1) A epoché é um conceito cético que Husserl adota para sua fenomenologia, colocando entre parênteses o mundo exterior e focando apenas na esfera da consciência.
2) A epoché visa alcançar um rigor científico absoluto, suspendendo julgamentos sobre a existência do mundo ou objetos para focar nas vivências da consciência.
3) Ao colocar o mundo "entre parênteses", Husserl busca fundamentar o conhecimento a partir da esfera da consciência, que é imediatamente evident
A ideia de uma filosofia primeira na fenomenologia de Husserl, Pedro AlvesDevair Sanchez
1) A questão fundamental da fenomenologia de Husserl é estabelecer um conhecimento absolutamente válido e definitivo da realidade objetiva.
2) As ciências positivas buscam responder a esta questão de forma ingênua, mas não analisam criticamente os fundamentos dessa possibilidade.
3) A fenomenologia pretende converter esta questão em uma questão prévia e analisá-la criticamente para fundamentar a possibilidade de um conhecimento científico válido.
Trata-se de um documento sobre a fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty que discute:
1) As contradições aparentes na definição de fenomenologia e a necessidade de uma abordagem fenomenológica;
2) A rejeição da abordagem científica e a visão do mundo como fundamento da experiência;
3) A diferença entre a análise reflexiva e a descrição fenomenológica que busca descrever o mundo tal como é percebido.
O documento discute a fenomenologia de Husserl, apresentando-a como um método de crítica do conhecimento que visa elucidar a verdade dos fenômenos da consciência. O autor descreve a mudança de Husserl de uma fenomenologia empírica para uma transcendental, focada na consciência constituinte. A redução fenomenológica é apresentada como a chave para retornar à consciência e revelar a constituição dos objetos.
O documento discute a importância da Filosofia do Direito. A Filosofia do Direito indaga os fundamentos e pressupostos da experiência jurídica de forma crítica para proporcionar um entendimento mais completo e justo das leis. Ela também examina os valores e lógica por trás da jurisprudência para garantir a coerência e rigor científico do sistema jurídico.
A Filosofia do Direito tem como objetivo indagar além dos dogmas pré-estabelecidos para chegar a um conhecimento mais completo e justo das leis através de uma análise crítica. A Filosofia do Direito investiga a realidade jurídica de forma universal para entender a interpretação e aplicabilidade das leis de forma mais profunda do que apenas o conhecimento positivo. A Filosofia do Direito dá ao jurista um distanciamento para avaliar criticamente os fundamentos e fins dos atos humanos no direito.
1. O artigo situa o problema do realismo científico no contexto das doutrinas epistemológicas sobre as origens e limites do conhecimento.
2. É apresentada uma classificação das principais posições a respeito do realismo científico, distinguindo entre anti-realismo "empirista" e anti-realismo não-clássico.
3. Algumas formulações comuns do realismo científico são descritas, assim como três variantes do anti-realismo científico "empirista": instrumentalismo, redutivismo
A fenomenologia é um método de conhecimento sobre a realidade, sobre as coisas e os seres, que surgiu no início do século XX, diferenciando-se da ciência positivista, que e das teorias idealistas.
Sua metodologia propõe o retorno a um estágio pré-reflexivo, que acontece antes das representações e construções conceituais, colocando em parênteses as teorias prévias que conhecemos ao observar um fenômeno.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
www.ex-isto.com
www.fb.com/existocom
www.youtube.com/existo
www.instagram.com/existocom
1) A filosofia da ciência moderna passou por fases na concepção sobre os modos de fazer ciência e o estatuto da verdade científica, permanecendo em crise.
2) No século XX, a reflexão passou por duas fases: na primeira metade, a crítica ao positivismo; após 1960, questionamento dos princípios epistemológicos e ensaios para solucionar a crise.
3) Pensadores como Popper, Bachelard e Kuhn romperam com a visão positivista, colocando a ciência como
A ideia de uma filosofia primeira na fenomenologia de Husserl, Pedro AlvesDevair Sanchez
1) A questão fundamental da fenomenologia de Husserl é estabelecer um conhecimento absolutamente válido e definitivo da realidade objetiva.
2) As ciências positivas buscam responder a esta questão de forma ingênua, mas não analisam criticamente os fundamentos dessa possibilidade.
3) A fenomenologia pretende converter esta questão em uma questão prévia e analisá-la criticamente para fundamentar a possibilidade de um conhecimento científico válido.
Trata-se de um documento sobre a fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty que discute:
1) As contradições aparentes na definição de fenomenologia e a necessidade de uma abordagem fenomenológica;
2) A rejeição da abordagem científica e a visão do mundo como fundamento da experiência;
3) A diferença entre a análise reflexiva e a descrição fenomenológica que busca descrever o mundo tal como é percebido.
O documento discute a fenomenologia de Husserl, apresentando-a como um método de crítica do conhecimento que visa elucidar a verdade dos fenômenos da consciência. O autor descreve a mudança de Husserl de uma fenomenologia empírica para uma transcendental, focada na consciência constituinte. A redução fenomenológica é apresentada como a chave para retornar à consciência e revelar a constituição dos objetos.
O documento discute a importância da Filosofia do Direito. A Filosofia do Direito indaga os fundamentos e pressupostos da experiência jurídica de forma crítica para proporcionar um entendimento mais completo e justo das leis. Ela também examina os valores e lógica por trás da jurisprudência para garantir a coerência e rigor científico do sistema jurídico.
A Filosofia do Direito tem como objetivo indagar além dos dogmas pré-estabelecidos para chegar a um conhecimento mais completo e justo das leis através de uma análise crítica. A Filosofia do Direito investiga a realidade jurídica de forma universal para entender a interpretação e aplicabilidade das leis de forma mais profunda do que apenas o conhecimento positivo. A Filosofia do Direito dá ao jurista um distanciamento para avaliar criticamente os fundamentos e fins dos atos humanos no direito.
1. O artigo situa o problema do realismo científico no contexto das doutrinas epistemológicas sobre as origens e limites do conhecimento.
2. É apresentada uma classificação das principais posições a respeito do realismo científico, distinguindo entre anti-realismo "empirista" e anti-realismo não-clássico.
3. Algumas formulações comuns do realismo científico são descritas, assim como três variantes do anti-realismo científico "empirista": instrumentalismo, redutivismo
A fenomenologia é um método de conhecimento sobre a realidade, sobre as coisas e os seres, que surgiu no início do século XX, diferenciando-se da ciência positivista, que e das teorias idealistas.
Sua metodologia propõe o retorno a um estágio pré-reflexivo, que acontece antes das representações e construções conceituais, colocando em parênteses as teorias prévias que conhecemos ao observar um fenômeno.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
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1) A filosofia da ciência moderna passou por fases na concepção sobre os modos de fazer ciência e o estatuto da verdade científica, permanecendo em crise.
2) No século XX, a reflexão passou por duas fases: na primeira metade, a crítica ao positivismo; após 1960, questionamento dos princípios epistemológicos e ensaios para solucionar a crise.
3) Pensadores como Popper, Bachelard e Kuhn romperam com a visão positivista, colocando a ciência como
O documento apresenta e compara as teorias do empirismo e do racionalismo sobre a origem e natureza do conhecimento. O empirismo defende que todo o conhecimento provém da experiência sensível, enquanto o racionalismo sustenta que a razão é a única fonte de conhecimento verdadeiro. O texto discute os principais filósofos, teses e problemas gnosiológicos associados a cada teoria.
