O documento descreve a Daseinsanalyse de Ludwig Binswanger e sua abordagem da alteridade. A Daseinsanalyse coloca o ser humano como "ser-no-mundo" e analisa modos de ser como singular, plural e dual. Binswanger complementa a análise existencial de Heidegger com a noção de "ser-além-do-mundo" por meio do amor ao outro. Sua abordagem oscila entre Heidegger e Husserl ao longo do tempo.
Este documento descreve a vida e obra do filósofo Edmund Husserl, fundador da fenomenologia. Apresenta o contexto histórico no qual ele desenvolveu sua filosofia e resume as cinco lições de sua obra "A Ideia da Fenomenologia", onde ele delineia os fundamentos e objetivos desta nova abordagem filosófica.
Este documento resume os principais conceitos da fenomenologia de Edmund Husserl, como a ênfase na descrição e análise consciente dos fenômenos que aparecem, o método fenomenológico de epoché ou suspensão do julgamento sobre a realidade para análise científica, e a confiança na experiência e capacidade de análise linguística para estudar os objetos de forma teórica.
1) A terapia existencial-humanista surgiu após a Segunda Guerra Mundial como uma alternativa à psicanálise e ao behaviorismo, enfatizando as forças positivas do ser humano e sua experiência subjetiva.
2) A fenomenologia existencial se baseia na fenomenologia de Husserl e enfatiza a liberdade humana e a angústia resultante da falta de sentido e da consciência da morte, de acordo com autores como Kierkegaard, Heidegger e Sartre.
3) Os principais conceitos da
Este documento discute os conceitos fundamentais da fenomenologia husserliana, incluindo intencionalidade, campo e método fenomenológico. A intencionalidade se refere à ideia de que toda consciência é consciência de algo, enquanto campo se refere ao espaço no qual os fenômenos aparecem. O método fenomenológico proposto por Husserl envolve a époche ou redução fenomenológica, na qual os valores e percepções individuais são suspensos para que apenas o fenômeno seja visível.
O documento discute a fenomenologia e o existencialismo, abordando os seguintes pontos: (1) Edmund Husserl fundou a fenomenologia e influenciou Martin Heidegger e Jean-Paul Sartre; (2) Heidegger desenvolveu o conceito de "Ser" e influenciou Sartre; (3) Sartre aplicou os princípios fenomenológicos e existencialistas à psicoterapia.
1) O documento discute a fenomenologia como método para pesquisar experiências vividas a partir das perspectivas de Husserl e Merleau-Ponty. 2) Apresenta o método fenomenológico de Husserl, focando na descrição das essências da experiência pré-reflexiva. 3) Discute a fenomenologia existencial de Merleau-Ponty, enfatizando o corpo vivido e a inter-relação dialética entre o ser e o mundo.
Nesta obra, Husserl introduz seu método fenomenológico e defende que a fenomenologia é a ciência fundamental da subjetividade pura, estudando as estruturas da consciência. Ele argumenta que toda consciência é intencionalidade e que os objetos só podem ser definidos em relação à consciência, que dá sentido às coisas. Apesar de sua importância, o texto apresenta um subjetivismo extremo que coloca todas as coisas como fenômenos da consciência.
Fenomenologia e existencialismo_articulando (1)Bianca Curvelo
1) O documento descreve o surgimento dos movimentos fenomenológico e existencialista, explorando seus principais expoentes como Husserl, Brentano e Heidegger.
2) A fenomenologia surgiu da preocupação de Husserl em fundamentar o conhecimento de forma rigorosa, levando-o a desenvolver o método fenomenológico da "redução" e do "retorno às coisas mesmas".
3) O documento também discute a influência de Brentano e Stumpf no pensamento inicial de Husserl e no desen
Este documento descreve a vida e obra do filósofo Edmund Husserl, fundador da fenomenologia. Apresenta o contexto histórico no qual ele desenvolveu sua filosofia e resume as cinco lições de sua obra "A Ideia da Fenomenologia", onde ele delineia os fundamentos e objetivos desta nova abordagem filosófica.
Este documento resume os principais conceitos da fenomenologia de Edmund Husserl, como a ênfase na descrição e análise consciente dos fenômenos que aparecem, o método fenomenológico de epoché ou suspensão do julgamento sobre a realidade para análise científica, e a confiança na experiência e capacidade de análise linguística para estudar os objetos de forma teórica.
1) A terapia existencial-humanista surgiu após a Segunda Guerra Mundial como uma alternativa à psicanálise e ao behaviorismo, enfatizando as forças positivas do ser humano e sua experiência subjetiva.
2) A fenomenologia existencial se baseia na fenomenologia de Husserl e enfatiza a liberdade humana e a angústia resultante da falta de sentido e da consciência da morte, de acordo com autores como Kierkegaard, Heidegger e Sartre.
3) Os principais conceitos da
Este documento discute os conceitos fundamentais da fenomenologia husserliana, incluindo intencionalidade, campo e método fenomenológico. A intencionalidade se refere à ideia de que toda consciência é consciência de algo, enquanto campo se refere ao espaço no qual os fenômenos aparecem. O método fenomenológico proposto por Husserl envolve a époche ou redução fenomenológica, na qual os valores e percepções individuais são suspensos para que apenas o fenômeno seja visível.
O documento discute a fenomenologia e o existencialismo, abordando os seguintes pontos: (1) Edmund Husserl fundou a fenomenologia e influenciou Martin Heidegger e Jean-Paul Sartre; (2) Heidegger desenvolveu o conceito de "Ser" e influenciou Sartre; (3) Sartre aplicou os princípios fenomenológicos e existencialistas à psicoterapia.
1) O documento discute a fenomenologia como método para pesquisar experiências vividas a partir das perspectivas de Husserl e Merleau-Ponty. 2) Apresenta o método fenomenológico de Husserl, focando na descrição das essências da experiência pré-reflexiva. 3) Discute a fenomenologia existencial de Merleau-Ponty, enfatizando o corpo vivido e a inter-relação dialética entre o ser e o mundo.
Nesta obra, Husserl introduz seu método fenomenológico e defende que a fenomenologia é a ciência fundamental da subjetividade pura, estudando as estruturas da consciência. Ele argumenta que toda consciência é intencionalidade e que os objetos só podem ser definidos em relação à consciência, que dá sentido às coisas. Apesar de sua importância, o texto apresenta um subjetivismo extremo que coloca todas as coisas como fenômenos da consciência.
Fenomenologia e existencialismo_articulando (1)Bianca Curvelo
1) O documento descreve o surgimento dos movimentos fenomenológico e existencialista, explorando seus principais expoentes como Husserl, Brentano e Heidegger.
2) A fenomenologia surgiu da preocupação de Husserl em fundamentar o conhecimento de forma rigorosa, levando-o a desenvolver o método fenomenológico da "redução" e do "retorno às coisas mesmas".
3) O documento também discute a influência de Brentano e Stumpf no pensamento inicial de Husserl e no desen
O conceito de subjetividade nas teorias sócio-históricasJuliana Soares
Neste estudo são analisadas as
concepções de subjetividade de três autores que
se inserem no campo da psicologia sóciohistórica:
Fernando Gonzalez Rey, Odair Furtado
e Maria da Graça Marchina Gonçalves. A
pesquisa realizada, de natureza teórica, teve por
objetivo identificar semelhanças e diferenças que
estão na base do conceito de subjetividade
destes diferentes autores, ainda que se situem
em uma mesma corrente teórica, como forma de
demonstrar a necessidade de avanço na
conceituação desta categoria. Adotou-se como
procedimento o modelo de Thomas Kuhn para a
análise de paradigmas da ciência. Para tanto,
foram selecionados textos dos três autores, em
que se observava uma preocupação com a
definição do conceito de subjetividade e fez-se
uma leitura aprofundada, buscando em suas
concepções os quatro principais aspectos que
caracterizam um paradigma: generalizações
simbólicas, paradigma metafísico, exemplares e
valores. Como resultado, constatou-se o
compartilhamento de idéias na maioria dos
aspectos analisados, revelando que o avanço na
postulação da categoria subjetividade dentro da
perspectiva da psicologia histórico-cultural ou
sócio-histórica parece promissor, o que confere a
esta abordagem teórica lastro para a sustentação
das investigações sobre a subjetividade,
oferecendo possibilidades de explicação dos
fenômenos observados. Contudo, também
aparecem divergências entre os autores, o que
pode estar relacionado ao enfoque que cada um
tem dado às pesquisas que vem realizando.
O documento discute os conceitos fundamentais da fenomenologia de Husserl e do existencialismo. A fenomenologia é apresentada como um método filosófico que estuda os fenômenos da consciência e a intencionalidade da mente. O existencialismo explora como os indivíduos constroem seu sentido de existência no mundo. Ambos os campos filosóficos enfatizam a experiência subjetiva e a análise dos fundamentos da realidade e do conhecimento.
A fenomenologia é um método de conhecimento sobre a realidade, sobre as coisas e os seres, que surgiu no início do século XX, diferenciando-se da ciência positivista, que e das teorias idealistas.
Sua metodologia propõe o retorno a um estágio pré-reflexivo, que acontece antes das representações e construções conceituais, colocando em parênteses as teorias prévias que conhecemos ao observar um fenômeno.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
www.ex-isto.com
www.fb.com/existocom
www.youtube.com/existo
www.instagram.com/existocom
Trata-se de um documento sobre a fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty que discute:
1) As contradições aparentes na definição de fenomenologia e a necessidade de uma abordagem fenomenológica;
2) A rejeição da abordagem científica e a visão do mundo como fundamento da experiência;
3) A diferença entre a análise reflexiva e a descrição fenomenológica que busca descrever o mundo tal como é percebido.
A fenomenologia é estudada como foi construída por Husserl, que procurou dar uma solução que não ficasse presa ao racionalismo cartesiano, empirismos ou idealismo kantiano. Para Husserl, a fenomenologia é o estudo dos fenômenos que se manifestam à consciência, buscando descrever os fenômenos sem pressupostos interpretativos. Ele defendia que a consciência como realidade fundamental que constitui o mundo e os objetos por meio da intencionalidade.
Jardim, le. a preocupação liberadora no contexto da prática terapeuticaÉrika Renata
O documento resume um trabalho de conclusão de curso sobre como a filosofia de Martin Heidegger pode contribuir para pensar a relação terapeuta-paciente. Apresenta os conceitos heideggerianos de ser-no-mundo, ser-com-os-outros e preocupação para analisar como a terapia pode ser entendida como uma manifestação da preocupação liberadora. O objetivo é fundamentar uma prática terapêutica não objetificante, em contraste com abordagens psicológicas.
1) O documento discute a fenomenologia e sua influência na psicologia e terapia.
2) A fenomenologia de Husserl defende que a consciência deve ser estudada em si mesma, não de forma empírica.
