O documento discute o cânon do Novo Testamento, incluindo a inspiração e inerrância das Escrituras, as teorias sobre a inspiração, e os critérios para determinar quais livros fazem parte do cânon.
3. 1) A INSPIRAÇÃO DO
NOVO TESTAMENTO E
SUAS IMPLICAÇÕES:
INERRÂNCIA E
SUFICIÊNCIA
4. “TODA A ESCRITURA É
DIVINAMENTE INSPIRADA E
PROVEITOSA PARA ENSINAR,
REPREENDER, CORRIGIR E
INSTRUIR EM JUSTIÇA A FIM
DE QUE O HOMEM DE DEUS
TENHA CAPACIDADE E PLENO
PREPARO PARA TODA BOA
OBRA” (2 TIMÓTEO 3:16-17)
5. “OS PRESBÍTEROS QUE
GOVERNAM BEM DEVEM SER
DIGNOS DE HONRA EM DOBRO,
PRINCIPALMENTE OS QUE
TRABALHAM NA PREGAÇÃO E
ENSINO. PORQUE A ESCRITURA
DIZ: NÃO AMARRES A BOCA DO
BOI QUANDO ELE ESTIVER
DEBULHANDO; E: O
TRABALHADOR É DIGNO DO SEU
SALÁRIO” (1 TIMÓTEO 5:17-18).
6. PORQUE A ESCRITURA DIZ: NÃO
AMARRES A BOCA DO BOI QUANDO
ELE ESTIVER DEBULHANDO; E: O
TRABALHADOR É DIGNO DO SEU
SALÁRIO” (1 TIMÓTEO 5:17-18).
“Não amordaçarás a boca do boi quando
ele estiver debulhando” (Dt 25:4).
“Ficai nessa casa, comendo e bebendo
do que tiverem; pois o trabalhador é
digno do seu salário. Não andeis de
casa em casa” (Lc 10:7).
7. Os Tessalonicenses consideravam
os Escritos de Paulo como
inspirados por Deus (Palavra de
Deus):
“Por isso, nós também não
deixamos de agradecer a Deus,
pois quando ouvistes de nós a sua
Palavra, não a recebestes como
palavra de homens, mas como a
palavra de Deus, como de fato é, a
qual também atua em vós, os que
credes” (1 Ts 2:13).
8. Desobedecer às ordens apostólicas
poderia incorrer em ser expulso da Igreja
ou receber prejuízos espirituais:
“A esses, ordenamos e exortamos por
nosso Senhor Jesus Cristo que,
trabalhando em paz, consigam o próprio
pão. E vós, irmãos, não vos canseis de
fazer o bem. Se alguém desobedecer às
nossas instruções nesta carta, observai-o
atentamente e não tenhais contato com ele,
a fim de que se envergonhe; todavia, não o
considereis inimigo; pelo contrário, corrigi-
o como irmão” (2 Ts 3:12-15).
9. “Já disse isso quando estava
presente da segunda vez, e
estando agora ausente, volto a
dizer aos que anteriormente
pecaram e a todos os demais
que, quando voltar, eu não os
pouparei, visto que exigis uma
prova de que Cristo fala por meu
intermédio. E ele não é fraco para
convosco, antes é poderoso
entre vós” (2 Co 13:2-3).
10. Teorias da
Inspiração
das
Escrituras
1) Teoria da Inspiração
mecânica ou ditada
Esta teoria diz que os
escritores bíblicos receberam o
conteúdo das Escrituras por
ditado divino.
Se isso tivesse acontecido
teríamos apenas um estilo
literário nas Escrituras?
11. Teorias da
Inspiração
das
Escrituras
2) Teoria da Inspiração por
Iluminação
Afirma que a Inspiração
consiste apenas numa
intensificação da ação do
Espírito Santo, gerando maior
percepção espiritual nos
escritores bíblicos.
E se eles não tivessem boa
percepção?
12. Teorias da
Inspiração
das
Escrituras
3) Teoria da Inspiração por
Intuição
De acordo com esta teoria, a
inspiração bíblica aconteceu pelo
mesmo processo no qual os
artistas seculares (escritores,
inventores, músicos, entre outros)
também foram inspirados.
O sermão do pastor pode ser uma
palavra inspirada?
13. Teorias da
Inspiração
das
Escrituras
4) Teoria da Inspiração parcial
ou fracional
A ideia dos que defendem este
ponto de vista é que os autores
bíblicos receberam a
inspiração de maneira parcial.
Será que na prática nós não
somos teólogos liberais?
14. Teorias da
Inspiração
das
Escrituras
5) Teoria da Inspiração mental
Acredita-se que as ideias dos
autores humanos da Bíblia
foram inspiradas, mas não as
palavras.
