O documento descreve as quatro disciplinas da natação - natação pura, polo aquático, natação sincronizada e saltos para a água. Detalha as quatro técnicas de nado e como a adaptação ao meio aquático é essencial para aprender a nadar.
Aprenda sobre as 4 disciplinas da natação e suas técnicas
1. NATAÇÃO
A natação é uma modalidade que engloba quatro disciplinas:
› a disciplina de natação pura desportiva (modalidade individual);
› a disciplina de pólo-aquático (jogo desportivo colectivo);
› a disciplina de natação sincronizada (modalidade individual e por grupos);
› a disciplina de saltos para a água (modalidade individual).
No entanto, é a natação pura desportiva, usualmente designada unicamente por natação, que está mais divulgada e desenvolvida no nosso país. As restantes três disciplinas têm vindo a desenvolver-se progressivamente, nomeadamente o pólo-aquático. A
prática de cada uma destas disciplinas exige condições próprias, como é o caso, por
exemplo, das específicas características da piscina e requer técnicas específicas.
As técnicas de nado da natação são quatro:
› mariposa, a técnica mais recente;
› costas, a única técnica que se nada na posição dorsal;
› bruços, a técnica que implica uma coordenação mais complexa;
› crawl, a técnica mais rápida, económica e eficiente.
Complementam estas formas de nadar as técnicas de viragens e de partidas.
Mas nadar bem significa, primeiro, saber estar bem na água, isto é, estar na água
com naturalidade. Desde o nascimento que o ser humano desenvolve o seu processo
de adaptação ao meio terrestre, deixando para trás a vida no meio líquido em que se
desenvolveu durante os nove meses de gestação. Uma vez de regresso ao meio
líquido, mais correctamente ao meio aquático, torna-se necessária uma nova adaptação, já que as diferenças entre ambos são radicais, nomeadamente aos níveis da
respiração, da posição do corpo, da flutuação/equilíbrio e da propulsão.
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2. NATAÇÃO
MEIO AQUÁTICO
MEIO TERRESTRE
RESPIRAÇÃO
› respiração reflexa
› dominância nasal
› inspiração activa
› expiração passiva
› respiração voluntária
› dominância vocal
› inspiração reflexa
› expiração activa
POSIÇÃO DO CORPO
› vertical
› visão horizontal
› horizontal
› visão vertical
› equilíbrio vertical
› força da gravidade
› equilíbrio instável
› força de impulsão
PROPULSÃO
› m. i. responsáveis pelo deslocamento
› m. s. responsáveis pelo equilíbrio
› apoios plantares
› m. i. responsáveis pelo equilíbrio
› m. s. responsáveis pelo deslocamento
› ausência de apoios plantares
Todas estas diferenças alteram significativamente a percepção do nosso corpo dentro da
água, o que se, por um lado, nos pode dar sensações muito agradáveis, por outro pode dificultar a aprendizagem dos gestos motores essenciais para saber nadar. No entanto, se se proceder a uma correcta adaptação ao meio aquático, a aprendizagem é facilitada. Assim, só depois
de estarmos adaptados ao meio aquático é que podemos aprender as técnicas de nadar, virar
e partir. Todavia, a adaptação ao meio aquático constitui-se como um processo contínuo, o que
significa que é possível conseguir fazer sempre mais e mais coisas novas na água.
Cumprir as regras de utilização de uma piscina, entre as quais as regras básicas de
higiene e de segurança, é essencial. Portanto, não nos devemos esquecer de:
› utilizar fatos de banho adequados que nos permitam liberdade de movimentos dentro
de água (preferencialmente, fatos de banho inteiros para as raparigas, e calções de
perna curta para os rapazes);
› usar obrigatoriamente toucas adequadas para natação (mesmo se os cabelos são curtos);
› usar óculos apropriados para natação (somente quando o professor o permitir ou
quando as condições da água o exigirem);
› usar chinelos (o que previne doenças de pele e promove a aderência nos locais mais
molhados e escorregadios);
› tomar um duche rápido, mas completo, antes de entrar na água;
› fazer o saco para ir à piscina com toalha, sabonete ou gel, e champô para o banho depois
da piscina, creme hidratante para o corpo e todos os restantes utensílios de uso pessoal;
› não permanecer dentro do espaço da piscina sem calçado apropriado;
› não fumar nem comer dentro do espaço da piscina;
› não correr dentro do espaço circundante da piscina;
› não entrar na água sem autorização do professor;
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Adaptado de Mota, Jorge, 1990
FLUTUAÇÃO / EQUILÍBRIO
3. NATAÇÃO
› não saltar para a água de cabeça sem utilizar uma técnica correcta ou sem a autorização do professor;
› não se separar do grupo;
› cuidar da boa manutenção do material didáctico e da conservação das instalações da
piscina;
› não utilizar adornos.
