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Baixar para ler offline
‭
Frei Luís de Sousa‬
‭
Texto dramático - texto escrito para representação teatral, em prosa.‬
‭
Drama romântico:‬
‭
Drama‬‭
de‬‭
carácter‬‭
histórico,‬‭
que‬‭
cultiva‬‭
sentimentos‬‭
intensos,‬‭
mesmo‬‭
violentos,‬‭
típicos‬‭
do‬
‭
Romantismo:‬ ‭
a‬ ‭
rebeldia,‬ ‭
a‬ ‭
liberdade,‬ ‭
o‬ ‭
patriotismo,‬ ‭
a‬ ‭
religiosidade,‬ ‭
a‬ ‭
valorização‬ ‭
do‬
‭
indivíduo. Segue as características da tragédia, exagerando algum dos seus traços.‬
‭
Tragédia:‬
‭
Forma‬ ‭
dramática‬ ‭
ou‬ ‭
peça‬ ‭
de‬ ‭
tatro‬ ‭
que‬ ‭
desenvolve‬ ‭
uma‬ ‭
ação‬ ‭
séria‬ ‭
e‬ ‭
completa‬ ‭
entre‬
‭
personagens‬‭
ilustres‬‭
com‬‭
o‬‭
fim‬‭
de‬‭
provocar‬‭
na‬‭
alma‬‭
dos‬‭
espectadores‬‭
o‬‭
terror‬‭
ou‬‭
a‬‭
piedade,‬
‭
baseada‬ ‭
no‬ ‭
percurso‬ ‭
e‬‭
no‬‭
destino‬‭
do‬‭
protagonista‬‭
ou‬‭
herói,‬‭
que‬‭
termina,‬‭
quase‬‭
sempre,‬
‭
envolvido num acontecimento funesto.‬
‭
Quais as características da literatura romântica?‬
‭
Algumas‬‭
das‬‭
características‬‭
da‬‭
literatura‬‭
romântica‬
‭
,‬‭
em‬‭
geral,‬‭
e‬‭
da‬‭
de‬‭
Almeida‬‭
Garrett‬
‭
,‬‭
em‬
‭
particular, são:‬
‭
-‬ ‭
recuperação‬ ‭
do‬ ‭
gosto‬ ‭
pela‬ ‭
Idade‬ ‭
Média‬
‭
,‬ ‭
designadamente‬ ‭
pelos‬ ‭
romances‬ ‭
medievais,‬
‭
preenchidos de aventuras desventuras de cavaleiros;‬
‭
-‬‭
exaltação da Pátria‬
‭
, cuja formação data do século XII (1143), e dos‬‭
valores patrióticos‬
‭
;‬
‭
-‬‭
exagerado‬‭
sentimentalismo‬
‭
,‬‭
em‬‭
geral,‬‭
e‬‭
sentimento‬‭
amoroso‬‭
(paixão‬‭
intensa‬‭
e‬‭
desgosto‬
‭
intenso), em particular, por oposição ao racionalismo da geração anterior (neoclássica);‬
‭
-‬ ‭
crença‬ ‭
em‬ ‭
realidades‬ ‭
do‬ ‭
fantástico:‬ ‭
crença‬ ‭
em‬ ‭
agouros‬‭
e‬‭
sinais,‬‭
símbolos‬‭
de‬‭
desgraça‬
‭
futura;‬
‭
-‬‭
egocentrismo‬
‭
: concentração exagerada do escritor no seu eu;‬
‭
-‬‭
excessivo e fervoroso religiosismo‬
‭
;‬
‭
-‬‭
idealismo‬
‭
: perceção da realidade de acordo com o que ela devia ser, idealmente;‬
‭
-‬
‭
natureza‬ ‭
soturna,‬ ‭
escura,‬ ‭
revolta‬ ‭
(como‬ ‭
uma‬ ‭
espécie‬ ‭
de‬ ‭
prolongamento‬ ‭
do‬
‭
sentimentalismo e egocen trismo): espaços sempre sombrios, de tonalidade misteriosa;‬
‭
-‬‭
estilo‬‭
de‬‭
escrita‬‭
baseado‬‭
na‬‭
subversão‬‭
dos‬‭
modelos‬‭
clássicos,‬‭
dando‬‭
forma‬‭
a‬‭
textos‬‭
mais‬
‭
próximos‬‭
dos‬‭
leitores‬‭
portugueses‬‭
do‬‭
século‬‭
XIX,‬‭
escritos‬‭
em‬‭
prosa‬‭
(Frei‬‭
Luís‬‭
de‬‭
Sousa),‬‭
e‬
‭
não em verso.‬
‭
Quais as características Românticas/ “Dramas” presentes nesta obra?‬
‭
●‬ ‭
Escrito em‬‭
prosa‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
Dividido em‬‭
três actos‬‭
(I, II e III);‬
‭
●‬ ‭
Presença (e exaltação) de‬‭
sentimentos fortes‬‭
nas personagens;‬
‭
●‬ ‭
Exaltação do patriotismo‬
‭
, presente principalmente em D. Manuel e D. João;‬
‭
●‬ ‭
Personagens “anjo”‬
‭
, especialmente em Maria (inteligente, perfeição);‬
‭
●‬ ‭
A‬‭
morte de Maria em palco‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
A‬‭
religião como consolo‬
‭
.‬
‭
Quais as características da Tragédia Clássica nesta obra?‬
‭
●‬ ‭
Subordinação ao Destimo inexorável;‬
‭
●‬ ‭
A‬‭
família condenada apesar de não ter culpa‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
O‬‭
erro‬‭
de D. Manuel e D. Madalena‬‭
em casar‬‭
(sem saber se D. João estava morto);‬
‭
●‬ ‭
Os‬‭
ambientes que trasmitem/ traduzem o estado de espírito‬‭
de uma forma subtil;‬
‭
●‬ ‭
Concentração do espaço e do tempo;‬
‭
●‬ ‭
Poucos espaços‬‭
e‬‭
personagens‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
Os‬‭
conflitos interiores‬‭
de Madalena e Telmo;‬
‭
●‬ ‭
Protagonista como pessoa justa, sem culpa, que cai num estado de infelicidade;‬
‭
●‬ ‭
O‬‭
aparecimento de D. João e as suas consequências‬‭
(casamento e filha ilegítimos);‬
‭
●‬ ‭
O clímax, quando o Romeiro é reconhecido;‬
‭
●‬ ‭
Desenvolvimento‬ ‭
da‬ ‭
ação‬ ‭
com‬ ‭
base‬ ‭
numa‬ ‭
crescente‬ ‭
intensidade‬ ‭
e‬ ‭
que‬‭
culmina‬
‭
com a catástrofe final;‬
‭
●‬ ‭
O‬‭
sofrimento das personagens‬
‭
, muito evidente em D. Madalena;‬
‭
●‬ ‭
A‬‭
catástrofe‬
‭
, que é a‬‭
dissolução da família‬‭
e a‬‭
morte de Maria‬
‭
.‬
‭
●‬ ‭
Reminiscência‬ ‭
do‬ ‭
coro‬ ‭
na‬ ‭
personagem‬ ‭
Telmo‬ ‭
(que‬ ‭
comenta‬ ‭
ou‬ ‭
anuncia‬ ‭
o‬
‭
desenrolar dos acontecimentos);‬
‭
●‬ ‭
Indícios‬ ‭
trágicos‬
‭
:‬ ‭
coincidências‬ ‭
temporais;‬ ‭
referências‬ ‭
à‬ ‭
sexta-feira;‬
‭
presságios/agouros‬‭
e‬‭
pressentimentos;‬‭
Sebastianismo‬‭
de‬‭
Telmo‬‭
e‬‭
Maria;‬‭
Doença‬‭
de‬
‭
Maria‬‭
(tuberculose);‬‭
perdado‬‭
do‬‭
retrato‬‭
de‬‭
D.‬‭
Manuel‬‭
vs.‬ ‭
preponderância‬‭
do‬‭
retrato‬
‭
de D. João…‬
‭
Linguagem:‬‭
(ver página 99 do manual)‬
‭
●‬ ‭
A‬‭
linguagem‬‭
em‬‭
Frei‬‭
Luís‬‭
de‬‭
Sousa‬‭
é‬‭
no‬‭
seu‬‭
geral‬‭
cuidada,‬‭
com‬‭
a‬‭
presença‬‭
de‬‭
registo‬
‭
formal e informal‬
‭
.‬
‭
●‬ ‭
Diálogos‬ ‭
vivos:‬ ‭
falas‬ ‭
curtas,‬ ‭
palavras‬ ‭
soltas,‬ ‭
sequências‬ ‭
de‬ ‭
monossílabos,‬
‭
interrupções, plenas de subentendidos, suspense e presságios;‬
‭
●‬ ‭
Vocabulário‬‭
próprio‬‭
da‬‭
expressão‬‭
de‬‭
sentimentos‬‭
e‬‭
de‬‭
emoções‬‭
(frequentemente‬
‭
de‬‭
pendor negativo e trágico‬
‭
);‬
‭
●‬ ‭
Vocábulos‬‭
e‬‭
construções‬‭
em‬‭
desuso‬‭
no‬‭
século‬‭
XIX‬
‭
,‬‭
conferindo‬‭
ao‬‭
discurso‬‭
um‬‭
tom‬
‭
epocal do século XVI‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
Vocabulário corrente‬‭
e‬‭
acessível‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
Repetições‬‭
frequentes;‬
‭
●‬ ‭
Uso de‬‭
diminutivo‬‭
com‬‭
carácter afetivo‬‭
(“Jorge- Louquinha!”);‬
‭
●‬ ‭
Pontuação‬‭
expressiva:‬‭
exclamações,‬‭
interrogações,‬‭
o‬‭
que‬‭
sugere‬‭
tensão‬‭
emocional‬‭
e‬
‭
dramática‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
Interjeições‬ ‭
(“‬ ‭
ah!”)‬ ‭
e‬ ‭
locuções‬ ‭
(“Valha-me‬ ‭
Deus”)‬ ‭
interjetivas‬ ‭
para‬ ‭
traduzir‬ ‭