Será que Deus faria o “serviço”
pela metade?
15. Teorias da
Inspiração
das
Escrituras
6) Teoria da Inspiração plenária e
verbal
É chamada plenária porque se
refere a todas as partes da Bíblia,
verbal porque alcança as
próprias palavras com que as
Escrituras foram escritas no
manuscrito original (Richard
Sturz).
Você concorda com esta teoria?
16. Inerrância
Bíblica
“A inerrância é o ponto de vista
de que, a Bíblia, nos seus
autógrafos originais e
corretamente interpretada, é
inteiramente verdadeira, e
nunca falsa, em tudo quanto
afirma, quer no tocante à
doutrina e à ética, quer no
tocante às ciências físicas ou
biológicas (Paul Feinberg).
17. Inerrância
Bíblica
Por inerrância das Escrituras
entende-se que as escrituras
nos manuscritos originais não
afirmam nada contrário aos
fatos [...] A definição em termos
simples significa que a Bíblia
sempre diz a verdade a respeito
de todas as coisas (Wayne
Grudem).
18. Inerrância
Bíblica
“Mas declaro-te que, segundo o
caminho, a que chamam de
seita, sirvo o Deus de nossos
pais e creio em tudo o que está
escrito na Lei e nos Profetas”
(Atos 24:14).
20. Inerrância
Bíblica
A história da Criação;
Adão e Eva;
Arca de Noé;
Sodoma e Gomorra;
Anjos;
Jonas e o peixe...
Todas histórias reais
21. Suficiência
Bíblica
“Não acrescentareis nada à
palavra que ele vos ordena,
nem diminuireis nada, para que
guardeis os mandamentos do
SENHOR, vosso Deus, que hoje
vos ordeno” (Dt 4:2).
Por que, então, Josué escreveu
seu livro?
24. Cópias
do
Antigo
Testamento
Os materiais utilizados para a
escrita do Antigo Testamento,
foram desde Pedras (Êx 31:18;
34:1, 4; Dt 4:13; 9:11; 10:3), a
couro de animais preparados
especialmente para esse fim.
As regras fixadas para a cópia
desses manuscritos eram bem
rígidas, vejamos algumas
delas:
25. Cópias
do
Antigo
Testamento
1) O pergaminho tinha de ser
feito da pele de animais
cerimonialmente limpos, e as
peles, costuradas umas à
outras, com cordões tirados de
animais limpos, era um
trabalho que devia ser feito por
um judeu.
2) Cada coluna tinha de ter não
mais de sessenta linhas e não
menos de quarenta e oito.
26. Cópias
do
Antigo
Testamento
3) A tinta, feita segundo fórmula
especial, era negra.
4) O escriba tinha que copiar de
um manuscrito autêntico e nunca
deveria escrever qualquer palavra
de memória.
5) Com reverência, tinha que
limpar sua pena antes de escrever
a palavra “Deus”, e era
absolutamente necessário banhar
todo o corpo antes de escrever a
palavra “Jeová” (Yavé - YHWH).
27. Cópias
do
Antigo
Testamento
6) Havia regras escritas a respeito
da forma das letras, dos espaços
entre as letras, palavras e divisões, a
cor do pergaminho, o uso da pena,
etc.
7) O rolo tinha que ser revisado
dentro dos trinta dias seguintes
depois de terminado, ou ficaria sem
valor. Um erro condenava a folha;
três erros encontrados numa folha
só condenava todo o manuscrito;
por três palavras escritas fora da
linha, o todo era rejeitado.
28. Cópias
do
Antigo
Testamento
8) Cada palavra e cada letra
eram contadas, e se uma letra
faltava ou sobrava, ou se uma
letra tocava em outra, tudo era
condenado e queimado em
seguida. E havia ainda muitas
outras regras. TURNER, Donald
D. Introdução ao Velho
Testamento. São Paulo: Batista
Regular, 2004. pp. 32-33.
31. O que
significa
Cânon?
Os primeiros cristãos usavam o
Antigo Testamento como livro-texto
nos cultos e algumas porções, como
leitura particular:
“Enquanto aguardas a minha
chegada, aplica-te à leitura, à
exortação e ao ensino” (1 Tm 4:3)
32. O que
significa
Cânon?
Os cristãos entenderam que Deus
estava acrescentando novas
palavras à “Palavra de Deus”. Até
mesmo a pregação dos apóstolos
aplicando a Cristo as passagens
messiânicas do Antigo Testamento
foi chamada de Palavra de Deus:
33. O que
significa
Cânon?