3) A psicologia fenomenológica enfatiza a subjetividade e experiência do paciente, diferentemente da abordagem objetiva e experimental.
O documento discute o método fenomenológico como uma abordagem para as ciências humanas que se concentra nos fenômenos tal como eles aparecem na experiência, ao invés de tentar explicá-los causalmente. O método enfatiza a descrição do "mundo vivido" e busca compreender os significados subjacentes à ação humana questionando pressupostos tidos como naturais. A fenomenologia oferece uma alternativa às abordagens positivistas que tentavam tratar os fenômenos humanos da mesma forma que as ciências
Edmund Husserl (1859-1938) foi um filósofo alemão considerado o fundador da fenomenologia. Estudou matemática e iniciou a carreira docente em 1883, ensinando filosofia. Criou a fenomenologia, que propunha estudar sistematicamente a consciência e objetos mentais. Foi excluído da universidade com a chegada de Hitler em 1933. Morreu em 1938 desejando morrer como um filósofo.
Este documento discute como as noções existenciais de "cuidado" e "liberdade" elaboradas por Heidegger podem ser aplicadas à psicoterapia contemporânea. O autor analisa como a experiência de sofrimento psíquico convoca uma reflexão sobre a existência e como, em uma abordagem fenomenológico-existencial, essa reflexão pode ser guiada pelos constituintes ontológicos de "cuidado" e "liberdade".
O documento discute a fenomenologia de Husserl, apresentando-a como um método de crítica do conhecimento que visa elucidar a verdade dos fenômenos da consciência. O autor descreve a mudança de Husserl de uma fenomenologia empírica para uma transcendental, focada na consciência constituinte. A redução fenomenológica é apresentada como a chave para retornar à consciência e revelar a constituição dos objetos.
1. A introdução discute os modelos terapêuticos desenvolvidos a partir da fenomenologia e do existencialismo, conhecidos como psicoterapia existencial. Seu objetivo é facilitar o autoconhecimento e autonomia do cliente para assumir livremente sua existência.
2. Dois grupos de métodos são discutidos: psicoterapia experiencial e psicoterapia existencial. As principais diferenças estão no conceito de capacidade de mudança, conceitos-chave e objetivo final da intervenção.
3. A ps
A revista ex-isto é uma publicação dedicada ao existencialismo, a fenomenologia, a filosofia e a psicologia, bem como suas relações com a histórias, as artes e a vida.
Há mais de dois anos surgiu a ideia de criar uma revista sobre essas temáticas, porém foi preciso tempo, amadurecimento da proposta e soma de interessados em difundir tais temáticas.
Aqui estamos com o primeiro número da revista, em formato digital e distribuição totalmente livre, com seções sobre filosofia, psicologia, existencialismo, gênero, literatura, artes, indicação de livro, indicação de filme, diversidades e artigo.
Conteúdo:
-Não há fatos, apenas interpretações - Bruno Carrasco
-O dia em que procurei um terapeuta existencial - Patricio Lauro
-Existencialismo: doutrina de ação - Luana Orlandi
-Essência, existência, gênero - Pedro Sammarco
-Um “demônio” trágico - João Marcos
-A era da estupidez - George Christian
-Cotidiano - Guto Nunes
-Livro: O ser e o nada - Kaíque Jeordhanne
-Filme: A primeira noite de tranquilidade - Graziela Pinheiro
-O que é o esperanto? - Fábio Silva
-Fundamentos da psicoterapia fenomenológico existencial - Bruno Carrasco
Novembro de 2020.
Distribuição livre.
Publicação ex-isto.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
A fenomenologia é abordada no documento, incluindo seus fundadores como Husserl e Merleau-Ponty. O método fenomenológico é explicado, enfatizando a suspensão de julgamentos e a análise da experiência vivida para compreender fenômenos. A pesquisa fenomenológica em educação é discutida, envolvendo a coleta de dados, reflexão e nova compreensão.
O documento discute a fenomenologia, definindo-a como o estudo da consciência e dos objetos da consciência, como coisas, imagens, pensamentos e sentimentos. Apresenta Edmund Husserl como fundador da fenomenologia e destaca que ele via a consciência como intencionalidade. Também discute as ideias de Maurice Merleau-Ponty sobre a fenomenologia, que enfatizava a corporeidade e a indissociabilidade entre conteúdo e forma.
Aula 1 da disciplina Mídia e Cultura na Amazônia. Curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Sociedade da UFPA, 1o semestre de 2011.
Giovanetti. psicologia existencial e espiritualidadeÉrika Renata
O documento discute a Psicologia Existencial e como ela pode contribuir para a compreensão da espiritualidade humana. A Psicologia Existencial tem como base o Existencialismo filosófico e enfatiza questões como angústia, liberdade e vivência humana. Ela pode ajudar a entender a espiritualidade não apenas do ponto de vista teológico, mas da experiência subjetiva do ser humano.
Moreira, virginia. possíveis contribuições de husserl e heidegger para a clín...Érika Renata
Este artigo discute as possíveis contribuições das filosofias de Edmund Husserl e Martin Heidegger para o desenvolvimento de uma clínica fenomenológica. Reconhece que Husserl inaugurou uma psicologia da subjetividade com sua Psicologia Fenomenológica, que pode servir de base para a clínica fenomenológica. Também discute as propostas clínicas de Ludwig Binswanger e Medard Boss baseadas na análise do Dasein de Heidegger, sugerindo a fenomenologia existencial
Pereira, m.e.c. sobre os fundamentos da psicoterapia de base analitico existe...Érika Renata
1) O documento discute os fundamentos da psicoterapia analítico-existencial segundo Ludwig Binswanger.
2) Binswanger via a psicoterapia como envolvendo duas existências que buscam liberar o paciente do isolamento para participar da comunidade.
3) A abordagem de Binswanger se baseava na fenomenologia de Husserl e na ontologia de Heidegger para entender a dimensão existencial do ser humano.
1) O documento propõe uma análise da obra da artista Lúcia Gomes usando o método da daseinsanalyse, desenvolvido por Binswanger a partir de Heidegger.
2) A daseinsanalyse difere da psicanálise ao entender os fenômenos humanos sem recorrer a teorias, focando na compreensão do existir.
3) A análise da obra de Lúcia Gomes explora seus existenciários como abertura ao mundo, temporalidade, espacialidade e estar-com-o-outro de forma a
Fenomelogia é a disciplina que se ocupa da descrição, definição e classificação dos sinais, sintomas e síndromes mentais. Quem são os teóricos da fenomenologia; a abordagem descritiva; estudos fenomenológicos.
Acesse www.psiquiatraportoalegre.com.br para saber mais.
O conceito de subjetividade nas teorias sócio-históricasJuliana Soares
Neste estudo são analisadas as
concepções de subjetividade de três autores que
se inserem no campo da psicologia sóciohistórica:
Fernando Gonzalez Rey, Odair Furtado
e Maria da Graça Marchina Gonçalves. A
pesquisa realizada, de natureza teórica, teve por
objetivo identificar semelhanças e diferenças que
estão na base do conceito de subjetividade
destes diferentes autores, ainda que se situem
em uma mesma corrente teórica, como forma de
demonstrar a necessidade de avanço na
conceituação desta categoria. Adotou-se como
procedimento o modelo de Thomas Kuhn para a
análise de paradigmas da ciência. Para tanto,
foram selecionados textos dos três autores, em
que se observava uma preocupação com a
definição do conceito de subjetividade e fez-se
uma leitura aprofundada, buscando em suas
concepções os quatro principais aspectos que
caracterizam um paradigma: generalizações
simbólicas, paradigma metafísico, exemplares e
valores. Como resultado, constatou-se o
compartilhamento de idéias na maioria dos
aspectos analisados, revelando que o avanço na
postulação da categoria subjetividade dentro da
perspectiva da psicologia histórico-cultural ou
sócio-histórica parece promissor, o que confere a
esta abordagem teórica lastro para a sustentação
das investigações sobre a subjetividade,
oferecendo possibilidades de explicação dos
fenômenos observados. Contudo, também
aparecem divergências entre os autores, o que
pode estar relacionado ao enfoque que cada um
tem dado às pesquisas que vem realizando.
O documento discute os conceitos fundamentais da fenomenologia de Husserl e do existencialismo. A fenomenologia é apresentada como um método filosófico que estuda os fenômenos da consciência e a intencionalidade da mente. O existencialismo explora como os indivíduos constroem seu sentido de existência no mundo. Ambos os campos filosóficos enfatizam a experiência subjetiva e a análise dos fundamentos da realidade e do conhecimento.
A fenomenologia é um método de conhecimento sobre a realidade, sobre as coisas e os seres, que surgiu no início do século XX, diferenciando-se da ciência positivista, que e das teorias idealistas.
Sua metodologia propõe o retorno a um estágio pré-reflexivo, que acontece antes das representações e construções conceituais, colocando em parênteses as teorias prévias que conhecemos ao observar um fenômeno.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
www.ex-isto.com
www.fb.com/existocom
www.youtube.com/existo
www.instagram.com/existocom
Trata-se de um documento sobre a fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty que discute:
1) As contradições aparentes na definição de fenomenologia e a necessidade de uma abordagem fenomenológica;
2) A rejeição da abordagem científica e a visão do mundo como fundamento da experiência;
3) A diferença entre a análise reflexiva e a descrição fenomenológica que busca descrever o mundo tal como é percebido.
A fenomenologia é estudada como foi construída por Husserl, que procurou dar uma solução que não ficasse presa ao racionalismo cartesiano, empirismos ou idealismo kantiano. Para Husserl, a fenomenologia é o estudo dos fenômenos que se manifestam à consciência, buscando descrever os fenômenos sem pressupostos interpretativos. Ele defendia que a consciência como realidade fundamental que constitui o mundo e os objetos por meio da intencionalidade.
Jardim, le. a preocupação liberadora no contexto da prática terapeuticaÉrika Renata
O documento resume um trabalho de conclusão de curso sobre como a filosofia de Martin Heidegger pode contribuir para pensar a relação terapeuta-paciente. Apresenta os conceitos heideggerianos de ser-no-mundo, ser-com-os-outros e preocupação para analisar como a terapia pode ser entendida como uma manifestação da preocupação liberadora. O objetivo é fundamentar uma prática terapêutica não objetificante, em contraste com abordagens psicológicas.
1) O documento discute a fenomenologia e sua influência na psicologia e terapia.
2) A fenomenologia de Husserl defende que a consciência deve ser estudada em si mesma, não de forma empírica.
3) A psicologia fenomenológica enfatiza a subjetividade e experiência do paciente, diferentemente da abordagem objetiva e experimental.