a‬
‭
ansiedade e a angústia das personagens‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
A‬‭
presença‬‭
de‬‭
muitas‬‭
reticências‬‭
representa‬‭
algo‬‭
mau,‬‭
algo‬‭
de‬‭
que‬‭
a‬‭
personagem‬
‭
tem‬‭
medo,‬‭
com‬‭
que‬‭
esta‬‭
está‬‭
inquieta.‬‭
Ou‬‭
seja,‬‭
traduzem‬‭
constrangimento,‬‭
segredo,‬
‭
hesitação e /ou a intensidade das emoções das personagens‬
‭
;‬
‭
Estrutura externa‬
‭
Atos‬
‭
: equivale à‬‭
mudança de cenários‬‭
(locais onde se passa a obra):‬
‭
●‬ ‭
3 Atos: Ato I- Palácio Almada (D. Manuel); que acaba com o incêndio no Palácio;‬
‭
Ato II- Palácio de D. João Portugal; até à chegada do Romeiro;‬
‭
Ato III- Palácio de D. João de Portugal (capela); até à morte de Maria;‬
‭
Cenas‬
‭
: corresponde a entradas e saídas de personagens:‬
‭
●‬ ‭
Ato I- 12 cenas;‬
‭
●‬ ‭
Ato II- 15 cenas;‬
‭
●‬ ‭
Ato III- 12 cenas;‬
‭
Texto principal‬
‭
: corresponde às falas das personagens:‬
‭
●‬ ‭
diálogo: conversa entre várias personagens;‬
‭
●‬ ‭
monólogo: fala sozinho, expressa sentimentos e emoções;‬
‭
●‬ ‭
aparte: fala para o público, não é ouvido pelas outras personagens.‬
‭
Estrutura interna‬
‭
A ação decorre em 3 momentos definidos:‬
‭
●‬ ‭
Exposição‬ ‭
(1º‬ ‭
ato‬ ‭
–‬ ‭
Cenas‬ ‭
I,‬ ‭
IV):‬ ‭
Antecedentes‬‭
da‬‭
ação‬
‭
,‬‭
apresentação‬‭
das‬
‭
personagens‬‭
e‬‭
as‬‭
suas‬‭
relações.‬‭
Resumo‬‭
dos‬‭
acontecimentos‬‭
que‬‭
antecedem‬
‭
a história. Pressentimentos do conflito.‬
‭
●‬ ‭
Conflito‬‭
(1º‬‭
ato‬‭
–‬‭
Cena‬‭
V‬‭
até‬‭
3º‬‭
ato‬‭
–‬‭
cena‬‭
IX):‬‭
Desenvolvimento‬‭
da‬‭
ação‬
‭
;‬
‭
Peripécias‬‭
que‬‭
fazem‬‭
avançar‬‭
a‬‭
ação.‬‭
Desenrolar‬‭
gradual‬‭
da‬‭
ação.‬‭
Tem‬‭
início‬
‭
com‬‭
a‬‭
decisão‬‭
dos‬‭
governadores‬‭
e‬‭
culmina‬‭
com‬‭
a‬‭
tomada‬‭
do‬‭
habito‬‭
(entrada‬
‭
para o convento).‬
‭
●‬ ‭
Desenlace‬‭
(3º‬‭
ato‬‭
–‬‭
cena‬‭
X‬‭
a‬‭
Cena‬‭
XII):‬‭
Final/‬‭
Desfecho‬‭
da‬‭
ação‬‭
dramática.‬
‭
Atinge-se‬ ‭
a‬ ‭
catástrofe,‬ ‭
consumação‬ ‭
da‬ ‭
tragédia.‬ ‭
Maria‬ ‭
morre‬ ‭
e‬ ‭
o‬ ‭
casal‬
‭
separa-se.‬
‭
Resumo sintético:‬
‭
O‬‭
Frei‬‭
Luís‬‭
de‬‭
Sousa‬‭
é‬‭
um‬‭
drama‬‭
(considerado‬‭
também‬‭
pelo‬‭
autor‬‭
uma‬‭
tragédia‬‭
antiga,‬‭
ver‬
‭
mais‬ ‭
à‬ ‭
frente).‬ ‭
Como‬ ‭
drama‬ ‭
que‬ ‭
é,‬ ‭
está‬ ‭
escrito‬ ‭
em‬ ‭
prosa‬ ‭
e‬ ‭
aborda‬ ‭
muitos‬ ‭
temas‬
‭
relacionados‬‭
com‬‭
o‬‭
romantismo‬
‭
.‬‭
Desenrola-se‬‭
em‬‭
três‬‭
actos‬
‭
,‬‭
divididos‬‭
em‬‭
cenas‬‭
(cada‬‭
acto‬
‭
muda o cenário; cada cena muda as personagens).‬
‭
A‬ ‭
obra‬ ‭
passa-se‬ ‭
no‬ ‭
século‬ ‭
XVI,‬ ‭
época‬ ‭
em‬ ‭
que‬ ‭
Portugal‬ ‭
se‬ ‭
encontra‬ ‭
sob‬ ‭
o‬ ‭
domínio‬ ‭
de‬
‭
Espanha.‬‭
Em‬‭
que‬‭
D.‬‭
Manuel‬‭
de‬‭
Sousa‬‭
Coutinho,‬‭
Telmo‬‭
e‬‭
Maria‬‭
desejam‬‭
a‬‭
independência‬‭
do‬
‭
Reino.‬‭
Esta‬‭
obra‬‭
assume-se‬‭
como‬‭
a‬‭
tragédia‬‭
de‬‭
um‬‭
Povo,‬‭
Portugal,‬‭
e‬‭
não‬‭
apenas‬‭
como‬‭
a‬
‭
tragédia desta família.‬
‭
Primeiro ato:‬‭
decorre no palácio de D. Manuel de Sousa Coutinho‬
‭
-‬ ‭
Passa-se‬ ‭
numa‬ ‭
“câmara‬ ‭
antiga‬ ‭
com‬ ‭
todo‬ ‭
o‬ ‭
luxo‬ ‭
e‬ ‭
caprichosa‬ ‭
elegância‬‭
do‬‭
século‬
‭
XVII”, no‬‭
palácio de Manuel de Sousa Coutinho‬
‭
, em Almada;‬
‭
-‬ ‭
É‬‭
perscetível‬‭
que‬‭
esta‬‭
família‬‭
é‬‭
de‬‭
um‬‭
estrato‬‭
social‬‭
elevado‬
‭
,‬‭
em‬‭
que‬‭
a‬‭
sua‬‭
riqueza‬‭
é‬
‭
proveninete‬‭
do‬‭
comércio‬‭
com‬‭
o‬‭
Oriente‬
‭
.‬‭
O‬‭
nível‬‭
de‬‭
vida‬‭
desta‬‭
família‬‭
relaciona-se‬
‭
então com os‬‭
benefícios da expansão marítima‬
‭
;‬
‭
-‬ ‭
O‬‭
ambiente‬‭
leve‬‭
e‬‭
o‬‭
espaço‬‭
elegante‬‭
pretende‬‭
corresponder‬‭
à‬‭
felicidade‬‭
e‬‭
harmonia‬
‭
familiar que se vivia aqui;‬
‭
Exposição:‬
‭
Cena I:‬
‭
Inicia-se‬ ‭
com‬ ‭
D.‬ ‭
Madalena‬ ‭
de‬ ‭
Vilhena‬
‭
,‬ ‭
mulher‬ ‭
de‬ ‭
Manuel‬ ‭
de‬ ‭
Sousa‬ ‭
Coutinho,‬ ‭
a‬ ‭
ler‬ ‭
um‬
‭
excerto‬‭
d’Os‬‭
Lusíadas‬
‭
,‬‭
mais‬‭
precisamente‬‭
o‬‭
excerto‬‭
de‬‭
Inês‬‭
de‬‭
Castro‬
‭
,‬‭
em‬‭
que‬‭
afirma‬‭
que‬‭
o‬
‭
amor‬‭
cega‬‭
e‬‭
condena‬‭
a‬‭
alma‬‭
ao‬‭
sofrimento.‬‭
Este‬‭
excerto‬‭
permite‬‭
fazer‬‭
a‬‭
analogia‬‭
entre‬‭
o‬
‭
amor‬‭
entre‬‭
D.‬‭
Pedro‬‭
e‬‭
D.‬‭
Inês‬‭
e‬‭
o‬‭
amor‬‭
de‬‭
Madalena‬‭
e‬‭
de‬‭
Manuel‬‭
de‬‭
Sousa‬‭
Coutinho.‬‭
Nas‬
‭
suas histórias existe a pureza e a intensidade amorosa e a morte ou separação dos amantes;‬
‭
Cena II:‬
‭
Telmo‬
‭
,‬‭
o‬‭
fiel‬‭
escudeiro‬‭
da‬‭
família,‬‭
muito‬‭
fiel‬‭
a‬‭
D.‬‭
João,‬‭
de‬‭
quem‬‭
fora‬‭
escudeiro,‬‭
entra‬‭
em‬
‭
cena dão se conhecer várias informações sobre as personagens e antecedentes da ação:‬
‭
-‬‭
1.º‬‭
casamento‬‭
de‬‭
D.‬‭
Madalena‬‭
de‬‭
Vilhena‬‭
com‬‭
D.‬‭
João‬‭
de‬‭
Portugal‬
‭
,‬‭
que‬‭
integrou‬‭
o‬
‭
exército liderado por D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir, onde‬‭
desapareceu‬
‭
;‬
‭
-‬‭
Como‬‭
o‬‭
seu‬‭
corpo‬‭
nunca‬‭
foi‬‭
encontrado,‬‭
Madalena‬‭
ordenou‬‭
buscas‬
‭
,‬‭
durante‬‭
sete‬
‭
anos, com o objetivo de o encontraremn;‬
‭
-‬ ‭
Após‬ ‭
as‬ ‭
buscas‬ ‭
não‬ ‭
darem‬ ‭
em‬ ‭
nada,‬ ‭
a‬ ‭
mesma‬‭
casou-se‬‭
com‬‭
Manuel‬‭
de‬‭
Sousa‬
‭
Coutinho‬‭
(casamento‬‭
de‬‭
14‬‭
anos)‬
‭
,‬‭
apesar‬‭
de‬‭
não‬‭
ter‬‭
provas‬‭
de‬‭
que‬‭
o‬‭
seu‬‭
1.º‬‭
marido‬‭
estava‬
‭
morto. Por não ter esperado as‬‭
convenções sociais condenavam-na à desonra‬
‭
;‬
‭
-Este‬‭
casamento‬‭
deu‬‭
origem‬‭
a‬‭
Maria‬‭
de‬‭
Noronha‬‭
(13‬‭
anos)‬‭
e‬‭
por‬‭
isso‬‭
D.‬‭
Madalena‬
‭
demonstra‬ ‭
grande‬ ‭
medo‬ ‭
em‬ ‭
relação‬ ‭
ao‬ ‭
regresso‬ ‭
do‬ ‭
ex-marido‬ ‭
(D.João‬ ‭
de‬ ‭
Portugal,‬‭
que‬
‭
nunca‬‭
regressou‬‭
da‬‭
batalha‬‭
de‬‭
Alcácer-Quibir.‬‭
Devido‬‭
a‬‭
este‬‭
motivo,‬‭
pede‬‭
a‬‭
Telmo‬‭
que‬‭
não‬
‭
faça‬‭
referências‬‭
junto‬‭
de‬‭
Maria‬‭
acerca‬‭
da‬‭
possibilidade‬‭
do‬‭
regresso‬‭
de‬‭
D.‬‭
Sebastião‬ ‭
(se‬‭
este‬
‭
voltasse, o seu ex-marido também poderia voltar);‬
‭
-‬
‭
D.‬‭
Madalena‬‭
pretende‬‭
proteger‬‭
a‬‭
sua‬‭
filha‬‭
da‬‭
dúvida‬‭
que‬‭
ensombra‬‭
a‬‭
sua‬‭
família‬
‭
,‬
‭
uma‬‭