“E a palavra de Deus era divulgada,
de modo que o número dos
discípulos em Jerusalém se
multiplicava muito, e vários
sacerdotes obedeciam à fé” (At 6:7)
“Em Jerusalém, os apóstolos
souberam que o povo de Samaria
havia recebido a palavra de Deus e
enviaram-lhes Pedro e João” (At
8:14).
34. O que
significa
Cânon?
“Chegando a Salamina, anunciavam
a palavra de Deus nas sinagogas
dos judeus e tinham João como
auxiliar” (At 13:5).
“Ele estava com o procônsul Sérgio
Paulo, que era um homem sensato.
Este chamou Barnabé e Saulo e
demonstrou desejo de ouvir a
palavra de Deus” (At 13:7).
36. O que
significa
Cânon?
“A palavra Cânon deriva do termo
grego kânon, que significa “cana”,
portanto uma vara ou barra que, por
ser utilizada em medições, passou a
significar metaforicamente um padrão.
Em gramática, significava uma regra;
em cronologia, uma tabela de datas; e
em literatura, uma lista de obras que
podiam ser corretamente atribuídas a
determinado autor. Assim, o cânon de
Platão refere-se à lista de tratados que
podem ser atribuídos a Platão como
genuinamente de sua autoria” (Merrill C
Tenney).
37. O que
significa
Cânon?
Os livros do Novo Testamento foram
escritos por apóstolos ou pessoas
ligadas aos apóstolos (homens
apostólicos)
Mateus = apóstolo
Marcos = ligado a Barnabé, Paulo e
Pedro
Lucas = ligado a Paulo
João = apóstolo
38. O que
significa
Cânon?
Atos = Lucas
Romanos a Filemon = apóstolo
Hebreus = inspirado
Tiago = apóstolo
Pedro = apóstolo
João = apóstolo
Judas = apóstolo
Apocalipse = apóstolo
39. O que
significa
Cânon?
Sobre Hebreus “Quando o
testemunho interno das próprias
obras e o testemunho externo
daqueles que as conheciam e a
utilizavam são unânimes em mostrar
que elas provêm de Deus, os
critérios de canonicidade tornam-se
mais seguros” (Merrill C. Tenney).
40. O que
significa
Cânon?
A Igreja não determinou quais livros
deveriam compor o cânon, mas, os
recebeu como livros da parte de
Deus e os utilizou naturalmente
fazendo milhares de cópias.
42. 3) Os livros do
Novo Testamento
aceitos no Cânon
da Igreja
43. Características
dos
livros
canônicos
A inspiração era o principal critério
de canonicidade de um livro
bíblico, mas, como saber se o
livros era inspirado realmente?
Vejamos as principais
características dos livros
canônicos desde o I século:
46. Características
dos
livros
canônicos
“Se alguém se considera profeta ou
espiritual, reconheça que as coisas
que vos escrevo são mandamentos
do Senhor” (1 Co 14:37).
Apostolicidade, antiguidade e
ortodoxia eram características
iniciais dos livros canônicos.
47. Características
dos
livros
canônicos
2) Catolicidade
Os livros foram indicados, na
maioria, a comunidades locais,
mas, logo ganharam notoriedade
universal como uma espécie de
selo divino de aprovação. A Igreja
recebeu esses livros como um
presente de Deus.
49. Características
dos
livros
canônicos
4) Inspiração
“Por muitos séculos a inspiração e
a canonicidade estiveram
intimamente ligadas no
pensamento cristão: crê-se que
obras foram incluídas no cânon
porque eram inspiradas; uma obra
era reconhecida como inspirada
porque era canônica (...)”. (F.F.
Bruce).
56. Vários
cânones
da
Igreja
Atanásiano
Atanásio foi Bispo por quase 50
anos e enviava cartas às “suas”
igrejas na Páscoa. No ano 367 ele
escreveu a Carta Pascal 39 e
menciona os 27 livros na sequência
que temos hoje. Nosso cânon é
Atanasiano!
60. “Marcião é a primeira pessoa
conhecida por nós que publicou
uma coleção fixa do que viríamos a
chamar de livros do Novo
Testamento” (F.F. Bruce)
Marcião
61. “O Pai era o Deus bom e
misericordioso de que ninguém
jamais ouvira até que Jesus viera
revelá-lo”.
Paulo foi “o único apóstolo fiel de
Cristo”.
Rejeitou qualquer ligação com o
A.T.
Afirmou que Jesus desceu do céu
da mesma forma que subiu.
62. Montano, Priscila e Maximila
“Nova Profecia” = Montanismo
Dizia ser o Espírito Santo e tão
inspirado quanto o Novo
Testamento.
