O documento discute indicadores de sustentabilidade e apresenta diversos métodos para avaliação da sustentabilidade em sistemas agropecuários, como o Método IDEA, Método ISA e o Índice de Sustentabilidade Ambiental dos Estabelecimentos Agropecuários (ISAE-Agro). O documento também aborda os desafios de trabalhar com indicadores e dados para melhor avaliar a sustentabilidade na agricultura brasileira.

1. Título 11
Indicadores de Sustentabilidade
Regina Helena Rosa Sambuichi - Ipea

2. Indicador
Ferramenta utilizada para proporcionar informação
sobre uma realidade

3. 1
Indicador
Índice
Indicador
Dados analisados
Dados primários

4. 1
Um bom indicador deve ter informações úteis
para a tomada de decisão, ser fiel à realidade,
sintético, objetivo e de fácil assimilação

5. 1
Proposição e Avaliação de Políticas
Políticas:
Problema Intervenção Resultados
Impactos
Indicador

6. Título 11
• Desenvolvimento x Crescimento
Bem estar, justiça social
• Desenvolvimento sustentável
Atender as necessidades do presente sem comprometer a
possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias
necessidades (Relatório Brundtland, 1987)
• Princípio da precaução
O conceito de sustentabilidade

7. Ambiental
Sustentabilidade Social
Econômica

8. Poluição e contaminação ambiental
Emissões
Emissões de GEE
Sequestro e estoque
Sustentabilidade
Ambiental
Disponibilidade de água
Uso da água
Recarga de aquíferos e nascentes
Evapotranspiração e chuvas
Conservação da biodiversidade
Ecossistemas
Espécies
Genética

9. Título 11
• O que é uma agricultura sustentável? Uma economia rural
sustentável? Uma cadeia produtiva sustentável?
• Como quantificar esta sustentabilidade?
• Quais seriam os indicadores mais adequados?
Sustentabilidade na agricultura
Questões básicas

10. Título 1
Objetivos do desenvolvimento Sustentável – ODS
Agenda 2030
Protocolo Internacional da Assembleia Geral das Organizações das Nações
Unidas - ONU
Representa uma ferramenta orientadora para planejamento de ações e
políticas públicas perenes
Define a estratégia mundial para os próximos anos

11. Título 11
Objetivo 2 - Fome Zero e Agricultura Sustentável
2.4 - Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de
alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que
aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os
ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às
mudanças climáticas, às condições meteorológicas extremas, secas,
inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a
qualidade da terra e do solo

12. Título 11
Objetivo 2 - Fome Zero e Agricultura Sustentável
2.4.1 - Proporção da área agrícola sob agricultura produtiva e sustentável
Indicador
Sem dados
https://indicadoresods.ibge.gov.br/objetivo/objetivo?n=2
IBGE - ODS

13. Título 11
Diversos indicadores e índices:
• Diferentes critérios de seleção dos indicadores
• Diferentes aspectos investigados
• Diferentes metodologias de estimação
Literatura sobre o tema

14. Modelo Pressão Estado Resposta – PER
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 1993
Fonte: Tomasoni, 2006
Indicadores gerais

15. Pegada Ecológica (ecological footprint)
Wackernagel e Ress (2001)
A área de território ecologicamente produtivo necessária
para produzir os recursos utilizados e para assimilar os
resíduos produzidos por uma população ou setor produtivo
Mostra o quanto da capacidade regenerativa da biosfera
está sendo usada em atividades humanas
Indicadores gerais

16. Método MESMIS
(Marco para Avaliação de Sistemas de Manejo de Recursos
Naturais Incorporando Indicadores de Sustentabilidade)
Criado em 1995 no México
É um método que atua de forma cíclica, participativa e
multiescalar, buscando identificar alterações antrópicas
sobre um sistema com base em padrões de sustentabilidade
É composto por ciclos de avaliações de seis passos
Indicadores para estabelecimentos

17. Método MESMIS
Fonte: Verona, 2010

18. Método IDEA
(Indicadores de Desenvolvimento Sustentável das Explorações
Agrícolas)
Criado a pedido do Ministério da Agricultura Francês
Busca avaliar a sustentabilidade de um sistema agrícola
através da quantificação de características técnicas, espaciais,
econômicas e humanas, e das práticas julgadas favoráveis aos
meios biofísico e social
Sua estrutura baseia-se nas três dimensões principais da
sustentabilidade: agroambiental, socioterritorial e econômica

