O documento apresenta uma correção de um teste sumativo de Português do 12o ano. A correção inclui três sequências com perguntas e respostas sobre poemas de Fernando Pessoa, analisando temas como a infância, angústia existencial e diálogo. Fornece também as cotações dos grupos de perguntas.

1. Outras Expressões – Português – 12.º ano
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Correção do teste sumativo de Português
12.º ano
Sequência 1 – Fernando Pessoa
Grupo I
A
1. O sujeito poético perceciona a infância como um tempo de ignorância, em que
se toma por verdade o que se sente (“não o sentia”, v. 3, “E quando se sente
tristeza / Está tristeza”, vv. 7-8) e não se concebem construções abstratas como
a ideia de tempo (“Naquela idade o tempo não existe”, v. 4) ou as reflexões e
análises pessoais subjetivas (“não se está triste”, v. 8). Sugere, também, que é
um período marcado pela simplicidade e pela rotina (“Cada dia é a mesmamesa
/ Com o mesmo quintal ao fundo”, vv. 5-6).
2. No dístico com que termina o poema, o sujeito poético, dirigindo-se ao
“Tempo” apostrofado no verso 18, sugere-lhe que, ainda que seja impossível
suster o seu “frio curso” (v. 20), ele é “inútil” (v. 20), pois a sua “visão” (v. 17), a
sua capacidadede recuperar pela memória o passado (v. 21), com a recordação
de momentos como os descritos no poema, permite-lhe atingir momentos de
“felicidade” (v. 19). Assim, como alguém que “das lembranças se acarinha” (v.
21), num tempo em que o seu “coração anda esquecido” (v. 16), o “eu” recusa
ceder ao esquecimento da época em que ainda era “feliz” (v. 18).
3. O título pode remeter para um dos locais associados ao “quadro onde o feliz”
(v. 18) era o sujeito poético na infância e que o mesmo descreve nas quatro
primeiras estrofes.
B
4. O soneto desenvolve a temática da angústia existencial, explorada a partir do
confronto do sujeito poético com as suas “memórias melhoresde outra idade” (v.
2), associadas à felicidade e à serenidade (v. 11). Para tornar mais intensa a
diferença entre o tempo para que remetem essas lembranças e a vida mais
recente do “eu”, as memórias surgem personificadas, tornando-se suas
interlocutoras e assumindo, com sofrimento (vv. 9-13), a inutilidade da vida.
5. A partir da segunda estrofe, o sujeito poético dialoga com as “memórias
melhores de outra idade” (v. 2). Esse diálogo surge marcado pelo uso de

2. Outras Expressões – Português – 12.º ano
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travessão, que marca o início das falas (“– No mundo imenso e estreito / Valia a
pena, acaso, em ansiedade / Ter nascido?”, vv. 5-7; “– Não, não valia a pena!”,
v. 14), e do vocativo que identifica o interlocutor (“Pobres memórias que eu ao
seio estreito...”, v. 8). Também o uso do imperativo (“dizei-mo”, v. 7) e a presença
de verbos introdutores do discurso direto (“disse-lhes”, v. 5; “respondeu”, v. 14)
se associam ao diálogo.
Grupo II
1. (B).
2. (D).
3. (A).
4. (B).
5. (C).
6. (D).
7. (B).
8. “falar sozinho, numa conversa a várias vozes.” (ll. 1-2).
9. Dêixis pessoal.
10. Modificador do nome restritivo.
Cotações
Grupo Item
Cotação (em pontos)
I
1. a 5.
5 x 20 pontos 100
II
1. a 10.
10 x 5 pontos 50
III
Item único
50
TOTAL 200