1. O episódio naturalista da Tempestade, no canto VI, faz parte da narração e insere-se no plano
da viagem e dos deuses.
Enquanto o Consílio dos Deuses do Mar se realizava, os marinheiros portugueses continuavam,
a sua viagem, contando histórias a bordo. É nesse momento que os navegadores são
surpreendidos pela Tempestade, onde se cruzam dois planos narrativos: da viagem e dos
deuses.
Este episódio divide-se em partes: a primeira diz respeito à tempestade e agitação a bordo nas
naus; a segunda refere-se à súplica de Vasco da Gama à divina guarda; e finalmente a terceira
parte refere-se à intervenção de Vénus.
O responsável pela tempestade foi Baco, que não queria que os portugueses chegassem à
Índia. A tempestade provocou efeitos terríveis, ela fez com que as naus ficassem muito
estragadas, o que provocou uma grande aflição aos portugueses.
Este foi o último dos perigos que os portugueses tiveram de passar antes de cumprir a missão,
a chegada à Índia. Vénus apercebe-se do perigoso em que os portugueses se encontram, e
manda as ninfas amorosas abrandar a força e ira dos ventos, acalmando assim a tempestade.
O episódio termina com a oração de agradecimento de Vasco da Gama e com uma reflexão do
poeta sobre o verdadeiro valor da glória.