19. Estrutura do Método IDEA

20. Estrutura do Método IDEA

21. Exemplo de apresentação dos resultados
Fonte: Cândido et al. 2015

22. Método ISA
(Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas),
Desenvolvido pela Epamig, em parceria com a Emater-MG, IEF,
Embrapa, UFMG e Fundação João Pinheiro.
É composto por um conjunto de 23 indicadores que abrangem
os balanços econômico e social, o gerenciamento do
estabelecimento, a qualidade do solo e da água, o manejo dos
sistemas de produção e a diversificação da paisagem e o
estado de conservação da vegetação nativa

23. Método ISA

24. Método ISA

25. Método ISA
Para o preenchimento dos dados, são utilizadas informações coletadas em campo
e geradas por meio de técnicas de geoprocessamento de imagens de satélite
As informações são preenchidas diretamente no sistema, em formato de planilha
eletrônica
Para cada indicador é gerado um índice que varia de 0 a 1, sendo 0,7 o valor de
base considerado para um bom desempenho ambiental, social e econômico
http://www.epamig.br/projeto-isa/

26. Título 11
Índice de Sustentabilidade Ambiental dos Estabelecimentos
Agropecuários
ISAE-Agro
Desenvolvido pela COSAN/DIRUR/IPEA com o objetivo de relacionar
a sustentabilidade ambiental dos estabelecimentos agropecuários
brasileiros com variáveis sócio-econômicas e territoriais, visando
gerar subsídios para o planejamento e avaliação de políticas
agroambientais

27. Título 11
ISAE-Agro
• Utiliza os microdados do Censo Agropecuário;
• É calculado para cada estabelecimento que possui área mensurável;
• Mensura a sustentabilidade ambiental relativa;
• Varia de 0 a 1 e quanto maior o valor do índice maior a sustentabilidade;

28. Índices componentes do ISAE –Agro:
Biodiversidade Emissões Água

29. Índices componentes do ISAE –Agro:

30. Dificuldade de trabalhar com os microdados do censo
na sala de sigilo do IBGE
Mudanças ocorridas no questionário do Censo
Agropecuário 2017
Desafios da pesquisa

31. Melhorar as informações sobre a sustentabilidade dos
estabelecimentos agropecuários brasileiros
Desafios para o futuro
Estabelecer parâmetros para a avaliar o grau de
sustentabilidade dos estabelecimentos
Obter informações periódicas que possam ser utilizadas
como indicadores para a avaliação de políticas

32. 1
Agradeço a atenção
regina.sambuichi@ipea.gov.br

33. Cálculo do ISAE-Agro
Apêndice

34. 1.1. Diversidade no uso da terra
Considera proporção de áreas com diferentes tipos de produção
Utiliza a fórmula do Índice de diversidade de Simpson
Du = 1-  (si)2
Onde: si = (ai/AT)
ai = área de produção de cada tipo de uso da terra
AT= soma da área de produção desses tipos de uso da terra
1.2. Diversidade de culturas
Considera o número de diferentes culturas existentes no estabelecimento
(riqueza de espécies cultivadas)
Dc= n/n(max)
Onde: n = número de culturas
n(max) = número de culturas do 99 percentil
(obs: quanto o valor do índice for maior que 1 será ajustado para 1)
1. Índice de Biodiversidade

35. 1.3. Sistema de cultivo
Considera o sistema de cultivo e as práticas culturais adotadas no estabelecimento
Sc = (Scp*área de pastagem + Sclt*área de lavoura temporária + Sclp*área de
lavoura permanente+ Scsaf *área de SAF + Sca*área de tanques e lagos + Scf*área
de florestas exploradas+ Ssil*área de silvicultura + Sfor* área de forrageiras +
Sflo*área de flores e outras)/ soma de todas essas áreas
Onde:
Scp (pastagens) = (Não uso de queimadas + Não uso de agrotóxicos + pastagens naturais)/3
Sclt (lavoura temporária) = (Se associado, intercalado ou misto ou faz rotação de culturas + não uso de
queimadas + não uso de agrotóxico)/3
Sclp (lavoura permanente) = (Se associado, intercalado ou misto + não uso de queimadas + não uso de
agrotóxico)/3
Scsaf (sistemas agroflorestais) = (Se tem sistemas agroflorestais +não uso de queimadas + não uso de
agrotóxico)/3
Scf (florestas naturais exploradas) = (Se faz extrativismo +não uso de queimadas + não uso de agrotóxico)/3
Ssil(silvicultura) = (Não uso de queimadas + Não uso de agrotóxico+ mais de duas espécies cultivadas)/3
Sfor(forrageiras) = (Não uso de queimadas + Não uso de agrotóxico)/2
Sflo(flores e outros) = (Não uso de queimadas + Não uso de agrotóxico+ mais de duas espécies cultivadas)/3
Sca (aquicultura) = (não criação de camarões+ não uso de agrotóxicos+ mais de duas espécies cultivadas)/3
1. Índice de Biodiversidade

