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‭
História A‬
‭
Triunfo dos Estados e dinâmicas económicas nos séculos XVII e XVIII‬
‭
Reforço das economias nacionais e tentativas de controlo do comércio‬
‭
Como‬ ‭
se‬ ‭
caracteriza‬‭
este‬‭
tempo‬‭
do‬‭
grande‬‭
comércio‬‭
oceânico?‬‭
Como‬‭
se‬‭
desenvolveu‬‭
o‬
‭
capitalismo comercial?‬
‭
Nos‬‭
séculos‬ ‭
XVII‬‭
e‬‭
XVIII,‬‭
um‬‭
punhado‬‭
de‬‭
nações‬‭
reservava‬‭
para‬‭
si‬‭
as‬‭
ligações‬‭
oceânicas‬
‭
:‬
‭
Portugal,‬ ‭
Espanha,‬ ‭
Holanda,‬ ‭
França‬ ‭
e‬ ‭
Inglaterra‬ ‭
detinham‬ ‭
a‬ ‭
maior‬ ‭
fatia‬ ‭
do‬ ‭
comércio‬
‭
intercontinental‬
‭
, que‬‭
gerava lucros extraordinários‬
‭
.‬
‭
Estimulados pelas oportunidades que se lhes abriam, os‬‭
mercadores europeus‬‭
criaram:‬
‭
➔‬ ‭
grandes companhias de comércio;‬
‭
➔‬ ‭
desenvolveram novos mecanismos financeiros;‬
‭
➔‬ ‭
orientavam todo o seu saber para a expansão dos negócios;‬
‭
↓‬
‭
Motor da economia europeia:‬
‭
Gerar‬‭
capital‬
‭
,‬‭
investi-lo‬‭
e‬‭
aumentá-lo‬
‭
,‬‭
privilegiando‬‭
o‬‭
grande‬‭
comércio‬
‭
,‬‭
tornou-se‬‭
o‬‭
motor‬
‭
da‬‭
economia‬‭
europeia‬‭
que‬‭
entrou,‬‭
de‬‭
forma‬‭
clara,‬‭
na‬‭
era‬‭
do‬‭
capitalismo‬‭
comercial‬
‭
.‬‭
(ver‬‭
gráfico‬‭
do‬
‭
caderno)‬
‭
Capitalismo‬ ‭
comercial:‬ ‭
sistema‬ ‭
económico‬ ‭
que‬ ‭
se‬ ‭
afirmou‬ ‭
nos‬ ‭
séculos‬ ‭
XVI‬ ‭
a‬ ‭
XVIII‬ ‭
e‬ ‭
se‬
‭
caracteriza‬ ‭
pela‬ ‭
procura‬ ‭
do‬ ‭
maior‬ ‭
lucro,‬ ‭
pelo‬ ‭
espírito‬ ‭
de‬ ‭
concorrência‬ ‭
e‬ ‭
pelo‬ ‭
papel‬
‭
determinante do‬‭
comércio como motor do desenvolvimento‬‭
económico‬
‭
.‬
‭
O que trouxe o capitalismo?‬
‭
Esta‬‭
dinâmica‬‭
económica‬‭
impulsionou‬‭
a‬‭
colonização‬‭
da‬‭
América‬
‭
,‬‭
continente‬‭
vasto‬‭
e,‬‭
até‬‭
aí,‬
‭
subaproveitado,‬ ‭
que‬ ‭
adquire,‬ ‭
então,‬ ‭
um‬ ‭
lugar‬ ‭
de‬ ‭
destaque‬ ‭
nos‬ ‭
circuitos‬ ‭
comerciais‬
‭
europeus‬
‭
.‬‭
Os‬‭
seus‬‭
colonos‬‭
cultivavam‬‭
açúcar,‬‭
café,‬‭
tabaco‬‭
e‬‭
algodão,‬‭
criam‬‭
gado‬‭
e‬‭
extraem‬
‭
ouro.‬‭
Estes‬‭
produtos‬‭
são‬‭
enviados‬‭
para‬‭
a‬‭
metrópole‬‭
que,‬‭
em‬‭
troca,‬‭
lhes‬‭
fornece‬‭
produtos‬
‭
agrícola,‬‭
industriais‬‭
e‬‭
a‬‭
necessária‬‭
mão‬‭
de‬‭
obra‬‭
escrava,‬‭
trazida‬‭
de‬‭
áfrica,‬‭
em‬‭
grandes‬‭
navios‬
‭
de carga.‬
‭
●‬ ‭
É‬‭
assim‬‭
que,‬‭
à‬‭
tão‬‭
cobiçada‬‭
rota‬‭
do‬‭
Cabo‬
‭
,‬‭
se‬‭
junta‬‭
uma‬‭
próspera‬‭
rota‬‭
atlântica‬‭
que‬
‭
une‬‭
a‬‭
Europa,‬‭
a‬‭
África‬‭
e‬‭
a‬‭
América.‬‭
Eixo‬‭
deste‬‭
comércio‬‭
triangular‬‭
o‬‭
tráfico‬‭
negreiro‬
‭
não‬‭
parou‬‭
de‬‭
crescer.‬‭
Entre‬‭
1710‬‭
e‬‭
1810‬‭
terão‬‭
desembarcado‬‭
na‬‭
América‬‭
cerca‬‭
de‬‭
6‬
‭
milhões‬‭
de‬‭
escravos,‬‭
o‬‭
que‬‭
corresponde‬‭
a‬‭
mais‬‭
de‬‭
60%‬‭
dos‬‭
negreiros‬‭
transacionados‬
‭
nos três séculos e meio desta desumana atividade.‬
‭
Importante:‬
‭
●‬ ‭
Comércio‬ ‭
triangular:‬ ‭
circuito‬ ‭
de‬ ‭
comércio‬ ‭
atlântico‬ ‭
que‬ ‭
ligava‬ ‭
os‬ ‭
continentes‬
‭
europeu,‬‭
africano‬‭
e‬‭
americano.‬‭
Este‬‭
comércio,‬‭
que‬‭
prosperou‬‭
sobretudo‬‭
nos‬‭
séculos‬
‭
XVII‬ ‭
e‬ ‭
XVIII,‬ ‭
era‬ ‭
suportado‬ ‭
pelas‬ ‭
necessidades‬ ‭
de‬ ‭
mão‬ ‭
de‬ ‭
obra‬ ‭
das‬ ‭
colónias‬
‭
americanas‬ ‭
que‬ ‭
dependiam‬ ‭
dos‬ ‭
continentes‬ ‭
negros‬ ‭
para‬ ‭
as‬ ‭
suas‬ ‭
plantações‬ ‭
e‬
‭
explorações mineiras.‬
‭
●‬ ‭
Tráfico‬‭
negreiro:‬‭
intenso‬‭
comércio‬‭
de‬‭
escravos‬‭
negros‬‭
que‬‭
canalizou‬‭
para‬‭
a‬‭
América‬
‭
grande‬‭
número‬‭
de‬‭
africanos,‬‭
na‬‭
sua‬‭
maioria‬‭
comprados‬‭
ou‬‭
aprisionados‬‭
nas‬‭
costa‬‭
da‬
‭
Guiné, de Angola e de Moçambique.‬
‭
Como se estruturou a primeira doutrina económica?‬
‭
A‬ ‭
expansão‬ ‭
do‬ ‭
comércio‬ ‭
transoceânico‬ ‭
coincidiu‬ ‭
com‬ ‭
a‬ ‭
afirmação‬ ‭
das‬ ‭
monarquias‬
‭
absolutas‬
‭
.‬
‭
-‬ ‭
Logo,‬‭
mais‬‭
do‬‭
que‬‭
em‬‭
qualquer‬‭
outra‬‭
época,‬‭
eram‬‭
necessários‬‭
capitais‬‭
para‬‭
custear‬
‭
a‬ ‭
magnificência‬ ‭
dos‬ ‭
príncipes‬
‭
,‬ ‭
reforçar‬‭
o‬‭
aparelho‬‭
do‬‭
Estado‬‭
e‬‭
mobilizar‬‭
exércitos‬
‭
que impusessem a supremacia do país‬
‭
.‬
‭
Foi‬ ‭
com‬ ‭
este‬ ‭
objetivo,‬ ‭
de‬ ‭
enriquecer‬ ‭
o‬ ‭
Estado‬ ‭
e‬ ‭
os‬ ‭
seus‬ ‭
cidadãos‬
‭
,‬ ‭
que‬ ‭
se‬ ‭
estruturou‬‭
a‬
‭
primeira‬‭
doutrina‬‭
económica‬‭
da‬‭
História.‬‭
Valorizando‬‭
a‬‭
atividade‬‭
mercantil‬
‭
,‬‭
esta‬‭
doutrina‬
‭
tomou o nome de‬‭
Mercantilismo‬
‭
.‬
‭
No que consiste o Mercantilismo?‬
‭
É‬‭
uma‬‭
doutrina‬‭
económica‬‭
que‬‭
vigorou‬‭
na‬‭
Europa‬‭
nos‬‭
séculos‬‭
XVII‬‭
e‬‭
XVIII‬
‭
,‬‭
segundo‬‭
a‬‭
qual‬‭
a‬
‭
riqueza‬ ‭
dos‬ ‭
Estados‬ ‭
consistia‬ ‭
na‬ ‭
maior‬ ‭
acumulação‬ ‭
possível‬ ‭
de‬ ‭
ouro‬ ‭
e‬ ‭
prata‬
‭
.‬ ‭
Para‬ ‭
o‬
‭
conseguir,‬ ‭
os‬ ‭
governadores‬ ‭
favoreciam‬ ‭
a‬ ‭
produção‬ ‭
e‬ ‭
a‬ ‭
exportação‬ ‭
e‬ ‭
limitavam‬ ‭
a‬
‭
importação de produtos‬
‭
.‬
‭
↓‬
‭
Os‬‭
pensadores‬‭
mercantilistas‬‭
estavam‬‭
convencidos‬‭
de‬‭
que‬‭
a‬‭
riqueza‬‭
de‬‭
um‬‭
Estado‬‭
se‬‭
media‬
‭
pela‬ ‭
quantidade‬ ‭
de‬ ‭
metais‬ ‭
preciosos‬ ‭
que‬ ‭
este‬ ‭
possuísse,‬ ‭
pelo‬ ‭
que‬ ‭
tornava‬ ‭
necessário‬
‭
canalizar,‬ ‭
para‬ ‭
o‬ ‭
país,‬ ‭
uma‬ ‭
parte‬ ‭
significativa‬ ‭
do‬ ‭
dinheiro‬ ‭
que‬ ‭
circulava‬ ‭
no‬ ‭
comércio‬
‭
europeu‬
‭
.‬‭
Tal‬‭
só‬‭
seria‬‭
possível‬‭
se‬‭
a‬‭
balança‬‭
comercial‬‭
fosse‬‭
favorável‬
‭
,‬‭
isto‬‭
é,‬‭
se‬‭
o‬‭
valor‬‭
das‬
‭
exportações excedesse o das importações.‬
‭
Quais as suas principais características?‬
‭
●‬ ‭
Obter‬‭
uma‬‭
balança‬‭
comercial‬‭
favorável‬
‭
-‬‭
aumento‬‭
das‬‭
exportações‬‭
e‬‭
diminuição‬‭
das‬
‭
importações;‬
‭
●‬ ‭
Enriquecer o Estado‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
Fortalecer o poder do rei‬
‭
;‬
‭
A quem competia tomar as medidas necessárias para atingir esse objetivo?‬
‭
Na‬‭
lógica‬‭
mercantilista‬
‭
,‬‭
competia‬‭
ao‬‭
Estado‬‭
tomar‬‭
todas‬‭
as‬‭
medidas‬‭
necessárias‬‭
para‬‭
atingir‬
‭
este‬ ‭
objetivo.‬ ‭
Tais‬ ‭
medidas‬ ‭
traduziam-se‬ ‭
num‬ ‭
apertado‬ ‭
protecionismo‬ ‭
económico‬ ‭
que‬
‭
fomentava‬‭
a‬‭
produção‬‭
e‬‭
s‬
‭
alvaguardava‬‭
os‬‭
produtos‬‭
e‬‭
as‬‭
áreas‬‭
de‬‭
comércio‬‭
nacionais‬‭
da‬
‭
concorrência estrangeira‬
‭
.‬
‭
Muito‬‭
resumidamente,‬‭
podemos‬‭
dizer‬‭
que‬‭
a‬‭
atuação‬‭
dos‬‭
governos‬‭
se‬‭
deveria‬‭
pautar‬‭
por‬
‭
três linhas fundamentais‬
‭
:‬
‭
●‬ ‭
o‬‭
fomento‬‭
da‬‭
produção‬‭
industrial‬
‭
,‬‭
com‬‭
vista‬‭
a‬‭
promover‬‭
a‬‭
autossuficiência‬‭
do‬‭
país‬
‭
bem como a exportação de produtos manufaturados;‬
‭
●‬ ‭
a‬ ‭
revisão‬ ‭
das‬ ‭
tarifas‬ ‭
alfandegárias‬
‭
,‬ ‭
sobrecarregando‬ ‭
os‬ ‭
produtos‬ ‭
estrangeiros‬ ‭
e‬
‭
aliviando‬‭
as‬‭
taxas‬‭
que‬‭
pesavam‬‭
sobre‬‭
as‬‭
expostações‬‭
nacionais,‬‭
de‬‭
modo‬‭
a‬‭
torná-las‬
‭
mais competitivas;‬
‭
●‬ ‭
o‬ ‭
incremento‬ ‭
e‬ ‭
reorganização‬ ‭
do‬ ‭
comércio‬ ‭
externo‬
‭
,‬ ‭
de‬ ‭
forma‬ ‭
a‬ ‭
proporcionar‬
‭
mercados‬ ‭
de‬ ‭
abastecimento‬ ‭
de‬ ‭
matérias-primas‬ ‭
e‬ ‭
de‬ ‭
colocação‬ ‭
de‬ ‭
produtos‬
‭
manufaturados.‬
‭
Embora‬‭
comuns‬‭
a‬‭
todas‬‭
as‬‭
políticas‬‭
mercantilistas‬
‭
,‬‭
a‬‭
aplicação‬‭
destas‬‭
medidas‬‭
revestiu-se‬
‭
de‬‭
formas‬‭
diversas‬
‭
,‬‭
consoante‬‭
os‬‭
países‬‭
que‬‭
as‬‭
adotaram.‬‭
Assim‬‭
aconteceu‬‭
em‬‭
França‬‭
e‬‭
em‬
‭
Inglaterra‬
‭
,‬ ‭
os‬ ‭
dois‬ ‭
reinos‬ ‭
europeus‬ ‭
que,‬ ‭
de‬ ‭
forma‬ ‭
mais‬ ‭
eficaz‬‭
e‬‭
coerente,‬‭
seguiram‬‭
esta‬
‭
doutrina económica‬
‭
.‬
‭
Protecionismo:‬ ‭
política‬ ‭
económica‬ ‭
que‬ ‭
impede‬ ‭
a‬ ‭
livre‬ ‭
iniciativa‬ ‭
e‬ ‭
a‬ ‭
livre‬ ‭
circulação‬ ‭
de‬
‭
mercadorias‬
‭
.‬ ‭
O‬ ‭
protecionismo‬ ‭
traduz-se,‬ ‭
geralmente,‬ ‭
quer‬ ‭
por‬‭
um‬‭
aumento‬‭
dos‬‭
direitos‬
‭
alfandegários‬ ‭
sobre‬ ‭
as‬ ‭
importações‬ ‭
quer‬ ‭
pela‬ ‭
concessão‬ ‭
de‬ ‭
exclusivos‬ ‭
e‬ ‭
privilégios‬
‭
industriais‬
‭
.‬‭
O‬‭
objetivo‬‭
destas‬‭
medidas‬‭
é‬‭
permitir‬‭
o‬‭
desenvolvimento‬‭
das‬‭
produções‬‭
internas‬
‭
que, desta forma, se tornam mais competitivas.‬
‭
Quais as principais características do mercantilismo?‬
‭
●‬ ‭
Grande‬ ‭
intervenção‬ ‭
do‬ ‭
Estado‬ ‭
na‬ ‭
economia‬ ‭
para‬ ‭
defesa‬ ‭
da‬ ‭
produção‬ ‭
nacional‬
‭
(‬
‭
protecionismo económico‬
‭
);‬
‭
●‬ ‭
Desenvolvimento do comércio colonial‬‭
(Inglaterra e‬‭
Holanda);‬
‭
●‬ ‭
Desenvolvimento das manufaturas‬‭
(França);‬
‭
●‬ ‭
Acumulação‬ ‭
de‬ ‭
metais‬ ‭
preciosos‬
‭
,‬ ‭
provenientes‬‭
dos‬‭
Impérios‬‭
coloniais‬‭
(Portugal‬‭
e‬
‭
Espanha).‬
‭
Mercantilismo em França‬
‭
De que forma se impôs o mercantilismo em França?‬
‭
Em‬‭
França,‬‭
o‬‭
Mercantilismo‬‭
impôs-se‬‭
pela‬‭
mão‬‭
firme‬‭
de‬‭
Colbert‬
‭
,‬‭
ministro‬‭
de‬‭
Luís‬‭
XIV.‬‭
E‬‭
foi‬‭
o‬
‭
poderio económico dos Holandeses‬‭
que motivou as medidas‬‭
protecionistas mais fortes.‬
‭
Medidas:‬
‭
➔‬ ‭
Como‬ ‭
Colbert‬ ‭
estava‬ ‭
preocupado‬ ‭
com‬ ‭
a‬ ‭
grande‬ ‭
quantidade‬ ‭
de‬ ‭
mercadorias‬ ‭
que‬
‭
entravam‬ ‭
no‬ ‭
reino‬ ‭
pelas‬ ‭
mãos‬ ‭
dos‬ ‭
Holandeses‬
‭
,‬ ‭
pôs‬ ‭
todo‬ ‭
o‬ ‭
seu‬ ‭
empenho‬ ‭
no‬
‭
desenvolvimento das‬‭
manufaturas‬
‭
.‬
‭
↪ é a‬‭
importância que‬‭
é conferida ao setor manufatureiro‬
‭
, bem como a sua‬
‭
feição altamente dirigista‬
‭
, que caracterizam‬‭
o Mercantilismo francês,‬
‭
também conhecido por colbertismo.‬
‭
Com o fim de‬‭
evitar importações‬
‭
, Colbert‬‭
introduziu‬‭
novas indústrias‬‭
(cristais de‬
‭
Murano, tecidos holandeses, bordados de Veneza), recorrendo à‬‭
importação de‬
‭
técnicas‬‭
e‬‭
mão de obra estrangeira‬
‭
.‬
‭
Impulsionou, também, a‬‭
criação de‬‭
grandes manufaturas‬
‭
,‬‭
quer‬‭
incitando os‬
‭
produtores a associar-se‬‭
quer‬‭
concedendo vários privilégios‬
‭
,‬‭
como por exemplo:‬
‭
monopólios de fabrico, incentivos fiscais e subsídios.‬
‭
↓‬
‭
Assim‬ ‭
nasceram‬ ‭
as‬ ‭
célebres‬ ‭
manufaturas‬ ‭
reais‬
‭
,‬ ‭
que‬ ‭
funcionam‬ ‭
como‬
‭
unidades-modelo‬‭
de‬‭
produção‬
‭
.‬‭
Estas‬‭
manufaturas,‬‭
que‬‭
tanto‬‭
pertenciam‬‭
ao‬‭
Estado‬
‭
como‬ ‭
a‬ ‭
particulares‬
‭
,‬ ‭
podiam‬‭
aplicar‬‭
um‬‭
selo‬‭
com‬‭
as‬‭
armas‬‭
do‬‭
rei‬‭
e‬‭
dedicavam-se‬
‭
sobretudo‬‭
ao‬‭
fabrico‬‭
de‬‭
artigos‬‭
de‬‭
luxo‬‭
destinados‬‭
a‬‭
fornecer‬‭
a‬‭
corte.‬‭
Em‬‭
troca‬‭
dos‬
‭
privilégios‬‭
e‬‭
subsídios‬‭
concedidos‬
‭
,‬‭
o‬‭
Estado‬‭
arrogava-se‬‭
o‬‭
direito‬‭
de‬‭
regulamentar‬
‭
minuciosamente‬‭
a‬‭
atividade‬‭
industrial‬
‭
:‬‭
matéria-prima,‬‭
qualidade,‬‭
horas‬‭
de‬‭
trabalho,‬
‭
preços, tudo era controlado através de um corpo de inspetores criados para o efeito.‬
‭
➔‬ ‭
No‬‭
que‬‭
se‬‭
refere‬‭
ao‬‭
comércio‬
‭
,‬‭
Colbert‬‭
investiu‬‭
fortemente‬‭
no‬‭
desenvolvimento‬‭
da‬
‭
frota‬‭
mercante‬‭
e‬‭
da‬‭
marinha‬‭
de‬‭
guerra‬
‭
.‬‭
Seguindo‬‭
o‬‭
modelo‬‭
já‬‭
experimentado‬‭
pela‬
‭
Holanda‬‭
e‬‭
pela‬‭
Inglaterra,‬‭
procedeu‬‭
à‬‭
criação‬‭
de‬‭
grandes‬‭
companhias‬‭
monopolistas‬
‭
,‬
‭
às‬‭
quais‬‭
reservou,‬‭
em‬‭
exclusivo,‬‭
os‬‭
direitos‬‭
de‬‭
comércio‬‭
sobre‬‭
determinada‬‭
zona‬
‭
.‬
‭
Todos‬‭
os‬‭
particulares‬‭
que‬‭
aí‬‭
pretendessem‬‭
negociar‬‭
deveriam‬‭
entrar‬‭
para‬‭
a‬‭
respetiva‬
‭
companhia,‬ ‭
unindo‬ ‭
os‬ ‭
seus‬ ‭
esforços‬ ‭
aos‬ ‭
do‬ ‭
Estado,‬ ‭
na‬ ‭
esperança‬ ‭
de‬ ‭
vencer‬ ‭
a‬
‭
concorrência‬ ‭
das‬ ‭
outras‬‭
nações.‬‭
A‬‭
estas‬‭
companhias‬‭
foi‬‭
dado‬‭
o‬‭
poder‬‭
de‬‭
agir‬‭
em‬
‭
representação‬ ‭
do‬ ‭
país‬
‭
,‬ ‭
administrando‬ ‭
e‬ ‭
defendendo‬ ‭
os‬ ‭
territórios‬ ‭
coloniais,‬ ‭
pelo‬
‭
que,‬‭
para‬‭
além‬‭
dos‬‭
direitos‬‭
de‬‭
comércio‬
‭
,‬‭
detinham‬‭
um‬‭
grande‬‭
poderio‬‭
militar‬‭
(Doc.‬
‭
5).‬
‭
Quais as práticas do Mercantilismo Colbert pôs em prática? E de que forma o fez?‬
‭
Foi‬‭
Colbert‬‭
quem melhor pôs em prática as‬‭
ideias do‬‭
Mercantilismo‬
‭
:‬
‭
●‬ ‭
fomentou‬‭
as‬‭
manufaturas‬‭
nacionais‬‭
através‬‭
da‬‭
concessão‬‭
de‬‭
incentivos‬‭
económicos‬
‭
e privilégios;‬
‭
●‬ ‭
protegeu‬ ‭
as‬ ‭
produções‬ ‭
francesas‬
‭
,‬ ‭
aplicando‬ ‭
pesados‬ ‭
direitos‬ ‭
de‬ ‭
entrada‬ ‭
aos‬
‭
produtos importados e facilitando, de modo inverso, as exportações;‬
‭
●‬ ‭
reforçou‬‭
o‬‭
comércio‬‭
oceânico‬‭
com‬‭
a‬‭
criação‬‭
de‬‭
companhias‬‭
monopolistas‬
‭
,‬‭
às‬‭
quais‬
‭
foi‬‭
concedido‬‭
o‬‭
exclusivo‬‭
comercial‬‭
de‬‭
determinadas‬‭
áreas‬‭
geográficas,‬‭
bem‬‭
como‬
‭
poderes‬ ‭
para‬ ‭
aí‬ ‭
representarem‬ ‭
o‬ ‭
Estado‬
‭
,‬ ‭
conquistando‬ ‭
terras,‬ ‭
administrando‬
‭
territórios e negociando tratados.‬
‭
Quais as principais características do mercantilismo franzcês?‬
‭
●‬ ‭
Aumentar‬ ‭
as‬ ‭
exportações‬ ‭
e‬ ‭
diminuir‬ ‭
as‬ ‭
importações‬ ‭
(‬
‭
equilíbrio‬ ‭
da‬ ‭
balança‬
‭
comercial‬
‭
);‬
‭
●‬ ‭
Criação de novas indústrias‬‭
às quais o‬‭
Estado concedia‬‭
privilégios‬
‭
:‬
‭
- benefícios fiscais;‬
‭
- subsídios e monopólios de produção e de venda;‬
‭
●‬ ‭
Importação de novas técnicas‬‭
e‬‭
operários especializados‬
‭
.‬
‭
●‬ ‭
Criação de um império colonial e comercial‬‭
através‬‭
de Companhias de Comércio.‬
‭
Colbert como modelo mercantilista?‬
‭
O‬‭
colbertismo‬‭
representa a‬‭
corrente mais dirigista‬‭
de todo o Mercantilismo‬
‭
.‬
‭
Já em vida de Colbert, numerosas críticas e panfletos anónimos denunciavam quer:‬
‭
-‬ ‭
excessiva regulamentação das indústrias;‬
‭
-‬ ‭
quer as restrições postas ao comércio e à iniciativa dos particulares‬
‭
.‬
‭
No‬‭
entanto,‬‭
tanto‬‭
pelo‬‭
seu‬‭
caráter‬‭
espetacular,‬‭
como‬‭
pela‬‭
personalidade‬‭
carismática‬‭
do‬‭
seu‬
‭
impulsionador,‬ ‭
o‬ ‭
colbertismo‬ ‭
foi‬ ‭
o‬ ‭
modelo‬ ‭
mercantilista‬ ‭
mais‬ ‭
adotado‬ ‭
pelos‬ ‭
países‬
‭
europeus‬
‭
.‬
‭
O sistema mercantil em Inglaterra‬
‭
De que forma se impôs o mercantilismo em França?‬
‭
-‬ ‭
Em‬ ‭
Inglaterra,‬ ‭
as‬ ‭
medidas‬ ‭
de‬ ‭
tipo‬ ‭
mercantilista‬ ‭
assumiram‬ ‭
um‬ ‭
carácter‬ ‭
mais‬ ‭
flexível‬
‭
,‬
‭
adaptando-se‬‭
aos‬‭
tempos‬‭
e‬‭
às‬‭
circunstâncias‬
‭
,‬‭
o‬‭
que‬‭
lhes‬‭
proporcionou‬‭
um‬‭
elevado‬‭
grau‬‭
de‬
‭
eficácia‬
‭
.‬ ‭
Cromwell‬ ‭
foi‬ ‭
o‬ ‭
responsável‬ ‭
pelas‬ ‭
medidas‬ ‭
mercantis‬ ‭
que‬ ‭
desenvolveram‬ ‭
a‬
‭
Inglaterra.‬
‭
-‬ ‭
Para‬ ‭
além‬ ‭
desta‬ ‭
flexibilidade,‬ ‭
o‬ ‭
mercantilismo‬ ‭
inglês‬ ‭
distingue-se‬ ‭
pela‬ ‭
valorização‬ ‭
da‬
‭
marinha‬‭
e‬‭
do‬‭
setor‬‭
comercial‬
‭
.‬‭
Tal‬‭
como‬‭
aconteceu‬‭
em‬‭
França,‬‭
foi‬‭
o‬‭
poderio‬‭
económico‬‭
dos‬
‭
Holandeses‬‭
que‬‭
motivou‬‭
as‬‭
medidas‬‭
protecionistas‬‭
mais‬‭
fortes‬
‭
.‬‭
Só‬‭
que,‬‭
em‬‭
Inglaterra,‬‭
a‬
‭
concorrência‬‭
holandesa‬‭
fazia-se‬‭
sentir‬‭
sobretudo‬‭
nas‬‭
áreas‬‭
dos‬‭
transportes‬‭
marítimos‬‭
e‬‭
do‬
‭
comércio externo‬
‭
.‬
‭
Características do sistema mercantil em Inglaterra‬
‭
Atos de Navegação:‬
‭
Entre‬‭
1651‬‭
e‬‭
1663,‬‭
foi‬‭
promulgada‬‭
uma‬‭
série‬‭
de‬‭
leis‬‭
-‬‭
os‬‭
Atos‬‭
de‬‭
Navegação‬
‭
-,‬‭
destinadas‬‭
a‬
‭
banir os Holandeses das áreas do comércio britânico‬
‭
.‬
‭
-‬ ‭
Por‬ ‭
determinação‬ ‭
dos‬‭
Atos‬‭
de‬‭
Navegação‬
‭
,‬‭
todas‬‭
as‬‭
mercadorias‬‭
estrangeiras‬‭
que‬
‭
entrassem‬ ‭
em‬‭
Inglaterra‬‭
seriam‬‭
obrigatoriamente‬‭
transportadas‬‭
em‬‭
embarcações‬
‭
inglesas‬‭
ou‬‭
do‬‭
país‬‭
de‬‭
origem‬
‭
,‬‭
ou‬‭
seja,‬‭
o‬‭
transporte‬‭
de‬‭
todos‬‭
os‬‭
produtos‬‭
comerciais‬
‭
a‬‭
países‬‭
europeus‬‭
via‬‭
mar‬‭
deveria‬‭
ser‬‭
feito‬‭
por‬‭
navios‬‭
pertencentes‬‭
a‬‭
Inglaterra‬‭
ou‬
‭
ao‬‭
próprio‬‭
país‬‭
europeu‬‭
que‬‭
estivesse‬‭
a‬‭
realizar‬‭
a‬‭
importação‬‭
ou‬‭
exportação‬‭
desses‬
‭
produtos.‬
‭
Exclusivo colonial:‬
‭
De‬‭
igual‬‭
forma,‬‭
reservou-se‬‭
à‬‭
marinha‬‭
britânica‬
‭
,‬‭
em‬‭
exclusivo,‬‭
a‬‭
navegação‬‭
de‬‭
cabotagem‬‭
e‬
‭
o‬‭
transporte para Inglaterra das mercadorias coloniais‬‭
(Doc. 6A)- exclusivo cononial;‬
‭
Política de exclusivo colonial:‬
‭
Assim‬ ‭
destruída‬ ‭
a‬ ‭
concorrência‬ ‭
da‬ ‭
Holanda,‬ ‭
a‬ ‭
frota‬ ‭
mercante‬ ‭
inglesa‬ ‭
não‬ ‭
encontrou‬
‭
entraves‬‭
ao‬‭
seu‬‭
crescimento,‬‭
tanto‬‭
mais‬‭
