pode publicar seu menu em seu próprio site em microformato e todos os mecanismos de pedidos de restaurante virão consultá-lo. A unidade básica de uma pesquisa semântica é uma consulta – uma pergunta que um mecanismo de busca pode entender sem ter que adivinhar. Quando nossos armários de dados fizerem as perguntas por nós e filtrarem as respostas de acordo com nossas ontologias pessoais, a pesquisa do futuro, na verdade, será desnecessária. O marketing no mundo semântico por sua vez, representará definitivamente a mudança de poder, onde os serviços serão finalmente centrados no cliente e em suas necessidades, desejos e vontades. Teremos que entender à necessidades dos clientes em tempo real, em vez de tentar fazê-los engolir os produtos que temos em mãos. A propaganda continuará fazendo parte da experiência de busca e influenciando nos resultados da pesquisa, mas quando se tornarem mais semânticas, as pessoas começarão a aplicar suas ontologias pessoais às suas pesquisas e os consumidores passarão a buscar propagandas que considerem úteis, que amplie suas experiências, dando aos publicitários, em troca, acesso a suas vontades, desejos, necessidades e experiências. Através do meu armário de dados pessoal poderei avaliar as propagandas (se eu gostar você ficará sabendo, se não gostar idem). Em determinado momento, estarei atrás de alguma coisa, a propaganda poderá ajudar- me a encontrar o que procuro, poderá (se eu autorizar) consultar minha agenda, conhecer meu passado, minhas experiências, o que tive e o que fiz. Ganhar minha confiança, fazer a diferença, minha ontologia pode informar o que gosto e como gosto que seja feito. Vejamos mais um exemplo: suponha que você esteja trabalhando até tarde com sua equipe e você interaja com seu armário de dados através de qualquer dispositivo disponível (celular, fone de ouvido, display...) e digite apenas uma palavra: comida. Seu armário de dados responderá: jantar para quatro? Ou seja, seu armário de dados sabe quem está na sala. Ele tem acesso aos armários de dados de seus colegas de trabalho (lembrando que sempre deverá haver autorizações prévias). Sabe o tipo de comida que vocês gostam, além de aversões, alergias ou outros requisitos. Sabe que vocês ainda estão no trabalho, que horas são e que vocês comeram comida chinesa na noite passada. Ele consegue enxergar todo um mundo 37
  • 38. de fornecedores locais, com resenhas semânticas e descrições de produtos. Após 30 minutos, três tipos de pizzas diferentes que todos na sala apreciam (acompanhada de três refrigerantes normais e um diet) serão entregues na porta de seu trabalho e o entregador já recebeu a gorjeta. Se a pizza agradar, você informa seu armário de dados que ele fez uma boa escolha. Caso contrário, especifique o que não gostou que, da próxima vez, ele escolherá melhor. Onde fica o fornecedor nesse cenário? Onde está a mensagem publicitária? Os logotipos e slogans? Onde fica a fidelidade a marca? Para ser relevante, você tem que estar na arena e esta será, cada vez mais, a arena do desempenho. Em breve todos os dados do consumidor pertencerão ao próprio consumidor. Seja uma ontologia pessoal de gostos e preferências, um body scan, um prontuário médico, um registro de compra e venda de ações, um histórico de compras, os clientes irão coletar suas próprias informações e virar a mesa junto com os comerciantes. A mudança de poder decorrente da web semântica colocará os clientes no comando. Permanecer relevante será uma enorme prioridade para os comerciantes rumo à economia do desempenho. Para ser encontrável, ou somente se manter no jogo, será necessário tornar semântica todas suas descrições. Mas para ser relevante, você terá que fazer uma grande diferença na vida das pessoas. 38