O documento discute o método fenomenológico como uma abordagem para as ciências humanas que se concentra nos fenômenos tal como eles aparecem na experiência, ao invés de tentar explicá-los causalmente. O método enfatiza a descrição do "mundo vivido" e busca compreender os significados subjacentes à ação humana questionando pressupostos tidos como naturais. A fenomenologia oferece uma alternativa às abordagens positivistas que tentavam tratar os fenômenos humanos da mesma forma que as ciências
Edmund Husserl (1859-1938) foi um filósofo alemão considerado o fundador da fenomenologia. Estudou matemática e iniciou a carreira docente em 1883, ensinando filosofia. Criou a fenomenologia, que propunha estudar sistematicamente a consciência e objetos mentais. Foi excluído da universidade com a chegada de Hitler em 1933. Morreu em 1938 desejando morrer como um filósofo.
Este documento discute como as noções existenciais de "cuidado" e "liberdade" elaboradas por Heidegger podem ser aplicadas à psicoterapia contemporânea. O autor analisa como a experiência de sofrimento psíquico convoca uma reflexão sobre a existência e como, em uma abordagem fenomenológico-existencial, essa reflexão pode ser guiada pelos constituintes ontológicos de "cuidado" e "liberdade".
O documento discute a fenomenologia de Husserl, apresentando-a como um método de crítica do conhecimento que visa elucidar a verdade dos fenômenos da consciência. O autor descreve a mudança de Husserl de uma fenomenologia empírica para uma transcendental, focada na consciência constituinte. A redução fenomenológica é apresentada como a chave para retornar à consciência e revelar a constituição dos objetos.
1. A introdução discute os modelos terapêuticos desenvolvidos a partir da fenomenologia e do existencialismo, conhecidos como psicoterapia existencial. Seu objetivo é facilitar o autoconhecimento e autonomia do cliente para assumir livremente sua existência.
2. Dois grupos de métodos são discutidos: psicoterapia experiencial e psicoterapia existencial. As principais diferenças estão no conceito de capacidade de mudança, conceitos-chave e objetivo final da intervenção.
3. A ps
A revista ex-isto é uma publicação dedicada ao existencialismo, a fenomenologia, a filosofia e a psicologia, bem como suas relações com a histórias, as artes e a vida.
Há mais de dois anos surgiu a ideia de criar uma revista sobre essas temáticas, porém foi preciso tempo, amadurecimento da proposta e soma de interessados em difundir tais temáticas.
Aqui estamos com o primeiro número da revista, em formato digital e distribuição totalmente livre, com seções sobre filosofia, psicologia, existencialismo, gênero, literatura, artes, indicação de livro, indicação de filme, diversidades e artigo.
Conteúdo:
-Não há fatos, apenas interpretações - Bruno Carrasco
-O dia em que procurei um terapeuta existencial - Patricio Lauro
-Existencialismo: doutrina de ação - Luana Orlandi
-Essência, existência, gênero - Pedro Sammarco
-Um “demônio” trágico - João Marcos
-A era da estupidez - George Christian
-Cotidiano - Guto Nunes
-Livro: O ser e o nada - Kaíque Jeordhanne
-Filme: A primeira noite de tranquilidade - Graziela Pinheiro
-O que é o esperanto? - Fábio Silva
-Fundamentos da psicoterapia fenomenológico existencial - Bruno Carrasco
Novembro de 2020.
Distribuição livre.
Publicação ex-isto.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
A fenomenologia é abordada no documento, incluindo seus fundadores como Husserl e Merleau-Ponty. O método fenomenológico é explicado, enfatizando a suspensão de julgamentos e a análise da experiência vivida para compreender fenômenos. A pesquisa fenomenológica em educação é discutida, envolvendo a coleta de dados, reflexão e nova compreensão.
O documento discute a fenomenologia, definindo-a como o estudo da consciência e dos objetos da consciência, como coisas, imagens, pensamentos e sentimentos. Apresenta Edmund Husserl como fundador da fenomenologia e destaca que ele via a consciência como intencionalidade. Também discute as ideias de Maurice Merleau-Ponty sobre a fenomenologia, que enfatizava a corporeidade e a indissociabilidade entre conteúdo e forma.
Aula 1 da disciplina Mídia e Cultura na Amazônia. Curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação Comunicação, Cultura e Sociedade da UFPA, 1o semestre de 2011.
Giovanetti. psicologia existencial e espiritualidadeÉrika Renata
O documento discute a Psicologia Existencial e como ela pode contribuir para a compreensão da espiritualidade humana. A Psicologia Existencial tem como base o Existencialismo filosófico e enfatiza questões como angústia, liberdade e vivência humana. Ela pode ajudar a entender a espiritualidade não apenas do ponto de vista teológico, mas da experiência subjetiva do ser humano.
Moreira, virginia. possíveis contribuições de husserl e heidegger para a clín...Érika Renata
Este artigo discute as possíveis contribuições das filosofias de Edmund Husserl e Martin Heidegger para o desenvolvimento de uma clínica fenomenológica. Reconhece que Husserl inaugurou uma psicologia da subjetividade com sua Psicologia Fenomenológica, que pode servir de base para a clínica fenomenológica. Também discute as propostas clínicas de Ludwig Binswanger e Medard Boss baseadas na análise do Dasein de Heidegger, sugerindo a fenomenologia existencial
Pereira, m.e.c. sobre os fundamentos da psicoterapia de base analitico existe...Érika Renata
1) O documento discute os fundamentos da psicoterapia analítico-existencial segundo Ludwig Binswanger.
2) Binswanger via a psicoterapia como envolvendo duas existências que buscam liberar o paciente do isolamento para participar da comunidade.
3) A abordagem de Binswanger se baseava na fenomenologia de Husserl e na ontologia de Heidegger para entender a dimensão existencial do ser humano.
1) O documento propõe uma análise da obra da artista Lúcia Gomes usando o método da daseinsanalyse, desenvolvido por Binswanger a partir de Heidegger.
2) A daseinsanalyse difere da psicanálise ao entender os fenômenos humanos sem recorrer a teorias, focando na compreensão do existir.
3) A análise da obra de Lúcia Gomes explora seus existenciários como abertura ao mundo, temporalidade, espacialidade e estar-com-o-outro de forma a
Fenomelogia é a disciplina que se ocupa da descrição, definição e classificação dos sinais, sintomas e síndromes mentais. Quem são os teóricos da fenomenologia; a abordagem descritiva; estudos fenomenológicos.
Acesse www.psiquiatraportoalegre.com.br para saber mais.
Giovanetti. supervisão clínica na perspectiva fenomenológico existencialÉrika Renata
[1] O documento discute a supervisão clínica na perspectiva fenomenológico-existencial. [2] A supervisão clínica visa refletir sobre a relação entre o psicólogo quase formando e seu cliente para auxiliar no desenvolvimento profissional do psicólogo. [3] A supervisão tem funções teóricas, técnicas e experienciais para analisar a compreensão teórica do cliente, a relação terapêutica e vivenciar atitudes de escuta.
Este livro aborda os conceitos fundamentais da psicoterapia existencial e sua aplicação na prática clínica. O documento discute temas como existência, liberdade, morte e sentido da vida, apresentando também os métodos fenomenológicos e a convergência do pensamento existencialista na psicoterapia.
Este documento apresenta o prefácio do livro "Introdução ao Pensamento Filosófico" de Karl Jaspers. No prefácio, Jaspers explica que o objetivo do livro é iniciar o leitor no pensamento filosófico através de uma série de conferências semanais sobre temas fundamentais da filosofia como o universo, a história, o homem e a política. Ele enfatiza que a filosofia não se resume a informações simples, mas sim leva o pensamento a seus limites para revelar questões fundamentais sobre o ser e o
Rollo May was an American psychologist who helped introduce existential psychology to the United States. He had an unconventional childhood and education, studying under figures like Paul Tillich and Alfred Adler. Key experiences like spending time in a sanatorium to recover from tuberculosis exposed him to existential literature and inspired his theory development. May developed concepts like "daimonic possession" to describe how motivations can control individuals. He emphasized balancing love and will to achieve an authentic self. Later in life, May argued that in a world lacking absolutes, individuals need guiding myths to find meaning and values.
A psicologia é o estudo científico da mente humana e do comportamento. Começou com especulações filosóficas sobre a alma e o corpo. No presente, foca nos fenômenos mentais e comportamentais para ajudar as pessoas a enfrentarem dificuldades emocionais. Sigmund Freud foi o fundador da psicanálise e acreditava que sonhos e lapsos revelam desejos inconscientes.
Este documento resume a vida e as ideias do filósofo francês Jean-Paul Sartre. Sartre acreditava que a existência precede a essência, o que significa que os seres humanos não têm uma natureza pré-determinada e são livres para definir seus próprios significados e valores através de suas escolhas. Sartre também explorou conceitos como ser-para-si, ser-em-si, liberdade, angústia e má-fé em sua obra principal O Ser e o Nada.
O documento discute as visões filosóficas de Søren Kierkegaard, Martin Heidegger e Jean-Paul Sartre sobre a existência humana. Kierkegaard via a vida como tendo três graus de existência e enfatizava a fé. Heidegger via o ser humano como um "ser-para-a-morte" e defendia uma existência autêntica focada na finitude da vida. Já Sartre via a existência como um absurdo e defendia que o homem é condenado à liberdade.
1) Kant funda o criticismo entre o dogmatismo e o ceticismo, conciliando empirismo e idealismo em um racionalismo que influenciou a filosofia moderna.
2) Para Kant, o conhecimento só é possível quando a razão organiza os dados da experiência.
3) A ética kantiana se baseia no imperativo categórico, uma lei moral inerente à razão que deve ser seguida por dever e não por consequências como a felicidade.
O documento discute os principais conceitos e correntes do existencialismo. Surgiu no século XIX com Kierkegaard e emergiu no século XX como resposta às crises da época. O existencialismo enfatiza a existência individual e concreta sobre a essência, defendendo que os seres humanos definem seus próprios significados através de escolhas livres em um mundo sem significado intrínseco.
O documento apresenta os principais conceitos do existencialismo de acordo com Martin Heidegger e Jean-Paul Sartre. Heidegger distingue entre ente e ser, sendo o ente a existência e o ser a essência. Ele analisa a existência humana (Dasein) e conceitos como faticidade, angústia e ser-para-a-morte. Sartre defende que o homem é livre para escolher ser autêntico ou inautêntico com base em como imprime sentido à sua ação.
La psicología humanista surgió en Estados Unidos en el siglo XX en oposición al conductismo y psicoanálisis. Se enfoca en los aspectos positivos de la naturaleza humana como la felicidad y el desarrollo personal. Representantes clave incluyen a Maslow y su jerarquía de necesidades, Rogers y su terapia centrada en el cliente, y May con su énfasis en la libertad y responsabilidad humanas.
O documento descreve as três principais abordagens da psicologia: behaviorismo, psicanálise e psicologia humanista. A psicologia humanista enfatiza a consciência, a liberdade de escolha e o potencial de crescimento do ser humano. Os principais teóricos desta abordagem foram Abraham Maslow e seus estudos sobre a auto-realização, e Carl Rogers e sua terapia centrada no cliente.