Montano
64. “Uma coisa precisa ser afirmada
com toda ênfase: os livros do Novo
Testamento não se tornaram
escritos revestidos de autoridade
para a Igreja porque foram
incluídos em uma lista canônica;
pelo contrário, a igreja incluiu-os
no cânon porque já os considerava
divinamente inspirados,
reconhecendo neles o valor inato e,
em geral, a autoridade apostólica,
direta ou indireta” (F.F. Bruce).Atanásio
68. Anselmo (1033-1109) nasceu na
Itália e estudou na França.
Recebeu o cânon Atanasiano mas
tentou elaborar uma explicação
meramente lógica da fé cristã.
69. Tomás de Aquino (1225-1274) Itália
e viveu em Paris.
Elaborou os cinco argumentos.
Recebeu o cânon Atanasiano, mas,
misturou a Filosofia à fé.
73. Quem foi Martinho Lutero? (1483-
1546). Depende a quem você
perguntar.
Seu pai queria que ele fosse
advogado.
Chegou a declarar que odiava a
Deus por não entender de fato
quem Deus era.
74. Em 1515 leu e entendeu Romanos
1:17 “O justo viverá pela fé” e, a
partir daí encontrou Deus.
Ele passou a pregar na linguagem
do povo diferente do que os Padres
faziam.
75. No dia 31 de outubro de 1517 ele
afixou na porta da Catedral de
Wittenberg suas 95 teses contra o
papado e a Igreja católica.
76. Ele recebeu os 27 livros como
canônicos, mas, acreditava que
nem todos tinha o mesmo valor.
As partes mais importantes, as
mais úteis para o culto e o ensino,
são as que melhor refletem as boas
novas de Cristo, como o Evangelho
de João, sua primeira epístola, as
cartas de Paulo aos Romanos,
Gálatas e Efésios, e a primeira
epístola de Pedro.
77. Já a epístola de Tiago e o
Apocalipse foram consideradas de
pouca utilidade.
Seu princípio era “o que promove
Cristo”.
78. Para Lutero, a Bíblia e a Palavra de
Deus (o próprio Deus) eram coisas
diferentes, além disto, ele recebeu
o cânon do Novo Testamento com
algumas reservas.
79. “Os pontos de vista de Lutero
quanto ao cânon do Novo
Testamento ganharam ampla
divulgação com o lançamento de
seu N.T. alemão em 1522 (...). O
índice de assuntos sugere que
Lutero distinguia entre dois níveis
de canonicidade no N.T.: os nomes
dos 23 primeiros livros (de Mateus
a 3 João) são precedidos por
números de série 1-23.
80. Os quatro livros restantes –
Hebreus, Tiago, Judas e Apocalipse
– são separados dos demais por
um espaço adicional e não recebem
numeração. Lutero não excluiu do
cânon esses quatro livros, mas não
reconheceu neles a elevada
qualidade de “certos livros
capitais” e expressou abertamente
sua opinião nos prefácios de cada
livro.
81. João Calvino (1509-1564), nasceu
na França mas ficou conhecido
pelo que fez na Suíça.
Recebeu o cânon atanasiano do
N.T.
Ele escreveu comentários sobre
quase todos os livros do N.T. (2 e 3
João e Apocalipse são as
exceções).
82. “Calvino aceitava o cânon do N.T.
como lhe havia sido transmitido.
Para ele, a autoridade do N.T., como
a de toda a Escritura, repousava
não em qualquer decreto
eclesiástico, mas na qualidade em
si mesma do que ali estava escrito,
atestada no coração receptivo pelo
testemunho interno do Espírito
Santo” (F.F. Bruce).
83. Hebreus = Lucas ou Clemente de
Roma
Tiago = Não sabia qual Tiago era o
autor
2 Pedro “Não ele mesmo a tenha
escrito, mas que um de seus
discípulos compôs sob suas
ordens aquilo que a necessidade
da época demandava”.
84. Em 1536 escreveu a primeira
edição das Institutas.
Ele criou escolas e cursos
profissionalizantes como resultado
de suas leituras e estudos bíblicos,
e, assim difundiu o Evangelho a
vários povos.
85. A respeito da pregação: “É
ordenado a todos os servos de
Deus que não apresentem
invenções próprias, mas que
simplesmente entreguem aquilo
que receberam de Deus para a
congregação, da mesma forma
como alguém que passa algo de
uma mão para outra”.
86. Em relação à Bíblia: “Devemos às
Escrituras a mesma reverência que
devemos a Deus, porque elas
procedem somente dele, e não há
nada do homem misturado a elas”.
87. Thomas Cranmer promoveu a
reforma na Inglaterra sobretudo por
meio dos seus escritos.
