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EMA-400 OSTENSIVO
MANUAL DE LOGÍSTICA
DA MARINHA
MINISTÉRIO DA MARINHA
ESTADO-MAIOR DA ARMADA
1998
MARINHA DO BRASIL
ESTADO-MAIOR DA ARMADA
2003
OSTENSIVO EMA-400
MANUAL DE LOGÍSTICA DA MARINHA
MARINHA DO BRASIL
ESTADO-MAIOR DA ARMADA
19982003
FINALIDADE: BÁSICA
1ª2ª REVISÃO
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - II - REV.12
ATO DE APROVAÇÃO
Aprovo, para emprego na MB, a publicação EMA-400 - MANUAL DE LOGÍSTICA
DA MARINHA.
BRASÍLIA, DF.
Em 1417 de fevereiro de 1998.2003.
SERGIO G. F. CHAGASTELES
JOSÉ ALFREDO LOURENÇO DOS SANTOS
Almirante-de-Esquadra
Chefe do Estado-Maior da Armada
ASSINADO DIGITALMENTE
AUTENTICADO RUBRICA
PELO ORC
Em ______/______/______ CARIMBO
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - III - REV.2
ÍNDICE
PÁGINAS
Folha de Rosto.................................................................................................... I
Ato de Aprovação............................................................................................... II
Índice.................................................................................................................. III
Introdução........................................................................................................... V
CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
1.1 - Antecedentes Históricos............................................................................... 1-1
1.2 - Definições Atuais.......................................................................................... 1-2
1.3 - Classificação da Logística............................................................................ 1-3
1.4 - Logística Pura e Logística Aplicada............................................................. 1-3
1.5 - Logística Nacional ou de Alto Nível............................................................ 1-4
1.6 - Logística Militar.......................................................................................... 1-5
1.7 - Logística de Produção e Logística de Consumo........................................... 1-5
1.8 - Relacionamento da Logística com a Estratégia e a Tática............................ 1-5
1.9 - Outras relações da Logística......................................................................... 1-6
CAPÍTULO 2 - CONCEITOS BÁSICOS
2.1 - O Problema Logístico.................................................................................. 2-1
2.2 - O Esforço Logístico.................................................................................... 2-1
2.3 - Funções Logísticas...................................................................................... 2-1
2.4 - Recursos Logísticos.................................................................................... 2-2
2.5 - Sistema de Apoio Logístico......................................................................... 2-3
2.6 - Ciclo Logístico............................................................................................ 2-3
2.7 - Princípios Básicos........................................................................................ 2-4
CAPÍTULO 3 - CICLO LOGÍSTICO
3.1 - Generalidades............................................................................................. 3-1
3.2 - Determinação de Necessidades.................................................................... 3-1
3.3 - Obtenção.................................................................................................... 3-2
3.4 - Distribuição................................................................................................ 3-6
CAPÍTULO 4 – FUNÇÕES LOGÍSTICAS
4.1 - Generalidades.............................................................................................. 4-1
4.2 - Suprimento.................................................................................................. 4-1
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - IV - REV.2
4.3 - Manutenção................................................................................................ 4-4
4.4 - Salvamento................................................................................................. 4-7
4.5 - Saúde ......................................................................................................... 4-8
4.6 - Recursos Humanos...................................................................................... 4-11
4.7 - Transporte................................................................................................... 4-13
4.8 - Engenharia.................................................................................................. 4-15
4.9 - Responsabilidades sobre as Funções Logísticas........................................... 4-17
CAPÍTULO 5 - APOIO LOGÍSTICO
5.1 - Generalidades............................................................................................. 5-1
5.2 - Sistema de Apoio Logístico ....................................................................... 5-1
5.3 - Base de Apoio Logístico.............................................................................. 5-2
5.4 - Modalidade de Apoio.................................................................................. 5-3
5.5 - Apoio Logístico Fixo.................................................................................. 5-3
5.6 - Apoio Logístico Móvel................................................................................ 5-4
CAPÍTULO 6 - APOIO LOGÍSTICO INTEGRADO (ALI)
6.1 - Conceituação.............................................................................................. 6-1
6.2 - Atributos do ALI......................................................................................... 6-2
6.3 - Montagem e Organização do ALI................................................................ 6-2
6.4 - O ALI e o Sistema de Apoio Logístico........................................................ 6-6
6.5 - Principais Atividades do Planejamento do ALI............................................. 6-8
CAPÍTULO 7 - RESPONSABILIDADE PELA LOGÍSTICA NAVAL
7.1 - Generalidades.............................................................................................. 7-1
7.2 - Em Situação de Paz..................................................................................... 7-1
7.3 - Em Situação de Conflito.............................................................................. 7-1
CAPÍTULO 8 - PLANEJAMENTO LOGÍSTICO
8.1 - Conceituação.............................................................................................. 8-1
8.2 - Escalões e Níveis de Planejamento.............................................................. 8-1
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - V - REV.2
INTRODUÇÃO
1 - PROPÓSITO
Esta publicação tem o propósito de apresentar os conceitos doutrinários básicos da
Logística Militar, decorrentes da “Doutrina de Logística Militar” (DLM), publicação MD 42-
M-02, editada em 2002 pelo Ministério da Defesa, aplicáveis à Marinha.
2 - DESCRIÇÃO
Esta publicação está dividida em oito capítulos. O capítulo 1 apresenta a evolução da
Logística ao longo do tempo, sua definição, classificação e seu relacionamento com outras
atividades essenciais ao emprego do Poder Militar; o capítulo 2 define a estrutura básica da
Logística na MB; o capítulo 3 define o ciclo logístico na MB; o capítulo 4 descreve as funções
logísticas na MB; os capítulos 5 e 6 apresentam como o apoio logístico é desenvolvido na
MB; o capítulo 7 define as responsabilidades pela Logística na MB; e o capítulo 8 trata do
planejamento logístico na MB.
3 - PRINCIPAIS MODIFICAÇÕES
Esta publicação é a 2ª Revisão do EMA-400 - MANUAL DE LOGÍSTICA DA
MARINHA. As modificações aqui introduzidas são decorrentes da DLM e dizem respeito,
basicamente, às funções logísticas. Desta forma, embora o Capítulo 4 – Funções Logísticas –
tenha sido o mais afetado, ocorreram alterações nos demais, por estarem esses novos
conceitos presentes em quase toda a publicação. A seqüência dos diversos capítulos também
foi alterada, com o propósito de oferecer um texto com melhor encadeamento.
4 - CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 - Manual de Publicações
da Marinha: PMB, não controlada, ostensiva, básica e doutrina.
5 - SUBSTITUIÇÃO
Esta publicação substitui a primeira revisão do EMA-400 - Manual de Logística da
Marinha, aprovada em 17 de novembro de 1998.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 1-1 - REV.2
CAPÍTULO 1
CONSIDERAÇÕES GERAIS
1.1 - ANTECEDENTES HISTÓRICOS
Foi na prática da guerra que a logística encontrou seus ensinamentos. Das lições
retiradas das vitórias, derrotas, erros e acertos decorreram as normas e princípios que a
constituem.
Na antigüidade, os combatentes eram praticamente auto-suficientes, sendo que o apoio
logístico às tropas não era executado em profundidade, estando restrito à retaguarda
próxima aos exércitos.
O mesmo ocorria no campo naval, onde os navios de guerra serviam apenas para o
transporte de tropas, não dispondo de armas nem combustíveis, pois eram movidos a
remo e, posteriormente, a vela. Como navegavam muito próximos da costa, os fundeios
e encalhes para o reabastecimento de água e de víveres eram rotineiros, dispensando
maiores preocupações de natureza logística.
Embora Napoleão já houvesse se interessado pelas ações de apoio, o certo é que sofreu
as conseqüências da falta de previsão na organização de apoio a seus exércitos,
especialmente nas campanhas da Rússia e da Espanha. Faltaram víveres, rações para os
cavalos, armas, munição, roupas de abrigo e transportes. Era difícil, com os conceitos da
época, desenvolver atividades de apoio para 500.000 homens longe de suas bases de
origem, sobre uma terra arrasada e hostil.
No final do século XIX, o navio a vapor, o transporte ferroviário, o armamento mais
sofisticado e os novos explosivos foram importantes contribuições da Revolução
Industrial para o desenvolvimento da guerra e, consequentemente, aumentaram os
problemas de apoio às Forças Armadas, decorrente da ordem de grandeza da quantidade
e da variedade das provisões necessárias para o combate.
As dificuldades persistiram no tempo e foram enormes os problemas surgidos com as
ações de apoio às forças combatentes no século XX. As necessidades, em termos de
material, pessoal e serviços, foram muito maiores do que as previsões. Ao aumento de
massas humanas mobilizadas na Grande Guerra que alcançaram cifras superiores a 12
milhões de combatentes foi acrescido, na 2ª Guerra Mundial, o emprego maciço da
aviação, dos motores, da eletrônica e de ampla variedade de armas.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 1-2 - REV.2
As primeiras referências à logística , no seu sentido moderno, podem ser encontradas
nas obras de dois grandes estudiosos da arte da guerra: CLAUSEWITZ e JOMINI.
CLAUSEWITZ dividia a Arte da Guerra em dois ramos: a tática e a estratégia. Não
falava especificamente da logística , porém reconheceu que, “...em nossos dias, existe
na Guerra um grande número de atividades que a sustentam... mas devem ser
consideradas como uma preparação para a mesma”.
A JOMINI, contemporâneo de CLAUSEWITZ, deve-se, pela primeira vez, o uso da
palavra LOGÍSTICA, definindo-a como “a ação que conduz à preparação e sustentação
das campanhas”, enquadrando-a como “a ciência dos detalhes dentro dos Estados-
Maiores”.
Estes conceitos desenvolveram-se muito pouco na literatura militar. Em 1888, o
Tenente ROGERS introduziu a Logística, como matéria, na Escola de Guerra Naval dos
EUA.
A realidade é que, até a 1ª Guerra Mundial, não aparecia a palavra LOGÍSTICA,
empregando-se normalmente termos como “Administração”, “Organização” e
“Economia de Guerra”.
A verdadeira tomada de consciência da logística como ciência teve sua origem nas
teorias criadas e desenvolvidas pelo Tenente-Coronel THORPE, do Corpo de Fuzileiros
Navais dos EUA que, no ano de 1917, publicou o livro “Logística Pura: a ciência da
preparação para a guerra”. Segundo THORPE, a estratégia e a tática proporcionam o
esquema da condução das operações militares, enquanto a logística proporciona os
meios”. Assim, pela primeira vez, a logística se situa no mesmo nível da estratégia e da
tática dentro da Arte da Guerra.