que‬‭
os‬‭
Atos‬‭
de‬‭
Navegação‬‭
foram‬‭
complementados‬
‭
por‬‭
uma‬‭
política‬‭
de‬‭
expansão‬‭
territorial‬‭
sobretudo‬‭
na‬‭
América‬‭
do‬‭
Norte‬‭
e‬‭
nas‬‭
Antilhas‬‭
(pois‬
‭
controla a produção e o preço dos produtos coloniais).‬
‭
Exclusivo‬ ‭
colonial‬
‭
:‬ ‭
forma‬ ‭
de‬ ‭
exploração‬ ‭
económica‬ ‭
que‬ ‭
reserva‬ ‭
para‬ ‭
a‬ ‭
metrópole‬ ‭
os‬
‭
recursos‬ ‭
e‬‭
o‬‭
mercado‬‭
das‬‭
colónias.‬‭
Trata-se‬‭
de‬‭
uma‬‭
medida‬‭
protecionista‬‭
cujo‬‭
objetivo‬‭
é‬
‭
garantir‬‭
a‬‭
obtenção‬‭
de‬‭
matérias-primas‬‭
e‬‭
produtos‬‭
exóticos‬‭
a‬‭
baixo‬‭
preço,‬‭
bem‬‭
como‬‭
escoar‬
‭
as produções manufatureiras.‬
‭
Criação de um império colonial e comercial:‬
‭
O‬‭
setor‬‭
comercial‬‭
foi‬‭
ainda‬‭
reforçado‬‭
(‬
‭
Criação‬‭
de‬‭
um‬‭
império‬‭
colonial‬‭
e‬‭
comercial)‬‭
com‬‭
a‬
‭
criação‬ ‭
de‬ ‭
grandes‬ ‭
Companhias‬ ‭
de‬ ‭
Comércio‬
‭
,‬ ‭
às‬ ‭
quais‬ ‭
se‬ ‭
concederam‬ ‭
numerosos‬
‭
monopólios.‬ ‭
A‬ ‭
mais‬ ‭
célebre‬ ‭
e‬ ‭
bem-sucedida‬ ‭
foi,‬ ‭
sem‬ ‭
dúvida,‬ ‭
a‬ ‭
Companhia‬ ‭
das‬ ‭
Índias‬
‭
Orientais‬
‭
,‬‭
que‬‭
recebeu,‬‭
em‬‭
1661,‬‭
poderes‬‭
soberanos‬‭
de‬‭
justiça‬‭
civil‬
‭
,‬‭
organização‬‭
militar‬‭
e‬
‭
direção de guerra no Oriente‬‭
(Doc. 6C).‬
‭
Quais os efeitos?‬
‭
Esta‬‭
política‬‭
protecionista‬
‭
/‬‭
Mercantilismo‬‭
surtiu‬‭
os‬‭
efeitos‬‭
desejados‬
‭
:‬‭
o‬‭
poderio‬‭
comercial‬‭
e‬
‭
marítimo‬‭
da‬‭
Inglaterra‬‭
consolidou-se,‬‭
permitindo-lhe‬‭
disputar,‬‭
com‬‭
êxito,‬‭
o‬‭
primeiro‬‭
lugar‬
‭
na cena económica internacional (sendo a maior forta comercial, guerra e mercante).‬
‭
Sem concorrência estrangeira‬
‭
A competição entre estados europeus no século XVII e a reação inglesa‬
‭
no mercantilismo‬
‭
Concorrência internacional:‬
‭
❖‬ ‭
Adoção de políticas mercantilistas por império da Europa‬
‭
:‬
‭
-Proteção das economias nacionais;‬
‭
-Limitação de comércio internacional;‬
‭
❖‬ ‭
Adoção de políticas anti-protecionistas (Holanda e Inglaterra)‬
‭
:‬
‭
-Desenvolvimento da marinha mercante;‬
‭
-Desenvolvimento do comércio internacional;‬
‭
O equilíbrio europeu e a disputa das áreas coloniais‬
‭
Como se caracterizava o equilíbrio europeu? -pág 69‬
‭
No‬‭
decurso‬‭
dos‬‭
dois‬‭
séculos‬‭
que‬‭
agora‬‭
estudamos,‬‭
o‬‭
equilíbrio‬‭
europeu‬‭
foi‬‭
particularmente‬
‭
frágil‬‭
e‬‭
mantido‬‭
à‬‭
custa‬‭
de‬‭
numerosos‬‭
conflitos‬
‭
.‬‭
Fosse‬‭
por‬‭
questões‬‭
dinásticas,‬‭
pretensões‬
‭
territoriais‬‭
ou‬‭
interesses‬‭
económicos,‬‭
o‬‭
certo‬‭
é‬‭
que‬‭
a‬‭
Europa‬‭
viveu‬‭
uma‬‭
sucessão‬‭
contínua‬
‭
de guerras‬
‭
.‬
‭
Quais as causas destas guerras?‬
‭
A‬‭
partir‬‭
da‬‭
segunda‬‭
metade‬‭
do‬‭
século‬‭
XVII,‬‭
as‬‭
motivações‬‭
económicas‬‭
estiveram‬‭
na‬‭
origem‬
‭
da‬‭
maior‬‭
parte‬‭
destes‬‭
conflitos.‬‭
Sendo‬‭
o‬‭
comércio‬‭
o‬‭
setor‬‭
da‬‭
economia‬‭
que‬‭
movimentava‬
‭
mais‬ ‭
capitais‬ ‭
e‬ ‭
produzia‬‭
maiores‬‭
lucros‬
‭
,‬‭
os‬‭
soberanos‬‭
aperceberam-se‬‭
de‬‭
que‬‭
o‬‭
domínio‬
‭
comercial‬ ‭
facilmente‬ ‭
se‬ ‭
transformava‬ ‭
no‬ ‭
poderio‬ ‭
militar‬ ‭
indispensável‬ ‭
ao‬
‭
engrandecimento do Estado‬
‭
.‬
‭
Porque razão os olhares se voltaram para as áreas coloniais?‬
‭
Ora,‬‭
dado‬‭
que‬‭
a‬‭
generalização‬‭
das‬‭
medidas‬‭
protecionistas/mercantilistas‬‭
tinha‬‭
levantado‬
‭
grandes‬‭
entraves‬‭
à‬‭
circulação‬‭
de‬‭
mercadorias‬‭
no‬‭
circuito‬‭
europeu‬
‭
,‬‭
ou‬‭
seja,‬‭
verificou-se‬‭
uma‬
‭
Contração‬ ‭
do‬ ‭
Comércio‬ ‭
entre‬ ‭
os‬ ‭
países‬ ‭
europeus‬
‭
,‬ ‭
os‬ ‭
olhares‬ ‭
voltaram-se‬ ‭
para‬ ‭
as‬ ‭
áreas‬
‭
coloniais‬‭
que se tornaram o‬‭
centro de acesas rivalidades‬
‭
.‬
‭
Grandes‬‭
mercados‬‭
consumidores,‬‭
fornecedoras‬‭
de‬‭
matérias-primas‬‭
e‬‭
produtos‬‭
exóticos‬‭
que‬
‭
se‬ ‭
vendiam‬ ‭
a‬‭
bom‬‭
preço,‬‭
as‬‭
áreas‬‭
sob‬‭
domínio‬‭
europeu‬‭
eram‬‭
exploradas‬‭
em‬‭
sistema‬‭
de‬
‭
exclusivo‬ ‭
colonial‬ ‭
pela‬ ‭
respetiva‬ ‭
metrópole‬
‭
-‬‭
países‬‭
começaram‬‭
a‬‭
comerciar‬‭
com‬‭
as‬‭
suas‬
‭
colónias.‬‭
Este‬‭
sistema‬‭
permitia‬‭
ao‬‭
Estado‬‭
dominador‬‭
regular‬‭
as‬‭
produções‬‭
e‬‭
os‬‭
preços‬‭
sem‬
‭
ter em conta a concorrência dos outros países‬
‭
, impedidos‬‭
de aí realizarem os seus negócios.‬
‭
Daí,‬ ‭
também,‬ ‭
a‬ ‭
importância‬ ‭
atribuída‬ ‭
à‬ ‭
constituição‬ ‭
dos‬ ‭
impérios‬ ‭
coloniais‬ ‭
(territórios‬
‭
controlados‬ ‭
pelos‬ ‭
seus‬ ‭
governadores‬ ‭
e‬ ‭
local‬ ‭
onde‬ ‭
iam‬ ‭
buscar‬ ‭
maior‬ ‭
parte‬ ‭
das‬
‭
matérias-primas),‬‭
autênticos‬‭
"impérios‬‭
de‬‭
comércio",‬‭
essenciais‬‭
à‬‭
vitalidade‬‭
económica‬‭
das‬
‭
nações europeias‬
‭
.‬
‭
Fases da luta: (ver powerpoint)‬
‭
Face‬ ‭
à‬ ‭
evidente‬ ‭
decadência‬ ‭
dos‬ ‭
Estados‬ ‭
ibéricos,‬ ‭
a‬ ‭
disputa‬ ‭
da‬ ‭
supremacia‬ ‭
no‬ ‭
grande‬
‭
comércio martimo‬‭
travou-se essencialmente entre a‬‭
Holanda, a Inglaterra e a França‬
‭
.‬
‭
Muito resumidamente, podemos distinguir, nesta luta, duas fases:‬
‭
●‬ ‭
a‬ ‭
primeira,‬ ‭
entre‬ ‭
1651‬ ‭
e‬ ‭
1689,‬ ‭
opôs‬ ‭
a‬ ‭
Holanda‬ ‭
e‬ ‭
a‬ ‭
Inglaterra‬
‭
.‬ ‭
Os‬ ‭
dois‬ ‭
países‬
‭
travaram‬‭
entre‬‭
si‬‭
três‬‭
encarniçadas‬‭
guerras‬
‭
,‬‭
no‬‭
termo‬‭
das‬‭
quais‬‭
a‬‭
Holanda‬‭
perdeu‬
‭
para‬ ‭
a‬ ‭
Inglaterra‬ ‭
as‬ ‭
suas‬ ‭
colónias‬ ‭
americanas‬ ‭
e‬ ‭
parte‬ ‭
das‬ ‭
suas‬ ‭
possessões‬ ‭
no‬
‭
Oriente‬
‭
.‬‭
Estas‬‭
guerras‬‭
marcam‬‭
o‬‭
fim‬‭
da‬‭
hegemonia‬‭
comercial‬‭
holandesa,‬‭
que‬‭
durava‬
‭
há mais de meio século;‬
‭
●‬ ‭
a‬ ‭
segunda,‬ ‭
que‬ ‭
decorreu‬ ‭
entre‬ ‭
1689‬ ‭
e‬ ‭
1763,‬ ‭
foi‬ ‭
marcada‬ ‭
pela‬ ‭
rivalidade‬
‭
anglo-francesa‬
‭
,‬‭
que‬‭
se‬‭
materializou‬‭
numa‬‭
longa‬‭
série‬‭
de‬‭
conflitos‬‭
por‬‭
questões‬‭
de‬
‭
território, mercados e abastecimentos de produtos coloniais.‬
‭
De quem foi a vitória?‬
‭
Este‬ ‭
período‬ ‭
de‬ ‭
tensão‬ ‭
culminou‬ ‭
na‬ ‭
Guerra‬ ‭
dos‬ ‭
Sete‬‭
Anos‬‭
(1756-1763)‬‭
que,‬‭
iniciada‬‭
na‬
‭
Europa, rapidamente se estendeu aos territórios .‬
‭
-‬ ‭
A‬ ‭
guerra‬ ‭
consagrou‬ ‭
a‬ ‭
vitória‬ ‭
inglesa‬
‭
,‬‭
reconhecida‬‭
no‬‭
Tratado‬‭
de‬‭
Paris‬
‭
.‬‭
Por‬‭
este‬
‭
tratado,‬‭
a‬‭
França‬‭
abandonou‬‭
as‬‭
suas‬‭
possessões‬‭
nas‬‭
Índias‬
‭
,‬‭
comprometendo-se‬‭
a‬‭
retirar‬‭
os‬
‭
efetivos‬ ‭
militares‬ ‭
das‬ ‭
cinco‬ ‭
feitorias‬‭
que‬‭
aí‬‭
conservou.‬‭
Na‬‭
América,‬‭
cedeu‬‭
à‬‭
Inglaterra‬‭
o‬
‭
Canadá,‬ ‭
o‬ ‭
vale‬ ‭
do‬ ‭
Oaio,‬ ‭
a‬ ‭
margem‬ ‭
esquerda‬ ‭
do‬ ‭
rio‬ ‭
Mississípi;‬‭
em‬‭
África,‬‭
as‬‭
feitorias‬‭
do‬
‭
Senegal.‬ ‭
Entregou,‬ ‭
ainda,‬ ‭
a‬ ‭
Luisiana‬ ‭
à‬ ‭
Espanha,‬ ‭
para‬ ‭
a‬ ‭
compensar‬ ‭
a‬ ‭
perda‬ ‭
da‬ ‭
Flórida,‬
‭
anexada pelos ingleses.‬
‭
Foi assim que, após mais de um século de conflitos, a Inglaterra se tornou a maior potência colonial e‬
‭
marítima da Europa e a sua hegemonia económica perdurará por todo o século XIX.‬
‭
Em resumo:‬
‭
Os‬‭
países de origem‬
‭
:‬
‭
1.‬ ‭
controlam a produção‬‭
e os‬‭
preços‬‭
dos produtos coloniais;‬
‭
2.‬ ‭
garantem‬ ‭
a‬ ‭
obtenção‬ ‭
de‬ ‭
matérias-primas‬ ‭
e‬ ‭
de‬ ‭
mercados‬ ‭
de‬ ‭
escoamento‬ ‭
das‬
‭
manufaturas‬‭
sem a interferência de países rivais;‬
‭
O‬‭
exclusivo colonial‬‭
leva à:‬
‭
1.‬ ‭
A‬ ‭
criação‬ ‭
de‬ ‭
um‬ ‭
império‬ ‭
colonial‬ ‭
e‬ ‭
comercial‬ ‭
que‬ ‭
passou‬ ‭
a‬ ‭
ser‬‭
a‬‭
prioridade‬‭
dos‬
‭
Estados Europeus‬
‭
;‬
‭
2.‬ ‭
O‬ ‭
capitalismo‬ ‭
comercial‬ ‭
levou‬ ‭
ao‬ ‭
agravamento‬ ‭
das‬ ‭
tensões‬ ‭
internacionais‬ ‭
com‬
‭
episódios de guerra e rivalidade entre:‬
‭
Sécs. XVII e XVIII - holandeses, franceses e ingleses‬
‭
- franceses e ingleses‬
‭
Hegemonia britânica‬
‭
A 2ª metado do século XVII foi, para a‬‭
Inglaterra‬
‭
,‬‭
um‬‭
período de intensa prosperidade‬
‭
:‬
‭
- agricultura, indústria, comércio e a banca rgistaram um desenvolvimento‬
‭
revolucionário;‬
‭
- vitórias militares.‬
‭
↓‬
‭
Impuseram a‬‭
hegemonia britânica‬‭
sobre o Velho Continente‬‭
e sobre o mundo colonial‬
‭
No que consiste a Revolução Agrícola?‬
‭
Designação‬‭
do‬‭
movimento‬‭
de‬‭
renovação‬‭
da‬‭
agricultura‬
‭
,‬‭
verificado‬‭
na‬‭
Inglaterra‬‭
do‬‭
século‬
‭
XVIII,‬ ‭
que‬ ‭
resulta‬ ‭
na‬ ‭
transformação‬ ‭
da‬ ‭
propriedade‬‭
rural‬‭
(‬
‭
enclosures‬
‭
),‬‭
na‬‭
introdução‬‭
de‬
‭
novas‬‭
espécies‬‭
vegetais‬‭
e‬‭
animais‬‭
(ou‬‭
seu‬‭
apuramento)‬‭
e‬‭
na‬‭
aplicação‬‭
de‬‭
novas‬‭
técnicas‬‭
e‬
‭
processos de produção‬
‭
.‬
‭
Condicionalismo e fatores da Revolução Agrícola:‬
‭
●‬ ‭
Triunfo‬ ‭
do‬ ‭
parlamentarismo‬ ‭
inglês‬
‭
:‬ ‭
contrariamente‬ ‭
ao‬ ‭
absolutismo,‬ ‭
o‬
‭
parlamentarismo‬ ‭
era‬ ‭
favorável‬ ‭
à‬ ‭
liberdade‬ ‭
económica‬ ‭
o‬ ‭
que‬ ‭
permitiu‬ ‭
o‬
‭
desenvolvimento da aristocracia rural e da burguesia‬
‭
.‬
‭
●‬ ‭
Investimento‬‭
na‬‭
agricultura‬‭
feito‬‭
pela‬‭
burguesia‬
‭
,‬‭
com‬‭
base‬‭
na‬‭
riqueza‬‭
acumulada‬
‭
através do comércio colonial.‬
‭
●‬ ‭
Melhoria das técnicas agrícolas‬
‭
:‬
‭
-‬ ‭
emparcelamento das terras‬
‭
;‬
‭
-‬ ‭
especialização de culturas‬
‭
;‬
‭
-‬ ‭
mecanização da agricultura‬
‭
;‬
‭
-‬ ‭
sistema‬ ‭
de‬ ‭
rotação‬ ‭
quadrienal‬ ‭
das‬ ‭
culturas‬
‭
-‬ ‭
para‬ ‭
resolver‬ ‭
o‬ ‭
problema‬ ‭
do‬
‭
esgotamento‬ ‭
do‬ ‭
solo‬ ‭
(causado‬ ‭
pela‬ ‭
cultivo‬ ‭
intensivo‬ ‭
de‬ ‭
cereais-‬ ‭
base‬ ‭
da‬
‭
alimentação),‬ ‭
ou‬ ‭
seja,‬ ‭
para‬ ‭
evitar‬ ‭
o‬ ‭
pousio‬ ‭
e‬ ‭
renovar‬ ‭
a‬ ‭
terra‬
‭
,‬ ‭
que‬ ‭
alternava‬ ‭
as‬
‭
colheitas‬‭
de‬‭
cereais‬‭
com‬‭
as‬‭
de‬‭
leguminosas,‬‭
como‬‭
o‬‭
nabo‬‭
(que‬‭
melhora‬‭
os‬‭
solos),‬‭
e‬
‭
as‬ ‭
de‬ ‭
plantas‬ ‭
forrageiras,‬ ‭
como‬ ‭
o‬ ‭
trevo.‬ ‭
Tal‬ ‭
prática‬ ‭
não‬ ‭
só‬ ‭
proporcionava‬ ‭
o‬
‭
aproveitamento‬ ‭
integral‬ ‭
da‬ ‭
terra‬ ‭
como‬ ‭
permitia‬ ‭
uma‬ ‭
articulação‬ ‭
perfeita‬ ‭
entre‬ ‭
a‬
‭
agricultura‬‭
e‬‭
a‬‭
criação‬‭
de‬‭
gado‬
‭
,‬‭
aspeto‬‭
deveras‬‭
relevante,‬‭
uma‬‭
vez‬‭
que,‬‭
à‬‭
falta‬‭
de‬
‭
adubos químicos, o estrume era, nesse tempo, o único fertilizante de uso corrente.‬
‭
-‬ ‭
Enclosures‬
‭
:‬‭
este‬‭
novo‬‭
sistema‬‭
era‬‭
incompatível‬‭
com‬‭
os‬‭
tradicionais‬‭
direitos‬‭
de‬‭
pasto‬
‭
comunitário‬ ‭
que‬ ‭
obrigavam‬ ‭
a‬ ‭
deixar‬ ‭
abertos‬ ‭
todos‬ ‭
os‬ ‭
campos‬ ‭
onde,‬ ‭
após‬ ‭
as‬
‭
colheitas,‬ ‭
os‬ ‭
gados‬ ‭
da‬ ‭
região‬ ‭
pastavam‬ ‭
livremente.‬ ‭
O‬ ‭
campo‬ ‭
aberto‬ ‭
(open‬ ‭
field)‬
‭
revelava-se,‬‭
pelo‬‭
contrário,‬‭
altamente‬‭
prejudicial‬‭
à‬‭
rentabilização‬‭
da‬‭
terra,‬‭
pelo‬‭
que‬
‭
os‬‭
grandes‬‭
proprietários‬‭
desencadearam‬‭
um‬‭
processo‬‭
de‬‭
vedações‬‭
(‬
‭
enclosures‬
‭
)‬‭
das‬
‭
suas‬ ‭
propriedades‬ ‭
às‬ ‭
quais‬ ‭
anexaram,‬ ‭
muitas‬ ‭
vezes,‬ ‭
baldios‬ ‭
e‬ ‭
outras‬ ‭
terras‬
‭
comunitárias.‬‭
As‬‭
enclosures:‬‭
criadas‬‭
de‬‭
forma‬‭
a‬‭
que‬‭
os‬‭
grandes‬‭
senhoras‬‭
das‬‭
terras‬
‭
aumentassem‬ ‭
a‬ ‭
dimensão‬‭
das‬‭
suas‬‭
e,‬‭
por‬‭
sua‬‭
vez,‬ ‭
aumentassem‬‭
a‬‭
produção‬‭
e‬‭
o‬
‭
lucro‬
‭
, logo permitiam um‬‭
melhor aproveitamento‬‭
e‬‭
rentabilização‬‭
da terra‬
‭
.‬
‭
-‬ ‭
seleção‬‭
de‬‭
sementes‬‭
e‬‭
de‬‭
gado‬
‭
:‬‭
as‬‭
vedações‬‭
constituíram‬‭
um‬‭
elemento‬‭
essencial‬‭
à‬
‭
modernização‬ ‭
da‬ ‭
agricultura‬ ‭
inglesa.‬ ‭
Nestes‬ ‭
campos‬ ‭
cercados‬ ‭
selecionaram-se‬ ‭
as‬
‭
sementes‬
‭
,‬‭
aperfeiçoaram-se as alfaias‬
‭
,‬‭
apuraram-se‬‭
as raças animais‬
‭
.‬
‭
●‬ ‭
Conquista‬ ‭
de‬ ‭
novas‬ ‭
áreas‬ ‭
cultiváveis‬ ‭
através‬ ‭
do‬ ‭
arroteamento‬ ‭
de‬ ‭
florestas‬
‭
,‬ ‭
da‬
‭
drenagem‬ ‭
de‬ ‭
pântanos‬ ‭
e‬ ‭
da‬ ‭
anexação‬ ‭
de‬ ‭
baldios‬ ‭
contíguos‬ ‭
às‬ ‭
propriedades‬ ‭
da‬
‭
nobreza.‬
‭
●‬ ‭
Expansão de novas culturas:‬‭
batata, beterraba e milho‬‭
maís.‬
‭
Quais as condições favoráveis ao dinamismo económico da Inglaterra?‬
‭
Para‬ ‭
o‬ ‭
sucesso‬ ‭
económico‬ ‭
inglês‬ ‭
contribui‬ ‭
um‬ ‭
conjunto‬ ‭
vasto‬ ‭
de‬ ‭
fatores‬
‭
,‬ ‭
dos‬ ‭
quais‬ ‭
se‬
‭
salientam:‬
‭
➔‬ ‭
uma‬‭
agricultura‬‭
inovadora‬
‭
,‬‭
capaz‬‭
de‬‭
aumentar‬‭
significativamente‬‭
a‬‭
produtividade‬
‭
,‬
‭
criando riqueza e‬‭
libertando mão de obra‬‭
para outros‬‭
setores económicos;‬
‭
➔‬ ‭
um‬ ‭
acentuado‬ ‭
crescimento‬ ‭
demográfico‬
‭
,‬ ‭
que‬ ‭
não‬ ‭
só‬ ‭
ampliou‬ ‭
o‬ ‭
mercado‬
‭
consumidor,‬ ‭
estimulando‬ ‭
a‬ ‭
produção,‬ ‭
como‬ ‭
forneceu‬ ‭
os‬ ‭
trabalhadores‬
‭
indispensáveis ao desenvolvimento económico:‬
‭
-‬ ‭
Diminuição‬ ‭
da‬ ‭
mortalidade‬
‭
,‬ ‭
sobretudo‬ ‭
infantil,‬ ‭
devido‬ ‭
à‬ ‭
descoberta‬ ‭
da‬ ‭
vacina‬
‭
contra a varíola‬‭
e ao‬‭
maior cuidado com o parto‬‭
e‬‭
com a‬‭
educação das crianças‬
‭
.‬
‭
-‬‭
Melhoria‬‭
da‬‭
alimentação‬‭
devido‬‭
às‬‭
inovações‬‭
agrícolas‬‭
e‬‭
ao‬‭
clima‬‭
se‬‭
ter‬‭
tornado‬
‭
mais suave‬
‭
.‬
‭
-‬‭
Melhores‬‭
condições‬‭
de‬‭
habitação‬‭
–‬‭
o‬‭
tijolo‬‭
substituiu‬‭
a‬‭
madeira‬‭
na‬‭
construção‬‭
das‬
‭
casas.‬
‭
-‬‭
Melhoria do vestuário‬‭
–‬‭
roupa interior em algodão‬‭
em vez de lã.‬
‭
-‬‭
Maior cuidado com a higiene pessoal‬‭
– uso do sabão.‬
‭
-‬‭
Diminuição do número de guerras‬
‭
.‬
‭
O‬ ‭
aumento‬ ‭
da‬ ‭
população‬ ‭
inglesa‬ ‭
foi,‬ ‭
simultaneamente,‬ ‭
um‬ ‭
resultado‬ ‭
e‬ ‭
um‬ ‭
fator‬ ‭
de‬
‭
desenvolvimento‬ ‭
económico‬
‭
:‬ ‭
a‬ ‭
abundância‬ ‭
e‬ ‭
a‬ ‭
criação‬ ‭
de‬ ‭
postos‬ ‭
de‬ ‭
trabalho‬ ‭
fazem‬
‭
aumentar‬‭
a‬‭
taxa‬‭
de‬‭
nupcialidade‬‭
e‬‭
o‬‭
n.º‬‭
de‬‭
nascimentos,‬‭
enquanto‬‭
a‬‭
morte‬‭
regride;‬‭
por‬‭
sua‬
‭
vez,‬ ‭
o‬ ‭
crescimento‬ ‭
populacional‬ ‭
estimula‬ ‭
o‬ ‭
consumo‬ ‭
e‬ ‭
fornece‬ ‭
mão‬ ‭
de‬‭
obra‬‭
jovem‬‭
aos‬
‭
diversos setores de atividade.‬
‭
Enquanto‬‭
no‬‭
resto‬‭
da‬‭
Europa‬‭
a‬‭
urbanização‬‭
progride‬‭
lentamente‬
‭
,‬‭
na‬‭
Inglaterra‬‭
configura-se‬
‭
já a nova geografia humana que marca a era industrial.‬
‭
Centro‬ ‭
nevrálgico‬ ‭
de‬‭
toda‬‭
esta‬‭
vitalidade‬‭
económica,‬‭
Londres‬‭
torna-se‬‭
a‬‭
maior‬‭
cidade‬‭
da‬
‭
Europa.‬
‭
➔‬ ‭
um‬ ‭
mercado‬ ‭
interno‬ ‭
onde‬ ‭
os‬ ‭
produtos‬ ‭
circulavam‬‭
de‬‭
forma‬‭
rápida‬‭
e‬‭
barata‬
‭
.‬‭
Ao‬
‭
crescente‬ ‭
número‬ ‭
de‬ ‭
consumidores‬ ‭
juntava-se,‬ ‭
em‬ ‭
Inglaterra,‬ ‭
a‬ ‭
inexistência‬ ‭
de‬
‭
alfândegas‬‭
internas‬‭
que‬‭
encareceram‬‭
as‬‭
mercadorias‬‭
e‬‭
dificultasse‬‭
o‬‭
seu‬‭
transporte,‬
‭
como‬ ‭
era‬ ‭
normal‬ ‭
em‬ ‭
França‬ ‭
ou‬ ‭
na‬ ‭
Alemanha,‬ ‭
e‬ ‭
as‬ ‭
vias‬ ‭
de‬ ‭
circulação‬ ‭
eficientes‬
‭
(canais‬ ‭
e‬‭
estradas)‬‭
com‬‭
o‬‭
objetivo‬‭
de‬‭
diminuir‬‭
os‬‭
custos‬‭
de‬‭
circulação,‬‭
o‬‭
mercado‬
‭
inglês‬‭
tornou-se‬‭
um‬‭
verdadeiro‬‭
"‬
‭
mercado‬‭
nacional‬
‭
"‬‭
(onde‬‭
os‬‭
produtos‬‭
e‬‭
a‬‭
mão‬‭
de‬
‭
obra‬ ‭
podiam‬ ‭
circular‬ ‭
livremente),‬ ‭
propiciador‬ ‭
do‬ ‭
consumo,‬ ‭
da‬ ‭
importação‬ ‭
de‬
‭
matérias-primas e da exportação de produtos manutaturados;‬
‭
Nota:‬‭
o‬‭
desenvolvimento‬‭
das‬‭
vias‬‭
de‬‭
circulação‬‭
não‬‭
só‬‭
favoreceu‬‭
a‬‭
criação‬‭
de‬‭
um‬
‭
mercado‬ ‭
nacional‬
‭
,‬ ‭
como‬ ‭
proporcionou‬ ‭
a‬ ‭
necessária‬ ‭
ligação‬ ‭
entre‬ ‭
as‬ ‭
regiões‬ ‭
do‬
‭
interior‬‭
e‬‭
as‬‭
cidades‬‭
portuárias‬
‭
,‬‭
articulando‬‭
consumos‬‭
e‬‭
produções‬‭
internas‬‭
com‬‭
o‬
‭
extenso mercado colonial inglês.‬
‭
➔‬ ‭
um‬ ‭
mercado‬ ‭
externo‬ ‭
amplo‬
‭
,‬ ‭
no‬ ‭
qual‬ ‭
as‬ ‭
colónias‬ ‭
desempenhavam‬ ‭
um‬ ‭
papel‬ ‭
de‬
‭
vulto.‬ ‭
Exploradas‬ ‭
em‬ ‭
sistema‬ ‭
de‬ ‭
exclusivo‬ ‭
colonial,‬ ‭
as‬ ‭
áreas‬ ‭
coloniais‬ ‭
forneciam‬
‭
materias-primas a baixo preço e constituíam um extenso mercado de consumo;‬
‭
Mau‬ ‭
grado‬ ‭
as‬ ‭
medidas‬‭
protecionistas‬‭
dos‬‭
Estados‬‭
europeus,‬‭
os‬‭
produtos‬‭
ingleses‬
‭
impunham-se‬‭
no‬‭
continente‬
‭
,‬‭
quer‬‭
pela‬‭
sua‬‭
excelente‬‭
qualidade‬‭
quer‬‭
pelo‬‭
seu‬‭
baixo‬
‭
preço‬
‭
.‬‭
Mesmo‬‭
a‬‭
França‬‭
não‬‭
conseguia‬‭
resistir-lhes:‬‭
quando,‬‭
em‬‭
1786,‬‭
os‬‭
dois‬‭
países‬
‭
acordam‬‭
a‬‭
redução‬‭
mútua‬‭
de‬‭
tarifas‬‭
alfandegárias‬‭
(Tratado‬‭
de‬‭
Eden),‬‭
uma‬‭
avalancha‬
‭
de‬‭
têxteis‬‭
e‬‭
