Slides para uma aula de Embriologia do Sistema Digestório Humano, ideal para cursos da área de saúde como medicina, biomedicina, enfermagem e outros. Contém uma descrição das partes do intestino primitivo, origem embrionária dos tecidos, formação do tubo digestivo, desenvolvimento das glândulas anexas e diferenciação tecidual. Contém imagens ilustrativas.
2. OBJETIVOS DA AULA
Identificar as origens embriológicas das principais
estruturas do sistema digestório (SD).
Descrever o intestino primitivo.
Descrever os principais eventos que ocorrem no
intestino primitivo e que dão origem às estruturas do
SD.
3. DIVISÕES DO TUBO INTESTINAL
O sistema digestório se estende da boca ao ânus com todas as
suas glândulas e órgãos associados.
O intestino primitivo se forma durante a quarta semana à
medida que a cabeça, a eminência caudal (cauda) e as dobras
laterais incorporam a porção dorsal da vesícula umbilical (saco
vitelino).
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6. Figura 15.1 Cortes sagitais através de embriões em vários estágios do
desenvolvimento, mostrando o efeito das dobraduras cefalocaudal e lateral no
posicionamento da cavidade revestida por endoderma. Observe a formação do
intestino anterior, do intestino médio e do intestino posterior. A. Embrião pré-
somítico. B. Embrião com sete somitos. C. Embrião com 14 somitos. D. No fim
do primeiro mês.
7. O intestino primitivo é inicialmente fechado em sua
extremidade cranial pela membrana orofaríngea e, em sua
extremidade caudal, pela membrana cloacal.
A endoderme do intestino primitivo dá origem à maior parte do
intestino: epitélio e glândulas.
O epitélio das extremidades cranial e caudal do tubo digestivo é
derivado da ectoderme.
DIVISÕES DO TUBO INTESTINAL
8. DIVISÕES DO TUBO INTESTINAL
O tecido muscular e conjuntivo e outras camadas da parede do
tubo digestivo são derivados do mesoderma esplâncnico que
envolve o intestino primitivo.
O intestino primitivo é dividido em três partes: o intestino
anterior, o intestino médio e o intestino posterior.
9. Desenho da
secção mediana
de um embrião
de 4 semanas
mostrando o
sistema
digestório inicial
e seu
suprimento de
sangue.
10. Intestino Anterior
Os derivados do intestino anterior são:
•Faringe primordial e seus derivados
•Sistema respiratório inferior
•Esôfago e estômago
•Duodeno, imediatamente proximal à abertura
do ducto biliar
•Fígado, aparelho biliar (ductos hepáticos,
vesícula biliar e ducto biliar) e pâncreas.
Esses derivados do
intestino anterior,
exceto a faringe, o trato
respiratório inferior e a
maior parte do esôfago,
são supridos pelo
tronco celíaco, a
artéria do intestino
anterior.
11. Desenvolvimento do Esôfago
O esôfago se desenvolve a partir do intestino anterior
imediatamente caudal à faringe.
Inicialmente, o esôfago é curto, mas se alonga rapidamente e
alcança seu comprimento relativo final na sétima semana.
Seu epitélio e suas glândulas são derivados da endoderme.
12. Desenvolvimento do Esôfago
O epitélio prolifera e, parcialmente ou completamente, oblitera o
lúmen esofágico; entretanto, a recanalização normalmente
ocorre ao final da oitava semana.
O músculo estriado do esôfago é derivado do mesênquima do
quarto e do sexto arcos faríngeos.
O músculo liso, principalmente no terço inferior do esôfago,
desenvolve-se a partir do mesoderma esplâncnico circundante.
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14. Desenvolvimento do Estômago
Durante a quarta semana, uma discreta dilatação do intestino
anterior tubular indica a localização do estômago primordial.
Ele aparece pela primeira vez como um aumento fusiforme da região
caudal do intestino anterior que é orientado no plano mediano.
O estômago primordial cresce e se alarga ventrodorsalmente.
Sua borda dorsal cresce mais rapidamente do que sua borda
ventral.
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17. À medida que o estômago cresce, gira 90° no sentido horário em
torno de seu eixo longitudinal.
Efeitos da rotação no estômago:
• A borda ventral (curvatura menor) se move para a direita e a
borda dorsal (curvatura maior) se move para a esquerda.
• Durante a rotação e o crescimento do estômago, sua região
cranial se move para a esquerda e levemente inferior e sua
região caudal se move para a direita e superiormente.
Desenvolvimento do Estômago
18. No início da quarta semana, o duodeno começa a se desenvolver a
partir da região caudal do intestino anterior e da região cranial do
intestino médio.
O duodeno em desenvolvimento se alonga, formando uma alça em
forma de C que se projeta ventralmente.