vez‬‭
que‬‭
o‬‭
regresso‬‭
de‬‭
D.‬‭
João‬‭
implicaria‬‭
o‬‭
fim‬‭
do‬‭
seu‬‭
casamento‬‭
com‬‭
Manuel‬‭
Coutinho‬
‭
e a desonra da sua filha;‬
‭
Cenas III e IV:‬
‭
É feito o retrato físico e psicológico de Maria:‬
‭
-‬
‭
Físico‬
‭
:‬ ‭
aspeto‬ ‭
frágil‬ ‭
e‬ ‭
doente‬ ‭
havendo‬ ‭
várias‬ ‭
referências‬ ‭
à‬ ‭
sua‬ ‭
saúde‬ ‭
frágil/‬
‭
enfermidade‬ ‭
preocupante‬ ‭
(possui‬‭
tuberculose‬‭
não‬‭
diagnosticada).‬‭
Um‬‭
mas‬‭
características‬
‭
atribuídas‬‭
ao‬‭
doentes‬‭
era‬‭
a‬‭
extraordinária‬‭
capacidade‬‭
auditiva,‬‭
e‬‭
Maria‬‭
era‬‭
capaz‬‭
de‬‭
ouvir‬
‭
sons que mais ninguém conseguia;‬
‭
-‬
‭
Psicológico‬
‭
:‬‭
adolescente‬‭
terna,‬‭
muito‬‭
expressiva‬‭
e‬‭
impulsiva.‬‭
As‬‭
suas‬‭
falas‬‭
revelam‬
‭
que‬‭
a‬‭
mesma‬‭
é‬‭
precoce,‬‭
perspicaz,‬‭
curiosa‬‭
e‬‭
com‬‭
uma‬‭
imaginação‬‭
invulgar‬‭
e‬‭
um‬‭
interesse‬
‭
por‬‭
assuntos‬‭
do‬‭
âmbito‬‭
da‬‭
política‬‭
e‬‭
da‬‭
cultura‬‭
(é‬‭
uma‬‭
patriota)‬ ‭
e‬‭
de‬‭
batalhas‬‭
e‬‭
defesa‬‭
da‬
‭
pátria‬‭
(revelando‬‭
ter‬‭
valores‬‭
muito‬‭
sólidos‬‭
da‬‭
justiça-‬‭
honra‬‭
e‬‭
solidariedade)que‬‭
não‬‭
seriam‬
‭
os expectáveis. A mesma crê possuir uma intuição profética.‬
‭
Madalena‬ ‭
demonstra-se‬ ‭
preocupada‬ ‭
com‬ ‭
os‬ ‭
“desvarios”‬ ‭
e‬‭
com‬‭
a‬‭
imaginação‬‭
precoce‬‭
da‬
‭
filha,‬ ‭
que‬ ‭
ainda‬ ‭
não‬ ‭
sabe‬ ‭
o‬ ‭
que‬ ‭
aconteceu‬ ‭
ao‬ ‭
1.º‬ ‭
marido‬ ‭
e‬ ‭
receia‬ ‭
que‬ ‭
Maria‬ ‭
venha‬ ‭
a‬
‭
descobrir‬ ‭
informações‬ ‭
acerca‬ ‭
de‬ ‭
D.‬ ‭
João,‬ ‭
como‬ ‭
o‬ ‭
facto‬ ‭
de‬ ‭
a‬ ‭
sua‬ ‭
morte‬ ‭
nunca‬ ‭
ter‬ ‭
sido‬
‭
confirmada.‬
‭
É‬‭
importante‬‭
referir‬‭
que‬‭
Telmo,‬‭
que‬‭
já‬‭
fora‬‭
escudeiro‬‭
de‬‭
D.‬‭
João,‬‭
incentiva-a‬‭
a‬‭
acreditar‬‭
no‬
‭
Sebastianismo‬
‭
, o que ela abraça fortemente apesar do o desaprovar sua mãe.-‬‭
ver página 115‬
‭
Conflito:‬
‭
Cenas V até VIII:‬
‭
Por‬ ‭
fim‬ ‭
chega‬ ‭
D.‬ ‭
Manuel,‬ ‭
um‬ ‭
cavaleiro‬ ‭
da‬ ‭
nobreza,‬ ‭
que‬ ‭
informa‬ ‭
as‬ ‭
personagens‬ ‭
da‬
‭
necessidade‬‭
de‬‭
movimentação‬‭
daquele‬‭
palácio,‬‭
porque‬‭
os‬‭
“governantes”‬‭
(na‬‭
altura‬‭
Portugal‬
‭
estava‬‭
sob‬‭
o‬‭
domínio‬‭
espanhol)‬‭
viriam‬‭
de‬‭
Lisboa‬‭
para‬‭
Almada‬‭
que‬‭
desejavam‬‭
instalar-se‬‭
no‬
‭
Palácio,‬ ‭
para‬ ‭
fugirem‬ ‭
dos‬ ‭
ares‬ ‭
emprestados‬ ‭
de‬ ‭
Lisboa.‬ ‭
O‬ ‭
mesmo‬ ‭
avisa-os‬‭
que‬‭
partiram‬
‭
naquela‬‭
mesma‬‭
noite‬‭
para‬‭
o‬‭
Palácio‬‭
de‬‭
D.‬‭
João,‬‭
não‬‭
vendo‬‭
qualquer‬‭
tipo‬‭
de‬‭
problema‬‭
em‬
‭
mudar-se e viver no palácio do 1.º marido de Madela.‬
‭
É‬ ‭
importante‬ ‭
que‬ ‭
ao‬ ‭
tomar‬ ‭
esta‬ ‭
posição‬ ‭
de‬ ‭
liderança,‬ ‭
o‬ ‭
mesmo‬ ‭
demonstra‬ ‭
honra‬ ‭
e‬
‭
patriotismo‬ ‭
ao‬ ‭
se‬ ‭
insurgir‬ ‭
contra‬ ‭
os‬ ‭
governadores‬ ‭
que‬ ‭
estariam‬ ‭
ao‬ ‭
serviço‬ ‭
de‬ ‭
um‬ ‭
rei‬
‭
estrangeiro, pretendendo dar-lhes uma lição.‬
‭
-‬ ‭
Já‬‭
Madalena‬‭
teme‬‭
a‬‭
desgraça‬‭
e‬‭
por‬‭
isso‬‭
tenta‬‭
dissuadir‬‭
Manuel‬‭
pedindo-lhe‬‭
que‬‭
este‬
‭
procure‬ ‭
refúgio‬ ‭
noutro‬ ‭
lugar,‬ ‭
mas‬ ‭
não‬ ‭
naquela‬ ‭
casa.‬ ‭
A‬ ‭
mesma‬ ‭
utiliza‬ ‭
vários‬
‭
argumentos‬‭
relacionados‬‭
com‬‭
o‬‭
medo‬‭
de‬‭
voltar‬‭
ao‬‭
poder‬‭
dele‬‭
e‬‭
ao‬‭
terror‬‭
de‬‭
que‬‭
a‬
‭
figura‬‭
de‬‭
D.‬‭
João‬‭
possa‬‭
interferir‬‭
na‬‭
felicidade‬‭
da‬‭
sua‬‭
família‬
‭
.‬ ‭
No‬‭
entanto,‬‭
Manuel‬
‭
considera‬‭
estes‬‭
argumentos‬‭
emocionais‬‭
sem‬‭
qualquer‬‭
tipo‬‭
de‬‭
validade‬‭
e‬‭
caprichosos‬
‭
e‬ ‭
que‬ ‭
os‬ ‭
seus‬ ‭
medos‬ ‭
são‬ ‭
desadequados‬ ‭
tendo‬ ‭
em‬ ‭
conta‬ ‭
a‬‭
sua‬‭
condição‬‭
social‬‭
e‬
‭
tendo em conta a racionalidade que o momento exige.‬
‭
-‬ ‭
Maria‬‭
elogiou o pai e apoiou a sua posição de liderança incondicionalmente.‬
‭
Cenas IX até XII:‬
‭
Dá-se a chegada antecipada dos governadores e as diligências para a mudança de palácio.‬
‭
O‬ ‭
acto‬ ‭
acaba‬ ‭
com‬ ‭
D.‬ ‭
Manuel‬ ‭
a‬ ‭
tomar‬ ‭
a‬‭
decisão‬‭
de‬‭
incendiar‬‭
a‬‭
sua‬‭
própria‬‭
casa,‬‭
como‬
‭
símbolo‬‭
de‬‭
patriotismo‬‭
(pág‬‭
107)‬‭
,‬‭
mostrando-se‬‭
corajoso‬‭
e‬‭
desapegado‬‭
dos‬‭
bens‬‭
materiais‬
‭
.‬
‭
Incendeia-se‬ ‭
também‬ ‭
um‬ ‭
retrato‬ ‭
seu,‬ ‭
que‬ ‭
deixa‬ ‭
Madalena‬ ‭
desesperada‬ ‭
e‬ ‭
aterrorizada‬
‭
porque‬‭
acredita‬‭
que‬‭
a‬‭
sua‬‭
perda‬‭
simboliza‬‭
o‬‭
início‬‭
da‬‭
destruição‬‭
da‬‭
família:‬‭
destruição‬‭
de‬‭
D.‬
‭
Manuel‬‭
e‬‭
da‬‭
harmonia‬‭
familiar‬
‭
.‬‭
Desta‬‭
forma‬‭
movem-se‬‭
para‬‭
o‬‭
palácio‬‭
de‬‭
D.‬‭
João‬‭
de‬‭
Portugal‬
‭
(apesar dos agouros de D. Madalena).‬
‭
Destruição‬‭
do‬‭
retarto‬‭
funciona‬‭
como‬‭
prenúncio‬‭
da‬‭
destruição‬‭
da‬‭
família‬‭
e‬‭
separação‬‭
física‬
‭
do casal.‬
‭
Segundo Ato:‬ ‭
decorre no palácio de D. João de Portugal‬
‭
-‬ ‭
Acontece‬‭
“no‬‭
palácio‬‭
que‬‭
fora‬‭
de‬‭
D.‬‭
João‬‭
de‬‭
Portugal,‬‭
em‬‭
Almada;‬‭
salão‬‭
antigo,‬‭
de‬
‭
gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de família…”‬
‭
-‬ ‭
O‬‭
ambiente‬‭
fechado‬‭
e‬‭
“pesado”‬
‭
,‬‭
sem‬‭
janelas‬
‭
,‬‭
com‬‭
os‬‭
quadros‬‭
grandes‬‭
das‬‭
figuras‬‭
de‬
‭
D.‬‭
João,‬‭
Camões‬‭
e‬‭
D.‬‭
Sebastião‬‭
revelam‬‭
uma‬‭
presença‬‭
indesejada‬‭
e‬‭
uma‬‭
família‬‭
mais‬
‭
abatida (algo está para vir);‬
‭
-‬ ‭
Predominância‬ ‭
dos‬‭
símbolos‬‭
religiosos‬‭
e‬‭
adereços‬‭
que‬‭
remetem‬‭
para‬‭
um‬‭
Portugal‬
‭
tradicional e medieval.‬
‭
Conflito-‬‭
continuação‬
‭
:‬
‭
Cenas I a III:‬
‭
Inicia-se após 8 dias da sua chegada ao palácio.‬
‭
A‬‭
Cena‬‭
inicia-se‬‭
com‬‭
Maria‬‭
a‬‭
citar‬‭
o‬‭
início‬‭
da‬‭
obra‬‭
"Menina‬‭
e‬‭
moça",‬‭
de‬‭
Bernardim‬‭
Ribeiro,‬
‭
que‬‭
pode‬‭
ser‬‭
um‬‭
indício‬‭
de‬‭
que‬‭
situação‬‭
semelhante‬‭
pode‬‭
acontecer‬‭
com‬‭
ela‬‭
"Menina‬‭
e‬
‭
moça me levaram de casa dos meus pais"‬
‭
.‬
‭
Maria‬‭
entusiasma-se‬‭
na‬‭
descrição‬‭
do‬‭
incendio‬‭
do‬‭
palácio‬‭
de‬‭
seu‬‭
pai‬
‭
,‬‭
considerando-o‬‭
um‬
‭
espetáculo bonito e, para além disso,‬‭
sente-se orgulhosa da atitude de seu pai‬
‭
.‬
‭
Ao‬‭