ferragens‬‭
inglesas‬‭
invadiu‬‭
os‬‭
mercados‬‭
franceses,‬‭
provocando‬‭
protestos‬
‭
veementes por parte dos fabricantes deste país.‬
‭
Era, porém, dos longínquos mercados transoceânicos que os Ingleses retiravam os‬
‭
seus‬‭
maiores dividendos‬
‭
:‬
‭
-‬ ‭
Importância‬ ‭
do‬ ‭
comércio‬ ‭
triangular‬ ‭
(Américas)‬
‭
:‬ ‭
mais‬ ‭
de‬ ‭
metade‬ ‭
da‬ ‭
frota‬
‭
britânica‬‭
singrava‬‭
em‬‭
direção‬‭
às‬‭
Américas,‬‭
quer‬‭
diretamente‬‭
quer‬‭
passando‬
‭
pela‬ ‭
periferia‬ ‭
africana,‬ ‭
inscrevendo-se‬ ‭
nas‬ ‭
rotas‬ ‭
do‬ ‭
comércio‬ ‭
triangular.‬ ‭
O‬
‭
triângulo‬‭
comercial‬‭
que‬‭
ligava‬‭
os‬‭
três‬‭
continentes‬‭
fazia-se,‬‭
no‬‭
caso‬‭
inglês,‬‭
a‬
‭
partir‬‭
dos‬‭
portos‬‭
de‬‭
Liverpool,‬‭
Londres,‬‭
Bristol,‬‭
Glasgow‬‭
ou‬‭
Hull,‬‭
de‬‭
onde‬‭
os‬
‭
navios‬ ‭
largavam‬ ‭
carregados‬ ‭
de‬ ‭
armas‬ ‭
de‬ ‭
fogo‬
‭
,‬ ‭
rum‬
‭
,‬ ‭
tecidos‬ ‭
grosseiros‬ ‭
e‬
‭
quilharias‬
‭
,‬ ‭
em‬ ‭
direção‬ ‭
à‬ ‭
costa‬ ‭
de‬ ‭
África‬
‭
.‬ ‭
Aí,‬ ‭
abasteciam-se‬ ‭
de‬ ‭
escravos‬
‭
,‬
‭
destinados‬ ‭
às‬ ‭
plantações‬ ‭
e‬ ‭
minas‬ ‭
americanas‬
‭
.‬ ‭
Na‬ ‭
América,‬ ‭
adquiriam‬ ‭
as‬
‭
produções‬ ‭
tropicais‬ ‭
(açúcar,‬ ‭
café,‬ ‭
algodão,‬ ‭
tabaco,‬ ‭
etc.),‬ ‭
que‬ ‭
revendiam‬
‭
depois na Europa.‬
‭
-‬ ‭
Importância‬ ‭
da‬ ‭
Companhia‬ ‭
das‬ ‭
Índias‬ ‭
Orientais:‬ ‭
no‬ ‭
Oriente,‬ ‭
quer‬ ‭
as‬
‭
responsabilidades‬ ‭
da‬ ‭
conquista‬ ‭
quer‬ ‭
os‬ ‭
direitos‬ ‭
de‬ ‭
comércio‬ ‭
foram‬
‭
transferidos‬‭
para‬‭
a‬‭
Companhia‬‭
das‬‭
Índias‬‭
Orientais,‬‭
que‬‭
se‬‭
mostrou‬‭
à‬‭
altura‬
‭
da‬ ‭
sua‬ ‭
missão.‬ ‭
Tendo-se‬ ‭
apropriado‬ ‭
de‬ ‭
rotas‬ ‭
e‬ ‭
tráficos‬ ‭
e‬‭
estabelecido‬‭
um‬
‭
domínio territorial consistente, a Companhia:‬
‭
-‬‭
controlava‬‭
o‬‭
comércio‬‭
das‬‭
sedas,‬‭
as‬‭
especiarias,‬‭
os‬‭
corantes,‬‭
o‬‭
chá,‬
‭
as‬ ‭
porcelanas‬ ‭
e‬ ‭
os‬‭
panos‬‭
de‬‭
algodão‬‭
indianos,‬‭
muito‬‭
apreciados‬‭
na‬
‭
Europa pela sua finura e qualidade.‬
‭
-o‬ ‭
domínio‬ ‭
territorial‬ ‭
britânico‬ ‭
permitiu‬ ‭
também‬ ‭
o‬ ‭
controlo‬ ‭
das‬
‭
produções‬‭
agrícolas‬‭
(açúcar,‬‭
pimenta,‬‭
açafrão,‬‭
índigo,‬‭
seda,‬‭
algodão)‬
‭
que‬ ‭
os‬ ‭
britânicos‬ ‭
exploraram‬ ‭
consoante‬ ‭
as‬ ‭
suas‬ ‭
necessidades,‬
‭
impondo produções e taxas aos agricultores asiáticos.‬
‭
-para‬ ‭
além‬ ‭
do‬ ‭
lucrativo‬ ‭
comércio‬ ‭
Ásia-Europa,‬ ‭
os‬ ‭
ingleses‬
‭
imiscuíram-se‬ ‭
nos‬ ‭
circuitos‬ ‭
de‬ ‭
troca‬ ‭
locais‬
‭
,‬ ‭
o“‬
‭
country‬ ‭
trade‬
‭
”.‬
‭
Controlava‬ ‭
o‬ ‭
espaço‬ ‭
comercial‬ ‭
no‬ ‭
porto‬ ‭
de‬ ‭
Cantão,‬‭
na‬‭
China,‬‭
com‬
‭
seda,‬ ‭
porcelanas‬ ‭
e‬ ‭
chá‬ ‭
que‬ ‭
pagavam‬ ‭
com‬ ‭
tecidos‬ ‭
e‬ ‭
ópio‬ ‭
indianos,‬
‭
ouro e prata da metrópole.‬
‭
Companhia‬‭
das‬‭
Índias‬‭
Orientais:‬‭
Nome‬‭
comum‬‭
a‬‭
várias‬‭
organizações‬‭
comerciais‬‭
(holandesa,‬‭
inglesa,‬
‭
francesa)‬‭
que‬‭
entre‬‭
si‬‭
disputaram‬‭
a‬‭
exploração‬‭
comercial‬‭
do‬‭
Oriente‬‭
a‬‭
partir‬‭
de‬‭
inícios‬‭
do‬‭
século‬
‭
XVII. A mais importante foi a Companhia das Índias Orientais holandesa.‬
‭
➔‬ ‭
um‬‭
sistema‬‭
financeiro‬‭
avançado‬
‭
,‬‭
a‬‭
superioridade‬‭
inglesa‬‭
assentava,‬‭
também,‬‭
num‬
‭
sistema‬ ‭
financeiro‬ ‭
avançado‬ ‭
facilitador‬ ‭
do‬ ‭
desenvolvimento‬ ‭
económico‬
‭
,‬ ‭
capaz‬ ‭
de‬
‭
apoiar os vários setores de atividade.‬
‭
-‬‭
Em‬‭
Londres‬‭
funcionava‬‭
a‬‭
mais‬‭
importante‬‭
bolsa‬‭
de‬‭
valores/de‬‭
comércio‬‭
da‬
‭
Europa,‬ ‭
onde‬ ‭
se‬ ‭
centralizavam‬ ‭
os‬ ‭
grandes‬ ‭
negócios‬ ‭
da‬ ‭
cidade,‬ ‭
criada‬ ‭
como‬
‭
instituição‬‭
privada‬
‭
,‬‭
depressa‬‭
foi‬‭
reconhecida‬‭
pelo‬‭
Estado‬‭
que‬‭
lhe‬‭
conferiu‬‭
a‬‭
condição‬
‭
de‬‭
Royal Exchange‬
‭
.‬
‭
Nela‬ ‭
se‬ ‭
contratava‬ ‭
a‬ ‭
dívida‬ ‭
pública‬ ‭
(pág.81)‬ ‭
e‬ ‭
se‬ ‭
cotaram‬ ‭
as‬‭
primeiras‬‭
ações‬‭
da‬
‭
Companhia‬ ‭
das‬ ‭
Índias‬‭
Orientais‬
‭
.‬‭
Assim‬‭
nasceu‬‭
a‬‭
bolsa‬‭
de‬‭
valores‬‭
londrina‬
‭
,‬‭
ainda‬
‭
hoje‬‭
uma‬‭
das‬‭
mais‬‭
importantes‬‭
do‬‭
mundo.‬‭
A‬‭
prosperidade‬‭
da‬‭
Companhia‬‭
das‬‭
Índias‬
‭
desenvolveu‬ ‭
de‬ ‭
tal‬ ‭
forma‬ ‭
o‬ ‭
mercado‬ ‭
acionista‬ ‭
que,‬ ‭
em‬ ‭
1691,‬ ‭
apareceram‬ ‭
os‬
‭
primeiros‬ ‭
títulos‬ ‭
de‬ ‭
empresas‬ ‭
industriais‬ ‭
aos‬ ‭
quais‬ ‭
se‬‭
juntaram,‬‭
pouco‬‭
depois,‬‭
as‬
‭
ações do Banco de Inglaterra.‬
‭
↓‬
‭
A‬ ‭
atividade‬ ‭
bolsista‬ ‭
foi‬ ‭
um‬ ‭
importante‬ ‭
fator‬ ‭
de‬‭
prosperidade‬‭
económica‬
‭
,‬‭
já‬‭
que‬
‭
permitiu‬ ‭
canalizar‬ ‭
as‬ ‭
poupanças‬ ‭
particulares‬ ‭
para‬ ‭
o‬ ‭
financiamento‬ ‭
de‬ ‭
empresas‬
‭
,‬
‭
alargando‬‭
assim‬‭
o‬‭
mercado‬‭
de‬‭
capitais.‬‭
Adquirir‬‭
títulos‬‭
do‬‭
Estado‬‭
ou‬‭
ações‬‭
de‬‭
uma‬
‭
companhia‬ ‭
passou‬ ‭
a‬ ‭
ser‬ ‭
uma‬ ‭
forma‬ ‭
de‬ ‭
aplicação‬ ‭
do‬ ‭
dinheiro‬ ‭
que,‬ ‭
gerando‬
‭
perspetivas de bons lucros, atrai, até hoje, numerosos investidores.‬
‭
-‬ ‭
A‬ ‭
operacionalidade‬ ‭
do‬ ‭
sistema‬ ‭
financeiro‬ ‭
foi‬ ‭
reforçada‬ ‭
em‬ ‭
1694,‬ ‭
com‬ ‭
a‬
‭
criação‬‭
do‬‭
Banco‬‭
de‬‭
Inglaterra‬
‭
.‬‭
Este‬‭
estava‬‭
especialmente‬‭
vocacionado‬‭
para‬‭
realizar‬
‭
todas‬ ‭
as‬ ‭
operações‬ ‭
necessárias‬ ‭
ao‬ ‭
Grande‬ ‭
Comércio‬
‭
:‬ ‭
aceitação‬ ‭
de‬ ‭
depósitos,‬
‭
transferências‬ ‭
de‬ ‭
conta‬ ‭
a‬ ‭
conta,‬ ‭
desconto‬ ‭
de‬ ‭
letras‬ ‭
e‬ ‭
também‬ ‭
financia-mentos,‬
‭
sempre que era necessário, por exemplo, equipar os navios do comércio colonial.‬
‭
O‬ ‭
banco‬ ‭
também‬ ‭
tinha‬ ‭
ainda‬ ‭
a‬‭
capacidade‬‭
de‬‭
emitir‬‭
notas‬
‭
,‬‭
que‬‭
circulavam‬‭
como‬
‭
uma‬ ‭
verdadeira‬ ‭
moeda.‬ ‭
Embora‬ ‭
este‬ ‭
primeiro‬ ‭
papel-moeda‬ ‭
pudesse‬ ‭
ser,‬ ‭
em‬
‭
qualquer‬‭
momento,‬‭
convertido‬‭
em‬‭
ouro,‬‭
o‬‭
valor‬‭
das‬‭
notas‬‭
em‬‭
circulação‬‭
ultrapassou‬
‭
largamente‬ ‭
as‬ ‭
reservas‬ ‭
metálicas‬ ‭
do‬ ‭
banco‬
‭
,‬ ‭
fornecendo‬ ‭
assim‬ ‭
os‬ ‭
meios‬ ‭
de‬
‭
pagamento necessários ao incremento dos pequenos negócios.‬
‭
A‬‭
atividade‬‭
do‬‭
Banco‬‭
de‬‭
Inglaterra‬‭
deu‬‭
origem‬‭
a‬‭
pequenas‬‭
instituições‬‭
-‬‭
os‬‭
country‬
‭
banks‬‭
- (realizavam, em escala mais reduzida, o mesmo‬‭
tipo de operações).‬
‭
Servindo de base à prosperidade do comércio e à gestão capitalista do setor agrícola, esta estrutura‬
‭
financeira constituiu também o ponto de apoio da maior de todas as mudanças económicas: a‬
‭
Revolução Industrial.‬
‭
➔‬ ‭
um‬‭
setor manufatureiro em mutação profunda‬
‭
. No último‬‭
quartel do século XVIll,‬
‭
uma vaga de inovações técnicas revolucionou o têxtil e a metalurgia ingleses,‬
‭
inaugurando a maquinotatura, isto é, a era industrial.‬
‭
Quais as consequências da Revolução Agrícola Inglesa?‬
‭
●‬ ‭
O‬ ‭
aumento‬ ‭
da‬ ‭
produção‬ ‭
de‬ ‭
cereais,‬ ‭
leite‬ ‭
e‬ ‭
carne‬ ‭
provocou‬ ‭
a‬ ‭
melhoria‬ ‭
da‬
‭
alimentação‬‭
e o‬‭
aumento da população‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
Criação de condições para o arranque da revolução industrial‬
‭
:‬
‭
-‬ ‭
Abundância de lã‬‭
devido ao desenvolvimento da criação‬‭
de gado;‬
‭
-‬ ‭
Libertação de mão de obra‬‭
devido às‬‭
enclosures‬‭
e à‬‭
mecanização‬
‭
;‬
‭
-‬ ‭
Acumulação de capitais‬‭
devido aos‬‭
lucros da exploração‬‭
da terra‬
‭
.‬
‭
●‬ ‭
O‬‭
êxodo‬‭
rural‬‭
contribui‬‭
para‬‭
o‬‭
crescimento‬‭
das‬‭
cidades‬
‭
,‬‭
saída‬‭
da‬‭
população‬‭
da‬‭
zona‬
‭
rural‬‭
para‬‭
a‬‭
zona‬‭
urbana,‬‭
ou‬‭
seja,‬‭
do‬‭
campo‬‭
para‬‭
a‬‭
cidade.‬‭
Migração‬‭
para‬‭
os‬‭
centros‬
‭
urbanos que absorveram a mão de obra excedentária dos campos;‬
‭
●‬ ‭
A‬‭
emigração‬‭
da Europa para a América aumenta;‬
‭
●‬ ‭
Uma‬ ‭
população‬ ‭
mais‬ ‭
numerosa‬ ‭
constitui‬ ‭
um‬ ‭
maior‬ ‭
mercado‬ ‭
de‬ ‭
consumidores‬
‭
,‬
‭
aumentando a procura‬
‭
; o‬‭
aumento da procura estimula‬‭
o aumento da produção‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
O‬‭
comércio cresce‬‭
e as‬‭
produções agrícola e manufatureira‬‭
desenvolvem-se‬
‭
.‬
‭
Arranque industrial‬
‭
No que consiste a Revolução Industrial?‬
‭
Tranformações‬ ‭
técnicas‬ ‭
e‬ ‭
económicas‬ ‭
(referidas‬ ‭
posteriormente)‬ ‭
que‬ ‭
se‬ ‭
iniciaram‬ ‭
na‬
‭
Inglaterra‬‭
na‬‭
2.ª‬‭
metade‬‭
do‬‭
século‬‭
XVIII‬‭
e‬‭
se‬‭
alargaram‬‭
a‬‭
quase‬‭
todos‬‭
os‬‭
países‬‭
da‬‭
Europa‬‭
e‬
‭
da América do Norte‬‭
no decorrer do século XIX.‬
‭
-‬ ‭
Considera-se‬‭
que‬‭
foi‬‭
a‬‭
invenção‬‭
da‬‭
máquina‬‭
a‬‭
vapor‬‭
e‬‭
a‬‭
sua‬‭
aplicação‬‭
à‬‭
indústria‬‭
e‬
‭
aos‬ ‭
transportes‬ ‭
que‬ ‭
provocou‬ ‭
a‬ ‭
rápida‬ ‭
mudança‬ ‭
nos‬ ‭
modos‬ ‭
de‬ ‭
produção-‬ ‭
da‬
‭
manufatura passou-se à maquinaria‬
‭
.‬
‭
Quais os fatores da prioridade inglesa no arranque da Revolução Industrial?‬
‭
●‬ ‭
Desenvolvimento‬ ‭
da‬ ‭
grande‬ ‭
manufatura‬ ‭
a‬ ‭
qual‬ ‭
tinha‬ ‭
semelhanças‬ ‭
com‬ ‭
o‬ ‭
processo‬ ‭
industrial‬
‭
devido às‬‭
invenções técnicas‬‭
(máquina a vapor, teor‬‭
mecânico);‬
‭
●‬ ‭
Existência de uma‬‭
burguesia ativa e empreendedora‬‭
favorecida pelo parlamentarismo inglês;‬
‭
●‬ ‭
A‬ ‭
acumulação‬ ‭
de‬ ‭
capital‬
‭
-‬ ‭
proveniente‬ ‭
dos‬ ‭
lucros‬ ‭
da‬ ‭
agricultura‬ ‭
e‬ ‭
do‬ ‭
comércio‬ ‭
internacional‬
‭
-‬
‭
permitiu fazer investimentos nas minas, nas fábricas e na construção de vias de comunicação;‬
‭
●‬ ‭
Numerosa‬‭
mão‬‭
de‬‭
obra‬
‭
-‬‭
o‬‭
aumento‬‭
da‬‭
população‬‭
e‬‭
o‬‭
êxodo‬‭
rural‬‭
deram‬‭
à‬‭
indústria‬‭
uma‬‭
mão‬‭
de‬
‭
obra barata e abundante‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
Vasto‬ ‭
mercado‬ ‭
consumidor‬ ‭
estimulou‬ ‭
a‬‭
produção‬‭
industrial‬
‭
-‬‭
existência‬‭
de‬‭
um‬‭
grande‬‭
comércio‬
‭
interno‬ ‭
devido‬ ‭
ao‬ ‭
aumento‬ ‭
da‬ ‭
população‬‭
e‬‭
à‬‭
subida‬‭
de‬‭
salários;‬‭
existência‬‭
de‬‭
um‬‭
rico‬‭
mercado‬
‭
externo‬‭
devido ao domínio inglês de um extenso império‬‭
colonial;‬
‭
●‬ ‭
Abundância‬ ‭
de‬ ‭
matérias-primas‬
‭
-‬ ‭
na‬ ‭
Inglaterra‬ ‭
(ferro,‬ ‭
hulha-carvão‬ ‭
mineral‬ ‭
e‬ ‭
lã);‬ ‭
nas‬ ‭
colónias‬
‭
(algodão e madeira);‬
‭
●‬ ‭
Rapidez‬ ‭
no‬ ‭
transporte‬ ‭
de‬ ‭
matérias-primas‬ ‭
para‬ ‭
as‬ ‭
fábricas‬ ‭
e‬ ‭
no‬ ‭
escoamento‬ ‭
dos‬ ‭
produtos‬
‭
industriais‬
‭
- rios navegáveis, canais, estradas, portos‬‭
acessíveis ao longo da costa.‬
‭
Quais as inovações técnicas que ocorreram e que foram aplicadas à produção?‬
‭
A indústria têxtil‬
‭
Até 1830 a indústria têxtil algodoeira desenvolveu-se, derivado a:‬
‭
●‬ ‭
ser um‬‭
setor em desenvolvimento‬‭
antes da Revolução‬‭
Industrial;‬
‭
●‬ ‭
Necessitar de‬‭
pouco investimento‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
Exigir‬‭
reduzida competência técnica‬
‭
.‬
‭
Foi‬ ‭
o‬‭
aumento‬‭
da‬‭
procura‬
‭
,‬‭
interna‬‭
e‬‭
externa,‬‭
bem‬‭
como‬‭
a‬‭
abundância‬‭
de‬‭
matéria-prima‬
‭
,‬
‭
proporcionada pelas colónias, que impulsionaram os‬‭
progressos no setor algodoeiro‬
‭
:‬
‭
-‬ ‭
Invenção‬‭
da‬‭
lançadeira‬‭
volante‬‭
por‬‭
John‬‭
Kay:‬‭
um‬‭
mecanismo‬‭
simples‬‭
que‬‭
permitia‬
‭
aumentar‬ ‭
a‬ ‭
largura‬ ‭
dos‬ ‭
tecidos‬ ‭
e‬ ‭
multiplicava‬ ‭
por‬‭
10‬‭
a‬‭
produtividade‬‭
do‬‭
tecelão.‬
‭
Uma‬‭
vez‬‭
difundida,‬‭
não‬‭
tardou‬‭
que‬‭
escasseasse‬‭
o‬‭
fio,‬‭
já‬‭
que‬‭
os‬‭
processos‬‭
de‬‭
fiação‬
‭
se mantinham os mesmos, deixando os teares amiúde parados.‬
‭
-‬ ‭
Uma‬‭
nova‬‭
máquina‬‭
de‬‭
fiar,‬‭
a‬‭
Jenny‬
‭
,‬‭
veio‬‭
solucionar‬‭
o‬‭
problema‬‭
(inventada‬‭
por‬‭
James‬
‭
Hargreaves‬ ‭
em‬ ‭
1765):‬ ‭
permitia‬ ‭
a‬ ‭
uma‬ ‭
só‬ ‭
fiandeira‬ ‭
trabalhar‬ ‭
sete‬ ‭
ou‬ ‭
oito‬ ‭
fios‬ ‭
ao‬
‭
mesmo‬‭
tempo.‬‭
Mais‬‭
tarde,‬‭
este‬‭
número‬‭
elevou-se‬‭
para‬‭
80‬‭
fios,‬‭
que‬‭
provocou‬‭
um‬
‭
novo desequilíbrio entre as duas fases produtivas, desta vez de sentido inverso.‬
‭
A‬ ‭
dinâmica‬ ‭
assim‬ ‭
adquirida‬ ‭
repercutiu-se‬ ‭
em‬ ‭
novos‬ ‭
melhoramentos‬
‭
,‬ ‭
quer‬‭
na‬‭
tecelagem‬
‭
(‬
‭
teares‬‭
mecânicos‬
‭
),‬‭
quer‬‭
na‬‭
fiação‬‭
e‬‭
na‬‭
estampagem‬
‭
,‬‭
originando‬‭
um‬‭
inédito‬‭
aumento‬‭
de‬
‭
produtividade‬ ‭
e‬ ‭
de‬ ‭
produção‬
‭
:‬ ‭
em‬ ‭
1780,‬ ‭
a‬ ‭
indústria‬ ‭
algodoeira‬ ‭
britânica‬ ‭
transformava‬ ‭
5‬
‭
milhões de libras de algodão bruto;‬
‭
"Se houve um take off (arranque industrial) a seguir a 1787, o algodão foi efetivamente o responsável"‬
‭
O que permitiram estas máquinas?‬
‭
A‬ ‭
simplicidade‬ ‭
das‬ ‭
primeiras‬ ‭
máquinas‬ ‭
têxteis‬ ‭
e‬ ‭
o‬ ‭
seu‬ ‭
reduzido‬ ‭
custo‬ ‭
permitiram‬ ‭
o‬
‭
estabelecimento‬‭
inicial‬‭
de‬‭
pequenas‬‭
empresas‬
‭
,‬‭
de‬‭
capital‬‭
muito‬‭
modesto.‬‭
Tendo‬‭
em‬‭
conta‬
‭
os‬ ‭
lucros‬ ‭
elevados‬ ‭
(mais‬ ‭
de‬ ‭
20%),‬ ‭
as‬ ‭
primeiras‬ ‭
unidades‬ ‭
industriais‬ ‭
puderam‬ ‭
crescer‬
‭
rapidamente, transformando os artesãos mais expeditos em industriais bem-sucedidos.‬
‭
Aplicados igualmente à indústria da lã, os progressos técnicos fizeram arrancar a mecanização de todo o‬
‭
setor têxtil.‬
‭
Metalurgia‬
‭
Após 1830/40 a indústria metalúrgica desenvolveu-se, devido a:‬
‭
●‬ ‭
necessidade de‬‭
meios de transporte‬‭
(comboios e navios);‬
‭
●‬ ‭
necesssidade de meios de comunicação (pontes e carris);‬
‭
●‬ ‭
necessidade de‬‭
maquinaria diversa‬
‭
.‬
‭
Qual foi a importância da metalurgia?Exemplos‬
‭
O‬ ‭
desenvolvimento‬ ‭
do‬ ‭
setor‬ ‭
têxtil‬ ‭
foi‬ ‭
acompanhado,‬ ‭
de‬ ‭
perto,‬ ‭
pelo‬ ‭
da‬ ‭
metalurgia‬ ‭
que,‬
‭
fornecedora‬‭
de‬‭
máquinas‬‭
e‬‭
outros‬‭
equipamentos‬
‭
,‬‭
se‬‭
tornava‬‭
indispensável‬‭
aos‬‭
progressos‬
‭
da industrialização‬
‭
.‬
‭
-‬ ‭
No século XVIII, Abraham Darby, ferreiro de Birmingham, deu o primeiro passo para‬
‭
resolver‬‭
o‬‭
problema‬‭
do‬‭
combustível‬‭
necessário‬‭
a‬‭
este‬‭
setor‬
‭
,‬‭
utilizando,‬‭
na‬‭
fusão‬‭
do‬
‭
ferro,‬‭
o‬‭
coque‬‭
em‬‭
vez‬‭
de‬‭
carvão‬‭
vegetal.‬‭
Obtido‬‭
a‬‭
partir‬‭
da‬‭
hulha,‬‭
muito‬‭
abundante‬
‭
no‬‭
subsolo‬‭
inglês,‬‭
o‬‭
uso‬‭
do‬‭
coque‬‭
não‬‭
exigia‬
‭
,‬‭
como‬‭
o‬‭
carvão‬‭
de‬‭
madeira,‬‭
o‬‭
abate‬
‭
maciço de árvores‬
‭
, que‬‭
colocava grandes entraves à‬‭
expansão da indústria‬
‭
;‬
‭
-‬ ‭
A‬ ‭
maior‬ ‭
capacidade‬ ‭
calorífica‬ ‭
do‬ ‭
coque‬
‭
,‬ ‭
a‬ ‭
aplicação‬ ‭
de‬ ‭
foles‬ ‭
para‬ ‭
ventilação‬ ‭
dos‬
‭
altos-fornos‬ ‭
e‬ ‭
outros‬ ‭
melhoramentos‬ ‭
introduzidos‬ ‭
nas‬ ‭
fundições‬ ‭
permitiram‬
‭
melhorar a qualidade e aumentar a produção‬‭
(Doc. 20).‬
‭
-‬ ‭
Em‬‭
breve,‬‭
o‬‭
ferro‬
‭
,‬‭
agora‬‭
mais‬‭
barato‬‭
e‬‭
mais‬‭
resistente‬
‭
,‬‭
começou‬‭
a‬‭
substituir,‬‭
com‬
‭
vantagem,‬ ‭
outros‬ ‭
materiais.‬ ‭
Neste‬ ‭
mesmo‬ ‭
século‬ ‭
quando‬ ‭
foi‬ ‭
inaugurada,‬ ‭
em‬
‭
Inglaterra, a‬‭
primeira construção metálica‬
‭
: a ponte‬‭
de Coalbrookdale.‬
‭
No século XIX, o crescimento deste setor intensificou-se. A partir da década de 1830, a metalurgia,‬
‭
ultrapassando o têxtil, tornou-se no principal setor industrial.‬
‭
A força do vapor‬
‭
Em‬‭
todo‬‭
este‬‭
processo‬‭
de‬‭
modernização‬‭
coube‬‭
ao‬‭
engenheiro‬‭
escocês‬‭
James‬‭
Watt‬‭
um‬‭
papel‬
‭
central- invenção da‬‭
máquina a vapor‬‭
em 1769.‬
‭
Objetivos:‬‭
com‬‭
o‬‭
objetivo‬‭
de‬‭
aproveitar‬‭
a‬‭
força‬‭
expansiva‬‭
do‬‭
vapor-‬‭
inicialmente‬‭
utilizada‬
‭
para‬‭
bombear‬‭
a‬‭
água‬‭
das‬‭
minas‬‭
e‬‭
depois‬‭
foi‬‭
aplicada‬‭
à‬‭
indústria‬‭
têxtil‬‭
(tear‬‭
e‬‭
máquina‬‭
de‬
‭
fiar),‬‭
à‬‭
metalurgia‬‭
(martelo-pião)‬‭
a‬‭
aos‬‭
transportes‬‭
(locomotiva‬‭
e‬‭
navios).‬‭
Foi‬‭
o‬‭
1.º‬‭
motor‬
‭
artificial da História‬
‭
.‬
‭
Através↓dela‬
‭
-Foi‬‭
possível‬‭
mover‬‭
teares,‬‭
martelos,‬‭
locomotivas,‬‭
enfim,‬‭
todo‬‭
o‬‭
tipo‬‭
de‬‭
maquinismos‬‭
que,‬
‭
anteriormente, dependiam do trabalho humano ou das forças da Natureza.‬
‭
Um século depois da invenção de Watt, as máquinas a vapor efetuavam, na Grã-Bretanha, um volume de‬
‭
trabalho que teria exigido, anteriormente, cerca de 40 milhões de homens!‬
‭
A manufatura cedera lugar à maquinofatura, cerne da Revolução Industrial.‬
‭
Importante:‬ ‭
Em‬ ‭
1763,‬ ‭
James‬‭
Watt,‬‭
que‬‭
se‬‭