Immanuel Kant nasceu na Prússia e foi um importante filósofo iluminista que buscou entender os limites e alcances da razão pura. Sua obra principal, Crítica da Razão Pura, argumenta que o sujeito conhecedor dá forma ao objeto do conhecimento e que só há objetos para o sujeito dentro do espaço e tempo. Kant também definiu categorias do entendimento como unidade, pluralidade e quantidade.
El documento resume las contribuciones clave de varios pensadores a la psicología fenomenológica y existencial. Franz Brentano introdujo la noción de intencionalidad de la conciencia y distinguió entre fenómenos físicos y psíquicos. Edmund Husserl desarrolló el método fenomenológico de la epoché y la reducción fenomenológica. Carl Stumpf acuñó el concepto de estado de cosas y Ludwig Binswanger adoptó enfoques fenomenológicos y existencialistas. Jean-Paul Sart
O documento resume a vida e obra de Sigmund Freud, fundador da psicanálise. Apresenta sua biografia, destacando seus estudos com Charcot em Paris e o desenvolvimento inicial da psicanálise em parceria com Josef Breuer. Detalha também suas principais teorias, como a estrutura da mente humana dividida em Instâncias (Eu, Id e Superego), a sexualidade infantil e o complexo de Édipo, a importância do inconsciente e dos mecanismos de defesa.
O documento discute a importância da angústia na constituição do psiquismo humano segundo Winnicott e a fenomenologia existencial de Sartre. A angústia é fundamental para o desenvolvimento do ser, sendo o ponto de encontro entre o Ser e o Nada. O bebê precisa atravessar angústias para se tornar um sujeito, enquanto para Sartre a angústia revela a liberdade humana.
1) O documento discute a perspectiva fenomenológica da corporeidade segundo Merleau-Ponty e Heidegger, onde o corpo é visto como uma totalidade sensível na experiência do sujeito no mundo.
2) A corporeidade na Gestalt-Terapia é entendida como um processo mítico dinâmico de simbolização no contato entre figura e fundo.
3) O documento aborda como os bloqueios no contato corporal podem levar a um funcionamento neurótico crônico e como a Gestalt-Terapia bus
Fundamentos da Psicoterapia Fenomenológico Existencial - Bruno CarrascoBruno Carrasco
Este artigo tem como intuito apresentar os embasamentos filosóficos e metodológicos da psicoterapia fenomenológico existencial: a filosofia existencialista e o método fenomenológico, destacando sua particularidade no modo de encarar a existência humana e de proceder o processo psicoterapêutico. O existencialismo oferece um olhar sobre a condição humana enquanto algo não definido, livre e responsável por suas escolhas, e em constante transformação, que se constitui em seu existir concreto por meio de sua experiência singular, no mundo, em constante relação com as pessoas, objetos, espaços e consigo mesmo. A atitude fenomenológica dispõe uma abertura para as singularidades da existência em seus modos próprios de se manifestar, buscando compreender as distintas características, interesses e desinteresses de cada indivíduo, evitando pressuposições ou conceitos prévios sobre a pessoa, captando o modo como esta se revela a cada encontro.
Escrito por Bruno Carrasco, professor de psicologia e filosofia.
http://www.ex-isto.com
http://www.fb.com/existocom
http://www.youtube.com/existo
http://www.instagram.com/existocom
2020.
Este documento discute os fundamentos da psicoterapia fenomenológico existencial. Apresenta o existencialismo como uma filosofia que enfatiza a liberdade humana e a responsabilidade por nossas escolhas. Também discute a fenomenologia como um método para compreender a subjetividade humana e como cada pessoa experimenta o mundo de forma singular. A psicoterapia fenomenológico existencial utiliza esses princípios para entender os clientes sem pressuposições, focando em suas experiências únicas.
O documento discute a fenomenologia de Husserl, apresentando-a como um método de crítica do conhecimento que visa elucidar a verdade dos fenômenos da consciência. O autor descreve a mudança de Husserl de uma fenomenologia empírica para uma transcendental, focada na consciência constituinte. A redução fenomenológica é apresentada como o método central de Husserl para retornar à consciência e revelar a constituição dos objetos.
20120506 dastur francoise-daseinsanalyseSaulo Almeida
1) O documento discute o conceito de Daseinsanalyse, originalmente introduzido por Heidegger em Ser e Tempo.
2) Ludwig Binswanger é considerado o fundador da psicanálise daseinsanalítica, aplicando os conceitos de Heidegger e Husserl à psiquiatria.
3) Após a Segunda Guerra Mundial, Medard Boss fundou uma nova escola de Daseinsanalyse em Zurique, focada na aplicação da filosofia de Heidegger à terapia.
Este artigo apresenta uma perspectiva daseinsanalítica para compreender os fenômenos psicopatológicos, baseada nas ideias de Heidegger sobre Dasein e Sorge. A daseinsanálise entende os transtornos mentais como uma restrição de sentido e estranheza causada pela perda da familiaridade com o mundo, ao invés de focar em causas orgânicas ou psíquicas. O artigo discute como a familiaridade e a estranheza moldam a existência humana segundo Heidegger e como isso pode ofere
Mattar, c.m. os sentidos de analise e analitica no pensamento de heideggerÉrika Renata
1) O artigo discute os conceitos de "análise" e "analítica" no pensamento de Heidegger e suas implicações para a psicoterapia.
2) Heidegger critica o sentido moderno de "análise" como decomposição em elementos e prefere o termo "analítica" para se referir à recondução ao sentido originário.
3) A Daseinsanalyse propõe compreender o homem e o adoecer de forma diferente da perspectiva científica, orientando-se pela fenomenologia de Heidegger.
O documento discute a Psicologia Humanista e Existencialista. A Psicologia Humanista surgiu nos EUA nos anos 1950-1960 em resposta às limitações do Behaviorismo e da Psicanálise, focando no potencial humano e no livre-arbítrio. A Psicologia Existencial surgiu na Europa após a 2a Guerra Mundial e nos EUA, influenciada por pensadores como Kierkegaard, Sartre e Heidegger, questionando o significado da existência humana diante da liberdade e finitude.
Este documento discute os pontos de encontro e desencontro entre as bases filosóficas da Gestalt-Terapia e do Behaviorismo Radical. Resume brevemente a história e teoria de ambas as abordagens, destacando que surgiram como reação à Psicologia da Introspecção. Conclui que, apesar de diferenças, existem mais pontos de encontro do que inicialmente previsto, como o foco no contexto e no organismo como um todo.
O artigo discute três perspectivas a partir das quais a filosofia contemporânea aborda o tema da mística: 1) A filosofia analítica da linguagem de Tugendhat, que vê na mística uma forma de relativizar o ego; 2) A fenomenologia de Sartre, que analisa diferentes caminhos ascéticos que levam ao aniquilamento da singularidade; 3) A semiótica de Barthes, que contrasta uma perspectiva mística negativa com uma positiva baseada no uso de linguagem e imagens.
A presença das categorias de imanência e transcendência nos discursos explica...Felipe de Luca
O documento discute as categorias de imanência e transcendência nos discursos sobre a realidade a partir da perspectiva de Nietzsche. Apresenta como o ser humano busca constantemente interpretar e dar sentido ao mundo, podendo fazê-lo de forma transcendente ou imanente. Explora as visões de Nietzsche sobre essas categorias, rejeitando a transcendência em favor de uma perspectiva imanentista que afirma a vida neste mundo.
O documento discute a fenomenologia do espaço corporal e da dança a partir da perspectiva de Merleau-Ponty. Apresenta que Merleau-Ponty considera o corpo como sendo no espaço, e não primeiramente no espaço, e que o espaço corporal é o fundo sobre o qual os gestos se destacam. Também discute que a dança é uma forma de expressão que usa o corpo como suporte primário de linguagem para comunicar com o mundo.
Fenomenologia Hurssel, contexto histórico e início do pensamento.CarynaMaximina
A fenomenologia de Husserl busca compreender a experiência humana através da análise da intencionalidade da consciência. Ele desenvolveu métodos como a redução fenomenológica e eidética para estudar a estrutura da consciência e a constituição dos objetos do conhecimento. Sua fenomenologia procura fundamentar a filosofia como um saber rigoroso através do estudo das essências da consciência.
Este documento apresenta a história da psicografia de um conjunto de sonetos pelo poeta Augusto dos Anjos através do médium Gilberto Campista Guarino. Descreve a admiração de Hernani Guimarães Andrade pelo poeta e como, durante uma conversa, Guarino psicografou um soneto de Anjos. Andrade mais tarde recebeu o título do soneto diretamente de Anjos, mostrando que o espírito do poeta ainda se interessava por temas filosóficos.
Alguns dos principais trechos do livro "Psicologia, uma (nova) introdução: uma visão histórica da psicologia como ciência".
Uma breve apresentação do que é a Psicologia, sobre quais condições históricas e sociais foram marcantes para seu desenvolvimento como ciência no final do Séc. XIX e também um pouco sobre cada uma de suas principais abordagens teóricas.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
www.ex-isto.com
www.fb.com/existocom
www.youtube.com/existo
www.instagram.com/existocom
2017
Marçal, j.c. existência e _verdade_ em martin heideggerÉrika Renata
1) O artigo discute a compreensão heideggeriana de verdade e existência, mostrando que estes conceitos estão ligados na obra de Heidegger.
2) Heidegger defende que apenas o ser humano (Dasein) existe, enquanto outros entes simplesmente são. A essência do Dasein está em sua existência.
3) O artigo analisa a influência de Kant na compreensão de Heidegger de existência, e como Heidegger distingue existência de ser simplesmente dado.
O documento discute o dilema da psicologia contemporânea e seu desenvolvimento como ciência. Aborda os principais métodos e teorias ao longo da história, como a introspecção, behaviorismo e fenomenologia. Também analisa o legado da psiquiatria tradicional e os desafios da psicologia em alcançar legitimidade científica.
1) O documento discute a evolução da psicologia como disciplina científica no século XIX e início do século XX, quando tentou se alinhar com as ciências naturais aplicando métodos quantitativos e buscando leis universais de comportamento.
2) No entanto, gradualmente abandonou esses princípios à medida que passou a reconhecer características únicas do ser humano, como a subjetividade, história e cultura.