contrário,‬‭
D.‬‭
Madalena‬‭
encontra-se‬‭
doente‬‭
há‬‭
8‬‭
dias‬
‭
,‬‭
pois‬‭
quando‬‭
chegou‬‭
ao‬‭
palácio‬‭
de‬
‭
D.‬ ‭
João‬ ‭
deparou-se‬ ‭
imediatamente‬ ‭
com‬ ‭
o‬ ‭
retrato‬ ‭
do‬‭
mesmo,‬‭
e‬‭
ao‬‭
recordar‬‭
o‬‭
retrato‬‭
do‬
‭
Manuel, entra em pânico e pensa que essa‬‭
perda é apenas um prenúncio de desgraça maior‬
‭
.‬
‭
Durante‬‭
a‬‭
conversa‬‭
com‬‭
Telmo‬
‭
,‬‭
Maria‬‭
identificou‬‭
o‬‭
retrato‬‭
de‬‭
D.‬‭
Sebastião‬‭
e‬‭
de‬‭
Luís‬‭
Camões‬
‭
e‬‭
pede,‬‭
em‬‭
vão,‬‭
a‬‭
Telmo‬‭
que‬‭
lhe‬‭
diga‬‭
a‬‭
identidade‬‭
do‬‭
terceiro‬‭
escudeiro‬
‭
.‬‭
Mas‬‭
o‬‭
mesmo‬‭
não‬
‭
quer‬ ‭
que‬ ‭
Maria‬ ‭
conheça‬ ‭
a‬ ‭
identidade‬ ‭
do‬ ‭
terceiro‬ ‭
retrato‬ ‭
porque‬ ‭
se‬ ‭
trata‬ ‭
de‬‭
D.‬‭
João‬‭
de‬
‭
Portugal.‬‭
É‬‭
então‬‭
com‬‭
a‬‭
visita‬‭
de‬‭
Manuel‬‭
de‬‭
Sousa‬‭
Coutinho‬‭
que‬‭
é‬‭
revelada‬‭
a‬‭
identidade‬‭
do‬
‭
retrato‬ ‭
do‬ ‭
cavaleiro‬ ‭
a‬ ‭
Maria‬
‭
,‬‭
caracterizando-o‬‭
como‬‭
alguém‬‭
nobre‬‭
e‬‭
corajoso‬‭
e‬‭
tecendo‬
‭
grandes elogios‬
‭
.‬
‭
Cenas IV a XIII:‬
‭
Inicia-se‬‭
com‬‭
a‬‭
comunicação‬‭
de‬‭
Frei‬‭
Jorge‬‭
Coutinho‬‭
a‬ ‭
D.‬‭
Manuel‬‭
de‬‭
que‬‭
já‬‭
não‬‭
havia‬‭
nada‬
‭
a‬‭
temer,‬‭
pois‬‭
os‬‭
governadores‬‭
estavam‬‭
dispostos‬‭
a‬‭
esquecer/‬‭
a‬‭
absolvê-lo‬‭
pelo‬‭
incêndio‬‭
que‬
‭
provovou‬
‭
.‬
‭
D.‬‭
Madalena‬‭
que‬‭
se‬‭
apresenta‬‭
muito‬‭
fraca‬
‭
,‬‭
com‬‭
a‬‭
chegada‬‭
de‬‭
D.‬‭
Manuel‬‭
(que‬‭
teve‬‭
de‬‭
fugir‬
‭
devido‬‭
à‬‭
afronta‬‭
aos‬‭
governantes)‬‭
e‬‭
a‬‭
indicação‬‭
de‬‭
que‬‭
estes‬‭
o‬‭
tinham‬‭
perdoado,‬‭
fica‬‭
mais‬
‭
descansada.‬
‭
Mas‬‭
ao‬‭
saber‬‭
por‬‭
Frei‬‭
Jorge,‬‭
um‬‭
frei‬‭
do‬‭
convento‬‭
dos‬‭
Domínicos‬
‭
,‬‭
que‬‭
este‬‭
terá‬‭
que‬‭
partir‬
‭
para‬‭
Lisboa‬‭
para‬‭
se‬‭
apresentar‬‭
e‬‭
agradecer‬‭
ao‬‭
Bispo‬‭
por‬‭
ter‬‭
intercedido‬‭
em‬‭
seu‬‭
nome‬‭
(de‬
‭
Manuel Coutinho) e para‬‭
falar com a abadessa‬‭
fica de novo desassossegada.‬
‭
Maria‬‭
quer‬‭
ir‬‭
com‬‭
o‬‭
pai‬‭
a‬‭
Lisboa‬
‭
,‬‭
pois‬‭
deseja‬‭
visitar‬‭
a‬‭
Sóror‬‭
Joana‬‭
de‬‭
Castro‬
‭
,‬‭
uma‬‭
freira,‬‭
que‬
‭
de‬ ‭
comum‬ ‭
acordo‬ ‭
com‬ ‭
o‬ ‭
marido‬ ‭
decidiu‬ ‭
separar-se‬ ‭
indo‬ ‭
cada‬ ‭
um‬‭
para‬‭
o‬‭
seu‬‭
convento.‬
‭
Embora‬ ‭
num‬ ‭
primeiro‬ ‭
momento‬ ‭
tenha‬ ‭
mostrado‬ ‭
relutância‬ ‭
em‬ ‭
levá-la‬ ‭
devido‬ ‭
à‬ ‭
peste‬
‭
existente‬ ‭
em‬ ‭
Lisboa‬
‭
,‬ ‭
Manuel‬ ‭
de‬ ‭
Sousa‬ ‭
Coutinho‬ ‭
decidiu‬ ‭
fazer‬ ‭
a‬ ‭
vontade‬ ‭
à‬ ‭
filha‬ ‭
por‬
‭
considerar‬‭
que‬‭
ela‬‭
precisava‬‭
de‬‭
respirar‬‭
outros‬‭
ares,‬‭
alegrar-se‬‭
um‬‭
pouco‬‭
e‬‭
fugir‬‭
ao‬‭
clima‬
‭
pesado‬ ‭
do‬‭
palácio.‬‭
Madalena‬‭
fica‬‭
assustada‬‭
e‬‭
ansiosa‬‭
com‬‭
a‬‭
ida‬‭
do‬‭
marido‬‭
e‬‭
da‬‭
filha‬‭
a‬
‭
Lisboa‬‭
porque‬‭
está‬‭
com‬‭
receio‬‭
de‬‭
os‬‭
perder.‬‭
Mostra‬‭
também‬‭
que‬‭
não‬‭
está‬‭
de‬‭
acordo‬‭
com‬‭
a‬
‭
atitude da Sóror Joana (deixar tudo e professar numa ordem religiosa).‬
‭
Telmo‬ ‭
procura‬ ‭
acalmar‬ ‭
D.‬ ‭
Madalena‬
‭
,‬ ‭
dizendo-lhe‬ ‭
que‬ ‭
a‬ ‭
peste‬ ‭
já‬ ‭
tinha‬ ‭
acabado‬ ‭
e‬ ‭
que‬
‭
Manuel‬‭
já‬‭
não‬‭
seria‬‭
preso‬‭
por‬‭
ter‬‭
negado‬‭
acolhimento‬‭
aos‬‭
governadores‬‭
incendiando‬‭
o‬‭
seu‬
‭
palácio‬
‭
.‬
‭
A‬ ‭
calma‬ ‭
de‬ ‭
D.‬ ‭
Madalena‬ ‭
dura‬ ‭
pouco‬ ‭
quando‬ ‭
sabe‬ ‭
pelo‬ ‭
marido‬ ‭
que‬ ‭
é‬ ‭
sexta-feira‬
‭
,‬ ‭
dia‬
‭
azarado‬‭
para‬‭
ela‬‭
e‬‭
que‬‭
ficará‬‭
sozinha‬‭
no‬‭
palácio‬‭
com‬‭
Frei‬‭
Jorge.‬‭
D.‬‭
Manuel‬‭
parte‬‭
para‬‭
Lisboa‬
‭
na‬ ‭
companhia‬ ‭
de‬ ‭
Maria‬‭
e‬‭
Telmo,‬‭
deixando‬‭
em‬‭
casa‬‭
D.‬‭
Madalena‬‭
e‬‭
Frei‬‭
Jorge.‬‭
A‬ ‭
mesma‬
‭
confessa‬‭
os‬‭
seus‬‭
receios‬‭
a‬‭
Frei‬‭
Jorge:‬‭
naquele‬‭
dia‬‭
(sexta-feira),‬‭
fazia‬‭
anos‬‭
que‬‭
se‬‭
casara‬‭
com‬
‭
D.‬ ‭
João‬ ‭
de‬ ‭
Portugal,‬ ‭
que‬ ‭
este‬ ‭
desaparecera,‬ ‭
e‬ ‭
que‬ ‭
considera‬ ‭
que‬ ‭
cometeu‬ ‭
um‬ ‭
grande‬
‭
pecado‬‭
pois‬‭
se‬‭
apaixonara‬‭
por‬‭
D.‬‭
Manuel‬‭
de‬‭
Sousa‬‭
Coutinho,‬‭
ainda‬‭
casada‬‭
com‬‭
D.‬‭
João‬‭
e‬
‭
considera que foi como se o tivesse traído.‬
‭
Miranda‬ ‭
que‬ ‭
ficou‬ ‭
encarregue‬ ‭
de‬ ‭
apenas‬ ‭
apenas‬ ‭
ir‬ ‭
ter‬ ‭
com‬ ‭
D.‬ ‭
Madalena‬ ‭
quando‬ ‭
o‬‭
seu‬
‭
marido‬ ‭
e‬ ‭
filha‬ ‭
estivessem‬ ‭
a‬ ‭
chegar‬ ‭
anuncia‬ ‭
a‬ ‭
chegada‬ ‭
de‬ ‭
um‬‭
Romeiro‬‭
que‬‭
não‬‭
se‬‭
quer‬
‭
identificar‬‭
ao‬‭
princípio,‬‭
mas‬‭
dá‬‭
indícios‬‭
de‬‭
ser‬‭
D.‬‭
João‬‭
de‬‭
Portugal,‬‭
que‬‭
voltaria‬‭
exactamente‬
‭
21‬‭
anos‬‭
depois‬‭
da‬‭
batalha‬‭
de‬‭
Alcácer-Quibir‬‭
(7‬‭
para‬‭
procurar‬‭
o‬‭
corpo‬‭
+‬‭
14‬‭
casamento‬‭
de‬‭
D.‬
‭
Madalena e D. Manuel), e que deseja falar diretamente e apenas com D. Madalena.‬
‭
Cenas XIV a XV:‬
‭
A‬‭
partida‬‭
de‬‭
Manuel‬‭
de‬‭
Sousa‬‭
Coutinho‬‭
para‬‭
Lisboa‬‭
deixa‬‭
D.‬‭
Madalena‬‭
ansiosa‬‭
e,‬‭
por‬‭
isso,‬
‭
esta pede a‬‭
Miranda (criado) que esteja atento ao regresso de seu marido‬
‭
.‬
‭
Miranda informa D. Madalena e Frei Jorge que um‬‭
Romeiro vindo da Palestina lhe trazia um‬
‭
recado e, somente a ela o podia entregar‬
‭
.‬
‭
Depois‬‭
de‬‭
alguma‬‭
hesitação,‬‭
D.‬‭
Madalena‬‭
recebe‬‭
o‬‭
Romeiro,‬‭
ficando‬‭
a‬‭
saber‬‭
que‬‭
este‬‭
esteve‬
‭
cativo‬‭
na‬‭
Palestina‬‭
durante‬‭
vinte‬‭
anos‬
‭
,‬‭
onde‬‭
sofreu‬‭
maus‬‭
tratos‬‭
e‬‭
passou‬‭
fome,‬‭
que‬‭
não‬‭
tem‬
‭
filhos, a família julga-o morto e conta apenas com um único amigo.‬
‭
O‬‭
Romeiro‬‭
diz‬‭
a‬‭
D.Madalena‬‭
que‬‭
deve‬‭
a‬‭
sua‬‭
liberdade‬‭
a‬‭
outro‬‭
cativo,‬‭
de‬‭
quem‬‭
não‬‭
sabe‬‭
o‬
‭
nome e que lhe pediu que entregasse um recado a D. Madalena.‬
‭
Perante‬‭
as‬‭
afirmações‬‭
do‬‭
Romeiro‬‭
Frei‬‭
Jorge‬‭
pede-lhe‬‭
que‬‭
identifique‬‭
o‬‭
emissor‬‭
do‬‭
recado,‬
‭
nos‬‭
quadros‬‭
que‬‭
estavam‬‭
na‬‭
sala‬
‭
.‬‭
O‬‭
Romeiro‬‭
aponta‬‭
para‬‭
o‬‭
retrato‬‭
de‬‭
D.‬‭
João‬‭
de‬‭
Portugal,‬
‭
o que faz com que D. Madalena saia da sala aterrorizada.‬
‭
À pergunta de Frei Jorge, o Romeiro identifica-se como sendo ninguém.‬