estabelecera‬‭
em‬‭
Glasgow‬‭
com‬‭
uma‬‭
oficina‬‭
de‬
‭
instrumentos‬‭
de‬‭
precisão,‬‭
foi‬‭
chamado‬‭
a‬‭
reparar‬‭
uma‬‭
máquina‬‭
de‬‭
Newcomen‬
‭
,‬‭
engenho‬‭
a‬
‭
vapor‬ ‭
correntemente‬ ‭
utilizado‬‭
para‬‭
bombear‬‭
a‬‭
água‬‭
das‬‭
minas‬
‭
.‬‭
Foi‬‭
então‬‭
que‬‭
impôs‬‭
a‬‭
si‬
‭
próprio‬‭
o‬‭
desafio‬‭
de‬‭
conceber‬‭
uma‬‭
"‬
‭
bomba‬‭
de‬‭
fogo‬
‭
"‬‭
mais‬‭
eficiente‬‭
e‬‭
versátil.‬‭
Pouco‬‭
depois,‬
‭
registava a primeira patente, dedicando os anos seguintes a aperfeiçoar o seu maquinismo.‬
‭
Quais as consequências desta revolução?‬
‭
Grandes‬‭
vagas‬‭
de‬‭
camponeses‬‭
migraram‬‭
para‬‭
as‬‭
cidades‬
‭
,‬‭
que‬‭
cresceram‬‭
negras‬‭
do‬‭
fumo‬‭
das‬
‭
fábricas‬ ‭
e‬ ‭
se‬ ‭
espaiaram‬ ‭
em‬ ‭
bairros‬ ‭
pobres,‬ ‭
de‬ ‭
habitação‬ ‭
operária;‬ ‭
uma‬ ‭
nova‬ ‭
classe,‬ ‭
a‬
‭
burguesia‬‭
industrial‬
‭
,‬‭
elevou-se‬‭
ao‬‭
topo‬‭
da‬‭
sociedade‬‭
e‬‭
do‬‭
poder‬‭
político,‬‭
impondo‬‭
os‬‭
seus‬
‭
valores,‬ ‭
a‬ ‭
sua‬ ‭
cultura‬‭
e‬‭
a‬‭
sua‬‭
forma‬‭
de‬‭
viver;‬‭
os‬‭
transportes‬‭
aceleraram-se‬‭
e‬‭
encurtaram‬
‭
distâncias‬
‭
, fazendo circular mercadorias, homens,‬‭
notícias, ideias e hábitos novos.‬
‭
Grã-Bretanha guiou a Europa em direção a uma época nova: a do capitalismo comercial.‬
‭
Portugal- dificuldades económicas e crescimento económico‬
‭
Fatores de crise comerial de finais do século XVII:‬
‭
No‬‭
século‬‭
XVII,‬‭
Portugal‬‭
vivia‬‭
sobretudo‬‭
da‬‭
reexportação‬‭
dos‬‭
produtos‬‭
coloniais‬
‭
,‬‭
tais‬‭
como‬
‭
o açúcar, o tabaco e as especiarias.‬
‭
●‬ ‭
Concorrência‬ ‭
das‬ ‭
novas‬ ‭
potências‬ ‭
coloniais‬ ‭
aos‬ ‭
produtos‬ ‭
brasileiros:‬ ‭
os‬
‭
Holandeses,‬‭
expulsos‬‭
do‬‭
Brasil,‬‭
transportaram‬‭
para‬‭
as‬‭
Pequenas‬‭
Antilhas‬‭
as‬‭
técnicas‬
‭
de‬‭
produção‬‭
de‬‭
açúcar‬‭
e‬‭
tabaco‬‭
que,‬‭
no‬‭
litoral‬‭
brasileiro,‬‭
tinham‬‭
aprendido.‬‭
Estes‬
‭
cultivos rapidamente se generalizaram também aos territórios franceses e ingleses.‬
‭
↓‬
‭
Deste‬ ‭
modo,‬ ‭
Holanda,‬ ‭
França‬ ‭
e‬ ‭
Inglaterra,‬ ‭
que‬ ‭
constituíam‬ ‭
os‬ ‭
nossos‬ ‭
principais‬
‭
mercados‬
‭
,‬ ‭
passam‬ ‭
a‬ ‭
consumir‬ ‭
as‬ ‭
suas‬ ‭
próprias‬ ‭
produções‬
‭
,‬ ‭
reduzindo‬
‭
acentuadamente as compras feitas em Lisboa‬
‭
.‬
‭
●‬ ‭
Estas‬‭
novas‬‭
zonas‬‭
produtoras,‬‭
a‬‭
política‬‭
protecionista‬‭
de‬‭
Colbert‬‭
e‬‭
a‬‭
concorrência‬
‭
sofrida‬‭
no‬‭
comércio‬‭
asiático‬‭
desencadearam‬‭
uma‬‭
crise‬‭
comercial‬‭
grave‬‭
que,‬‭
se‬‭
não‬
‭
foi‬‭
exclusivamente‬‭
portuguesa,‬‭
assumiu‬‭
aqui‬‭
maiores‬‭
proporções‬‭
que‬‭
nos‬‭
restantes‬
‭
países da Europa.‬
‭
●‬ ‭
Quando‬ ‭
a‬ ‭
crise‬ ‭
atingiu‬ ‭
o‬ ‭
seu‬ ‭
auge,‬ ‭
os‬‭
armazéns‬‭
da‬‭
nossa‬‭
capital‬‭
abarrotavam‬‭
de‬
‭
mercadorias‬‭
sem‬‭
compradores‬
‭
.‬‭
O‬‭
excesso‬‭
de‬‭
oferta‬‭
refletiu-se,‬‭
de‬‭
forma‬‭
dramática,‬
‭
nos‬ ‭
preços,‬ ‭
que‬ ‭
baixaram‬ ‭
sem‬ ‭
cessar‬ ‭
=‬ ‭
Baixa‬ ‭
de‬ ‭
preços‬ ‭
dos‬ ‭
produtos‬ ‭
coloniais‬
‭
provocada pelo‬‭
excesso de oferta‬‭
conjugada com a‬‭
diminuição‬‭
de procura‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
Pelos‬‭
efeitos‬‭
da‬‭
crise‬‭
1670-80‬
‭
,‬‭
resultante‬‭
da‬‭
redução‬‭
do‬‭
aluxo‬‭
da‬‭
parta‬‭
da‬‭
América‬
‭
espanhola,‬ ‭
com‬ ‭
a‬ ‭
qual‬ ‭
os‬ ‭
holandeses‬ ‭
comprovam‬ ‭
o‬ ‭
sal‬ ‭
-‬ ‭
decairam‬ ‭
também‬ ‭
as‬
‭
vendas de sal aos mercadores holandeses‬
‭
.‬
‭
●‬ ‭
Balança comercial desfavorável‬
‭
-as importações eram‬‭
superiores às exportações.‬
‭
Qual foi a possível solução?‬
‭
Esta‬ ‭
grave‬ ‭
crise‬ ‭
privou‬ ‭
Portugal‬ ‭
dos‬ ‭
meios‬ ‭
necessários‬ ‭
ao‬ ‭
pagamento‬ ‭
dos‬ ‭
produtos‬
‭
industriais‬ ‭
que‬ ‭
importava.‬ ‭
Produzir‬‭
internamente‬‭
o‬‭
que‬‭
até‬‭
aí‬‭
se‬‭
adquiria‬‭
ao‬‭
estrangeiro‬
‭
pareceu‬‭
aos‬‭
nossos‬‭
governantes‬‭
a‬‭
solução‬‭
mais‬‭
viável.‬‭
Os‬‭
esforços‬‭
foram,‬‭
pois,‬‭
no‬‭
sentido‬
‭
do‬ ‭
desenvolvimento‬ ‭
das‬ ‭
manufaturas‬
‭
.‬ ‭
Ou‬ ‭
seja,‬ ‭
uma‬ ‭
vez‬ ‭
que‬ ‭
os‬ ‭
produtos‬ ‭
se‬ ‭
iam‬
‭
acumulando‬ ‭
em‬ ‭
stock,‬ ‭
a‬ ‭
política‬ ‭
do‬ ‭
reino‬ ‭
orientou-se‬ ‭
de‬ ‭
acordo‬ ‭
com‬ ‭
as‬ ‭
teorias‬
‭
mercantilistas da época‬‭
(‬
‭
criação de manufaturas‬‭
e‬‭
de‬‭
medidas protecionistas‬
‭
).‬
‭
Quais as medidas mercantilistas do Conde de Ericeira?‬
‭
Foi‬‭
o‬‭
impacto‬‭
da‬‭
obra‬‭
Discurso‬‭
sobre‬‭
a‬‭
Introdução‬‭
das‬‭
Artes‬‭
no‬‭
Reyno,‬‭
de‬‭
Duarte‬‭
Ribeiro‬‭
de‬
‭
Macedo,‬‭
embaixador‬‭
em‬‭
Paris,‬‭
e‬‭
por‬‭
isso‬‭
muito‬‭
em‬‭
contacto‬‭
com‬‭
o‬‭
colbertismo‬
‭
,‬‭
que‬‭
deu‬‭
o‬
‭
impulso‬ ‭
necessário‬ ‭
ao‬ ‭
arranque‬ ‭
das‬ ‭
manufaturas‬ ‭
portuguesas‬
‭
.‬ ‭
Nesta‬ ‭
política‬
‭
distinguiram-se‬‭
os‬‭
vedores‬‭
da‬‭
Fazenda‬‭
de‬‭
Pedro‬‭
II,‬‭
D.‬‭
João‬‭
de‬‭
Mascarenhas,‬‭
1.°‬‭
Marquês‬‭
de‬
‭
Fronteira‬
‭
, e, sobretudo,‬‭
D. Luís de Meneses, 3.º conde‬‭
da Ericeira‬
‭
.‬
‭
Desde‬ ‭
que‬ ‭
assumiu‬ ‭
o‬ ‭
cargo,‬ ‭
em‬ ‭
1675,‬ ‭
este‬ ‭
ministro,‬ ‭
a‬ ‭
quem‬ ‭
chamaram‬ ‭
o‬ ‭
Colbert‬
‭
português‬
‭
,‬‭
procurou‬‭
equilibrar‬‭
a‬‭
balança‬‭
comercial‬‭
do‬‭
reino‬‭
substituindo‬‭
as‬‭
importações‬
‭
por artigos de fabrico nacional‬
‭
. Neste sentido, as‬‭
suas medidas mercantilistas foram:‬
‭
●‬ ‭
criação‬ ‭
e‬ ‭
desenvolvimento‬ ‭
de‬ ‭
manufaturas‬
‭
-‬‭
lanifícios,‬‭
construção‬‭
naval,‬‭
ferrarias,‬
‭
vidros e couros;‬
‭
●‬ ‭
atribuição‬ ‭
de‬ ‭
pribilégios‬ ‭
e‬ ‭
empréstimos‬ ‭
a‬ ‭
estrangeiros‬ ‭
que‬ ‭
instalassem‬ ‭
as‬ ‭
suas‬
‭
fábricas em Portugal‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
o‬ ‭
procedeu‬ ‭
à‬ ‭
contratação‬ ‭
de‬ ‭
operários‬ ‭
estrangeiros‬ ‭
especializados‬
‭
,‬ ‭
sobretudo‬
‭
ingleses, holandeses e venezianos;‬
‭
●‬ ‭
praticou‬‭
uma‬‭
política‬‭
protecionista‬‭
da‬‭
indústria‬‭
nacional‬
‭
,‬‭
através‬‭
da‬‭
publicação‬‭
de‬
‭
leis‬ ‭
pragmáticas‬
‭
,‬ ‭
que‬ ‭
proibiam‬ ‭
ou‬ ‭
limitavam‬ ‭
o‬ ‭
uso‬ ‭
de‬ ‭
diversos‬ ‭
produtos‬ ‭
de‬ ‭
luxo‬
‭
importados‬ ‭
no‬ ‭
vestuário,‬ ‭
tais‬ ‭
como‬ ‭
chapéus,‬ ‭
rendas,‬ ‭
brocados,‬ ‭
tecidos‬ ‭
e‬ ‭
outros‬
‭
produtos similares;‬
‭
●‬ ‭
o‬‭
recorreu‬‭
à‬‭
desvalorização‬‭
monetária‬‭
com‬‭
o‬‭
fim‬‭
de‬‭
tornar‬‭
os‬‭
produtos‬‭
portugueses‬
‭
competitivos‬‭
no‬‭
mercado‬‭
externo‬‭
e,‬‭
simultaneamente,‬‭
encarecer‬‭
os‬‭
artigos‬‭
que,‬‭
de‬
‭
fora, nos chegavam.‬
‭
●‬ ‭
ainda‬‭
de‬‭
acordo‬‭
com‬‭
os‬‭
preceitos‬‭
do‬‭
Mercantilismo,‬‭
criaram-se‬‭
várias‬‭
companhias‬
‭
monopolistas‬
‭
,‬‭
às‬‭
quais‬‭
se‬‭
deram‬‭
privilégios‬‭
fiscais‬
‭
:‬‭
a‬‭
Companhia‬‭
de‬‭
Cachéu,‬‭
para‬‭
o‬
‭
tráfico‬‭
de‬‭
escravos,‬‭
a‬‭
Companhia‬‭
do‬‭
Maranhão,‬‭
destinada‬‭
ao‬‭
comércio‬‭
brasileiro,‬‭
e‬
‭
outras que, a partir de Goa, operavam na Africa Oriental, na China e em Timor.‬
‭
↓‬
‭
Por‬ ‭
volta‬ ‭
de‬ ‭
1690,‬ ‭
notam-se‬ ‭
os‬ ‭
efeitos‬ ‭
de‬ ‭
retoma‬ ‭
comercial‬
‭
,‬ ‭
com‬ ‭
a‬ ‭
reanimação‬ ‭
das‬
‭
exportações‬‭
portuguesas‬‭
com‬‭
reflexo‬‭
no‬‭
escoamento‬‭
dos‬‭
stocks‬
‭
,‬‭
a‬‭
subida‬‭
dos‬‭
preços‬‭
dos‬
‭
produtos coloniais‬‭
e a‬‭
retoma na venda dos produtos‬‭
tradicionais‬
‭
: sal, azeite e vinho.‬
‭
O que se juntou a esta retoma do setor comercial?‬
‭
Quis‬‭
o‬‭
acaso‬‭
que‬‭
a‬‭
esta‬‭
retoma‬‭
do‬‭
setor‬‭
comercial‬‭
se‬‭
viesse‬‭
juntar‬‭
a‬‭
concretização‬‭
de‬‭
um‬
‭
velho sonho: a‬‭
descoberta de importantes jazidas de‬‭
ouro no interior do Brasil‬
‭
. (pág. 95)‬
‭
Quais os motivos para o fracasso das medidas mercantilistas do Conde de Ericeira?‬
‭
À‬‭
medida‬‭
que‬‭
a‬‭
crise‬‭
comercial‬‭
se‬‭
desvanecia‬
‭
,‬‭
Portugal‬‭
via-se‬‭
novamente‬‭
em‬‭
situação‬‭
de‬
‭
poder‬ ‭
adquirir,‬ ‭
no‬ ‭
estrangeiro,‬‭
os‬‭
produtos‬‭
industriais‬‭
necessários‬‭
ao‬‭
consumo‬‭
interno‬
‭
.‬
‭
Para‬‭
mais,‬‭
a‬‭
liquidez‬‭
proporcionada‬‭
pelo‬‭
ouro‬‭
brasileiro‬‭
permitia‬‭
redobradas‬‭
facilidades‬‭
de‬
‭
pagamento.‬
‭
Neste contexto, o país encontra, de novo, a sua vocação mercantil e o esforço‬
‭
industrializador esmorece.‬
‭
●‬ ‭
Descoberta em 1693 das‬‭
minas de ouro no Brasil‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
Súbida da cotação do açúcar e do tabaco brasileiro‬
‭
s;‬
‭
●‬ ‭
Falta de investidores e de operários‬‭
nas manufaturas;‬
‭
●‬ ‭
Mercado interno reduzido‬
‭
- produtos de fraca qualidade;‬
‭
●‬ ‭
Falta de vias de comunicação‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
Incapacidade de fazer cumprir as Pragmática‬
‭
s;‬
‭
●‬ ‭
Tratado‬ ‭
de‬ ‭
Methuen‬ ‭
(1703)‬
‭
-‬ ‭
um‬ ‭
rude‬ ‭
golpe‬ ‭
ao‬ ‭
projeto‬ ‭
industrializador‬ ‭
em‬ ‭
que‬
‭
Portugal importa lanifícios ingleses e exporta vinho para a Inglaterra.‬
‭
↓‬
‭
Nos‬‭
termos‬‭
deste‬‭
acordo,‬‭
os‬‭
tecidos‬‭
de‬‭
lã‬‭
ingleses‬‭
e‬‭
outras‬‭
manufaturas‬‭
seriam‬‭
admitidos‬
‭
sem‬‭
restrições‬‭
em‬‭
Portugal,‬‭
anulando,‬‭
assim,‬‭
as‬‭
leis‬‭
pragmáticas‬‭
que‬‭
os‬‭
proibiam.‬‭
Em‬‭
troca,‬
‭
os‬ ‭
vinhos‬ ‭
portugueses‬ ‭
entraram‬ ‭
em‬ ‭
Inglaterra‬ ‭
pagando‬ ‭
apenas‬ ‭
dois‬ ‭
terços‬ ‭
dos‬ ‭
direitos‬
‭
exigidos aos vinhos franceses.‬
‭
O‬‭
Tratado‬‭
de‬‭
Methuen‬‭
estimulou‬‭
o‬‭
crescimento‬‭
das‬‭
exportações‬‭
dos‬‭
nossos‬‭
vinhos‬‭
que,‬
‭
desde‬ ‭
então,‬ ‭
ficaram‬‭
para‬‭
sempre‬‭
no‬‭
gosto‬‭
dos‬‭
Ingleses,‬‭
mas‬‭
originou‬‭
uma‬‭
dependência‬
‭
alarmante‬ ‭
neste‬ ‭
setor:‬ ‭
em‬ ‭
1777,‬ ‭
o‬ ‭
mercado‬ ‭
britânico‬ ‭
representava‬ ‭
94%‬ ‭
das‬ ‭
nossas‬
‭
exportações‬‭
vinícolas!‬‭
Simultaneamente,‬‭
o‬‭
défice‬‭
comercial‬‭
com‬‭
a‬‭
Inglaterra‬‭
atingiu‬‭
cifras‬
‭
alarmantes.‬
‭
Importante:‬ ‭
este‬ ‭
défice,‬ ‭
pago‬ ‭
em‬ ‭
numerário,‬ ‭
foi‬ ‭
o‬ ‭
maior‬ ‭
caudal‬ ‭
por‬ ‭
onde‬ ‭
se‬ ‭
esvaiu‬ ‭
a‬
‭
riqueza‬‭
vinda‬‭
do‬‭
Brasil‬
‭
.‬‭
Calcula-se‬‭
que,‬‭
por‬‭
esta‬‭
via,‬‭
cerca‬‭
de‬‭
três‬‭
quartos‬‭
de‬‭
todo‬‭
o‬‭
ouro‬
‭
recebido tenha i‬
‭
do parar às mãos dos Ingleses‬
‭
.‬
‭
Política económica e social pombalina‬
‭
Em‬‭
meados‬‭
do‬‭
século‬‭
XVIII,‬‭
quando‬‭
as‬‭
remesssas‬‭
de‬‭
ouro‬‭
brasileiro‬‭
começaram‬‭
a‬‭
diminuir‬
‭
,‬
‭
Portugal‬‭
viu-se‬‭
perante‬‭
uma‬‭
nova‬‭
crise,‬‭
de‬‭
contornos‬‭
muito‬‭
semelhantes‬‭
aos‬‭
que‬‭
tinham‬
‭
enquadrado‬‭
as‬‭
medidas‬‭
económicas‬‭
do‬‭
Conde‬‭
de‬‭
Ericeira‬
‭
:‬‭
debilidade‬‭
da‬‭
produção‬‭
interna,‬
‭
dificuldades‬‭
de‬‭
colocação,‬‭
no‬‭
mercado,‬‭
dos‬‭
produtos‬‭
brasieiros,‬‭
excessiva‬‭
intromissão‬‭
das‬
‭
outras‬ ‭
nações‬ ‭
no‬ ‭
nosso‬ ‭
comércio‬ ‭
colonial‬ ‭
(supostamente‬ ‭
exclusivo),‬ ‭
défice‬ ‭
crónico‬ ‭
da‬
‭
balança comercial.‬
‭
Quais as soluções?‬
‭
A‬‭
crise‬‭
e‬‭
a‬‭
consciência‬‭
da‬‭
nossa‬‭
excessiva‬‭
dependência‬‭
face‬‭
à‬‭
Inglaterra‬‭
coincidiram‬‭
com‬‭
o‬
‭
governo‬‭
do‬‭
Marquês‬‭
de‬‭
Pombal‬
‭
,‬‭
ministro‬‭
todo-poderoso‬‭
do‬‭
rei‬‭
D.‬‭
José‬‭
I.‬‭
Marquês‬‭
pôs‬‭
em‬
‭
prática‬ ‭
um‬ ‭
conjunto‬ ‭
de‬ ‭
medidas‬ ‭
tendentes‬ ‭
ao‬ ‭
reforço‬ ‭
da‬ ‭
economia‬ ‭
nacional‬
‭
,‬ ‭
suporte‬
‭
imprescindível à grandeza do rei e do Estado que servia.‬
‭
Os grandes objetivos da política pombalina foram a‬‭
redução do défice‬‭
e a‬‭
nacionalização do‬
‭
sistema‬‭
comercial‬‭
português‬
‭
,‬‭
passando‬‭
o‬‭
seu‬‭
controlo‬‭
e‬‭
os‬‭
seus‬‭
benefícios‬‭
para‬‭
as‬‭
mãos‬‭
dos‬
‭
nacionais.‬ ‭
Seguindo‬ ‭
máximas‬ ‭
mercantilistas‬
‭
,‬‭
Pombal‬‭
impôs‬‭
ao‬‭
Estado‬‭
e‬‭
a‬‭
si‬‭
próprio‬‭
essa‬
‭
gigantesca tarefa. Assim:‬
‭
●‬ ‭
Em‬ ‭
1755,‬ ‭
cria‬ ‭
a‬ ‭
Junta‬ ‭
do‬ ‭
Comércio‬ ‭
responsável‬ ‭
pelo‬ ‭
controlo‬ ‭
da‬ ‭
atividade‬
‭
económica‬ ‭
e‬ ‭
a‬ ‭
criação‬ ‭
do‬ ‭
Érário‬ ‭
Régio‬‭
para‬‭
organizar‬‭
e‬‭
centralizar‬‭
a‬‭
cobrança‬‭
de‬
‭
impostos‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
A‬‭
nacionalização‬‭
e‬‭
a‬‭
reorganização‬‭
do‬‭
comércio‬‭
externo‬‭
passaram‬‭
pela‬‭
criação‬‭
das‬
‭
companhias‬‭
monopolistas‬‭
de‬‭
comércio‬
‭
.‬‭
Concentrando‬‭
capitais‬‭
privados‬‭
e‬‭
do‬‭
Estado,‬
‭
as‬ ‭
companhias‬ ‭
procuravam‬ ‭
constituir-se‬ ‭
como‬ ‭
entidades‬ ‭
à‬ ‭
altura‬ ‭
de‬ ‭
se‬ ‭
baterem,‬
‭
comercialmente,‬‭
com‬‭
os‬‭
ingleses.‬‭
Ex:‬‭
companhias‬‭
que‬‭
operavam‬‭
no‬‭
Brasil‬‭
e‬‭
também‬
‭
a‬‭
companhia‬‭
das‬‭
Vinhas‬‭
do‬‭
Alto‬‭
Douro‬
‭
-‬‭
encarregadas‬‭
da‬‭
reorganização‬‭
da‬‭
produção‬
‭
e‬‭
comércio‬‭
dos‬‭
vinhos‬‭
generosos‬‭
do‬‭
Douro‬‭
que,‬‭
como‬‭
outros‬‭
setores,‬‭
se‬‭
encontrava‬
‭
submetido aos interesses britânicos.‬
‭
●‬ ‭
Marquês‬ ‭
de‬ ‭
Pombal‬ ‭
vai‬ ‭
revalorizar‬ ‭
o‬ ‭
setor‬ ‭
manufatureiro‬
‭
,‬ ‭
dando‬‭
continuidade‬‭
à‬
‭
política‬ ‭
iniciadad‬ ‭
pelo‬ ‭
Conde‬ ‭
de‬ ‭
Ericeira-‬‭
revitalizar‬‭
indústrias‬‭
já‬‭
existentes‬‭
e‬‭
criar‬
‭
novas unidades‬‭
(Real Fábrica de Laticínios de Portalegre);‬
‭
●‬ ‭
No‬ ‭
sentido‬ ‭
de‬ ‭
atrair‬ ‭
técnicos‬ ‭
e‬ ‭
investigadores‬ ‭
estrangeiros‬
‭
,‬ ‭
o‬ ‭
Estado‬ ‭
concedeu‬
‭
privilégios‬‭
e‬‭
isenções iscais‬
‭
;‬
‭
●‬ ‭
A‬‭
nível‬‭
social,‬‭
o‬‭
marquês‬‭
promoveu‬‭
socialmente‬‭
a‬‭
burguesia‬
‭
,‬‭
criando‬‭
em‬‭
1759‬‭
a‬‭
Aula‬
‭
do Comércio‬‭
(1.ª escola comercial da Europa). Para‬‭
formar futuros comerciantes‬
‭
.‬
‭
●‬ ‭
Formação‬‭
de‬‭
uma‬‭
burguesia‬‭
mais‬‭
poderosa‬‭
para‬‭
contrabalançar‬‭
o‬‭
poder‬‭
do‬‭
clero‬‭
e‬
‭
da nobreza;‬
‭
●‬ ‭
Em‬‭
1770,‬‭
a‬‭
alta‬‭
burguesia‬‭
acionista‬‭
das‬‭
companhias‬‭
de‬‭
Comércio‬‭
recebe‬‭
o‬‭
estatuto‬
‭
de nobre‬
‭
, permitindo-lhes ter acesso a numerosos cargos‬‭
e dignidades;‬
‭
●‬ ‭
Terminou com a‬‭
distinção entre‬‭
cristãos-novos‬‭
e‬‭
cristãos-velhos‬‭
(1768);‬
‭
●‬ ‭
A‬‭
nível da educação e ensino‬
‭
, o Marquês de pombal vai instituir:‬
‭
-o‬‭
ensino elementar‬
‭
- “mestres de ler, escrever e contar”;‬
‭
-‬
‭
reforçar‬‭
os‬‭
status‬‭
da‬‭
Universidade‬‭
de‬‭
Coimbra‬
‭
,‬‭
dotando-a‬‭
de‬‭
novos‬‭
currículos‬‭
e‬‭
de‬
‭
vários laboratórios (experencialismo);‬
‭
-estabelecem‬‭
as‬‭
disciplinas‬‭
de‬‭
retórica‬‭
e‬‭
gramática‬‭
gregas‬
‭
,‬‭
literatura‬‭
latina‬‭
e‬‭
filosofia‬
‭
como indispensáveis a quem quisesse seguir o ensino superior;‬
‭
- os‬‭
cursos‬‭
passaram a orientar-se por‬‭
critérios racionalistas‬‭
e experimentais‬
‭
;‬
‭
-faz‬ ‭
uma‬ ‭
profunda‬ ‭
reforma‬ ‭
do‬ ‭
ensino‬
‭
,‬ ‭
desdes‬ ‭
as‬ ‭
primeiras‬ ‭
letras,‬ ‭
a‬ ‭
Aula‬ ‭
de‬
‭
Comércio,‬ ‭
o‬ ‭
Real‬ ‭
Colégio‬ ‭
dos‬ ‭
Nobres,‬ ‭
à‬ ‭
Universidade‬ ‭
preocupando-se‬ ‭
com‬ ‭
um‬
‭
estudo‬ ‭
humanista‬ ‭
e‬ ‭
prático,‬ ‭
coma‬ ‭
criação‬ ‭
de‬ ‭
vários‬ ‭
laboratórios‬ ‭
experiemntais‬
‭
(Iluministas);‬
‭
Como se encontrava a prosperidade comercial dos finais do século XVIII?‬
‭
Os‬‭
resultados‬‭
da‬‭
política‬‭
pombalina‬‭
não‬‭
tardaram‬‭
a‬‭
fazer-se‬‭
sentir.‬‭
As‬‭
áreas‬‭
sob‬‭
controlo‬
‭
das‬‭
companhias‬‭
prosperaram‬
‭
,‬‭
desenvolveram-se‬‭
produtos‬‭
coloniais‬‭
como‬‭
o‬‭
algodão,‬‭
o‬‭
café‬
‭
e‬‭
o‬‭
cacau,‬‭
em‬‭
muitos‬‭
ramos‬‭
da‬‭
indústria‬‭
as‬‭
produções‬‭
internas‬‭
substituíram,‬‭
cabalmente,‬‭
as‬
‭
importações‬ ‭
e‬ ‭
aumentaram‬ ‭
também‬ ‭
as‬ ‭
exportações‬
‭
,‬ ‭
para‬ ‭
o‬ ‭
Brasil,‬ ‭
de‬ ‭
produtos‬
‭
manufaturados da metrópole.‬
‭
Nos‬‭
decénios‬‭
que‬‭
se‬‭
seguiram,‬‭
foi‬‭
graças‬‭
às‬‭
medidas‬‭
pombalinas‬‭
que‬‭
Portugal‬‭
viveu‬‭
a‬‭
sua‬
‭
melhor‬‭
época‬‭
comercial‬‭
de‬‭
sempre‬
‭
:‬‭
entre‬‭
1796‬‭
e‬‭
1807,‬‭
a‬‭
balança‬‭
comercial‬‭
obteve‬‭
saldo‬
‭
positivo‬
‭
,‬‭
revelando-se‬‭
superavitária‬‭
em‬‭
relação‬‭
à‬‭
maioria‬‭
dos‬‭
nossos‬‭
parceiros‬‭
comerciais.‬
‭
Estes resultados foram também possíveis graças a uma‬‭
conjuntura externa favorável‬
‭
.‬
‭
Guerras e revoluções afetaram o comércio francês e inglês, contribuindo para devolver a‬
‭
Lisboa um pouco da sua antiga grandeza como entreposto atlântico.‬

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Triunfo dos Estados e dinâmicas económicas nos séculos XVII e XVIII- Resumos