3) Isso levou a uma renovação da psicologia que passou a enfat
O documento resume os principais conceitos e teóricos da abordagem existencial-humanista na psicologia. Em três frases: (1) A abordagem surgiu na década de 1940 influenciada pelo existencialismo de Kierkegaard e focada na experiência subjetiva individual. (2) Teóricos como Rogers defenderam uma terapia centrada no cliente e na positividade incondicional, empatia e congruência do terapeuta. (3) Sartre e Heidegger exploraram temas como liberdade, escolha, finitude e ser-para
Semelhante a Freire, j.c. o lugar do outro na daseinsanalise de binswanger (20)
Fenomenológica existencial do uso de drogasÉrika Renata
Este artigo utiliza a perspectiva fenomenológica existencial para desconstruir a abordagem proibicionista ao uso de drogas. A condição humana de ser mortal e livre gera sentimentos como angústia e culpa, criando uma "vulnerabilidade existencial" que torna o homem suscetível ao uso de drogas. Qualquer abordagem que vise erradicar o uso de drogas está fadada ao fracasso, dado esta condição humana imutável. A abordagem de redução de danos é apresentada como uma alternativa mais compatível com
Abuso de cannabis em pacientes com transtornosÉrika Renata
O documento discute o abuso de cannabis em pacientes com transtornos psiquiátricos. Resume que: 1) O abuso frequente de cannabis pode aumentar o risco de desenvolvimento de esquizofrenia e sintomas psicóticos crônicos, embora mais pesquisas sejam necessárias; 2) A cannabis parece ser uma droga comum entre pessoas com transtorno bipolar, podendo induzir estados maníacos; 3) O abuso de cannabis ocorre com frequência em pessoas com transtornos de ansiedade, mas a relação com a cronicidade dest
Rehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demaisÉrika Renata
O documento discute as diferenças entre uma abordagem fenomenológico-existencial e outras abordagens na psicoterapia. A principal diferença é o compromisso com uma compreensão ontológica da condição humana, incluindo fragilidade, mortalidade e incerteza. Isso requer aceitar a verdade sobre a existência humana em vez de tentar escapar dela com interpretações puramente ónticas.
Rehfeld, a. especificidade de uma psicoterapia fenomenológico existencialÉrika Renata
Este documento resume a especificidade de uma psicoterapia fenomenológico-existencial de acordo com Ari Rehfeld. A abordagem se diferencia por ter um compromisso com uma compreensão ontológica da condição humana, incluindo a mortalidade e finitude. O papel do terapeuta é facilitar a auto-compreensão do paciente de forma a ajudá-lo a lidar com a angústia inerente à condição humana e permitir que ele descubra seu próprio poder de ser.
Rehfeld, a. acerca das generosas curvas da esperaÉrika Renata
O documento discute a espera e o inesperado, construindo dezoito aforismos a partir de um fragmento de Heráclito. O autor argumenta que saber esperar é reconhecer a diferença entre a possibilidade do inesperado aparecer e seu aparecimento efetivo, e que apenas quem sabe esperar é capaz de acolher o presente e o inesperado.
Rehfeld, a. a prática clínica fenomenológico existencialÉrika Renata
O documento discute a prática clínica fenomenológico-existencial, definindo o papel do terapeuta como cuidar do ser do paciente, ajudando-o a desvelar suas próprias possibilidades de forma a aliviar o sofrimento. O terapeuta deve criar condições para o desabrochar da alma do paciente, sem impor um sentido, respeitando suas limitações. A terapia tem um caráter libertador, permitindo experimentar novas formas de ser.
Este documento resume um capítulo sobre o conceito de angústia de acordo com Martin Heidegger. Apresenta 1) como Heidegger começa sua análise do ser humano ("Dasein") e como isso o leva à questão da angústia, 2) as formas de ser inautêntico do homem cotidiano através da "decadência", e 3) como a rara experiência da angústia revela a totalidade do ser humano.
Nascimento, c.l. a centralidade da epoché na fenomenologia husserlianaÉrika Renata
1) A epoché é um conceito cético que Husserl adota para sua fenomenologia, colocando entre parênteses o mundo exterior e focando apenas na esfera da consciência.
2) A epoché visa alcançar um rigor científico absoluto, suspendendo julgamentos sobre a existência do mundo ou objetos para focar nas vivências da consciência.
3) Ao colocar o mundo "entre parênteses", Husserl busca fundamentar o conhecimento a partir da esfera da consciência, que é imediatamente evident
Heidegger, m. o que é isto a filosofiaÉrika Renata
1) O documento é uma versão eletrônica do livro "Que é isto - A Filosofia?" traduzido para o português.
2) Os créditos da digitalização são dados aos membros do grupo de discussão Acrópolis (Filosofia).
3) A distribuição do arquivo é livre desde que se de os créditos ao grupo e se cite seu endereço na internet.
1) O texto discute a essência da técnica e questiona se a determinação usual da técnica como um meio para fins captura completamente o que ela é.
2) A essência da técnica não é algo técnico em si, mas a causalidade subjacente, que na filosofia grega é entendida como quatro modos de "comprometimento" que deixam algo surgir.
3) A causalidade moderna distorceu a compreensão grega original de causalidade como "comprometimento" que deixa algo vir à presença, para uma no
Heidegger por ernildo stein gianni vattimo-emmanuel carneiro leão-joão august...Érika Renata
Heidegger problematizou profundamente a modernidade ao questionar a subjetividade e o método. Ele previu a globalização como a irresistível tendência de transformar tudo através da tecnologia. A filosofia de Heidegger libertou o ser humano de amarras metafísicas, deixando a instauração da verdade como tarefa.
Feijoo, a.m.l.c. os fundamentos da clínica psicológica na filosofia de soren ...Érika Renata
Este documento discute os fundamentos da clínica psicológica na filosofia de Soren Kierkegaard. Kierkegaard acreditava que o homem estava perdendo sua singularidade e se deixando levar pelo geral. Ele usou pseudônimos e comunicação indireta para ajudar os leitores a se verem de forma singular. O documento também apresenta um caso clínico de uma atriz renomada que busca ajuda psicológica para lidar com críticas e tédio.
Evangelista,p. a interpretação fenomenológica de heidegger da primeira epísto...Érika Renata
O documento discute a interpretação fenomenológica de Heidegger da Primeira Epístola aos Tessalonicenses de São Paulo. Heidegger busca revelar a "experiência de vida fáctica" cristã por meio da fenomenologia. Ele mostra que Paulo aguarda angustiadamente a parusia (segunda vinda de Cristo) sem calcular uma data, preservando seu caráter não-objetivo. A fenomenologia é a única capaz de acessar essa antecipação pré-teórica da parusia.
Cynthia leite. a vida e a obra de edith stein santa tereza benedita da cruz à...Érika Renata
Este documento apresenta um resumo da monografia "A vida e obra de Edith Stein - Santa Teresa Benedita da Cruz - à luz de Sören Kierkegaard" de Cynthia Leite. A monografia estuda a vida e obra da filósofa e santa Edith Stein à luz do pensamento do filósofo Sören Kierkegaard, fazendo aproximações entre os dois pensadores, especialmente no estádio religioso. A monografia também apresenta um estudo de caso clínico fenomenológico-existencial sobre Edith Stein.
O documento discute a atualidade do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard e apresenta entrevistas com especialistas sobre diferentes aspectos de sua filosofia, incluindo a filosofia como aporte ético à alteridade, o indivíduo como ponto inicial, as proximidades e rupturas entre Kierkegaard e Schopenhauer, e a crítica de Gadamer e Kierkegaard à filosofia abstrata. Além disso, apresenta uma breve biografia de Kierkegaard e lista de suas principais obras
Evangelista, p. se macabéa tivesse feito terapia... considerações sobre a clí...Érika Renata
O documento discute como a personagem Macabéa do livro "A Hora da Estrela" de Clarice Lispector poderia ter sido compreendida e ajudada pela abordagem terapêutica da daseinsanálise. Apresenta brevemente Macabéa e alguns conceitos-chave da daseinsanálise como Dasein e historicidade. Argumenta que uma relação terapêutica poderia ter influenciado positivamente a vida de Macabéa.
1) O documento discute conceitos tradicionais de doença, saúde e cura, propondo uma perspectiva existencial.
2) Ele argumenta que doença não é um fato isolado, mas revela aspectos da estrutura do ser humano.
3) A psicoterapia existencial visa ajudar o outro a encontrar novos sentidos para sua existência através do encontro terapêutico.
Freire, j.c. o lugar do outro na daseinsanalise de binswanger
1. ARTIGO
O lugar do outro na daseinsanalyse de Binswanger
The place of the other in binswanger’s daseinsanalyse
José Célio Freire*
Universidade Federal do Ceará/UFC - Fortaleza, CE, Brasil
Resumo
Neste trabalho tentamos apontar as vias de acesso à alteridade radical, no sentido
levinasiano, que a perspectiva da análise existencial permite. Para isso
descrevemos a Daseinsanalyse de Binswanger, num primeiro momento, para
depois confrontá-la com a ética de Emmanuel Lévinas. Por último, tratamos do
Outro na Daseinsanalyse.
Palavras-chave: Alteridade; Daseinsanalyse; ética.
Abstract
In this paper we try to point the ways of access to the radical alterity, in the
levinasian direction, which allows the perspective of the existential analysis. To
reach this we first describe Binswanger’s Daseinsanalyse to later opposing it to the
ethics of Emmanuel Lévinas. Finally, we seen for the Other in the Daseinsanalyse.
Keywords: Alterity; Daseinsanalyse; ethics.
A Daseinsanalyse de Ludwig Binswanger
A Daseinsanalyse coloca-se do lado pós-romântico das Matrizes
Românticas e Pós-Românticas das Psicologias (FIGUEIREDO,1993) – na
sub-matriz compreensiva –, que entende que toda experiência precisa ser
interpretada e decifrada. O conceito principal é o Dasein – ser o aí
(HEIDEGGER, 2001, p.139) – ser lançado no mundo. Da filosofia
fenomenológica herda noções diretrizes como eidos, intencionalidade, ser-
no-mundo, existenciais, mundo-de-vida e os campos de aplicação –
consciência, corporeidade, espaço e tempo, mundo e alteridade (este nos
interessa mais de perto para o confronto com o pensamento de Lévinas).
Os existenciais, por sua vez, são o temor e o desespero, a temporalidade
e a espacialidade, a sintonia e a dissonância com o mundo, a consistência
e a materialidade, a iluminação e a coloração. Tal ser-no-mundo se dá, ao
final, em relação a três mundos interiores – Eigenwelt (mundo próprio),
Mitwelt (mundo compartilhado) e Umwelt (mundo da circunvizinhança). A
noção de singularidade aparece nos modos de ser-no-mundo –
anonimato, próprio, individual, dual e plural –, modos de agir e amar, que
se combinam com os modos de projeto-de-mundo (imagem-do-mundo) e
aos modos de ipseidade (ser próprio como identidade responsável).