O Alte HENRY ECCLES, em 1945, ao encontrar a obra de THORPE, empoeirada nas
estantes da biblioteca da Escola de Guerra Naval, em Newport, comentou que, se os
EUA seguissem seus ensinamentos teriam economizado milhões de dólares na
condução da 2ª Guerra Mundial. ECCLES, Chefe da Divisão de Logística do Almirante
NIMITZ, na campanha do Pacífico, foi um dos primeiros estudiosos da logística, sendo
considerado como o “pai da logística moderna”.
1.2 - DEFINIÇÕES ATUAIS
Não existe uma definição de logística categoricamente estabelecida e aceita
universalmente pois, sendo uma atividade de reconhecimento relativamente recente,
está sujeita a constante evolução.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 1-3 - REV.2
THORPE, em 1917, afirmava que “a estratégia está para a guerra como o enredo está
para a peça; a tática é representada pelo desempenho dos artistas; e a logística fornece o
cenário, a roupagem, os acessórios e os próprios artistas”.
No Brasil, o Ministério da Defesa conceitua Logística Militar como “o conjunto de
atividades relativas à previsão e à provisão dos recursos e dos serviços necessários à
execução das missões das Forças Armadas”.
A MB adota a seguinte definição:
“Logística é a componente da arte da guerra que tem como propósito obter e
distribuir às Forças Armadas os recursos de pessoal, material e serviços em
quantidade, qualidade, momento e lugar por elas determinados, satisfazendo as
necessidades na preparação e na execução de suas operações exigidas pela guerra”.
Em que pese a existência de algumas peculiaridades em cada Força, podemos definir a
logística naval como:
“O ramo da logística militar concernente aos meios, efetivos e organizações de
comando, controle, comunicações e apoio empregados pela Marinha para atender
às necessidades das forças navais”.
1.3 - CLASSIFICAÇÃO DA LOGÍSTICA
A logística admite diversas classificações, dependendo do ponto de vista que se adote
para o seu estudo.
1.3.1 - Quanto à natureza:
- logística pura; e
- logística aplicada.
1.3.2 - Quanto ao nível ou escalão em que se desenvolve:
- logística nacional ou de alto nível; e
- logística militar.
1.3.3 - Quanto à função que exerce:
- logística de produção; e
- logística de consumo.
1.4 - LOGÍSTICA PURA E LOGÍSTICA APLICADA
A logística pura ou teórica consiste em uma investigação científica para o
estabelecimento das teorias, princípios e leis que irão reger as atividades logísticas.
Tem caráter essencialmente especulativo e abstrato.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 1-4 - REV.2
A logística aplicada é o emprego dos princípios da logística pura na resolução prática
dos problemas logísticos, em razão da doutrina estabelecida.
1.5 - LOGÍSTICA NACIONAL OU DE ALTO NÍVEL
A logística nacional ou de alto nível trata e estuda os problemas logísticos impostos pela
política nacional.
A logística nacional, por depender da economia do País, confunde-se, muitas vezes,
com a economia nacional, por que não se limita a atender, apenas, às necessidades
exclusivas das Forças Armadas, mas também as de ordem civil, incluindo os interesses
comerciais e as imposições da política internacional.
O poder político estabelece os objetivos da política nacional e traça a estratégia
nacional. O poder militar define a estratégia militar que gera necessidades, que deverão
ser atendidas pela logística militar.
A logística nacional leva em conta os recursos nacionais, o potencial nacional e a
possibilidade de apoio de países amigos e aliados.
Portanto, é a logística nacional que dá curso à execução da política nacional, seguindo a
estratégia nacional.
Desta forma, não existe um plano estratégico sem o correspondente plano logístico que,
por sua vez, existe para atender ao plano estratégico. Há uma clara interdependência
entre eles.
Em tempo de paz, o funcionamento da logística exige um esforço de ordem financeira -
créditos orçamentários - para permitir a sua atuação em prol das Forças Armadas, e um
esforço administrativo para gerenciamento dos recursos financeiros, normalmente
escassos, frente ao volume de necessidades.
Em situação de crise ou guerra, o esforço logístico do período de paz se torna
insuficiente para a manutenção das forças nos níveis exigidos. Assim, decorrem
profundas alterações na política nacional para atender a uma emergência. O Estado
lança mão da chamada “economia de guerra”, por intermédio da redistribuição de sua
capacidade econômica, normalmente dedicada aos vários campos do poder nacional, de
forma a satisfazer às necessidades das Forças Armadas. Além disso, a reorientação da
economia nacional, para atender às necessidades dos vários campos do poder nacional,
buscará, também, transformar o potencial nacional em poder, em caráter emergencial.
Quando o poder nacional e a transformação do potencial nacional são incapazes de
prover os recursos necessários, a logística pode e deve buscá-lo em outros países.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 1-5 - REV.2
Delineia-se, assim, a logística internacional, definida como “o processo, a nível
internacional, de prever e prover bens e serviços para o apoio de forças militares e da
economia civil de nações aliadas, em consonância com os tratados e acordos
estabelecidos”. Trata-se, pois, de uma transferência de recursos de um poder nacional
para outro, completando aqueles que são escassos ou inexistentes em um país.
1.6 - LOGÍSTICA MILITAR
É a que trata de proporcionar recursos às Forças Armadas e se baseia em estimativas de
necessidades que permitem a atuação das forças operativas.
Como já mencionado no artigo 1.2, é conceituada pelo Ministério da Defesa como “o
conjunto de atividades relativas à previsão e à provisão dos recursos e dos serviços
necessários à execução das missões das Forças Armadas”.
1.7 - LOGÍSTICA DE PRODUÇÃO E LOGÍSTICA DE CONSUMO
A logística de produção trata das questões relativas à obtenção de bens. Essa obtenção
pode se resumir a uma simples aquisição, ou à pesquisa, ao desenvolvimento e à
fabricação de um novo produto.
Possui, assim, estreita ligação com a economia nacional, podendo, ainda, se socorrer da
logística internacional, quando os recursos e o potencial internos do País forem
insuficientes para atender às suas necessidades.
A logística de consumo ocupa-se da distribuição, de acordo com as necessidades
determinadas.
Não existe uma linha demarcatória rígida entre as duas classificações logísticas.
1.8 - RELACIONAMENTO DA LOGÍSTICA COM A ESTRATÉGIA E A TÁTICA
Os problemas decorrentes de um conflito trazem em seu bojo uma mistura de
considerações e elementos políticos, estratégicos, táticos e logísticos, sendo afetados, de
diferentes formas, por considerações e fatores não militares. Assim, em situações de
conflito, cabe ao Comando agir, decidir com base na identificação dos elementos
presentes e aplicar a dosagem adequada de cada elemento. Nos níveis mais elevados, a
superposição desses elementos é maior e sua aplicação é mais complexa.
Em nenhuma ocasião o Comandante poderá ater-se a um só aspecto do problema,
deixando de considerar sua influência nos demais elementos, ou a forma pela qual ele é
afetado pelos outros. Assim, se um Comandante pensar na estratégia, tática ou logística
como elementos isolados, terá perdido sua perspectiva.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 1-6 - REV.2
A ESTRATÉGIA é a arte e a ciência de preparar e aplicar o poder - na paz e em
situações de conflito - para a conquista e a preservação dos objetivos da nação.
Decompõe e delimita esses objetivos em outros intermediários cuja consecução
conjunta contribuirá para o atingimento da meta maior. Esses objetivos fornecem os
propósitos para todas as atividades militares e se constituem na inspiração do
Comando.
A TÁTICA, por seu turno, cuida do emprego imediato do poder para alcançar os
objetivos fixados pela estratégia. Isso compreende o emprego de forças, incluindo o seu
armamento e técnicas específicas.
A LOGÍSTICA trata da previsão de necessidades e da provisão dos recursos para
emprego das forças militares na consecução dos seus objetivos, sendo seu propósito o
de manter a máxima eficiência de combate dessas forças. É vital à estratégia e à tática,
que não podem ser sustentadas sem os recursos proporcionados pela logística.
Verificamos, assim, que a estratégia determina os objetivos e os métodos amplos para
atingi-los; a tática determina o emprego específico das forças para alcançar os objetivos
da estratégia; e a logística provê os recursos para apoio às forças combatentes
necessárias.
Estes fatores militares têm algo muito importante que determina o seu inter-
relacionamento: os objetivos a alcançar e os meios para fazê-lo, ou seja, a relação entre
o “DESEJÁVEL” e o “POSSÍVEL”.
Cabe ao Comando efetuar o balanço adequado da estratégia, da tática e da logística,
admitindo uma temporária prevalência de qualquer uma delas sobre as outras em função
das circunstâncias.
O aspecto logístico é de importância capital em todas as fases de um conflito e orienta,
em grande parte, a estratégia a seguir. Nenhum plano estratégico pode ser considerado
válido enquanto não se comprove sua possibilidade sob o ponto de vista da logística. O
sucesso de uma operação militar depende fundamentalmente da logística. Se a estratégia
não pode ser estabelecida sem o correspondente planejamento logístico para o seu
apoio, o reverso desse relacionamento também é verdadeiro.
1.9 - OUTRAS RELAÇÕES DA LOGÍSTICA
1.9.1 - A Logística e a Organização
Em face da grande complexidade da logística, é preciso existir uma sólida ligação
entre a logística e a organização, uma vez se torna necessária a montagem de uma
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 1-7 - REV.2
estrutura orgânica que defina funções, responsabilidades e uma metodologia
adequada de planejamento, desenvolvimento e execução das soluções dos problemas
existentes. A organização, portanto, é uma ciência de apoio à logística, uma
ferramenta da qual esta não pode prescindir. Houve, durante muito tempo, confusão
entre estes dois termos, sendo as atividades logísticas tratadas como tarefas da Seção
de Organização dos Estados-Maiores. São, entretanto, termos diferenciados, e a
organização, simplesmente, é um instrumento de apoio à logística, da mesma
maneira que apoia a estratégia e a tática.
1.9.2 - A Logística e a Economia
A logística limita a atuação da estratégia e da tática na medida em que os recursos
existentes, colocados à disposição das Forças Armadas, não são ilimitados.
Exige, assim, a mobilização total ou parcial dos recursos do País, provendo os meios
necessários à condução das operações quando em situações de conflito.
Pode-se dizer que nos altos níveis da organização nacional, a logística tem um
caráter predominante econômico e, à medida em que atua em outros níveis, ela vai se
tornando mais operativa, mais de consumo e mais militar.
Enquanto a capacidade logística limita as ações das forças em operações de combate,
a capacidade econômica limita as forças que podem ser criadas. O Almirante
ECCLES corrobora esse relacionamento entre a economia e a logística ao dizer que
“a logística é a ponte entre a economia nacional e as forças combatentes, operando
como economia militar no mais completo sentido da palavra”.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 2-1 - REV.2
CAPÍTULO 2
CONCEITOS BÁSICOS
2.1 - O PROBLEMA LOGÍSTICO
Da definição de logística deduz-se que qualquer problema logístico pode ser resumido
na necessidade de proporcionar às forças os recursos requeridos, em determinadas
circunstâncias. Além disso, os recursos proporcionados devem ser os necessários em
quantidade e qualidade, providos no tempo e lugar adequados, de modo a satisfazer às
exigências contidas nos planos de operações.