  • 1. ‭ História A‬ ‭ Triunfo dos Estados e dinâmicas económicas nos séculos XVII e XVIII‬ ‭ Reforço das economias nacionais e tentativas de controlo do comércio‬ ‭ Como‬ ‭ se‬ ‭ caracteriza‬‭ este‬‭ tempo‬‭ do‬‭ grande‬‭ comércio‬‭ oceânico?‬‭ Como‬‭ se‬‭ desenvolveu‬‭ o‬ ‭ capitalismo comercial?‬ ‭ Nos‬‭ séculos‬ ‭ XVII‬‭ e‬‭ XVIII,‬‭ um‬‭ punhado‬‭ de‬‭ nações‬‭ reservava‬‭ para‬‭ si‬‭ as‬‭ ligações‬‭ oceânicas‬ ‭ :‬ ‭ Portugal,‬ ‭ Espanha,‬ ‭ Holanda,‬ ‭ França‬ ‭ e‬ ‭ Inglaterra‬ ‭ detinham‬ ‭ a‬ ‭ maior‬ ‭ fatia‬ ‭ do‬ ‭ comércio‬ ‭ intercontinental‬ ‭ , que‬‭ gerava lucros extraordinários‬ ‭ .‬ ‭ Estimulados pelas oportunidades que se lhes abriam, os‬‭ mercadores europeus‬‭ criaram:‬ ‭ ➔‬ ‭ grandes companhias de comércio;‬ ‭ ➔‬ ‭ desenvolveram novos mecanismos financeiros;‬ ‭ ➔‬ ‭ orientavam todo o seu saber para a expansão dos negócios;‬ ‭ ↓‬ ‭ Motor da economia europeia:‬ ‭ Gerar‬‭ capital‬ ‭ ,‬‭ investi-lo‬‭ e‬‭ aumentá-lo‬ ‭ ,‬‭ privilegiando‬‭ o‬‭ grande‬‭ comércio‬ ‭ ,‬‭ tornou-se‬‭ o‬‭ motor‬ ‭ da‬‭ economia‬‭ europeia‬‭ que‬‭ entrou,‬‭ de‬‭ forma‬‭ clara,‬‭ na‬‭ era‬‭ do‬‭ capitalismo‬‭ comercial‬ ‭ .‬‭ (ver‬‭ gráfico‬‭ do‬ ‭ caderno)‬ ‭ Capitalismo‬ ‭ comercial:‬ ‭ sistema‬ ‭ económico‬ ‭ que‬ ‭ se‬ ‭ afirmou‬ ‭ nos‬ ‭ séculos‬ ‭ XVI‬ ‭ a‬ ‭ XVIII‬ ‭ e‬ ‭ se‬ ‭ caracteriza‬ ‭ pela‬ ‭ procura‬ ‭ do‬ ‭ maior‬ ‭ lucro,‬ ‭ pelo‬ ‭ espírito‬ ‭ de‬ ‭ concorrência‬ ‭ e‬ ‭ pelo‬ ‭ papel‬ ‭ determinante do‬‭ comércio como motor do desenvolvimento‬‭ económico‬ ‭ .‬ ‭ O que trouxe o capitalismo?‬ ‭ Esta‬‭ dinâmica‬‭ económica‬‭ impulsionou‬‭ a‬‭ colonização‬‭ da‬‭ América‬ ‭ ,‬‭ continente‬‭ vasto‬‭ e,‬‭ até‬‭ aí,‬ ‭ subaproveitado,‬ ‭ que‬ ‭ adquire,‬ ‭ então,‬ ‭ um‬ ‭ lugar‬ ‭ de‬ ‭ destaque‬ ‭ nos‬ ‭ circuitos‬ ‭ comerciais‬ ‭ europeus‬ ‭ .‬‭ Os‬‭ seus‬‭ colonos‬‭ cultivavam‬‭ açúcar,‬‭ café,‬‭ tabaco‬‭ e‬‭ algodão,‬‭ criam‬‭ gado‬‭ e‬‭ extraem‬ ‭ ouro.‬‭ Estes‬‭ produtos‬‭ são‬‭ enviados‬‭ para‬‭ a‬‭ metrópole‬‭ que,‬‭ em‬‭ troca,‬‭ lhes‬‭ fornece‬‭ produtos‬ ‭ agrícola,‬‭ industriais‬‭ e‬‭ a‬‭ necessária‬‭ mão‬‭ de‬‭ obra‬‭ escrava,‬‭ trazida‬‭ de‬‭ áfrica,‬‭ em‬‭ grandes‬‭ navios‬ ‭ de carga.‬ ‭ ●‬ ‭ É‬‭ assim‬‭ que,‬‭ à‬‭ tão‬‭ cobiçada‬‭ rota‬‭ do‬‭ Cabo‬ ‭ ,‬‭ se‬‭ junta‬‭ uma‬‭ próspera‬‭ rota‬‭ atlântica‬‭ que‬ ‭ une‬‭ a‬‭ Europa,‬‭ a‬‭ África‬‭ e‬‭ a‬‭ América.‬‭ Eixo‬‭ deste‬‭ comércio‬‭ triangular‬‭ o‬‭ tráfico‬‭ negreiro‬ ‭ não‬‭ parou‬‭ de‬‭ crescer.‬‭ Entre‬‭ 1710‬‭ e‬‭ 1810‬‭ terão‬‭ desembarcado‬‭ na‬‭ América‬‭ cerca‬‭ de‬‭ 6‬ ‭ milhões‬‭ de‬‭ escravos,‬‭ o‬‭ que‬‭ corresponde‬‭ a‬‭ mais‬‭ de‬‭ 60%‬‭ dos‬‭ negreiros‬‭ transacionados‬ ‭ nos três séculos e meio desta desumana atividade.‬ ‭ Importante:‬ ‭ ●‬ ‭ Comércio‬ ‭ triangular:‬ ‭ circuito‬ ‭ de‬ ‭ comércio‬ ‭ atlântico‬ ‭ que‬ ‭ ligava‬ ‭ os‬ ‭ continentes‬ ‭ europeu,‬‭ africano‬‭ e‬‭ americano.‬‭ Este‬‭ comércio,‬‭ que‬‭ prosperou‬‭ sobretudo‬‭ nos‬‭ séculos‬ ‭ XVII‬ ‭ e‬ ‭ XVIII,‬ ‭ era‬ ‭ suportado‬ ‭ pelas‬ ‭ necessidades‬ ‭ de‬ ‭ mão‬ ‭ de‬ ‭ obra‬ ‭ das‬ ‭ colónias‬
  • 2. ‭ americanas‬ ‭ que‬ ‭ dependiam‬ ‭ dos‬ ‭ continentes‬ ‭ negros‬ ‭ para‬ ‭ as‬ ‭ suas‬ ‭ plantações‬ ‭ e‬ ‭ explorações mineiras.‬ ‭ ●‬ ‭ Tráfico‬‭ negreiro:‬‭ intenso‬‭ comércio‬‭ de‬‭ escravos‬‭ negros‬‭ que‬‭ canalizou‬‭ para‬‭ a‬‭ América‬ ‭ grande‬‭ número‬‭ de‬‭ africanos,‬‭ na‬‭ sua‬‭ maioria‬‭ comprados‬‭ ou‬‭ aprisionados‬‭ nas‬‭ costa‬‭ da‬ ‭ Guiné, de Angola e de Moçambique.‬ ‭ Como se estruturou a primeira doutrina económica?‬ ‭ A‬ ‭ expansão‬ ‭ do‬ ‭ comércio‬ ‭ transoceânico‬ ‭ coincidiu‬ ‭ com‬ ‭ a‬ ‭ afirmação‬ ‭ das‬ ‭ monarquias‬ ‭ absolutas‬ ‭ .‬ ‭ -‬ ‭ Logo,‬‭ mais‬‭ do‬‭ que‬‭ em‬‭ qualquer‬‭ outra‬‭ época,‬‭ eram‬‭ necessários‬‭ capitais‬‭ para‬‭ custear‬ ‭ a‬ ‭ magnificência‬ ‭ dos‬ ‭ príncipes‬ ‭ ,‬ ‭ reforçar‬‭ o‬‭ aparelho‬‭ do‬‭ Estado‬‭ e‬‭ mobilizar‬‭ exércitos‬ ‭ que impusessem a supremacia do país‬ ‭ .‬ ‭ Foi‬ ‭ com‬ ‭ este‬ ‭ objetivo,‬ ‭ de‬ ‭ enriquecer‬ ‭ o‬ ‭ Estado‬ ‭ e‬ ‭ os‬ ‭ seus‬ ‭ cidadãos‬ ‭ ,‬ ‭ que‬ ‭ se‬ ‭ estruturou‬‭ a‬ ‭ primeira‬‭ doutrina‬‭ económica‬‭ da‬‭ História.‬‭ Valorizando‬‭ a‬‭ atividade‬‭ mercantil‬ ‭ ,‬‭ esta‬‭ doutrina‬ ‭ tomou o nome de‬‭ Mercantilismo‬ ‭ .‬ ‭ No que consiste o Mercantilismo?‬ ‭ É‬‭ uma‬‭ doutrina‬‭ económica‬‭ que‬‭ vigorou‬‭ na‬‭ Europa‬‭ nos‬‭ séculos‬‭ XVII‬‭ e‬‭ XVIII‬ ‭ ,‬‭ segundo‬‭ a‬‭ qual‬‭ a‬ ‭ riqueza‬ ‭ dos‬ ‭ Estados‬ ‭ consistia‬ ‭ na‬ ‭ maior‬ ‭ acumulação‬ ‭ possível‬ ‭ de‬ ‭ ouro‬ ‭ e‬ ‭ prata‬ ‭ .‬ ‭ Para‬ ‭ o‬ ‭ conseguir,‬ ‭ os‬ ‭ governadores‬ ‭ favoreciam‬ ‭ a‬ ‭ produção‬ ‭ e‬ ‭ a‬ ‭ exportação‬ ‭ e‬ ‭ limitavam‬ ‭ a‬ ‭ importação de produtos‬ ‭ .‬ ‭ ↓‬ ‭ Os‬‭ pensadores‬‭ mercantilistas‬‭ estavam‬‭ convencidos‬‭ de‬‭ que‬‭ a‬‭ riqueza‬‭ de‬‭ um‬‭ Estado‬‭ se‬‭ media‬ ‭ pela‬ ‭ quantidade‬ ‭ de‬ ‭ metais‬ ‭ preciosos‬ ‭ que‬ ‭ este‬ ‭ possuísse,‬ ‭ pelo‬ ‭ que‬ ‭ tornava‬ ‭ necessário‬ ‭ canalizar,‬ ‭ para‬ ‭ o‬ ‭ país,‬ ‭ uma‬ ‭ parte‬ ‭ significativa‬ ‭ do‬ ‭ dinheiro‬ ‭ que‬ ‭ circulava‬ ‭ no‬ ‭ comércio‬ ‭ europeu‬ ‭ .‬‭ Tal‬‭ só‬‭ seria‬‭ possível‬‭ se‬‭ a‬‭ balança‬‭ comercial‬‭ fosse‬‭ favorável‬ ‭ ,‬‭ isto‬‭ é,‬‭ se‬‭ o‬‭ valor‬‭ das‬ ‭ exportações excedesse o das importações.‬ ‭ Quais as suas principais características?‬ ‭ ●‬ ‭ Obter‬‭ uma‬‭ balança‬‭ comercial‬‭ favorável‬ ‭ -‬‭ aumento‬‭ das‬‭ exportações‬‭ e‬‭ diminuição‬‭ das‬ ‭ importações;‬ ‭ ●‬ ‭ Enriquecer o Estado‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ Fortalecer o poder do rei‬ ‭ ;‬ ‭ A quem competia tomar as medidas necessárias para atingir esse objetivo?‬ ‭ Na‬‭ lógica‬‭ mercantilista‬ ‭ ,‬‭ competia‬‭ ao‬‭ Estado‬‭ tomar‬‭ todas‬‭ as‬‭ medidas‬‭ necessárias‬‭ para‬‭ atingir‬ ‭ este‬ ‭ objetivo.‬ ‭ Tais‬ ‭ medidas‬ ‭ traduziam-se‬ ‭ num‬ ‭ apertado‬ ‭ protecionismo‬ ‭ económico‬ ‭ que‬ ‭ fomentava‬‭ a‬‭ produção‬‭ e‬‭ s‬ ‭ alvaguardava‬‭ os‬‭ produtos‬‭ e‬‭ as‬‭ áreas‬‭ de‬‭ comércio‬‭ nacionais‬‭ da‬ ‭ concorrência estrangeira‬ ‭ .‬
  • 3. ‭ Muito‬‭ resumidamente,‬‭ podemos‬‭ dizer‬‭ que‬‭ a‬‭ atuação‬‭ dos‬‭ governos‬‭ se‬‭ deveria‬‭ pautar‬‭ por‬ ‭ três linhas fundamentais‬ ‭ :‬ ‭ ●‬ ‭ o‬‭ fomento‬‭ da‬‭ produção‬‭ industrial‬ ‭ ,‬‭ com‬‭ vista‬‭ a‬‭ promover‬‭ a‬‭ autossuficiência‬‭ do‬‭ país‬ ‭ bem como a exportação de produtos manufaturados;‬ ‭ ●‬ ‭ a‬ ‭ revisão‬ ‭ das‬ ‭ tarifas‬ ‭ alfandegárias‬ ‭ ,‬ ‭ sobrecarregando‬ ‭ os‬ ‭ produtos‬ ‭ estrangeiros‬ ‭ e‬ ‭ aliviando‬‭ as‬‭ taxas‬‭ que‬‭ pesavam‬‭ sobre‬‭ as‬‭ expostações‬‭ nacionais,‬‭ de‬‭ modo‬‭ a‬‭ torná-las‬ ‭ mais competitivas;‬ ‭ ●‬ ‭ o‬ ‭ incremento‬ ‭ e‬ ‭ reorganização‬ ‭ do‬ ‭ comércio‬ ‭ externo‬ ‭ ,‬ ‭ de‬ ‭ forma‬ ‭ a‬ ‭ proporcionar‬ ‭ mercados‬ ‭ de‬ ‭ abastecimento‬ ‭ de‬ ‭ matérias-primas‬ ‭ e‬ ‭ de‬ ‭ colocação‬ ‭ de‬ ‭ produtos‬ ‭ manufaturados.‬ ‭ Embora‬‭ comuns‬‭ a‬‭ todas‬‭ as‬‭ políticas‬‭ mercantilistas‬ ‭ ,‬‭ a‬‭ aplicação‬‭ destas‬‭ medidas‬‭ revestiu-se‬ ‭ de‬‭ formas‬‭ diversas‬ ‭ ,‬‭ consoante‬‭ os‬‭ países‬‭ que‬‭ as‬‭ adotaram.‬‭ Assim‬‭ aconteceu‬‭ em‬‭ França‬‭ e‬‭ em‬ ‭ Inglaterra‬ ‭ ,‬ ‭ os‬ ‭ dois‬ ‭ reinos‬ ‭ europeus‬ ‭ que,‬ ‭ de‬ ‭ forma‬ ‭ mais‬ ‭ eficaz‬‭ e‬‭ coerente,‬‭ seguiram‬‭ esta‬ ‭ doutrina económica‬ ‭ .‬ ‭ Protecionismo:‬ ‭ política‬ ‭ económica‬ ‭ que‬ ‭ impede‬ ‭ a‬ ‭ livre‬ ‭ iniciativa‬ ‭ e‬ ‭ a‬ ‭ livre‬ ‭ circulação‬ ‭ de‬ ‭ mercadorias‬ ‭ .‬ ‭ O‬ ‭ protecionismo‬ ‭ traduz-se,‬ ‭ geralmente,‬ ‭ quer‬ ‭ por‬‭ um‬‭ aumento‬‭ dos‬‭ direitos‬ ‭ alfandegários‬ ‭ sobre‬ ‭ as‬ ‭ importações‬ ‭ quer‬ ‭ pela‬ ‭ concessão‬ ‭ de‬ ‭ exclusivos‬ ‭ e‬ ‭ privilégios‬ ‭ industriais‬ ‭ .‬‭ O‬‭ objetivo‬‭ destas‬‭ medidas‬‭ é‬‭ permitir‬‭ o‬‭ desenvolvimento‬‭ das‬‭ produções‬‭ internas‬ ‭ que, desta forma, se tornam mais competitivas.‬ ‭ Quais as principais características do mercantilismo?‬ ‭ ●‬ ‭ Grande‬ ‭ intervenção‬ ‭ do‬ ‭ Estado‬ ‭ na‬ ‭ economia‬ ‭ para‬ ‭ defesa‬ ‭ da‬ ‭ produção‬ ‭ nacional‬ ‭ (‬ ‭ protecionismo económico‬ ‭ );‬ ‭ ●‬ ‭ Desenvolvimento do comércio colonial‬‭ (Inglaterra e‬‭ Holanda);‬ ‭ ●‬ ‭ Desenvolvimento das manufaturas‬‭ (França);‬ ‭ ●‬ ‭ Acumulação‬ ‭ de‬ ‭ metais‬ ‭ preciosos‬ ‭ ,‬ ‭ provenientes‬‭ dos‬‭ Impérios‬‭ coloniais‬‭ (Portugal‬‭ e‬ ‭ Espanha).‬ ‭ Mercantilismo em França‬ ‭ De que forma se impôs o mercantilismo em França?‬ ‭ Em‬‭ França,‬‭ o‬‭ Mercantilismo‬‭ impôs-se‬‭ pela‬‭ mão‬‭ firme‬‭ de‬‭ Colbert‬ ‭ ,‬‭ ministro‬‭ de‬‭ Luís‬‭ XIV.‬‭ E‬‭ foi‬‭ o‬ ‭ poderio económico dos Holandeses‬‭ que motivou as medidas‬‭ protecionistas mais fortes.‬ ‭ Medidas:‬
  • 4. ‭ ➔‬ ‭ Como‬ ‭ Colbert‬ ‭ estava‬ ‭ preocupado‬ ‭ com‬ ‭ a‬ ‭ grande‬ ‭ quantidade‬ ‭ de‬ ‭ mercadorias‬ ‭ que‬ ‭ entravam‬ ‭ no‬ ‭ reino‬ ‭ pelas‬ ‭ mãos‬ ‭ dos‬ ‭ Holandeses‬ ‭ ,‬ ‭ pôs‬ ‭ todo‬ ‭ o‬ ‭ seu‬ ‭ empenho‬ ‭ no‬ ‭ desenvolvimento das‬‭ manufaturas‬ ‭ .‬ ‭ ↪ é a‬‭ importância que‬‭ é conferida ao setor manufatureiro‬ ‭ , bem como a sua‬ ‭ feição altamente dirigista‬ ‭ , que caracterizam‬‭ o Mercantilismo francês,‬ ‭ também conhecido por colbertismo.‬ ‭ Com o fim de‬‭ evitar importações‬ ‭ , Colbert‬‭ introduziu‬‭ novas indústrias‬‭ (cristais de‬ ‭ Murano, tecidos holandeses, bordados de Veneza), recorrendo à‬‭ importação de‬ ‭ técnicas‬‭ e‬‭ mão de obra estrangeira‬ ‭ .‬ ‭ Impulsionou, também, a‬‭ criação de‬‭ grandes manufaturas‬ ‭ ,‬‭ quer‬‭ incitando os‬ ‭ produtores a associar-se‬‭ quer‬‭ concedendo vários privilégios‬ ‭ ,‬‭ como por exemplo:‬ ‭ monopólios de fabrico, incentivos fiscais e subsídios.‬ ‭ ↓‬ ‭ Assim‬ ‭ nasceram‬ ‭ as‬ ‭ célebres‬ ‭ manufaturas‬ ‭ reais‬ ‭ ,‬ ‭ que‬ ‭ funcionam‬ ‭ como‬ ‭ unidades-modelo‬‭ de‬‭ produção‬ ‭ .‬‭ Estas‬‭ manufaturas,‬‭ que‬‭ tanto‬‭ pertenciam‬‭ ao‬‭ Estado‬ ‭ como‬ ‭ a‬ ‭ particulares‬ ‭ ,‬ ‭ podiam‬‭ aplicar‬‭ um‬‭ selo‬‭ com‬‭ as‬‭ armas‬‭ do‬‭ rei‬‭ e‬‭ dedicavam-se‬ ‭ sobretudo‬‭ ao‬‭ fabrico‬‭ de‬‭ artigos‬‭ de‬‭ luxo‬‭ destinados‬‭ a‬‭ fornecer‬‭ a‬‭ corte.‬‭ Em‬‭ troca‬‭ dos‬ ‭ privilégios‬‭ e‬‭ subsídios‬‭ concedidos‬ ‭ ,‬‭ o‬‭ Estado‬‭ arrogava-se‬‭ o‬‭ direito‬‭ de‬‭ regulamentar‬ ‭ minuciosamente‬‭ a‬‭ atividade‬‭ industrial‬ ‭ :‬‭ matéria-prima,‬‭ qualidade,‬‭ horas‬‭ de‬‭ trabalho,‬ ‭ preços, tudo era controlado através de um corpo de inspetores criados para o efeito.‬ ‭ ➔‬ ‭ No‬‭ que‬‭ se‬‭ refere‬‭ ao‬‭ comércio‬ ‭ ,‬‭ Colbert‬‭ investiu‬‭ fortemente‬‭ no‬‭ desenvolvimento‬‭ da‬ ‭ frota‬‭ mercante‬‭ e‬‭ da‬‭ marinha‬‭ de‬‭ guerra‬ ‭ .‬‭ Seguindo‬‭ o‬‭ modelo‬‭ já‬‭ experimentado‬‭ pela‬ ‭ Holanda‬‭ e‬‭ pela‬‭ Inglaterra,‬‭ procedeu‬‭ à‬‭ criação‬‭ de‬‭ grandes‬‭ companhias‬‭ monopolistas‬ ‭ ,‬ ‭ às‬‭ quais‬‭ reservou,‬‭ em‬‭ exclusivo,‬‭ os‬‭ direitos‬‭ de‬‭ comércio‬‭ sobre‬‭ determinada‬‭ zona‬ ‭ .‬ ‭ Todos‬‭ os‬‭ particulares‬‭ que‬‭ aí‬‭ pretendessem‬‭ negociar‬‭ deveriam‬‭ entrar‬‭ para‬‭ a‬‭ respetiva‬ ‭ companhia,‬ ‭ unindo‬ ‭ os‬ ‭ seus‬ ‭ esforços‬ ‭ aos‬ ‭ do‬ ‭ Estado,‬ ‭ na‬ ‭ esperança‬ ‭ de‬ ‭ vencer‬ ‭ a‬ ‭ concorrência‬ ‭ das‬ ‭ outras‬‭ nações.‬‭ A‬‭ estas‬‭ companhias‬‭ foi‬‭ dado‬‭ o‬‭ poder‬‭ de‬‭ agir‬‭ em‬ ‭ representação‬ ‭ do‬ ‭ país‬ ‭ ,‬ ‭ administrando‬ ‭ e‬ ‭ defendendo‬ ‭ os‬ ‭ territórios‬ ‭ coloniais,‬ ‭ pelo‬ ‭ que,‬‭ para‬‭ além‬‭ dos‬‭ direitos‬‭ de‬‭ comércio‬ ‭ ,‬‭ detinham‬‭ um‬‭ grande‬‭ poderio‬‭ militar‬‭ (Doc.‬ ‭ 5).‬ ‭ Quais as práticas do Mercantilismo Colbert pôs em prática? E de que forma o fez?‬ ‭ Foi‬‭ Colbert‬‭ quem melhor pôs em prática as‬‭ ideias do‬‭ Mercantilismo‬ ‭ :‬ ‭ ●‬ ‭ fomentou‬‭ as‬‭ manufaturas‬‭ nacionais‬‭ através‬‭ da‬‭ concessão‬‭ de‬‭ incentivos‬‭ económicos‬ ‭ e privilégios;‬ ‭ ●‬ ‭ protegeu‬ ‭ as‬ ‭ produções‬ ‭ francesas‬ ‭ ,‬ ‭ aplicando‬ ‭ pesados‬ ‭ direitos‬ ‭ de‬ ‭ entrada‬ ‭ aos‬ ‭ produtos importados e facilitando, de modo inverso, as exportações;‬
  • 5. ‭ ●‬ ‭ reforçou‬‭ o‬‭ comércio‬‭ oceânico‬‭ com‬‭ a‬‭ criação‬‭ de‬‭ companhias‬‭ monopolistas‬ ‭ ,‬‭ às‬‭ quais‬ ‭ foi‬‭ concedido‬‭ o‬‭ exclusivo‬‭ comercial‬‭ de‬‭ determinadas‬‭ áreas‬‭ geográficas,‬‭ bem‬‭ como‬ ‭ poderes‬ ‭ para‬ ‭ aí‬ ‭ representarem‬ ‭ o‬ ‭ Estado‬ ‭ ,‬ ‭ conquistando‬ ‭ terras,‬ ‭ administrando‬ ‭ territórios e negociando tratados.‬ ‭ Quais as principais características do mercantilismo franzcês?‬ ‭ ●‬ ‭ Aumentar‬ ‭ as‬ ‭ exportações‬ ‭ e‬ ‭ diminuir‬ ‭ as‬ ‭ importações‬ ‭ (‬ ‭ equilíbrio‬ ‭ da‬ ‭ balança‬ ‭ comercial‬ ‭ );‬ ‭ ●‬ ‭ Criação de novas indústrias‬‭ às quais o‬‭ Estado concedia‬‭ privilégios‬ ‭ :‬ ‭ - benefícios fiscais;‬ ‭ - subsídios e monopólios de produção e de venda;‬ ‭ ●‬ ‭ Importação de novas técnicas‬‭ e‬‭ operários especializados‬ ‭ .‬ ‭ ●‬ ‭ Criação de um império colonial e comercial‬‭ através‬‭ de Companhias de Comércio.‬ ‭ Colbert como modelo mercantilista?‬ ‭ O‬‭ colbertismo‬‭ representa a‬‭ corrente mais dirigista‬‭ de todo o Mercantilismo‬ ‭ .‬ ‭ Já em vida de Colbert, numerosas críticas e panfletos anónimos denunciavam quer:‬ ‭ -‬ ‭ excessiva regulamentação das indústrias;‬ ‭ -‬ ‭ quer as restrições postas ao comércio e à iniciativa dos particulares‬ ‭ .‬ ‭ No‬‭ entanto,‬‭ tanto‬‭ pelo‬‭ seu‬‭ caráter‬‭ espetacular,‬‭ como‬‭ pela‬‭ personalidade‬‭ carismática‬‭ do‬‭ seu‬ ‭ impulsionador,‬ ‭ o‬ ‭ colbertismo‬ ‭ foi‬ ‭ o‬ ‭ modelo‬ ‭ mercantilista‬ ‭ mais‬ ‭ adotado‬ ‭ pelos‬ ‭ países‬ ‭ europeus‬ ‭ .‬ ‭ O sistema mercantil em Inglaterra‬ ‭ De que forma se impôs o mercantilismo em França?‬ ‭ -‬ ‭ Em‬ ‭ Inglaterra,‬ ‭ as‬ ‭ medidas‬ ‭ de‬ ‭ tipo‬ ‭ mercantilista‬ ‭ assumiram‬ ‭ um‬ ‭ carácter‬ ‭ mais‬ ‭ flexível‬ ‭ ,‬ ‭ adaptando-se‬‭ aos‬‭ tempos‬‭ e‬‭ às‬‭ circunstâncias‬ ‭ ,‬‭ o‬‭ que‬‭ lhes‬‭ proporcionou‬‭ um‬‭ elevado‬‭ grau‬‭ de‬ ‭ eficácia‬ ‭ .‬ ‭ Cromwell‬ ‭ foi‬ ‭ o‬ ‭ responsável‬ ‭ pelas‬ ‭ medidas‬ ‭ mercantis‬ ‭ que‬ ‭ desenvolveram‬ ‭ a‬ ‭ Inglaterra.‬ ‭ -‬ ‭ Para‬ ‭ além‬ ‭ desta‬ ‭ flexibilidade,‬ ‭ o‬ ‭ mercantilismo‬ ‭ inglês‬ ‭ distingue-se‬ ‭ pela‬ ‭ valorização‬ ‭ da‬ ‭ marinha‬‭ e‬‭ do‬‭ setor‬‭ comercial‬ ‭ .‬‭ Tal‬‭ como‬‭ aconteceu‬‭ em‬‭ França,‬‭ foi‬‭ o‬‭ poderio‬‭ económico‬‭ dos‬ ‭ Holandeses‬‭ que‬‭ motivou‬‭ as‬‭ medidas‬‭ protecionistas‬‭ mais‬‭ fortes‬ ‭ .‬‭ Só‬‭ que,‬‭ em‬‭ Inglaterra,‬‭ a‬ ‭ concorrência‬‭ holandesa‬‭ fazia-se‬‭ sentir‬‭ sobretudo‬‭ nas‬‭ áreas‬‭ dos‬‭ transportes‬‭ marítimos‬‭ e‬‭ do‬ ‭ comércio externo‬ ‭ .‬