NÍVEL/INTRODUÇÃO
Conhecer a piscina/Familiarização com a água [posição vertical]
1
Entra de costas na água, pela escada, na parte de menor profundidade da piscina.
2
Percorre na posição vertical (de pé), o espaço da piscina junto das paredes laterais e
testas, utilizando-as como apoio com uma ou com as duas mãos, tomando conhecimento da sua profundidade.
3
Desloca-te dentro da água livremente por todo o espaço com pé.
4
Molha a cara sem a sua imersão (ex.: “lavar a cara”).
5
Após apneia inspiratória (inspirar e manter o ar dentro dos pulmões), imerge a cara.
6
Após apneia inspiratória, imerge a cara e olhos abertos.
7
Inspira e expira forçadamente ao nível da água (ex.: soprar uma bolinha).
8
Inspira e expira repetidamente, com imersão completa da cara.
9
Inspira e expira repetidamente, com imersão completa da cara e olhos abertos.
10
Inspira e expira repetidamente, com imersão completa da cara e olhos abertos, com
um tempo de inspiração curto e aumentando progressivamente o tempo de expiração.
11
Distingue a expiração pela boca, pelo nariz e pelas duas vias.
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4. NATAÇÃO
Flutuação (posição horizontal)
1
Com ajuda, estende o corpo na posição dorsal, sentindo-o a flutuar (manter o corpo e
a cabeça descontraídos).
1.1. Passa da posição anterior à posição vertical, através das flexões da cabeça
(puxando o queixo ao peito) e dos joelhos (puxando os pés para o fundo da piscina), e complementa a elevação do tronco com a ajuda dos m. s.
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5. NATAÇÃO
2
Com ajuda, estende o corpo na posição ventral, sentindo-o a flutuar (mantém o corpo
e a cabeça descontraídos, expirando dentro da água).
2.1. Passa da posição anterior à posição vertical, através da extensão da cabeça
(puxando a nuca para trás) e da flexão dos joelhos (puxando os pés para o fundo
da piscina), e completa a elevação do tronco com a ajuda dos m. s.
3
Em apneia inspiratória, deixa o corpo flutuar na posição de flexão da cabeça e flexão
dos joelhos, puxando o queixo e os joelhos ao peito e abraçando os m. i. (posição de
medusa); esta posição permite um maior grau de flutuabilidade possível para o corpo
humano.
3.1. Passa da posição de medusa à posição vertical.
3.2. Passa da posição de medusa à posição ventral, através do afastamento dos m. i.
e dos m. s. (como uma estrela).
3.3. Passa da posição de flutuação ventral à posição vertical.
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6. NATAÇÃO
4
Flutua na posição dorsal, sem ajuda, explorando a colocação dos m. s. junto ao corpo
ou afastados do mesmo, e dos m. i. juntos ou afastados.
4.1. Passa da posição de flutuação dorsal à posição de flutuação vertical.
Exploração do meio aquático
1
Desloca-te em posição dorsal, com os m. s. colocados ao longo do corpo, através de
batimentos alternados dos m. i.
2
Desloca-te em posição ventral, com os m. s. em extensão à frente do corpo, através
de batimentos alternados dos m. i. (sem movimentos de respiração/distâncias reduzidas).
3
Desloca-te ao fundo da piscina por acção dos m. i. (ex.: ir buscar um objecto).
3.1. Explora diferentes profundidades, de acordo com as características da piscina.
4
72
Desloca-te debaixo da água (ex.: passa por baixo das pernas de um companheiro) por
acção dos m. i.
7. NATAÇÃO
4.1. Explora diferentes planos de água (ex.: passa pelo meio de um arco).
4.2. Explora distâncias superiores (ex.: passa por baixo das
pernas de 2, 3, 4 ou mais companheiros).
5
Salta de pé para a piscina partindo do cais da piscina.
6
Iniciação ao salto de cabeça do cais da piscina.
6.1. 1.a posição – senta-te na borda da piscina, com os m. s.
juntos em extensão acima da cabeça.