Epistemologia do conhecimento cientifico blogRosilda Jesus
A autora analisa a construção histórica do conhecimento científico sob uma perspectiva epistemológica e filosófica. Ela argumenta que o ensino da ciência deve estimular a criatividade e a reflexão crítica sobre os métodos e estruturas do conhecimento científico, em vez de aplicá-los de forma passiva. A autora também discute como diferentes culturas ao longo da história desenvolveram formas distintas de saber, com os gregos sendo os primeiros a sistematizar a filosofia e a forma do con
O documento discute como o Espiritismo é uma filosofia, ciência e religião. É uma filosofia porque estuda a origem e destino do homem e do espírito. É uma ciência porque comprova experimentalmente os princípios filosóficos através de fenômenos espíritas. É uma religião no sentido de orientar a conduta moral e a relação entre o homem e Deus, sem dogmas ou ritualismos.
O documento discute a epistemologia, apresentando seu conceito e relações com a ciência e filosofia. Aborda brevemente a história da ciência na Antiguidade, Modernidade e Contemporaneidade, e concepções epistemológicas como o Círculo de Viena, Popper e Kuhn.
O documento discute o que é filosofia. A filosofia surge da necessidade humana de buscar sentido através da reflexão. Ela não é apenas racionalidade, mas a busca amorosa pela verdade. A filosofia caracteriza-se por ser uma reflexão radical, rigorosa e de conjunto sobre os problemas apresentados pela realidade.
(1) O livro critica a noção de que a ciência deve seguir regras rígidas e um método único, defendendo que a ciência se desenvolve de forma mais eficiente quando há diversidade de abordagens e ideias; (2) Argumenta que a História mostra que a ciência progrediu quando razão e não-razão conviveram, e que restrições excessivas inibem o progresso; (3) Defende que a separação entre Estado e ciência é necessária para preservar a liberdade intelectual, assim como a separação entre Estado e Igreja.
Trabalho de epistemologia marta kerr 2º períodoRita Gonçalves
Este documento resume um texto sobre epistemologia e ciência da informação. Trata-se de um trabalho acadêmico de alunas do curso de biblioteconomia sobre o conceito de epistemologia e sua relação com a ciência da informação. Aborda definições de epistemologia ao longo da história e como diferentes pensadores contribuíram para seu desenvolvimento.
O documento discute os diferentes níveis de conhecimento: (1) senso comum, que deriva da percepção imediata e é espontâneo e subjetivo; (2) filosofia, que usa argumentos racionais para estudar problemas fundamentais; (3) ciência, que usa o método científico rigoroso para adquirir conhecimento através da pesquisa.
Este documento descreve a vida e obra do filósofo Edmund Husserl, fundador da fenomenologia. Apresenta o contexto histórico no qual ele desenvolveu sua filosofia e resume as cinco lições de sua obra "A Ideia da Fenomenologia", onde ele delineia os fundamentos e objetivos desta nova abordagem filosófica.
Adorno atualidade da filosofia 1966 [doc]Aline Trigo
1) A filosofia atual não pode mais pretender apreender a totalidade do real através do pensamento, como antigamente. A realidade se apresenta de forma parcial e problemática ao pensamento.
2) As grandes tentativas da filosofia idealista para responder à questão fundamental das relações entre razão e realidade fracassaram. A fenomenologia tentou resgatar a objetividade, mas permaneceu presa ao idealismo.
3) A fenomenologia acabou se voltando para o vitalismo, dissolvendo suas pretensões ontológicas nas categor
Nesta obra, Husserl introduz seu método fenomenológico e defende que a fenomenologia é a ciência fundamental da subjetividade pura, estudando as estruturas da consciência. Ele argumenta que toda consciência é intencionalidade e que os objetos só podem ser definidos em relação à consciência, que dá sentido às coisas. Apesar de sua importância, o texto apresenta um subjetivismo extremo que coloca todas as coisas como fenômenos da consciência.
O documento discute as teorias do empirismo e do racionalismo sobre a origem do conhecimento. O empirismo sustenta que toda o conhecimento provém da experiência sensível, enquanto o racionalismo defende que algum conhecimento, especialmente conceitos matemáticos, tem origem na razão e não na experiência. O texto analisa as visões de cada teoria sobre a natureza do conhecimento.
O documento apresenta os principais conceitos da Fenomenologia de Edmund Husserl. Aborda a crítica de Husserl ao positivismo e às ciências naturais, defendendo uma abordagem fenomenológica para o conhecimento que adote a "atitude fenomenológica" ao invés da "atitude natural". Também discute o método fenomenológico proposto por Husserl, conhecido como "redução fenomenológica", que busca descrever o mundo tal como aparece para a consciência.
O documento resume as principais ideias do empirismo de David Hume, incluindo que toda conhecimento vem da experiência sensorial, que a relação de causa e efeito não pode ser conhecida a priori, e que o hábito é o que nos leva a esperar eventos futuros com base no passado, embora não haja garantia lógica de que ocorrerão.
Aula 1 conceitos e concep ã§ãµes de ciãªnciaRoberto Mubarac
O documento discute os fundamentos da epistemologia, definindo-a como o estudo do conhecimento científico e abordando seus objetivos, como refletir sobre a relação entre sujeito e objeto do conhecimento. Também apresenta brevemente diferentes concepções de ciência ao longo da história e suas abordagens para a construção do conhecimento.
1) O documento discute os conceitos de realidade, verdade e fatos. Realidade pode se referir a tudo que existe, seja perceptível ou não.
2) A realidade pode ser subjetiva e depender da interpretação e experiência de cada indivíduo. Diferentes grupos podem ter visões diferentes da realidade.
3) Fatos se referem a fenômenos observáveis do mundo natural, como a posição do sol, enquanto verdades dependem do consenso social.
O documento discute a natureza da ciência e sua demarcação de outras áreas do conhecimento. Aborda as visões de Karl Popper, Thomas Kuhn, Paul Feyerabend e Imre Lakatos sobre o método científico e o progresso da ciência. Também diferencia ciência e doutrina religiosa, citando Tomás de Aquino.
O documento descreve o estatuto do conhecimento científico em 3 frases:
1) A ciência visa a observação e o estudo aprofundado dos fenómenos naturais e sociais, não se limitando a descrever a experiência mas explicando-a por meio de leis;
2) O conhecimento científico é um conhecimento organizado, metódico e sistemático, que se baseia numa investigação planejada e se submete à verificação experimental;
3) Embora a ciência tenha ganhado o e
A filosofia surgiu na Grécia antiga como uma reflexão racional sobre a origem e a natureza do mundo, questionando as explicações míticas. Os primeiros filósofos gregos, como Tales de Mileto, propuseram cosmologias sobre os elementos fundamentais do universo, enquanto Sócrates iniciou o método filosófico de questionamento das verdades estabelecidas.
Trata-se de um documento sobre a fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty que:
1) Discute as contradições aparentes na definição de fenomenologia e argumenta que ela deve ser entendida como um movimento filosófico antes do que uma doutrina fixa.
2) Defende que a fenomenologia requer um método descritivo para retornar às coisas tal como aparecem na experiência, evitando explicações causais ou análises reflexivas.
3) Discute como a percepção não deve ser entendida como uma síntese de represent
O documento descreve a filosofia fenomenológica de Edmund Husserl. Ele introduz Husserl e sua influência no desenvolvimento da fenomenologia. A fenomenologia estuda a consciência e os objetos da consciência através da redução fenomenológica, que coloca entre parênteses o mundo exterior para focar na experiência de consciência.
