Cee 2º ano descoolonização da ásia e áfrica e revisão
Luta contra o regime e revolução 25 abril de 1974
1. Quando a 2ª Grande Guerra terminou, as
ditaduras dos países da Europa Ocidental foram
sendo substituídas pelas democracias.
Apesar deste facto, em Portugal o
regime do “Estado Novo” não acabou.
2. O atraso económico:
Para o atraso económico e o isolamento internacional
de Portugal durante o Estado Novo contribuíram:
• A recusa da ajuda do Plano Marshall e renúncia ao
investimento estrangeiro;
• A falta de investimento por parte do governo;
• A permanência da agricultura como principal atividade
económica, embora atrasada e pouco produtiva;
• A falta de mão-de-obra qualificada, a taxa elevada de
analfabetos e a população pouco dinâmica.
3. No final da década de 1950, criaram-se os
“Planos de Fomento Nacional” e Portugal
aderiu à EFTA-Associação Europeia de
Comércio Livre.
Os planos levaram a um pequeno desenvolvimento das indústrias
química e metalúrgica e à construção de infra- estruturas, como
barragens hidroelétricas e centrais termoelétricas.
A adesão à EFTA levou à liberalização da
economia portuguesa e a uma abertura face ao
investimento estrangeiro em Portugal.
4. Apesar do mínimo desenvolvimento na década de 1950, Portugal não recuperou
todo o atraso da economia.
A maior parte da população acabou por emigrar para o estrangeiro ou por partir
em direção às cidades.
O Grande Surto de
Emigração foi na década
de 1960.
5. A população começou a emigrar devido ao atraso económico do país, às
guerras coloniais e aos baixos salários em Portugal (comparados com os de
outros países europeus).
Os principais destinos
escolhidos eram países com
níveis mais elevados de
industrialização:
• França
• Alemanha
• Suíça
• Holanda
• Luxemburgo
A emigração teve benefícios, como o envio de divisas para Portugal, mas
também teve aspetos negativos, como o grande número de jovens que
saíram do país e que poderiam ter contribuído para o seu desenvolvimento.
6. O Movimento de Unidade Democrática
(M.U.D.) constituiu o primeiro movimento
geral de oposição democrática ao regime
salazarista.
Este movimento, inicialmente tolerado pelo
regime, que reunia comunistas,
republicanos, socialistas e independentes,
foi considerado ilegal em 1948 e os seus
membros perseguidos.
7. Na eleições presidenciais de 1949, a
oposição democrática reconstituiu-se e
propôs Norton de Matos como candidato à
Presidência.
Norton de Matos reivindicava liberdade,
eleições justas e fiscalizadas pela
oposição.
Salazar não satisfez as suas exigências ,
pelo que Norton de Matos desistiu da
sua candidatura, facilitando assim a
vitória do candidato do regime, General
Óscar Carmona.
8. O grande momento de oposição surge em 1958,
com a candidatura do General Humberto Delgado,
apoiado pela oposição e por grande parte da
população.
Contudo, foi o Almirante Américo Tomás,
candidato do regime quem ganhou as
eleições.
A oposição considerou que houve fraude
eleitoral.
9. Os movimentos de independência e a
guerra colonial:
Em 1955, Portugal juntou-se à ONU, que aconselhou o nosso país a dar a
independência às colónias africanas.
10. Salazar recusava a independência das colónias e como consequência
dessa recusa, formaram-se movimentos de libertação, que levaram às
guerras coloniais.
O isolamento do país fez com que se verificasse um atraso no
desenvolvimento económico, social e cultural.
11. A guerra colonial em África têm início em
Angola, em 1961, com a luta armada
desencadeada pelos movimentos
nacionalistas.
No mesmo ano, a União Indiana ocupa os
territórios portugueses na Índia.
Esta luta armada irá estender-se aos vários
territórios coloniais portugueses, devido à
recusa da descolonização por parte do
Estado Novo.
A guerra colonial provocou:
• a morte ou incapacidade permanente
de milhares de jovens;
• Despesas militares incalculáveis ;
• o isolamento internacional do regime
Salazarista;
• a queda do regime em 1974.
12. O Marcelismo:
Salazar, que morreu em 1970, foi substituído por
Marcello Caetano no ano de 1968, devido a um acidente
doméstico, que o deixou incapacitado para o exercício do
poder.
Marcello Caetano empreendeu algumas reformas liberais:
Abrandou a ação da PIDE e da censura.
Autorizou os exilados políticos a regressar ao
país.
Desenvolveu a ala liberal, constituída por vários
deputados (como Francisco Sá Carneiro, Pinto
Balsemão, entre outros), que desenvolveram uma
atitude crítica durante a sua legislatura.
13. O M.F.A - Movimento das Forças
Armadas:
As dificuldades económicas, a falta de
liberdade e a guerra colonial conduziram a
maioria da população portuguesa,
incluindo largos setores das forças
armadas, ao descontentamento.
Tanto a recusa de Salazar, como
posteriormente a de Marcello Caetano, em
solucionar politicamente o problema da
guerra colonial, levou à criação, dentro do
próprio exército, de um movimento
liderado por capitães e majores.
Estava assim formado em 1973, o
Movimento das Forças Armadas (M.F.A.),
também conhecido por movimento dos
capitães.
14. O M.F.A - Movimento das Forças Armadas:
Este Movimento planeou um golpe de Estado que tinha por objetivos
derrubar o regime de Estado Novo e criar condições para a resolução do
problema colonial.
Na madrugada de 25 de Abril de 1974, o
MFA, apoiado por militares de todo o
país e liderado pelo major Otelo Saraiva
de Carvalho, empreendeu uma
revolução que pôs fim ao Estado Novo.
15. Esta revolução caracterizou-se por ser pacífica e rápida. Américo
Tomás, Marcello Caetano e alguns ministros foram presos e mandados
para o exílio.
Foi nomeada uma Junta de Salvação
Nacional, por parte do MFA, onde o
general António de Spínola foi
escolhido como Presidente desta Junta
e designado Presidente da
República.
16. Democratização da Sociedade Portuguesa:
Chegava, assim, o fim da ditadura
salazarista e marcelista. A Revolução de
25 de Abril inaugurava um novo regime,
tomando-se medidas para a
democratização da sociedade
portuguesa.
17. Medidas tomadas para a democratização
da sociedade portuguesa:
Libertação dos presos políticos;
Abolição da censura;
Desmantelamento das estruturas repressivas e dos órgãos de apoio ao
anterior regime (PIDE, Legião Portuguesa e outros);
Autorização do regresso dos exilados políticos ( entre os quais Mário
Soares e Álvaro Cunhal)
Início do processo de independência das colónias;
Organização de eleições livres para formação de uma Assembleia
Constituinte, que iria elaborar e aprovar uma Nova Constituição da
República.
Notas do Editor
Salazar prometeu eleições tão livres como as da Inglaterra, libertou presos políticos e aligeirou a censura, o que levou à formação do MUD. (socialistas, comunistas, independentes e republicanos) Inicialmente, o MUD foi aceite pelo regime, mas, em 1948 foi declarado ilegal. Já em 1949, a oposição voltou à acção e o general Norton de Matos candidatou-se à presidência.
Porém, Salazar… Esta desistência levou à vitória do general Carmona, que morreu em 1951, levando a novas eleições e à vitória de mais um candidato do regime: Craveiro Lopes
Em 1958, o regime viu-se ameaçado porque *texto1* Humberto Delgado fugiu então para um exílio no Brasil e dirigiu-se mais tarde para a Argélia. Quando tentava entrar no nosso país, em 1965, o general foi morto por elementos da PIDE.