À medida que o estômago gira, a alça duodenal gira para a direita e
se localiza em posição retroperitoneal (externa ao peritônio).
Desenvolvimento do Duodeno
19. Entre a quinta e a sexta semana, o lúmen do duodeno é
temporariamente obliterado devido à proliferação de suas células
epiteliais; normalmente, o lúmen é recanalizado no final do período
embrionário (8 semanas).
Desenvolvimento do Duodeno
20. O fígado, a vesícula biliar e o sistema de ductos biliares surgem como
uma protuberância endodérmica ventral – divertículo hepático – a partir
da região caudal do intestino anterior no início da quarta semana.
O divertículo se estende para o septo transverso (massa de
mesoderme esplâncnica entre o coração e o intestino médio em
desenvolvimento).
A região cranial maior do divertículo é o primórdio do fígado; a porção
caudal menor se torna a vesícula biliar.
Desenvolvimento do Fígado e Aparelho Biliar
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24. As células endodérmicas proliferam e dão origem aos cordões
entrelaçados dos hepatócitos (células parenquimatosas hepáticas).
Os cordões hepáticos se anastomosam ao redor dos espaços
revestidos por endotélio, os primórdios dos sinusóides hepáticos.
Desenvolvimento do Fígado e Aparelho Biliar
25. O tecido fibroso e o hematopoético do fígado são derivados do mesênquima
no septo transverso, enquanto as células de Kupffer se originam a partir de
precursores na vesícula umbilical.
O fígado cresce rapidamente da quinta à décima semana e preenche grande
parte da cavidade abdominal superior .
A hematopoese começa no fígado durante a sexta semana, quando as
células-tronco hematopoéticas migram para o fígado a partir da aorta dorsal.
Desenvolvimento do Fígado e Aparelho Biliar
26. Desenvolvimento do Fígado e Aparelho Biliar
A pequena região caudal do divertículo hepático se torna a vesícula
biliar e o pedúnculo forma o ducto cístico.
Inicialmente, o aparelho biliar extra-hepático é ocluído por células
epiteliais.
A formação da bile pelas células hepáticas começa durante a 12a
semana.
27. O pedúnculo que conecta os ductos hepático e cístico ao duodeno
se torna o ducto biliar, o qual se liga ao aspecto ventral da alça
duodenal.
À medida que o duodeno cresce e gira, a entrada do ducto biliar é
levada para o aspecto dorsal do duodeno.
A bile que entra no duodeno através do ducto biliar após a 13a
semana dá ao mecônio (primeiras secreções intestinais do neonato)
uma cor verde-escura.
Desenvolvimento do Fígado e Aparelho Biliar
28. Desenvolvimento do Pâncreas
O pâncreas se desenvolve entre as camadas dos mesentérios a
partir dos brotos pancreáticos dorsal e ventral, que se originam na
região caudal do intestino anterior.
A maior parte do pâncreas é derivada do broto pancreático dorsal,
que surge primeiro.
O broto pancreático ventral (menor) se desenvolve próximo à
entrada do ducto biliar no duodeno.
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30. À medida que o duodeno gira para a direita e adquire a forma de C,
o broto é levado dorsalmente com o ducto biliar e logo fica localizado
posteriormente ao broto pancreático dorsal, fusionando-se com ele
mais tarde.
À medida que os brotos pancreáticos se fusionam, seus ductos se
anastomosam (se ligam).
O broto pancreático ventral forma o processo uncinado e parte da
cabeça do pâncreas.
Desenvolvimento do Pâncreas
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33. O ducto pancreático se forma a partir do ducto do broto ventral e da
porção distal do ducto do broto dorsal.
Em aproximadamente 9% das pessoas, a região proximal do ducto
do broto dorsal persiste como um ducto pancreático acessório que
se abre na papila duodenal menor.
Desenvolvimento do Pâncreas
34. A cápsula de tecido conjuntivo e os septos interlobulares do
pâncreas se desenvolvem a partir do mesênquima esplâncnico
circundante.
A secreção de insulina começa, aproximadamente, na 10a semana.
As células que contêm glucagon e somatostatina se desenvolvem
antes que a diferenciação das células secretoras de insulina ocorra.
Com o aumento da idade fetal, o conteúdo de insulina pancreática
total e glucagon também aumenta.
Desenvolvimento do Pâncreas
35. O baço é derivado de uma massa de células mesenquimais localizadas
entre as camadas do mesogástrio dorsal.
O baço, um órgão linfático vascular, começa a se desenvolver durante a
quinta semana, mas não adquire sua forma característica até o início do
período fetal.
O baço de um feto é lobulado, mas os lóbulos normalmente desaparecem
antes do nascimento.
Os entalhes na borda superior do baço adulto são remanescentes dos
sulcos que separavam os lóbulos fetais.
