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Hanseníase Resumo



1. CARACTERÍSTICAS GERAIS

A hanseníase é uma doença granulomatosa crônica causada pela infecção do bacilo
Mycobacterium leprae. O domicilio é visto como o mais importante espaço de
transmissão,visto que este bacilo é transmitido pelas vias aéreas e que embora infecte
grande número de pessoas é necessário condições do meio e com o hospedeiro para poder
adoecer.Portanto,a convivência do domicilio é vista como propicia para a transmissão da
doença. A hanseníase parece ser uma das doenças mais antigas que acometem o
homem,tendo referencias que datam 600 a.c. O ser humano é reconhecido como única
fonte de infecção,porém a hanseníase já foi identificada em animais como o macaco
mangabei,o chimpanzé e o tatu.Doentes multibacilares,com mais de 5 lesões na pele
-MB(hanseníase virchowiana e hanseníase dimorfa) sem tratamento podem eliminar um
grande número de bacilos para o meio externo. Os doentes paubacilares,com até 5 lesões
na pele - indeterminados e tuberculóides não são considerados importantes transmissores
pois possuem pouca carga bacilar. Por ter um longo período de incubação ( de 2 a 7 anos)
é menos comum a presença dessa doença em menores de 15 anos,porém em locais
endêmicos a exposição precoce propicia a infecção nessa faixa etária.Embora seja
independente de sexo,a maior ocorrência de hanseníase é em homens.

Agente etiológico

O M. leprae é um bacilo álcool-ácido resistente em forma de bastonete. É um parasita
intracelular, sendo a única espécie de micobactéria que infecta nervos periféricos,
especificamente células de Schwann. Esse bacilo não cresce em meios de cultura
artificiais.

Sintomas

* Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo.

* Área de pele seca,com falta de suor e com queda de pêlos.

* Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (dormências, diminuição da
sensibilidade ao toque, calor ou dor).

* Parestesias (sensação de formigamento na pele).

* Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das
pernas.

* Edema ou inchaço de mãos e pés.
* Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos.

* Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

2. ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS

Diagnóstico clínico

O diagnóstico é clínico e é dado pela análise da história e condições de vida do paciente.
É feito também o exame dermatoneurológico para identificar as lesões da pele e o
comprometimento de nervos periféricos.

Diagnóstico diferencial

Algumas dermatoses podem se assemelhar a algumas formas e reações de
hanseníase,portanto necessitam de segura diferenciação,como por exemplo o
vitiligo,lúpus,sífilis,tuberculose,queimadura(eritema) solar,entre outros.

Diagnóstico laboratorial

Exame baciloscópico – a baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico), quando
disponível, deve ser utilizada como exame complementar para a classificação dos casos
em PB ou MB. A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente
do número de lesões.É imprescindível avaliar a integridade da função neural e o grau de
incapacidade física no momento do diagnóstico do caso de hanseníase e do estado
reacional.

Reações hansênicas

Os estados reacionais ou reações hansênicas são alterações do sistema imunológico, que
podem ocorrer antes, durante ou depois do tratamento com Poliquimioterapia (PQT):

• Reação Tipo 1 ou reação reversa (RR) – caracteriza-se pelo aparecimento de novas
lesões dermatológicas (manchas ou placas), infiltração, alterações de cor e edema nas
lesões antigas, com ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite).

• Reação Tipo 2, cuja manifestação clínica mais frequente é o eritema nodoso hansênico
(ENH) – caracteriza-se por apresentar nódulos subcutâneos dolorosos, acompanhados ou
não de febre, dores articulares e mal-estar generalizado, com ou sem espessamento e dor
de nervos periféricos (neurite).

Tratamento poliquimioterápico – PQT/OMS

O tratamento é eminentemente ambulatorial. Nos serviços básicos de saúde, administra-
se uma associação de medicamentos, a poliquimioterapia (PQT/OMS). A PQT/OMS
mata o bacilo e evita a evolução da doença, prevenindo as incapacidades e deformidades
por ela causadas, levando à cura..A PQT/OMS é constituída pelo conjunto dos seguintes
medicamentos: rifampicina, dapsona e clofazimina, com administração associada.A Alta
por cura é dada após o termino do tratamento com PQT. Em PB a duração do tratamento
é de 6 doses supervisionadas em até 9 meses,em MB a duração é de 12 doses
supervisionadas em até 18 meses. No caso de reação recidiva o tratamento com PQT
deve ser reiniciado.

Os medicamentos utilizados na poliquimioterapia podem causar efeitos colaterais,porém
o tratamento PQT raramente precisa ser interrompido em virtude de efeitos colaterais.

Notificação

A hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo território nacional e de
investigação obrigatória. Cada caso diagnosticado deve ser notificado na semana
epidemiológica de ocorrência do diagnóstico, utilizando-se a ficha de notificação e
investigação, do Sistema de Informação de Notificação de Agravos (Sinan), nos três
níveis de atenção à saúde.

