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Geraldo Magela Batista
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Tons de laranja riscavam os céus e um sol
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variedade de pássaros como o Urubu-Rei, Canário da Terra e Seriema. Era
comum estar presente nas refeições carne de mamíferos como a paca e a
capivara que eram abundantes na região. Desenvolvia, para sustento
próprio, culturas de arroz, feijão e milho. Criava-se gado leiteiro e cultivava
frutas e verduras.
São nestas terras, que no futuro bem próximo não poderia mais
frequentar, que surgem minhas primeiras imagens. Lembro-me que um dos
irmãos de meu pai, de nome João, era um dos vizinhos no sentido da
cidade de Caratinga. No sentido de Bom Jesus tinha a fazenda do meu avô
e a de um de seus irmãos, o “Ti Anjo”.
Na fazenda, além dos meus avôs, morava um dos irmãos, de meu pai,
ainda solteiro chamado Francisco. Muito mais além, em um dos grotões da
propriedade morava outro dos filhos do Sr. João, o José Genuíno, o “Ti
Zé”. Outros irmãos de meu pai não se encontram presentes nestas
primeiras lembranças.
Quando ia à casa do Sr. João – poucas vezes, depois dos seis anos
não retornei mais a fazenda - gostava de brincar com um rodo que ficava
guardando na dispensa ao lado da cozinha. Era tal de sair correndo com as
pequenas pernas e o rodo junto às mãos passando-o pelo chão batido. Não
sei por que razão os adultos possuem a mania de acabar com a festa e a
alegria das crianças, pois logo minha mãe achava ruim e tomava o referido
rodo de minhas mãos.
Havia um pomar com vários pés de laranjas com os mais variados
sabores. Eram árvores de porte médio com copas densas e de formato
arredondados. No chão, em volta dos pés, havia pneus cortados que
circulavam água para proteger as plantas. Falavam do cuidado com os
besouros e as moscas brancas que poderiam provocar danos sobre o
laranjal. Travava-se uma batalha silenciosa contra as formigas que
atacavam os pés de laranja. Lembro-me de pessoas seguindo a sua
trajetória para localizar o formigueiro e depois voltavam com os
armamentos adequados para a sua aniquilação.
Meu pai, minha mãe ou um dos filhos do Sr. João, devido a minha
pouca idade, eram quem as descascavam. Era um prazer para os olhos e
para o paladar ver e degustar aqueles gomos simétricos e suculentos
exalando um odor convidativo e quando tinha a famosa laranja serra d’água
chupava até entupir o estômago com o caldo e o “bagaço”.
Depois dos pés de laranjas tinha um monjolo d’água que era utilizado
para socar mandioca, descascar arroz, café e fabricação da farinha de
milho. Sua constituição se baseava em uma peça de madeira móvel e
horizontal, tipo uma gangorra, sobre uma peça vertical e fixa. A parte móvel
tinha em uma das partes uma escavação, tipo um cocho e na outra um
soquete bem resistente. A peça estava colocada em uma pequena queda
d’água. Á água chegava através de uma calha e caia no cocho, que quando
cheio, abaixava sobre o peso da água levantando a outra parte onde se
encontrava o soquete.
Assim que a água acabava de escorrer a parte elevada, que se
encontrava o soquete caia pesadamente sobre o pilão. Lembro-me de um
das frases ditas pelos moradores da fazenda: “trabalhar de graça, só
monjolo”.
Na frente da fazenda havia o curral e sempre que perguntava o que
era, meu pai resumia sua resposta nestas palavras: “É onde moram os
bois, as vacas e os bezerros”. Na verdade via o curral como uma prisão
para os animais onde passavam o tempo mugindo e defecando sem parar.
Era ali também que as vacas eram ordenhadas e tinham os seus bezerros.
O Engenho da fazenda estava localizado à frente da casa e utilizava
a força de juntas de bois para movimentar a moenda. A cana era introduzida
e moída entre os cilindros mestre e caneiro e seu bagaço retornavam para
maior extração de garapa. Acima da mesa da moenda havia uma bancada
para apoiar as canas no momento de introduzi-las entre os rolos. A mesa
apresentava chanfraduras em forma de canaletas, paralelas ao conjunto de
cilindros, que permitiam o escoamento da garapa.