“Arcebispo de Cantuária no tempo
de ruptura entre Henrique VIII e
Roma. Suas ideias foram se
tornando protestantes, e durante o
reinado de Eduardo VI fez muito
para promover a reforma na
Inglaterra” (Justo L. González).
88. Prefaciou e distribuiu muitas
Bíblias (Bíblia de Cranmer ou
Grande Bíblia).
Foi autor de dois documentos
básicos do Anglicanismo:
O Livro de Oração Comum (1549-
1552)
E os Quarenta e dois artigos (1553),
que depois viraram 39 artigos.
89. O Artigo VI dos 39, cujo título é
“Suficiência das Sagradas Escrituras Para
a Salvação” diz o seguinte: “A Escritura
Sagrada contém todas as coisas
necessárias para a salvação; de modo
que tudo o que nela não se lê, nem por
ela se pode provar, não deve ser exigido
de pessoa alguma que seja crido como
artigo de fé ou julgado como requerido ou
necessário para a salvação. Pelo nome de
Escritura Sagrada entendemos os Livros
canônicos do Antigo e Novo Testamentos,
de cuja autoridade jamais houve qualquer
dúvida na Igreja”.
90. Quando menciona os 39 livros do
Antigo Testamento também diz: “E
os outros livros (como diz
Jerônimo), a Igreja os lê para
exemplo de vida e instrução de
costumes; mas não os aplica para
estabelecer doutrina alguma. São
os seguintes:
91. 1. Terceiro Livro de Esdras. 2.
Quarto Livro de Esdras. 3. Livro de
Tobias. 4. Livro de Judite. 5. O
Restante do Livro de Ester. 6. Livro
de Sabedoria. 7. Jesus, Filho de
Siraque. 8. O Profeta de Baruque. 9.
O Cântico dos Três Mancebos. 10.
A História de Susana. 11. De Bel e o
Dragão.
95. Friedrich Daniel Ernst
Schleiermacher (1768-1834).
O pai da teologia liberal moderna.
“Schleiermacher está para a
Teologia como Newton está para a
Física, Freud para a Psicologia e
Darwin para a Biologia” (Grenz e
Olson).
96. Filho de Protestantes pietistas.
Estudou na Universidade de Halle.
Tornou-se ministro na Igreja
Reformada.
Atuou como capelão hospitalar em
Berlim e catedrático de Teologia onde
estudou.
Em 1806 pastoreou uma igreja
influente em Berlim.
Tornou-se Deão da Faculdade de
Teologia.
97. Não aceitava a inspiração e
inerrância das Escrituras.
“A Bíblia é o registro das
experiências religiosas do antigo
povo de Deus. Não é divinamente
inspirada nem infalível”.
98. “Em sua obra mais importante, A
Fé Cristã (1821, revisada em 1830),
elaborou um sistema de doutrina
cristã para os tempos modernos.
Esse livro foi considerado o texto
mais significativo e sistemático de
teologia protestante desde as
Institutas de João Calvino” (Alderi
Matos).
99. David Friedrich Strauss (1808-1874).
Escreveu “A Vida de Jesus”.
“É uma obra desconstrutiva que
critica a historicidade dos
evangelhos; interpreta este material
como uma teoria do mito; critica os
esforços construtivos das teologias
ortodoxas e racionalistas, que
assume a historicidade dos
evangelhos; e propõe uma
interpretação cristológica de natureza
hegeliana:...
100. a humanidade como espécie em
sua unidade com o Espírito, é o
verdadeiro Deus-homem da fé
ortodoxa. Jesus é a representação
da imaginação religiosa dessa ideia
e verdade religiosa” (González).
101. Cria que os milagres de Jesus eram
mitos e foi demitido por isso.
Rompeu com o protestantismo.
Tornou-se Deputado mau sucedido,
depois voltou a escrever,
publicando biografias de diversas
personalidades.
Rompeu com qualquer religião e
tornou-se materialista.
102. Dietrich Bonhoeffer (1906-1945).
Foi discípulo de Karl Barth.
Opôs-se a Hitler na tentativa de
instituir uma Igreja que
concordasse com suas práticas
nazistas.
Foi enforcado em 1945.
103. “A Igreja da Confissão” foi um
grupo criado para resistir a Hitler.
Ele foi o mais destacado membro
deste grupo.
104. “A obra do jovem pastor e teólogo
alemão Dietrich Bonhoeffer (1906-
1945), discípulo de Karl Barth,
recebeu atenção pelo fato de ele ter
sido executado pelos nazistas nas
últimas semanas da II Guerra
Mundial” (González).
