O documento discute a estruturalismo das paixões segundo Baruch Espinosa. Apresenta os afetos primários de alegria e tristeza e como eles são afecções do corpo que aumentam ou diminuem sua potência de agir. Também discute como as sociedades são circuitos de afetos que constroem adesão social através das afecções.
20. O desejo é a própria essência do homem,
enquanto esta é concebida como determinada,
em virtude de uma dada afecção qualquer de
si própria, a agir de alguma maneira”
– Ética III, Definição dos Afetos 1
21. "Desiderium, é o desejo ou apetite de possuir alguma coisa
cuja lembrança foi conservada e ao mesmo tempo, está
entravada pela lembrança de outras coisas, que excluem a existência
da desejada (… ) aquele que se recorda de uma coisa com que se
deleitou deseja possuí-la nas mesmas circunstâncias em que na
primeira vez com ela se deleitou (…) essa tristeza, enquanto
referida a ausência do que amamos, chama-se desiderium.”
– Ética III, Definição dos Afetos
22.
23. "Talvez precisemos partir da constatação de
que sociedades são, em seu nível mais
fundamental, circuitos de afetos.
Enquanto sistema de reprodução material de
formas hegemônicas de vida, sociedades
dotam tais formas de força de adesão ao
produzir continuamente afetos que nos
fazem assumir certas possibilidades de
vida a despeito de outra…"
24. "Há uma adesão social construída através das
afecções. Nesse sentido, quando sociedades se
transformam, abrindo-se à produção de formas
singulares de vida, os afetos começam a circular
de outra forma, a agenciar-se de maneira a
produzir outros objetos e efeitos. Uma
sociedade que desaba são também
sentimentos que desaparecem e afetos
inauditos que nascem…” Por isso, quando
uma sociedade desaba, leva consigo os sujeitos
25. "Por isso, quando uma
sociedade desaba, leva consigo
os sujeitos que ela mesma
criou para reproduzir
sentimentos e sofrimentos”
– Vladimir Safatle, Circuito dos Afetos, p. 17
26.
27. “as ciências sociais tem
problemas com desejos e
afetos (…) as ciências
sociais se construíram como
ciências dos fatos sociais”
28. “existem sim sujeitos, e
existem afetos. Esses
afetos são efeitos das
estruturas onde os sujeitos
estão mergulhados”