Nos tachos o caldo era submetido à fervura até ao ponto de melado.
Nesses afazeres utilizavam-se corriqueiramente instrumentos peculiares,
como as escumadeiras, colheres crivadas de orifícios para a retirada das
espumas e impurezas. As rapaduras comuns eram obtidas pelo batimento
e resfriamento do melado, cuja massa pura ia ocupar as fôrmas,
delimitadas pelas tabuletas, que se encaixavam sobre a mesa.
Brincava bastante com minha irmã e de vez em quando com um dos
filhos da esposa do “Ti Zé” de nome Daniel. Depois da morte de sua mãe,
ele desaparece de minhas lembranças e até hoje não sei qual o rumo que
sua vida tomou, ou mesmo, se ainda continua vivo. Gostava de esconder
debaixo dos pés de café que ficavam próximo da casa. Minha mãe conta
que um dia dormi embaixo de um deles e como não aparecia, ela colocou
todo o pessoal que se encontrava nas imediações a minha procura.
“Ti Zé” era uma pessoa alegre e cheia de
história e tinha uma profissão interessante para
a visão de uma criança de seis anos. Ele, além de
cuidar do cultivo da terra, consertava máquina de
costura. Também era um grande sanfoneiro e, as
más línguas diziam que não podia ver um rabo-
de-saia que se entusiasmava todo.
Afirmava que o valor estava nas verdades
das pessoas e não das palavras que se vão com
o vento. Na sua visão os homens procuram a
felicidade, o amor e outras iguarias do corpo e da
alma e com ele não seria diferente, apesar dos
constantes apelos dos pais e irmãos.
Não possuia o conhecimento da vida, em sua forma cientifica, mas
era um homem obstinado pelas suas idéias. Perambulava pelos grotões e
povoados a caça de amores e festas e deixava por conta do destino o
traçado do seu caminho. Sempre que sua imagem vem a minha memória
questiono o saber e passo a acreditar que a felicidade consiste na
ignorância plena, pois quanto mais descubro a vida, mais problemas
encontro. Às vezes, chego a acreditar que a felicidade é a própria
ignorância.
Gostava de sua bicicleta cheia de detalhes e com uma grande chave
de fenda em sua garupa. Sempre dizia que quem mexesse com ele poderia
experimentar a ponta da dita chave.
Demonstrava possuir, pelo seu sobrinho, um grande carinho e
quando já morávamos na cidade, sempre que nos encontrávamos ele fazia
questão de oferecer alguma coisa. Era para pegar umas balas no bar, um
doce na venda, uma laranja junto ao vendedor ambulante etc. Eram coisas
aparentemente bobas, mas que tornou sua figura importante e diferenciada
em minha vida. Ele, juntamente com minha tia Maria, são os únicos irmãos
de meu pai que, além de ter suas fisionomias bem vivas em minha memória,
são guardadas com amor e carinho em meu coração de adulto.
Minha tia Maria, irmã de meu pai, um doce de pessoa e muito
carinhosa com seu sobrinho. Casada com o tio Onofre que se dedicava a
fabricação de foguetes. Quando chegava a sua casa a minha primeira
preocupação era ir ao cômodo situado ao lado para poder observar toda
parafernália feita de pólvora para serem utilizadas em diversas
Tio “Zé Genuino”
comemorações. Lembro-me de um pilão, feito de madeira, usado para
preparar a massa, uma máquina manual de enrolar cordão, peneiras de
vários tipos e balaios de tamanhos variados. Ele sempre tentava explicar
como eram feitos os fogos e eu nada entendia. O eu queria era os famosos
“busca-pé”, as bombinhas, as estrelinhas e os peidos-de-velha. Presentes
estes que iriam ter como consequências problemas sérios com os vizinhos
de minha mãe.
Ela tinha, não sei de ainda tem, uma foto minha e de minha irmã
Lúcia, exposto em seu guarda louça e sempre que a visitávamos fazia
questão de mostrar a foto e com gestos afáveis demonstrava todo o seu
sentimento amoroso pelos filhos de seu irmão. Seus filhos, Geraldo e João
Batista, juntamente com o filho do tio José Genuíno foram os únicos
primos que conheci em criança.