Dessa forma, conclui-se que a cada problema logístico deve corresponder um plano, o
qual definirá as necessidades da força, em termos de recursos.
O problema logístico operativo pode ser enunciado da seguinte forma: “- proporcionar
os meios ou os recursos, de toda a natureza, necessários às forças, na quantidade,
qualidade, momento e lugar adequados e nas circunstâncias impostas por um plano de
operações”.
Para resolver o problema logístico será preciso realizar um esforço, inicialmente, para
definir a sua solução e, em seguida, executá-la. A esse esforço, denominamos “esforço
logístico".
2.2 - O ESFORÇO LOGÍSTICO
O esforço logístico para solucionar um problema logístico é desenvolvido em todos os
níveis e tem como participantes:
- o Comando ou a Direção, que determina o modo de resolver o problema;
- as Funções Logísticas, as quais formam um conjunto de ações correlatas que
concorrem para a solução do problema; e
- o Ciclo Logístico, constituído pela ordenação das ações que serão desenvolvidas,
englobando uma ou mais funções.
2.3 - FUNÇÕES LOGÍSTICAS
Como o problema logístico e o esforço logístico contêm aspectos diversos, por
envolverem todas as necessidades dos clientes, é mister agrupar estes aspectos em
funções bem definidas que estabeleçam um propósito comum. Desta forma, entende-se
Função Logística como a reunião, sob uma única designação, de um conjunto de
atividades logísticas afins, correlatas ou de mesma natureza.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 2-2 - REV.2
São funções logísticas:
- RECURSOS HUMANOS;
- SAÚDE;
- SUPRIMENTO;
- MANUTENÇÃO;
- ENGENHARIA;
- TRANSPORTE; e
- SALVAMENTO.
Para que a MB se adequasse à Doutrina de Logística Militar (DLM),
ABASTECIMENTO deixou de ser definido como função logística, passando a ser
entendido em sentido amplo, como um conjunto de atividades voltadas para o apoio de
material às Forças e demais OM, englobando a função logística SUPRIMENTO e parte
da função logística TRANSPORTE, além de relacionar-se estreitamente com a função
logística MANUTENÇÃO.
Cabe também ressaltar que a função logística DESENVOLVIMENTO DE BASES, até
então utilizada pela MB, está inserida na da função logística ENGENHARIA,
denominação muito mais abrangente e atualmente comum às três Forças.
A implementação de cada função logística exige a execução de um grande número de
atividades que devem ser perfeitamente identificadas e ordenadas.
O vulto e a importância das funções logísticas podem exigir o estabelecimento de uma
estrutura específica para o seu atendimento como são os casos das funções logísticas
Suprimento, Recursos Humanos e Saúde, que possuem sistemas de apoio estruturados:
Sistema de Abastecimento, Sistema de Pessoal e Sistema de Saúde.
As atividades devem ser ordenadas de modo a se estabelecer, com lógica, um caminho a
ser seguido na execução das funções logísticas.
Este caminho é definido como ciclo logístico.
2.4 - RECURSOS LOGÍSTICOS
De um modo amplo, a logística prevê e provê os recursos de que necessitam as Forças
Armadas, os quais são agrupados em três categorias que congregam funções logísticas
correlatas.
- pessoal - elemento base de qualquer organização;
- material - para melhorar ou tornar possível as ações do pessoal; e
- serviços - para o apoio de forças nos aspectos técnicos e de infra-estrutura.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 2-3 - REV.2
A categoria pessoal, que congrega as funções logísticas Recursos Humanos e Saúde,
deve preparar o pessoal para estar em condições de ser utilizado pelas forças, quando
necessário.
A categoria material abrange as funções logísticas Suprimento, Manutenção e
Salvamento.
A categoria serviço, que abrange as funções logísticas Engenharia e Transporte,
compreende as ações executadas em apoio às forças. O serviço pode ser caracterizado
pela simples cessão de uma instalação de uma base, mesmo que a base não tenha que
realizar nenhuma ação específica para atender aos meios navais nela sediados e/ou em
trânsito.
Os meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais, seus efetivos e organizações, são
constituídos por pessoal e material que consomem, também, os serviços de apoio.
2.5 - SISTEMA DE APOIO LOGÍSTICO
A estrutura organizacional da logística naval compõe o Sistema de Apoio Logístico,
conceituado como “- o conjunto de organizações e recursos logísticos que, operando
desde o tempo de paz, deverá estar em condições de atender às necessidades das forças
navais em situação de conflito”.
A existência de necessidades a satisfazer é uma forte razão para a criação de um
Sistema de Apoio Logístico, que deverá estar inteiramente voltado para o atendimento
dos usuários, sempre mais interessados no resultado (EFICÁCIA) do que no processo
(EFICIÊNCIA).
2.6 - CICLO LOGÍSTICO
O ciclo logístico é o processo pelo qual se desenvolve a logística.
O ciclo tem início quando os utilizadores determinam suas necessidades e informam ao
sistema.
Recebido esse dado, é consolidada a determinação de necessidades do grupo de
utilizadores.
Essa informação é comparada com as disponibilidades, resultando na indicação das
deficiências para o atendimento aos usuários.
Essas faltas serão, então, obtidas dentro de critérios preestabelecidos e, posteriormente,
distribuídas aos usuários, fechando o ciclo.
Identifica-se, no ciclo, as fases básicas, denominadas:
- DETERMINAÇÃO DE NECESSIDADES;
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 2-4 - REV.2
- OBTENÇÃO; e
- DISTRIBUIÇÃO.
Dentro de cada fase básica grupam-se todas atividades logísticas a serem realizadas e o
ciclo logístico estabelece a ordem lógica de sua execução.
O ciclo logístico pode ser representado graficamente por meio de um triângulo
equilátero.
ÓRGÃOS DE APOIO
OBTENÇÃO DISTRIBUIÇÃO
DISPONIBILIDADES FORÇAS/OM
DETERMINAÇÃO DE NECESSIDADES
A determinação de necessidades é a base da logística.
A obtenção representa a logística de produção, com seu caráter econômico, político e
civil, típico da logística de alto nível. As outras fases (determinação de necessidades e
distribuição) se referem à logística de consumo, mais militar e mais voltada para os
níveis operativos.
Os responsáveis pela solução de um problema logístico, de qualquer natureza,
executarão, seqüencialmente, as três fases básicas, por meio das várias atividades que,
em conjunto, representam o esforço logístico.
2.7 - PRINCÍPIOS BÁSICOS
Os princípios básicos constituem um conjunto de preceitos que devem ser observados
no planejamento e na execução das atividades logísticas. São eles:
2.7.1 - Objetivo - é o efeito final desejado e é definido normalmente na missão. Ele é
fundamental. Sem um objetivo claramente definido haverá o risco de os demais
princípios tornarem-se sem sentido, podendo obscurecer a finalidade para dar ênfase
ao emprego dos meios.
2.7.2 - Continuidade - é o encadeamento ininterrupto de ações, assegurando uma seqüência
lógica para as fases do trabalho.
2.7.3 - Controle - é o acompanhamento da execução das atividades decorrentes do planeja-
mento, no sentido de permitir correções e realimentações, a fim de atingir o propósito
estabelecido, com o sucesso desejado.
2.7.4 - Coordenação - é a conjugação de esforços, de modo harmônico, de elementos distin-
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 2-5 - REV.2
tos e mesmo heterogêneos, com missões diversas, para a consumação de um mesmo
fim.
2.7.5 - Economia de Meios - é a busca do máximo rendimento, por intermédio do emprego
eficiente, racional e judicioso dos meios disponíveis. Não implica na economia
excessiva, mas na distribuição adequada dos meios disponíveis, elegendo-se como
prioritário o apoio na área da ação principal.
2.7.6 - Flexibilidade - é a possibilidade de adoção de soluções alternativas ante a mudança
de circunstâncias.
2.7.7 - Interdependência - é a dependência recíproca que o planejamento logístico mantém
com o planejamento operacional nos níveis estratégico e tático.
2.7.8 - Objetividade - é a identificação clara das ações que devem ser realizadas e a determina-
ção precisa dos meios necessários à sua concretização.
2.7.9 - Oportunidade - é o condicionamento da previsão e da provisão dos meios ao fator
tempo, a fim de que as necessidades possam ser atendidas de forma adequada.
2.7.10 - Prioridade - é a prevalência do principal sobre o secundário ou acessório.
2.7.11 - Segurança - é a garantia do pleno desenvolvimento dos planos elaborados, a des-
peito de quaisquer óbices. Consiste nas medidas necessárias para evitar a surpresa,
a observação, a sabotagem, a espionagem e a inquietação, a fim de assegurar a
liberdade de ação do Comandante. Não implica em precaução exagerada nem em
evitar o risco calculado.
2.7.12 - Simplicidade - é o uso da linha de ação mais simples e adequada ao
desenvolvimento das atividades logísticas, de modo a ser compreendida e
executada com facilidade.
2.7.13 - Unidade de Comando - é a existência de autoridade e programa únicos para um
conjunto de operações com a mesma finalidade. Uma eficiente unidade de comando
requer uma cadeia de comando bem definida, com precisa e nítida divisão de
responsabilidades, um sistema de comunicações adequado e uma doutrina logística
bem compreendida, aceita e praticada pelos Comandantes em todos os níveis.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 3-1 - REV.2
CAPÍTULO 3
CICLO LOGÍSTICO
3.1 - GENERALIDADES
O ciclo logístico, descrito no capítulo 2, é o processo pelo qual se desenvolve a
logística. Identifica-se, no ciclo, as fases básicas, denominadas:
- DETERMINAÇÃO DE NECESSIDADES;
- OBTENÇÃO; e
- DISTRIBUIÇÃO.
3.2 - DETERMINAÇÃO DE NECESSIDADES
A determinação de necessidades constitui-se a fase básica mais importante do ciclo
logístico por servir de fundamento às demais e, consequentemente, influir,
decisivamente, na resolução do problema logístico.
O trabalho de determinar necessidades é baseado no plano estratégico ou operativo
específico, que são as fontes dos dados iniciais, imprescindíveis à realização desta fase
básica.
Esses dados iniciais indicarão quem necessita, para qual missão, local da missão e as
disponibilidades existentes.
De posse desses dados, será possível realizar esta fase básica respondendo às seguintes
perguntas:
- O QUE É NECESSÁRIO? Especificando a qualidade;
- QUANTO É NECESSÁRIO? Estabelecendo a quantidade;
- QUANDO SERÁ NECESSÁRIO? Definindo o tempo em que a necessidade deve ser
satisfeita;
- ONDE SERÁ NECESSÁRIO? Indicando o local onde deve ser satisfeita a
necessidade; e
- O QUE É MAIS IMPORTANTE? Apontando a prioridade a ser atribuída a cada
necessidade.