  • 6. ‭ Características do sistema mercantil em Inglaterra‬ ‭ Atos de Navegação:‬ ‭ Entre‬‭ 1651‬‭ e‬‭ 1663,‬‭ foi‬‭ promulgada‬‭ uma‬‭ série‬‭ de‬‭ leis‬‭ -‬‭ os‬‭ Atos‬‭ de‬‭ Navegação‬ ‭ -,‬‭ destinadas‬‭ a‬ ‭ banir os Holandeses das áreas do comércio britânico‬ ‭ .‬ ‭ -‬ ‭ Por‬ ‭ determinação‬ ‭ dos‬‭ Atos‬‭ de‬‭ Navegação‬ ‭ ,‬‭ todas‬‭ as‬‭ mercadorias‬‭ estrangeiras‬‭ que‬ ‭ entrassem‬ ‭ em‬‭ Inglaterra‬‭ seriam‬‭ obrigatoriamente‬‭ transportadas‬‭ em‬‭ embarcações‬ ‭ inglesas‬‭ ou‬‭ do‬‭ país‬‭ de‬‭ origem‬ ‭ ,‬‭ ou‬‭ seja,‬‭ o‬‭ transporte‬‭ de‬‭ todos‬‭ os‬‭ produtos‬‭ comerciais‬ ‭ a‬‭ países‬‭ europeus‬‭ via‬‭ mar‬‭ deveria‬‭ ser‬‭ feito‬‭ por‬‭ navios‬‭ pertencentes‬‭ a‬‭ Inglaterra‬‭ ou‬ ‭ ao‬‭ próprio‬‭ país‬‭ europeu‬‭ que‬‭ estivesse‬‭ a‬‭ realizar‬‭ a‬‭ importação‬‭ ou‬‭ exportação‬‭ desses‬ ‭ produtos.‬ ‭ Exclusivo colonial:‬ ‭ De‬‭ igual‬‭ forma,‬‭ reservou-se‬‭ à‬‭ marinha‬‭ britânica‬ ‭ ,‬‭ em‬‭ exclusivo,‬‭ a‬‭ navegação‬‭ de‬‭ cabotagem‬‭ e‬ ‭ o‬‭ transporte para Inglaterra das mercadorias coloniais‬‭ (Doc. 6A)- exclusivo cononial;‬ ‭ Política de exclusivo colonial:‬ ‭ Assim‬ ‭ destruída‬ ‭ a‬ ‭ concorrência‬ ‭ da‬ ‭ Holanda,‬ ‭ a‬ ‭ frota‬ ‭ mercante‬ ‭ inglesa‬ ‭ não‬ ‭ encontrou‬ ‭ entraves‬‭ ao‬‭ seu‬‭ crescimento,‬‭ tanto‬‭ mais‬‭ que‬‭ os‬‭ Atos‬‭ de‬‭ Navegação‬‭ foram‬‭ complementados‬ ‭ por‬‭ uma‬‭ política‬‭ de‬‭ expansão‬‭ territorial‬‭ sobretudo‬‭ na‬‭ América‬‭ do‬‭ Norte‬‭ e‬‭ nas‬‭ Antilhas‬‭ (pois‬ ‭ controla a produção e o preço dos produtos coloniais).‬ ‭ Exclusivo‬ ‭ colonial‬ ‭ :‬ ‭ forma‬ ‭ de‬ ‭ exploração‬ ‭ económica‬ ‭ que‬ ‭ reserva‬ ‭ para‬ ‭ a‬ ‭ metrópole‬ ‭ os‬ ‭ recursos‬ ‭ e‬‭ o‬‭ mercado‬‭ das‬‭ colónias.‬‭ Trata-se‬‭ de‬‭ uma‬‭ medida‬‭ protecionista‬‭ cujo‬‭ objetivo‬‭ é‬ ‭ garantir‬‭ a‬‭ obtenção‬‭ de‬‭ matérias-primas‬‭ e‬‭ produtos‬‭ exóticos‬‭ a‬‭ baixo‬‭ preço,‬‭ bem‬‭ como‬‭ escoar‬ ‭ as produções manufatureiras.‬ ‭ Criação de um império colonial e comercial:‬ ‭ O‬‭ setor‬‭ comercial‬‭ foi‬‭ ainda‬‭ reforçado‬‭ (‬ ‭ Criação‬‭ de‬‭ um‬‭ império‬‭ colonial‬‭ e‬‭ comercial)‬‭ com‬‭ a‬ ‭ criação‬ ‭ de‬ ‭ grandes‬ ‭ Companhias‬ ‭ de‬ ‭ Comércio‬ ‭ ,‬ ‭ às‬ ‭ quais‬ ‭ se‬ ‭ concederam‬ ‭ numerosos‬ ‭ monopólios.‬ ‭ A‬ ‭ mais‬ ‭ célebre‬ ‭ e‬ ‭ bem-sucedida‬ ‭ foi,‬ ‭ sem‬ ‭ dúvida,‬ ‭ a‬ ‭ Companhia‬ ‭ das‬ ‭ Índias‬ ‭ Orientais‬ ‭ ,‬‭ que‬‭ recebeu,‬‭ em‬‭ 1661,‬‭ poderes‬‭ soberanos‬‭ de‬‭ justiça‬‭ civil‬ ‭ ,‬‭ organização‬‭ militar‬‭ e‬ ‭ direção de guerra no Oriente‬‭ (Doc. 6C).‬ ‭ Quais os efeitos?‬ ‭ Esta‬‭ política‬‭ protecionista‬ ‭ /‬‭ Mercantilismo‬‭ surtiu‬‭ os‬‭ efeitos‬‭ desejados‬ ‭ :‬‭ o‬‭ poderio‬‭ comercial‬‭ e‬ ‭ marítimo‬‭ da‬‭ Inglaterra‬‭ consolidou-se,‬‭ permitindo-lhe‬‭ disputar,‬‭ com‬‭ êxito,‬‭ o‬‭ primeiro‬‭ lugar‬ ‭ na cena económica internacional (sendo a maior forta comercial, guerra e mercante).‬ ‭ Sem concorrência estrangeira‬
  • 7. ‭ A competição entre estados europeus no século XVII e a reação inglesa‬ ‭ no mercantilismo‬ ‭ Concorrência internacional:‬ ‭ ❖‬ ‭ Adoção de políticas mercantilistas por império da Europa‬ ‭ :‬ ‭ -Proteção das economias nacionais;‬ ‭ -Limitação de comércio internacional;‬ ‭ ❖‬ ‭ Adoção de políticas anti-protecionistas (Holanda e Inglaterra)‬ ‭ :‬ ‭ -Desenvolvimento da marinha mercante;‬ ‭ -Desenvolvimento do comércio internacional;‬ ‭ O equilíbrio europeu e a disputa das áreas coloniais‬ ‭ Como se caracterizava o equilíbrio europeu? -pág 69‬ ‭ No‬‭ decurso‬‭ dos‬‭ dois‬‭ séculos‬‭ que‬‭ agora‬‭ estudamos,‬‭ o‬‭ equilíbrio‬‭ europeu‬‭ foi‬‭ particularmente‬ ‭ frágil‬‭ e‬‭ mantido‬‭ à‬‭ custa‬‭ de‬‭ numerosos‬‭ conflitos‬ ‭ .‬‭ Fosse‬‭ por‬‭ questões‬‭ dinásticas,‬‭ pretensões‬ ‭ territoriais‬‭ ou‬‭ interesses‬‭ económicos,‬‭ o‬‭ certo‬‭ é‬‭ que‬‭ a‬‭ Europa‬‭ viveu‬‭ uma‬‭ sucessão‬‭ contínua‬ ‭ de guerras‬ ‭ .‬ ‭ Quais as causas destas guerras?‬ ‭ A‬‭ partir‬‭ da‬‭ segunda‬‭ metade‬‭ do‬‭ século‬‭ XVII,‬‭ as‬‭ motivações‬‭ económicas‬‭ estiveram‬‭ na‬‭ origem‬ ‭ da‬‭ maior‬‭ parte‬‭ destes‬‭ conflitos.‬‭ Sendo‬‭ o‬‭ comércio‬‭ o‬‭ setor‬‭ da‬‭ economia‬‭ que‬‭ movimentava‬ ‭ mais‬ ‭ capitais‬ ‭ e‬ ‭ produzia‬‭ maiores‬‭ lucros‬ ‭ ,‬‭ os‬‭ soberanos‬‭ aperceberam-se‬‭ de‬‭ que‬‭ o‬‭ domínio‬ ‭ comercial‬ ‭ facilmente‬ ‭ se‬ ‭ transformava‬ ‭ no‬ ‭ poderio‬ ‭ militar‬ ‭ indispensável‬ ‭ ao‬ ‭ engrandecimento do Estado‬ ‭ .‬ ‭ Porque razão os olhares se voltaram para as áreas coloniais?‬ ‭ Ora,‬‭ dado‬‭ que‬‭ a‬‭ generalização‬‭ das‬‭ medidas‬‭ protecionistas/mercantilistas‬‭ tinha‬‭ levantado‬ ‭ grandes‬‭ entraves‬‭ à‬‭ circulação‬‭ de‬‭ mercadorias‬‭ no‬‭ circuito‬‭ europeu‬ ‭ ,‬‭ ou‬‭ seja,‬‭ verificou-se‬‭ uma‬ ‭ Contração‬ ‭ do‬ ‭ Comércio‬ ‭ entre‬ ‭ os‬ ‭ países‬ ‭ europeus‬ ‭ ,‬ ‭ os‬ ‭ olhares‬ ‭ voltaram-se‬ ‭ para‬ ‭ as‬ ‭ áreas‬ ‭ coloniais‬‭ que se tornaram o‬‭ centro de acesas rivalidades‬ ‭ .‬ ‭ Grandes‬‭ mercados‬‭ consumidores,‬‭ fornecedoras‬‭ de‬‭ matérias-primas‬‭ e‬‭ produtos‬‭ exóticos‬‭ que‬ ‭ se‬ ‭ vendiam‬ ‭ a‬‭ bom‬‭ preço,‬‭ as‬‭ áreas‬‭ sob‬‭ domínio‬‭ europeu‬‭ eram‬‭ exploradas‬‭ em‬‭ sistema‬‭ de‬ ‭ exclusivo‬ ‭ colonial‬ ‭ pela‬ ‭ respetiva‬ ‭ metrópole‬ ‭ -‬‭ países‬‭ começaram‬‭ a‬‭ comerciar‬‭ com‬‭ as‬‭ suas‬ ‭ colónias.‬‭ Este‬‭ sistema‬‭ permitia‬‭ ao‬‭ Estado‬‭ dominador‬‭ regular‬‭ as‬‭ produções‬‭ e‬‭ os‬‭ preços‬‭ sem‬ ‭ ter em conta a concorrência dos outros países‬ ‭ , impedidos‬‭ de aí realizarem os seus negócios.‬ ‭ Daí,‬ ‭ também,‬ ‭ a‬ ‭ importância‬ ‭ atribuída‬ ‭ à‬ ‭ constituição‬ ‭ dos‬ ‭ impérios‬ ‭ coloniais‬ ‭ (territórios‬ ‭ controlados‬ ‭ pelos‬ ‭ seus‬ ‭ governadores‬ ‭ e‬ ‭ local‬ ‭ onde‬ ‭ iam‬ ‭ buscar‬ ‭ maior‬ ‭ parte‬ ‭ das‬
  • 8. ‭ matérias-primas),‬‭ autênticos‬‭ "impérios‬‭ de‬‭ comércio",‬‭ essenciais‬‭ à‬‭ vitalidade‬‭ económica‬‭ das‬ ‭ nações europeias‬ ‭ .‬ ‭ Fases da luta: (ver powerpoint)‬ ‭ Face‬ ‭ à‬ ‭ evidente‬ ‭ decadência‬ ‭ dos‬ ‭ Estados‬ ‭ ibéricos,‬ ‭ a‬ ‭ disputa‬ ‭ da‬ ‭ supremacia‬ ‭ no‬ ‭ grande‬ ‭ comércio martimo‬‭ travou-se essencialmente entre a‬‭ Holanda, a Inglaterra e a França‬ ‭ .‬ ‭ Muito resumidamente, podemos distinguir, nesta luta, duas fases:‬ ‭ ●‬ ‭ a‬ ‭ primeira,‬ ‭ entre‬ ‭ 1651‬ ‭ e‬ ‭ 1689,‬ ‭ opôs‬ ‭ a‬ ‭ Holanda‬ ‭ e‬ ‭ a‬ ‭ Inglaterra‬ ‭ .‬ ‭ Os‬ ‭ dois‬ ‭ países‬ ‭ travaram‬‭ entre‬‭ si‬‭ três‬‭ encarniçadas‬‭ guerras‬ ‭ ,‬‭ no‬‭ termo‬‭ das‬‭ quais‬‭ a‬‭ Holanda‬‭ perdeu‬ ‭ para‬ ‭ a‬ ‭ Inglaterra‬ ‭ as‬ ‭ suas‬ ‭ colónias‬ ‭ americanas‬ ‭ e‬ ‭ parte‬ ‭ das‬ ‭ suas‬ ‭ possessões‬ ‭ no‬ ‭ Oriente‬ ‭ .‬‭ Estas‬‭ guerras‬‭ marcam‬‭ o‬‭ fim‬‭ da‬‭ hegemonia‬‭ comercial‬‭ holandesa,‬‭ que‬‭ durava‬ ‭ há mais de meio século;‬ ‭ ●‬ ‭ a‬ ‭ segunda,‬ ‭ que‬ ‭ decorreu‬ ‭ entre‬ ‭ 1689‬ ‭ e‬ ‭ 1763,‬ ‭ foi‬ ‭ marcada‬ ‭ pela‬ ‭ rivalidade‬ ‭ anglo-francesa‬ ‭ ,‬‭ que‬‭ se‬‭ materializou‬‭ numa‬‭ longa‬‭ série‬‭ de‬‭ conflitos‬‭ por‬‭ questões‬‭ de‬ ‭ território, mercados e abastecimentos de produtos coloniais.‬ ‭ De quem foi a vitória?‬ ‭ Este‬ ‭ período‬ ‭ de‬ ‭ tensão‬ ‭ culminou‬ ‭ na‬ ‭ Guerra‬ ‭ dos‬ ‭ Sete‬‭ Anos‬‭ (1756-1763)‬‭ que,‬‭ iniciada‬‭ na‬ ‭ Europa, rapidamente se estendeu aos territórios .‬ ‭ -‬ ‭ A‬ ‭ guerra‬ ‭ consagrou‬ ‭ a‬ ‭ vitória‬ ‭ inglesa‬ ‭ ,‬‭ reconhecida‬‭ no‬‭ Tratado‬‭ de‬‭ Paris‬ ‭ .‬‭ Por‬‭ este‬ ‭ tratado,‬‭ a‬‭ França‬‭ abandonou‬‭ as‬‭ suas‬‭ possessões‬‭ nas‬‭ Índias‬ ‭ ,‬‭ comprometendo-se‬‭ a‬‭ retirar‬‭ os‬ ‭ efetivos‬ ‭ militares‬ ‭ das‬ ‭ cinco‬ ‭ feitorias‬‭ que‬‭ aí‬‭ conservou.‬‭ Na‬‭ América,‬‭ cedeu‬‭ à‬‭ Inglaterra‬‭ o‬ ‭ Canadá,‬ ‭ o‬ ‭ vale‬ ‭ do‬ ‭ Oaio,‬ ‭ a‬ ‭ margem‬ ‭ esquerda‬ ‭ do‬ ‭ rio‬ ‭ Mississípi;‬‭ em‬‭ África,‬‭ as‬‭ feitorias‬‭ do‬ ‭ Senegal.‬ ‭ Entregou,‬ ‭ ainda,‬ ‭ a‬ ‭ Luisiana‬ ‭ à‬ ‭ Espanha,‬ ‭ para‬ ‭ a‬ ‭ compensar‬ ‭ a‬ ‭ perda‬ ‭ da‬ ‭ Flórida,‬ ‭ anexada pelos ingleses.‬ ‭ Foi assim que, após mais de um século de conflitos, a Inglaterra se tornou a maior potência colonial e‬ ‭ marítima da Europa e a sua hegemonia económica perdurará por todo o século XIX.‬ ‭ Em resumo:‬ ‭ Os‬‭ países de origem‬ ‭ :‬ ‭ 1.‬ ‭ controlam a produção‬‭ e os‬‭ preços‬‭ dos produtos coloniais;‬ ‭ 2.‬ ‭ garantem‬ ‭ a‬ ‭ obtenção‬ ‭ de‬ ‭ matérias-primas‬ ‭ e‬ ‭ de‬ ‭ mercados‬ ‭ de‬ ‭ escoamento‬ ‭ das‬ ‭ manufaturas‬‭ sem a interferência de países rivais;‬ ‭ O‬‭ exclusivo colonial‬‭ leva à:‬ ‭ 1.‬ ‭ A‬ ‭ criação‬ ‭ de‬ ‭ um‬ ‭ império‬ ‭ colonial‬ ‭ e‬ ‭ comercial‬ ‭ que‬ ‭ passou‬ ‭ a‬ ‭ ser‬‭ a‬‭ prioridade‬‭ dos‬ ‭ Estados Europeus‬ ‭ ;‬
  • 9. ‭ 2.‬ ‭ O‬ ‭ capitalismo‬ ‭ comercial‬ ‭ levou‬ ‭ ao‬ ‭ agravamento‬ ‭ das‬ ‭ tensões‬ ‭ internacionais‬ ‭ com‬ ‭ episódios de guerra e rivalidade entre:‬ ‭ Sécs. XVII e XVIII - holandeses, franceses e ingleses‬ ‭ - franceses e ingleses‬ ‭ Hegemonia britânica‬ ‭ A 2ª metado do século XVII foi, para a‬‭ Inglaterra‬ ‭ ,‬‭ um‬‭ período de intensa prosperidade‬ ‭ :‬ ‭ - agricultura, indústria, comércio e a banca rgistaram um desenvolvimento‬ ‭ revolucionário;‬ ‭ - vitórias militares.‬ ‭ ↓‬ ‭ Impuseram a‬‭ hegemonia britânica‬‭ sobre o Velho Continente‬‭ e sobre o mundo colonial‬ ‭ No que consiste a Revolução Agrícola?‬ ‭ Designação‬‭ do‬‭ movimento‬‭ de‬‭ renovação‬‭ da‬‭ agricultura‬ ‭ ,‬‭ verificado‬‭ na‬‭ Inglaterra‬‭ do‬‭ século‬ ‭ XVIII,‬ ‭ que‬ ‭ resulta‬ ‭ na‬ ‭ transformação‬ ‭ da‬ ‭ propriedade‬‭ rural‬‭ (‬ ‭ enclosures‬ ‭ ),‬‭ na‬‭ introdução‬‭ de‬ ‭ novas‬‭ espécies‬‭ vegetais‬‭ e‬‭ animais‬‭ (ou‬‭ seu‬‭ apuramento)‬‭ e‬‭ na‬‭ aplicação‬‭ de‬‭ novas‬‭ técnicas‬‭ e‬ ‭ processos de produção‬ ‭ .‬ ‭ Condicionalismo e fatores da Revolução Agrícola:‬ ‭ ●‬ ‭ Triunfo‬ ‭ do‬ ‭ parlamentarismo‬ ‭ inglês‬ ‭ :‬ ‭ contrariamente‬ ‭ ao‬ ‭ absolutismo,‬ ‭ o‬ ‭ parlamentarismo‬ ‭ era‬ ‭ favorável‬ ‭ à‬ ‭ liberdade‬ ‭ económica‬ ‭ o‬ ‭ que‬ ‭ permitiu‬ ‭ o‬ ‭ desenvolvimento da aristocracia rural e da burguesia‬ ‭ .‬ ‭ ●‬ ‭ Investimento‬‭ na‬‭ agricultura‬‭ feito‬‭ pela‬‭ burguesia‬ ‭ ,‬‭ com‬‭ base‬‭ na‬‭ riqueza‬‭ acumulada‬ ‭ através do comércio colonial.‬ ‭ ●‬ ‭ Melhoria das técnicas agrícolas‬ ‭ :‬ ‭ -‬ ‭ emparcelamento das terras‬ ‭ ;‬ ‭ -‬ ‭ especialização de culturas‬ ‭ ;‬ ‭ -‬ ‭ mecanização da agricultura‬ ‭ ;‬ ‭ -‬ ‭ sistema‬ ‭ de‬ ‭ rotação‬ ‭ quadrienal‬ ‭ das‬ ‭ culturas‬ ‭ -‬ ‭ para‬ ‭ resolver‬ ‭ o‬ ‭ problema‬ ‭ do‬ ‭ esgotamento‬ ‭ do‬ ‭ solo‬ ‭ (causado‬ ‭ pela‬ ‭ cultivo‬ ‭ intensivo‬ ‭ de‬ ‭ cereais-‬ ‭ base‬ ‭ da‬ ‭ alimentação),‬ ‭ ou‬ ‭ seja,‬ ‭ para‬ ‭ evitar‬ ‭ o‬ ‭ pousio‬ ‭ e‬ ‭ renovar‬ ‭ a‬ ‭ terra‬ ‭ ,‬ ‭ que‬ ‭ alternava‬ ‭ as‬ ‭ colheitas‬‭ de‬‭ cereais‬‭ com‬‭ as‬‭ de‬‭ leguminosas,‬‭ como‬‭ o‬‭ nabo‬‭ (que‬‭ melhora‬‭ os‬‭ solos),‬‭ e‬ ‭ as‬ ‭ de‬ ‭ plantas‬ ‭ forrageiras,‬ ‭ como‬ ‭ o‬ ‭ trevo.‬ ‭ Tal‬ ‭ prática‬ ‭ não‬ ‭ só‬ ‭ proporcionava‬ ‭ o‬ ‭ aproveitamento‬ ‭ integral‬ ‭ da‬ ‭ terra‬ ‭ como‬ ‭ permitia‬ ‭ uma‬ ‭ articulação‬ ‭ perfeita‬ ‭ entre‬ ‭ a‬ ‭ agricultura‬‭ e‬‭ a‬‭ criação‬‭ de‬‭ gado‬ ‭ ,‬‭ aspeto‬‭ deveras‬‭ relevante,‬‭ uma‬‭ vez‬‭ que,‬‭ à‬‭ falta‬‭ de‬ ‭ adubos químicos, o estrume era, nesse tempo, o único fertilizante de uso corrente.‬
  • 10. ‭ -‬ ‭ Enclosures‬ ‭ :‬‭ este‬‭ novo‬‭ sistema‬‭ era‬‭ incompatível‬‭ com‬‭ os‬‭ tradicionais‬‭ direitos‬‭ de‬‭ pasto‬ ‭ comunitário‬ ‭ que‬ ‭ obrigavam‬ ‭ a‬ ‭ deixar‬ ‭ abertos‬ ‭ todos‬ ‭ os‬ ‭ campos‬ ‭ onde,‬ ‭ após‬ ‭ as‬ ‭ colheitas,‬ ‭ os‬ ‭ gados‬ ‭ da‬ ‭ região‬ ‭ pastavam‬ ‭ livremente.‬ ‭ O‬ ‭ campo‬ ‭ aberto‬ ‭ (open‬ ‭ field)‬ ‭ revelava-se,‬‭ pelo‬‭ contrário,‬‭ altamente‬‭ prejudicial‬‭ à‬‭ rentabilização‬‭ da‬‭ terra,‬‭ pelo‬‭ que‬ ‭ os‬‭ grandes‬‭ proprietários‬‭ desencadearam‬‭ um‬‭ processo‬‭ de‬‭ vedações‬‭ (‬ ‭ enclosures‬ ‭ )‬‭ das‬ ‭ suas‬ ‭ propriedades‬ ‭ às‬ ‭ quais‬ ‭ anexaram,‬ ‭ muitas‬ ‭ vezes,‬ ‭ baldios‬ ‭ e‬ ‭ outras‬ ‭ terras‬ ‭ comunitárias.‬‭ As‬‭ enclosures:‬‭ criadas‬‭ de‬‭ forma‬‭ a‬‭ que‬‭ os‬‭ grandes‬‭ senhoras‬‭ das‬‭ terras‬ ‭ aumentassem‬ ‭ a‬ ‭ dimensão‬‭ das‬‭ suas‬‭ e,‬‭ por‬‭ sua‬‭ vez,‬ ‭ aumentassem‬‭ a‬‭ produção‬‭ e‬‭ o‬ ‭ lucro‬ ‭ , logo permitiam um‬‭ melhor aproveitamento‬‭ e‬‭ rentabilização‬‭ da terra‬ ‭ .‬ ‭ -‬ ‭ seleção‬‭ de‬‭ sementes‬‭ e‬‭ de‬‭ gado‬ ‭ :‬‭ as‬‭ vedações‬‭ constituíram‬‭ um‬‭ elemento‬‭ essencial‬‭ à‬ ‭ modernização‬ ‭ da‬ ‭ agricultura‬ ‭ inglesa.‬ ‭ Nestes‬ ‭ campos‬ ‭ cercados‬ ‭ selecionaram-se‬ ‭ as‬ ‭ sementes‬ ‭ ,‬‭ aperfeiçoaram-se as alfaias‬ ‭ ,‬‭ apuraram-se‬‭ as raças animais‬ ‭ .‬ ‭ ●‬ ‭ Conquista‬ ‭ de‬ ‭ novas‬ ‭ áreas‬ ‭ cultiváveis‬ ‭ através‬ ‭ do‬ ‭ arroteamento‬ ‭ de‬ ‭ florestas‬ ‭ ,‬ ‭ da‬ ‭ drenagem‬ ‭ de‬ ‭ pântanos‬ ‭ e‬ ‭ da‬ ‭ anexação‬ ‭ de‬ ‭ baldios‬ ‭ contíguos‬ ‭ às‬ ‭ propriedades‬ ‭ da‬ ‭ nobreza.‬ ‭ ●‬ ‭ Expansão de novas culturas:‬‭ batata, beterraba e milho‬‭ maís.‬ ‭ Quais as condições favoráveis ao dinamismo económico da Inglaterra?‬ ‭ Para‬ ‭ o‬ ‭ sucesso‬ ‭ económico‬ ‭ inglês‬ ‭ contribui‬ ‭ um‬ ‭ conjunto‬ ‭ vasto‬ ‭ de‬ ‭ fatores‬ ‭ ,‬ ‭ dos‬ ‭ quais‬ ‭ se‬ ‭ salientam:‬ ‭ ➔‬ ‭ uma‬‭ agricultura‬‭ inovadora‬ ‭ ,‬‭ capaz‬‭ de‬‭ aumentar‬‭ significativamente‬‭ a‬‭ produtividade‬ ‭ ,‬ ‭ criando riqueza e‬‭ libertando mão de obra‬‭ para outros‬‭ setores económicos;‬ ‭ ➔‬ ‭ um‬ ‭ acentuado‬ ‭ crescimento‬ ‭ demográfico‬ ‭ ,‬ ‭ que‬ ‭ não‬ ‭ só‬ ‭ ampliou‬ ‭ o‬ ‭ mercado‬ ‭ consumidor,‬ ‭ estimulando‬ ‭ a‬ ‭ produção,‬ ‭ como‬ ‭ forneceu‬ ‭ os‬ ‭ trabalhadores‬ ‭ indispensáveis ao desenvolvimento económico:‬ ‭ -‬ ‭ Diminuição‬ ‭ da‬ ‭ mortalidade‬ ‭ ,‬ ‭ sobretudo‬ ‭ infantil,‬ ‭ devido‬ ‭ à‬ ‭ descoberta‬ ‭ da‬ ‭ vacina‬ ‭ contra a varíola‬‭ e ao‬‭ maior cuidado com o parto‬‭ e‬‭ com a‬‭ educação das crianças‬ ‭ .‬ ‭ -‬‭ Melhoria‬‭ da‬‭ alimentação‬‭ devido‬‭ às‬‭ inovações‬‭ agrícolas‬‭ e‬‭ ao‬‭ clima‬‭ se‬‭ ter‬‭ tornado‬ ‭ mais suave‬ ‭ .‬ ‭ -‬‭ Melhores‬‭ condições‬‭ de‬‭ habitação‬‭ –‬‭ o‬‭ tijolo‬‭ substituiu‬‭ a‬‭ madeira‬‭ na‬‭ construção‬‭ das‬ ‭ casas.‬ ‭ -‬‭ Melhoria do vestuário‬‭ –‬‭ roupa interior em algodão‬‭ em vez de lã.‬ ‭ -‬‭ Maior cuidado com a higiene pessoal‬‭ – uso do sabão.‬ ‭ -‬‭ Diminuição do número de guerras‬ ‭ .‬
  • 11. ‭ O‬ ‭ aumento‬ ‭ da‬ ‭ população‬ ‭ inglesa‬ ‭ foi,‬ ‭ simultaneamente,‬ ‭ um‬ ‭ resultado‬ ‭ e‬ ‭ um‬ ‭ fator‬ ‭ de‬ ‭ desenvolvimento‬ ‭ económico‬ ‭ :‬ ‭ a‬ ‭ abundância‬ ‭ e‬ ‭ a‬ ‭ criação‬ ‭ de‬ ‭ postos‬ ‭ de‬ ‭ trabalho‬ ‭ fazem‬ ‭ aumentar‬‭ a‬‭ taxa‬‭ de‬‭ nupcialidade‬‭ e‬‭ o‬‭ n.º‬‭ de‬‭ nascimentos,‬‭ enquanto‬‭ a‬‭ morte‬‭ regride;‬‭ por‬‭ sua‬ ‭ vez,‬ ‭ o‬ ‭ crescimento‬ ‭ populacional‬ ‭ estimula‬ ‭ o‬ ‭ consumo‬ ‭ e‬ ‭ fornece‬ ‭ mão‬ ‭ de‬‭ obra‬‭ jovem‬‭ aos‬ ‭ diversos setores de atividade.‬ ‭ Enquanto‬‭ no‬‭ resto‬‭ da‬‭ Europa‬‭ a‬‭ urbanização‬‭ progride‬‭ lentamente‬ ‭ ,‬‭ na‬‭ Inglaterra‬‭ configura-se‬ ‭ já a nova geografia humana que marca a era industrial.‬ ‭ Centro‬ ‭ nevrálgico‬ ‭ de‬‭ toda‬‭ esta‬‭ vitalidade‬‭ económica,‬‭ Londres‬‭ torna-se‬‭ a‬‭ maior‬‭ cidade‬‭ da‬ ‭ Europa.‬ ‭ ➔‬ ‭ um‬ ‭ mercado‬ ‭ interno‬ ‭ onde‬ ‭ os‬ ‭ produtos‬ ‭ circulavam‬‭ de‬‭ forma‬‭ rápida‬‭ e‬‭ barata‬ ‭ .‬‭ Ao‬ ‭ crescente‬ ‭ número‬ ‭ de‬ ‭ consumidores‬ ‭ juntava-se,‬ ‭ em‬ ‭ Inglaterra,‬ ‭ a‬ ‭ inexistência‬ ‭ de‬ ‭ alfândegas‬‭ internas‬‭ que‬‭ encareceram‬‭ as‬‭ mercadorias‬‭ e‬‭ dificultasse‬‭ o‬‭ seu‬‭ transporte,‬ ‭ como‬ ‭ era‬ ‭ normal‬ ‭ em‬ ‭ França‬ ‭ ou‬ ‭ na‬ ‭ Alemanha,‬ ‭ e‬ ‭ as‬ ‭ vias‬ ‭ de‬ ‭ circulação‬ ‭ eficientes‬ ‭ (canais‬ ‭ e‬‭ estradas)‬‭ com‬‭ o‬‭ objetivo‬‭ de‬‭ diminuir‬‭ os‬‭ custos‬‭ de‬‭ circulação,‬‭ o‬‭ mercado‬ ‭ inglês‬‭ tornou-se‬‭ um‬‭ verdadeiro‬‭ "‬ ‭ mercado‬‭ nacional‬ ‭ "‬‭ (onde‬‭ os‬‭ produtos‬‭ e‬‭ a‬‭ mão‬‭ de‬ ‭ obra‬ ‭ podiam‬ ‭ circular‬ ‭ livremente),‬ ‭ propiciador‬ ‭ do‬ ‭ consumo,‬ ‭ da‬ ‭ importação‬ ‭ de‬ ‭ matérias-primas e da exportação de produtos manutaturados;‬ ‭ Nota:‬‭ o‬‭ desenvolvimento‬‭ das‬‭ vias‬‭ de‬‭ circulação‬‭ não‬‭ só‬‭ favoreceu‬‭ a‬‭ criação‬‭ de‬‭ um‬ ‭ mercado‬ ‭ nacional‬ ‭ ,‬ ‭ como‬ ‭ proporcionou‬ ‭ a‬ ‭ necessária‬ ‭ ligação‬ ‭ entre‬ ‭ as‬ ‭ regiões‬ ‭ do‬ ‭ interior‬‭ e‬‭ as‬‭ cidades‬‭ portuárias‬ ‭ ,‬‭ articulando‬‭ consumos‬‭ e‬‭ produções‬‭ internas‬‭ com‬‭ o‬ ‭ extenso mercado colonial inglês.‬ ‭ ➔‬ ‭ um‬ ‭ mercado‬ ‭ externo‬ ‭ amplo‬ ‭ ,‬ ‭ no‬ ‭ qual‬ ‭ as‬ ‭ colónias‬ ‭ desempenhavam‬ ‭ um‬ ‭ papel‬ ‭ de‬ ‭ vulto.‬ ‭ Exploradas‬ ‭ em‬ ‭ sistema‬ ‭ de‬ ‭ exclusivo‬ ‭ colonial,‬ ‭ as‬ ‭ áreas‬ ‭ coloniais‬ ‭ forneciam‬ ‭ materias-primas a baixo preço e constituíam um extenso mercado de consumo;‬ ‭ Mau‬ ‭ grado‬ ‭ as‬ ‭ medidas‬‭ protecionistas‬‭ dos‬‭ Estados‬‭ europeus,‬‭ os‬‭ produtos‬‭ ingleses‬ ‭ impunham-se‬‭ no‬‭ continente‬ ‭ ,‬‭ quer‬‭ pela‬‭ sua‬‭ excelente‬‭ qualidade‬‭ quer‬‭ pelo‬‭ seu‬‭ baixo‬ ‭ preço‬ ‭ .‬‭ Mesmo‬‭ a‬‭ França‬‭ não‬‭ conseguia‬‭ resistir-lhes:‬‭ quando,‬‭ em‬‭ 1786,‬‭ os‬‭ dois‬‭ países‬ ‭ acordam‬‭ a‬‭ redução‬‭ mútua‬‭ de‬‭ tarifas‬‭ alfandegárias‬‭ (Tratado‬‭ de‬‭ Eden),‬‭ uma‬‭ avalancha‬ ‭ de‬‭ têxteis‬‭ e‬‭ ferragens‬‭ inglesas‬‭ invadiu‬‭ os‬‭ mercados‬‭ franceses,‬‭ provocando‬‭ protestos‬ ‭ veementes por parte dos fabricantes deste país.‬ ‭ Era, porém, dos longínquos mercados transoceânicos que os Ingleses retiravam os‬ ‭ seus‬‭ maiores dividendos‬ ‭ :‬ ‭ -‬ ‭ Importância‬ ‭ do‬ ‭ comércio‬ ‭ triangular‬ ‭ (Américas)‬ ‭ :‬ ‭ mais‬ ‭ de‬ ‭ metade‬ ‭ da‬ ‭ frota‬ ‭ britânica‬‭ singrava‬‭ em‬‭ direção‬‭ às‬‭ Américas,‬‭ quer‬‭ diretamente‬‭ quer‬‭ passando‬ ‭ pela‬ ‭ periferia‬ ‭ africana,‬ ‭ inscrevendo-se‬ ‭ nas‬ ‭ rotas‬ ‭ do‬ ‭ comércio‬ ‭ triangular.‬ ‭ O‬ ‭ triângulo‬‭ comercial‬‭ que‬‭ ligava‬‭ os‬‭ três‬‭ continentes‬‭ fazia-se,‬‭ no‬‭ caso‬‭ inglês,‬‭ a‬