O documento apresenta e compara as teorias do empirismo e do racionalismo sobre a origem e natureza do conhecimento. O empirismo defende que todo o conhecimento provém da experiência sensível, enquanto o racionalismo sustenta que a razão é a única fonte de conhecimento verdadeiro. O texto discute os principais filósofos, teses e problemas gnosiológicos associados a cada teoria.
Epistemologia do conhecimento cientifico blogRosilda Jesus
A autora analisa a construção histórica do conhecimento científico sob uma perspectiva epistemológica e filosófica. Ela argumenta que o ensino da ciência deve estimular a criatividade e a reflexão crítica sobre os métodos e estruturas do conhecimento científico, em vez de aplicá-los de forma passiva. A autora também discute como diferentes culturas ao longo da história desenvolveram formas distintas de saber, com os gregos sendo os primeiros a sistematizar a filosofia e a forma do con
O documento discute como o Espiritismo é uma filosofia, ciência e religião. É uma filosofia porque estuda a origem e destino do homem e do espírito. É uma ciência porque comprova experimentalmente os princípios filosóficos através de fenômenos espíritas. É uma religião no sentido de orientar a conduta moral e a relação entre o homem e Deus, sem dogmas ou ritualismos.
O documento discute a epistemologia, apresentando seu conceito e relações com a ciência e filosofia. Aborda brevemente a história da ciência na Antiguidade, Modernidade e Contemporaneidade, e concepções epistemológicas como o Círculo de Viena, Popper e Kuhn.
O documento discute o que é filosofia. A filosofia surge da necessidade humana de buscar sentido através da reflexão. Ela não é apenas racionalidade, mas a busca amorosa pela verdade. A filosofia caracteriza-se por ser uma reflexão radical, rigorosa e de conjunto sobre os problemas apresentados pela realidade.
(1) O livro critica a noção de que a ciência deve seguir regras rígidas e um método único, defendendo que a ciência se desenvolve de forma mais eficiente quando há diversidade de abordagens e ideias; (2) Argumenta que a História mostra que a ciência progrediu quando razão e não-razão conviveram, e que restrições excessivas inibem o progresso; (3) Defende que a separação entre Estado e ciência é necessária para preservar a liberdade intelectual, assim como a separação entre Estado e Igreja.
Trabalho de epistemologia marta kerr 2º períodoRita Gonçalves
Este documento resume um texto sobre epistemologia e ciência da informação. Trata-se de um trabalho acadêmico de alunas do curso de biblioteconomia sobre o conceito de epistemologia e sua relação com a ciência da informação. Aborda definições de epistemologia ao longo da história e como diferentes pensadores contribuíram para seu desenvolvimento.
O documento discute os diferentes níveis de conhecimento: (1) senso comum, que deriva da percepção imediata e é espontâneo e subjetivo; (2) filosofia, que usa argumentos racionais para estudar problemas fundamentais; (3) ciência, que usa o método científico rigoroso para adquirir conhecimento através da pesquisa.
Este documento descreve a vida e obra do filósofo Edmund Husserl, fundador da fenomenologia. Apresenta o contexto histórico no qual ele desenvolveu sua filosofia e resume as cinco lições de sua obra "A Ideia da Fenomenologia", onde ele delineia os fundamentos e objetivos desta nova abordagem filosófica.
Adorno atualidade da filosofia 1966 [doc]Aline Trigo
1) A filosofia atual não pode mais pretender apreender a totalidade do real através do pensamento, como antigamente. A realidade se apresenta de forma parcial e problemática ao pensamento.
2) As grandes tentativas da filosofia idealista para responder à questão fundamental das relações entre razão e realidade fracassaram. A fenomenologia tentou resgatar a objetividade, mas permaneceu presa ao idealismo.
3) A fenomenologia acabou se voltando para o vitalismo, dissolvendo suas pretensões ontológicas nas categor
Nesta obra, Husserl introduz seu método fenomenológico e defende que a fenomenologia é a ciência fundamental da subjetividade pura, estudando as estruturas da consciência. Ele argumenta que toda consciência é intencionalidade e que os objetos só podem ser definidos em relação à consciência, que dá sentido às coisas. Apesar de sua importância, o texto apresenta um subjetivismo extremo que coloca todas as coisas como fenômenos da consciência.
O documento discute as teorias do empirismo e do racionalismo sobre a origem do conhecimento. O empirismo sustenta que toda o conhecimento provém da experiência sensível, enquanto o racionalismo defende que algum conhecimento, especialmente conceitos matemáticos, tem origem na razão e não na experiência. O texto analisa as visões de cada teoria sobre a natureza do conhecimento.
O documento apresenta os principais conceitos da Fenomenologia de Edmund Husserl. Aborda a crítica de Husserl ao positivismo e às ciências naturais, defendendo uma abordagem fenomenológica para o conhecimento que adote a "atitude fenomenológica" ao invés da "atitude natural". Também discute o método fenomenológico proposto por Husserl, conhecido como "redução fenomenológica", que busca descrever o mundo tal como aparece para a consciência.
O documento resume as principais ideias do empirismo de David Hume, incluindo que toda conhecimento vem da experiência sensorial, que a relação de causa e efeito não pode ser conhecida a priori, e que o hábito é o que nos leva a esperar eventos futuros com base no passado, embora não haja garantia lógica de que ocorrerão.
Aula 1 conceitos e concep ã§ãµes de ciãªnciaRoberto Mubarac
O documento discute os fundamentos da epistemologia, definindo-a como o estudo do conhecimento científico e abordando seus objetivos, como refletir sobre a relação entre sujeito e objeto do conhecimento. Também apresenta brevemente diferentes concepções de ciência ao longo da história e suas abordagens para a construção do conhecimento.
1) O documento discute os conceitos de realidade, verdade e fatos. Realidade pode se referir a tudo que existe, seja perceptível ou não.
2) A realidade pode ser subjetiva e depender da interpretação e experiência de cada indivíduo. Diferentes grupos podem ter visões diferentes da realidade.
3) Fatos se referem a fenômenos observáveis do mundo natural, como a posição do sol, enquanto verdades dependem do consenso social.
O documento discute a natureza da ciência e sua demarcação de outras áreas do conhecimento. Aborda as visões de Karl Popper, Thomas Kuhn, Paul Feyerabend e Imre Lakatos sobre o método científico e o progresso da ciência. Também diferencia ciência e doutrina religiosa, citando Tomás de Aquino.
O documento descreve o estatuto do conhecimento científico em 3 frases:
1) A ciência visa a observação e o estudo aprofundado dos fenómenos naturais e sociais, não se limitando a descrever a experiência mas explicando-a por meio de leis;
2) O conhecimento científico é um conhecimento organizado, metódico e sistemático, que se baseia numa investigação planejada e se submete à verificação experimental;
3) Embora a ciência tenha ganhado o e
A filosofia surgiu na Grécia antiga como uma reflexão racional sobre a origem e a natureza do mundo, questionando as explicações míticas. Os primeiros filósofos gregos, como Tales de Mileto, propuseram cosmologias sobre os elementos fundamentais do universo, enquanto Sócrates iniciou o método filosófico de questionamento das verdades estabelecidas.
Trata-se de um documento sobre a fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty que:
1) Discute as contradições aparentes na definição de fenomenologia e argumenta que ela deve ser entendida como um movimento filosófico antes do que uma doutrina fixa.