6.2. 2.a posição – um joelho e um pé na borda da piscina, com
os m. s. juntos em extensão acima da cabeça.
6.3. 3.a posição – de pé, em grande flexão dos m. i., com os m.
s. juntos em extensão acima da cabeça.
6.4. 4.a posição – de pé, diminuir a grande flexão dos m. i., com os m. s. juntos em
extensão acima da cabeça.
7
Salto de partida do bloco, partindo da posição engrupada:
posição dos m. i. com ligeira flexão e grande flexão do
tronco à frente, com as mãos a agarrar o bloco (cabeça no
meio dos m. s.).
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8. NATAÇÃO
NÍVEL ELEMENTAR
As técnicas alternadas (crawl e costas)
Acção dos m. i. – pernada
A acção dos m. i. é extremamente importante para uma correcta e equilibrada posição do
corpo durante o nado.
As pernadas das técnicas de crawl e costas caracterizam-se por movimentos alternados
dos m. i., algo semelhantes aos movimentos naturais de andar.
O movimento alternado da pernada divide-se em dois batimentos: o batimento ascendente
e o batimento descendente. Na técnica de crawl, o batimento descendente é propulsivo e o
batimento ascendente é de recuperação, enquanto que na técnica de costas é o batimento
ascendente o propulsivo e o batimento descendente é de recuperação.
Determinantes técnicas
DEVES
1
ter presente que o ponto central do movimento da pernada é a articulação coxa-fémur, isto é, os m. i. devem permanecer em extensão durante os batimentos;
2
no entanto, ao nível da articulação do joelho, verificar uma ligeira flexão por acção da
água nos batimentos propulsivos, isto é, nos batimentos descendentes no estilo
crawl e nos batimentos ascendentes no estilo costas;
3
manter os pés sempre em extensão durante todo o movimento;
4
executar os batimentos propulsivos bem fortes e efectuar os batimentos de recuperação em relaxamento;
5
ter em atenção que a amplitude do movimento não deve ser excessiva;
6
permanecer com o corpo em extensão, sem o abaixamento da bacia, mas descontraído.
Acção dos m. s./respiração – braçada
As braçadas da técnica de crawl caracterizam-se por movimentos alternados dos m. s.,
que devem ser coordenados com os movimentos da cabeça, para a respiração.
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9. NATAÇÃO
Na técnica de costas, as braçadas são também caracterizadas por movimentos alternados
dos m. s., sem, no entanto, ser necessário proceder a movimentos da cabeça para a respiração, uma vez que a cara se encontra fora da água. Embora as vias respiratórias permaneçam fora da água durante toda a técnica, é importante que, ao nadar, se imponha um
ritmo respiratório, correspondendo a inspiração à fase aérea de um m. s. e a expiração à
fase aérea do outro m. s.
Na técnica de crawl, a coordenação da respiração com os m. s. pode ser efectuada de duas
formas: a respiração unilateral (sempre para o mesmo lado e de 2 em 2, de 4 em 4… braçadas), ou a respiração bilateral (para os dois lados e de 3 em 3, de 5 em 5… braçadas).
Cada braçada é constituída por uma fase aérea, de recuperação (em descontracção), e uma
fase aquática, propulsiva (em força). Um ciclo completo de braçada é constituído por duas
braçadas, a do m. s. direito e a do m. s. esquerdo.
Determinantes técnicas
Iniciação – CRAWL
DEVES
1
ao terminar a fase aérea do m. s. direito, efectuar a entrada da mão na água no prolongamento do ombro, sem passar para além da linha média da cabeça (lado esquerdo);
2
simultaneamente, iniciar a extensão da outra mão, que permite finalizar a fase aquática do m. s. esquerdo;
3
quando completada a extensão do m. s. dentro da água, iniciar a fase de recuperação
(aérea) pela articulação do cotovelo, devendo este manter-se sempre mais alto do
que a mão;
4
durante a fase aquática do m. s. direito, fazer a tracção de forma ondulada, enquanto
que o m. s. esquerdo efectua a fase aérea;
5
efectuar a respiração através de uma rotação lateral da cabeça, para o lado do m. s.
que efectua a fase aquática;
6
em cada braçada privilegiar a amplitude do movimento e a rotação longitudinal do
tronco, o que facilitará a respiração.