  • 39. CONSIDERAÇÕES FINAIS “Faça o que eu digo. Encontre o que eu preciso. Saiba o que eu sei”. Mills Davis Desde maio de 2009, a cidade de Vancouver no Canadá aprovou uma moção que lhe proporcionou a agenda de dados públicos mais aberta e progressiva do que qualquer outra cidade do mundo 17. Dentre as sanções destacam-se os princípios: • Dados abertos e acessíveis. A cidade de Vancouver compartilhará livremente com os cidadãos, empresas e outras jurisdições o maior volume de dados possível, respeitando a privacidade e a segurança. • Padrões abertos. A cidade de Vancouver avançará o mais rapidamente possível na adoção dos principais padrões abertos em vigor para dados, documentos, mapas e outros formatos de mídia. • Softwares de código aberto. Quando substituir um software ou analisar novos aplicativos, a cidade de Vancouver colocará os softwares de código aberto em condições de igualdade com os sistemas comerciais durante os ciclos de aquisições. Vancouver passou a contar com um plano estratégico para melhor integração de dados e para web semântica. A cidade pode não ter usado as palavras “web semântica”, mas está no caminho para economia de desempenho. Dentre as informações levantadas nesse estudo, um princípio básico surge das tendências apresentadas: um movimento de estruturas hierárquicas ou de controle central para autonomia maior. Seja através de uma ontologia pessoal ou por equipes corporativas dedicadas a alcançar um objetivo em comum, o fato é que um número cada vez maior de indivíduos ganhará mais autonomia. E isso ocorrerá graças aos nossos dispositivos e armários de dados, que terão as informações disponíveis e poderão interpretá-las graças à web semântica. Veremos o florescimento das redes mesh 18 e dos mapas de dados para atender às novas demandas. Cada empresa, das grandes corporações às empresas individuais, utilizará o mesmo software, com os dados baseados na nuvem (cloud). 17 No mês de maio deste ano (2011) aconteceu em Brasília (DF) o IV Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico (Consegi) que contou com a presença de David Eaves, conselheiro da prefeitura de Vancouver e ativista da política de Dados Abertos. Saiba mais em http://blog.consegi.gov.br/. Ou veja o documento direto na fonte: http://vancouver.ca/ctyclerk/cclerk/20090519/documents/motionb2.pdf 39
  • 40. O próximo passo provavelmente não será uma pequena evolução, nem tampouco uma explosão de atividades semânticas. Vários varejistas já exigem etiquetas RFID no nível de paletes. O comércio passivo e a personalização em massa ainda devem demorar alguns anos. Os microformatos já são populares para currículos e há centenas de milhões de OpenID em uso. Repositórios centrais e dados vinculados já oferecem suporte a vários setores. Estamos começando a conversar sobre desempenho, resultados e sobre a agilidade em uma nova escala. Em nossas vidas e no mundo tudo está ligado a tudo. Em nossos dados e no mundo on-line estamos prestes a alcançar essa realidade. Usando informações de forma inteligente, temos uma chance de usar os recursos de modo mais eficiente e de sermos mais generosos com o planeta. “A capacidade de uma organização aprender a traduzir rapidamente esse aprendizado em ação é a vantagem competitiva definitiva.” Jack Welch 18 Veja um exemplo atual de utilização de rede mesh em http://bit.ly/jK7nYc. 40