Apesar de levar a vida com certa dificuldade, não mediu esforços
para realizar o desejo do garoto de possuir uma bola “dente de leite”,
sempre negado pelos meus pais. Simplesmente perguntou o seu preço e
em uma das ocasiões que estive em sua casa, entregou-me o dinheiro e
comprei a dita bola em uma loja localizada próxima a Casa Silva no centro
da Cidade.
Da janela de sua cozinha, que ficava próximo ao fogão de lenha, era
possível avistar a estação ferroviária de onde saiu o trem que passava no
fundo do seu quintal através dos trilhos da saudosa estrada de Ferro
Leopoldina. Desta janela gostava de ver os vagões de passageiros
passarem e com eles o sonho de um dia poder conhecer outros lugares
viajando no mesmo. O progresso podou a possível realização do sonho.
Mesmo se hoje desejasse realizar este percurso, sonhado em criança, não
é possível, pois a estrada não existe mais.
Meus avôs paternos não foram importantes para minha formação e
nem conseguiram conquistar meu carinho e afeto. Deixaram-se levar pelas
brigas de seus filhos e erroneamente tomaram partido de um dos lados.
Assim fiquei privado do seu amor e da companhia de meus primos que em
sua maioria até hoje não conheço. Por muito tempo guardei rancor pela
atitude tomada por eles e em várias vezes, procurando extravasar esta
magoa, deixava bem claro em palavras e obras que avós só possuíam do
lado materno. Chegava a usar a expressão “o pai do meu pai” ou a “mãe
de meu pai”. Aliás apenas duas pessoas ficaram neutras durante a
guerrilha familiar: tio José Genuíno (“Ti Zé”) e a Tia Maria.
Há cenas inacreditáveis que aconteceram com alguns irmãos de meu
pai e uma criança de menos de sete anos. Uma delas no posto de gasolina
local. Uma das pessoas que ali trabalhava de alcunha de “Zé Alemão”
namorava uma das primas de minha mãe e eu estava junto com ele quando
um dos irmãos de meu pai parou no posto com sua charrete e o bobo do
garoto foi saudar o seu tio. Ele tratou mal o seu sobrinho e o “Zé Alemão”
comprou a briga. No auge do bate-boca em tom de deboche, ele solicitou
que abastecesse o seu cavalo e foi prontamente atendido. O coitado do
cavalo, que nada tinha a ver com a história, sentiu em seu traseiro o cano
da bomba a lhe penetrar as estranhas e a enchê-lo de gasolina. O coitado
saiu em disparada em direção ao Santuário do Senhor Bom Jesus e o
valentão desesperado, de dentro da charrete, lutando para controlar o
pobre do animal.
Por ironia do destino, minha avó paterna, veio a falecer na casa de
meu pai. O cansaço e a doença a levaram. Não sei a razão que ela não foi
atendida plenamente pelos filhos que gozaram de sua presença em grande
parte de sua vida, presença esta que foi privada para este seu neto, mas
seus últimos dias foram na casa do meu pai e pode vê-la algumas vezes.
Tive pouco de culpa por nada sentir por aquela idosa senhora que sofria a
agonia do adeus às coisas terrenas. Não possuía mais raiva, mas também
não tinha carinho e amor, era como se visitasse a casa de um novo amigo
e encontra-se em seu lar uma pessoa em seus derradeiros momentos.
Após sua morte seus pertences pessoais foram distribuídos e minha
mãe entregou-me uma foto de quando criança que ela guardava
aparentemente com carinho. Novamente meus sentimentos entraram em
conflito em relação àquela senhora. O que ela realmente sentia? Será que
suas reações foram de uma mulher que teria de obedecer às ordens do
marido? Submissão? Como recebia minhas duras palavras que meus avôs
eram somente os maternos?
Se tivesse um pouco de astúcia e bom senso talvez estas perguntas
fossem respondidas por ela ainda em vida. Mas orgulho e sentimentos
passados prevaleceram e possíveis respostas foram silenciadas com sua
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sido diferentemente.