36. 1.4. Área de preservação
Quantifica a proporção de área preservada existente no
estabelecimento, incluindo a área de preservação permanente
(APP) e a área de reserva legal (RL)
Ap = Área de preservação/ área total do estabelecimento
1.5. Área natural
Quantifica a proporção de área de vegetação natural (preservada ou
explorada) existente no estabelecimento
An = (Área de preservação + área de floresta explorada + área de
pastagem natural)/ área total do estabelecimento
1. Índice de Biodiversidade

37. 2. Índice de Emissões
2.1. Área florestal
Quantifica a proporção de área florestal ou agroflorestal existente no
estabelecimento
Af = (Área de preservação + área de floresta explorada + área de
floresta plantada + área com sistema agroflorestal)/ área total do
estabelecimento
2.2. Consumo de combustíveis
Considera a quantidade de combustível consumido por área no
estabelecimento
Cc = 1 – ((cr)/(cr max))
Onde cr = Consumo de combustíveis/ área do estabelecimento
cr max = cr do 99 percentil
(obs: quanto o valor do índice for negativo será ajustado para zero)

38. 2.3. Adubação nitrogenada
Considera o uso de adubo químico nitrogenado no estabelecimento
Se só usa adubo químico nitrogenado:
Ani = 1 – ((dr)/(dr max))
Se usa adubo químico nitrogenado e outros tipos de adubação
Ani = 1 – ((dr/nta)/(dr max))
Se não usa adubo químico nitrogenado
Ani = 1
Onde: dr = despesa com adubo/área do estabelecimento
dr max = dr do 99 percentil
nta = número de tipos de adubação
(obs: quanto o valor do índice for negativo será ajustado para zero)
2. Índice de Emissões

39. 2.4. Carbono no solo
Considera as práticas agrícolas adotadas para conservação do carbono no solo
e as áreas degradadas existentes no estabelecimento
Cs = (Cp*área de pastagem + Clt*(área de lavoura temporária+ forrageiras +
flores)+ Cl *área de outras lavouras+ área de floresta natural ou preservada
–área de terras degradadas)/ soma de todas essas áreas
Onde:
Cp (pastagens) = (Uso de lavouras para recuperação de pastagens + Não uso de
queimadas + Uso de adubação orgânica + 1 – (área de pastagem degradada/área total
de pastagem))/4
Clt (lavoura temporária, forrageiras e flores ) = (Uso de adubação orgânica + Não uso de
queimadas ou queima de resíduos de culturas + Cultivo mínimo ou Plantio direto +(área
de plantio direto/(área de lavoura temporária + forrageiras + flores)))/4
Cl (outras lavouras: lavoura permanente, silvicultura e sistemas agroflorestais) = (Uso de
adubação orgânica + Não uso de queimadas ou queima de resíduos de culturas + 1)/3
2. Índice de Emissões

40. 2.5. Emissões de carbono das culturas
Considera o potencial de emissões entéricas e emissões por fermentação de
dejetos animais. Considera também os casos especiais de culturas
temporárias com alto impacto de emissões.
Em = Emissões animais *Emissões de culturas vegetais
Obs: Quando o estabelecimento não cria animais e não cultiva arroz
inundado ou cana Em = 1
Emissões animais = (Emissões entéricas+ Emissões por dejetos)/2
Emissões entéricas = 1- (nr/nr max)
Onde nr = (número de bovinos+ bubalinos +(( equinos + muares +
asininos)/5) + ((caprinos + ovinos)/10)) / área do estabelecimento
nr max = nr do 99 percentil
(obs: quanto o valor do índice for negativo será ajustado para zero)
2. Índice de Emissões