266
ISSN: 1808-4281
ESTUDOS E PESQUISAS EM PSICOLOGIA, UERJ, RJ, ANO 8, N.2, P. 266-276, 1° SEMESTRE DE 2008
http://www.revispsi.uerj.br/v8n2/artigos/pdf/v8n2a11.pdf
2. Examinemos, a princípio, o capítulo Analytique existentielle et Psychiatrie,
do livro Analyse existentielle et psychanalyse freudienne (BINSWANGER,
[1950] 1970). Nele, Binswanger diferencia sua análise existencial da
analítica existencial de Heidegger. Esta última diz respeito a uma
clarificação filosófica e fenomenológica da estrutura apriorística ou
transcendental do ser-presente e que serve de base para a primeira, que
é uma análise empírico-fenomenológica, científica, dos modos e estruturas
factuais do ser-presente. Num segundo movimento, Binswanger fala-nos
da subjetividade como estrutura apriorística do conhecimento e do ser em
geral – transcendental – como ser-presente ou ser-no-mundo. A intenção
da Daseinsanalyse seria antropológica, no sentido de tratar do poder-ser-
si, o que na opinião de Binswanger complementaria a proposta
heideggeriana que se firma sobre a questão do sentido do ser.
Apesar das divergências, Binswanger preocupou-se com a analítica
existencial em relação à ciência psiquiátrica, partindo do pressuposto de
que qualquer conceituação (mesmo biológica) em psiquiatria vem
precedida de sua conexão ontológica. Para ele, existem estruturas
apriorísticas inabaláveis que definem o eu, a personalidade ou o si (ipse)
que são modos singulares, mais ou menos complexos, do ser-presente,
em face dos quais existem outros modos, tais como o ‘a gente’ [das man],
o tu, o plural e o dual. O que significa que “o ser-presente percebe como
mundo exterior isto que é originalmente si-mesmo” [grifo do autor]
(BINSWANGER, 1950/1970, p.101).
No texto Analyse existentielle et psychoterapie, do mesmo livro,
Binswanger ([1954],1970) define a Daseinsanalyse como método de
pesquisa fenomenológica, fruto da insatisfação concernente aos projetos
de compreensão científica da Psiquiatria, a partir da influência de uma
nova compreensão do homem, sob a base fenomenológica do ser-
presente como ser-no-mundo da analítica existencial de Heidegger. Para
tal abordagem, as psicoses, as neuroses e as psicopatias são flexões da
estrutura transcendental do ser-homem (condição humana). As linhas
diretrizes do trabalho psicoterápico são a compreensão da história de vida
do doente em suas singularidades como flexões da estrutura total do ser-
no-mundo; a autocompreensão do doente, por experiência, do quando e
em que medida ele falha em sua estrutura de ser-homem, numa
comunicação natural com o analista existencial; o posicionamento do
analista existencial num mesmo plano com relação ao doente, o da
comunidade do ser-presente (ipse, ser-com, ser-junto), ou seja, o
psicoterapeuta deve conservar o paciente como parceiro e não fazê-lo um
objeto para si, convocando-o a uma nova estruturação da forma do curso
da Presença; o entendimento do sonho como modo particular de ser-no-
mundo e como mundo particular; e que o analista existencial deve ousar
pôr em jogo a própria existência. O objetivo é que o paciente faça a
experiência de quando e como falhou o ser-humano, e não que isso lhe
seja simplesmente mostrado.
267
ISSN: 1808-4281
ESTUDOS E PESQUISAS EM PSICOLOGIA, UERJ, RJ, ANO 8, N.2, P. 266-276, 1° SEMESTRE DE 2008
http://www.revispsi.uerj.br/v8n2/artigos/pdf/v8n2a11.pdf
3. Uma leitura da Daseinsanalyse a partir de Arthur Tatossian
O que poderíamos chamar de psicologia existencial ou fenomenológico-
existencial, aproxima-se da psiquiatria fenomenológica, tendo expoentes e
abordagens distintas. Para Tatossian ([1979]1997), contudo, existem
tentativas de reencontrar a inspiração fenomenológica ou daseinsanalítica nas
técnicas já existentes, eventualmente modificadas ad hoc: a psicanálise, ao
preço de modificações às vezes muito graves – pelo menos em teoria (Boss) –
, a terapia não-diretiva de Rogers (Mucchielli) ou o sonho desperto de Desoille
que, para Van Den Berg, é uma psicoterapia fenomenológica, não são sempre
muito convincentes (p. 21, grifo do autor).
Optamos por Ludwig Binswanger, em sua análise existencial ou
Daseinsanalyse, que ora se aproxima da analítica do Dasein de Martin
Heidegger, e ora se reaproxima da fenomenologia de Edmund Husserl.
Segundo Tatossian ([1979]1997), Binswanger dedica boa parte de sua
obra às noções husserlianas de eidos e de intencionalidade, que utiliza
fielmente em seus exemplos psiquiátricos. Contudo, utiliza-se, também,
de Ser e Tempo como referência filosófica principal de sua Daseinsanalyse
– o que seria a sua reviravolta heideggeriana. Não obstante isso, retorna
à inspiração fenomenológica transcendental de Husserl – sua reviravolta
fenomenológica – para reinterpretar os resultados da Daseinsanalyse. Ou
seja, há um vai-vem constante entre teorização e experiência psiquiátrica,
em Binswanger, onde a análise da consciência (Husserl) torna-se
inadequada à amplitude das modificações psiquiátricas do ser humano,
necessitando, por isso, alargar a intencionalidade husserliana pelo ser-no-
mundo heideggeriano. Mas se isso permite uma melhor descrição dos
mundos constituídos dos doentes mentais pela Daseinsanalyse, não
facilita quase nada a da constituição ou gênese desses mundos. Então
Binswanger retoma a fenomenologia da subjetividade, da consciência e
das sínteses passivas da fenomenologia genética (não mais descritiva), ou
seja, da fenomenologia do Ego ou egologia transcendental do Husserl
tardio. O estudo das Três Formas da Existência Frustrada (BINSWANGER,
1972) seria um exemplo desse retorno a Husserl, segundo Tatossian
([1979]1997), e seria por isso que a fenomenologia psiquiátrica atual, sob
a impulsão de Binswanger mesmo, teria se orientado em direção a
Husserl em sua obra tardia, centrada sobre as noções de egologia, de
constituição genética e de mundo da vida, mundo-do-viver ou, talvez
melhor, mundo vivido (Lebenswelt). Através de seu livro Melancolia e
Mania, ainda segundo Tatossian, Binswanger teria suscitado a idéia de
uma “reviravolta” fenomenológica de seu pensamento ou, pelo menos, de
um retorno à fenomenologia, apesar de a analítica existencial de
Heidegger permanecer como ponto de partida.
Tatossian ([1979]1997) entende, contudo, que mesmo que seja discutível
a fidelidade de Binswanger às intenções de Husserl e de Heidegger, sua
268
ISSN: 1808-4281
ESTUDOS E PESQUISAS EM PSICOLOGIA, UERJ, RJ, ANO 8, N.2, P. 266-276, 1° SEMESTRE DE 2008
http://www.revispsi.uerj.br/v8n2/artigos/pdf/v8n2a11.pdf
4. obra se apóia nas referências a estes filósofos, e as reconhece.
Binswanger, para Tatossian, no texto sobre Melancolia e Mania, de 1960,
chega a comparar o papel desempenhado pela compreensão da doença
somática pela fisiologia àquele da fenomenologia husserliana para a
consciência ou da visada heideggeriana das estruturas ontológico-
existenciais da Presença (Dasein) como ser-no-mundo.
Assim, a fenomenologia transcendental husserliana e a analítica
existencial heideggeriana estiveram cada vez mais presentes tanto no
estudo estatístico como genético dos distúrbios mentais, segundo a
análise de Tatossian ([1979]1997), no grupo de psiquiatras da segunda
escola de Heidelberg – Von Baeyer, Kisker, Häfner, Tellenbach e
Blankenburg.
A compreensão binswangeriana também estaria aquém de toda distinção
de natureza psicológica como aquelas entre vivido e expressão do vivido,
consciente e inconsciente, voluntário e involuntário. Nesse sentido sua
proposta não seria uma psicologia, o que significaria tornar inadmissível
toda compreensão que aponta para uma psicologia existencial, psicologia
fenomenológica ou psicologia fenomenológico-existencial, a partir de
Binswanger. Por exemplo, Binswanger distinguia formalmente a
temporalidade e a espacialidade – as quais admitia –, do espaço ou
tempo vivido que, ainda que fossem antropológicos, estavam muito
próximos do plano da psicologia (TATOSSIAN, [1979]1997). Binswanger
é, assim, um crítico do psicologismo que encontra em noções ambíguas
como as de compensação ou defesa fenomenológica, adotadas por
Minkowski, por exemplo. Aparece também, em Binswanger, a noção de
projeto-de-mundo; noção estática, contudo, a que ele vem acrescentar a
noção de “curso da Presença” (Daseinsgang), e que conduz ao plano
fenomenológico o que a noção de biografia interior conservaria ainda de
psicológico, segundo Tatossian.
Binswanger (1967) reconhecia em sua análise existencial uma
antropologia fenomenológica, distinguindo-a de uma ontologia, de uma
filosofia ou mesmo de uma antropologia filosófica (Heidegger, todavia,
não só diferencia a daseinanalítica da daseinanálise como, o que nos é
mais importante aqui, a sua daseinanálise da daseinanálise psiquiátrica de
Binswanger). Portanto, a Daseinsanalyse seria uma ciência empírica, que
utilizaria um método específico – o empírico-fenomenológico. Mais
importante ainda, Binswanger teria acrescentado ao Dasein heideggeriano
a dimensão do outro:
ao ser no mundo como ser da existência por amor a mim mesmo (que
Heidegger denominou ‘cuidado’) tenho justaposto o ‘ser-além-do-mundo’
como ser da existência por amor a nós mesmos (que eu tenho designado com
o nome de ‘amor’) (p.239, grifos do autor).
É nesse sentido que se pode dizer, com Tatossian ([1979]1997), que a
utilização psicopatológica de Ser e Tempo impôs seu complemento, tanto
269
ISSN: 1808-4281
ESTUDOS E PESQUISAS EM PSICOLOGIA, UERJ, RJ, ANO 8, N.2, P. 266-276, 1° SEMESTRE DE 2008
http://www.revispsi.uerj.br/v8n2/artigos/pdf/v8n2a11.pdf
5. pela contribuição de outros filósofos como Sartre, na análise do corpo e
especialmente do olhar, quanto pela elaboração de conceitos exigidos pela
experiência psiquiátrica como os de Amor e ser-Nós acrescentados por
Binswanger. Ele teria chegado mesmo a propor, ao lado da Sorge (Cura,
Cuidado, Preocupação), outro modo de ser fundamental – o Amor, como
ser-para-além-e-acima-do-mundo. Mas se precisa afirmar, também, que
quando Binswanger pretendeu encontrar em Heidegger o horizonte de
compreensão da Daseinsanalyse psiquiátrica antropológica, deu-se aí um
mal entendido indiscutível, do qual Binswanger mesmo tomou consciência,
o que é uma das razões de sua reviravolta fenomenológica, segundo
Tatossian. Para este último, a transposição para o plano ôntico dos
conceitos antropológicos, a partir do plano ontológico dos existenciais, se
é filosoficamente ilegítima, pode ser justificada, todavia, por sua
fecundidade na teorização psiquiátrica.