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Hanseníase resumo

  • 1. Hanseníase Resumo 1. CARACTERÍSTICAS GERAIS A hanseníase é uma doença granulomatosa crônica causada pela infecção do bacilo Mycobacterium leprae. O domicilio é visto como o mais importante espaço de transmissão,visto que este bacilo é transmitido pelas vias aéreas e que embora infecte grande número de pessoas é necessário condições do meio e com o hospedeiro para poder adoecer.Portanto,a convivência do domicilio é vista como propicia para a transmissão da doença. A hanseníase parece ser uma das doenças mais antigas que acometem o homem,tendo referencias que datam 600 a.c. O ser humano é reconhecido como única fonte de infecção,porém a hanseníase já foi identificada em animais como o macaco mangabei,o chimpanzé e o tatu.Doentes multibacilares,com mais de 5 lesões na pele -MB(hanseníase virchowiana e hanseníase dimorfa) sem tratamento podem eliminar um grande número de bacilos para o meio externo. Os doentes paubacilares,com até 5 lesões na pele - indeterminados e tuberculóides não são considerados importantes transmissores pois possuem pouca carga bacilar. Por ter um longo período de incubação ( de 2 a 7 anos) é menos comum a presença dessa doença em menores de 15 anos,porém em locais endêmicos a exposição precoce propicia a infecção nessa faixa etária.Embora seja independente de sexo,a maior ocorrência de hanseníase é em homens. Agente etiológico O M. leprae é um bacilo álcool-ácido resistente em forma de bastonete. É um parasita intracelular, sendo a única espécie de micobactéria que infecta nervos periféricos, especificamente células de Schwann. Esse bacilo não cresce em meios de cultura artificiais. Sintomas * Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo. * Área de pele seca,com falta de suor e com queda de pêlos. * Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (dormências, diminuição da sensibilidade ao toque, calor ou dor). * Parestesias (sensação de formigamento na pele). * Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas. * Edema ou inchaço de mãos e pés.
  • 2. * Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos. * Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos. 2. ASPECTOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS Diagnóstico clínico O diagnóstico é clínico e é dado pela análise da história e condições de vida do paciente. É feito também o exame dermatoneurológico para identificar as lesões da pele e o comprometimento de nervos periféricos. Diagnóstico diferencial Algumas dermatoses podem se assemelhar a algumas formas e reações de hanseníase,portanto necessitam de segura diferenciação,como por exemplo o vitiligo,lúpus,sífilis,tuberculose,queimadura(eritema) solar,entre outros. Diagnóstico laboratorial Exame baciloscópico – a baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico), quando disponível, deve ser utilizada como exame complementar para a classificação dos casos em PB ou MB. A baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de lesões.É imprescindível avaliar a integridade da função neural e o grau de incapacidade física no momento do diagnóstico do caso de hanseníase e do estado reacional. Reações hansênicas Os estados reacionais ou reações hansênicas são alterações do sistema imunológico, que podem ocorrer antes, durante ou depois do tratamento com Poliquimioterapia (PQT): • Reação Tipo 1 ou reação reversa (RR) – caracteriza-se pelo aparecimento de novas lesões dermatológicas (manchas ou placas), infiltração, alterações de cor e edema nas lesões antigas, com ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite). • Reação Tipo 2, cuja manifestação clínica mais frequente é o eritema nodoso hansênico (ENH) – caracteriza-se por apresentar nódulos subcutâneos dolorosos, acompanhados ou não de febre, dores articulares e mal-estar generalizado, com ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite). Tratamento poliquimioterápico – PQT/OMS O tratamento é eminentemente ambulatorial. Nos serviços básicos de saúde, administra- se uma associação de medicamentos, a poliquimioterapia (PQT/OMS). A PQT/OMS mata o bacilo e evita a evolução da doença, prevenindo as incapacidades e deformidades
  • 3. por ela causadas, levando à cura..A PQT/OMS é constituída pelo conjunto dos seguintes medicamentos: rifampicina, dapsona e clofazimina, com administração associada.A Alta por cura é dada após o termino do tratamento com PQT. Em PB a duração do tratamento é de 6 doses supervisionadas em até 9 meses,em MB a duração é de 12 doses supervisionadas em até 18 meses. No caso de reação recidiva o tratamento com PQT deve ser reiniciado. Os medicamentos utilizados na poliquimioterapia podem causar efeitos colaterais,porém o tratamento PQT raramente precisa ser interrompido em virtude de efeitos colaterais. Notificação A hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo território nacional e de investigação obrigatória. Cada caso diagnosticado deve ser notificado na semana epidemiológica de ocorrência do diagnóstico, utilizando-se a ficha de notificação e investigação, do Sistema de Informação de Notificação de Agravos (Sinan), nos três níveis de atenção à saúde.