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Frei Luís de Sousa- Resumo das cenas

  • 1. ‭ Frei Luís de Sousa‬ ‭ Texto dramático - texto escrito para representação teatral, em prosa.‬ ‭ Drama romântico:‬ ‭ Drama‬‭ de‬‭ carácter‬‭ histórico,‬‭ que‬‭ cultiva‬‭ sentimentos‬‭ intensos,‬‭ mesmo‬‭ violentos,‬‭ típicos‬‭ do‬ ‭ Romantismo:‬ ‭ a‬ ‭ rebeldia,‬ ‭ a‬ ‭ liberdade,‬ ‭ o‬ ‭ patriotismo,‬ ‭ a‬ ‭ religiosidade,‬ ‭ a‬ ‭ valorização‬ ‭ do‬ ‭ indivíduo. Segue as características da tragédia, exagerando algum dos seus traços.‬ ‭ Tragédia:‬ ‭ Forma‬ ‭ dramática‬ ‭ ou‬ ‭ peça‬ ‭ de‬ ‭ tatro‬ ‭ que‬ ‭ desenvolve‬ ‭ uma‬ ‭ ação‬ ‭ séria‬ ‭ e‬ ‭ completa‬ ‭ entre‬ ‭ personagens‬‭ ilustres‬‭ com‬‭ o‬‭ fim‬‭ de‬‭ provocar‬‭ na‬‭ alma‬‭ dos‬‭ espectadores‬‭ o‬‭ terror‬‭ ou‬‭ a‬‭ piedade,‬ ‭ baseada‬ ‭ no‬ ‭ percurso‬ ‭ e‬‭ no‬‭ destino‬‭ do‬‭ protagonista‬‭ ou‬‭ herói,‬‭ que‬‭ termina,‬‭ quase‬‭ sempre,‬ ‭ envolvido num acontecimento funesto.‬ ‭ Quais as características da literatura romântica?‬ ‭ Algumas‬‭ das‬‭ características‬‭ da‬‭ literatura‬‭ romântica‬ ‭ ,‬‭ em‬‭ geral,‬‭ e‬‭ da‬‭ de‬‭ Almeida‬‭ Garrett‬ ‭ ,‬‭ em‬ ‭ particular, são:‬ ‭ -‬ ‭ recuperação‬ ‭ do‬ ‭ gosto‬ ‭ pela‬ ‭ Idade‬ ‭ Média‬ ‭ ,‬ ‭ designadamente‬ ‭ pelos‬ ‭ romances‬ ‭ medievais,‬ ‭ preenchidos de aventuras desventuras de cavaleiros;‬ ‭ -‬‭ exaltação da Pátria‬ ‭ , cuja formação data do século XII (1143), e dos‬‭ valores patrióticos‬ ‭ ;‬ ‭ -‬‭ exagerado‬‭ sentimentalismo‬ ‭ ,‬‭ em‬‭ geral,‬‭ e‬‭ sentimento‬‭ amoroso‬‭ (paixão‬‭ intensa‬‭ e‬‭ desgosto‬ ‭ intenso), em particular, por oposição ao racionalismo da geração anterior (neoclássica);‬ ‭ -‬ ‭ crença‬ ‭ em‬ ‭ realidades‬ ‭ do‬ ‭ fantástico:‬ ‭ crença‬ ‭ em‬ ‭ agouros‬‭ e‬‭ sinais,‬‭ símbolos‬‭ de‬‭ desgraça‬ ‭ futura;‬ ‭ -‬‭ egocentrismo‬ ‭ : concentração exagerada do escritor no seu eu;‬ ‭ -‬‭ excessivo e fervoroso religiosismo‬ ‭ ;‬ ‭ -‬‭ idealismo‬ ‭ : perceção da realidade de acordo com o que ela devia ser, idealmente;‬ ‭ -‬ ‭ natureza‬ ‭ soturna,‬ ‭ escura,‬ ‭ revolta‬ ‭ (como‬ ‭ uma‬ ‭ espécie‬ ‭ de‬ ‭ prolongamento‬ ‭ do‬ ‭ sentimentalismo e egocen trismo): espaços sempre sombrios, de tonalidade misteriosa;‬ ‭ -‬‭ estilo‬‭ de‬‭ escrita‬‭ baseado‬‭ na‬‭ subversão‬‭ dos‬‭ modelos‬‭ clássicos,‬‭ dando‬‭ forma‬‭ a‬‭ textos‬‭ mais‬ ‭ próximos‬‭ dos‬‭ leitores‬‭ portugueses‬‭ do‬‭ século‬‭ XIX,‬‭ escritos‬‭ em‬‭ prosa‬‭ (Frei‬‭ Luís‬‭ de‬‭ Sousa),‬‭ e‬ ‭ não em verso.‬ ‭ Quais as características Românticas/ “Dramas” presentes nesta obra?‬ ‭ ●‬ ‭ Escrito em‬‭ prosa‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ Dividido em‬‭ três actos‬‭ (I, II e III);‬
  • 2. ‭ ●‬ ‭ Presença (e exaltação) de‬‭ sentimentos fortes‬‭ nas personagens;‬ ‭ ●‬ ‭ Exaltação do patriotismo‬ ‭ , presente principalmente em D. Manuel e D. João;‬ ‭ ●‬ ‭ Personagens “anjo”‬ ‭ , especialmente em Maria (inteligente, perfeição);‬ ‭ ●‬ ‭ A‬‭ morte de Maria em palco‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ A‬‭ religião como consolo‬ ‭ .‬ ‭ Quais as características da Tragédia Clássica nesta obra?‬ ‭ ●‬ ‭ Subordinação ao Destimo inexorável;‬ ‭ ●‬ ‭ A‬‭ família condenada apesar de não ter culpa‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ O‬‭ erro‬‭ de D. Manuel e D. Madalena‬‭ em casar‬‭ (sem saber se D. João estava morto);‬ ‭ ●‬ ‭ Os‬‭ ambientes que trasmitem/ traduzem o estado de espírito‬‭ de uma forma subtil;‬ ‭ ●‬ ‭ Concentração do espaço e do tempo;‬ ‭ ●‬ ‭ Poucos espaços‬‭ e‬‭ personagens‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ Os‬‭ conflitos interiores‬‭ de Madalena e Telmo;‬ ‭ ●‬ ‭ Protagonista como pessoa justa, sem culpa, que cai num estado de infelicidade;‬ ‭ ●‬ ‭ O‬‭ aparecimento de D. João e as suas consequências‬‭ (casamento e filha ilegítimos);‬ ‭ ●‬ ‭ O clímax, quando o Romeiro é reconhecido;‬ ‭ ●‬ ‭ Desenvolvimento‬ ‭ da‬ ‭ ação‬ ‭ com‬ ‭ base‬ ‭ numa‬ ‭ crescente‬ ‭ intensidade‬ ‭ e‬ ‭ que‬‭ culmina‬ ‭ com a catástrofe final;‬ ‭ ●‬ ‭ O‬‭ sofrimento das personagens‬ ‭ , muito evidente em D. Madalena;‬ ‭ ●‬ ‭ A‬‭ catástrofe‬ ‭ , que é a‬‭ dissolução da família‬‭ e a‬‭ morte de Maria‬ ‭ .‬ ‭ ●‬ ‭ Reminiscência‬ ‭ do‬ ‭ coro‬ ‭ na‬ ‭ personagem‬ ‭ Telmo‬ ‭ (que‬ ‭ comenta‬ ‭ ou‬ ‭ anuncia‬ ‭ o‬ ‭ desenrolar dos acontecimentos);‬ ‭ ●‬ ‭ Indícios‬ ‭ trágicos‬ ‭ :‬ ‭ coincidências‬ ‭ temporais;‬ ‭ referências‬ ‭ à‬ ‭ sexta-feira;‬ ‭ presságios/agouros‬‭ e‬‭ pressentimentos;‬‭ Sebastianismo‬‭ de‬‭ Telmo‬‭ e‬‭ Maria;‬‭ Doença‬‭ de‬ ‭ Maria‬‭ (tuberculose);‬‭ perdado‬‭ do‬‭ retrato‬‭ de‬‭ D.‬‭ Manuel‬‭ vs.‬ ‭ preponderância‬‭ do‬‭ retrato‬ ‭ de D. João…‬ ‭ Linguagem:‬‭ (ver página 99 do manual)‬ ‭ ●‬ ‭ A‬‭ linguagem‬‭ em‬‭ Frei‬‭ Luís‬‭ de‬‭ Sousa‬‭ é‬‭ no‬‭ seu‬‭ geral‬‭ cuidada,‬‭ com‬‭ a‬‭ presença‬‭ de‬‭ registo‬ ‭ formal e informal‬ ‭ .‬ ‭ ●‬ ‭ Diálogos‬ ‭ vivos:‬ ‭ falas‬ ‭ curtas,‬ ‭ palavras‬ ‭ soltas,‬ ‭ sequências‬ ‭ de‬ ‭ monossílabos,‬ ‭ interrupções, plenas de subentendidos, suspense e presságios;‬ ‭ ●‬ ‭ Vocabulário‬‭ próprio‬‭ da‬‭ expressão‬‭ de‬‭ sentimentos‬‭ e‬‭ de‬‭ emoções‬‭ (frequentemente‬ ‭ de‬‭ pendor negativo e trágico‬ ‭ );‬ ‭ ●‬ ‭ Vocábulos‬‭ e‬‭ construções‬‭ em‬‭ desuso‬‭ no‬‭ século‬‭ XIX‬ ‭ ,‬‭ conferindo‬‭ ao‬‭ discurso‬‭ um‬‭ tom‬ ‭ epocal do século XVI‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ Vocabulário corrente‬‭ e‬‭ acessível‬ ‭ ;‬