3.2.1 - Bases para a Determinação de Necessidades
As necessidades decorrem das análises executadas pelas forças dos recursos
apropriados à realização de suas missões.
As missões nascem dos planos, estratégicos ou operativos, em função do nível em
que se trabalha.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 3-2 - REV.2
Portanto, o ponto de partida para a determinação de necessidades deve considerar
disponibilidades existentes para definir o que deve ser obtido.
É, também, nesta fase, que se evidencia o caso mais claro de aplicação do princípio
de interdependência entre a estratégia, a tática e a logística pois, a verificação do que
é necessário poderá revelar, previamente, a inexeqüibilidade do plano, o que obrigará
sua reavaliação/revisão.
Desse modo, sendo a determinação de necessidades o fundamento para a resolução
de todo o problema logístico, é preciso que sua formulação se realize com a máxima
exatidão de cálculo.
3.3 - OBTENÇÃO
A obtenção é a segunda fase básica do ciclo logístico, situada entre a determinação de
necessidades, a qual deve atender, e a distribuição, que trabalha com o que foi obtido.
A obtenção é um ato administrativo no âmbito do Sistema de Apoio Logístico, com
complexidade variável em função das dificuldades oriundas do processo de aquisição do
material/serviço ou do recrutamento dos recursos humanos e da possível escassez desses
recursos.
A disponibilidade dos recursos limita a obtenção que, por sua vez, serve como base para
a análise de exeqüibilidade dos planos. Portanto, quando se evidencia a impossibilidade
de obtenção de um determinado recurso, torna-se necessária a revisão da determinação
de necessidades.
Esta fase possui estreito vínculo com os setores comercial, industrial e de recursos
humanos, além dos aspectos econômico-financeiros da gestão logística.
3.3.1 - Princípios e Características
Cabe à fase de obtenção, sob o ponto de vista funcional, transformar a determinação
de necessidades em recursos logísticos reais que, após a distribuição, venham a
satisfazer a tais necessidades.
Deduz-se, assim, o primeiro princípio da obtenção:
“Nada deve ser obtido se não for previamente definido como necessário pelo
Comando”.
A violação deste simples e elementar princípio pode provocar desajustes no processo
do ciclo logístico, com conseqüências danosas à economia de esforços, já que, ao se
obter aquilo cuja necessidade não foi definida, são gastos recursos, normalmente
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 3-3 - REV.2
limitados, aumentando-se as dificuldades para obtenção do que é realmente
necessário.
A tarefa básica da obtenção é assunto da competência das OM componentes do
Sistema de Apoio Logístico e possui características variáveis segundo o nível onde é
executada.
Em linhas gerais, nos altos níveis, a obtenção de material/serviço assume caráter de
produção, ou seja, de fabricação, inspeção, controle de qualidade, etc., que é da
esfera de ação da Logística de Produção, com aspectos, efetivamente, econômico,
industrial e civil. Na área de recursos humanos é essencial que haja um processo de
motivação para satisfazer as necessidades das Forças Armadas.
Nos outros níveis, em especial no operativo, a obtenção se limita, praticamente, a
elaborar pedidos, resumindo-se a uma função administrativa e de controle.
Na Logística Operativa, uma fonte de obtenção é representada pelos próprios
recursos colocados à disposição do Comando que determinou as necessidades.
Estes recursos são:
- humanos;
- financeiros; e
- materiais.
Os recursos humanos são a fonte de obtenção para as necessidades de pessoal em
todos os níveis de Comando.
Os recursos financeiros, normalmente disponíveis sob a forma de créditos,
representam, do ponto de vista logístico, uma medida da possibilidade de obtenção
para os níveis de Comando mais elevados, e são, dentro da organização militar,
geralmente, oriundos do orçamento da MB.
Os recursos materiais representam a fonte de obtenção para os níveis de Comandos
Operativos, consistindo, em cada nível, na acumulação efetuada no nível superior.
O volume de todos os recursos disponíveis é o que fixa o limite da obtenção,
determinando a exeqüibilidade logística dos planos operativos. Daí decorre a
conveniência de que o Comando tenha conhecimento do volume de recursos postos à
sua disposição para satisfazer as suas necessidades.
Do ponto de vista operativo, podem ser distinguidas duas categorias de recursos:
reais e potenciais.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 3-4 - REV.2
São recursos reais aqueles que se encontram efetivamente à disposição do Comando,
enquanto que os recursos potenciais são aqueles que o Comando pode vir a receber
de outros Comandos, normalmente superiores, sob certas condições. Os primeiros
devem estar claramente definidos, enquanto que os segundos são apenas estimados.
Quando se trata de recursos materiais, para que se possa levar a efeito a
transformação das necessidades apontadas em elementos logísticos que as
satisfaçam, é preciso desenvolver três tipos de atividades complementares entre si,
embora sejam de caráter distinto:
- técnico-industriais;
- financeiras; e
- orgânicas.
As atividades técnico-industriais são as correspondentes à produção física para
atender às necessidades de material das forças. São atividades exercidas nos altos
escalões da logística militar e da logística nacional, não abrangendo portanto a
logística operativa.
As atividades financeiras correspondem à aquisição e têm seu campo de ação nos
níveis mais elevados das organizações militares, embora possam se estender até os
níveis inferiores.
As atividades orgânicas são as que exercem o controle e a direção sobre as outras
duas e nelas é fixada a atenção do processo logístico operativo.
Em decorrência dessas definições, vê-se que a obtenção é concretizada no
desenvolvimento de atividades orgânicas, ao financiar, controlar e dirigir a produção
dos recursos materiais necessários.
O segundo princípio da obtenção pode, então, ser enunciado como: “a
responsabilidade pela obtenção dos recursos logísticos requeridos para satisfazer as
necessidades previstas pelo Comando é da competência, dentro da OM, de um
elemento orgânico específico representado pelos SERVIÇOS”.
Um dos requisitos mais importantes da fase de obtenção é o estabelecimento de
prioridades, permitindo que se possa obter o máximo de rendimento do esforço
logístico, observados os recursos disponíveis.
São, também, de importância os prazos de aquisição, pois condicionam o início da
fase básica seguinte e influenciam os níveis requeridos de acumulação que serão
efetivados na época correta.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 3-5 - REV.2
Estabelecer prioridades e observar prazos são decorrências da escassez de tempo e de
disponibilidades. Constitui, assim, uma atividade muito delicada a ser desempenhada
pelo Comando.
3.3.2 - Etapas da Obtenção
A obtenção é desenvolvida por meio de cinco etapas:
- pedido;
- procura;
- aquisição;
- acompanhamento; e
- recebimento.
O pedido consiste na apresentação da necessidade pelo utilizador. Para que seja bem
entendido, é preciso que contenha os dados essenciais sobre o material, pessoal ou
serviço solicitado, isto é, seja portador de especificação adequada. Os pedidos devem
ser feitos com o espírito de máxima economia.
A procura visa selecionar as fontes de obtenção, sendo atribuição de órgão específico
para material, pessoal e serviços.
A aquisição se ocupa da realização da encomenda propriamente dita, quando se trata
de material ou de serviços. No caso de pessoal, corresponde à captação do recurso
humano na sociedade.
O acompanhamento constitui a gerência da aquisição, ou seja, o controle do
cumprimento dos prazos estabelecidos para a entrega do que foi encomendado.
O recebimento exige a conferência quantitativa e qualitativa do que foi adquirido.
Essa etapa, que encerra a fase de obtenção, é o elo que faz a ligação desta fase básica
da logística com a seguinte, a distribuição. Trata da entrada do material ou do pessoal
no ponto de acumulação ou da conclusão do serviço contratado.
3.3.3 – Métodos de Obtenção
A obtenção dar-se-á, dentre outros, por intermédio de um dos seguintes métodos,
conforme disposições legais em vigor:
- doação, que é a concessão, de forma gratuita;
- compra, que é o processo de aquisição de bens, cedidos voluntariamente pelo
proprietário, mediante pagamento de importância ajustada, à vista ou a prazo, sendo
o processo mais aconselhável e normal;
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 3-6 - REV.2
- contratação de serviço, que é o processo indenizável utilizado para a formalização
da prestação de um determinado serviço;
- confisco, que é a apropriação sumária e de forma controlada, em caráter punitivo,
sem pagamento, para utilização militar;
- contribuição, que é um tributo, periódico ou eventual, voluntário ou compulsório,
visando a um determinado fim militar, podendo ou não comportar ressarcimento
posterior;
- pedido, que é a solicitação formal a um órgão de suprimento ou prestador de
serviços, segundo normas específicas;
- requisição, que é a imposição do fornecimento de materiais, animais e serviços,
mediante ordem escrita e assinada por autoridade competente, sendo o pagamento,
normalmente, realizado posteriormente;
- desenvolvimento, que é o processo de especificação, projeto, teste e produção
dirigido ao atendimento de uma necessidade específica;
- troca, que é o processo de aquisição de bens e serviços, cedidos voluntariamente,
mediante ressarcimento em outros bens e serviços;
- empréstimo, que é o processo de aquisição de bens, cedidos voluntariamente pelo
proprietário, sem ônus para o utilizador, que deverão ser restituídos ao mesmo, após
cessadas as necessidades de sua utilização, no mínimo, no estado em que se
encontravam ao serem emprestados;
- arrendamento mercantil, que é a operação na qual uma das partes cede o uso de um
ou mais bens mediante o pagamento pela outra de prestações periódicas, sendo
usual que, ao final do contrato, o arrendatário tenha opção de compra dos bens; e
- transferência, que é o processo para realizar o remanejamento de materiais ou
animais entre organizações militares.
A obtenção do pessoal necessário dar-se-á, dentre outros, por intermédio de um dos
seguintes métodos: movimentação de pessoal, treinamento, concurso, formação,
convocação, mobilização, contratação e recrutamento.
3.4 - DISTRIBUIÇÃO
A distribuição é definida como “a ação de fazer chegar, oportuna e eficazmente, aos
utilizadores, os recursos logísticos fixados pela determinação de necessidades e
viabilizados na fase de obtenção”.
Esta fase completa o ciclo logístico e possibilita a produção do resultado desejado.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 3-7 - REV.2
3.4.1 - Princípios e Características
O princípio da distribuição é o de que esta se realize estritamente de acordo com a
determinação de necessidades.
Por tratar-se de uma fase eminentemente executiva, é preciso contar com elementos
de ação capazes de realizar as operações requeridas. Esses elementos de ação da
distribuição são os chamados Órgãos de Apoio Logístico.
Na distribuição intervêm dois elementos: um responsável por sua execução, que é o
órgão de apoio, e outro receptor, que é a OM consumidora ou utilizadora.