Sur la direction de recherche analytico-existentielle en Psychiatrie, outro
texto da coletânea Analyse existentielle et psychanalyse freudienne
(BINSWANGER, 1945), defendia a cientificidade de sua abordagem
fenomenológica afirmando que
A análise existencial não coloca nenhuma tese ontológica em um conteúdo essencial
que determina o ser-presente, mas faz enunciações ônticas, quer dizer,
enunciações sobre constatações efetivas operadas sobre as formas e as estruturas
do ser-presente [...] é uma ciência experimental ([1945] 1970, p.52).
Logo a ciência de Binswanger, como uma disciplina empírica, se propunha
a tratar da experiência fenomenologicamente crítica, o que significa dizer
as coisas mesmas e não refleti-las ou julgá-las. Binswanger entendia,
segundo Tatossian ([1979]1997), que toda investigação da essência tende
a ser cega à facticidade e toda investigação analítico-causal cega à
essência. Por isso a necessidade de distinção e, ao mesmo tempo, de
integração das ciências dos fatos com as ciências da essência, para se
chegar, por exemplo, à tese ontológica da constituição (ou estrutura)
fundamental do ser-presente como ser-no-mundo. A saída que anteviu,
portanto, para a Psicologia foi liquidar a separação do mundo em sujeito-
objeto. Contra isso ele apontava a unidade do ser-presente e do mundo
como transcendência, em que o ser-no-mundo implicaria em ser no
mundo com o semelhante (os co-entes-presentes). Aliás, Binswanger
pensava um ser-para-além-do-mundo – que para Heidegger a idéia de
mundo já conteria – como vontade do nós ou amor, contrapondo-a à
vontade de mim-mesmo da preocupação característica do ser-no-mundo
heideggeriano.
Binswanger descreve a transcendência ao mesmo tempo como projeto-de-
ser-no-mundo, como projeto-de-si (poder-ser-si) e ainda como poder-ser-
nós-ipse. Somente o homem poderia transcender o mundo ambiente, pela
preocupação e pelo amor, já que o animal não pode agir deliberadamente,
projetar e fazer desabrochar o mundo, nem tem liberdade transcendental.
270
ISSN: 1808-4281
ESTUDOS E PESQUISAS EM PSICOLOGIA, UERJ, RJ, ANO 8, N.2, P. 266-276, 1° SEMESTRE DE 2008
http://www.revispsi.uerj.br/v8n2/artigos/pdf/v8n2a11.pdf
6. Binswanger também trata da linguagem, como lugar da consolidação dos
projetos-de-mundo, onde ocorre a comunicação, ou seja, o anúncio e a
expressão da significação dos projetos-de-mundo (conteúdo do mundo) e
para-além-do-mundo (morada na eternidade e permanência do amor). O
mesmo acontece nos sonhos, nos testes projetivos, nos anúncios
lingüísticos espontâneos, nos desenhos etc. Binswanger utiliza aí algumas
categorias de análise do projeto-de-mundo: a da continuidade-
descontinuidade, a do equilíbrio-desequilíbrio, a da quietude-temor e a do
familiar-não familiar seriam exemplos delas.
A Daseinsanalyse e a ética da alteridade radical
Tentaremos agora fazer o cotejamento da Análise Existencial com a ética
de Emmanuel Lévinas, ressaltando o lugar que o Outro aí ocupa e o
cuidado que se tem para com ele. Iremos, pois, confrontar Binswanger –
naquilo que deve também ao pensamento heideggeriano – com Lévinas
(1997).
Lévinas critica o Heidegger de Ser e Tempo nos termos em que a relação
ética – ser-com-outros heideggeriano – é apenas um momento de nossa
presença no mundo, não sendo central em sua ontologia. “Mit é sempre
estar ao lado de [...] não é o acesso ao Rosto [...]” (LÉVINAS, 1997,
p.158, grifo do autor). Insiste, ainda, que, ao tratar da disposição afetiva,
no âmbito do conceito de Befindlichkeit (sentimento de situação),
Heidegger toma toda emoção, todo medo, como emoção por si, medo
por si, não deixando lugar para o temor pelo outro. O temor pela morte
do outro, em Lévinas, não é o temor que me angustia pela minha morte,
não é temor por mim. Binswanger parece, então, aproximar-se dessa
insistência sobre o mundo compartilhado e na experiência do amor,
característica do pensamento levinasiano, que introduz o outro na
dimensão do Dasein, e que interessa-nos diretamente. Em Binswanger
isso está contido na noção de Mitwelt (mundo de nossos semelhantes), do
mundo compartilhado com outras pessoas. Figueiredo (1993) esclarece
que “existir é estar inevitavelmente situado no e projetado para o mundo.
Como este mundo é composto, entre outras ‘coisas’, por outros sujeitos, o
dasein é igualmente ser com (mitsein)” (p. 183, grifo do autor).
Se partirmos do pressuposto de que a antropologia da Daseinsanalyse é
empírica, os entes que participam conosco desse ‘mundo com’ são
pessoas concretas com as quais interagimos no cotidiano de nossas vidas.
E se essa relação é necessária à existência, apesar de seus infortúnios, ela
implica intimidade, sendo o amor sua condição de possibilidade.
Lévinas (1997) nos fala de uma ética que se põe como “o cuidado
reservado ao ser do outro-que-si-mesmo”. Ele diz que o outro, que me
aparece em sua nudez, em sua miséria e em sua mortalidade, não suporta
julgamento. Mas ele mesmo reconhece sua dificuldade em tratar do outro
empírico, daquele que deve ser julgado, esquecido em sua unicidade e em
271
ISSN: 1808-4281
ESTUDOS E PESQUISAS EM PSICOLOGIA, UERJ, RJ, ANO 8, N.2, P. 266-276, 1° SEMESTRE DE 2008
http://www.revispsi.uerj.br/v8n2/artigos/pdf/v8n2a11.pdf
7. sua impertinência a um gênero: “Meu problema consiste em perguntar
como conciliar o que eu chamo de exigência ética infinita do rosto que me
encontra, simulado por sua aparência, e o aparecer de outrem como
indivíduo e como objeto.” (p.273)
Mas Lévinas critica a tese de que, para se fazer justiça, é preciso ter
consciência, saber – o que diz respeito a uma espiritualidade da verdade e
não do amor. Com isso, não nos afastamos da tese de Binswanger de que
é o amor que possibilita a convivência e a inter-relação dos homens.
Contudo, o aparecimento do terceiro me solicita o “julgamento e a
comparação, comparação daquilo que, em princípio, é incomparável”
(LÉVINAS, 1997, p.144).
Devemos, não obstante, ter cuidado para não incorrermos em falsas
interseções. Por exemplo, na questão da subjetividade e da existência do
sujeito. Para Binswanger um sujeito autônomo se coloca diante de seu
destino, como um eu, fazendo escolhas e exercendo sua liberdade,
comunicando-se com outros sujeitos e exercitando a intersubjetividade do
nós. Já para Lévinas (1978) o sujeito é um sujeitado ao Outro, surgindo
da ‘afetação’ (afecção) por Outrem, como pura passividade e
vulnerabilidade, expiação mesmo por Outrem, na incondição de refém. A
transcendência em Binswanger diz respeito a um ser-no-mundo-com-os-
outros onde há um sair de si mesmo na direção dos outros. Tal estrutura
do conhecimento e do ser (transcendental) seria apriorística, como
estrutura do ser-no-mundo. Em Lévinas, o sujeito transcendental é o
sujeito da responsabilidade ética ilimitada por Outrem. O que faz a
diferença, aqui, é o caráter absoluto desta responsabilidade e sua
antecipação a qualquer escolha ou imposição de regras. Talvez
Binswanger se aproxime mais da concepção de justiça de Lévinas do que
da ética radical propriamente dita.
O eu, a personalidade e mesmo o si aparecem em Binswanger definidos
pelas estruturas do ser-no-mundo, que são estabelecidas a priori. Em
Lévinas, a personalidade é fruto do Desejo pelo Outro, ou seja, satisfeitas
as necessidades do eu, o sujeito irrompe na condição de um si reflexivo à
força da ‘afetação’ pelo Outro, a posteriori.
Quanto ao amor, este aparece em Binswanger como uma ampliação dos
conceitos de preocupação e cuidado, agora na direção dos outros e para-
além-do-mundo. Em Lévinas isto diz respeito ao temor pelo outro, pelo
que lhe possa acontecer, por sua morte futura e também ao encontro
entre o eu e o si do Outro – pela compaixão, pela amizade ou pelo amor
sensual. Trata-se do para-além-da-minha-morte que vem com a
fecundidade e a paternidade, transcendência, portanto. Mas trata-se,
também, da imanência do erótico e do amar o amor que o outro me tem.
A isso se liga, também, a dimensão da corporalidade, que em Lévinas
aparece no erotismo e na fertilidade.
Pelo que vimos, Binswanger não conseguiu chegar ao tratamento da
dimensão ética, como podemos ver em Lévinas, pois isso significaria um
retorno à interioridade da consciência não intencional, ou ‘má consciência’.
272
ISSN: 1808-4281
ESTUDOS E PESQUISAS EM PSICOLOGIA, UERJ, RJ, ANO 8, N.2, P. 266-276, 1° SEMESTRE DE 2008
http://www.revispsi.uerj.br/v8n2/artigos/pdf/v8n2a11.pdf
8. Isso implicaria a deposição do eu de sua soberania e também a
desautorização do saber da presença, o que nos aproximaria mais de
Heidegger do que de Binswanger.
Interpretar o projeto-de-mundo do indivíduo para compreendê-lo em sua
relação consigo mesmo e com os outros é, na Daseinsanalyse,
imprescindível para possibilitar ao indivíduo o reconhecimento ou a
retomada de seu lugar no mundo, e a abertura para uma existência
responsável e autêntica. A não-libertação do ôntico seria talvez sua
virtude, sendo um aproximar-se do cotidiano concreto dos homens que o
próprio Lévinas reconheceu ser necessário. Contudo, não podemos nos
esquecer de que a ética, em Lévinas, muito anterior ao ôntico, precede
ainda o ontológico.
O Outro na Daseinsanalyse
A incursão pela psicopatologia e pela psicoterapia fenomenológicas nos
trará para mais perto do lugar do Outro na Daseinsanalyse de
Binswanger.
No âmbito da psicopatologia fenomenológica, por exemplo, o autismo é
compreendido como projeto de não ser-si-mesmo (caso Ellen West), como
desaparecimento do modo de ser do Amor e da existência dual (caso Jürg
Zünd), decadência do ser-Se, alteração da temporalização existencial. Diz
Binswanger: “a doença não é mais uma perturbação da substância ou do
modo de funcionamento do organismo, mas a expressão de uma
perturbação do curso normal da vida em direção à sua morte” (grifo do
autor, [1936]1970, p.200).