Iniciação – COSTAS
DEVES
1
ao terminar a fase aquática do m. s. direito, tirar a mão da água, com o dedo polegar
virado para cima, para que todo o m. s. descreva uma rotação aérea;
2
ao passar na vertical do ombro (± 90°), descrever com a mão uma rotação externa,
para que seja o dedo mínimo o primeiro a entrar na água, terminando a fase aérea;
3
durante a fase aérea do m. s. direito, efectuar com o m. s. esquerdo a fase propulsiva, através de uma tracção ondulada, terminando com a mão junto à coxa;
4
em cada braçada privilegiar a completa alternância dos movimentos e a rotação longitudinal do tronco, o que facilitará a execução da fase aquática.
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10. NATAÇÃO
NÍVEL AVANÇADO
Aperfeiçoamento das técnicas alternadas
Determinantes técnicas
EXERCÍCIOS EDUCATIVOS – CRAWL
1 Ao terminar a fase aérea do
m. s. direito, a entrada da
mão na água deve efectuar-se no prolongamento do
ombro sem passar para
além da linha média da
cabeça (lado esquerdo).
2 Simultaneamente, a outra
mão deve iniciar a extensão
que permite finalizar a fase
aquática do m. s. esquerdo.
3 Quando completada a extensão do m. s. dentro da água, o
início da fase de recuperação
(aérea) deve efectuar-se pela
articulação do cotovelo,
devendo este manter-se sempre mais alto do que a mão.
4 Durante a fase aquática do
m. s. direito, que se deve
caracterizar por uma tracção
ondulada, o m. s. esquerdo
efectua a fase aérea.
5 A respiração efectua-se
através de uma rotação
lateral da cabeça, para o
lado do m. s. que efectua a
fase aquática.
a Batimento dos m. i com o m.
s. esquerdo em extensão no
prolongamento do ombro,
executar a braçada com o m.
s. direito: a mão direita entra
na água ao lado da mão
esquerda e sai ao lado da coxa
após a fase aquática, quando o
m. s. completa a extensão.
a’ Trocar o lado de execução do
exercício (respiração de duas
em duas braçadas).
b Exercício igual a a + a’ com
um toque da mão no ombro
durante a fase aérea da braçada: após a saída da mão, o
cotovelo flecte, ficando dirigido para cima, “puxando” a
mão para perto do corpo.
c Nadar a técnica completa
tocando com a mão no ombro
em cada braçada (respiração
de três em três braçadas).
d Batimento dos m. i. com os dois
m. s. ao lado do corpo, rodar a
cabeça para um lado para respirar a cada seis batimentos dos
m. i. (apenas a boca sai da água).
d’ Trocar o lado de execução do
exercício.
d’’ Respirar alternadamente
para os dois lados.
6 Em cada braçada dever-se-á privilegiar a amplitude
do movimento e a rotação
longitudinal do tronco, que
facilitará a respiração.
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e Nadar a técnica completa parando o movimento dos m. s.
durante seis batimentos dos m. i.
quando um m. s. está à frente
após a fase aérea e o outro m. s.
atrás após a fase aquática (respirar para um lado de duas em
duas braçadas e/ou alternadamente de três em três braçadas).
11. NATAÇÃO
Determinantes técnicas
EXERCÍCIOS EDUCATIVOS – COSTAS
1 Ao terminar a fase aquática
do m. s. esquerdo, a mão
sai da água com o dedo
polegar virado para cima,
para que todo o m. s. descreva uma rotação aérea.
2 Ao passar na vertical do
ombro (± 90°), a mão descreve uma rotação externa
para que seja o dedo
mínimo o primeiro a entrar
na água, terminando a fase
aérea.
a Batimento dos m. i. com o m. s.
direito em extensão ao longo do
corpo, executar a braçada com o
m. s. esquerdo: a mão esquerda
sai da água com o dedo polegar
virado para cima e, ao passar na
vertical do ombro (± 90°), descreve uma rotação externa, de
modo que o dedo mínimo fique
virado para baixo (o ombro
esquerdo deve romper a superfície da água antes de a mão iniciar a fase aérea).
a’ Trocar o lado de execução do
exercício (respiração de duas
em duas braçadas).
3 Durante a fase aérea do m.
s. direito, o m. s. esquerdo
efectua a fase propulsiva,
através de uma tracção
ondulada, terminando com
a mão junto à coxa.