  • 41. REFERÊNCIAS ALVES, A. EAD: planejar de olho no sujeito social, 2008. Disponível em: http://bit.ly/iFI0G5. Acesso em: 5 maio 2009. BAX, Marcello. Metadados e Ontologias: Evolução da Web Impactos sobre a gestão do conhecimento e o comércio eletrônico. Acessado em 10/03/2001. Disponível em http://bit.ly/jR7KKV. BERNERS-LEE, Tim J. Hendler, O. Lassila. The Semantic Web. Scientific American. http://bit.ly/lH6idt. BRÄSCHER, Marisa. Web Semântica. Acessado em 10/03/2011. Disponível em http://bit.ly/mhVVxf. CARVALHO, Marcio Lotufo Brant de. Web Semântica e Semiótica: Ontologias e Aplicação a Permacultura. Marília, 2005. CANTELE, Regina Claudia. Construindo Ontologias a partir de recursos existentes: Uma prova de conceito no domínio da educação. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2009. CLARK, D. 1999. Mad cows, metathesauri, and meaning. IEEE Intelligent Systems. Jan/Fev 99, USA. DZIEKANIAK, Gisele Vasconcelos e Kirinus, Josiane Boeira. Web Semântica. Enc. Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf., Florianópolis, n.18, 2º sem. 2004. FENSEL, D., Harmelen, F., Horrocks, I., McGuinness, D., Patel-Schneider, P. 2001. OIL: an ontology infrastructure for the semantic Web. IEEE Intelligent Systems, Mar/Apr, pp. 38-45. EUA. FERRACIOLI, Fabrício. Web Semântica no Domínio de Informática Aplicada à Saúde. Universidade Estadual de Londrina. Londrina, 2008. FILHO, Fernando Wagner. Lóscio, Bernadette Farias. Web Semântica – Tecnologias e Conceitos. Acessado em 10/03/2011. Disponível em http://bit.ly/koXFe2. FREITAS, Frederico Luiz Gonçalves. Ontologias e a Web Semântica. Acessado em 10/03/2011. Disponível em http://bit.ly/l1J28W . FURTADO, Miguel Benedito Jr. XML - Extensible Markup Language. Acessado em 20 de março de 2011. Disponível em http://bit.ly/atUyl3 . 41
  • 42. GONÇALVES, V. M. B. A web semântica no contexto educativo. Tese (Doutorado). Universidade do Porto, 2007. Disponível em: http://bit.ly/mJtFno. Acesso em: 23 out. 2009. GRUBER, Thomas R.; 1995. Towards Principles for the Design of Ontologies Used for Knowledge Sharing. International Journal of Human and Computer Studies, 43(5/6): 907-928. HEWITT, C.; Viewing Control Structures as Patterns of Passing Messages; MIT; dezembro de 1976; Disponível em http://bit.ly/mScD5i; Acesso em: maio de 2007. IANELLA, R., Waugh, A. Metadata: Enabling the internet. http://bit.ly/iooppJ ILARI, Rodolfo e Geraldi, João Wanderley. Semântica. 11ª Ed. Ática, 2006 (Princípios; 8). KARP, P., Chaudri, V., Thomere, J. 1999. XOL: an XML-based ontology exchange language. Version 0.4. www.ai.sri.com/~pkarp/xol KLEIN, M. 2001. XML, RDF and relatives. IEEE Intelligent Systems Mar/Apr, pp 26-28. EUA. KOIVUNEN, M.R.; MILLER, E.; W3C Semantic Web Activity; 2001; Disponível em http://bit.ly/8GI6KU ; Acesso em: maio de 2007; LAGO, B.; CACHEIRO, M. L. La web semántica en educación, s/d Disponível em: http://bit.ly/l94BzM . Acesso em: 7 ago. 2009. LÓSCIO, B. F. Web semântica. Disponível em: http://slidesha.re/jpVPZm. Acesso em: 23 out. 2009. LUKE, Sean; Spector, Lee; Rager, David. 1996. Ontology-Based Knowledge Discovery on the World-Wide Web. Proceedings of the Workshop on Internet- based Information Systems, AAAI-96 (Portland, Oregon). USA. MOURA, Ana Maria de C. Introdução à Web Semântica. PRODERJ - RJ, 2004. TODESCO, José L. Gauthier, Fernando A. O. Rautenberg, Sadro. Maffioletti, Fernanda. Laboratório de Engenharia do Conhecimento: desenvolvendo ontologias para a Gestão do Conhecimento. Acessado em 10/03/2011. Disponível em http://bit.ly/kBcj2o. NAKAMURA, E. T.; Geus, P. L. Segurança de Redesbem ambientes corporativos. São Paulo: Futura, 2003. NWANA, H.; Software Agents: Na Overview; U.K.; 1996; Disponível em: http://bit.ly/5hfasY; Acesso em: maio de 2007; 42
