2. INTRODUÇÃO
Tudo o que existe hoje no campo da literatura,
das artes plásticas, da música e do cinema está de
alguma forma relacionado às propostas e às
experiências desenvolvidas pela arte moderna no
começo do século XX.
De modo geral, o que marcou o espírito da arte
moderna foi o desejo de libertação das amarras do
passado e a busca de uma forma de expressão
artística nova e sintonizada com a mentalidade do
novo século.
3. Compreender a arte moderna implica conhecer o
formidável conjunto de transformações que
ocorrem nesse período – desenvolvimento
científico e tecnológico, invenções, guerra mundial,
revolução comunista, etc. – e a forma de ver e
sentir o mundo que delas resultou.
Carnaval – Di
Cavalcanti
4. “Não é o medo da loucura que nos vai obrigar a hastear a
meio pau a bandeira da imaginação.”
(André Breton)
“Desejamos demolir os museus e as bibliotecas.”
(Filippo Marinetti)
“O que caracteriza esta realidade que o movimento modernista
impôs é, a meu ver, a fusão de três princípios fundamentais: o
direito permanente à pesquisa estética; a atualização da
inteligência artística brasileira; e a estabilização de uma
consciência criadora nacional.”
(Mário de Andrade)
5. O QUE É MODERNISMO?
Modernismo ou Movimento Moderno foi um movimento
artístico e cultural que surgiu no começo do século XX,
e seu objetivo era quebrar com o "tradicionalismo" da
época, experimentando novas técnicas e criações
artísticas.
O modernismo ficou marcado por transformações
vertiginosas e caóticas, além da efemeridade e
sensação de fragmentação da realidade. Os artistas
modernistas sentiam a necessidade de mudar o meio
em que viviam, experimentando novos conceitos.
Acreditava-se que as formas “tradicionais” das artes
plásticas, design, literatura, música e cinema estava
totalmente ultrapassadas. Devia-se “criar” uma nova
cultura, com o objetivo de transformar as características
culturais e sociais já estabelecidas, substituindo-as por
novas formas e visões.
6. Os artistas modernos, a partir dessas novas formas
artísticas que se estabeleciam, desenvolviam as
suas técnicas de criação e reprodução, fazendo
surgir subjetivamente uma nova forma de pensar o
sistema vigente. O modo de pensar e o
posicionamento do artista perante os processos da
modernidade (a mudança, a efemeridade e a
fragmentação), eram de extrema importância para
a formação de uma estética modernista.
7. CARACTERÍSTICAS DO MODERNISMO:
Libertação da estética
Quebra com o Tradicionalismo
Liberdade para experimentações
Liberdade formal (versos livres, abandono das formas
fixas, ausência de pontuação e etc)
Linguagem com humor
Valorização do cotidiano
8. MODERNISMO NO BRASIL
No Brasil o Modernismo foi um movimento de
grande importância, pois os artistas brasileiros
ansiavam por uma libertação estética, ou seja,
deixar de "sugar" as vanguardas que surgiam na
Europa e criar um modelo novo e independente de
arte.
O ponto de partida do Modernismo no Brasil é
considerado a Semana de Arte Moderna, que
aconteceu em entre os dias 11 e 18 de fevereiro
1922, em São Paulo.
9. Também conhecida por "Semana de 22", o evento
era formado por um grupo de intelectuais que
buscavam o rompimento com o "antigo", trazendo
influências das vanguardas europeias com o intuito
de criar um novo modelo.
Entre os principais artistas representantes e que
participaram da Semana de Arte Moderna estão:
Graça Aranha, Mário de Andrade, Oswald de
Andrade, Menotti Del Pichia, Anita Malfatti, Heitor
Villa-Lobos, Tácito de Almeira, Di Cavalcanti, entre
outros.
10. O MODERNISMO NO BRASIL É
MARCADO POR TRÊS PRINCIPAIS
MOMENTOS
11. PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO
Também conhecida como "Fase Heroica", teve início
com a Semana de Arte Moderna, em 1922, e ficou
registrado como um momento para renovações da
estética.
Os artistas se inspiravam nas vanguardas que surgiam
na Europa. Esta fase também ficou conhecida por
causa da formação de importantes grupos modernistas,
como o Movimento Antropófago (1928-1929) e o
Manifesto Regionalista (1926).
Entre os artistas que se destacam nesta fase, estão:
Oswald de Andrade (1890-1954), Mário de Andrade
(1893-1945) e Alcântara Machado (1901-1935).
A primeira fase do Modernismo durou oito anos, entre
1922 e 1930.