2) Defende que a fenomenologia requer um método descritivo para retornar às coisas tal como aparecem na experiência, evitando explicações causais ou análises reflexivas.
3) Discute como a percepção não deve ser entendida como uma síntese de represent
O documento descreve a filosofia fenomenológica de Edmund Husserl. Ele introduz Husserl e sua influência no desenvolvimento da fenomenologia. A fenomenologia estuda a consciência e os objetos da consciência através da redução fenomenológica, que coloca entre parênteses o mundo exterior para focar na experiência de consciência.
1) O documento discute o empirismo, a doutrina filosófica que defende que todo o conhecimento provém da experiência sensorial.
2) Apresenta as dez teses básicas do empirismo inglês defendidas por John Locke e David Hume, como a ideia de que não há ideias inatas e que todo o conhecimento tem origem nos sentidos.
3) Discutem a visão cética de David Hume, que recusou a ideia de causalidade e a existência da substância, levando a um tipo de cepticismo "
O documento descreve as ideias centrais do empirismo de David Hume, incluindo que todo o conhecimento vem da experiência sensorial, que a relação de causa e efeito não pode ser conhecida a priori, e que o hábito é o que nos leva a esperar que o futuro será como o passado.
O documento descreve a filosofia empírica de David Hume, que defendia que todo o conhecimento vem da experiência sensorial. Segundo Hume, as conclusões indutivas não têm fundamentos lógicos, mas são baseadas em hábitos. Ele também questionou a validade do raciocínio indutivo e das leis científicas, afirmando que a repetição de um fato não permite concluir que continuará a se repetir.
1) O documento discute a fenomenologia e sua influência na psicologia e terapia.
2) A fenomenologia de Husserl defende que a consciência deve ser estudada em si mesma, não de forma empírica.
3) A psicologia fenomenológica enfatiza a subjetividade e experiência do paciente, diferentemente da abordagem objetiva e experimental.
1) Há duas abordagens para interpretar sistemas filosóficos: dogmática, que se concentra na verdade das teses, e genética, que busca suas causas históricas.
2) O método dogmático examina a doutrina de acordo com a intenção do autor no tempo lógico do sistema. O método genético pode explicar o sistema além das intenções do autor.
3) Um método ideal para a história da filosofia seria ao mesmo tempo científico e filosófico, permanecendo fiel à verdade histó
O documento discute os conceitos fundamentais da fenomenologia de Husserl e do existencialismo. A fenomenologia é apresentada como um método filosófico que estuda os fenômenos da consciência e a intencionalidade da mente. O existencialismo explora como os indivíduos constroem seu sentido de existência no mundo. Ambos os campos filosóficos enfatizam a experiência subjetiva e a análise dos fundamentos da realidade e do conhecimento.
1) Discute a transição da subjetividade moderna para a pós-moderna, representadas pela neurose e borderline respectivamente.
2) Apresenta elementos da subjetividade moderna como repressão e recalque e da pós-moderna como condescendência, onipotência mitigada e cisão.
3) Discutem como esses elementos "produzem" a gradação da neurose e borderline, desde o pólo patológico ao normal.
1) A filosofia e as ciências especializaram-se ao longo da Idade Moderna, com as ciências ganhando autonomia através de medições empíricas. 2) No entanto, as ciências acabam levantando questões filosóficas ao chegarem aos limites do que pode ser verificado. 3) Isso mostra que a divisão entre ciências da natureza e do espírito não é absoluta, e ambas acabam dependendo de reflexões filosóficas.
A filosofia antiga teve início no século VI a.C. e se estendeu até o século V d.C., dividida em períodos como os pré-socráticos, Sócrates e sofistas, Platão e Aristóteles, e helenístico. Os pré-socráticos buscavam a essência das coisas, enquanto Sócrates defendia que a virtude é conhecimento. Platão propôs as ideias e a alegoria da caverna, e Aristóteles rejeitou as ideias platônic
1) O documento discute a origem e evolução da filosofia na Grécia Antiga, desde os primeiros filósofos pré-socráticos até Platão e Aristóteles. 2) Os pré-socráticos procuravam entender a natureza fundamental do mundo e sua mudança, enquanto Sócrates, Platão e Aristóteles se concentraram mais nos problemas humanos, éticos e políticos. 3) A filosofia grega teve dois principais momentos de nascimento - um cosmológico e um humanista - que ainda
1. O documento apresenta uma introdução à teoria do conhecimento, discutindo a essência da filosofia e seu lugar no sistema filosófico.
2. Ao longo da história, a filosofia ora assumiu a forma de auto-reflexão do espírito (Platão, Kant), ora de visão de mundo (Aristóteles, sistemas modernos).
3. A essência da filosofia é definida como uma atitude racional voltada para a totalidade dos objetos e valores.
1) O documento discute vários filósofos e cientistas importantes da modernidade como Descartes, Galileu e Bacon.
2) René Descartes é destacado por seu método de dúvida metódica para chegar a conclusões seguras através do "penso, logo existo".
3) Galileu Galilei é reconhecido por seu método científico de observação, experimentação e formulação de leis gerais, embora não fosse puramente empirista.
Alguns dos principais trechos do livro "Psicologia, uma (nova) introdução: uma visão histórica da psicologia como ciência".
Uma breve apresentação do que é a Psicologia, sobre quais condições históricas e sociais foram marcantes para seu desenvolvimento como ciência no final do Séc. XIX e também um pouco sobre cada uma de suas principais abordagens teóricas.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
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2017
O capítulo discute a experiência filosófica e apresenta diferentes perspectivas sobre o que é filosofia. A filosofia pode ser vista como uma reflexão espontânea sobre a vida ou como uma atividade mais rigorosa realizada por especialistas. O exemplo de Sócrates mostra como o questionamento das certezas por meio do diálogo pode ameaçar o status quo e incomodar os poderosos.
O documento discute o que é filosofia, apresentando três características essenciais: 1) a filosofia surge da reflexão sobre os problemas da realidade de forma radical, buscando as raízes dos conceitos; 2) o pensamento filosófico deve ser rigoroso, usando métodos e linguagem claros; 3) a filosofia examina os problemas de forma globalizante, relacionando diversos aspectos.
O documento discute o que é filosofia. Apresenta que filosofia surge da necessidade humana de compreender o mundo e a si mesmo através da reflexão e questionamento. Também destaca que filosofia não é um saber acabado, mas sim uma busca constante por significados através do pensamento crítico e indagação filosófica.
Este documento discute a relação entre psicanálise e ciência. Apresenta brevemente a visão de Popper sobre ciência e falseabilidade. Discute se a psicanálise poderia ser considerada uma ciência segundo critérios popperianos e identifica alguns impasses nessa discussão, como o fato da psicanálise não se encaixar no realismo dos universais defendido pela ciência moderna.
Semelhante a Nascimento, c.l. a centralidade da epoché na fenomenologia husserliana (20)
Fenomenológica existencial do uso de drogasÉrika Renata
Este artigo utiliza a perspectiva fenomenológica existencial para desconstruir a abordagem proibicionista ao uso de drogas. A condição humana de ser mortal e livre gera sentimentos como angústia e culpa, criando uma "vulnerabilidade existencial" que torna o homem suscetível ao uso de drogas. Qualquer abordagem que vise erradicar o uso de drogas está fadada ao fracasso, dado esta condição humana imutável. A abordagem de redução de danos é apresentada como uma alternativa mais compatível com
Este livro aborda os conceitos fundamentais da psicoterapia existencial e sua aplicação na prática clínica. O documento discute temas como existência, liberdade, morte e sentido da vida, apresentando também os métodos fenomenológicos e a convergência do pensamento existencialista na psicoterapia.
