O documento discute o conceito de habitus de Bourdieu, definido como um sistema de disposições duradouras e transferíveis que estruturam nossas práticas e representações. Explica que o sistema educacional não reproduz estritamente as classes sociais, mas promove a internalização do habitus da classe dominante e legitima a exclusão dos não privilegiados.

1. HABITUS
Bourdieu (1975) afirma que o habitus consiste em um sistema de disposições
duradouras e transferíveis, estruturadas e predispostas a funcionar como
estruturantes, ou seja, como princípios geradores e organizadores de práticas e de
representações.
HABITUS – Internalização de valores e princípios que acabam por constituir nosso
estilo de vida, nossa visão de mundo.

2. HABITUS
Para Bourdieu, o sistema educacional não reproduz estritamente a configuração de
classes, mas consegue, impondo o habitus da classe dominante, cooptar membros
isolados das classes.
Além de promover aqueles que, dentro dos padrões e
mecanismos impostos, se mostram aptos a participarem
dos privilégios e do uso do poder, o sistema educacional
legitima a exclusão dos não privilegiados, convencendo-os
a cederem a dominação
De modo geral a exclusão é imputada à falta de
habilidades e capacidades, ao mau desempenho e outros.

3. HABITUS
• Promove a diminuição do peso do fator econômico em relação ao cultural na
explicação das desigualdades escolares
• Ressalta que o sistema escolar não reproduz diretamente a economia familiar
A educação reproduz as relações entre a reprodução social e a cultural
contribuindo, o sistema educativo, à reprodução da estrutura das relações de
poder e das relações simbólicas entre as classes que participam da reprodução da
estrutura da distribuição do capital cultural entre as classes.