41. Emissões por dejetos = 1 se faz tratamento só com biodigestor
= 1- (dj/(2*dj max)) se faz tratamento dos dejetos (exceto
só biodigestor ou lagoa anaeróbia)
= 1- (dj/dj max) se não faz tratamento dos dejetos ou faz
com lagoa anaeróbia
Onde dj = 3*número de bovinos, bubalinos, equinos, muares e asininos + 2*
números de caprinos e ovinos + 3*número de suínos + (número de aves/2) +
número de coelhos/ área do estabelecimento
dj max = dj do 99 percentil
(obs: quanto o valor do índice for negativo será ajustado para zero)
Emissões de culturas vegetais (arroz ou cana)= 1 – (área de lavoura temporária
(arroz1 ou cana2)/área total do estabelecimento)
1 Somente quando o arroz for a principal produção e for cultivado por inundação
2 Somente quando a cana for a principal produção e usar a queima de resíduos ou
queimada
2. Índice de Emissões

42. 3.1. Práticas de Conservação do solo
Considera as práticas de manejo utilizadas no estabelecimento e a sua
contribuição para a prevenção de erosão e conservação do solo.
Pcs = Pcsp*área de pastagem + Pcslt*área de lavoura temporária, forrageiras
e flores + Pcsol *área de outras lavouras+ área de floresta natural ou
preservada –área de terras degradadas)/ soma de todas essas áreas
Onde:
Pcsp (pastagens)= (Uso de lavouras para recuperação de pastagens + Não uso de
queimadas + Faz rotação de pastagens+ Terraços ou Proteção de encostas + 1 – (área de
pastagem degradada/área total de pastagem))/5
Pcslt (lavoura temporária, forrageiras e flores) = (Plantio em curva de nível ou terraços ou
Proteção de encostas + Não uso de colheitadeiras ou de tratores de mais de 100 CV + não
uso de queimadas + plantio direto + (área de plantio direto/área de lavoura temporária))/5
Pcsol (outras lavouras: lavoura permanente, silvicultura e sistemas agroflorestais) = (Plantio
em curva de nível ou terraços ou proteção de encostas + Não uso de colheitadeiras ou de
tratores de mais de 100 CV + não uso de queimadas + 1)/4
3. Índice de Água

43. 3.2. Uso da água para irrigação
Busca quantificar o gasto de água em irrigação, considerando o
percentual de área irrigada e o método utilizado para irrigar.
Ir = 1 se não fez irrigação
Ir = 1 –((% de área irrigada*((área irrigada por pivô central+ área
irrigada por outros tipos de aspersão)/total de área irrigada) + %
de área irrigada)/ 200)
3.3. Eutrofização dos cursos d’água
Considera a contribuição do estabelecimento para a eutrofização
dos cursos d’água com base no uso de adubo químico, no
tratamento do esterco de animais confinados e na aquicultura
Eu = (Aq +Est +Aqu) / 3
3. Índice de Água

44. Aq = 1 se não usa adubo químico
Aq = 1 – ((dr)/(dr max)) se só usa adubo químico (nitrogenado ou não nitrogenado)
Aq = 1 – ((dr/nta)/(dr max)) se usa adubo químico e outros tipos de adubação
Onde: dr = despesa com adubo/área do estabelecimento
dr max = dr do 99 percentil
nta = número de tipos de adubação
Est = 1 se não produz animal confinado ou se produz e faz tratamento do esterco
Est = 1 –(pr/ pr max)(boi) – (pr/ pr max)(porco) - (pr/ pr max)(galinha) - (pr/ pr
max)(coelho) se produz animal confinado e não faz tratamento do esterco
Onde: pr = produção/área do estabelecimento
pr max = pr do 99 percentil
Aqu = 1 – (pr/ pr max)(camarão) - (pr/ pr max)(peixes)
Onde: pr = produção (camarão ou peixes)/área do estabelecimento
pr max = pr do 99 percentil
(obs: quanto o valor do índice for negativo será ajustado para zero)
3. Índice de Água

45. 3.4. Fontes de água e áreas de recarga
Considera a contribuição do estabelecimento para a geração de água
potável com base nas áreas potenciais de recarga e nas fontes de água
naturais.
F = ((Área natural/área total do estabelecimento)+ N)/2
N= 1 Se tem nascentes ou rios ou lagos, todos protegidos por mata
N = 0,5 se não tem nascentes, nem rios, nem lagos
N = 0 se tem nascentes, rios ou lagos não protegidos por mata
3.5. Área de preservação
Considera as áreas de APP e reserva legal do estabelecimento.
Ap = Área de preservação/ área total do estabelecimento
3. Índice de Água