Abuso de cannabis em pacientes com transtornosÉrika Renata
O documento discute o abuso de cannabis em pacientes com transtornos psiquiátricos. Resume que: 1) O abuso frequente de cannabis pode aumentar o risco de desenvolvimento de esquizofrenia e sintomas psicóticos crônicos, embora mais pesquisas sejam necessárias; 2) A cannabis parece ser uma droga comum entre pessoas com transtorno bipolar, podendo induzir estados maníacos; 3) O abuso de cannabis ocorre com frequência em pessoas com transtornos de ansiedade, mas a relação com a cronicidade dest
Rehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demaisÉrika Renata
O documento discute as diferenças entre uma abordagem fenomenológico-existencial e outras abordagens na psicoterapia. A principal diferença é o compromisso com uma compreensão ontológica da condição humana, incluindo fragilidade, mortalidade e incerteza. Isso requer aceitar a verdade sobre a existência humana em vez de tentar escapar dela com interpretações puramente ónticas.
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Este documento resume a especificidade de uma psicoterapia fenomenológico-existencial de acordo com Ari Rehfeld. A abordagem se diferencia por ter um compromisso com uma compreensão ontológica da condição humana, incluindo a mortalidade e finitude. O papel do terapeuta é facilitar a auto-compreensão do paciente de forma a ajudá-lo a lidar com a angústia inerente à condição humana e permitir que ele descubra seu próprio poder de ser.
Rehfeld, a. acerca das generosas curvas da esperaÉrika Renata
O documento discute a espera e o inesperado, construindo dezoito aforismos a partir de um fragmento de Heráclito. O autor argumenta que saber esperar é reconhecer a diferença entre a possibilidade do inesperado aparecer e seu aparecimento efetivo, e que apenas quem sabe esperar é capaz de acolher o presente e o inesperado.
Rehfeld, a. a prática clínica fenomenológico existencialÉrika Renata
O documento discute a prática clínica fenomenológico-existencial, definindo o papel do terapeuta como cuidar do ser do paciente, ajudando-o a desvelar suas próprias possibilidades de forma a aliviar o sofrimento. O terapeuta deve criar condições para o desabrochar da alma do paciente, sem impor um sentido, respeitando suas limitações. A terapia tem um caráter libertador, permitindo experimentar novas formas de ser.
Este documento resume um capítulo sobre o conceito de angústia de acordo com Martin Heidegger. Apresenta 1) como Heidegger começa sua análise do ser humano ("Dasein") e como isso o leva à questão da angústia, 2) as formas de ser inautêntico do homem cotidiano através da "decadência", e 3) como a rara experiência da angústia revela a totalidade do ser humano.
1) A terapia existencial-humanista surgiu após a Segunda Guerra Mundial como uma alternativa à psicanálise e ao behaviorismo, enfatizando as forças positivas do ser humano e sua experiência subjetiva.
2) A fenomenologia existencial se baseia na fenomenologia de Husserl e enfatiza a liberdade humana e a angústia resultante da falta de sentido e da consciência da morte, de acordo com autores como Kierkegaard, Heidegger e Sartre.
3) Os principais conceitos da
Pereira, m.e.c. sobre os fundamentos da psicoterapia de base analitico existe...Érika Renata
1) O documento discute os fundamentos da psicoterapia analítico-existencial segundo Ludwig Binswanger.
2) Binswanger via a psicoterapia como envolvendo duas existências que buscam liberar o paciente do isolamento para participar da comunidade.
3) A abordagem de Binswanger se baseava na fenomenologia de Husserl e na ontologia de Heidegger para entender a dimensão existencial do ser humano.
Moreira, virginia. possíveis contribuições de husserl e heidegger para a clín...Érika Renata
Este artigo discute as possíveis contribuições das filosofias de Edmund Husserl e Martin Heidegger para o desenvolvimento de uma clínica fenomenológica. Reconhece que Husserl inaugurou uma psicologia da subjetividade com sua Psicologia Fenomenológica, que pode servir de base para a clínica fenomenológica. Também discute as propostas clínicas de Ludwig Binswanger e Medard Boss baseadas na análise do Dasein de Heidegger, sugerindo a fenomenologia existencial
Mattar, c.m. os sentidos de analise e analitica no pensamento de heideggerÉrika Renata
1) O artigo discute os conceitos de "análise" e "analítica" no pensamento de Heidegger e suas implicações para a psicoterapia.
2) Heidegger critica o sentido moderno de "análise" como decomposição em elementos e prefere o termo "analítica" para se referir à recondução ao sentido originário.
3) A Daseinsanalyse propõe compreender o homem e o adoecer de forma diferente da perspectiva científica, orientando-se pela fenomenologia de Heidegger.
Marçal, j.c. existência e _verdade_ em martin heideggerÉrika Renata
1) O artigo discute a compreensão heideggeriana de verdade e existência, mostrando que estes conceitos estão ligados na obra de Heidegger.
2) Heidegger defende que apenas o ser humano (Dasein) existe, enquanto outros entes simplesmente são. A essência do Dasein está em sua existência.
3) O artigo analisa a influência de Kant na compreensão de Heidegger de existência, e como Heidegger distingue existência de ser simplesmente dado.
Jardim, le. a preocupação liberadora no contexto da prática terapeuticaÉrika Renata
O documento resume um trabalho de conclusão de curso sobre como a filosofia de Martin Heidegger pode contribuir para pensar a relação terapeuta-paciente. Apresenta os conceitos heideggerianos de ser-no-mundo, ser-com-os-outros e preocupação para analisar como a terapia pode ser entendida como uma manifestação da preocupação liberadora. O objetivo é fundamentar uma prática terapêutica não objetificante, em contraste com abordagens psicológicas.
Heidegger, m. o que é isto a filosofiaÉrika Renata
1) O documento é uma versão eletrônica do livro "Que é isto - A Filosofia?" traduzido para o português.
2) Os créditos da digitalização são dados aos membros do grupo de discussão Acrópolis (Filosofia).
3) A distribuição do arquivo é livre desde que se de os créditos ao grupo e se cite seu endereço na internet.
1) O texto discute a essência da técnica e questiona se a determinação usual da técnica como um meio para fins captura completamente o que ela é.
2) A essência da técnica não é algo técnico em si, mas a causalidade subjacente, que na filosofia grega é entendida como quatro modos de "comprometimento" que deixam algo surgir.
3) A causalidade moderna distorceu a compreensão grega original de causalidade como "comprometimento" que deixa algo vir à presença, para uma no
Heidegger por ernildo stein gianni vattimo-emmanuel carneiro leão-joão august...Érika Renata
Heidegger problematizou profundamente a modernidade ao questionar a subjetividade e o método. Ele previu a globalização como a irresistível tendência de transformar tudo através da tecnologia. A filosofia de Heidegger libertou o ser humano de amarras metafísicas, deixando a instauração da verdade como tarefa.