Desenvolvimento do Baço
36. Os derivados do intestino médio são:
• O intestino delgado, incluindo o duodeno distal à abertura do
ducto biliar
• O ceco, o apêndice, o cólon ascendente e a metade direita (ou
dois terços) do cólon transverso.
Cada um desses derivados é suprido pela artéria mesentérica
superior.
INTESTINO MÉDIO
37. O intestino médio se alonga e forma uma alça em forma de U ventral
que se projeta dentro da região proximal do cordão umbilical.
A alça do intestino, uma herniação umbilical fisiológica, ocorre no
início da sexta semana.
A região cranial cresce rapidamente e forma alças no intestino
delgado.
A região caudal sofre pouquíssimas alterações, exceto pelo
desenvolvimento do broto cecal, do primórdio do ceco e do apêndice.
INTESTINO MÉDIO
38. Enquanto se encontra no cordão umbilical, a alça do intestino médio
gira 90° no sentido anti-horário em torno do eixo da artéria mesentérica
superior.
Essa rotação traz a região cranial (intestino delgado) da alça do
intestino médio para a direita e a região caudal (intestino grosso) para
a esquerda.
Durante a rotação, a região cranial se alonga e forma as alças
intestinais (p. ex., os primórdios do jejuno e do íleo).
ROTAÇÃO DO INTESTINO MÉDIO
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40. ROTAÇÃO DO INTESTINO MÉDIO
Durante a 10a semana, os intestinos retornam ao abdome (redução da
hérnia do intestino médio).
O intestino delgado (formado a partir da região cranial) retorna
primeiro, passando posteriormente à artéria mesentérica superior, e
ocupa a parte central do abdome.
À medida que o intestino grosso retorna, sofre uma rotação de 180° no
sentido anti-horário adicional.
Posteriormente, passa a ocupar o lado direito do abdome.
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43. CECO E APÊNDICE
O primórdio do ceco e do apêndice – o broto cecal (divertículo) – surge
na sexta semana como uma protuberância na borda da região caudal
da alça do intestino médio.
Inicialmente, o apêndice é um pequeno divertículo (bolsa) do ceco.
Aumenta de comprimento rapidamente, de modo que, ao nascimento,
é um tubo relativamente longo que se origina da extremidade distal do
ceco.
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45. INTESTINO POSTERIOR
Os derivados do intestino posterior são:
•O terço esquerdo (até metade do cólon transverso), o cólon
descendente e o cólon sigmoide, o reto e a parte superior do canal
anal
•O epitélio da bexiga urinária e a maior parte da uretra.
Todos os derivados do intestino posterior são supridos pela artéria
mesentérica inferior.
46. DIVISÃO DA CLOACA
A cloaca é a parte terminal expandida do intestino posterior antes da
divisão em reto, bexiga e primórdio genital.
A cloaca é uma câmara revestida por endoderme que está em contato
com a ectoderme superficial na membrana cloacal.
Essa membrana é composta pela endoderme da cloaca e pela
ectoderme da fossa anal.
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48. DIVISÃO DA CLOACA
A cloaca é dividida nas partes dorsal e ventral pelo mesênquima – o
septo urorretal –, que se desenvolve no ângulo entre o alantoide e o
intestino posterior.
À medida que o septo cresce em direção à membrana cloacal, ele
desenvolve extensões que produzem invaginações nas paredes
laterais da cloaca.
Essas pregas crescem uma em direção à outra e se fusionam,
formando uma divisão em três partes da cloaca – o reto, a região
cranial do canal anal e o seio urogenital.
49. CANAL ANAL
As proliferações mesenquimais produzem elevações na ectoderme
superficial ao redor do tampão epitelial anal.
A recanalização do canal anorretal ocorre pela morte celular por
apoptose do tampão epitelial anal, que forma a fossa anal na oitava
semana do desenvolvimento.
Os dois terços superiores do canal anal adulto são derivados do
intestino posterior; o terço inferior se desenvolve a partir da fossa anal.
50. CANAL ANAL
A junção do epitélio derivado da ectoderme da fossa anal e da
endoderme do intestino posterior é indicada por uma linha pectinada
irregular, localizada no limite inferior das válvulas anais.
Aproximadamente 2 cm acima do ânus encontra-se a linha anocutânea
(“linha branca”).
É aproximadamente aqui que a composição do epitélio anal muda de
células colunares para células escamosas estratificadas.
No ânus, o epitélio é queratinizado e contínuo com a pele ao redor.
51. Por causa de sua origem no intestino posterior, os dois terços
superiores do canal anal são supridos principalmente pela artéria retal
superior, a continuação da artéria mesentérica inferior (artéria do
intestino posterior).
Por causa de sua origem na fossa anal, o terço inferior do canal anal é
suprido principalmente pelas artérias retais inferiores, ramos da artéria
pudenda interna.
CANAL ANAL