12. SEGUNDA FASE DO MODERNISMO
A "Fase de Consolidação", como também é
chamada a segunda fase do Modernismo
brasileira, tem como característica a exploração por
temas nacionalistas e regionalistas. As obras
artísticas do movimento moderno passam por um
amadurecimento
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987),
Raquel de Queiroz (1902-2003), Jorge Amado
(1912-2001), Cecícila Meireles (1901-1964),
Vinícius de Moraes (1913-1980) e Érico Veríssimo
(1905-1975) são alguns dos destaques desta fase.
A segunda fase do Modernismo teve a duração de
15 anos, entre 1930 e 1945.
13. TERCEIRA FASE DO MODERNISMO
Esta fase é motivo para muitos conflitos entre os
estudiosos. Alguns defendem-na como fase "Pós-
Modernista", considerando o seu término nos anos
1960, no entanto existem outras teorias que dizem que
seu fim foi nos anos 80, e há ainda quem considera a
terceira fase do Modernismo ainda presente nos dias
atuais.
Como principal característica desta período está o
predomínio e diversidade da prosa (intimista,
regionalista, urbana e etc.). Outro destaque foi a
formação do grupo "Geração de 45", que tentava
produzir uma poesia mais neutra, com tons sérios,
sendo chamados de "neoparnasianos" (vanguarda
clássica que era rejeitada pelos modernistas).
Nesta fase, destacam-se: Clarice Linspector (1920-
1977), Ariano Suassuna (1927-2014) e Guimarães Rosa
(1908-1967).
14. SEMANA DA ARTE MODERNA
Não se sabe ao certo de quem partiu a ideia de
realizar uma amostra de artes modernas em São Paulo.
Contudo, há o registro de que, já em 1920, Oswald de
Andrade prometera para 1922 – ano do centenário da
Independência – uma ação dos artistas novos “que
fizesse valer o Centenário!”.
O certo é que, em 1921, o grupo modernista que
realizaria a Semana estava completamente organizado
e amadurecido para o evento. No mesmo ano, chegou
da Europa Graça Aranha, escritor consagrado e
membro da Academia Brasileira de Letras. Entusiasmo
com as vanguardas artísticas europeias, com as quais
tivera contato, Graça Aranha apoiou o grupo paulista.
Era o impulso que faltava.
15. A Semana de Arte Moderna ocorreu entre 13 e 18 de
fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo,
com a participação de artistas do Rio de Janeiro e de
São Paulo.
Durante toda a semana o saguão do teatro esteve
aberto ao público. Nele havia uma exposição de artes
plásticas com obras de Anita Malfatti, Vicente do Rego
Monteiro, Zina Ait, Di Cavalcanti, Harberg, Brecheret,
Ferrignac e Antonio Moya.
A primeira noite foi aberta com uma conferência de
Graça Aranha, intitulada “A emoção estética na arte
moderna”, na qual o escritor pré-modernista, em
linguagem tradicional e acadêmica, manifestou seu
apoio à arte moderna. À conferência seguiram-se
declamação de poemas, por Guilherme de Almeida e
Ronaldo de Carvalho, e execução de músicas de
Ernâni Braga e Villa-Lobos.
16. Contrastando com o comportamento da platéia na
noite anterior, a segunda foi a mais importante e a
mais tumultuada das três noites da Semana. Foi
aberta por Menotti del Picchia, com uma conferencia
em que negava a filiação do grupo modernista ao
futurismo de Marinetti, mas defendia a integração da
poesia com os tempos modernos, a liberdade de
criação e, ao mesmo tempo, a criação de uma arte
genuinamente brasileira.
Quando se iniciou a leitura de poemas e fragmentos
de prosa, a plateia teve reações surpreendentes, ora
vaiando, relinchando, latindo, gritando, ora
aplaudindo.
17. No intervalo entre uma parte e outra do programa, na
escadaria do hall do teatro, Mário de Andrade fez, em
meio a caçoadas e ofensas, uma pequena palestra
sobre as artes plásticas ali expostas. Vinte anos
depois, Mário de Andrade assim se referiu a esse
episódio: “Como pude fazer uma conferência sobre
artes plásticas, na escadaria do Teatro, cercado de
anônimos que me caçoavam e ofendiam a valer?...”.
Na segunda parte do programa, um número de
dança e o concerto de Guiomar Novaes acalmaram os
ânimos da plateia.
18. A IMPORTANCIA DA SEMANA:
Em nexo, o modernismo é a independência cultural
do Brasil à Europa e trouxe a tona o sentido
brasileiro de ser, de norte a sul do país, os artistas
passaram a aderir às bases do modernismo em
seus trabalhos, onde se criou varias revistas
conceituais, grupos de pinturas, de literatura, entre
outros, inclusive intercâmbios de uma região com
outra no Brasil.
A semana é tão importante, que até hoje a cultura
brasileira, ainda tem um pouco do modernismo,
seja lá qual fase das três.