  • 12. ‭ partir‬‭ dos‬‭ portos‬‭ de‬‭ Liverpool,‬‭ Londres,‬‭ Bristol,‬‭ Glasgow‬‭ ou‬‭ Hull,‬‭ de‬‭ onde‬‭ os‬ ‭ navios‬ ‭ largavam‬ ‭ carregados‬ ‭ de‬ ‭ armas‬ ‭ de‬ ‭ fogo‬ ‭ ,‬ ‭ rum‬ ‭ ,‬ ‭ tecidos‬ ‭ grosseiros‬ ‭ e‬ ‭ quilharias‬ ‭ ,‬ ‭ em‬ ‭ direção‬ ‭ à‬ ‭ costa‬ ‭ de‬ ‭ África‬ ‭ .‬ ‭ Aí,‬ ‭ abasteciam-se‬ ‭ de‬ ‭ escravos‬ ‭ ,‬ ‭ destinados‬ ‭ às‬ ‭ plantações‬ ‭ e‬ ‭ minas‬ ‭ americanas‬ ‭ .‬ ‭ Na‬ ‭ América,‬ ‭ adquiriam‬ ‭ as‬ ‭ produções‬ ‭ tropicais‬ ‭ (açúcar,‬ ‭ café,‬ ‭ algodão,‬ ‭ tabaco,‬ ‭ etc.),‬ ‭ que‬ ‭ revendiam‬ ‭ depois na Europa.‬ ‭ -‬ ‭ Importância‬ ‭ da‬ ‭ Companhia‬ ‭ das‬ ‭ Índias‬ ‭ Orientais:‬ ‭ no‬ ‭ Oriente,‬ ‭ quer‬ ‭ as‬ ‭ responsabilidades‬ ‭ da‬ ‭ conquista‬ ‭ quer‬ ‭ os‬ ‭ direitos‬ ‭ de‬ ‭ comércio‬ ‭ foram‬ ‭ transferidos‬‭ para‬‭ a‬‭ Companhia‬‭ das‬‭ Índias‬‭ Orientais,‬‭ que‬‭ se‬‭ mostrou‬‭ à‬‭ altura‬ ‭ da‬ ‭ sua‬ ‭ missão.‬ ‭ Tendo-se‬ ‭ apropriado‬ ‭ de‬ ‭ rotas‬ ‭ e‬ ‭ tráficos‬ ‭ e‬‭ estabelecido‬‭ um‬ ‭ domínio territorial consistente, a Companhia:‬ ‭ -‬‭ controlava‬‭ o‬‭ comércio‬‭ das‬‭ sedas,‬‭ as‬‭ especiarias,‬‭ os‬‭ corantes,‬‭ o‬‭ chá,‬ ‭ as‬ ‭ porcelanas‬ ‭ e‬ ‭ os‬‭ panos‬‭ de‬‭ algodão‬‭ indianos,‬‭ muito‬‭ apreciados‬‭ na‬ ‭ Europa pela sua finura e qualidade.‬ ‭ -o‬ ‭ domínio‬ ‭ territorial‬ ‭ britânico‬ ‭ permitiu‬ ‭ também‬ ‭ o‬ ‭ controlo‬ ‭ das‬ ‭ produções‬‭ agrícolas‬‭ (açúcar,‬‭ pimenta,‬‭ açafrão,‬‭ índigo,‬‭ seda,‬‭ algodão)‬ ‭ que‬ ‭ os‬ ‭ britânicos‬ ‭ exploraram‬ ‭ consoante‬ ‭ as‬ ‭ suas‬ ‭ necessidades,‬ ‭ impondo produções e taxas aos agricultores asiáticos.‬ ‭ -para‬ ‭ além‬ ‭ do‬ ‭ lucrativo‬ ‭ comércio‬ ‭ Ásia-Europa,‬ ‭ os‬ ‭ ingleses‬ ‭ imiscuíram-se‬ ‭ nos‬ ‭ circuitos‬ ‭ de‬ ‭ troca‬ ‭ locais‬ ‭ ,‬ ‭ o“‬ ‭ country‬ ‭ trade‬ ‭ ”.‬ ‭ Controlava‬ ‭ o‬ ‭ espaço‬ ‭ comercial‬ ‭ no‬ ‭ porto‬ ‭ de‬ ‭ Cantão,‬‭ na‬‭ China,‬‭ com‬ ‭ seda,‬ ‭ porcelanas‬ ‭ e‬ ‭ chá‬ ‭ que‬ ‭ pagavam‬ ‭ com‬ ‭ tecidos‬ ‭ e‬ ‭ ópio‬ ‭ indianos,‬ ‭ ouro e prata da metrópole.‬ ‭ Companhia‬‭ das‬‭ Índias‬‭ Orientais:‬‭ Nome‬‭ comum‬‭ a‬‭ várias‬‭ organizações‬‭ comerciais‬‭ (holandesa,‬‭ inglesa,‬ ‭ francesa)‬‭ que‬‭ entre‬‭ si‬‭ disputaram‬‭ a‬‭ exploração‬‭ comercial‬‭ do‬‭ Oriente‬‭ a‬‭ partir‬‭ de‬‭ inícios‬‭ do‬‭ século‬ ‭ XVII. A mais importante foi a Companhia das Índias Orientais holandesa.‬ ‭ ➔‬ ‭ um‬‭ sistema‬‭ financeiro‬‭ avançado‬ ‭ ,‬‭ a‬‭ superioridade‬‭ inglesa‬‭ assentava,‬‭ também,‬‭ num‬ ‭ sistema‬ ‭ financeiro‬ ‭ avançado‬ ‭ facilitador‬ ‭ do‬ ‭ desenvolvimento‬ ‭ económico‬ ‭ ,‬ ‭ capaz‬ ‭ de‬ ‭ apoiar os vários setores de atividade.‬ ‭ -‬‭ Em‬‭ Londres‬‭ funcionava‬‭ a‬‭ mais‬‭ importante‬‭ bolsa‬‭ de‬‭ valores/de‬‭ comércio‬‭ da‬ ‭ Europa,‬ ‭ onde‬ ‭ se‬ ‭ centralizavam‬ ‭ os‬ ‭ grandes‬ ‭ negócios‬ ‭ da‬ ‭ cidade,‬ ‭ criada‬ ‭ como‬ ‭ instituição‬‭ privada‬ ‭ ,‬‭ depressa‬‭ foi‬‭ reconhecida‬‭ pelo‬‭ Estado‬‭ que‬‭ lhe‬‭ conferiu‬‭ a‬‭ condição‬ ‭ de‬‭ Royal Exchange‬ ‭ .‬ ‭ Nela‬ ‭ se‬ ‭ contratava‬ ‭ a‬ ‭ dívida‬ ‭ pública‬ ‭ (pág.81)‬ ‭ e‬ ‭ se‬ ‭ cotaram‬ ‭ as‬‭ primeiras‬‭ ações‬‭ da‬ ‭ Companhia‬ ‭ das‬ ‭ Índias‬‭ Orientais‬ ‭ .‬‭ Assim‬‭ nasceu‬‭ a‬‭ bolsa‬‭ de‬‭ valores‬‭ londrina‬ ‭ ,‬‭ ainda‬ ‭ hoje‬‭ uma‬‭ das‬‭ mais‬‭ importantes‬‭ do‬‭ mundo.‬‭ A‬‭ prosperidade‬‭ da‬‭ Companhia‬‭ das‬‭ Índias‬ ‭ desenvolveu‬ ‭ de‬ ‭ tal‬ ‭ forma‬ ‭ o‬ ‭ mercado‬ ‭ acionista‬ ‭ que,‬ ‭ em‬ ‭ 1691,‬ ‭ apareceram‬ ‭ os‬
  • 13. ‭ primeiros‬ ‭ títulos‬ ‭ de‬ ‭ empresas‬ ‭ industriais‬ ‭ aos‬ ‭ quais‬ ‭ se‬‭ juntaram,‬‭ pouco‬‭ depois,‬‭ as‬ ‭ ações do Banco de Inglaterra.‬ ‭ ↓‬ ‭ A‬ ‭ atividade‬ ‭ bolsista‬ ‭ foi‬ ‭ um‬ ‭ importante‬ ‭ fator‬ ‭ de‬‭ prosperidade‬‭ económica‬ ‭ ,‬‭ já‬‭ que‬ ‭ permitiu‬ ‭ canalizar‬ ‭ as‬ ‭ poupanças‬ ‭ particulares‬ ‭ para‬ ‭ o‬ ‭ financiamento‬ ‭ de‬ ‭ empresas‬ ‭ ,‬ ‭ alargando‬‭ assim‬‭ o‬‭ mercado‬‭ de‬‭ capitais.‬‭ Adquirir‬‭ títulos‬‭ do‬‭ Estado‬‭ ou‬‭ ações‬‭ de‬‭ uma‬ ‭ companhia‬ ‭ passou‬ ‭ a‬ ‭ ser‬ ‭ uma‬ ‭ forma‬ ‭ de‬ ‭ aplicação‬ ‭ do‬ ‭ dinheiro‬ ‭ que,‬ ‭ gerando‬ ‭ perspetivas de bons lucros, atrai, até hoje, numerosos investidores.‬ ‭ -‬ ‭ A‬ ‭ operacionalidade‬ ‭ do‬ ‭ sistema‬ ‭ financeiro‬ ‭ foi‬ ‭ reforçada‬ ‭ em‬ ‭ 1694,‬ ‭ com‬ ‭ a‬ ‭ criação‬‭ do‬‭ Banco‬‭ de‬‭ Inglaterra‬ ‭ .‬‭ Este‬‭ estava‬‭ especialmente‬‭ vocacionado‬‭ para‬‭ realizar‬ ‭ todas‬ ‭ as‬ ‭ operações‬ ‭ necessárias‬ ‭ ao‬ ‭ Grande‬ ‭ Comércio‬ ‭ :‬ ‭ aceitação‬ ‭ de‬ ‭ depósitos,‬ ‭ transferências‬ ‭ de‬ ‭ conta‬ ‭ a‬ ‭ conta,‬ ‭ desconto‬ ‭ de‬ ‭ letras‬ ‭ e‬ ‭ também‬ ‭ financia-mentos,‬ ‭ sempre que era necessário, por exemplo, equipar os navios do comércio colonial.‬ ‭ O‬ ‭ banco‬ ‭ também‬ ‭ tinha‬ ‭ ainda‬ ‭ a‬‭ capacidade‬‭ de‬‭ emitir‬‭ notas‬ ‭ ,‬‭ que‬‭ circulavam‬‭ como‬ ‭ uma‬ ‭ verdadeira‬ ‭ moeda.‬ ‭ Embora‬ ‭ este‬ ‭ primeiro‬ ‭ papel-moeda‬ ‭ pudesse‬ ‭ ser,‬ ‭ em‬ ‭ qualquer‬‭ momento,‬‭ convertido‬‭ em‬‭ ouro,‬‭ o‬‭ valor‬‭ das‬‭ notas‬‭ em‬‭ circulação‬‭ ultrapassou‬ ‭ largamente‬ ‭ as‬ ‭ reservas‬ ‭ metálicas‬ ‭ do‬ ‭ banco‬ ‭ ,‬ ‭ fornecendo‬ ‭ assim‬ ‭ os‬ ‭ meios‬ ‭ de‬ ‭ pagamento necessários ao incremento dos pequenos negócios.‬ ‭ A‬‭ atividade‬‭ do‬‭ Banco‬‭ de‬‭ Inglaterra‬‭ deu‬‭ origem‬‭ a‬‭ pequenas‬‭ instituições‬‭ -‬‭ os‬‭ country‬ ‭ banks‬‭ - (realizavam, em escala mais reduzida, o mesmo‬‭ tipo de operações).‬ ‭ Servindo de base à prosperidade do comércio e à gestão capitalista do setor agrícola, esta estrutura‬ ‭ financeira constituiu também o ponto de apoio da maior de todas as mudanças económicas: a‬ ‭ Revolução Industrial.‬ ‭ ➔‬ ‭ um‬‭ setor manufatureiro em mutação profunda‬ ‭ . No último‬‭ quartel do século XVIll,‬ ‭ uma vaga de inovações técnicas revolucionou o têxtil e a metalurgia ingleses,‬ ‭ inaugurando a maquinotatura, isto é, a era industrial.‬ ‭ Quais as consequências da Revolução Agrícola Inglesa?‬ ‭ ●‬ ‭ O‬ ‭ aumento‬ ‭ da‬ ‭ produção‬ ‭ de‬ ‭ cereais,‬ ‭ leite‬ ‭ e‬ ‭ carne‬ ‭ provocou‬ ‭ a‬ ‭ melhoria‬ ‭ da‬ ‭ alimentação‬‭ e o‬‭ aumento da população‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ Criação de condições para o arranque da revolução industrial‬ ‭ :‬ ‭ -‬ ‭ Abundância de lã‬‭ devido ao desenvolvimento da criação‬‭ de gado;‬ ‭ -‬ ‭ Libertação de mão de obra‬‭ devido às‬‭ enclosures‬‭ e à‬‭ mecanização‬ ‭ ;‬ ‭ -‬ ‭ Acumulação de capitais‬‭ devido aos‬‭ lucros da exploração‬‭ da terra‬ ‭ .‬ ‭ ●‬ ‭ O‬‭ êxodo‬‭ rural‬‭ contribui‬‭ para‬‭ o‬‭ crescimento‬‭ das‬‭ cidades‬ ‭ ,‬‭ saída‬‭ da‬‭ população‬‭ da‬‭ zona‬ ‭ rural‬‭ para‬‭ a‬‭ zona‬‭ urbana,‬‭ ou‬‭ seja,‬‭ do‬‭ campo‬‭ para‬‭ a‬‭ cidade.‬‭ Migração‬‭ para‬‭ os‬‭ centros‬ ‭ urbanos que absorveram a mão de obra excedentária dos campos;‬
  • 14. ‭ ●‬ ‭ A‬‭ emigração‬‭ da Europa para a América aumenta;‬ ‭ ●‬ ‭ Uma‬ ‭ população‬ ‭ mais‬ ‭ numerosa‬ ‭ constitui‬ ‭ um‬ ‭ maior‬ ‭ mercado‬ ‭ de‬ ‭ consumidores‬ ‭ ,‬ ‭ aumentando a procura‬ ‭ ; o‬‭ aumento da procura estimula‬‭ o aumento da produção‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ O‬‭ comércio cresce‬‭ e as‬‭ produções agrícola e manufatureira‬‭ desenvolvem-se‬ ‭ .‬ ‭ Arranque industrial‬ ‭ No que consiste a Revolução Industrial?‬ ‭ Tranformações‬ ‭ técnicas‬ ‭ e‬ ‭ económicas‬ ‭ (referidas‬ ‭ posteriormente)‬ ‭ que‬ ‭ se‬ ‭ iniciaram‬ ‭ na‬ ‭ Inglaterra‬‭ na‬‭ 2.ª‬‭ metade‬‭ do‬‭ século‬‭ XVIII‬‭ e‬‭ se‬‭ alargaram‬‭ a‬‭ quase‬‭ todos‬‭ os‬‭ países‬‭ da‬‭ Europa‬‭ e‬ ‭ da América do Norte‬‭ no decorrer do século XIX.‬ ‭ -‬ ‭ Considera-se‬‭ que‬‭ foi‬‭ a‬‭ invenção‬‭ da‬‭ máquina‬‭ a‬‭ vapor‬‭ e‬‭ a‬‭ sua‬‭ aplicação‬‭ à‬‭ indústria‬‭ e‬ ‭ aos‬ ‭ transportes‬ ‭ que‬ ‭ provocou‬ ‭ a‬ ‭ rápida‬ ‭ mudança‬ ‭ nos‬ ‭ modos‬ ‭ de‬ ‭ produção-‬ ‭ da‬ ‭ manufatura passou-se à maquinaria‬ ‭ .‬ ‭ Quais os fatores da prioridade inglesa no arranque da Revolução Industrial?‬ ‭ ●‬ ‭ Desenvolvimento‬ ‭ da‬ ‭ grande‬ ‭ manufatura‬ ‭ a‬ ‭ qual‬ ‭ tinha‬ ‭ semelhanças‬ ‭ com‬ ‭ o‬ ‭ processo‬ ‭ industrial‬ ‭ devido às‬‭ invenções técnicas‬‭ (máquina a vapor, teor‬‭ mecânico);‬ ‭ ●‬ ‭ Existência de uma‬‭ burguesia ativa e empreendedora‬‭ favorecida pelo parlamentarismo inglês;‬ ‭ ●‬ ‭ A‬ ‭ acumulação‬ ‭ de‬ ‭ capital‬ ‭ -‬ ‭ proveniente‬ ‭ dos‬ ‭ lucros‬ ‭ da‬ ‭ agricultura‬ ‭ e‬ ‭ do‬ ‭ comércio‬ ‭ internacional‬ ‭ -‬ ‭ permitiu fazer investimentos nas minas, nas fábricas e na construção de vias de comunicação;‬ ‭ ●‬ ‭ Numerosa‬‭ mão‬‭ de‬‭ obra‬ ‭ -‬‭ o‬‭ aumento‬‭ da‬‭ população‬‭ e‬‭ o‬‭ êxodo‬‭ rural‬‭ deram‬‭ à‬‭ indústria‬‭ uma‬‭ mão‬‭ de‬ ‭ obra barata e abundante‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ Vasto‬ ‭ mercado‬ ‭ consumidor‬ ‭ estimulou‬ ‭ a‬‭ produção‬‭ industrial‬ ‭ -‬‭ existência‬‭ de‬‭ um‬‭ grande‬‭ comércio‬ ‭ interno‬ ‭ devido‬ ‭ ao‬ ‭ aumento‬ ‭ da‬ ‭ população‬‭ e‬‭ à‬‭ subida‬‭ de‬‭ salários;‬‭ existência‬‭ de‬‭ um‬‭ rico‬‭ mercado‬ ‭ externo‬‭ devido ao domínio inglês de um extenso império‬‭ colonial;‬ ‭ ●‬ ‭ Abundância‬ ‭ de‬ ‭ matérias-primas‬ ‭ -‬ ‭ na‬ ‭ Inglaterra‬ ‭ (ferro,‬ ‭ hulha-carvão‬ ‭ mineral‬ ‭ e‬ ‭ lã);‬ ‭ nas‬ ‭ colónias‬ ‭ (algodão e madeira);‬ ‭ ●‬ ‭ Rapidez‬ ‭ no‬ ‭ transporte‬ ‭ de‬ ‭ matérias-primas‬ ‭ para‬ ‭ as‬ ‭ fábricas‬ ‭ e‬ ‭ no‬ ‭ escoamento‬ ‭ dos‬ ‭ produtos‬ ‭ industriais‬ ‭ - rios navegáveis, canais, estradas, portos‬‭ acessíveis ao longo da costa.‬ ‭ Quais as inovações técnicas que ocorreram e que foram aplicadas à produção?‬ ‭ A indústria têxtil‬ ‭ Até 1830 a indústria têxtil algodoeira desenvolveu-se, derivado a:‬ ‭ ●‬ ‭ ser um‬‭ setor em desenvolvimento‬‭ antes da Revolução‬‭ Industrial;‬
  • 15. ‭ ●‬ ‭ Necessitar de‬‭ pouco investimento‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ Exigir‬‭ reduzida competência técnica‬ ‭ .‬ ‭ Foi‬ ‭ o‬‭ aumento‬‭ da‬‭ procura‬ ‭ ,‬‭ interna‬‭ e‬‭ externa,‬‭ bem‬‭ como‬‭ a‬‭ abundância‬‭ de‬‭ matéria-prima‬ ‭ ,‬ ‭ proporcionada pelas colónias, que impulsionaram os‬‭ progressos no setor algodoeiro‬ ‭ :‬ ‭ -‬ ‭ Invenção‬‭ da‬‭ lançadeira‬‭ volante‬‭ por‬‭ John‬‭ Kay:‬‭ um‬‭ mecanismo‬‭ simples‬‭ que‬‭ permitia‬ ‭ aumentar‬ ‭ a‬ ‭ largura‬ ‭ dos‬ ‭ tecidos‬ ‭ e‬ ‭ multiplicava‬ ‭ por‬‭ 10‬‭ a‬‭ produtividade‬‭ do‬‭ tecelão.‬ ‭ Uma‬‭ vez‬‭ difundida,‬‭ não‬‭ tardou‬‭ que‬‭ escasseasse‬‭ o‬‭ fio,‬‭ já‬‭ que‬‭ os‬‭ processos‬‭ de‬‭ fiação‬ ‭ se mantinham os mesmos, deixando os teares amiúde parados.‬ ‭ -‬ ‭ Uma‬‭ nova‬‭ máquina‬‭ de‬‭ fiar,‬‭ a‬‭ Jenny‬ ‭ ,‬‭ veio‬‭ solucionar‬‭ o‬‭ problema‬‭ (inventada‬‭ por‬‭ James‬ ‭ Hargreaves‬ ‭ em‬ ‭ 1765):‬ ‭ permitia‬ ‭ a‬ ‭ uma‬ ‭ só‬ ‭ fiandeira‬ ‭ trabalhar‬ ‭ sete‬ ‭ ou‬ ‭ oito‬ ‭ fios‬ ‭ ao‬ ‭ mesmo‬‭ tempo.‬‭ Mais‬‭ tarde,‬‭ este‬‭ número‬‭ elevou-se‬‭ para‬‭ 80‬‭ fios,‬‭ que‬‭ provocou‬‭ um‬ ‭ novo desequilíbrio entre as duas fases produtivas, desta vez de sentido inverso.‬ ‭ A‬ ‭ dinâmica‬ ‭ assim‬ ‭ adquirida‬ ‭ repercutiu-se‬ ‭ em‬ ‭ novos‬ ‭ melhoramentos‬ ‭ ,‬ ‭ quer‬‭ na‬‭ tecelagem‬ ‭ (‬ ‭ teares‬‭ mecânicos‬ ‭ ),‬‭ quer‬‭ na‬‭ fiação‬‭ e‬‭ na‬‭ estampagem‬ ‭ ,‬‭ originando‬‭ um‬‭ inédito‬‭ aumento‬‭ de‬ ‭ produtividade‬ ‭ e‬ ‭ de‬ ‭ produção‬ ‭ :‬ ‭ em‬ ‭ 1780,‬ ‭ a‬ ‭ indústria‬ ‭ algodoeira‬ ‭ britânica‬ ‭ transformava‬ ‭ 5‬ ‭ milhões de libras de algodão bruto;‬ ‭ "Se houve um take off (arranque industrial) a seguir a 1787, o algodão foi efetivamente o responsável"‬ ‭ O que permitiram estas máquinas?‬ ‭ A‬ ‭ simplicidade‬ ‭ das‬ ‭ primeiras‬ ‭ máquinas‬ ‭ têxteis‬ ‭ e‬ ‭ o‬ ‭ seu‬ ‭ reduzido‬ ‭ custo‬ ‭ permitiram‬ ‭ o‬ ‭ estabelecimento‬‭ inicial‬‭ de‬‭ pequenas‬‭ empresas‬ ‭ ,‬‭ de‬‭ capital‬‭ muito‬‭ modesto.‬‭ Tendo‬‭ em‬‭ conta‬ ‭ os‬ ‭ lucros‬ ‭ elevados‬ ‭ (mais‬ ‭ de‬ ‭ 20%),‬ ‭ as‬ ‭ primeiras‬ ‭ unidades‬ ‭ industriais‬ ‭ puderam‬ ‭ crescer‬ ‭ rapidamente, transformando os artesãos mais expeditos em industriais bem-sucedidos.‬ ‭ Aplicados igualmente à indústria da lã, os progressos técnicos fizeram arrancar a mecanização de todo o‬ ‭ setor têxtil.‬ ‭ Metalurgia‬ ‭ Após 1830/40 a indústria metalúrgica desenvolveu-se, devido a:‬ ‭ ●‬ ‭ necessidade de‬‭ meios de transporte‬‭ (comboios e navios);‬ ‭ ●‬ ‭ necesssidade de meios de comunicação (pontes e carris);‬ ‭ ●‬ ‭ necessidade de‬‭ maquinaria diversa‬ ‭ .‬ ‭ Qual foi a importância da metalurgia?Exemplos‬ ‭ O‬ ‭ desenvolvimento‬ ‭ do‬ ‭ setor‬ ‭ têxtil‬ ‭ foi‬ ‭ acompanhado,‬ ‭ de‬ ‭ perto,‬ ‭ pelo‬ ‭ da‬ ‭ metalurgia‬ ‭ que,‬ ‭ fornecedora‬‭ de‬‭ máquinas‬‭ e‬‭ outros‬‭ equipamentos‬ ‭ ,‬‭ se‬‭ tornava‬‭ indispensável‬‭ aos‬‭ progressos‬ ‭ da industrialização‬ ‭ .‬ ‭ -‬ ‭ No século XVIII, Abraham Darby, ferreiro de Birmingham, deu o primeiro passo para‬
  • 16. ‭ resolver‬‭ o‬‭ problema‬‭ do‬‭ combustível‬‭ necessário‬‭ a‬‭ este‬‭ setor‬ ‭ ,‬‭ utilizando,‬‭ na‬‭ fusão‬‭ do‬ ‭ ferro,‬‭ o‬‭ coque‬‭ em‬‭ vez‬‭ de‬‭ carvão‬‭ vegetal.‬‭ Obtido‬‭ a‬‭ partir‬‭ da‬‭ hulha,‬‭ muito‬‭ abundante‬ ‭ no‬‭ subsolo‬‭ inglês,‬‭ o‬‭ uso‬‭ do‬‭ coque‬‭ não‬‭ exigia‬ ‭ ,‬‭ como‬‭ o‬‭ carvão‬‭ de‬‭ madeira,‬‭ o‬‭ abate‬ ‭ maciço de árvores‬ ‭ , que‬‭ colocava grandes entraves à‬‭ expansão da indústria‬ ‭ ;‬ ‭ -‬ ‭ A‬ ‭ maior‬ ‭ capacidade‬ ‭ calorífica‬ ‭ do‬ ‭ coque‬ ‭ ,‬ ‭ a‬ ‭ aplicação‬ ‭ de‬ ‭ foles‬ ‭ para‬ ‭ ventilação‬ ‭ dos‬ ‭ altos-fornos‬ ‭ e‬ ‭ outros‬ ‭ melhoramentos‬ ‭ introduzidos‬ ‭ nas‬ ‭ fundições‬ ‭ permitiram‬ ‭ melhorar a qualidade e aumentar a produção‬‭ (Doc. 20).‬ ‭ -‬ ‭ Em‬‭ breve,‬‭ o‬‭ ferro‬ ‭ ,‬‭ agora‬‭ mais‬‭ barato‬‭ e‬‭ mais‬‭ resistente‬ ‭ ,‬‭ começou‬‭ a‬‭ substituir,‬‭ com‬ ‭ vantagem,‬ ‭ outros‬ ‭ materiais.‬ ‭ Neste‬ ‭ mesmo‬ ‭ século‬ ‭ quando‬ ‭ foi‬ ‭ inaugurada,‬ ‭ em‬ ‭ Inglaterra, a‬‭ primeira construção metálica‬ ‭ : a ponte‬‭ de Coalbrookdale.‬ ‭ No século XIX, o crescimento deste setor intensificou-se. A partir da década de 1830, a metalurgia,‬ ‭ ultrapassando o têxtil, tornou-se no principal setor industrial.‬ ‭ A força do vapor‬ ‭ Em‬‭ todo‬‭ este‬‭ processo‬‭ de‬‭ modernização‬‭ coube‬‭ ao‬‭ engenheiro‬‭ escocês‬‭ James‬‭ Watt‬‭ um‬‭ papel‬ ‭ central- invenção da‬‭ máquina a vapor‬‭ em 1769.‬ ‭ Objetivos:‬‭ com‬‭ o‬‭ objetivo‬‭ de‬‭ aproveitar‬‭ a‬‭ força‬‭ expansiva‬‭ do‬‭ vapor-‬‭ inicialmente‬‭ utilizada‬ ‭ para‬‭ bombear‬‭ a‬‭ água‬‭ das‬‭ minas‬‭ e‬‭ depois‬‭ foi‬‭ aplicada‬‭ à‬‭ indústria‬‭ têxtil‬‭ (tear‬‭ e‬‭ máquina‬‭ de‬ ‭ fiar),‬‭ à‬‭ metalurgia‬‭ (martelo-pião)‬‭ a‬‭ aos‬‭ transportes‬‭ (locomotiva‬‭ e‬‭ navios).‬‭ Foi‬‭ o‬‭ 1.º‬‭ motor‬ ‭ artificial da História‬ ‭ .‬ ‭ Através↓dela‬ ‭ -Foi‬‭ possível‬‭ mover‬‭ teares,‬‭ martelos,‬‭ locomotivas,‬‭ enfim,‬‭ todo‬‭ o‬‭ tipo‬‭ de‬‭ maquinismos‬‭ que,‬ ‭ anteriormente, dependiam do trabalho humano ou das forças da Natureza.‬ ‭ Um século depois da invenção de Watt, as máquinas a vapor efetuavam, na Grã-Bretanha, um volume de‬ ‭ trabalho que teria exigido, anteriormente, cerca de 40 milhões de homens!‬ ‭ A manufatura cedera lugar à maquinofatura, cerne da Revolução Industrial.‬ ‭ Importante:‬ ‭ Em‬ ‭ 1763,‬ ‭ James‬‭ Watt,‬‭ que‬‭ se‬‭ estabelecera‬‭ em‬‭ Glasgow‬‭ com‬‭ uma‬‭ oficina‬‭ de‬ ‭ instrumentos‬‭ de‬‭ precisão,‬‭ foi‬‭ chamado‬‭ a‬‭ reparar‬‭ uma‬‭ máquina‬‭ de‬‭ Newcomen‬ ‭ ,‬‭ engenho‬‭ a‬ ‭ vapor‬ ‭ correntemente‬ ‭ utilizado‬‭ para‬‭ bombear‬‭ a‬‭ água‬‭ das‬‭ minas‬ ‭ .‬‭ Foi‬‭ então‬‭ que‬‭ impôs‬‭ a‬‭ si‬ ‭ próprio‬‭ o‬‭ desafio‬‭ de‬‭ conceber‬‭ uma‬‭ "‬ ‭ bomba‬‭ de‬‭ fogo‬ ‭ "‬‭ mais‬‭ eficiente‬‭ e‬‭ versátil.‬‭ Pouco‬‭ depois,‬ ‭ registava a primeira patente, dedicando os anos seguintes a aperfeiçoar o seu maquinismo.‬ ‭ Quais as consequências desta revolução?‬ ‭ Grandes‬‭ vagas‬‭ de‬‭ camponeses‬‭ migraram‬‭ para‬‭ as‬‭ cidades‬ ‭ ,‬‭ que‬‭ cresceram‬‭ negras‬‭ do‬‭ fumo‬‭ das‬ ‭ fábricas‬ ‭ e‬ ‭ se‬ ‭ espaiaram‬ ‭ em‬ ‭ bairros‬ ‭ pobres,‬ ‭ de‬ ‭ habitação‬ ‭ operária;‬ ‭ uma‬ ‭ nova‬ ‭ classe,‬ ‭ a‬ ‭ burguesia‬‭ industrial‬ ‭ ,‬‭ elevou-se‬‭ ao‬‭ topo‬‭ da‬‭ sociedade‬‭ e‬‭ do‬‭ poder‬‭ político,‬‭ impondo‬‭ os‬‭ seus‬
