O documento discute a leptospirose, uma doença febril causada por bactérias do gênero Leptospira transmitida principalmente por urina de animais infectados. A doença pode variar de assintomática a grave e é endêmica no Brasil, onde casos aumentam durante enchentes. O diagnóstico é clínico e laboratorial e o tratamento é feito com antibióticos. Controle de roedores e melhoria do saneamento básico são essenciais para prevenção.
1. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
PERNAMBUCO – IFPE CAMPUS PESQUEIRA
COORDENADORIA DA SAÚDE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM - BACHARELADO
LEPTOSPIROSE
PESQUEIRA – PE
2011
2. LEPTOSPIROSE
Doença infecciosa febril de início abrupto,
que pode variar desde um processo
inaparente até formas graves com alta
letalidade.
(MS, 2010)
3. AGENTE CAUSADOR
É causada por bactéria do gênero
Leptospira que possui cerca de 14
espécies patogênicas, sendo a mais
importante a L. interrogans. Essa bactéria
tem como reservatórios essenciais
animais domésticos sinantrópicos e
selvagens tais como:
ratos, caninos, suínos, bovinos, equinos, o
vinos e caprinos sendo o rato o
reservatório mais comum.
GOMES, 2011
4. O gênero Leptospira
pertence à família
Leptospiraceae, distribuídas
em 3 diferentes gêneros:
Leptospira, Leptonema e
Turneriella.
São bactérias com 0,1 a 0,2
mm de diâmetro e 6-12 mm
de comprimento;
forma fina e espiralada;
apresentam extremidades
com ganchos; móveis
GOMES, 2011
graças a dois flagelos
5. MODO DE TRANSMISSÃO
A infecção humana resulta da exposição
direta ou indireta à urina de animais
infectados. O microrganismo penetra na
pele com lesões, em pele íntegra imersa
por tempo elevado em água contaminada
ou através das mucosas. A transmissão
entre humanos é rara.
6.
7. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: de 01 a 30
dias(em média, de 05 a 14 dias);
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE:
os animais infectados podem eliminar a
leptospira através da urina durante
meses, anos ou por toda a vida;
8. A doença é bifásica com apresentações
clínicas distintas. Está dividida em:
FASE PRECOCE (ou septicêmica);
FASE TARDIA (ou imune).
9. FASE PRECOCE
Duração de 3 a 7 dias, início súbito de
febre, cefaléia, mialgias (dor
muscular), anorexia, náuseas e
vômitos, podendo apresentar ainda dor
torácica, diarreia, tosse seca.
10. FASE TARDIA
Inicia após a primeira semana da doença;
A manifestação clássica é a síndrome de
Weil, caracterizada pela tríade: icterícia
rubínica, insuficiência renal aguda – IRA e
hemorragias, mais comumente pulmonar;
Pode ocorrer ainda cefaléia intensa, sinais
de irritação
meníngea, miocardite, arritmias, distúrbios
neurológicos, petéquias.
11. DIAGNÓSTICO
A suspeita clínica deve ser confirmada
através de exames laboratoriais
específicos
Na primeira semana (fase precoce) as
leptospiras podem ser encontradas no
sangue;
Na fase tardia as leptospiras podem ser
encontradas na urina.
Os testes mais utilizados são o ELISA-IgM
e a microaglutinação (MAT).
12. TRATAMEMTO
É feito a base de antibióticos
independente da fase;
Na fase precoce deve-se usar a
Amoxacilina 500mg em adultos e
50mg/kg/dia em crianças durante 5 a 7
dias, ou ainda a Doxicilina 100mg.
Na fase tardia utiliza-se Penicilina G
Cristalina1,5 milhões de UI, Anpicilina 1g
ou Cefotaxina 1g.
13. TRATAMENTO
Reposição hídrica;
Assistência cardiorrespiratória;
Nutrição enteral ou parenteral;
Transfusão de sangue;
Proteção gástrica.
14. ASPÉCTOS
EPDEMIOLÓGICOS
No Brasil é uma doença
endêmica podendo ser
epidêmica em épocas de
chuvas devido a
ocorrência de enchentes
associadas a condições
inadequadas de
saneamento básico e
alta infestação de
roedores infectados
15.
16. BRASIL: CASOS
CONFIRMADOS
Casos confirmados no Brasil em 2010:
3.758 casos, sendo 271 casos em
Pernambuco;
Casos confirmados no Brasil em 2011:
4.732 casos, sendo 363 casos em
Pernambuco.
17. PREVENÇÃO E CONTROLE
Controle dos roedores;
Descarte e acondicionamento adequado do
lixo;
Tratamento adequado da água;
Eliminação de objetos ou materiais em geral
em desuso que possam servir de abrigo para
roedores;
Imunização de animais domésticos (cães,
bovinos e suínos) com vacinas de uso
veterinário.
Vigilância sanitária de alimentos de consumo
humano.
Evitar exposição a água de enchentes por
18. A leptospirose é um problema de
saúde pública.
Toda a população deve
fazer sua parte eliminando os
focos de roedores a partir do
descarte adequado do lixo. O
Governo por sua vez deve dar
suporte a população melhorando
as condições de saneamento
básico, tratamento da água e
coleta adequada do lixo.
19.
20. REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamentos de Vigilância Epidemiológica. Doenças Infecciosas e
parasitárias: guia de bolso. 8 ed. rev. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010, p.
274-282.
BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Leptospirose:
o que é e como prevenir. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em:
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/folder/leptos_folder.pdf. Acesso em:
27 fev 2012.
GOMES, Marcos. Gênero Leptospira spp. Microbiologia Clínica Veterinária Vet
3225 Área de Bacteriologia, UFRGS, 2011.