Giovanetti. supervisão clínica na perspectiva fenomenológico existencialÉrika Renata
[1] O documento discute a supervisão clínica na perspectiva fenomenológico-existencial. [2] A supervisão clínica visa refletir sobre a relação entre o psicólogo quase formando e seu cliente para auxiliar no desenvolvimento profissional do psicólogo. [3] A supervisão tem funções teóricas, técnicas e experienciais para analisar a compreensão teórica do cliente, a relação terapêutica e vivenciar atitudes de escuta.
Freire, j.c. o lugar do outro na daseinsanalise de binswangerÉrika Renata
O documento descreve a Daseinsanalyse de Ludwig Binswanger e sua abordagem da alteridade. A Daseinsanalyse coloca o ser humano como "ser-no-mundo" e analisa modos de ser como singular, plural e dual. Binswanger complementa a análise existencial de Heidegger com a noção de "ser-além-do-mundo" por meio do amor ao outro. Sua abordagem oscila entre Heidegger e Husserl ao longo do tempo.
Freire, j.c. o lugar do outro na daseinsanalise de binswanger
Nascimento, c.l. a centralidade da epoché na fenomenologia husserliana
1. A Centralidade da Epoché na Fenomenologia Husserliana.
Nascimento, C. L.1
Predominava entre os antigos gregos, inicialmente, a consciência mítica, cuja maior
expressão se encontra nos poemas de Homero e Hesíodo. Na passagem para a consciência
racional, aparecem os primeiros sábios, sophos, como se diz em grego. Um deles, chamado
Pitágoras (séc. VI a. C.) usou pela primeira vez a palavra filosofia( philos-sophia), que
significa “amor à sabedoria”. Para Platão, a grande virtude do filósofo é admirar-se. A
admiração (thaumatzein) é a condição de onde deriva a capacidade de problematizar. Nasce
assim o pensamento filosófico ou atitude filosófica, que tem como seu arkhé o
estranhamento, a admiração. A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo.
(M.Merleau-Ponty).
Epoché (εποχη) é um termo grego que significa “parada”, “obstrução” e foi muito
utilizado na filosofia cética. A Górgias (séc. IV a.C.), um dos representantes da sofística
grega, é atribuída a postura conhecida como cética. Outro grego, Pirro, acompanhante de
Alexandre Magno em suas viagens de conquistas ainda naquele século, veio a conhecer
muitos povos com diferentes valores e crenças. O que passou desde então a caracterizar o
pensamento conhecido como cético, que, confrontando a diversidade das convicções que
animavam os homens, bem como diferentes filosofias tão contraditórias, foi o abster-se, no
final, de aderir a qualquer certeza. O cético, que vem de skeptikó, em grego, que significa
1
Doutor em Educação, Mestre em psicologia, Psicólogo Clínico, Professor do IFEN e Professor do Instituto
Superior de Ensino Anísio Teixeira.
2. “quem observa”; “quem considera”, conclui, nos casos mais radicais, pela impossibilidade
do conhecimento; e nas tendências mais moderadas, pela suspensão provisória de qualquer
juízo.
Ao reconhecermos a subjacente postura de estranhamento que possibilita qualquer
“afastar-se” desta ou daquela concepção da realidade, pensamos poder ter, assim,
identificado uma possível filiação filosófica da epoché husserliana com o impulso pré-
socrático que marca a transição do pensamento mítico para o pensamento filosófico.
O que pretendo sob o título de filosofia, como fim e campo
de minhas elaborações, sei-o, naturalmente. E, contudo
não o sei... Qual o pensador para quem, na sua vida de
filósofo, a filosofia deixou de ser um enigma? ... Só os
pensadores secundários que, na verdade, não se podem
chamar filósofos, estão contentes com as suas definições.
(Husserl, 2001, pg 143)
Husserl toma emprestado o conceito cético de epoché e desenvolve aquilo que
acredita ser o caminho seguro para proceder uma análise filosófica que pudesse realmente
atender às exigências do rigor científico, que ele almejava alcançar. Epoché, no sentido
fenomenológico, visa colocar entre parênteses a crença em toda realidade temporal e
espacial, isto é, em toda a transcendência. Isto quer dizer que não devemos fazer juízo
algum sobre o mundo e tudo aquilo que nele se inclui, até mesmo as mais convincentes
evidências científicas, uma vez que as ciências naturais alimentam-se deste mundo
empírico. Uma teoria rigorosa do conhecimento deve partir da absoluta e total falta de
pressupostos. Evidentemente, isso não quer dizer que devemos negar a existência do
mundo, o que seria impossível, mas simplesmente que tudo deve ficar em suspenso, “por
decidir”.
Ao encetar a crítica do conhecimento, importa, pois, adjudicar o
índice da questionabilidade a todo o mundo, à natureza física e
psíquica e, por fim, também, ao próprio eu humano, juntamente
com todas as ciências que se referem a estas objetalidades. A sua
2
existência, a sua validade ficam por decidir.(HUSSERL, 1986,
pg 53)
3. Até 1901, data da publicação do último volume das Investigações Lógicas, Husserl
não pensara ainda em introduzir o conceito de epoché em sua fenomenologia. Pareceu-lhe
suficiente olhar simplesmente para os fenômenos sem ulteriores considerações, induzindo
mesmo a uma interpretação psicológica da fenomenologia, em contradição com a sua
própria crítica tão acirrada, desencadeada contra o psicologismo.
A partir de 1906, no entanto, começa a viver uma profunda angústia que o coloca
diante do imperioso dilema de renunciar a uma vida dedicada à Filosofia ou,
definitivamente, encontrar uma solução segura sobre a essência do conhecimento. Nesta
época, se detinha demoradamente ao estudo de Kant, que lhe sugeriu as primeiras idéias na
busca da solução do dilema, orientando-o para a “consciência transcendental”. Recorre
também a Descartes e, na sua dúvida metódica à qual resiste a própria consciência ou a
cogitatio, encontrou ainda maior motivação, não só a confirmá-lo na posse da subjetividade
transcendental, mas também a impulsioná-lo na busca de um método para a ela chegar.
Husserl imaginou que, se o conhecimento encerra um problema, isto não quer dizer
que ele seja problemático. Admitir que há no conhecimento um enigma, não é afirmar que
todo o conhecimento é enigmático. Impõe-se, para ele, uma solução, não propriamente no
seio do conhecimento, mas na relação entre mundo interior e exterior, imanente e
transcendente.
Descartes julgou libertar-se do problema duvidando o mais radicalmente possível.
Assim, se deparou com o ego cogito, que se afirmava na própria dúvida. Os idealistas
buscavam a solução exclusivamente na imanência. Mas, relativamente ao mundo exterior,
ou adotava uma atitude cética, como propôs Hume, ou simplesmente suprimia-o, por uma
identificação com a própria imanência, ou seja, do “objeto em si” com o “ser percebido”,
como propôs Bekerley. Husserl rejeita a ambos, pois pretende resolver o problema
3
4. superando tais orientações. Para isso, começará pela imanência, pois, afirma que esta é
conhecida, ao passo que não se sabe como se conhece a transcendência. Husserl acredita
que é na imanência que encontramos a posse imediata do objeto e, portanto a sede da
evidência apodítica.
Contra Descartes, exige que a imanência seja despojada de todo o caráter de
transcendência que em si mesma possa conservar, para que o radicalismo seja mais
profundo. Contra o idealismo, não pretende suprimir o transcendente, nem sequer
provisoriamente. A dúvida husserliana não tem o mesmo sentido da dúvida cartesiana. O
caráter metódico da dúvida proposta por Husserl está apenas em ser um critério a indicar-
nos que não atingimos ainda a evidência apodítica.
