O documento discute as rotas oceânicas no Atlântico durante os últimos cinco séculos. As ilhas desempenharam vários papéis importantes, incluindo escalas de navegação, produção agrícola e comercialização de produtos, e assentamentos de colonização. As rotas conectaram a Europa, África e Américas através do comércio de escravos, plantas, tecnologia e ciência. As ilhas também serviram como defesas contra piratas que ameaçavam as rotas comerciais.
2. P Provérbio Chinês:
os portugueses são como os peixes que
morrem quando se lhes tira a água
P Prof.Luís de Albuquerque:
Império anfíbio assente ilhas e litoral
3. A HISTORIOGRAFIA E AS ILHAS
- O Atlântico afirma-se como unidade
de análise da historiografia europeia e
americana a partir da década de 40 do
século XX.
- O Atlântico define-se, a partir do
século XV, como um espaço
privilegiado dos impérios europeus
onde as ilhas assumem uma função
privilegiada no cruzamento de rotas,
circulação de pessoas e produtos.
4. A HISTORIOGRAFIA E AS ILHAS
O Atlântico: realidade de análise a
partir da década de quarenta do
século XX, com a historiografia
norte-americana, preocupada em
rastrear as origens europeias.
- Historiografia norte-americana
define a existência de uma unidade
atlântica entre os inícios de
expansão europeia no século XV, e
a abolição da escravatura, em 1888.
5. A HISTORIOGRAFIA E AS ILHAS
- historiografia insular deverá
romper as peias do egocentrismo
-valorização da dimensão atlântica
- as ilhas fazem parte de uma
unidade de análise histórica, que é
o Atlântico.
- Os colóquios como momento
privilegiado desta realização
6. ROTAS OCEÂNICAS - O ATLÂNTICO :
ROTAS:
Navegação e Descobrimento
Diáspora
Migração
Escravos
Plantas e produtos: vinho e açúcar
Tecnologia
Comercio
Ciência/descoberta mundo natural
Turismo
7. ROTAS OCEÂNICAS - O ATLÂNTICO
P FACTORES:
P -conhecimento das condições de
navegação oceânica: ventos e
correntes: diários de bordo e
roteiros
P -definição de uma estrutura e
roteiros de navegação assente em
escalas de apoio e protecção.
8. ROTAS OCEÂNICAS - Navegação e Descobrimento
< 1422-1460-descobrimentos
henriquinos
< 1469-75 -contrato de Fernão
Gomes
< 1482-1488. D. João II e a
rota do índico
As grandes viagens:
< 1492 -C.Colombo
< 1497- Vasco da Gama
os portugueses ousaram cometer o grande oceano. Entraram
por ele sem nenhum receio. Descobriram novas ilhas, novas
terras, novos povos e o que mais é, novo céu e novas estrelas.
Pedro Nunes. 1537
9. ROTAS OCEÂNICAS - Navegação e Descobrimento
P Viagens de descobrimento
aliam-se às comerciais
P O conhecimento adquirido
conduz à definição das rotas
P Iniciativa privada(1433-1477)
P Monopólio dos descobrimentos
e comércio(1446)
P Definição de uma rede de rotas
e escalas de apoio
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10. As ilhas foram terras descobertas e também de descobridores.
11. 1452: Diogo de Teive e castelhano Pero Vasquez de la Frontera aos bancos da
Terra Nova
1486. Fernão Dulmo
viagens para
Ocidente:
12. A curta permanência de Colombo no Porto
Santo e, depois, na Madeira possibilitou-lhe
um conhecimento das técnicas de navegação
usada pelos portugueses e abriu-lhe as portas
aos segredos, guardados na memória dos
marinheiros, sobre a existência de terra a
Ocidente
13. ROTAS OCEÂNICAS -diáspora
P S. Tomé em 1470: 2000 crianças
judias, arrancadas do seio da
família para as terras inóspitas
do Golfo da Guiné
P 1492. Expulsão de Castela
P 1497 - início da diáspora da
comunidade judaica portuguesa:
Norte de África, às ilhas, Costa
da Guiné e Brasil .
14. ROTAS OCEÂNICAS -migração
P "Deus deu aos portugueses um berço estreito para
nascer e um mundo inteiro para morrer" Pe António
Vieira
P "...porque a ilha da Madeira meu bisavô a povoou, e
meu avô a de São Miguel, e meu tio a de São Tomé, e
com muito trabalho, e todas do feito que vê..."João de
Melo da Câmara, 1532.
15. ROTAS OCEÂNICAS -migração
Os insulares e o Novo Mundo
1. Comércio
2. Trato de escravos
3. Emigração
- sécs. XVI-XVIII- colonos, técnicos,
soldados e funcionários
-sécs. XIX-XX- emigrantes
17. ROTAS OCEÂNICAS -escravos
Expansão ultramarina europeia assente na trilogia:
povoamento-colonização-escravatura
Escravatura sec. XVI a
XVIII ligada a culturas:
açúcar tabaco, algodão
22. ROTAS OCEÂNICAS -escravos
Mercados de Escravos:
séc. XVI: Costa da Guiné
séc. XVII: Angola e Congo
até 1770: S. Jorge da Mina
1770-1850: Benim
23. ROTAS OCEÂNICAS -plantas
P"todas as sementes e plantas e
outras coisas com quem esperava
de povoar e assentar na terra"
.João de Barros
As ilhas assumiram um papel fundamental como
viveiros de aclimatação das plantas e culturas em
movimento.
24.
25.