105. Ele escreveu: “A Comunhão dos
Santos (1927);
“Ato e Ser” (1931);
“O Preço do Discipulado” (1937);
“Vida em Comunidade” (1939);
“Cartas e Papéis da Prisão”.
106. Ele esteve preso por 2 anos e 4
meses.
Tornou-se o capelão dos detentos.
Foi martirizado em 9 de abril de
1945.
Recebeu o cânon atanasiano.
107. “Para ele a Bíblia não é um livro
religioso, pois a religião se volta
para o indivíduo, a interioridade e o
porvir, preocupações essas
opostas às das Escrituras, que se
concentram na comunidade e no
discipulado no mundo” (Alderi
Matos).
110. Mateus 7:15-23: “Cuidado com os
falsos profetas! Eles chegam disfarçados de
ovelhas, mas por dentro são lobos
selvagens. Vocês os conhecerão pelo que
eles fazem. Os espinheiros não dão uvas, e
os pés de urtiga não dão figos. Assim, toda
árvore boa dá frutas boas, e a árvore que não
presta dá frutas ruins. A árvore boa não pode
dar frutas ruins, e a árvore que não presta
não pode dar frutas boas. Toda árvore que
não dá frutas boas é cortada e jogada no
fogo. Portanto, vocês conhecerão os falsos
profetas pelas coisas que eles fazem.
111. Não é toda pessoa que me chama de
“Senhor, Senhor” que entrará no Reino do
Céu, mas somente quem faz a vontade do
meu Pai, que está no céu. Quando aquele dia
chegar, muitas pessoas vão me dizer:
“Senhor, Senhor, pelo poder do seu nome
anunciamos a mensagem de Deus e pelo seu
nome expulsamos demônios e fizemos
muitos milagres!” Então eu direi claramente a
essas pessoas: “Eu nunca conheci vocês!
Afastem-se de mim, vocês que só fazem o
mal!” (NTLH).
112.
113. O desejo de se igualar a Deus é
antigo, tem raízes no Paraíso do
Éden, quando a serpente prometeu
à mulher que ela e seu marido
seriam iguais a Deus ao comerem
do fruto que Deus proibira (Gn 3:1-
6). Desde então o homem vem
nutrindo o desejo pecaminoso de
ser igual a Deus, ou no mínimo, de
ser um pequeno deus.
114. Em tempos mais recentes, por volta do
começo do século XIX, surgiu um
homem chamado Essek William Kenyon,
a quem os especialistas, como Romeiro,
por exemplo, denominam de Pai da
confissão positiva (outro nome da
Teologia da Prosperidade). Romeiro
(1998, p.8) diz: “quando se investiga o
desenvolvimento histórico do
movimento, chega-se à conclusão de
que o verdadeiro pai da confissão
positiva é Essek William Kenyon.”
115. O homem que veio a ser o pai da
chamada confissão positiva, ou Teologia
da Prosperidade, nasceu no ano de
1867, em Nova York, Estados Unidos e
morreu em 1948. Quando tinha 19 anos
de idade pregou seu primeiro sermão
numa igreja Metodista. Começou cedo
como pregador, e iria mais adiante
querendo o aperfeiçoamento no estudo
das Sagradas Escrituras. Matriculou-se
numa escola para aprender a
hermenêutica do professor Charles
Emerson.
116. Emerson, foi um homem
religiosamente inseguro, passou por
diversos tipos de religião. Emerson
mudou diversas vezes de opinião
tendo no seu currículo crenças das
mais bizarras no que diz repeito à
Bíblia Sagrada, como por exemplo, foi
universalista, unitariano,
trancendentalista, e terminou na seita
conhecida por Ciência Cristã, que
explica que toda causa e efeito são
mentais, não físicos (ROMEIRO,
2005).
117. Kenyon chegou a ser escritor, pregador
Batista, Metodista, Pentecostal, e
itinerante sem vínculos
denominacionais, radialista de sucesso
no final dos anos 30 e começo dos 40
iniciou-se nos ensinos das “seitas
metafísicas” (MARIANO, 1999, p. 90).
118. O Pai da Teologia da Prosperidade
enfatizava seus ensinos na cura divina e
confisão positiva, ato de ordenar
verbalmente às coisas, às vezes até
mesmo a coisas que ainda não existem,
e essas ordens têm de ser obedecidas,
segundo dizem, para se cumprir o que
está escrito na Bíblia em Marcos 11: 23-
24.
119. Os ensinos sobre a prosperidade
financeira exagerada e fora dos
parâmetros bíblicos, de que todos os
crentes independente da situação
econômica do país onde viva e da sua
própria história de vida devem
enriquecer, advêm do televangelista
norte-americano Oral Roberts. Roberts
começou a crer assim quando inicou na
televisão e passou por apertos
financeiros para pagar seus próprios
programas que iam ao ar.