  • 3. ‭ ●‬ ‭ Repetições‬‭ frequentes;‬ ‭ ●‬ ‭ Uso de‬‭ diminutivo‬‭ com‬‭ carácter afetivo‬‭ (“Jorge- Louquinha!”);‬ ‭ ●‬ ‭ Pontuação‬‭ expressiva:‬‭ exclamações,‬‭ interrogações,‬‭ o‬‭ que‬‭ sugere‬‭ tensão‬‭ emocional‬‭ e‬ ‭ dramática‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ Interjeições‬ ‭ (“‬ ‭ ah!”)‬ ‭ e‬ ‭ locuções‬ ‭ (“Valha-me‬ ‭ Deus”)‬ ‭ interjetivas‬ ‭ para‬ ‭ traduzir‬ ‭ a‬ ‭ ansiedade e a angústia das personagens‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ A‬‭ presença‬‭ de‬‭ muitas‬‭ reticências‬‭ representa‬‭ algo‬‭ mau,‬‭ algo‬‭ de‬‭ que‬‭ a‬‭ personagem‬ ‭ tem‬‭ medo,‬‭ com‬‭ que‬‭ esta‬‭ está‬‭ inquieta.‬‭ Ou‬‭ seja,‬‭ traduzem‬‭ constrangimento,‬‭ segredo,‬ ‭ hesitação e /ou a intensidade das emoções das personagens‬ ‭ ;‬ ‭ Estrutura externa‬ ‭ Atos‬ ‭ : equivale à‬‭ mudança de cenários‬‭ (locais onde se passa a obra):‬ ‭ ●‬ ‭ 3 Atos: Ato I- Palácio Almada (D. Manuel); que acaba com o incêndio no Palácio;‬ ‭ Ato II- Palácio de D. João Portugal; até à chegada do Romeiro;‬ ‭ Ato III- Palácio de D. João de Portugal (capela); até à morte de Maria;‬ ‭ Cenas‬ ‭ : corresponde a entradas e saídas de personagens:‬ ‭ ●‬ ‭ Ato I- 12 cenas;‬ ‭ ●‬ ‭ Ato II- 15 cenas;‬ ‭ ●‬ ‭ Ato III- 12 cenas;‬ ‭ Texto principal‬ ‭ : corresponde às falas das personagens:‬ ‭ ●‬ ‭ diálogo: conversa entre várias personagens;‬ ‭ ●‬ ‭ monólogo: fala sozinho, expressa sentimentos e emoções;‬ ‭ ●‬ ‭ aparte: fala para o público, não é ouvido pelas outras personagens.‬ ‭ Estrutura interna‬ ‭ A ação decorre em 3 momentos definidos:‬ ‭ ●‬ ‭ Exposição‬ ‭ (1º‬ ‭ ato‬ ‭ –‬ ‭ Cenas‬ ‭ I,‬ ‭ IV):‬ ‭ Antecedentes‬‭ da‬‭ ação‬ ‭ ,‬‭ apresentação‬‭ das‬ ‭ personagens‬‭ e‬‭ as‬‭ suas‬‭ relações.‬‭ Resumo‬‭ dos‬‭ acontecimentos‬‭ que‬‭ antecedem‬ ‭ a história. Pressentimentos do conflito.‬ ‭ ●‬ ‭ Conflito‬‭ (1º‬‭ ato‬‭ –‬‭ Cena‬‭ V‬‭ até‬‭ 3º‬‭ ato‬‭ –‬‭ cena‬‭ IX):‬‭ Desenvolvimento‬‭ da‬‭ ação‬ ‭ ;‬ ‭ Peripécias‬‭ que‬‭ fazem‬‭ avançar‬‭ a‬‭ ação.‬‭ Desenrolar‬‭ gradual‬‭ da‬‭ ação.‬‭ Tem‬‭ início‬ ‭ com‬‭ a‬‭ decisão‬‭ dos‬‭ governadores‬‭ e‬‭ culmina‬‭ com‬‭ a‬‭ tomada‬‭ do‬‭ habito‬‭ (entrada‬ ‭ para o convento).‬
  • 4. ‭ ●‬ ‭ Desenlace‬‭ (3º‬‭ ato‬‭ –‬‭ cena‬‭ X‬‭ a‬‭ Cena‬‭ XII):‬‭ Final/‬‭ Desfecho‬‭ da‬‭ ação‬‭ dramática.‬ ‭ Atinge-se‬ ‭ a‬ ‭ catástrofe,‬ ‭ consumação‬ ‭ da‬ ‭ tragédia.‬ ‭ Maria‬ ‭ morre‬ ‭ e‬ ‭ o‬ ‭ casal‬ ‭ separa-se.‬ ‭ Resumo sintético:‬ ‭ O‬‭ Frei‬‭ Luís‬‭ de‬‭ Sousa‬‭ é‬‭ um‬‭ drama‬‭ (considerado‬‭ também‬‭ pelo‬‭ autor‬‭ uma‬‭ tragédia‬‭ antiga,‬‭ ver‬ ‭ mais‬ ‭ à‬ ‭ frente).‬ ‭ Como‬ ‭ drama‬ ‭ que‬ ‭ é,‬ ‭ está‬ ‭ escrito‬ ‭ em‬ ‭ prosa‬ ‭ e‬ ‭ aborda‬ ‭ muitos‬ ‭ temas‬ ‭ relacionados‬‭ com‬‭ o‬‭ romantismo‬ ‭ .‬‭ Desenrola-se‬‭ em‬‭ três‬‭ actos‬ ‭ ,‬‭ divididos‬‭ em‬‭ cenas‬‭ (cada‬‭ acto‬ ‭ muda o cenário; cada cena muda as personagens).‬ ‭ A‬ ‭ obra‬ ‭ passa-se‬ ‭ no‬ ‭ século‬ ‭ XVI,‬ ‭ época‬ ‭ em‬ ‭ que‬ ‭ Portugal‬ ‭ se‬ ‭ encontra‬ ‭ sob‬ ‭ o‬ ‭ domínio‬ ‭ de‬ ‭ Espanha.‬‭ Em‬‭ que‬‭ D.‬‭ Manuel‬‭ de‬‭ Sousa‬‭ Coutinho,‬‭ Telmo‬‭ e‬‭ Maria‬‭ desejam‬‭ a‬‭ independência‬‭ do‬ ‭ Reino.‬‭ Esta‬‭ obra‬‭ assume-se‬‭ como‬‭ a‬‭ tragédia‬‭ de‬‭ um‬‭ Povo,‬‭ Portugal,‬‭ e‬‭ não‬‭ apenas‬‭ como‬‭ a‬ ‭ tragédia desta família.‬ ‭ Primeiro ato:‬‭ decorre no palácio de D. Manuel de Sousa Coutinho‬ ‭ -‬ ‭ Passa-se‬ ‭ numa‬ ‭ “câmara‬ ‭ antiga‬ ‭ com‬ ‭ todo‬ ‭ o‬ ‭ luxo‬ ‭ e‬ ‭ caprichosa‬ ‭ elegância‬‭ do‬‭ século‬ ‭ XVII”, no‬‭ palácio de Manuel de Sousa Coutinho‬ ‭ , em Almada;‬ ‭ -‬ ‭ É‬‭ perscetível‬‭ que‬‭ esta‬‭ família‬‭ é‬‭ de‬‭ um‬‭ estrato‬‭ social‬‭ elevado‬ ‭ ,‬‭ em‬‭ que‬‭ a‬‭ sua‬‭ riqueza‬‭ é‬ ‭ proveninete‬‭ do‬‭ comércio‬‭ com‬‭ o‬‭ Oriente‬ ‭ .‬‭ O‬‭ nível‬‭ de‬‭ vida‬‭ desta‬‭ família‬‭ relaciona-se‬ ‭ então com os‬‭ benefícios da expansão marítima‬ ‭ ;‬ ‭ -‬ ‭ O‬‭ ambiente‬‭ leve‬‭ e‬‭ o‬‭ espaço‬‭ elegante‬‭ pretende‬‭ corresponder‬‭ à‬‭ felicidade‬‭ e‬‭ harmonia‬ ‭ familiar que se vivia aqui;‬ ‭ Exposição:‬ ‭ Cena I:‬ ‭ Inicia-se‬ ‭ com‬ ‭ D.‬ ‭ Madalena‬ ‭ de‬ ‭ Vilhena‬ ‭ ,‬ ‭ mulher‬ ‭ de‬ ‭ Manuel‬ ‭ de‬ ‭ Sousa‬ ‭ Coutinho,‬ ‭ a‬ ‭ ler‬ ‭ um‬ ‭ excerto‬‭ d’Os‬‭ Lusíadas‬ ‭ ,‬‭ mais‬‭ precisamente‬‭ o‬‭ excerto‬‭ de‬‭ Inês‬‭ de‬‭ Castro‬ ‭ ,‬‭ em‬‭ que‬‭ afirma‬‭ que‬‭ o‬ ‭ amor‬‭ cega‬‭ e‬‭ condena‬‭ a‬‭ alma‬‭ ao‬‭ sofrimento.‬‭ Este‬‭ excerto‬‭ permite‬‭ fazer‬‭ a‬‭ analogia‬‭ entre‬‭ o‬ ‭ amor‬‭ entre‬‭ D.‬‭ Pedro‬‭ e‬‭ D.‬‭ Inês‬‭ e‬‭ o‬‭ amor‬‭ de‬‭ Madalena‬‭ e‬‭ de‬‭ Manuel‬‭ de‬‭ Sousa‬‭ Coutinho.‬‭ Nas‬ ‭ suas histórias existe a pureza e a intensidade amorosa e a morte ou separação dos amantes;‬ ‭ Cena II:‬ ‭ Telmo‬ ‭ ,‬‭ o‬‭ fiel‬‭ escudeiro‬‭ da‬‭ família,‬‭ muito‬‭ fiel‬‭ a‬‭ D.‬‭ João,‬‭ de‬‭ quem‬‭ fora‬‭ escudeiro,‬‭ entra‬‭ em‬ ‭ cena dão se conhecer várias informações sobre as personagens e antecedentes da ação:‬ ‭ -‬‭ 1.º‬‭ casamento‬‭ de‬‭ D.‬‭ Madalena‬‭ de‬‭ Vilhena‬‭ com‬‭ D.‬‭ João‬‭ de‬‭ Portugal‬ ‭ ,‬‭ que‬‭ integrou‬‭ o‬ ‭ exército liderado por D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir, onde‬‭ desapareceu‬ ‭ ;‬ ‭ -‬‭ Como‬‭ o‬‭ seu‬‭ corpo‬‭ nunca‬‭ foi‬‭ encontrado,‬‭ Madalena‬‭ ordenou‬‭ buscas‬ ‭ ,‬‭ durante‬‭ sete‬ ‭ anos, com o objetivo de o encontraremn;‬
  • 5. ‭ -‬ ‭ Após‬ ‭ as‬ ‭ buscas‬ ‭ não‬ ‭ darem‬ ‭ em‬ ‭ nada,‬ ‭ a‬ ‭ mesma‬‭ casou-se‬‭ com‬‭ Manuel‬‭ de‬‭ Sousa‬ ‭ Coutinho‬‭ (casamento‬‭ de‬‭ 14‬‭ anos)‬ ‭ ,‬‭ apesar‬‭ de‬‭ não‬‭ ter‬‭ provas‬‭ de‬‭ que‬‭ o‬‭ seu‬‭ 1.º‬‭ marido‬‭ estava‬ ‭ morto. Por não ter esperado as‬‭ convenções sociais condenavam-na à desonra‬ ‭ ;‬ ‭ -Este‬‭ casamento‬‭ deu‬‭ origem‬‭ a‬‭ Maria‬‭ de‬‭ Noronha‬‭ (13‬‭ anos)‬‭ e‬‭ por‬‭ isso‬‭ D.‬‭ Madalena‬ ‭ demonstra‬ ‭ grande‬ ‭ medo‬ ‭ em‬ ‭ relação‬ ‭ ao‬ ‭ regresso‬ ‭ do‬ ‭ ex-marido‬ ‭ (D.João‬ ‭ de‬ ‭ Portugal,‬‭ que‬ ‭ nunca‬‭ regressou‬‭ da‬‭ batalha‬‭ de‬‭ Alcácer-Quibir.‬‭ Devido‬‭ a‬‭ este‬‭ motivo,‬‭ pede‬‭ a‬‭ Telmo‬‭ que‬‭ não‬ ‭ faça‬‭ referências‬‭ junto‬‭ de‬‭ Maria‬‭ acerca‬‭ da‬‭ possibilidade‬‭ do‬‭ regresso‬‭ de‬‭ D.‬‭ Sebastião‬ ‭ (se‬‭ este‬ ‭ voltasse, o seu ex-marido também poderia voltar);‬ ‭ -‬ ‭ D.‬‭ Madalena‬‭ pretende‬‭ proteger‬‭ a‬‭ sua‬‭ filha‬‭ da‬‭ dúvida‬‭ que‬‭ ensombra‬‭ a‬‭ sua‬‭ família‬ ‭ ,‬ ‭ uma‬‭ vez‬‭ que‬‭ o‬‭ regresso‬‭ de‬‭ D.