Ao conjunto de órgãos de apoio, por intermédio dos quais se executa essa terceira
fase da logística, dá-se o nome de Sistema de Distribuição.
Os Órgãos de Apoio, integrantes desse sistema , são, dentre outros, os seguintes:
- Estabelecimentos Continentais: bases navais, arsenais, depósitos, hospitais,
quartéis, escolas, centros de instrução, etc.
- Bases Avançadas: estabelecimentos dos tipos acima mencionados, localizados em
pontos focais do litoral ou ilhas oceânicas, para apoio a determinadas operações.
- Grupos de Apoio Móvel ou Bases Flutuantes: conjunto destinado a prestar apoio
logístico aos meios navais nas proximidades das áreas de operações.
- Grupo de Reabastecimento no Mar: constituído por navios com características
apropriadas a prover, na área de operações, os suprimentos necessários a uma
força em deslocamento, com o propósito de ampliar a sua capacidade de
permanência em ação.
3.4.2 - Processamento da Distribuição
A distribuição compreende tarefas de acumulação, transporte e entrega.
A acumulação é a atividade relacionada com o recebimento e a armazenagem de
material, o preparo das instalações prestadoras de serviços e o aquartelamento de
pessoal. Essa tarefa depende essencialmente do planejamento, que determinará os
níveis a serem alcançados para satisfazer não só as necessidades normais e, portanto,
previstas, como também as de emergência e, consequentemente, imprevistas. Daí
decorre a obrigação de serem mantidos níveis de estoque de material ou reserva de
pessoal para fazer frente a esses imprevistos e atender a todas as necessidades. A
acumulação faz a ligação entre a obtenção e a distribuição e atua como elemento
regulador do fluxo logístico.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 3-8 - REV.2
O transporte ou movimentação é a parte dinâmica da distribuição e abrange a
transferência dos recursos logísticos obtidos até os pontos de acumulação e destes
aos consumidores. O transporte é de suma importância para a distribuição e de sua
correta gerência depende a eficácia desta fase do ciclo logístico. Requer a conjugação
de fatores como tempo, espaço e volume, com vias de comunicação, meios de
transporte e prioridades.
A entrega encerra a fase da distribuição, fazendo chegar aos utilizadores os recursos
logísticos necessários.
Verifica-se, assim, que o utilizador ou consumidor é o princípio e o fim do ciclo
logístico e a própria razão de ser da logística. Para ele deve estar voltado todo o
esforço logístico.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-1 - REV.2
CAPÍTULO 4
FUNÇÕES LOGÍSTICAS
4.1 - GENERALIDADES
O processo logístico de atendimento às forças e OM da MB, no que se refere a pessoal,
material e serviços, tendo em vista as fases básicas do ciclo logístico - determinação de
necessidades, obtenção e distribuição - implica na execução de várias atividades
funcionais.
A logística naval agrupa atividades funcionais de uma mesma natureza, correlatas ou
afins, sob a denominação de funções logísticas, a seguir relacionadas:
- SUPRIMENTO;
- MANUTENÇÃO;
- SALVAMENTO;
- SAÚDE;
- RECURSOS HUMANOS;
- TRANSPORTE; e
- ENGENHARIA.
O vulto e a importância das funções logísticas podem propiciar o estabelecimento de
sistemas de apoio específicos, desdobráveis, se necessário, em subsistemas
correspondentes às atividades funcionais pertinentes.
A reunião de atividades funcionais em funções logísticas tem o propósito de facilitar a
organização, o planejamento, a execução e o controle do apoio logístico. Cabe, ainda,
reconhecer que muitas vezes elas se interrelacionam ou se complementam.
4.2 - SUPRIMENTO
4.2.1 - Conceito
É o conjunto de atividades que trata da previsão e provisão do material, de todas as
classes, necessário às organizações e forças apoiadas.
Na MB, a função logística Suprimento, juntamente com parte da função logística
Transporte, integra-se ao conceito mais abrangente de Abastecimento, cujo propósito
é promover o fluxo adequado do material necessário, desde as fontes de obtenção até
as OM consumidoras. O problema a ser solucionado pelo Abastecimento na MB
consiste em saber “QUE” material é necessário (qualidade ou tipo), “QUANTO” é
necessário (quantidade), “QUANDO” deve ser provido (tempo) e “ONDE” deve
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-2 - REV.2
estar disponível (local). As respostas a essas perguntas, obtidas em grande parte pelo
desempenho da função logística Suprimento e em menor escala pela função
Transporte, tornam possível promover a obtenção e fazer a distribuição, satisfazendo
a necessidade do usuário.
Portanto, na MB, Abastecimento é o conjunto de atividades que tem o propósito de
prever e prover, para as forças e demais OM da MB, o material necessário a mantê-
las em condições de plena eficiência. Assim, o Abastecimento proporciona um fluxo
adequado do material necessário, desde as fontes de obtenção até as OM
consumidoras, abrangendo a função logística Suprimento e parte da função logística
Transporte, além de relacionar-se, estreitamente, com a função logística Manutenção.
4.2.2 - Atividades da Função Logística Suprimento
Na MB, devido aos aspectos técnicos e gerenciais envolvidos, as atividades da
função logística Suprimento (levantamento das necessidades, obtenção e distribuição
de suprimentos) e da função logística Transporte (levantamento das necessidades,
seleção e gerência de transportes) são desdobradas nas diversas atividades de
Abastecimento, que podem ser agrupadas em dois grupos: atividades técnicas e
gerenciais.
As atividades técnicas são as relacionadas com a previsão e a orientação técnica
especializada quanto ao material, tendo como resultados uma estimativa das
necessidades e normas definidoras dos padrões a serem seguidos e dos resultados
esperados com o seu emprego. Variam de acordo com a natureza do material,
exigindo pessoal técnico especializado em cada categoria de material. Essas
atividades são imprescindíveis às atividades gerenciais, devendo ser exercidas antes
destas.
As atividades técnicas são as seguintes:
- pesquisa;
- desenvolvimento;
- avaliação;
- especificação;
- inspeção
- determinação técnica de necessidades; e
- orientação técnica.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-3 - REV.2
As atividades gerenciais são de natureza administrativa, executoras da provisão do
material necessário às forças e às OM, por intermédio da manutenção do fluxo de
suprimento desde as fontes de obtenção até o consumidor, propósito maior do
abastecimento. São desenvolvidas com base nos padrões fixados pelas atividades
técnicas e segundo os dados de planejamento ou previsão por elas produzidas. São
executadas sobre quaisquer categorias de material, independente de sua natureza.
As atividades gerenciais são as seguintes:
- catalogação;
- contabilidade do material;
- determinação corrente de necessidades;
- controle de estoque;
- controle de inventário;
- obtenção;
- armazenagem;
- tráfego de carga;
- fornecimento; e
- destinação de excessos.
4.2.3 - Sistema de Abastecimento da Marinha (SAbM)
O SAbM está estruturado da seguinte forma:
- Órgão de Supervisão Geral - Estado-Maior da Armada (EMA);
- Órgão de Superintendência - Secretaria-Geral da Marinha (SGM);
- Órgão de Supervisão Técnica - Diretoria-Geral do Material da Marinha (DGMM);
- Órgão de Direção:
- Técnica - são, normalmente, as Diretorias Especializadas (DE); e
- Gerencial - Diretoria de Abastecimento da Marinha (DAbM); e
- Órgãos de Execução:
- Técnicos - responsáveis pelo exercício das atividades técnicas em relação ao
material de sua competência específica;
- de Controle - responsáveis pela manutenção do fluxo adequado do material, desde
as fontes de obtenção até os pontos de acumulação;
- de Obtenção - responsáveis pela aquisição do material, no País ou no Exterior; e
- de Distribuição - responsáveis pela acumulação e pelo fornecimento do material
de sua competência específica.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-4 - REV.2
O SAbM abrange várias OM de outros setores da MB na execução de tarefas
inerentes às suas competências e responsabilidades.
4.2.4 - Jurisdição do Material
As peculiaridades técnicas e gerenciais do material em uso na Marinha identificam
conjuntos homogêneos de itens, caracterizados por responsabilidades de gestão
agregada, sob o conceito de Jurisdição do Material.
A Jurisdição do Material é estabelecida pela DGMM, em coordenação com a SGM.
4.3 - MANUTENÇÃO
4.3.1 - Conceito
É o conjunto de atividades que são executadas visando a manter o material das forças
e demais OM da MB na melhor condição para emprego e, quando houver avarias,
reconduzi-lo àquela condição.
A manutenção abrange tanto a manutenção planejada como a manutenção não
planejada.
A manutenção planejada é aquela executada de forma sistemática e programada, que
permite a gerência dos elementos necessários à sua consecução: pessoal, material e
tempo.
A manutenção não planejada é aquela necessária à restauração das especificações
técnicas do material avariado de modo inesperado.
4.3.2 - Considerações Gerais
a) Todo equipamento possui associado a ele um ciclo de vida que estabelece,
baseado em condições técnicas e/ou econômicas, o tempo de utilização do mesmo.
b) Por intermédio de programas de revitalização ou modernização, o ciclo de vida de
um equipamento pode ser estendido, após análise prévia de viabilidade
operacional, técnica e econômica.
c) Quando a manutenção for considerada antieconômica, deverá ser iniciado o
processo de destinação do material, devendo ser verificada a existência de
componentes aproveitáveis.
d) As atividades das funções Manutenção e Suprimento são interdependentes. A
manutenção inadequada implica um aumento das necessidades de suprimento e,
inversamente, a carência de suprimento exige maior esforço de manutenção.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-5 - REV.2
e) A manutenção corretamente executada aumenta a vida útil dos equipamentos,
reduz as necessidades de suprimento e permite economizar recursos para atender a
outras finalidades.
f) As Organizações Militares Prestadoras de Serviços (OMPS) e as Diretorias
Especializadas (DE) devem buscar um estreito relacionamento com os usuários
dos equipamentos, no sentido de implementar as ações necessárias para obter-se o
melhor desempenho do equipamento, maior durabilidade e menor custo
operacional.
g) A manutenção deve ser tratada como uma função logística estratégica, pois, o seu
desempenho afetará diretamente o desempenho das forças.
4.3.3 - Atividades da Função Logística Manutenção
As atividades da função logística Manutenção são:
- levantamento das necessidades;
- manutenção preventiva;
- manutenção modificadora; e
- manutenção corretiva.
a) Levantamento das Necessidades de Manutenção
O levantamento das necessidades visa a determinar as carências de instalações,
pessoal e material para o apoio de manutenção em uma situação específica.
O planejamento e a execução de forma coordenada dessas tarefas compõem o
Apoio Logístico Integrado (ALI), descrito no capítulo 6.
b) Manutenção Preventiva
A manutenção preventiva é executada para evitar falhas, queda no desempenho do
material e, ainda, reduzir a possibilidade de avarias e degradações, através de
inspeções, testes, reparações ou substituições. É classificada como planejada.