Não significa, portanto que a existência do mundo se põe propriamente em dúvida,
pois é evidente que o mundo é, em si e por si, aquilo que é, quer vivamos ou morramos,
quer o conheçamos ou não. Relativamente a esta existência, Husserl suspenderá apenas o
seu juízo, mesmo que se trate da existência do próprio eu e dos seus pensamentos. Tal
“suspensão” designou-a pela equivalente palavra grega epoché, usada já na antiguidade
pelos céticos pirrônicos na filosofia grega que “suspendiam” ou se “abstinham” de qualquer
assentimento por não reconhecerem razões decisivamente eliminatórias da incerteza.
Husserl introduzi-la-á, porém, não como instrumento de uma atitude cética, mas de
depuração em busca de um radicalismo particularmente reflexo em direção às evidências
apodíticas. Não se pretende propriamente duvidar da existência do mundo, nem, muito
menos suprimi-lo. O mundo encarar-se-á apenas sob o aspecto como se apresenta na
consciência, reduzido à consciência. Continuará a ser considerado “posto entre parênteses”,
numa espécie de idealização caracteristicamente original. Da existência ou “posição” do
4
5. mundo em si mesmo, da “tese” do mundo, como Husserl diz, simplesmente não faremos
nenhum uso.
“... em nossas afirmações fundamentais nada pressuporemos, nem
sequer o conceito de Filosofia, e assim queremos ir fazendo adiante. A
epoché filosófica, que nos propusemos praticar, deve consistir,
formulando-a expressamente, em nos abstermos por completo de julgar
acerca das doutrinas de qualquer filosofia anterior e em levar a cabo todas
as nossas descrições no âmbito desta abstenção”.(Husserl Apud.
Zilles,2002, pg 22)
Em suma, tudo o que transcende a esfera imanente da consciência deve levar o rigor
da criticidade e questionabilidade. Com isso, a existência do mundo, dos objetos, das
ciências etc. é colocada fora de juízo, porque carece do caráter de evidência absoluta, uma
vez que suas afirmações vão além do que é imanente e seguro, do ponto de vista de uma
fundamentação rigorosa do conhecimento.
Posto isto, vemos que o que é colocado entre parênteses não é negado, mas perde o
caráter de absoluto e inquestionável e de validade, que lhe é atribuído na atitude natural e
passa a valer como fenômeno da consciência. Na atitude fenomenológica propiciada pela
epoché, o modo de visão do mundo sofre uma transformação radical: deixa-se de aceitar a
evidência da existência das coisas, ao contrário, deixo de lidar com o mundo físico (objetos
espaço-temporais) e passo a lidar com o “mundo da consciência”, formado pelas vivências
do sujeito.
Com isso, fica claro que a epoché é o primeiro passo do método fenomenológico, ou
seja, ela reflete a mudança de atitude necessária para o empreendimento proposto por
Husserl, qual seja, a migração da atitude natural para a atitude fenomenológica. Tal
caminho metodológico escolhido pelo filósofo vem a ratificar o seu desejo de
5
6. fundamentação absoluta, pois, se o que está em questão é o conhecimento, uma ciência não
pode usar como fundamento aquilo que pretende investigar.
A ciência rigorosa que Husserl almeja construir exige, naturalmente, que nenhum
conhecimento seja considerado de antemão. Evidentemente, no entanto, é de se supor que o
filósofo alemão estabeleça algum conhecimento como sustentáculo inquestionável, a partir
do qual ele edifique o seu pensamento reconstrutivo, sob o risco de recair permanentemente
num círculo de regressão infinita. Segundo Husserl, o próprio exercício da epoché oferece
como resultado este ponto de partida. A partir desta suspensão metodológica, “resiste” algo
que é evidente e inquestionável e que remonta a reflexão cartesiana: a cogitatio.
No entanto, nem bem o radicalismo cartesiano foi retomado e Husserl denuncia, o
que lhe parece, a sua insuficiência: a dúvida cartesiana relativa à coisa natural (pedaço de
cera) continua sendo em si mesma uma atitude mundana, sendo tão somente uma
modificação desta atitude, sem corresponder, portanto, à exigência desta radicalidade.
Prova disto será dada nas Meditations Cartésiennes, em que Husserl denuncia o
pressuposto geométrico pelo qual Descartes assimila o cogito a um axioma do saber em
geral, quando o cogito deve ser muito mais, uma vez que ele é o fundamento dos próprios
axiomas.
Esse pressuposto geométrico revela a insuficiência da dúvida como processo de
radicalização. À dúvida, é preciso, portanto, opor uma atitude pela qual eu não tomo
posição em relação ao mundo como existente, ainda que esta posição seja afirmação natural
de existência, dúvida cartesiana etc. É claro que eu, como sujeito empírico e concreto,
continuo a participar da posição natural do mundo. Esta tese continua a ser algo de vivido,
mas não faço dela nenhum uso. Fica assim o mundo circundante não mais como
simplesmente existente, mas sim como fenômeno de existência.
6
7. No momento em que estende a todas as experiências da consciência, até mesmo as
imaginadas, a possibilidade de se apresentarem como “dados absolutos”, Husserl afirma
que o que importa não é a ocorrência real em mim, aqui e agora, da vivência, mas sim a
apresentação de sua essência. Assim, ele passa a se reportar a uma “esfera de dados
absolutos”, como resultado do exercício da epoché. Tal dimensão se refere a todas as
vivências da consciência, tomadas em sua essência, constituindo-se assim como marco zero
da teoria fenomenológica do conhecimento.
A solução afigurou-se-lhe tão evidente, que lhe pareceu ter encontrado o que há
tantos séculos ansiosamente se buscava, e não duvidou dedicar as ulteriores elaborações,
bastante numerosas, ao esclarecimento desta descoberta ideal. Às alturas radicais da
“consciência transcendental”, onde atingiremos os fenômenos na sua pureza absoluta,
ascenderá Husserl exercitando a epoché em graus sucessivamente mais elevados. Tudo
aquilo que não tiver o caráter da apresentação imediata, só realizável na consciência, não
pode ser “apodítico”. Por isso, também Deus está incluído, embora seja o Ser transcendente
no pólo oposto à transcendência do mundo.
Só assim a fenomenologia, como ciência fundamental por excelência, pode
começar, sem nada pressupor, numa independência absoluta. Acabamos de exercitar assim
a epoché no primeiro grau: Tudo o que me é exterior, mesmo as outras pessoas e o próprio
Deus, este “posto entre parênteses”. Em lugar do mundo em si, surge o “mundo”
consciente, o mundo reduzido às vivências, ou psicológico. Daqui em diante, à rigor, só
poderemos falar na primeira pessoa do singular. Trata-se da redução eidética.
“Como filósofos que pensamos radicalmente, não
consideramos nenhuma ciência como válida, nem o mundo
como existente... Isto também se aplica à existência
intramundana de todos os outros eus, de tal modo que nós, de
si, já não deveríamos falar no plural”.(Husserl, 2001, pg 36)
7
8. A redução eidética, como observamos acima, mantém-se ainda no plano
psicológico. Neste grau de imanência, as vivências apresentam-se na sua singularidade
concreta. Refletindo sobre tais fenômenos singulares, podemos sujeitá-los a uma série de
variações arbitrárias. Aquilo, no entanto, que se me apresenta como invariável, como
necessariamente comum, é a essência ou “eidos”. Deste modo, praticamos a “redução
eidética”.