120. Pouco antes de sua morte em 1948,
Kenyon passou às mãos de sua filha
Ruth a incumbência de propagar seus
ensinamentos. Pouco tempo depois
surge Kenneth E. Hagin como o maior
propagador das ideias de Kenyon até o
presente momento. Sua influência foi
sofrida por meios dos escritos
publicados pela filha de Kenyon,
certamente seus escritos não exerceram
influência apenas em Hagin, pois, hoje
em dia, no Brasil tais ensinos têm
formado parte da teologia de muita
gente, como veremos mais a frente.
121. Kenneth Erwin Hagin nasceu no estado
do Texas, no mesmo país de seu
antecessor Kenyon, no dia 20 de agosto
de 1917. Logo que nasceu foi
desenganado pelos médicos por sofrer
de problemas cardíacos. Tudo ficou pior
quando, por motivos que
desconhecemos, seu pai abandonou a
família quando este tinha seis anos de
idade. Com a saída de seu pai de casa,
Hagin ainda criança passou a ter forte
inclinação para o suicídio.
122. Aos nove anos foi morar com a avó. Prestes a
completar 16 anos sofreu uma piora em sua
saúde, o que o obrigou a viver por uns tempos
numa cama sem poder andar. Mas, duas coisas
bastante significativas e que geram polêmica
ainda hoje, estavam para acontecer com o
adolescente que seria o maior propagador da
teologia da prosperidade do século passado. A
primeira coisa a acontecer foram suas visitas,
como ele mesmo dizia, ao inferno por três
vezes que o levou a se converter ao Senhor
Jesus. A segunda coisa marcante nessa fase
da vida do, então jovem, Hagin foi sua
miraculosa cura.
123. Ele conta que orou e “confessou”,
baseado em Marcos 11:23-24, que
estaria curado de suas enfermidades,
isso aconteceu no dia 1º de janeiro de
1934, alguns meses depois, na segunda
semana de agosto do mesmo ano, ele
finalmente se recuperou, e, para a
surpresa de todos, voltou
inexplicavelmente a andar.
124. Continuando com a história [controversa] de
Kenneth E. Hagin, vemos que, durante os anos
de 1934-1937 Hagin pastoreou uma Igreja
Batista na cidade onde morava. No ano de 1937
recebeu o batismo no Espírito Santo, falou em
línguas e se tornou um ministro das
Assembleias de Deus no Estado do Texas onde
pastoreou algumas igrejas desta denominação
até 1949. Nessa mesma época, Hagin se
associou com pregadores pentecostais
independentes, também pregadores da cura
divina, nomes como William Marion Branham
(que era unitariano), Oral Roberts e T. L.
Osborn.
125. Em 1963, ele fundou a Associação
Evangelística Kenneth Hagin. Em 1966 Hagin
recebeu inúmeros convites para pregar e
realizar seminários, no mesmo ano começou a
pregar no rádio. Em 1976 foi ao ar seu primeiro
programa de televisão. Em 1974 seu filho
Kenneth Hagin Junior fundou o Centro de
Treinamento Bíblico Rhema, justamente para
ensinar a Teologia da Confissão Positiva, o que
logrou muito êxito, pois, diversos alunos, das
mais diferentes partes dos Estados Unidos
começaram a se matricular a fim de receber e
propagar pelo mundo tal doutrina.
126. Até hoje, o centro de treinamento Rhema já
formou mais de 23 mil alunos. O programa de
rádio da mesma Escola é atualmente
transmitido por mais de 250 estações na
América do Norte. Kenneth Hagin e seu filho já
produziram cerca de 150 livros e livretos com
ensinamentos da Teologia da Prosperidade
que, ao todo tiveram uma tiragem de
aproximadamente 65 milhões de cópias em
todo o mundo (ROMEIRO, 2005, p. 96).
127. O que Hagin ensinou:
“Deus quer que seus filhos usem a melhor
roupa. Ele quer que eles dirijam os melhores
carros e quer que tenham o melhor de tudo [...]
simplesmente exija o que você precisa”
(HAGIN, p. 43) Noutra ocasião ele também
disse: “Você é tão encarnação de Deus quanto
Jesus Cristo o foi: cada homem que nasceu de
Deus é uma encarnação de Deus tanto quanto
o foi Jesus de Nazaré” (HAGIN, dezembro 1980
apud ROMEIRO 1998, p. 43).