O sintoma, por exemplo, corresponde a uma disposição a partir de um
projeto-de-mundo ou dos mesmos projetos-de-mundo. A noção de
experiência fenomenológica conduz, com efeito, à distinção entre
sintomas e fenômeno. Por isso se hesitará em localizar o sintoma
psiquiátrico como atributo inerente ao observado ou como construção
projetiva do observador. Para Binswanger, assim o entende Tatossian
([1979]1997), é mais verdadeiro supor o sintoma como característica de
um certo estado de interação comunicativa entre observador e observado,
ou mesmo como ausência de comunicação.
Cabe uma ressalva, contudo. Os projetos-de-mundo, em Binswanger, são
anteriores ao evento traumático; são, aliás, a condição de possibilidade
deste evento. O sintoma é, então, em Binswanger, a expressão de uma
transformação ‘psiquêica’, da forma total do ser-aí ou do estilo de vida
total.
A essência do sofrimento melancólico, por exemplo, não é comparável à
do sofrimento normal, dado que é, ao mesmo tempo, dever-sofrer e não-
poder-sofrer, constituindo-se num sofrimento pervertido, deformado e
monstruoso (TATOSSIAN, [1979]1997). A consciência de si do tipo
melancólico é fundamentalmente ser-por-outrem e, sobretudo, fazer-por-
273
ISSN: 1808-4281
ESTUDOS E PESQUISAS EM PSICOLOGIA, UERJ, RJ, ANO 8, N.2, P. 266-276, 1° SEMESTRE DE 2008
http://www.revispsi.uerj.br/v8n2/artigos/pdf/v8n2a11.pdf
9. outrem, especialmente em relação a um Outrem familiar (companheiro ou
filhos) para com o qual não deve permanecer em falta ou em dívida. Mas
o tipo melancólico identifica-se também com seu papel profissional e não
pode não trabalhar. Sua ancoragem no Lebenswelt é hiperestável, quer se
trate de relação a Si, com o corpo, com os outros, com a tarefa, diz
Tatossian. A preocupação excessiva com o próximo caracterizaria o tipo
melancólico quanto às relações inter-humanas, mas sua doença, ou a de
um próximo, compromete o seu cuidado por outrem, o que seria auto-
contraditório. Há uma dívida no melancólico que pouco importa se foi feita
por Outrem, pois é menos vivida como culpabilidade de Si.
Já o paranóide é imposto e subjugado pelo olhar do Outro, de um Outro
que mesmo individualizado é o Outro universal, segundo Tatossian
([1979]1997). Esta submissão ao Outro se dá no ser-observado (domínio
visual) e no ser-falado (domínio auditivo), como alucinações auditivo-
verbais. Da perspectiva antropológica, a esfera auditivo-verbal é, por
excelência, aquela da submissão e as alucinações verbais são um ser-
falado muito mais que um escutar-vozes; seu complemento visual não é,
portanto, ver-imagens, mas ser-observado, ficando o paranóide fixado
tanto num quanto noutro modo. Diz Tatossian: “a consciência delirante
não constitui senão um pseudo-Outrem ou, mais precisamente, um
outrem que não é um Alter Ego, quer dizer uma modificação intencional
do eu próprio” (p.120).
Ora, em que o ser-por-outrem levinasiano se diferenciaria do ser-por-
outrem melancólico? Ou qual a diferença entre a submissão ao outro da
ética da alteridade radical e a sujeição a outrem do paranóico? Onde
ficaria o lugar do Outro na psicologia existencial, a partir dessa incursão
na psicopatologia fenomenológica da Daseinsanalyse?
Em primeiro lugar, há que ter em conta que o psiquismo já nasce psicose,
para Lévinas (1978), no sentido em que o sujeito é desde sempre um
sujeitado ao Outro, estando a seu serviço, obsedado por Outrem. Trata-se
de ser-para e ser-por Outrem, distanciando-se de qualquer egologia e de
todo narcisismo. Mais ainda, se afasta de qualquer abordagem identitária
onde um Eu soberano se coloca como consciência reflexiva de si (FREIRE,
2002).
Todavia, temos que ter cuidado para não confundir esta dimensão ética
(radical) do ser-por-outrem com a contradição entre o dever-sofrer e o
não-poder-sofrer melancólico. Tentemos detalhar tal dessemelhança. O
ser-por-outrem pode equivaler ao sofrer-por-outrem, em Lévinas, mas
isso implicaria, em primeiro lugar, um ter-de-sofrer e não um dever-
sofrer. Para a ética levinasiana não se escolhe ser-por-e-pelo-Outro, pois
esta é a incondição humana mesma. E o melancólico nem consegue
sofrer-por-outrem, como coloca Tatossian ([1979]1997), pois ao dever-
sofrer corresponde um não-poder-sofrer, um não-conseguir-sofrer. Isso
caminha na direção do que afirmam Moreira e Freire (2003):
274
ISSN: 1808-4281
ESTUDOS E PESQUISAS EM PSICOLOGIA, UERJ, RJ, ANO 8, N.2, P. 266-276, 1° SEMESTRE DE 2008
http://www.revispsi.uerj.br/v8n2/artigos/pdf/v8n2a11.pdf
10. os indivíduos não conseguem ser afetados pelo outro, e, por isso, se dá a
afecção pela depressão. O desafeto pelo outro, a ausência de afeto, a
indiferença para com a diferença do outro, nos adoece em nosso
(hiper)individualismo (p.116).
Logo, é o não conseguir-sofrer-por-Outrem que os faz melancólicos,
mesmo que pareçam estar, a todo momento, fixados no outro,
excessivamente preocupados com ele.
Façamos o mesmo exercício em relação ao paranóico. A submissão ao
outro pode ser entendida como sujeição ética, em Lévinas, ao ponto do
sujeito ser refém do Outro num assujeitamento absoluto. Mas isso não
significa ser-observado ou ser-falado pelo Outro, como se entende a
paranóia (TATOSSIAN, [1979]1997), o que, aliás, se dá em termos de
alucinações auditivo-verbais. Antes se trata da significação mesma que o
Rosto do Outro impõe, pois o Rosto fala, mas o faz de uma distância ética
e nos traz a idéia do Infinito e não de nós mesmos. Logo, o Outro fala a
nós, mas não de nós, na perspectiva levinasiana. Além do que, na
paranóia, trata-se de um pseudo-Outrem e não de todo e qualquer Outro
ou do absolutamente Outro, como em Lévinas. Ora, não podendo de fato
servir a Outrem, o paranóico se submeteria a um outro inexistente,
fantasmático, produto de sua própria imaginação, que o persegue a todo
momento. Mais uma vez se trata da incapacidade de estar a serviço de
Outrem, na diaconia irrecusável de que nos fala Lévinas.
Portanto, é possível pensar a psicologia fenomenológico-existencial como
sendo uma abordagem que permitiria o acesso ao Outro, numa
aproximação com a ética da alteridade radical. Isso implicaria, no entanto,
mais que a compreensão do ser-no-mundo como ser-com-outros
(HEIDEGGER; BINSWANGER), em aceder à incondição humana de ser-
por-e-para-Outrem (LÉVINAS). O Amor em Binswanger corresponderia
então à idéia de cuidado-para-com-Outrem, na direção dos outros e para-
além-do-mundo. É possível, portanto, buscar o Outro na Daseinsanalyse,
desde que não se descure da dimensão ética deste Outro, que aponta
para o infinitamente Outro.
Referências Bibliográficas
BINSWANGER, L. La escuela de pensamiento de análisis existencial. In:
MAY, R.; ANGEL, E.; ELLENBERGER, H. Existencia: una nueva dimensión
en psiquiatria y psicología. Madrid: Gredos, 1967. p.235-161.
______. Freud et la constituition de la psyquiatrie clinique [1936].
In:______. Analyse existentielle et psychanalyse freudienne.
Discours, parcours et Freud. Paris: Gallimard, 1970. p.172-200.
______. Sur la direction de recherche analytico-existentielle em
psychiatrie [1945]. In: _____. Analyse existentielle et psychanalyse
freudienne. Discours, parcours et Freud. Paris: Gallimard, 1970. p.51-84.
275
ISSN: 1808-4281
ESTUDOS E PESQUISAS EM PSICOLOGIA, UERJ, RJ, ANO 8, N.2, P. 266-276, 1° SEMESTRE DE 2008
http://www.revispsi.uerj.br/v8n2/artigos/pdf/v8n2a11.pdf
11. ______. Analytique existentielle et psychiatrie [1950]. In:______.
Analyse existentielle et psychanalyse freudienne. Discours,
parcours et Freud. Paris: Gallimard, 1970. p. 85-114.
______. Analyse existentielle et psychoterapie [1954]. In:______.
Analyse existentielle et psychanalyse freudienne. Discours,
parcours et Freud. Paris: Gallimard, 1970. p. 115-120.
______. Tres formas de la existencia frustrada. Exaltación,
excentricidad, manierismo. Buenos Aires: Amorrortu, 1972.
FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do pensamento psicológico. Petrópolis:
Vozes, 1993.
FREIRE, J. C. O lugar do Outro na modernidade tardia. São Paulo;
Fortaleza: Annablume; SECULT, 2002.
HEIDEGGER, M. Seminários de Zollikon. Petrópolis: Vozes, 2001.
LEVINAS, E. Autrement qu’être ou au delà de l’essence. Paris: Le
Livre de Poche, 1978.
______. Entre Nós. Ensaios sobre a alteridade. Petrópolis: Vozes, 1997.
MOREIRA, V.; FREIRE, J. C. La depression dans la postmodernité: une
desordre des affections ou l'ordre des desafections? In: GRANGER, B.;
Charboneau, G. (Orgs.). Phenomenlogie des sentiments corporels.
Paris: Le Cercle Hermeneutique, 2003. p.111-118.
TATOSSIAN, A. La phénoménologie des psychoses. L’Art du
Comprendre. Paris: le Cercle Herméneutique. 1997.
Recebido em: 24/12/2007
Aceito para publicação em: 10/01/2008
Endereço eletrônico: jcfreire@ufc.br
Acompanhamento do processo editorial: Ariane P. Ewald
Notas
*
Doutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo e Professor Adjunto do
Departamento de Psicologia e do Mestrado em Psicologia da Universidade Federal do
Ceará, Fortaleza-CE.
276
ISSN: 1808-4281
ESTUDOS E PESQUISAS EM PSICOLOGIA, UERJ, RJ, ANO 8, N.2, P. 266-276, 1° SEMESTRE DE 2008
http://www.revispsi.uerj.br/v8n2/artigos/pdf/v8n2a11.pdf