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Familia paterna os genuinos

  • 1. Contos de momentos especiais que não voltam mais. Geraldo Magela Batista Visite o Site: www.geraldofadipa.comunidades.net Família Paterna: Os Genuínos Tons de laranja riscavam os céus e um sol teimava em permanecer por mais tempo na ponta do horizonte. Sombras surgiam dos morros e dos vales ondulados. A noite chegava à grande extensão de terras do Sr. José Genuíno e da Sra. Francisca. Ela se encontrava na estrada que ligava Bom Jesus do Galho a Caratinga. A vegetação presente consistia em fragmentos da Mata Atlântica. Dizia-se que pelos lados da grota existiam inúmeras espécies de madeira e que era possível avistar uma grande variedade de pássaros como o Urubu-Rei, Canário da Terra e Seriema. Era comum estar presente nas refeições carne de mamíferos como a paca e a capivara que eram abundantes na região. Desenvolvia, para sustento próprio, culturas de arroz, feijão e milho. Criava-se gado leiteiro e cultivava frutas e verduras. São nestas terras, que no futuro bem próximo não poderia mais frequentar, que surgem minhas primeiras imagens. Lembro-me que um dos irmãos de meu pai, de nome João, era um dos vizinhos no sentido da cidade de Caratinga. No sentido de Bom Jesus tinha a fazenda do meu avô e a de um de seus irmãos, o “Ti Anjo”. Na fazenda, além dos meus avôs, morava um dos irmãos, de meu pai, ainda solteiro chamado Francisco. Muito mais além, em um dos grotões da propriedade morava outro dos filhos do Sr. João, o José Genuíno, o “Ti Zé”. Outros irmãos de meu pai não se encontram presentes nestas primeiras lembranças. Quando ia à casa do Sr. João – poucas vezes, depois dos seis anos não retornei mais a fazenda - gostava de brincar com um rodo que ficava guardando na dispensa ao lado da cozinha. Era tal de sair correndo com as pequenas pernas e o rodo junto às mãos passando-o pelo chão batido. Não sei por que razão os adultos possuem a mania de acabar com a festa e a alegria das crianças, pois logo minha mãe achava ruim e tomava o referido rodo de minhas mãos. Havia um pomar com vários pés de laranjas com os mais variados sabores. Eram árvores de porte médio com copas densas e de formato
  • 2. arredondados. No chão, em volta dos pés, havia pneus cortados que circulavam água para proteger as plantas. Falavam do cuidado com os besouros e as moscas brancas que poderiam provocar danos sobre o laranjal. Travava-se uma batalha silenciosa contra as formigas que atacavam os pés de laranja. Lembro-me de pessoas seguindo a sua trajetória para localizar o formigueiro e depois voltavam com os armamentos adequados para a sua aniquilação. Meu pai, minha mãe ou um dos filhos do Sr. João, devido a minha pouca idade, eram quem as descascavam. Era um prazer para os olhos e para o paladar ver e degustar aqueles gomos simétricos e suculentos exalando um odor convidativo e quando tinha a famosa laranja serra d’água chupava até entupir o estômago com o caldo e o “bagaço”. Depois dos pés de laranjas tinha um monjolo d’água que era utilizado para socar mandioca, descascar arroz, café e fabricação da farinha de milho. Sua constituição se baseava em uma peça de madeira móvel e horizontal, tipo uma gangorra, sobre uma peça vertical e fixa. A parte móvel tinha em uma das partes uma escavação, tipo um cocho e na outra um soquete bem resistente. A peça estava colocada em uma pequena queda d’água. Á água chegava através de uma calha e caia no cocho, que quando cheio, abaixava sobre o peso da água levantando a outra parte onde se encontrava o soquete. Assim que a água acabava de escorrer a parte elevada, que se encontrava o soquete caia pesadamente sobre o pilão. Lembro-me de um das frases ditas pelos moradores da fazenda: “trabalhar de graça, só monjolo”. Na frente da fazenda havia o curral e sempre que perguntava o que era, meu pai resumia sua resposta nestas palavras: “É onde moram os bois, as vacas e os bezerros”. Na verdade via o curral como uma prisão para os animais onde passavam o tempo mugindo e defecando sem parar. Era ali também que as vacas eram ordenhadas e tinham os seus bezerros. O Engenho da fazenda estava localizado à frente da casa e utilizava a força de juntas de bois para movimentar a moenda. A cana era introduzida e moída entre os cilindros mestre e caneiro e seu bagaço retornavam para maior extração de garapa. Acima da mesa da moenda havia uma bancada para apoiar as canas no momento de introduzi-las entre os rolos. A mesa apresentava chanfraduras em forma de canaletas, paralelas ao conjunto de cilindros, que permitiam o escoamento da garapa. Nos tachos o caldo era submetido à fervura até ao ponto de melado. Nesses afazeres utilizavam-se corriqueiramente instrumentos peculiares, como as escumadeiras, colheres crivadas de orifícios para a retirada das espumas e impurezas. As rapaduras comuns eram obtidas pelo batimento e resfriamento do melado, cuja massa pura ia ocupar as fôrmas, delimitadas pelas tabuletas, que se encaixavam sobre a mesa.