128. A respeito da conversão de um irmão seu,
disse:
“Sempre orava ‘Deus, salva-o’. Tinha até
mesmo jejuado. Estava propenso a voltar ao
habitual modo de orar, mas depois que o
Senhor me desafiou a fazer alguma coisa a
respeito – depois de me ter dito que eu tinha
autoridade – eu disse: ‘Em nome de Jesus,
desfaço o poder do diabo na vida de meu irmão
e clamo por sua salvação!’. Ordenei. Não fiquei
repetindo a mesma coisa ou orando e orando.
Quando um rei dá uma ordem, ele sabe que vai
ser cumprida” (A Autoridade do Crente. p. 30).
129. “Descobri que o modo mais eficaz de orar é
aquele pelo qual você requer os seus direitos.
É assim que eu oro: Exijo meus direitos!” (A
Autoridade do Crente. p. 30).
Ler página 99 do livro “Novo Testamento:
desafios históricos e atuais”.
130. Ele diz:
Usar a frase “se for da tua vontade”
em oração pode parecer espiritual,
e demonstrar atitude piedosa de
quem é submisso à vontade do
Senhor, mas, além de não adiantar
nada, destrói a própria oração
(SOARES, 2004 p.11).
142. 10) A Igreja que
recebe as Escrituras
Sagradas como
Palavra de Deus
143. Confissão de Augsburgo (25/07/1530).
Artigo V, do ofício da pregação:
“Para conseguirmos essa fé, instituiu Deus
o ofício da pregação, dando-nos o
evangelho e os sacramentos, pelos quais,
como por meios, dá o Espírito Santo, que
opera a fé, onde e quando lhe apraz,
naqueles que ouvem o evangelho, o qual
ensina que temos, pelos méritos de Cristo,
não pelos nossos, um Deus gracioso, se o
crermos. Condenam-se os anabatistas e
outros que ensinam alcançarmos o
Espírito Santo mediante preparação,
pensamentos e obras próprias, sem a
Palavra física do Evangelho”
144. Artigo VI, “Da Suficiência das
Escrituras Sagradas Para a
Salvação”:
“Recebemos e contamos por
canônicos todos os livros do Novo
Testamento como são comumente
recebidos”.
145. “Das Sagradas Escrituras, capítulo
1:
1. (...) Isto torna as Escrituras
Sagradas indispensável, tendo
cessado aqueles antigos modos de
Deus revelar sua vontade ao seu
povo.
2. Sob o nome de Escrituras
Sagradas, ou Palavra de Deus
escrita, incluem-se agora todos os
livros do Antigo Testamento, que
são os seguintes”.
146. “Todos eles são dados por
inspiração de Deus para serem a
regra de fé e de prática”.
Ponto 5, capítulo I:
Pelo testemunho da Igreja
podemos ser movidos e incitados a
um alto e reverente apreço pelas
Escrituras Sagradas; (...).
147. Confissão Batista de New
Hampshire (1833), Artigo VI
DAS ESCRITURAS – Cremos que a
Bíblia Sagrada foi escrita por
homens divinamente inspirados, e
é um tesouro perfeito de instrução
celestial; que tem um Deus por seu
autor, salvação por sua finalidade,
e verdade sem qualquer mistura de
erro em seu conteúdo; (...)
148. Convenção Batista do Sul (EUA)
(1925, revisada em 1963), Artigo I,
DAS ESCRITURAS – “A Bíblia
Sagrada foi escrita por homens
divinamente inspirados e é o
registro da revelação do próprio
Deus ao homem”.
149. “Declaração de Chicago Sobre a
Inerrância da Bíblia” – Artigo I:
“Afirmamos que as Sagradas
Escrituras devem ser recebidas
como a Palavra oficial de Deus”.
151. “Igreja Cristã Evangélica”. Artigo V:
“Da Doutrina das Sagradas
Escrituras”:
“Cremos na plena inspiração divina
e na inerrância dos manuscritos
originais das Sagradas Escrituras –
Antigo e Novo Testamentos,
formados por sessenta e seis livros
que foram escritos por homens
santos e da parte de Deus”.
152. “ACEV (Ação Evangélica)”. Artigo I:
“[Cremos] na plena inspiração das
Escrituras canônicas (os 66 livros
da Bíblia Sagrada), sua
infalibilidade, sua única e final
autoridade em assuntos de fé e
prática”.
153. “Missão Evangélica Pentecostal do
Brasil”. Artigo I:
“Sagradas Escrituras”
“Cremos que as Escrituras do
Velho Testamento (trinta e nove
livros) e do Novo Testamento (vinte
e sete livros) são a Palavra de Deus
divinamente inspirada, infalível e
autoridade máxima de nossa regra
de fé e prática”.