19. MOVIMENTO ANTROPOFÁGICO
O Manifesto Antropófago ou Antropofágico foi um
manifesto literário escrito por Oswald de Andrade,
publicado em maio de 1928, que tinha por objetivo
repensar a dependência cultural brasileira.
O Manifesto foi publicado na primeira edição da
Revista de Antropofagia, meio de comunicação
responsável pela difusão do movimento
antropofágico brasileiro. A linguagem do manifesto
é majoritariamente metafórica, contendo
fragmentos poéticos bem-humorados e torna-se a
fonte teórica principal do movimento.
20. Oswald utiliza durante o desenvolvimento do manifesto, teorias de
diversos autores e pensadores mundiais, como Freud, Marx, Breton,
Francis Picabia, Rousseau, Montaigne e Hermann Keyserling.
Combinadas as idéias destes autores e a ideologia desenvolvida
por Oswald, retomam-se características dos primórdios da formação
cultural brasileira: a combinação das culturas primitivas (indígena e
africana) e da cultura latina, formada pela colonização européia. E
forma-se o conceito errôneo de caracterizar, perante a colonização,
o selvagem como elemento agressivo.
A intenção de promover o resgate da cultura primitiva é notável no
manifesto, e o autor o faz por meio de um processo não harmonioso
de tentar promover a assimilação mútua por ambas as culturas.
Oswald, no entanto, não se opõe drasticamente à civilização
moderna e industrializada, mas propõe um certo tipo de cautela ao
absorver aspectos culturais de outrem, para que a modernidade não
se sobreponha totalmente às culturas primitivas. E também, para
que haja maior cuidado ao absorver a cultura de outros lugares,
para que não haja absorção do desnecessário e a cultura brasileira
vire um amontoado de fragmentos de culturas exteriores.
21. No decorrer do manifesto o autor reconta,
metaforicamente, a História do Brasil, associando
figuras como Padre Vieira, Anchieta, a Mãe dos
Gracos, a corte de D. João VI, a Moral da Cegonha
à potência mítica de Jabuti, Guaraci, Jaci e da
Cobra Grande. Oswald caracteriza como “idade de
ouro” a época do Brasil não colonizado, com sua
própria língua e cultura.
O Manifesto Antropofágico foi um marco no
Modernismo brasileiro, pois não somente mudou a
forma do brasileiro de encarar o fluxo de elementos
culturais do mundo, mas também colocou em
evidência a produção própria, a característica
brasileira na arte, ascendendo uma identidade
tupiniquim no cenário artístico mundial.
23. Organizadores da Semana de Arte Moderna: de pé, entre outros, Manuel Bandeira (de óculos e
gravata-borboleta); Mário de Andrade e Guilherme de Almeida (atrás das cadeiras); Paulo
Prado (de bigode, ao centro); Gofredo Siva Telles (último à direita). Sentado no chão, Oswaldo
de Andrade.
25. "A poesia existe nos fatos. Os casebres de
açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o
azul cabralino, são fatos estéticos.
O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso
da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os
cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A
formação étnica rica. Riqueza vegetal. O
minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a
dança....."
Manifesto Pau-Brasil de Oswald de Andrade publicado
pelo Correio da Manhã, em 18 de março de 1924
26. Tropical, 1917. Uma das obras mais conhecidas de Anita, a tela Tropical foi
originalmente intitulada de Negra Baiana. A obra fez parte da Exposição de Pintura
Moderna, em Dezembro de 1917, que teve repercussões decisivas para o trabalho da
artista. fonte: br.blouinartinfo.com
27. Samba, 1925. A obra é
considerada a maior de
Di Cavalcante e a
melhor representação
da cultura negra. “No
modernismo não há
peça tão poderosa
quanto essa. É a maior
manifestação da cultura
negra, e também feita
por um artista negro.”
http://www1.folha.uol.c
om.br/ilustrada/113716
4-samba-era-obra-
mais-poderosa-do-
modernismo-diz-
curador.shtml
28. A obra Operários foi pintada em um momento no
qual a artista estava envolvida com o comunismo.
29. “A Ventania”, de Anita Malfatti. Criticada por Monteiro Lobato, em 1917, essa foi uma das obras
que participaram da exposição no Teatro Municipal, durante a Semana de Arte Moderna, em
fevereiro de 1922
30. Movido pelos temas de contexto racional
em seus aspectos estético-sociais da
Semana de Arte Moderna, a obra de
Portinari ultrapassa pela mão de obra dos
ciclos econômicos do café e cacau,
alcançando -por meio da pele morena,
olhos puxados e lábios grossos -o auge da
composição étnica brasileira em nossas
origens.
Obra: Mestiço
Autor: Cândido Portinari
DE PEITO ABERTO
Fim...