‬‭ João‬‭ implicaria‬‭ o‬‭ fim‬‭ do‬‭ seu‬‭ casamento‬‭ com‬‭ Manuel‬‭ Coutinho‬ ‭ e a desonra da sua filha;‬ ‭ Cenas III e IV:‬ ‭ É feito o retrato físico e psicológico de Maria:‬ ‭ -‬ ‭ Físico‬ ‭ :‬ ‭ aspeto‬ ‭ frágil‬ ‭ e‬ ‭ doente‬ ‭ havendo‬ ‭ várias‬ ‭ referências‬ ‭ à‬ ‭ sua‬ ‭ saúde‬ ‭ frágil/‬ ‭ enfermidade‬ ‭ preocupante‬ ‭ (possui‬‭ tuberculose‬‭ não‬‭ diagnosticada).‬‭ Um‬‭ mas‬‭ características‬ ‭ atribuídas‬‭ ao‬‭ doentes‬‭ era‬‭ a‬‭ extraordinária‬‭ capacidade‬‭ auditiva,‬‭ e‬‭ Maria‬‭ era‬‭ capaz‬‭ de‬‭ ouvir‬ ‭ sons que mais ninguém conseguia;‬ ‭ -‬ ‭ Psicológico‬ ‭ :‬‭ adolescente‬‭ terna,‬‭ muito‬‭ expressiva‬‭ e‬‭ impulsiva.‬‭ As‬‭ suas‬‭ falas‬‭ revelam‬ ‭ que‬‭ a‬‭ mesma‬‭ é‬‭ precoce,‬‭ perspicaz,‬‭ curiosa‬‭ e‬‭ com‬‭ uma‬‭ imaginação‬‭ invulgar‬‭ e‬‭ um‬‭ interesse‬ ‭ por‬‭ assuntos‬‭ do‬‭ âmbito‬‭ da‬‭ política‬‭ e‬‭ da‬‭ cultura‬‭ (é‬‭ uma‬‭ patriota)‬ ‭ e‬‭ de‬‭ batalhas‬‭ e‬‭ defesa‬‭ da‬ ‭ pátria‬‭ (revelando‬‭ ter‬‭ valores‬‭ muito‬‭ sólidos‬‭ da‬‭ justiça-‬‭ honra‬‭ e‬‭ solidariedade)que‬‭ não‬‭ seriam‬ ‭ os expectáveis. A mesma crê possuir uma intuição profética.‬ ‭ Madalena‬ ‭ demonstra-se‬ ‭ preocupada‬ ‭ com‬ ‭ os‬ ‭ “desvarios”‬ ‭ e‬‭ com‬‭ a‬‭ imaginação‬‭ precoce‬‭ da‬ ‭ filha,‬ ‭ que‬ ‭ ainda‬ ‭ não‬ ‭ sabe‬ ‭ o‬ ‭ que‬ ‭ aconteceu‬ ‭ ao‬ ‭ 1.º‬ ‭ marido‬ ‭ e‬ ‭ receia‬ ‭ que‬ ‭ Maria‬ ‭ venha‬ ‭ a‬ ‭ descobrir‬ ‭ informações‬ ‭ acerca‬ ‭ de‬ ‭ D.‬ ‭ João,‬ ‭ como‬ ‭ o‬ ‭ facto‬ ‭ de‬ ‭ a‬ ‭ sua‬ ‭ morte‬ ‭ nunca‬ ‭ ter‬ ‭ sido‬ ‭ confirmada.‬ ‭ É‬‭ importante‬‭ referir‬‭ que‬‭ Telmo,‬‭ que‬‭ já‬‭ fora‬‭ escudeiro‬‭ de‬‭ D.‬‭ João,‬‭ incentiva-a‬‭ a‬‭ acreditar‬‭ no‬ ‭ Sebastianismo‬ ‭ , o que ela abraça fortemente apesar do o desaprovar sua mãe.-‬‭ ver página 115‬ ‭ Conflito:‬ ‭ Cenas V até VIII:‬ ‭ Por‬ ‭ fim‬ ‭ chega‬ ‭ D.‬ ‭ Manuel,‬ ‭ um‬ ‭ cavaleiro‬ ‭ da‬ ‭ nobreza,‬ ‭ que‬ ‭ informa‬ ‭ as‬ ‭ personagens‬ ‭ da‬ ‭ necessidade‬‭ de‬‭ movimentação‬‭ daquele‬‭ palácio,‬‭ porque‬‭ os‬‭ “governantes”‬‭ (na‬‭ altura‬‭ Portugal‬ ‭ estava‬‭ sob‬‭ o‬‭ domínio‬‭ espanhol)‬‭ viriam‬‭ de‬‭ Lisboa‬‭ para‬‭ Almada‬‭ que‬‭ desejavam‬‭ instalar-se‬‭ no‬ ‭ Palácio,‬ ‭ para‬ ‭ fugirem‬ ‭ dos‬ ‭ ares‬ ‭ emprestados‬ ‭ de‬ ‭ Lisboa.‬ ‭ O‬ ‭ mesmo‬ ‭ avisa-os‬‭ que‬‭ partiram‬ ‭ naquela‬‭ mesma‬‭ noite‬‭ para‬‭ o‬‭ Palácio‬‭ de‬‭ D.‬‭ João,‬‭ não‬‭ vendo‬‭ qualquer‬‭ tipo‬‭ de‬‭ problema‬‭ em‬ ‭ mudar-se e viver no palácio do 1.º marido de Madela.‬
  • 6. ‭ É‬ ‭ importante‬ ‭ que‬ ‭ ao‬ ‭ tomar‬ ‭ esta‬ ‭ posição‬ ‭ de‬ ‭ liderança,‬ ‭ o‬ ‭ mesmo‬ ‭ demonstra‬ ‭ honra‬ ‭ e‬ ‭ patriotismo‬ ‭ ao‬ ‭ se‬ ‭ insurgir‬ ‭ contra‬ ‭ os‬ ‭ governadores‬ ‭ que‬ ‭ estariam‬ ‭ ao‬ ‭ serviço‬ ‭ de‬ ‭ um‬ ‭ rei‬ ‭ estrangeiro, pretendendo dar-lhes uma lição.‬ ‭ -‬ ‭ Já‬‭ Madalena‬‭ teme‬‭ a‬‭ desgraça‬‭ e‬‭ por‬‭ isso‬‭ tenta‬‭ dissuadir‬‭ Manuel‬‭ pedindo-lhe‬‭ que‬‭ este‬ ‭ procure‬ ‭ refúgio‬ ‭ noutro‬ ‭ lugar,‬ ‭ mas‬ ‭ não‬ ‭ naquela‬ ‭ casa.‬ ‭ A‬ ‭ mesma‬ ‭ utiliza‬ ‭ vários‬ ‭ argumentos‬‭ relacionados‬‭ com‬‭ o‬‭ medo‬‭ de‬‭ voltar‬‭ ao‬‭ poder‬‭ dele‬‭ e‬‭ ao‬‭ terror‬‭ de‬‭ que‬‭ a‬ ‭ figura‬‭ de‬‭ D.‬‭ João‬‭ possa‬‭ interferir‬‭ na‬‭ felicidade‬‭ da‬‭ sua‬‭ família‬ ‭ .‬ ‭ No‬‭ entanto,‬‭ Manuel‬ ‭ considera‬‭ estes‬‭ argumentos‬‭ emocionais‬‭ sem‬‭ qualquer‬‭ tipo‬‭ de‬‭ validade‬‭ e‬‭ caprichosos‬ ‭ e‬ ‭ que‬ ‭ os‬ ‭ seus‬ ‭ medos‬ ‭ são‬ ‭ desadequados‬ ‭ tendo‬ ‭ em‬ ‭ conta‬ ‭ a‬‭ sua‬‭ condição‬‭ social‬‭ e‬ ‭ tendo em conta a racionalidade que o momento exige.‬ ‭ -‬ ‭ Maria‬‭ elogiou o pai e apoiou a sua posição de liderança incondicionalmente.‬ ‭ Cenas IX até XII:‬ ‭ Dá-se a chegada antecipada dos governadores e as diligências para a mudança de palácio.‬ ‭ O‬ ‭ acto‬ ‭ acaba‬ ‭ com‬ ‭ D.‬ ‭ Manuel‬ ‭ a‬ ‭ tomar‬ ‭ a‬‭ decisão‬‭ de‬‭ incendiar‬‭ a‬‭ sua‬‭ própria‬‭ casa,‬‭ como‬ ‭ símbolo‬‭ de‬‭ patriotismo‬‭ (pág‬‭ 107)‬‭ ,‬‭ mostrando-se‬‭ corajoso‬‭ e‬‭ desapegado‬‭ dos‬‭ bens‬‭ materiais‬ ‭ .‬ ‭ Incendeia-se‬ ‭ também‬ ‭ um‬ ‭ retrato‬ ‭ seu,‬ ‭ que‬ ‭ deixa‬ ‭ Madalena‬ ‭ desesperada‬ ‭ e‬ ‭ aterrorizada‬ ‭ porque‬‭ acredita‬‭ que‬‭ a‬‭ sua‬‭ perda‬‭ simboliza‬‭ o‬‭ início‬‭ da‬‭ destruição‬‭ da‬‭ família:‬‭ destruição‬‭ de‬‭ D.‬ ‭ Manuel‬‭ e‬‭ da‬‭ harmonia‬‭ familiar‬ ‭ .‬‭ Desta‬‭ forma‬‭ movem-se‬‭ para‬‭ o‬‭ palácio‬‭ de‬‭ D.‬‭ João‬‭ de‬‭ Portugal‬ ‭ (apesar dos agouros de D. Madalena).‬ ‭ Destruição‬‭ do‬‭ retarto‬‭ funciona‬‭ como‬‭ prenúncio‬‭ da‬‭ destruição‬‭ da‬‭ família‬‭ e‬‭ separação‬‭ física‬ ‭ do casal.‬ ‭ Segundo Ato:‬ ‭ decorre no palácio de D. João de Portugal‬ ‭ -‬ ‭ Acontece‬‭ “no‬‭ palácio‬‭ que‬‭ fora‬‭ de‬‭ D.‬‭ João‬‭ de‬‭ Portugal,‬‭ em‬‭ Almada;‬‭ salão‬‭ antigo,‬‭ de‬ ‭ gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de família…”‬ ‭ -‬ ‭ O‬‭ ambiente‬‭ fechado‬‭ e‬‭ “pesado”‬ ‭ ,‬‭ sem‬‭ janelas‬ ‭ ,‬‭ com‬‭ os‬‭ quadros‬‭ grandes‬‭ das‬‭ figuras‬‭ de‬ ‭ D.‬‭ João,‬‭ Camões‬‭ e‬‭ D.‬‭ Sebastião‬‭ revelam‬‭ uma‬‭ presença‬‭ indesejada‬‭ e‬‭ uma‬‭ família‬‭ mais‬ ‭ abatida (algo está para vir);‬ ‭ -‬ ‭ Predominância‬ ‭ dos‬‭ símbolos‬‭ religiosos‬‭ e‬‭ adereços‬‭ que‬‭ remetem‬‭ para‬‭ um‬‭ Portugal‬ ‭ tradicional e medieval.‬ ‭ Conflito-‬‭ continuação‬ ‭ :‬ ‭ Cenas I a III:‬ ‭ Inicia-se após 8 dias da sua chegada ao palácio.‬ ‭ A‬‭ Cena‬‭ inicia-se‬‭ com‬‭ Maria‬‭ a‬‭ citar‬‭ o‬‭ início‬‭ da‬‭ obra‬‭ "Menina‬‭ e‬‭ moça",‬‭ de‬‭ Bernardim‬‭ Ribeiro,‬ ‭ que‬‭ pode‬‭ ser‬‭ um‬‭ indício‬‭ de‬‭ que‬‭ situação‬‭ semelhante‬‭ pode‬‭ acontecer‬‭ com‬‭ ela‬‭ "Menina‬‭ e‬ ‭ moça me levaram de casa dos meus pais"‬ ‭ .‬