A manutenção preditiva, conjunto de controles diagnósticos baseados em
parâmetros técnicos, está contida na manutenção preventiva. A sua aplicação
permite prever o momento mais apropriado para a execução das atividades de
manutenção e, dessa forma, chegar o mais próximo possível do limite da vida útil
de sistemas e componentes, otimizando o trinômio custo – operacionalidade –
manutenção.
A determinação do ponto preditivo, a partir do qual uma queda de desempenho
e/ou a probabilidade de o equipamento falhar assumem valores indesejáveis, tanto
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-6 - REV.2
no aspecto técnico, quanto no econômico, provocará uma intervenção de
manutenção corretiva planejada, com o objetivo de eliminar a causa do problema
identificado.
d) Manutenção Modificadora
A manutenção modificadora consiste nas ações de manutenção destinadas a
adequar o equipamento às necessidades ditadas pelas exigências operacionais ou
ainda para otimizar os trabalhos da própria manutenção. É classificada como
planejada.
e) Manutenção Corretiva ou Reparo
A manutenção corretiva destina-se a reparar ou recuperar o material danificado
para repô-lo em condições de uso. Pode ser classificada como planejada e não
planejada.
I) A manutenção corretiva planejada é a correção do desempenho menor que o
esperado, por decisão técnica, baseada em acompanhamento preditivo podendo
estender a operação até a falha.
A manutenção corretiva também pode ser planejada por meio dos índices de
manutenção Tempo Médio Entre Falhas (TMEF ou MTBF) e Tempo Médio
Para Reparo (TMPR ou MTTR).
II) A manutenção corretiva não planejada é a correção da falha, ocorrida de maneira
aleatória, quando não há tempo para a preparação do serviço, o que,
normalmente, implica em elevação de custos de manutenção e maiores
prejuízos para as operações.
4.3.4 - Escalão de Manutenção
a) As ações de manutenção, com base na capacitação técnica e nos recursos de
pessoal e de material , são estruturadas em escalões, visando a:
I) otimizar a sistemática de manutenção;
II) atribuir responsabilidades; e
III) permitir uma distribuição criteriosa, ordenada e eficiente dos recursos disponí-
veis.
b) Escalão de manutenção é o grau ou amplitude de trabalho requerido nas atividades
de manutenção, em função da complexidade do serviço a ser executado.
c) A manutenção é classificada nos seguintes escalões:
I) Manutenção de 1º escalão
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OSTENSIVO - 4-7 - REV.2
Compreende as ações realizadas pelo usuário e/ou pela OM responsável pelo
material, com os meios orgânicos disponíveis, visando manter o material em
condições de funcionamento e de conservação.
II) Manutenção de 2º escalão
Compreende as ações realizadas em organizações de manutenção e que
ultrapassam a capacidade dos meios orgânicos da OM responsável pelo
material.
III) Manutenção de 3º escalão
Compreende as ações de manutenção que exigem recursos superiores aos
escalões anteriores, em função do grau de complexidade.
IV) Manutenção de 4º escalão
Compreende as ações de manutenção cujos recursos necessários, normalmente,
transcendem à respectiva força em função do alto grau de complexidade,
sendo, na maioria das situações, executadas pelo fabricante ou representante
autorizado, ou, ainda, necessitarem o uso de instalações industriais
especializadas.
d) Cabe ressaltar, que não existe a obrigatoriedade de vinculação entre as atividades
logísticas da função logística Manutenção e os escalões de manutenção.
4.4 - SALVAMENTO
4.4.1 - Conceito
É o conjunto de atividades que são executadas visando à salvaguarda e ao resgate de
recursos materiais, suas cargas ou itens específicos.
4.4.2 - Atividades da Função Logística Salvamento
São atividades da função logística Salvamento:
- combate a incêndios;
- controle de avarias;
- controle de danos;
- remoção
- reboque;
- desencalhe ou reflutuação de meios; e
- resgate de recursos materiais acidentados, cargas ou itens específicos.
a) Combate a Incêndios
Consiste nas ações desencadeadas para prevenção, controle e extinção de
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OSTENSIVO - 4-8 - REV.2
incêndios em meios e instalações. Essas ações são realizadas, normalmente, por
equipes especialmente adestradas para essa finalidade.
b) Controle de Avarias
Consiste nas ações desencadeadas para limitar os efeitos das avarias sofridas por
um meio ou instalação, a fim de que possam continuar sendo utilizadas até que
seja possível realizar os reparos necessários para o seu retorno ao estado normal
de funcionamento ou utilização.
c) Controle de Danos
Consiste nas medidas preventivas e de controle, adotadas para reduzirem ao
mínimo os efeitos da ação inimiga, dos grandes desastres ou de catástrofes da
natureza, a fim de assegurar a continuidade ou o restabelecimento do apoio
logístico.
d) Remoção
Consiste no conjunto de ações necessárias para movimentar meios materiais,
impossibilitados de fazê-lo por seus próprios recursos, para um local
predeterminado e visando a um fim específico.
e) Reboque
Consiste na locomoção de um meio que está impossibilitado de fazê-lo por seus
próprios recursos, mediante ação de tração.
f) Desencalhe ou Reflutuação de Meios
Consiste nas ações realizadas para liberar um meio flutuante que se encontra
impossibilitado de locomoção, por encalhe ou afundamento.
g) Resgate de Recursos Materiais, Cargas ou Itens Específicos, Acidentados ou
Avariados
Consiste nas ações desencadeadas para transportar esses meios ou itens do local
da ocorrência para uma área de manutenção ou outro local desejado.
4.5 - SAÚDE
4.5.1 - Conceito
É o conjunto de atividades relacionadas com a conservação do pessoal, nas condições
adequadas de aptidão física e psíquica, por intermédio de medidas sanitárias de
prevenção e recuperação.
4.5.2 - Atividades da Função Logística Saúde
São atividades da função logística Saúde:
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OSTENSIVO - 4-9 - REV.2
- levantamento das necessidades;
- determinação dos padrões psicofísicos;
- seleção médica;
- medicina preventiva; e
- medicina curativa.
a) Levantamento das Necessidades
É o processo que visa à determinação das necessidades de instalações, de pessoal
e de material para o apoio de saúde em uma situação específica. Uma vez
quantificadas as necessidades de pessoal e de material, cabe às funções logísticas
Recursos Humanos e Suprimento, respectivamente, obter e prover os meios
necessários.
b) Determinação dos Padrões Psicofísicos
É o ato de criar critérios para a seleção médica, estabelecendo as condições
incapacitantes e os índices mínimos exigidos para o desempenho das diversas
funções da MB.
c) Seleção Médica
É o processo que visa garantir a admissão e a permanência no serviço ativo,
mediante a comparação dos indivíduos com padrões preestabelecidos.
d) Medicina Preventiva
É a atividade destinada a preservar a saúde física e mental dos recursos humanos,
por meio de diagnósticos precoces, associados ao pronto tratamento, e de um
conjunto de medidas profiláticas que, quando bem executadas, reduzirão custos
com evacuação e hospitalização.
As seguintes tarefas enquadram-se na medicina preventiva:
- saneamento: conjunto de medidas destinadas a tornar uma área habitável;
- higiene: conjunto de medidas que visam assegurar a prática da profilaxia em
determinada área, buscando o emprego de meios para evitar doenças e conservar
a saúde;
- controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis: conjunto de medidas
que visam ao registro da ocorrência destes tipos de doenças e às ações
necessárias ao impedimento de sua disseminação;
- imunização: conjunto de medidas e ações que visam impedir a manifestação de
moléstias sobre os recursos humanos que atuam em determinada área;
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-10 - REV.2
- educação sanitária: conjunto de medidas que visam orientar os recursos humanos
sobre hábitos necessários à manutenção da saúde;
- psiquiatria preventiva: conjunto de medidas para detectar distúrbios psiquiátricos
que possam vir a ocorrer nos recursos humanos;
- prevenção de acidentes: conjunto de medidas que visam orientar os recursos
humanos sobre a conduta correta para evitar a ocorrência de acidentes;
- controle médico periódico: conjunto de medidas e ações que visam a monitorar
os padrões dos recursos humanos requeridos para a execução das suas
atividades. O controle médico periódico deverá provocar o pronto tratamento,
quando necessário; e
- gerência de ambientes adversos: conjunto de medidas que visam monitorar o
ambiente operacional, a fim de detectar alterações que possam prejudicar a
saúde dos recursos humanos e implementar as ações necessárias para
restabelecer a normalidade do ambiente, ou as ações para a proteção dos
recursos humanos. Enquadra-se nesta tarefa o ramo da medicina militar
conhecido como medicina operativa, conceituada no inciso 4.5.3.
e) Medicina Curativa
A medicina curativa é a atividade destinada ao tratamento de doentes e feridos,
sob regime ambulatorial ou hospitalar. Tem por finalidade devolver ao elemento
humano as condições psicofísicas que as capacitem a retornar, o mais breve
possível, às suas atividades normais.
As seguintes tarefas enquadram-se na medicina curativa:
- primeiros socorros: medidas emergenciais que visam estabilizar a situação do
doente ou ferido até que possa receber tratamento adequado;
- triagem: procedimento que visa selecionar os doentes ou feridos para o
atendimento adequado;
- evacuação médica: remoção de pessoal doente ou ferido, sob cuidados especiais,
para uma instalação de saúde capacitada ao atendimento médico de maior
complexidade e que não deve ultrapassar a primeira instalação apta a atender e
reter o paciente;
- hospitalização: internação, de doentes e feridos, por indicação médica, em
organizações ou instalações de saúde, para fim de tratamento médico ou
cirúrgico, podendo incluir um período de reabilitação, visando ao retorno do
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-11 - REV.2
elemento humano ao serviço;
- tratamento ambulatorial – atendimento de doentes e feridos, sem internação, em
organizações ou instalações de saúde, para fins de tratamento médico, podendo
incluir um período de reabilitação;
- apoio odontológico: ações necessárias à assistência odontológica ao elemento
humano; e
- apoio laboratorial: ações necessárias à análise de material biológico com
finalidade diagnóstica.
4.5.3 - Medicina Operativa
É o ramo da medicina militar cujo propósito é o de assistir o homem em operações
em ambiente crítico ou de combate. Fundamenta-se em princípios, técnicas e
conhecimentos estabelecidos pela medicina geral, adaptando-os às peculiaridades da
MB. Quando diz respeito especificamente de apoio às operações anfíbias, ou às
operações de superfície, é conhecida, respectivamente, como medicina de operações
anfíbias e medicina de ações de superfície.
4.5.4 - Sistema de Saúde da Marinha
O Sistema de Saúde da Marinha está estruturado da seguinte forma:
- Órgão de Supervisão Geral – Estado-Maior da Armada;
- Órgão de Direção Setorial – Diretoria-Geral do Pessoal da Marinha;
- Órgão de Supervisão Técnica – Diretoria de Saúde da Marinha; e
- Órgãos de Execução – organizações hospitalares e serviços de saúde das OM.