  • 17. ‭ valores,‬ ‭ a‬ ‭ sua‬ ‭ cultura‬‭ e‬‭ a‬‭ sua‬‭ forma‬‭ de‬‭ viver;‬‭ os‬‭ transportes‬‭ aceleraram-se‬‭ e‬‭ encurtaram‬ ‭ distâncias‬ ‭ , fazendo circular mercadorias, homens,‬‭ notícias, ideias e hábitos novos.‬ ‭ Grã-Bretanha guiou a Europa em direção a uma época nova: a do capitalismo comercial.‬ ‭ Portugal- dificuldades económicas e crescimento económico‬ ‭ Fatores de crise comerial de finais do século XVII:‬ ‭ No‬‭ século‬‭ XVII,‬‭ Portugal‬‭ vivia‬‭ sobretudo‬‭ da‬‭ reexportação‬‭ dos‬‭ produtos‬‭ coloniais‬ ‭ ,‬‭ tais‬‭ como‬ ‭ o açúcar, o tabaco e as especiarias.‬ ‭ ●‬ ‭ Concorrência‬ ‭ das‬ ‭ novas‬ ‭ potências‬ ‭ coloniais‬ ‭ aos‬ ‭ produtos‬ ‭ brasileiros:‬ ‭ os‬ ‭ Holandeses,‬‭ expulsos‬‭ do‬‭ Brasil,‬‭ transportaram‬‭ para‬‭ as‬‭ Pequenas‬‭ Antilhas‬‭ as‬‭ técnicas‬ ‭ de‬‭ produção‬‭ de‬‭ açúcar‬‭ e‬‭ tabaco‬‭ que,‬‭ no‬‭ litoral‬‭ brasileiro,‬‭ tinham‬‭ aprendido.‬‭ Estes‬ ‭ cultivos rapidamente se generalizaram também aos territórios franceses e ingleses.‬ ‭ ↓‬ ‭ Deste‬ ‭ modo,‬ ‭ Holanda,‬ ‭ França‬ ‭ e‬ ‭ Inglaterra,‬ ‭ que‬ ‭ constituíam‬ ‭ os‬ ‭ nossos‬ ‭ principais‬ ‭ mercados‬ ‭ ,‬ ‭ passam‬ ‭ a‬ ‭ consumir‬ ‭ as‬ ‭ suas‬ ‭ próprias‬ ‭ produções‬ ‭ ,‬ ‭ reduzindo‬ ‭ acentuadamente as compras feitas em Lisboa‬ ‭ .‬ ‭ ●‬ ‭ Estas‬‭ novas‬‭ zonas‬‭ produtoras,‬‭ a‬‭ política‬‭ protecionista‬‭ de‬‭ Colbert‬‭ e‬‭ a‬‭ concorrência‬ ‭ sofrida‬‭ no‬‭ comércio‬‭ asiático‬‭ desencadearam‬‭ uma‬‭ crise‬‭ comercial‬‭ grave‬‭ que,‬‭ se‬‭ não‬ ‭ foi‬‭ exclusivamente‬‭ portuguesa,‬‭ assumiu‬‭ aqui‬‭ maiores‬‭ proporções‬‭ que‬‭ nos‬‭ restantes‬ ‭ países da Europa.‬ ‭ ●‬ ‭ Quando‬ ‭ a‬ ‭ crise‬ ‭ atingiu‬ ‭ o‬ ‭ seu‬ ‭ auge,‬ ‭ os‬‭ armazéns‬‭ da‬‭ nossa‬‭ capital‬‭ abarrotavam‬‭ de‬ ‭ mercadorias‬‭ sem‬‭ compradores‬ ‭ .‬‭ O‬‭ excesso‬‭ de‬‭ oferta‬‭ refletiu-se,‬‭ de‬‭ forma‬‭ dramática,‬ ‭ nos‬ ‭ preços,‬ ‭ que‬ ‭ baixaram‬ ‭ sem‬ ‭ cessar‬ ‭ =‬ ‭ Baixa‬ ‭ de‬ ‭ preços‬ ‭ dos‬ ‭ produtos‬ ‭ coloniais‬ ‭ provocada pelo‬‭ excesso de oferta‬‭ conjugada com a‬‭ diminuição‬‭ de procura‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ Pelos‬‭ efeitos‬‭ da‬‭ crise‬‭ 1670-80‬ ‭ ,‬‭ resultante‬‭ da‬‭ redução‬‭ do‬‭ aluxo‬‭ da‬‭ parta‬‭ da‬‭ América‬ ‭ espanhola,‬ ‭ com‬ ‭ a‬ ‭ qual‬ ‭ os‬ ‭ holandeses‬ ‭ comprovam‬ ‭ o‬ ‭ sal‬ ‭ -‬ ‭ decairam‬ ‭ também‬ ‭ as‬ ‭ vendas de sal aos mercadores holandeses‬ ‭ .‬ ‭ ●‬ ‭ Balança comercial desfavorável‬ ‭ -as importações eram‬‭ superiores às exportações.‬ ‭ Qual foi a possível solução?‬ ‭ Esta‬ ‭ grave‬ ‭ crise‬ ‭ privou‬ ‭ Portugal‬ ‭ dos‬ ‭ meios‬ ‭ necessários‬ ‭ ao‬ ‭ pagamento‬ ‭ dos‬ ‭ produtos‬ ‭ industriais‬ ‭ que‬ ‭ importava.‬ ‭ Produzir‬‭ internamente‬‭ o‬‭ que‬‭ até‬‭ aí‬‭ se‬‭ adquiria‬‭ ao‬‭ estrangeiro‬ ‭ pareceu‬‭ aos‬‭ nossos‬‭ governantes‬‭ a‬‭ solução‬‭ mais‬‭ viável.‬‭ Os‬‭ esforços‬‭ foram,‬‭ pois,‬‭ no‬‭ sentido‬ ‭ do‬ ‭ desenvolvimento‬ ‭ das‬ ‭ manufaturas‬ ‭ .‬ ‭ Ou‬ ‭ seja,‬ ‭ uma‬ ‭ vez‬ ‭ que‬ ‭ os‬ ‭ produtos‬ ‭ se‬ ‭ iam‬ ‭ acumulando‬ ‭ em‬ ‭ stock,‬ ‭ a‬ ‭ política‬ ‭ do‬ ‭ reino‬ ‭ orientou-se‬ ‭ de‬ ‭ acordo‬ ‭ com‬ ‭ as‬ ‭ teorias‬ ‭ mercantilistas da época‬‭ (‬ ‭ criação de manufaturas‬‭ e‬‭ de‬‭ medidas protecionistas‬ ‭ ).‬
  • 18. ‭ Quais as medidas mercantilistas do Conde de Ericeira?‬ ‭ Foi‬‭ o‬‭ impacto‬‭ da‬‭ obra‬‭ Discurso‬‭ sobre‬‭ a‬‭ Introdução‬‭ das‬‭ Artes‬‭ no‬‭ Reyno,‬‭ de‬‭ Duarte‬‭ Ribeiro‬‭ de‬ ‭ Macedo,‬‭ embaixador‬‭ em‬‭ Paris,‬‭ e‬‭ por‬‭ isso‬‭ muito‬‭ em‬‭ contacto‬‭ com‬‭ o‬‭ colbertismo‬ ‭ ,‬‭ que‬‭ deu‬‭ o‬ ‭ impulso‬ ‭ necessário‬ ‭ ao‬ ‭ arranque‬ ‭ das‬ ‭ manufaturas‬ ‭ portuguesas‬ ‭ .‬ ‭ Nesta‬ ‭ política‬ ‭ distinguiram-se‬‭ os‬‭ vedores‬‭ da‬‭ Fazenda‬‭ de‬‭ Pedro‬‭ II,‬‭ D.‬‭ João‬‭ de‬‭ Mascarenhas,‬‭ 1.°‬‭ Marquês‬‭ de‬ ‭ Fronteira‬ ‭ , e, sobretudo,‬‭ D. Luís de Meneses, 3.º conde‬‭ da Ericeira‬ ‭ .‬ ‭ Desde‬ ‭ que‬ ‭ assumiu‬ ‭ o‬ ‭ cargo,‬ ‭ em‬ ‭ 1675,‬ ‭ este‬ ‭ ministro,‬ ‭ a‬ ‭ quem‬ ‭ chamaram‬ ‭ o‬ ‭ Colbert‬ ‭ português‬ ‭ ,‬‭ procurou‬‭ equilibrar‬‭ a‬‭ balança‬‭ comercial‬‭ do‬‭ reino‬‭ substituindo‬‭ as‬‭ importações‬ ‭ por artigos de fabrico nacional‬ ‭ . Neste sentido, as‬‭ suas medidas mercantilistas foram:‬ ‭ ●‬ ‭ criação‬ ‭ e‬ ‭ desenvolvimento‬ ‭ de‬ ‭ manufaturas‬ ‭ -‬‭ lanifícios,‬‭ construção‬‭ naval,‬‭ ferrarias,‬ ‭ vidros e couros;‬ ‭ ●‬ ‭ atribuição‬ ‭ de‬ ‭ pribilégios‬ ‭ e‬ ‭ empréstimos‬ ‭ a‬ ‭ estrangeiros‬ ‭ que‬ ‭ instalassem‬ ‭ as‬ ‭ suas‬ ‭ fábricas em Portugal‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ o‬ ‭ procedeu‬ ‭ à‬ ‭ contratação‬ ‭ de‬ ‭ operários‬ ‭ estrangeiros‬ ‭ especializados‬ ‭ ,‬ ‭ sobretudo‬ ‭ ingleses, holandeses e venezianos;‬ ‭ ●‬ ‭ praticou‬‭ uma‬‭ política‬‭ protecionista‬‭ da‬‭ indústria‬‭ nacional‬ ‭ ,‬‭ através‬‭ da‬‭ publicação‬‭ de‬ ‭ leis‬ ‭ pragmáticas‬ ‭ ,‬ ‭ que‬ ‭ proibiam‬ ‭ ou‬ ‭ limitavam‬ ‭ o‬ ‭ uso‬ ‭ de‬ ‭ diversos‬ ‭ produtos‬ ‭ de‬ ‭ luxo‬ ‭ importados‬ ‭ no‬ ‭ vestuário,‬ ‭ tais‬ ‭ como‬ ‭ chapéus,‬ ‭ rendas,‬ ‭ brocados,‬ ‭ tecidos‬ ‭ e‬ ‭ outros‬ ‭ produtos similares;‬ ‭ ●‬ ‭ o‬‭ recorreu‬‭ à‬‭ desvalorização‬‭ monetária‬‭ com‬‭ o‬‭ fim‬‭ de‬‭ tornar‬‭ os‬‭ produtos‬‭ portugueses‬ ‭ competitivos‬‭ no‬‭ mercado‬‭ externo‬‭ e,‬‭ simultaneamente,‬‭ encarecer‬‭ os‬‭ artigos‬‭ que,‬‭ de‬ ‭ fora, nos chegavam.‬ ‭ ●‬ ‭ ainda‬‭ de‬‭ acordo‬‭ com‬‭ os‬‭ preceitos‬‭ do‬‭ Mercantilismo,‬‭ criaram-se‬‭ várias‬‭ companhias‬ ‭ monopolistas‬ ‭ ,‬‭ às‬‭ quais‬‭ se‬‭ deram‬‭ privilégios‬‭ fiscais‬ ‭ :‬‭ a‬‭ Companhia‬‭ de‬‭ Cachéu,‬‭ para‬‭ o‬ ‭ tráfico‬‭ de‬‭ escravos,‬‭ a‬‭ Companhia‬‭ do‬‭ Maranhão,‬‭ destinada‬‭ ao‬‭ comércio‬‭ brasileiro,‬‭ e‬ ‭ outras que, a partir de Goa, operavam na Africa Oriental, na China e em Timor.‬ ‭ ↓‬ ‭ Por‬ ‭ volta‬ ‭ de‬ ‭ 1690,‬ ‭ notam-se‬ ‭ os‬ ‭ efeitos‬ ‭ de‬ ‭ retoma‬ ‭ comercial‬ ‭ ,‬ ‭ com‬ ‭ a‬ ‭ reanimação‬ ‭ das‬ ‭ exportações‬‭ portuguesas‬‭ com‬‭ reflexo‬‭ no‬‭ escoamento‬‭ dos‬‭ stocks‬ ‭ ,‬‭ a‬‭ subida‬‭ dos‬‭ preços‬‭ dos‬ ‭ produtos coloniais‬‭ e a‬‭ retoma na venda dos produtos‬‭ tradicionais‬ ‭ : sal, azeite e vinho.‬ ‭ O que se juntou a esta retoma do setor comercial?‬ ‭ Quis‬‭ o‬‭ acaso‬‭ que‬‭ a‬‭ esta‬‭ retoma‬‭ do‬‭ setor‬‭ comercial‬‭ se‬‭ viesse‬‭ juntar‬‭ a‬‭ concretização‬‭ de‬‭ um‬ ‭ velho sonho: a‬‭ descoberta de importantes jazidas de‬‭ ouro no interior do Brasil‬ ‭ . (pág. 95)‬
  • 19. ‭ Quais os motivos para o fracasso das medidas mercantilistas do Conde de Ericeira?‬ ‭ À‬‭ medida‬‭ que‬‭ a‬‭ crise‬‭ comercial‬‭ se‬‭ desvanecia‬ ‭ ,‬‭ Portugal‬‭ via-se‬‭ novamente‬‭ em‬‭ situação‬‭ de‬ ‭ poder‬ ‭ adquirir,‬ ‭ no‬ ‭ estrangeiro,‬‭ os‬‭ produtos‬‭ industriais‬‭ necessários‬‭ ao‬‭ consumo‬‭ interno‬ ‭ .‬ ‭ Para‬‭ mais,‬‭ a‬‭ liquidez‬‭ proporcionada‬‭ pelo‬‭ ouro‬‭ brasileiro‬‭ permitia‬‭ redobradas‬‭ facilidades‬‭ de‬ ‭ pagamento.‬ ‭ Neste contexto, o país encontra, de novo, a sua vocação mercantil e o esforço‬ ‭ industrializador esmorece.‬ ‭ ●‬ ‭ Descoberta em 1693 das‬‭ minas de ouro no Brasil‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ Súbida da cotação do açúcar e do tabaco brasileiro‬ ‭ s;‬ ‭ ●‬ ‭ Falta de investidores e de operários‬‭ nas manufaturas;‬ ‭ ●‬ ‭ Mercado interno reduzido‬ ‭ - produtos de fraca qualidade;‬ ‭ ●‬ ‭ Falta de vias de comunicação‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ Incapacidade de fazer cumprir as Pragmática‬ ‭ s;‬ ‭ ●‬ ‭ Tratado‬ ‭ de‬ ‭ Methuen‬ ‭ (1703)‬ ‭ -‬ ‭ um‬ ‭ rude‬ ‭ golpe‬ ‭ ao‬ ‭ projeto‬ ‭ industrializador‬ ‭ em‬ ‭ que‬ ‭ Portugal importa lanifícios ingleses e exporta vinho para a Inglaterra.‬ ‭ ↓‬ ‭ Nos‬‭ termos‬‭ deste‬‭ acordo,‬‭ os‬‭ tecidos‬‭ de‬‭ lã‬‭ ingleses‬‭ e‬‭ outras‬‭ manufaturas‬‭ seriam‬‭ admitidos‬ ‭ sem‬‭ restrições‬‭ em‬‭ Portugal,‬‭ anulando,‬‭ assim,‬‭ as‬‭ leis‬‭ pragmáticas‬‭ que‬‭ os‬‭ proibiam.‬‭ Em‬‭ troca,‬ ‭ os‬ ‭ vinhos‬ ‭ portugueses‬ ‭ entraram‬ ‭ em‬ ‭ Inglaterra‬ ‭ pagando‬ ‭ apenas‬ ‭ dois‬ ‭ terços‬ ‭ dos‬ ‭ direitos‬ ‭ exigidos aos vinhos franceses.‬ ‭ O‬‭ Tratado‬‭ de‬‭ Methuen‬‭ estimulou‬‭ o‬‭ crescimento‬‭ das‬‭ exportações‬‭ dos‬‭ nossos‬‭ vinhos‬‭ que,‬ ‭ desde‬ ‭ então,‬ ‭ ficaram‬‭ para‬‭ sempre‬‭ no‬‭ gosto‬‭ dos‬‭ Ingleses,‬‭ mas‬‭ originou‬‭ uma‬‭ dependência‬ ‭ alarmante‬ ‭ neste‬ ‭ setor:‬ ‭ em‬ ‭ 1777,‬ ‭ o‬ ‭ mercado‬ ‭ britânico‬ ‭ representava‬ ‭ 94%‬ ‭ das‬ ‭ nossas‬ ‭ exportações‬‭ vinícolas!‬‭ Simultaneamente,‬‭ o‬‭ défice‬‭ comercial‬‭ com‬‭ a‬‭ Inglaterra‬‭ atingiu‬‭ cifras‬ ‭ alarmantes.‬ ‭ Importante:‬ ‭ este‬ ‭ défice,‬ ‭ pago‬ ‭ em‬ ‭ numerário,‬ ‭ foi‬ ‭ o‬ ‭ maior‬ ‭ caudal‬ ‭ por‬ ‭ onde‬ ‭ se‬ ‭ esvaiu‬ ‭ a‬ ‭ riqueza‬‭ vinda‬‭ do‬‭ Brasil‬ ‭ .‬‭ Calcula-se‬‭ que,‬‭ por‬‭ esta‬‭ via,‬‭ cerca‬‭ de‬‭ três‬‭ quartos‬‭ de‬‭ todo‬‭ o‬‭ ouro‬ ‭ recebido tenha i‬ ‭ do parar às mãos dos Ingleses‬ ‭ .‬ ‭ Política económica e social pombalina‬ ‭ Em‬‭ meados‬‭ do‬‭ século‬‭ XVIII,‬‭ quando‬‭ as‬‭ remesssas‬‭ de‬‭ ouro‬‭ brasileiro‬‭ começaram‬‭ a‬‭ diminuir‬ ‭ ,‬ ‭ Portugal‬‭ viu-se‬‭ perante‬‭ uma‬‭ nova‬‭ crise,‬‭ de‬‭ contornos‬‭ muito‬‭ semelhantes‬‭ aos‬‭ que‬‭ tinham‬ ‭ enquadrado‬‭ as‬‭ medidas‬‭ económicas‬‭ do‬‭ Conde‬‭ de‬‭ Ericeira‬ ‭ :‬‭ debilidade‬‭ da‬‭ produção‬‭ interna,‬ ‭ dificuldades‬‭ de‬‭ colocação,‬‭ no‬‭ mercado,‬‭ dos‬‭ produtos‬‭ brasieiros,‬‭ excessiva‬‭ intromissão‬‭ das‬ ‭ outras‬ ‭ nações‬ ‭ no‬ ‭ nosso‬ ‭ comércio‬ ‭ colonial‬ ‭ (supostamente‬ ‭ exclusivo),‬ ‭ défice‬ ‭ crónico‬ ‭ da‬ ‭ balança comercial.‬
  • 20. ‭ Quais as soluções?‬ ‭ A‬‭ crise‬‭ e‬‭ a‬‭ consciência‬‭ da‬‭ nossa‬‭ excessiva‬‭ dependência‬‭ face‬‭ à‬‭ Inglaterra‬‭ coincidiram‬‭ com‬‭ o‬ ‭ governo‬‭ do‬‭ Marquês‬‭ de‬‭ Pombal‬ ‭ ,‬‭ ministro‬‭ todo-poderoso‬‭ do‬‭ rei‬‭ D.‬‭ José‬‭ I.‬‭ Marquês‬‭ pôs‬‭ em‬ ‭ prática‬ ‭ um‬ ‭ conjunto‬ ‭ de‬ ‭ medidas‬ ‭ tendentes‬ ‭ ao‬ ‭ reforço‬ ‭ da‬ ‭ economia‬ ‭ nacional‬ ‭ ,‬ ‭ suporte‬ ‭ imprescindível à grandeza do rei e do Estado que servia.‬ ‭ Os grandes objetivos da política pombalina foram a‬‭ redução do défice‬‭ e a‬‭ nacionalização do‬ ‭ sistema‬‭ comercial‬‭ português‬ ‭ ,‬‭ passando‬‭ o‬‭ seu‬‭ controlo‬‭ e‬‭ os‬‭ seus‬‭ benefícios‬‭ para‬‭ as‬‭ mãos‬‭ dos‬ ‭ nacionais.‬ ‭ Seguindo‬ ‭ máximas‬ ‭ mercantilistas‬ ‭ ,‬‭ Pombal‬‭ impôs‬‭ ao‬‭ Estado‬‭ e‬‭ a‬‭ si‬‭ próprio‬‭ essa‬ ‭ gigantesca tarefa. Assim:‬ ‭ ●‬ ‭ Em‬ ‭ 1755,‬ ‭ cria‬ ‭ a‬ ‭ Junta‬ ‭ do‬ ‭ Comércio‬ ‭ responsável‬ ‭ pelo‬ ‭ controlo‬ ‭ da‬ ‭ atividade‬ ‭ económica‬ ‭ e‬ ‭ a‬ ‭ criação‬ ‭ do‬ ‭ Érário‬ ‭ Régio‬‭ para‬‭ organizar‬‭ e‬‭ centralizar‬‭ a‬‭ cobrança‬‭ de‬ ‭ impostos‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ A‬‭ nacionalização‬‭ e‬‭ a‬‭ reorganização‬‭ do‬‭ comércio‬‭ externo‬‭ passaram‬‭ pela‬‭ criação‬‭ das‬ ‭ companhias‬‭ monopolistas‬‭ de‬‭ comércio‬ ‭ .‬‭ Concentrando‬‭ capitais‬‭ privados‬‭ e‬‭ do‬‭ Estado,‬ ‭ as‬ ‭ companhias‬ ‭ procuravam‬ ‭ constituir-se‬ ‭ como‬ ‭ entidades‬ ‭ à‬ ‭ altura‬ ‭ de‬ ‭ se‬ ‭ baterem,‬ ‭ comercialmente,‬‭ com‬‭ os‬‭ ingleses.‬‭ Ex:‬‭ companhias‬‭ que‬‭ operavam‬‭ no‬‭ Brasil‬‭ e‬‭ também‬ ‭ a‬‭ companhia‬‭ das‬‭ Vinhas‬‭ do‬‭ Alto‬‭ Douro‬ ‭ -‬‭ encarregadas‬‭ da‬‭ reorganização‬‭ da‬‭ produção‬ ‭ e‬‭ comércio‬‭ dos‬‭ vinhos‬‭ generosos‬‭ do‬‭ Douro‬‭ que,‬‭ como‬‭ outros‬‭ setores,‬‭ se‬‭ encontrava‬ ‭ submetido aos interesses britânicos.‬ ‭ ●‬ ‭ Marquês‬ ‭ de‬ ‭ Pombal‬ ‭ vai‬ ‭ revalorizar‬ ‭ o‬ ‭ setor‬ ‭ manufatureiro‬ ‭ ,‬ ‭ dando‬‭ continuidade‬‭ à‬ ‭ política‬ ‭ iniciadad‬ ‭ pelo‬ ‭ Conde‬ ‭ de‬ ‭ Ericeira-‬‭ revitalizar‬‭ indústrias‬‭ já‬‭ existentes‬‭ e‬‭ criar‬ ‭ novas unidades‬‭ (Real Fábrica de Laticínios de Portalegre);‬ ‭ ●‬ ‭ No‬ ‭ sentido‬ ‭ de‬ ‭ atrair‬ ‭ técnicos‬ ‭ e‬ ‭ investigadores‬ ‭ estrangeiros‬ ‭ ,‬ ‭ o‬ ‭ Estado‬ ‭ concedeu‬ ‭ privilégios‬‭ e‬‭ isenções iscais‬ ‭ ;‬ ‭ ●‬ ‭ A‬‭ nível‬‭ social,‬‭ o‬‭ marquês‬‭ promoveu‬‭ socialmente‬‭ a‬‭ burguesia‬ ‭ ,‬‭ criando‬‭ em‬‭ 1759‬‭ a‬‭ Aula‬ ‭ do Comércio‬‭ (1.ª escola comercial da Europa). Para‬‭ formar futuros comerciantes‬ ‭ .‬ ‭ ●‬ ‭ Formação‬‭ de‬‭ uma‬‭ burguesia‬‭ mais‬‭ poderosa‬‭ para‬‭ contrabalançar‬‭ o‬‭ poder‬‭ do‬‭ clero‬‭ e‬ ‭ da nobreza;‬ ‭ ●‬ ‭ Em‬‭ 1770,‬‭ a‬‭ alta‬‭ burguesia‬‭ acionista‬‭ das‬‭ companhias‬‭ de‬‭ Comércio‬‭ recebe‬‭ o‬‭ estatuto‬ ‭ de nobre‬ ‭ , permitindo-lhes ter acesso a numerosos cargos‬‭ e dignidades;‬ ‭ ●‬ ‭ Terminou com a‬‭ distinção entre‬‭ cristãos-novos‬‭ e‬‭ cristãos-velhos‬‭ (1768);‬
  • 21. ‭ ●‬ ‭ A‬‭ nível da educação e ensino‬ ‭ , o Marquês de pombal vai instituir:‬ ‭ -o‬‭ ensino elementar‬ ‭ - “mestres de ler, escrever e contar”;‬ ‭ -‬ ‭ reforçar‬‭ os‬‭ status‬‭ da‬‭ Universidade‬‭ de‬‭ Coimbra‬ ‭ ,‬‭ dotando-a‬‭ de‬‭ novos‬‭ currículos‬‭ e‬‭ de‬ ‭ vários laboratórios (experencialismo);‬ ‭ -estabelecem‬‭ as‬‭ disciplinas‬‭ de‬‭ retórica‬‭ e‬‭ gramática‬‭ gregas‬ ‭ ,‬‭ literatura‬‭ latina‬‭ e‬‭ filosofia‬ ‭ como indispensáveis a quem quisesse seguir o ensino superior;‬ ‭ - os‬‭ cursos‬‭ passaram a orientar-se por‬‭ critérios racionalistas‬‭ e experimentais‬ ‭ ;‬ ‭ -faz‬ ‭ uma‬ ‭ profunda‬ ‭ reforma‬ ‭ do‬ ‭ ensino‬ ‭ ,‬ ‭ desdes‬ ‭ as‬ ‭ primeiras‬ ‭ letras,‬ ‭ a‬ ‭ Aula‬ ‭ de‬ ‭ Comércio,‬ ‭ o‬ ‭ Real‬ ‭ Colégio‬ ‭ dos‬ ‭ Nobres,‬ ‭ à‬ ‭ Universidade‬ ‭ preocupando-se‬ ‭ com‬ ‭ um‬ ‭ estudo‬ ‭ humanista‬ ‭ e‬ ‭ prático,‬ ‭ coma‬ ‭ criação‬ ‭ de‬ ‭ vários‬ ‭ laboratórios‬ ‭ experiemntais‬ ‭ (Iluministas);‬ ‭ Como se encontrava a prosperidade comercial dos finais do século XVIII?‬ ‭ Os‬‭ resultados‬‭ da‬‭ política‬‭ pombalina‬‭ não‬‭ tardaram‬‭ a‬‭ fazer-se‬‭ sentir.‬‭ As‬‭ áreas‬‭ sob‬‭ controlo‬ ‭ das‬‭ companhias‬‭ prosperaram‬ ‭ ,‬‭ desenvolveram-se‬‭ produtos‬‭ coloniais‬‭ como‬‭ o‬‭ algodão,‬‭ o‬‭ café‬ ‭ e‬‭ o‬‭ cacau,‬‭ em‬‭ muitos‬‭ ramos‬‭ da‬‭ indústria‬‭ as‬‭ produções‬‭ internas‬‭ substituíram,‬‭ cabalmente,‬‭ as‬ ‭ importações‬ ‭ e‬ ‭ aumentaram‬ ‭ também‬ ‭ as‬ ‭ exportações‬ ‭ ,‬ ‭ para‬ ‭ o‬ ‭ Brasil,‬ ‭ de‬ ‭ produtos‬ ‭ manufaturados da metrópole.‬ ‭ Nos‬‭ decénios‬‭ que‬‭ se‬‭ seguiram,‬‭ foi‬‭ graças‬‭ às‬‭ medidas‬‭ pombalinas‬‭ que‬‭ Portugal‬‭ viveu‬‭ a‬‭ sua‬ ‭ melhor‬‭ época‬‭ comercial‬‭ de‬‭ sempre‬ ‭ :‬‭ entre‬‭ 1796‬‭ e‬‭ 1807,‬‭ a‬‭ balança‬‭ comercial‬‭ obteve‬‭ saldo‬ ‭ positivo‬ ‭ ,‬‭ revelando-se‬‭ superavitária‬‭ em‬‭ relação‬‭ à‬‭ maioria‬‭ dos‬‭ nossos‬‭ parceiros‬‭ comerciais.‬ ‭ Estes resultados foram também possíveis graças a uma‬‭ conjuntura externa favorável‬ ‭ .‬ ‭ Guerras e revoluções afetaram o comércio francês e inglês, contribuindo para devolver a‬ ‭ Lisboa um pouco da sua antiga grandeza como entreposto atlântico.‬