  • 43. OLIVEIRA, Adicinéia Aparecida de. Integração Corporativa O Alicerce para a Competitividade na Web Semântica. Acessado em 10/03/2011. Disponível em http://bit.ly/k0HlDV. OLIVEIRA, Rosa Maria Vivona Bertolini. Web Semântica: Novo desafio para os profissionais da informação. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Campinas, 2002. PFÜTZENREUTER, E. Aplicabilidade e desempenho do protocolo de transporte SCTP. 2004. 119 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. PICKLER, Maria Elisa Valentim. Web Semântica: ontologias como ferramentas de representação do conhecimento. Universidade Estadual de Londrina, 2007. POLLOCK, Jeffrey T. Web Semântica para Leigos. Alta Books, 2010 PRIMO, A.; Smaniotto, A. Comunidades de blogs e espaços conversacionais. In: Revista de Ciências da Informação e da Comunicação do CETAC, n. 3, out., 2006. Sinergia, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 129-135, jul./dez. 2010 135. Disponível em: http://bit.ly/lozWON. Acesso em: 5 maio 2009. RAMALHO, Rogério Aparecido Sá. Web Semântica: aspectos interdisciplinares da gestão de recursos informacionais no âmbito da Ciência da Informação. UNESP, Campus de Marília, 2006. REIG, D. Entrevista web semántica – 3.0 para la revista Computing, 2009. Disponível em: http://bit.ly/l2vp7M. Acesso em: 1º out. 2009. ROCHA, Rafael Port da. Metadados, Web Semântica, Categorização Automática: combinando esforços humanos e computacionais para a descoberta e uso dos recursos da web. Em Questão, Porto Alegre, v. 10, n. 1, p. 109-121, jan./jun. 2004. SCHNEIDER, Leonardo Luiz Sarmento e Silva, Luiz Fernando Gomes da. Um Ambiente para Geração Automática de Aplicações Web. Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro, Dezembro de 2007. SIEGEL, David. Pull: A Força da Web Semântica: O Futuro da Internet e o Impacto em seus Negócios. Elsevier, 2010 SILVA, A.; DELGADO, J; Agentes de Software: Conceitos e Tecnologias; Lisboa; dezembro de 1999; Disponível em: http://bit.ly/mI4Akb. Acesso em: maio de 2007. SILVA, José Mauro da. Web Semântica: Fundamentos, Tecnologias e Aplicações. Acessado em 10/03/2011. Disponível em http://bit.ly/m83JhI. 43
  • 44. SILVA, Siony da. Reflexões sobre web 1.0, web 2.0 e web semântica. Sinergia, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 129-135, jul./dez. 2010. STUDER, R., Benjamins, R., Fensel, D. 1998. Knowledge Engineering: Principles and Methods. Data and Knowledge Engineering. 25(1998):161-197. The Unicode Standard: A Technical Introduction (em inglês). Página oficial do Unicode: http://bit.ly/jqLolE (18 de julho de 2007). Página visitada em 20 de março de 2011. URIs, URLs e URNs: Explicações e Recomendações, W3C Nota 21 de setembro de 2001, disponível em http://www.w3.org/TR/uri-clarification/. Acessado em 20 de março de 2011. VAN der Vilt, E. 2000. XML Linking Technologies. http://oreil.ly/m2ktf5 . W3C Note; DAML+OIL (March 2001) Reference Description; dezembro de 2001; Disponível em http://www.w3.org/TR/daml+oil-reference; Acesso em: agosto de 2007; W3C Note; A Model-Theoric Semantics for DAML+OIL (March 2001); dezembro de 2001; Disponível em: http://www.w3.org/TR/daml+oil-model; Acesso em: agosto de 2007; W3C Note; Annotated DAML+OIL Ontology Markup; dezembro de 2001; Disponível em: http://www.w3.org/TR/daml+oil-walkthru/ ; Acesso em: agosto de 2007; W3C Recomendation; OWL Web Ontology Language Semantics and Abstract Syntax; fevereiro de 2004; Disponível em http://www.w3.org/TR/owl-absyn/ ; Acesso em: maio de 2007; W3C World Wide Web. Acessado em 10/03/2011. Postal disponível em www.w3c.org. WPRKSHOP Rede IP do Futuro. O W3C e Web Semântica. CPqD, abril 2009. Dias, Tatiane D,. Web Semântica: Fundamentos e Tecnologias. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2001. 44