  • 7. ‭ Maria‬‭ entusiasma-se‬‭ na‬‭ descrição‬‭ do‬‭ incendio‬‭ do‬‭ palácio‬‭ de‬‭ seu‬‭ pai‬ ‭ ,‬‭ considerando-o‬‭ um‬ ‭ espetáculo bonito e, para além disso,‬‭ sente-se orgulhosa da atitude de seu pai‬ ‭ .‬ ‭ Ao‬‭ contrário,‬‭ D.‬‭ Madalena‬‭ encontra-se‬‭ doente‬‭ há‬‭ 8‬‭ dias‬ ‭ ,‬‭ pois‬‭ quando‬‭ chegou‬‭ ao‬‭ palácio‬‭ de‬ ‭ D.‬ ‭ João‬ ‭ deparou-se‬ ‭ imediatamente‬ ‭ com‬ ‭ o‬ ‭ retrato‬ ‭ do‬‭ mesmo,‬‭ e‬‭ ao‬‭ recordar‬‭ o‬‭ retrato‬‭ do‬ ‭ Manuel, entra em pânico e pensa que essa‬‭ perda é apenas um prenúncio de desgraça maior‬ ‭ .‬ ‭ Durante‬‭ a‬‭ conversa‬‭ com‬‭ Telmo‬ ‭ ,‬‭ Maria‬‭ identificou‬‭ o‬‭ retrato‬‭ de‬‭ D.‬‭ Sebastião‬‭ e‬‭ de‬‭ Luís‬‭ Camões‬ ‭ e‬‭ pede,‬‭ em‬‭ vão,‬‭ a‬‭ Telmo‬‭ que‬‭ lhe‬‭ diga‬‭ a‬‭ identidade‬‭ do‬‭ terceiro‬‭ escudeiro‬ ‭ .‬‭ Mas‬‭ o‬‭ mesmo‬‭ não‬ ‭ quer‬ ‭ que‬ ‭ Maria‬ ‭ conheça‬ ‭ a‬ ‭ identidade‬ ‭ do‬ ‭ terceiro‬ ‭ retrato‬ ‭ porque‬ ‭ se‬ ‭ trata‬ ‭ de‬‭ D.‬‭ João‬‭ de‬ ‭ Portugal.‬‭ É‬‭ então‬‭ com‬‭ a‬‭ visita‬‭ de‬‭ Manuel‬‭ de‬‭ Sousa‬‭ Coutinho‬‭ que‬‭ é‬‭ revelada‬‭ a‬‭ identidade‬‭ do‬ ‭ retrato‬ ‭ do‬ ‭ cavaleiro‬ ‭ a‬ ‭ Maria‬ ‭ ,‬‭ caracterizando-o‬‭ como‬‭ alguém‬‭ nobre‬‭ e‬‭ corajoso‬‭ e‬‭ tecendo‬ ‭ grandes elogios‬ ‭ .‬ ‭ Cenas IV a XIII:‬ ‭ Inicia-se‬‭ com‬‭ a‬‭ comunicação‬‭ de‬‭ Frei‬‭ Jorge‬‭ Coutinho‬‭ a‬ ‭ D.‬‭ Manuel‬‭ de‬‭ que‬‭ já‬‭ não‬‭ havia‬‭ nada‬ ‭ a‬‭ temer,‬‭ pois‬‭ os‬‭ governadores‬‭ estavam‬‭ dispostos‬‭ a‬‭ esquecer/‬‭ a‬‭ absolvê-lo‬‭ pelo‬‭ incêndio‬‭ que‬ ‭ provovou‬ ‭ .‬ ‭ D.‬‭ Madalena‬‭ que‬‭ se‬‭ apresenta‬‭ muito‬‭ fraca‬ ‭ ,‬‭ com‬‭ a‬‭ chegada‬‭ de‬‭ D.‬‭ Manuel‬‭ (que‬‭ teve‬‭ de‬‭ fugir‬ ‭ devido‬‭ à‬‭ afronta‬‭ aos‬‭ governantes)‬‭ e‬‭ a‬‭ indicação‬‭ de‬‭ que‬‭ estes‬‭ o‬‭ tinham‬‭ perdoado,‬‭ fica‬‭ mais‬ ‭ descansada.‬ ‭ Mas‬‭ ao‬‭ saber‬‭ por‬‭ Frei‬‭ Jorge,‬‭ um‬‭ frei‬‭ do‬‭ convento‬‭ dos‬‭ Domínicos‬ ‭ ,‬‭ que‬‭ este‬‭ terá‬‭ que‬‭ partir‬ ‭ para‬‭ Lisboa‬‭ para‬‭ se‬‭ apresentar‬‭ e‬‭ agradecer‬‭ ao‬‭ Bispo‬‭ por‬‭ ter‬‭ intercedido‬‭ em‬‭ seu‬‭ nome‬‭ (de‬ ‭ Manuel Coutinho) e para‬‭ falar com a abadessa‬‭ fica de novo desassossegada.‬ ‭ Maria‬‭ quer‬‭ ir‬‭ com‬‭ o‬‭ pai‬‭ a‬‭ Lisboa‬ ‭ ,‬‭ pois‬‭ deseja‬‭ visitar‬‭ a‬‭ Sóror‬‭ Joana‬‭ de‬‭ Castro‬ ‭ ,‬‭ uma‬‭ freira,‬‭ que‬ ‭ de‬ ‭ comum‬ ‭ acordo‬ ‭ com‬ ‭ o‬ ‭ marido‬ ‭ decidiu‬ ‭ separar-se‬ ‭ indo‬ ‭ cada‬ ‭ um‬‭ para‬‭ o‬‭ seu‬‭ convento.‬ ‭ Embora‬ ‭ num‬ ‭ primeiro‬ ‭ momento‬ ‭ tenha‬ ‭ mostrado‬ ‭ relutância‬ ‭ em‬ ‭ levá-la‬ ‭ devido‬ ‭ à‬ ‭ peste‬ ‭ existente‬ ‭ em‬ ‭ Lisboa‬ ‭ ,‬ ‭ Manuel‬ ‭ de‬ ‭ Sousa‬ ‭ Coutinho‬ ‭ decidiu‬ ‭ fazer‬ ‭ a‬ ‭ vontade‬ ‭ à‬ ‭ filha‬ ‭ por‬ ‭ considerar‬‭ que‬‭ ela‬‭ precisava‬‭ de‬‭ respirar‬‭ outros‬‭ ares,‬‭ alegrar-se‬‭ um‬‭ pouco‬‭ e‬‭ fugir‬‭ ao‬‭ clima‬ ‭ pesado‬ ‭ do‬‭ palácio.‬‭ Madalena‬‭ fica‬‭ assustada‬‭ e‬‭ ansiosa‬‭ com‬‭ a‬‭ ida‬‭ do‬‭ marido‬‭ e‬‭ da‬‭ filha‬‭ a‬ ‭ Lisboa‬‭ porque‬‭ está‬‭ com‬‭ receio‬‭ de‬‭ os‬‭ perder.‬‭ Mostra‬‭ também‬‭ que‬‭ não‬‭ está‬‭ de‬‭ acordo‬‭ com‬‭ a‬ ‭ atitude da Sóror Joana (deixar tudo e professar numa ordem religiosa).‬ ‭ Telmo‬ ‭ procura‬ ‭ acalmar‬ ‭ D.‬ ‭ Madalena‬ ‭ ,‬ ‭ dizendo-lhe‬ ‭ que‬ ‭ a‬ ‭ peste‬ ‭ já‬ ‭ tinha‬ ‭ acabado‬ ‭ e‬ ‭ que‬ ‭ Manuel‬‭ já‬‭ não‬‭ seria‬‭ preso‬‭ por‬‭ ter‬‭ negado‬‭ acolhimento‬‭ aos‬‭ governadores‬‭ incendiando‬‭ o‬‭ seu‬ ‭ palácio‬ ‭ .‬ ‭ A‬ ‭ calma‬ ‭ de‬ ‭ D.‬ ‭ Madalena‬ ‭ dura‬ ‭ pouco‬ ‭ quando‬ ‭ sabe‬ ‭ pelo‬ ‭ marido‬ ‭ que‬ ‭ é‬ ‭ sexta-feira‬ ‭ ,‬ ‭ dia‬ ‭ azarado‬‭ para‬‭ ela‬‭ e‬‭ que‬‭ ficará‬‭ sozinha‬‭ no‬‭ palácio‬‭ com‬‭ Frei‬‭ Jorge.‬‭ D.‬‭ Manuel‬‭ parte‬‭ para‬‭ Lisboa‬ ‭ na‬ ‭ companhia‬ ‭ de‬ ‭ Maria‬‭ e‬‭ Telmo,‬‭ deixando‬‭ em‬‭ casa‬‭ D.‬‭ Madalena‬‭ e‬‭ Frei‬‭ Jorge.‬‭ A‬ ‭ mesma‬ ‭ confessa‬‭ os‬‭ seus‬‭ receios‬‭ a‬‭ Frei‬‭ Jorge:‬‭ naquele‬‭ dia‬‭ (sexta-feira),‬‭ fazia‬‭ anos‬‭ que‬‭ se‬‭ casara‬‭ com‬
  • 8. ‭ D.‬ ‭ João‬ ‭ de‬ ‭ Portugal,‬ ‭ que‬ ‭ este‬ ‭ desaparecera,‬ ‭ e‬ ‭ que‬ ‭ considera‬ ‭ que‬ ‭ cometeu‬ ‭ um‬ ‭ grande‬ ‭ pecado‬‭ pois‬‭ se‬‭ apaixonara‬‭ por‬‭ D.‬‭ Manuel‬‭ de‬‭ Sousa‬‭ Coutinho,‬‭ ainda‬‭ casada‬‭ com‬‭ D.‬‭ João‬‭ e‬ ‭ considera que foi como se o tivesse traído.‬ ‭ Miranda‬ ‭ que‬ ‭ ficou‬ ‭ encarregue‬ ‭ de‬ ‭ apenas‬ ‭ apenas‬ ‭ ir‬ ‭ ter‬ ‭ com‬ ‭ D.‬ ‭ Madalena‬ ‭ quando‬ ‭ o‬‭ seu‬ ‭ marido‬ ‭ e‬ ‭ filha‬ ‭ estivessem‬ ‭ a‬ ‭ chegar‬ ‭ anuncia‬ ‭ a‬ ‭ chegada‬ ‭ de‬ ‭ um‬‭ Romeiro‬‭ que‬‭ não‬‭ se‬‭ quer‬ ‭ identificar‬‭ ao‬‭ princípio,‬‭ mas‬‭ dá‬‭ indícios‬‭ de‬‭ ser‬‭ D.‬‭ João‬‭ de‬‭ Portugal,‬‭ que‬‭ voltaria‬‭ exactamente‬ ‭ 21‬‭ anos‬‭ depois‬‭ da‬‭ batalha‬‭ de‬‭ Alcácer-Quibir‬‭ (7‬‭ para‬‭ procurar‬‭ o‬‭ corpo‬‭ +‬‭ 14‬‭ casamento‬‭ de‬‭ D.‬ ‭ Madalena e D. Manuel), e que deseja falar diretamente e apenas com D. Madalena.‬ ‭ Cenas XIV a XV:‬ ‭ A‬‭ partida‬‭ de‬‭ Manuel‬‭ de‬‭ Sousa‬‭ Coutinho‬‭ para‬‭ Lisboa‬‭ deixa‬‭ D.‬‭ Madalena‬‭ ansiosa‬‭ e,‬‭ por‬‭ isso,‬ ‭ esta pede a‬‭ Miranda (criado) que esteja atento ao regresso de seu marido‬ ‭ .‬ ‭ Miranda informa D. Madalena e Frei Jorge que um‬‭ Romeiro vindo da Palestina lhe trazia um‬ ‭ recado e, somente a ela o podia entregar‬ ‭ .‬ ‭ Depois‬‭ de‬‭ alguma‬‭ hesitação,‬‭ D.‬‭ Madalena‬‭ recebe‬‭ o‬‭ Romeiro,‬‭ ficando‬‭ a‬‭ saber‬‭ que‬‭ este‬‭ esteve‬ ‭ cativo‬‭ na‬‭ Palestina‬‭ durante‬‭ vinte‬‭ anos‬ ‭ ,‬‭ onde‬‭ sofreu‬‭ maus‬‭ tratos‬‭ e‬‭ passou‬‭ fome,‬‭ que‬‭ não‬‭ tem‬ ‭ filhos, a família julga-o morto e conta apenas com um único amigo.‬ ‭ O‬‭ Romeiro‬‭ diz‬‭ a‬‭ D.Madalena‬‭ que‬‭ deve‬‭ a‬‭ sua‬‭ liberdade‬‭ a‬‭ outro‬‭ cativo,‬‭ de‬‭ quem‬‭ não‬‭ sabe‬‭ o‬ ‭ nome e que lhe pediu que entregasse um recado a D. Madalena.‬ ‭ Perante‬‭ as‬‭ afirmações‬‭ do‬‭ Romeiro‬‭ Frei‬‭ Jorge‬‭ pede-lhe‬‭ que‬‭ identifique‬‭ o‬‭ emissor‬‭ do‬‭ recado,‬ ‭ nos‬‭ quadros‬‭ que‬‭ estavam‬‭ na‬‭ sala‬ ‭ .‬‭ O‬‭ Romeiro‬‭ aponta‬‭ para‬‭ o‬‭ retrato‬‭ de‬‭ D.‬‭ João‬‭ de‬‭ Portugal,‬ ‭ o que faz com que D. Madalena saia da sala aterrorizada.‬ ‭ À pergunta de Frei Jorge, o Romeiro identifica-se como sendo ninguém.‬