  • 3. Brincava bastante com minha irmã e de vez em quando com um dos filhos da esposa do “Ti Zé” de nome Daniel. Depois da morte de sua mãe, ele desaparece de minhas lembranças e até hoje não sei qual o rumo que sua vida tomou, ou mesmo, se ainda continua vivo. Gostava de esconder debaixo dos pés de café que ficavam próximo da casa. Minha mãe conta que um dia dormi embaixo de um deles e como não aparecia, ela colocou todo o pessoal que se encontrava nas imediações a minha procura. “Ti Zé” era uma pessoa alegre e cheia de história e tinha uma profissão interessante para a visão de uma criança de seis anos. Ele, além de cuidar do cultivo da terra, consertava máquina de costura. Também era um grande sanfoneiro e, as más línguas diziam que não podia ver um rabo- de-saia que se entusiasmava todo. Afirmava que o valor estava nas verdades das pessoas e não das palavras que se vão com o vento. Na sua visão os homens procuram a felicidade, o amor e outras iguarias do corpo e da alma e com ele não seria diferente, apesar dos constantes apelos dos pais e irmãos. Não possuia o conhecimento da vida, em sua forma cientifica, mas era um homem obstinado pelas suas idéias. Perambulava pelos grotões e povoados a caça de amores e festas e deixava por conta do destino o traçado do seu caminho. Sempre que sua imagem vem a minha memória questiono o saber e passo a acreditar que a felicidade consiste na ignorância plena, pois quanto mais descubro a vida, mais problemas encontro. Às vezes, chego a acreditar que a felicidade é a própria ignorância. Gostava de sua bicicleta cheia de detalhes e com uma grande chave de fenda em sua garupa. Sempre dizia que quem mexesse com ele poderia experimentar a ponta da dita chave. Demonstrava possuir, pelo seu sobrinho, um grande carinho e quando já morávamos na cidade, sempre que nos encontrávamos ele fazia questão de oferecer alguma coisa. Era para pegar umas balas no bar, um doce na venda, uma laranja junto ao vendedor ambulante etc. Eram coisas aparentemente bobas, mas que tornou sua figura importante e diferenciada em minha vida. Ele, juntamente com minha tia Maria, são os únicos irmãos de meu pai que, além de ter suas fisionomias bem vivas em minha memória, são guardadas com amor e carinho em meu coração de adulto. Minha tia Maria, irmã de meu pai, um doce de pessoa e muito carinhosa com seu sobrinho. Casada com o tio Onofre que se dedicava a fabricação de foguetes. Quando chegava a sua casa a minha primeira preocupação era ir ao cômodo situado ao lado para poder observar toda parafernália feita de pólvora para serem utilizadas em diversas Tio “Zé Genuino”
  • 4. comemorações. Lembro-me de um pilão, feito de madeira, usado para preparar a massa, uma máquina manual de enrolar cordão, peneiras de vários tipos e balaios de tamanhos variados. Ele sempre tentava explicar como eram feitos os fogos e eu nada entendia. O eu queria era os famosos “busca-pé”, as bombinhas, as estrelinhas e os peidos-de-velha. Presentes estes que iriam ter como consequências problemas sérios com os vizinhos de minha mãe. Ela tinha, não sei de ainda tem, uma foto minha e de minha irmã Lúcia, exposto em seu guarda louça e sempre que a visitávamos fazia questão de mostrar a foto e com gestos afáveis demonstrava todo o seu sentimento amoroso pelos filhos de seu irmão. Seus filhos, Geraldo e João Batista, juntamente com o filho do tio José Genuíno foram os únicos primos que conheci em criança. Apesar de levar a vida com certa dificuldade, não mediu esforços para realizar o desejo do garoto de possuir uma bola “dente de leite”, sempre negado pelos meus pais. Simplesmente