4.6 - RECURSOS HUMANOS
4.6.1 - Conceito
É o conjunto de atividades relacionadas com o gerenciamento do pessoal necessário
ao emprego das forças navais, aeronavais e de fuzileiros navais e ao funcionamento
das OM da MB.
A função logística Recursos Humanos não se esgota no desempenho das atividades
características das fases básicas da logística, tendo em vista que a particularidade de
tratar com recursos humanos implica na realização de uma vasta gama de ações que a
torna extremamente complexa, além de crítica, em qualquer planejamento logístico.
4.6.2 - Atividades da Função Logística Recursos Humanos
A função logística Recursos Humanos é desenvolvida pela realização das seguintes
atividades:
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-12 - REV.2
- levantamento das necessidades;
- procura e admissão;
- preparação;
- administração; e
- bem-estar e manutenção do moral.
a) Levantamento das Necessidades
Levantamento das necessidades, ou determinação de necessidades de pessoal, é o
processo de identificação das necessidades quantitativas e qualitativas de recursos
humanos, para atendimento das metas e prioridades estabelecidas nos documentos
de alto nível da Marinha.
Corresponde à fase básica da logística “determinação de necessidades” e, em
tempo de paz, é realizada dentro do Sistema de Planejamento de Pessoal, de
acordo com normas estabelecidas pela DGPM. Esse Sistema terá a seguinte
constituição:
- Órgão de Direção Geral - Estado-Maior da Armada (EMA);
- Órgão de Coordenação Geral - Diretoria-Geral do Pessoal da Marinha (DGPM);
- Órgão de Assessoria Geral - Conselho de Planejamento de Pessoal (COPLAPE);
- Órgãos de Coordenação Setorial - EMA e Órgãos de Direção Setorial (ODS);
- Órgãos de Coordenação Técnica - Organizações Militares Orientadoras Técnicas
(OMOT); e
- Órgãos de Gerência Executiva - Diretoria do Pessoal Militar da Marinha
(DPMM), Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais (CPesFN) e Diretoria do
Pessoal Civil da Marinha (DPCvM).
As necessidades de mobilização de pessoal, decorrentes da concretização de uma
Hipótese de Emprego serão atendidas segundo procedimentos estabelecidos pelo
Sistema de Mobilização Marítima.
b) Procura e Admissão
É o processo de captação de recursos humanos na sociedade, para o serviço na
MB. É desenvolvido por meio de voluntariado, alistamento, convocação,
recrutamento e concursos, complementados pela seleção e incorporação.
Esta atividade está inserida na fase básica da logística “obtenção” e é
desempenhada pelas OM que integram a estrutura organizacional responsável
pelos processos seletivos para ingresso na MB, e pelas OM que realizam o
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-13 - REV.2
alistamento e o recrutamento para o Serviço Militar Inicial.
c) Preparação
É o processo de transformação dos recursos humanos em efetivos prontos para o
exercício de cargos e o desempenho de funções na MB, abrangendo a formação
do militar durante todo o tempo de permanência no serviço ativo.
Esta atividade complementa a fase básica da logística “obtenção” e é desenvolvida
pelos estabelecimentos de ensino e pelos órgãos de formação de reserva da MB.
O adestramento não é enquadrado como uma atividade logística de preparação,
não sendo, por conseguinte, responsabilidade da função logística Recursos
Humanos.
d) Administração
É o gerenciamento dos efetivos prontos, visando prover as OM dos recursos
humanos necessários.
Corresponde à fase básica da logística “distribuição” e é desempenhada pelos
órgãos do Sistema de Planejamento de Pessoal responsáveis pela designação e
distribuição, conforme norma estabelecida pela DGPM.
e) Bem-estar e Manutenção do Moral
É a atividade que visa manter as condições psicossociais adequadas ao serviço
ativo na MB.
Compreende ações voltadas para o atendimento de necessidades como: repouso,
recuperação, recreação, suprimento reembolsável, serviço de assistência social,
serviço de assistência religiosa, serviço postal, serviço de lavanderia e
sepultamento.
4.6.3 - Outras atividades envolvendo pessoal e que não fazem parte da função logística
Recursos Humanos
As atividades referentes à justiça e disciplina, aos prisioneiros de guerra e aos civis
internados não fazem parte da função logística Recursos Humanos.
4.7 - TRANSPORTE
Todas as outras funções logísticas necessitam, de alguma forma, do transporte para a
execução de seus propósitos. Desse modo, deverá haver uma orientação específica de
transporte para cada função logística, de maneira a estabelecer quais atividades, fases e
princípios serão aplicáveis, sempre de forma harmônica.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-14 - REV.2
4.7.1 - Conceito
É o conjunto de atividades que são executadas visando ao deslocamento de recursos
humanos e materiais por diversos meios, em tempo e para os locais predeterminados,
a fim de atender às necessidades.
Como função logística, o transporte é primordialmente um serviço. Embora esteja
presente na fase básica distribuição, participa como atividade fundamental para o
esforço logístico. Abrange todas as modalidades, vias e classes de transporte, além de
incluir os terminais de transporte que são os pontos de origem e destino do processo.
4.7.2 - Atividades da Função Logística Transporte
São atividades da função logística Transporte:
- levantamento das necessidades;
- seleção; e
- gerência de transportes.
a) Levantamento das Necessidades
Decorre do exame pormenorizado dos planos propostos e, em particular, das ações
e operações previstas. Os usuários de transporte apresentam, periodicamente, aos
órgãos de apoio, o planejamento de suas necessidades para o período subsequente.
b) Seleção
Consiste no atendimento das prioridades, na escolha da modalidade de transporte
a ser adotada e o meio de transporte a ser empregado, com base no conhecimento
das possibilidades dos meios e das vias de transporte.
c) Gerência de Transportes
Consiste em:
- aproveitar, de maneira eficiente, as disponibilidades existentes;
- buscar a obtenção do máximo rendimento dos meios disponíveis, como a redu-
ção ao mínimo das baldeações, a utilização dos meios de transporte mais
flexíveis e a obtenção de rapidez, segurança e flexibilidade nas operações
logísticas; e
- estabelecer medidas de coordenação e de controle sobre o movimento de mate-
rial ou pessoal, com a finalidade de avaliar e assegurar a execução sistemática e
ordenada do trânsito.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-15 - REV.2
4.7.3 - Avaliação
Consiste na determinação, em função de ações a serem desenvolvidas pelas OM ou
forças navais, da capacidade dos terminais e dos meios de transporte.
É de grande importância para a logística naval, ao efetuar o planejamento de uma
operação naval, o conhecimento detalhado e atualizado da disponibilidade desses
recursos.
4.7.4 - Controle de Tráfego
Consiste no estabelecimento de medidas de coordenação e de controle sobre o
movimento de material ou pessoal, executada por quem tem a responsabilidade de
realizar transporte. Sua complexidade varia com a freqüência com que se aplica o
transporte.
Visa, fundamentalmente, evitar custos elevados, perdas de tempo, desencontros,
desgastes e interferências que prejudiquem a chegada em seu destino, do material ou
pessoal, no tempo definido para atender às necessidades requeridas.
4.8 - ENGENHARIA
4.8.1 - Conceito
É o conjunto de atividades que são executadas, visando ao planejamento e à
execução de obras e de serviços com o objetivo de obter e adequar a infra-estrutura
física e as instalações existentes às necessidades das forças e demais OM da MB.
4.8.2 - Considerações e Definições
a) A obtenção e a utilização da infra-estrutura física necessária, normalmente,
compreende:
I) portos, aeródromos e vias de transporte;
II) terminais de transporte;
III) bases;
IV) obstáculos, abrigos e trabalhos de camuflagem; e
V) instalações diversas.
b) Desde o planejamento, até a execução, sob o enfoque da função logística
Engenharia, deverá ser considerada, sempre que possível, a máxima utilização da
infra–estrutura e das instalações existentes, bem como as disponibilidades em
materiais, equipamentos e mão-de-obra.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-16 - REV.2
4.8.3 - Atividades da Função Logística Engenharia
São atividades da função logística Engenharia:
- construção ;
- ampliação;
- reforma;
- adequação;
- reparação;
- restauração;
- conservação;
- demolição;
- remoção; e
- desobstrução;
- montagem; e
- avaliação.
a) Construção
Consiste nos trabalhos para obtenção de um recurso físico novo, isolado ou em
conjunto com outros.
b) Ampliação
Consiste nos trabalhos destinados a aumentar a capacidade de um recurso físico já
existente.
c) Reforma
Consiste nos trabalhos para melhorar a eficiência de um recurso físico já existente,
sem aumentar sua capacidade física.
d) Adequação
Consiste nos trabalhos para alterar a destinação de um recurso físico já existente,
sem aumentar sua capacidade física.
e) Reparação
Consiste nos trabalhos corretivos para eliminar danos de pequeno vulto ocorridos
em um recurso físico, restabelecendo sua condição de utilização.
f) Restauração
Consiste nos trabalhos corretivos para restabelecer as condições de utilização de
determinado recurso físico que apresente danos consideráveis.
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OSTENSIVO - 4-17 - REV.2
g) Conservação
A conservação consiste nos trabalhos preventivos e corretivos de problemas
comuns devidos ao uso corrente de recursos físicos.
h) Demolição
Consiste nos trabalhos para desfazer ou destruir um recurso físico.
i) Remoção
Consiste nos trabalhos para transferir determinado recurso físico de um local para
outro.
j) Desobstrução
A desobstrução consiste nos trabalhos realizados para a retirada de obstáculos,
naturais ou artificiais, que estejam impedindo ou dificultando a utilização do local
ou da área considerada.
k) Montagem
A montagem consiste na reunião de peças de um dispositivo, mecanismo ou
equipamento, de modo que possa funcionar e atender ao fim a que se destina.
l) Avaliação
A avaliação consiste no levantamento e análise de informações técnicas de forma
a verificar se a infra-estrutura é adequada para o fim a que se destina.
4.8.4 - Planejamento e execução de obras e serviços
O planejamento e a execução de obras e serviços referentes às atividades da função
logística Engenharia serão desenvolvidas de acordo com o Sistema do Plano Diretor
(SPD).
Essas obras e serviços podem ser caracterizados como de investimento ou de
manutenção. São consideradas como de investimento a construção, a ampliação, a
restauração e a desobstrução de portos e rios, e como de manutenção a reparação e a
conservação. As demais atividades serão caracterizadas em decorrência do vulto das
obras e serviços necessários.
4.9 - RESPONSABILIDADES SOBRE AS FUNÇÕES LOGÍSTICAS
Sempre que a solução de um problema de uma determinada função logística estiver a
cargo de mais de um ODS, deverá ser estabelecida a necessária orientação pelo Órgão
de Direção Setorial Líder (ODSL), aquele que exerce o esforço principal.