Surge assim o “método das variações”, que me leva do individual, por exemplo,
“este homem”, à essência ainda empírica, por exemplo, “homem branco”, e daqui à
essência pura, a que acima diretamente nos referimos, e que é a essência no seu caráter
absolutamente necessário, “o homem como tal”.
Temos, pois um fenômeno novo, que prescinde do fato ou singularidade e, portanto,
se pode dizer de caráter puro ou metaempírico. Estas essências, assim “purificadas”, não
perdem ainda inteiramente o caráter psicológico. Neste sentido, Husserl afirma que a
“fenomenologia psicológica deve apoiar-se na feomenologia eidética”, pois, a “redução
eidética revela as formas essenciais relativa à existência psíquica”.
Com a “redução psicológica”, as vivências, e até as essências, mesmo que as
consideremos como conteúdos de atos, conservam ainda, pelo menos, uma existência
“mundana”: “A vida psíquica de que trata a psicologia sempre se concebeu e é concebida
como vida psíquica no mundo”.(Husserl, 2001, pg 43).
O radicalismo não é, portanto, absoluto, o que se equivale a dizer que ainda não se
atingiu o que Husserl chama de campo plenamente seguro da apoditicidade. Para isso,
devemos exercitar a epoché num grau mais elevado, que nos leve à inibição de todo o
8
9. interesse existencial e de toda a “mundanidade”, operando-se a transformação da
subjetividade psicológica na subjetividade transcendental.
O mundo da “atitude natural”não é só exterior. Num novo grau de reflexão, dirijo a
mente para mim mesmo e para a minha imanência. Então, também eu me percebo como
uma realidade concreta e “mundana”. Toda a posição da natureza deve ficar fora de
circuito, e, portanto, também a existência de mim mesmo que reflito, o eu como ente psico-
físico. Deste modo, atinjo o eu absoluto ou transcendental e, com ele, o âmbito da
experiência genuinamente filosófica. Este eu, assim depurado, torna-se apenas concebível
na sua relação ao “objeto”, o qual já também não é um objeto mundano, existente no
sentido vulgar da palavra, mas um “objeto” puramente “intencional”. Um objeto que é uma
idealidade pura meramente significada, desprovido de “qualquer caráter psicológico”.
Eu perco assim o mundo, para o ganhar de um modo mais “puro”, retendo o sentido
do mundo com o qual estou tão imediatamente em contato, que os “objetos”, assim
considerados, não só estão presentes diante de mim, mas brotam de mim mesmo: “É de
mim mesmo, do meu eu transcendental que o mundo objetivo haure todo os seus sentidos e
valores existenciais”.(Husserl, 2001, pg 43).
Atingimos assim o “ego cogito” verdadeiramente radical, só inteligível na sua
explicitação plena “ego cogito cogitatum”. Segundo Husserl, também Descartes chegara a
um “ego cogito” que prescindia do corpo, mas, apesar de incorpóreo, era ainda uma
realidade substancial, concretamente existente, identificada com a alma. Em outras
palavras, um eu natural ou mundano. Por isso, apesar de ter chegado à maior de todas as
descobertas, não lhe apreendeu o verdadeiro sentido e, conseqüentemente, para Husserl,
não ultrapassou o que ele chamou de “os portais da genuína filosofia transcendental”.
9
10. Para ultrapassar este “meio caminho” de Descartes, Husserl começa pelo
absolutamente radical, numa apodicidade absoluta, pondo “entre parênteses” não só o
corpo, mas o eu na sua radicalidade total, enquanto existente no mundo, e, com ele, todos
os seus atos. Neste exercício radical da epoché atingimos os fenômenos verdadeiramente
puros, pois só levamos em consideração aquilo que nos é dado na pura imanência, e,
portanto, com plena evidenciação.
Nem os preconceitos do próprio eu podem viciar esta intuição plenamente
originária, pois tudo está posto “entre parênteses”. O eu, assim depurado, é o eu puro, apto
a conhecer sem vícios, como “expectador desinteressado” ou “imparcial”, tudo o que se
apresenta como é, ou melhor, tudo o que dele brota; é o eu numa nova atitude oposta à
natural. O eu em atitude fenomenológica ou transcendental.
Deste modo, Husserl acreditava que se teria atingido o último fundamento que
verificava todas as condições requeridas para a construção da Filosofia rigorosa:
aprioridade absoluta numa ausência radical de pressupostos, e evidência imediata,
plenamente garantida contra a intromissão de qualquer pressuposto. “Entro num mundo
novo que Descartes não pôde explorar precisamente porque não exercitou a ”epoché”de
um modo absolutamente radical”.(Husserl, 1907 Apud. Fragata, pg 67).
Portanto, Descartes construiu sobre o cogito num processo de aditamentos
sucessivos; Husserl não terá mais que encerrar-se no seu cogito para explorar o que nele
está contido, num processo descritivo ou analítico. Resumindo em poucas palavras,
Descartes investigou o que se conclui do cogito; Husserl, o que nele se inclui.
Assim, compreendemos melhor o sentido profundo da epoché husserliana. Por meio
dela, não se renuncia propriamente ao mundo, mas apenas, à maneira ingênua de o
considerar:
10
11. “em vez de possuir o mundo de um modo ingênuo
e de propor questões ingênuas sobre o mundo, propomos
agora novas questões sobre o mundo que puramente em
nós, e primeiro de mim e em mim, adquiriu sentido e
valor; em mim, notemo-lo bem, como eu transcendental”.
(Husserl, 1941 Apud. Fragata, pg 81)
Torna-se aqui, agora, mais facilmente compreensível uma mais precisa definição de
fenomenologia:
“disciplina puramente descritiva que explora, pela
intuição pura, o campo da consciência transcendentalmente
pura”.(Xirau, 1941, pg 44).
Graças à atitude aonde nos conduziu a epoché mais radical, estamos em contato
imediato com as “coisas” que se nos apresentam na sua evidência originária, pois, em vez
de possuirmos simplesmente o mundo, possuímos apenas a consciência do mundo. O
fenomenólogo não mais do que olha puramente para estes fenômenos, deixando-se orientar
por eles como se apresentam na sua “evidência originária”, explorando e descrevendo as
riquezas insondáveis deste novo mundo, que é a “consciência pura”.
Bibliografia:
FRAGATA, J., A Fenomenologia de Husserl. Braga: Livraria Cruz, 1959.
HUSSERL, E., A Crise da Humanidade Européia e a Filosofia. Porto Alegre: EdipucRS,
2002.
___________. A Idéia da Fenomenologia. Lisboa: Edições 70, 1986.
___________. Meditações Cartesianas. São Paulo: Madras Editora Ltda, 2001.
_____________. Psychologie Phénoménologique. Paris: Vrin, 2001.
KANT, I., Critica da Razão Pura. Lisboa: Gulbenkian, 1989.
11
12. LYOTARD, J. F., A Fenomenologia. São Paulo: Ed. Difusão Européia do Livro, 1967.
MARCONDES, D., Introdução à História da Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
2001.
MERLEAU-PONTY, M., Ciências do Homem e Fenomenologia. São Paulo: Ed. Saraiva,
1973.
XIRAU, J., La Filosofia de Husserl – Una Introducción a la Fenomenologia. Buenos
Aires: Editorial Losada, 1941.
ZILLES, U. Introdução de “A Crise da Humanidade Européia e a Filosofia”. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 2002.
12