perguntou o seu preço e em uma das ocasiões que estive em sua casa, entregou-me o dinheiro e comprei a dita bola em uma loja localizada próxima a Casa Silva no centro da Cidade. Da janela de sua cozinha, que ficava próximo ao fogão de lenha, era possível avistar a estação ferroviária de onde saiu o trem que passava no fundo do seu quintal através dos trilhos da saudosa estrada de Ferro Leopoldina. Desta janela gostava de ver os vagões de passageiros passarem e com eles o sonho de um dia poder conhecer outros lugares viajando no mesmo. O progresso podou a possível realização do sonho. Mesmo se hoje desejasse realizar este percurso, sonhado em criança, não é possível, pois a estrada não existe mais. Meus avôs paternos não foram importantes para minha formação e nem conseguiram conquistar meu carinho e afeto. Deixaram-se levar pelas brigas de seus filhos e erroneamente tomaram partido de um dos lados. Assim fiquei privado do seu amor e da companhia de meus primos que em sua maioria até hoje não conheço. Por muito tempo guardei rancor pela atitude tomada por eles e em várias vezes, procurando extravasar esta magoa, deixava bem claro em palavras e obras que avós só possuíam do lado materno. Chegava a usar a expressão “o pai do meu pai” ou a “mãe de meu pai”. Aliás apenas duas pessoas ficaram neutras durante a guerrilha familiar: tio José Genuíno (“Ti Zé”) e a Tia Maria. Há cenas inacreditáveis que aconteceram com alguns irmãos de meu pai e uma criança de menos de sete anos. Uma delas no posto de gasolina local. Uma das pessoas que ali trabalhava de alcunha de “Zé Alemão” namorava uma das primas de minha mãe e eu estava junto com ele quando um dos irmãos de meu pai parou no posto com sua charrete e o bobo do garoto foi saudar o seu tio. Ele tratou mal o seu sobrinho e o “Zé Alemão” comprou a briga. No auge do bate-boca em tom de deboche, ele solicitou que abastecesse o seu cavalo e foi prontamente atendido. O coitado do
  • 5. cavalo, que nada tinha a ver com a história, sentiu em seu traseiro o cano da bomba a lhe penetrar as estranhas e a enchê-lo de gasolina. O coitado saiu em disparada em direção ao Santuário do Senhor Bom Jesus e o valentão desesperado, de dentro da charrete, lutando para controlar o pobre do animal. Por ironia do destino, minha avó paterna, veio a falecer na casa de meu pai. O cansaço e a doença a levaram. Não sei a razão que ela não foi atendida plenamente pelos filhos que gozaram de sua presença em grande parte de sua vida, presença esta que foi privada para este seu neto, mas seus últimos dias foram na casa do meu pai e pode vê-la algumas vezes. Tive pouco de culpa por nada sentir por aquela idosa senhora que sofria a agonia do adeus às coisas terrenas. Não possuía mais raiva, mas também não tinha carinho e amor, era como se visitasse a casa de um novo amigo e encontra-se em seu lar uma pessoa em seus derradeiros momentos. Após sua morte seus pertences pessoais foram distribuídos e minha mãe entregou-me uma foto de quando criança que ela guardava aparentemente com carinho. Novamente meus sentimentos entraram em conflito em relação àquela senhora. O que ela realmente sentia? Será que suas reações foram de uma mulher que teria de obedecer às ordens do marido? Submissão? Como recebia minhas duras palavras que meus avôs eram somente os maternos? Se tivesse um pouco de astúcia e bom senso talvez estas perguntas fossem respondidas por ela ainda em vida. Mas orgulho e sentimentos passados prevaleceram e possíveis respostas foram silenciadas com sua ida para a casa dos mortos. É Dona Francisca como nossa vida podia ter sido diferentemente.