4 Em cada braçada dever-se-á privilegiar a completa
alternância dos movimentos e a rotação longitudinal
do tronco, o que facilitará a
execução da fase aquática.
b Exercício igual a a + a’ com o
corpo “colado” à pista separadora, por forma que a mão,
ao entrar na água, possa
agarrar a pista e que o m. s.
descreva a fase aquática
“puxando-a”: a mão deve
agarrar a pista por baixo e a
flexão do cotovelo deve dirigi-lo para baixo, mantendo a
mão sempre mais “alta” do
que o cotovelo até o m. s.
estar em completa extensão
(mão ao lado da coxa).
c Nadar a técnica completa
parando o movimento dos m.
s. durante seis batimentos
dos m. i., quando um m. s.
está em extensão acima da
cabeça após a fase aérea e o
outro m. s. em extensão ao
lado do corpo após a fase
aquática.
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12. NATAÇÃO
As viragens de crawl e de costas
ˆViragem de crawl
ˆViragem de costas
As viragens das técnicas de crawl e de costas são caracterizadas por movimentos de rotação (cambalhota):
› no caso da técnica de crawl, a aproximação à parede é feita na posição ventral e a viragem é uma meia-rotação à frente, seguida de uma meia-pirueta, para colocar o corpo
de volta à posição ventral;
› no caso da técnica de costas, a aproximação à parede é feita na posição ventral e a
viragem é uma rotação completa, para colocar o corpo na posição dorsal característica do nado.
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13. NATAÇÃO
A técnica de bruços (técnica simultânea)
Acção dos m. i. – pernada
Ao contrário do que acontece com as técnicas alternadas,
onde a acção dos m. i. é fundamentalmente equilibradora,
as possibilidades propulsivas da técnica de bruços decorrem, em elevada percentagem, da pernada. A sua acção é caracterizada por movimentos
de grande exigência ao nível das articulações do joelho e do tornozelo.
Cada pernada é constituída por uma fase de recuperação e uma fase propulsiva, ambas
aquáticas.
Determinantes técnicas
DEVES
1
durante a acção dos m. i., manter os joelhos orientados para dentro e os pés orientados para fora, excepto no momento de total extensão do movimento;
2
ao terminar a fase propulsiva (com os m. i. juntos e em completa extensão), efectuar
a fase de recuperação com a flexão dos m. i. ao nível das articulações do joelho,
“puxando” os pés descontraídos e em rotação externa para junto dos nadegueiros;
3
após este movimento, iniciar a fase de propulsão, através do “empurro” da água para
trás pelos pés em flexão e rotação externa, descrevendo as pernas uma rotação
externa sobre as coxas, para que as partes internas dos pés e das pernas se constituam como superfícies propulsivas.
Acção dos m. s./respiração – braçada
A acção dos m. s. divide-se, igualmente, em duas fases:
a fase de recuperação e a fase de propulsão. Embora ambas
se executem, normalmente, dentro da água, há em algumas
interpretações da técnica de bruços a possibilidade de trazer
as mãos e parte dos antebraços fora da água, caracterizando
a fase de recuperação por um movimento aéreo. Um ciclo completo de nado da técnica de
bruços corresponde a uma braçada, uma pernada e um movimento da cabeça, rompendo a
superfície da água para executar a respiração.
Determinantes técnicas
DEVES
1
executar a braçada com grande amplitude, sem que, no entanto, as mãos e os cotovelos passem para trás da linha dos ombros;
2
executar a braçada de tal modo que sejam as partes internas dos m. s. as superfícies
de onde decorre maior propulsão;
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14. NATAÇÃO
3
ter sempre presente que o início da flexão da coluna cervical para a emersão da
cara, permitindo a inspiração, deve coincidir com o início do movimento dos m. s.,
isto é, quando as mãos, que se encontram juntas à frente com os m. s. em extensão,
começam a “abrir” descrevendo um movimento lateral;
4
à passagem pela linha dos ombros, juntar as mãos debaixo do peito;
5
de seguida descrever com as mãos um movimento para a frente até à completa
extensão dos m. s.
A técnica de mariposa (técnica simultânea)
A técnica de mariposa caracteriza-se pelo movimento ondulatório global do corpo. Este movimento ondulatório é mais
acentuado ao nível da acção dos m. i. Esta técnica é a que
usualmente aparece em último lugar na sequência do processo de aprendizagem, o que se justifica pela especificidade
do movimento ondulatório e pela exigência ao nível das
capacidades condicionais.
A possibilidade de aprender a nadar mariposa correctamente é superior em idades baixas,
pelo que os métodos de ensino devem adequar-se aos diferentes escalões etários. No presente caso, e após uma demonstração de boa qualidade, a utilização do método de “tentativa e erro”, numa perspectiva global do movimento, acompanhado de alguns exercícios de
aprendizagem, é normalmente eficaz para a aquisição de uma técnica razoável.