26. A tradição diz-nos que foi na Papua/Nova Guiné que o homem há
12.000 anos iniciou a domesticação desta planta[Saccharum
Officinarum], dando-lhe um uso industrial-alimentar.,
27. A rota do açúcar, na sua transmigração do Mediterrâneo
para o Atlântico, tem na Madeira a principal escala
28. MADEIRA: os primeiros contornos sociais (a escravatura),
técnicos (engenho de água) e político-económicos (trilogia rural)
que materializaram a civilização do açúcar.
29. A cana-de-açúcar foi um dos primeiros e principais produtos que a
Europa legou e definiu para as novas áreas de ocupação no
Atlântico
33. ROTAS OCEÂNICAS - Comercio
P Factores:
< Complementaridade económica
< Colónias e feitorias
P Formas de exploração
< Directa pela coroa
< Arrendatários
< Povoadores
P Fiscalização, apoio e defesa
< 1520. Regimento naus Índia nos Açores
< 1527. Provedoria das Armadas
< Armada das ilhas e da costa
< Estruturas portuarias: Miseridordias
34. P A partir da Madeira cria-se uma rede de negócios e rotas com
áreas
< ribeirinhas metropolitanas,
< insulares (Canárias, Açores, Cabo Verde)
< continentais(Costa de Marfim-Magreb-Arguim-Fez- Brasil-
35. ROTAS OCEÂNICAS - Comercio
P Rotas:
< Ilhas: madeiras, cereais, gado, pastel e
açúcar
< Marroquina: abastecimento e apoio
militar das praças
< Guiné: com centro em Santiago
< Mina(1482). Concorrente das
caravanas saarianas do ouro e ligação a
S. Tomé para trato escravos
< Brasil: madeiras, açúcar
– Com derivação a S. Tiago e S.
Tomé para resgate escravos do
Benim e Angola
< Cabo ou carreira da Índia. Especiarias
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37. "A ilha da Madeira... que Deus pôs no mar ocidental para escala, refúgio,
colheita e remédio dos navegantes, que de Portugal e de outros regnos
vão, e de outros portos e navegações vêm para diversas partes, além dos
que para ela somente navegam, levando-lhe mercadorias estrangeiras e
muito dinheiro para se aproveitar do retorno que dela levam para suas
terras..."Gaspar Frutuoso
39. ROTAS OCEÂNICAS -tecnologia
PAgrícola:
< Sistemas de cultivo
< fabrico vinho e açúcar
PNavegação
A história Tecnológica evidencia que a expansão europeia condicionou
a divulgação de técnicas e permitiu a invenção de novas que
revolucionar a economia mundial.
Os homens que circularam no espaço atlântico foram portadores de
uma cultura tecnológica que divulgaram nos quatro cantos e adaptaram
às condições dos espaços de povoamento agrícola.
40. "...com sua pouca ciência e menos experiência, saiu aquele
assuqre assim tão bom e tão fino."Gaspar Frutuoso
41. engenho de três cilindros. Japão séc. XVIII.
A tecnologia era usada na China desde o
século XVII
42. Engenho de cilindros verticais. China. 1637.Surgem
na China desde 1590, sendo trazido da Índia.
48. ROTAS OCEÂNICAS - Ciência
P Etapas do descobrimento do
atlântico:
-sec. XV. Revelação dos espaços
agrícolas, mercados, rotas, portos
e produtos.
P Sec.XVIII-XIX: descoberta do
quadro natural desfrutar das
belezas e clima: Ciência e
Turismo
49. ROTAS OCEÂNICAS - Ciência
P As ilhas como campos
experimentação
ciência
P Expedições científicas
ligam-se rotas
comerciais e afirmação
colonial
50. ROTAS OCEÂNICAS -turismo
P Grand tour da Europa do séc. XVII dá lugar ao
turismo terapeutico do séc. XVIII
P Forasteiros:
< 1. Viajantes: andarilho, percorre local e regista
tudo
< 2. Cientista: estudo
< 3. Invalids: doente
< 4. Turista: prefere bonomia das quintas egoista nas
impressões não partilha
51. ROTAS OCEÂNICAS -
PIRATAS E CORSARIOS
1443 ao infante D. Henrique do
controlo exclusivo das
navegações e o direito de fazer
guerra a sul do mesmo cabo
- 1479 em Alcáçovas e depois
confirmado a 6 de Março do ano
seguinte em Toledo
52. 1494. junho. 7 Tordesilhas: linha
divisória do oceano, a trezentos e
setenta léguas de Cabo Verde.
Estavam definidos os limites do mar
ibérico
54. DRAKE
espaços de permanente intervenção -
Açores, Costa da Guiné e da Malagueta.
incursões inglesas no oceano: W.
Hawkins (1530), John Hawkins (1562-
1568) e Francis Drake (1578, 1581-
1588).
Franceses fixaram-se na América,
primeiro no Brasil (1530, 1555-1558),
depois em San Lorenzo (1541) e Florida
(1562-1565).
Os huguenotes de La Rochelle
afirmaram-se como o terror dos mares,
tendo assaltado em 1566 a cidade do
Funchal
55. P 1580-1640: fim domínio peninsular
P 1744 a 1736 afrontamento de Inglaterra com a França
e Espanha.
P -a proclamação da independência das colónias
inglesas da América do Norte e Revolução Francesa
(1779)
56. P Nos últimos cinco séculos às ilhas
foram atribuídos diversos papeis.
P De espaços económicos rapidamente
avançaram para faróis do Atlântico
que acompanhavam as inúmeras
embarcações que sulcavam o vasto
oceano atlântico.
P As ilhas foram escalas
imprescindíveis para abastecimento
de víveres frescos, água, carvão, e
paulatinamente se transformaram em
espaços aprazíveis, primeiro, para a
cura da tísica pulmonar e, depois,
para repouso e deleite de aristocratas
e aventureiros.