A técnica de mariposa é um tanto semelhante à técnica de crawl, se imaginarmos um crawl
com as acções dos m. s. e m. i. simultâneas e com a respiração efectuada para a frente.
Um ciclo completo de nado compreende um movimento completo da acção dos m. s. e dois
movimentos completos da acção dos m. i. Existem vários padrões de sincronização da respiração com a acção dos m. s., sendo o mais comum a utilização de uma respiração por
ciclo dos m. s. ou uma respiração por cada dois ciclos dos m. s.
80
15. NATAÇÃO
Determinantes técnicas
DEVES
1
ter sempre presente que é essencial a coordenação de dois batimentos de pernas
por ciclo de braços;
2
ter presente que o momento da inspiração que decorre de uma flexão da coluna cervical,
para a emersão da cabeça, ocorre durante a fase final do movimento aquático, devendo a
cabeça voltar a entrar na água antes de as mãos voltarem a penetrar na água;
3
efectuar o movimento ondulatório de modo a não ser “quebrado”, dissociando o
tronco dos m. i.;
4
ter sempre presente que a acção dos m. i. deve decorrer de uma fase de recuperação (ascendente) e de uma fase de propulsão (descendente) associada à ondulação.
As viragens das técnicas de bruços e mariposa
As viragens das técnicas de bruços e mariposa caracterizam-se por movimentos de rotação em torno de um eixo longitudinal:
› a aproximação à parede é feita em deslize, até que as duas mãos toquem ao mesmo
tempo na parede, após o que os joelhos são “puxados” para o peito, para que os pés se
coloquem na parede simultaneamente com a rotação do tronco, o que permite colocar
o corpo novamente na posição ventral.
ˆ
Viragem de bruços
81
17. auto-avaliação
f i c h a d e A u t o - Ava l i a ç ã o
Escola
Ano
Nome
N.°
Turma
Data
–
–
Antes de preencheres a ficha de auto-avaliação, deves reflectir sobre o teu desempenho,
ao nível motor, cognitivo e afectivo, de modo que esta faça transparecer a verdade.
Completa a ficha de acordo com o que abordaste nas aulas.
NATAÇÃO
EXECUÇÃO TÉCNICA/CONHECIMENTOS/
COMPORTAMENTOS
1-5
6-9
10-13
14-17
18-20
Observações
Conseguir deslocar-se utilizando
os estilos:
MOTOR
– crawl
– costas
– bruços
– mariposa
COGNITIVO
Conhecer e aplicar
as determinantes técnicas
…
AFECTIVO
Sentir-se bem na água
…
AVALIAÇÃO FINAL
GRELHA DE AVALIAÇÃO
1 a 5 – Não consigo
6 a 9 – Consigo mas com muita dificuldade
10 a 13 – Consigo mas ainda com dificuldade
14 a 17 – Executo bem
18 a 20 – Executo muito bem
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18. ficha de Competição
competição
Escola
Ano
Turma
Vamos organizar uma prova de Natação na tua turma?
OBJECTIVOS
MOTORES
• Proporcionar uma oportunidade de aplicares todas as técncias de nado
e respectivas viragens aprendidas.
COGNITIVOS
• Conhecer como se organiza, de forma geral, uma prova de Natação.
• Saber avaliar o desempenho motor dos colegas.
AFECTIVOS
• Proporcionar momentos de alegria e de companheirismo durante a
organização e o decorrer da prova.
Como?
• Divide a tua turma em dois grupos: um faz a prova (nadadores) e o outro forma um júri, que terá de ser
constituído por juiz de partida, juízes de viragens, juízes de chegada encarregados da gestão das falsas
partidas e cronometristas. Cada pista terá um juiz de viragem, um juiz de chegada e um cronometrista.
Na mesa estarão dois colegas, que preenchem o boletim da prova.
Podes realizar a prova de modo que os colegas percorram duas vezes a distância do comprimento da
piscina, num estilo predeterminado, tendo de executar a respectiva viragem.
Prova de
NATAÇÃO
Prova realizada em
–
–
Estilo
NOMES
TEMPO
OBSERVAÇÕES
CLASSIFICAÇÃO
Nota: Nas observações podes incluir as falsas partidas, as viragens não regulamentares, etc.
Mesa
84
Professor responsável
Vencedor