Os ODSL das Funções Logísticas são:
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 4-18 - REV.2
FUNÇÃO LOGÍSTICA ODSL
RECURSOS HUMANOS DGPM
RECURSOS HUMANOS do CFN (exceto
pessoal civil)
CGCFN
SAÚDE DGPM
MANUTENÇÃO DGMM / CGCFN
SALVAMENTO ComOpNav
SUPRIMENTO SGM
TRANSPORTE *
ENGENHARIA DGMM
(*) A SGM será o ODSL para todos os casos exceto para o transporte de caráter
operativo, quando o ODSL deverá ser o ComOpNav, por se tratar de Apoio Logístico
Móvel.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 5-1 - REV.2
CAPÍTULO 5
APOIO LOGÍSTICO
5.1 - GENERALIDADES
É a estrutura sistêmica destinada a prover uma força dos recursos humanos e materiais e
dos serviços destinados a atender às suas necessidades, visando ao cumprimento da
missão.
O apoio logístico é, em síntese, a ação pela qual a logística se concretiza, atendendo ao
propósito de manter as forças e as OM da MB em condições operativas, adequadas ao
cumprimento de suas missões.
O fluxo dos recursos logísticos, desde suas fontes até os consumidores, é uma tarefa a
ser realizada pelo Sistema de Apoio Logístico.
O apoio logístico, pois, consiste na concretização do fluxo logístico de pessoal, material
e serviços, tendo como efeito desejado o provimento das necessidades logísticas das
forças e das OM da MB.
5.2 - SISTEMA DE APOIO LOGÍSTICO
O Sistema de Apoio Logístico é o conjunto ordenado de elementos - pessoal,
organizações, material, normas, processos e técnicas - interrelacionados e destinados a
prover as necessidades da MB.
Tais sistemas devem estar em condições de:
- evoluir, sem solução de continuidade, da situação de normalidade para uma situação
de conflito;
- realizar o apoio logístico consoante o planejamento;
- entrosar-se com os sistemas congêneres do meio civil, das demais forças e, ainda, de
forças aliadas; e
- prestar apoio logístico às demais forças, sob determinadas circunstâncias.
Na organização do apoio logístico devem ser levados em conta os seguintes fatores:
- missão e constituição das forças e das OM da MB a apoiar;
- possibilidades econômicas do País;
- duração estimada das operações navais; e
- condições vigentes em tempo de paz e Hipóteses de Emprego consideradas.
A organização deste sistema deve, pois, atender às condições de ordem estratégica e
tática, conciliadas com as disponibilidades do sistema econômico da Nação.
Além de ser capaz de evoluir para uma situação de conflito, sem solução de continuida-
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 5-2 - REV.2
de, o Sistema de Apoio Logístico da Marinha deve estar em condições de se relacionar
com os sistemas congêneres das demais Forças Armadas e, quando necessário e
oportuno, das forças aliadas.
5.3 - BASE DE APOIO LOGÍSTICO
Base de Apoio Logístico (BApLog) é uma organização logística, de caráter eventual,
criada ou já existente na estrutura das Forças Armadas. Essa estrutura será completada,
quando necessário, pela mobilização.
5.3.1 - Tarefas da Base de Apoio Logístico:
a) executar o apoio logístico às forças desdobradas em sua área de atuação e,
conforme determinado, a outras forças e à população civil;
b) sediar órgãos de apoio logístico; e
c) servir de ligação entre os órgãos de apoio logístico das Forças Armadas e as
organizações de apoio logístico das forças empregadas.
5.3.2 - O número de bases de apoio logístico será variável e deverá responder às necessida-
des logísticas decorrentes do planejamento operacional.
5.3.3 - Estação Naval
OM destinada ao estacionamento de unidades ou forças navais, aeronavais e de
fuzileiros navais, capaz de prover auxílio à manutenção corretiva de 1º escalão,
devendo manter suas oficinas prontas para utilização por pessoal especializado dos
próprios meios, e apoio logístico limitado nas demais funções logísticas, além de cais
acostável, água, energia elétrica, telefone, coleta de lixo, entre outras facilidades.
5.3.4 - Base Naval
OM destinada a prover apoio logístico amplo, muitas vezes especializado, às forças
navais, aeronavais ou de fuzileiros navais, constituída por instalações e recursos de
apoio logístico e serviços, proporcionando “facilidades” aos meios para os quais foi
destinada.
a) Classificação de Bases Navais
As Bases Navais podem ser classificadas quanto aos seguintes aspectos:
I) Localização:
- Bases Continentais - dispersas ao longo do litoral nacional, evitando-se uma
desnecessária concentração;
- Bases Avançadas - instaladas em pontos próximos das áreas de operação, não
só no litoral, como em ilhas oceânicas. São, normalmente, temporárias e per-
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 5-3 - REV.2
dem a razão de ser ao término do conflito que gerou a sua necessidade; e
- Bases Ultramarinas - localizadas, normalmente, em países aliados, cedidas
por acordos internacionais.
II) Duração:
- Base Permanente – apoia, durante o ciclo de atividades de um meio operativo,
em tempo de paz, as ações de adestramento e de manutenção desse meio, além
do apoio de retaguarda, em situações de conflito. Pode prestar apoio direto às
forças em operação em área próxima; e
- Base Temporária – é a que se destina a cumprir, por tempo limitado, tarefas
restritas de apoio logístico às forças.
III) Mobilidade:
- Base Fixa – é aquela cujas instalações estão situadas em terra, sem condições de
deslocamento para outra área geográfica; e
- Base Móvel – é aquela que possui instalações com capacidade de fácil transfe-
rência de uma localidade para outra. É, normalmente, constituída por meios
flutuantes, tomando, então, a denominação de base flutuante.
IV) Meios apoiados:
- Base Naval – é a que orienta seu esforço principal para o apoio às forças navais;
- Base Aérea-naval – é a que presta apoio a aeronaves orgânicas da Marinha;
- Base Aeronaval – é aquela que engloba as responsabilidades das duas outras, ou
seja, apoia as forças navais, incluindo os meios aéreos orgânicos; e
- Base de Fuzileiros Navais – é aquela que apoia as forças de fuzileiros navais.
5.4 - MODALIDADE DE APOIO
O apoio logístico é prestado segundo duas modalidades básicas: o apoio logístico fixo e
o apoio logístico móvel.
5.5 - APOIO LOGÍSTICO FIXO
O apoio logístico fixo é prestado nas organizações fixas que, em sua maioria, já existem
desde o tempo de normalidade, e que permanecem prestando o apoio necessário em
situação de conflito.
Arsenais, bases e estações navais, órgão de distribuição, centros de instrução e hospitais
são as principais organizações componentes do apoio logístico fixo.
A vulnerabilidade a que ficam sujeitas as forças, durante o período em que estão
apoiadas em uma base fixa, é um aspecto que merece atenção especial por ocasião do
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 5-4 - REV.2
planejamento de uma operação de apoio logístico. Para esta vulnerabilidade concorrem
a imobilidade a que se sujeitam os meios e a conseqüente redução de sua capacidade de
combate.
O ponto crítico a ser considerado é, pois, o tempo de permanência de uma força na base.
É preciso reduzi-lo ao mínimo. A base necessita ser estruturada e possuir os recursos
necessários para prover o apoio no menor tempo possível. Dependendo de sua
capacidade, a base tanto pode prestar este apoio simultaneamente a todos os meios,
como efetuá-lo individualmente e de modo escalonado.
Para minimizar o tempo de permanência de uma força naval em uma base são utilizadas
técnicas especiais de reabastecimento rápido.
É oportuno lembrar que, enquanto uma força permanece na base recebendo apoio, a
responsabilidade por sua defesa é da própria base, que deve promover as medidas de
segurança.
Quando o apoio é escalonado (enquanto alguns navios estão imobilizados, os demais
permanecem em atividades nas proximidades), esta proteção, em algumas situações,
pode ser executada com a colaboração da própria força.
As bases avançadas - tipo de base fixa - se revestem de fundamental importância no
apoio logístico fixo quando as forças operam em áreas afastadas das bases continentais
próprias.
5.6 - APOIO LOGÍSTICO MÓVEL
O apoio logístico móvel caracteriza-se por estruturas organizadas para atender um
determinado tipo de operação e, geralmente, são dissolvidas após cessados os motivos
de sua ativação. Estas estruturas, normalmente, utilizarão recursos humanos e materiais
e os serviços oriundos do apoio logístico fixo para sua organização.
Uma força naval combina seu poder de destruição com seus atributos de mobilidade e
de flexibilidade. No entanto, apesar de todo o seu poderio, a força naval tem seu tempo
de permanência no mar grandemente limitado por sua autonomia. A solução encontrada
pelas Marinhas para aumentar esta autonomia foi a de levar o apoio requerido
juntamente com as forças navais para os Teatros de Operações Marítimo (TOM),
utilizando navios especializados.
O apoio logístico móvel, ou simplesmente apoio móvel, é a modalidade de apoio
logístico, cujo esforço principal é realizado por unidades móveis que levam este apoio
até a área de operações.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 5-5 - REV.2
A finalidade do apoio móvel é estabelecer um ponto de concentração na área de
operações. A sua característica mais importante é a da MOBILIDADE, ou seja,
aumentar a capacidade de apoiar as forças navais nos vários pontos do Teatro de
Operações (TO).
São vantagens do apoio móvel sobre o apoio fixo:
- evitar a interferência mútua entre forças navais quando há limitações de áreas para a
instalação de bases avançadas;
- ser mais sensível à ação do comando da força naval, por fazer parte orgânica desta
força;
- prestar o apoio mais próximo à área de operações e/ou diretamente aos meios de uma
força naval;
- devido à mobilidade, ser menos vulnerável à ação do inimigo;
- proporcionar maior flexibilidade às operações; e
- contribuir positivamente para a maior permanência da força naval no mar, sem
comprometer a sua mobilidade.
A maior desvantagem do apoio móvel com relação ao apoio fixo reside na limitação de
recursos logísticos que podem ser proporcionados aos meios apoiados.
O apoio logístico móvel apresenta-se sob duas formas:
- o apoio logístico às forças em um ponto pré-estabelecido, próximo à área de operação; e
- o apoio logístico às forças durante os seus trânsitos na e para a área de operações.
Para a execução destas duas formas, existem três tipos de unidades móveis:
- grupo de apoio móvel;
- grupo de reabastecimento no mar; e
- grupo de recompletamento.
5.6.1 - Grupo de Apoio Móvel
O grupo de apoio móvel é constituído por meios navais com características
apropriadas e tem por tarefa prover apoio às forças navais nas proximidades da área
de operações.
Compreende:
- o provimento do apoio logístico diretamente às unidades navais; e
- a constituição de um ponto de acumulação de estoques de suprimentos da rede de
abastecimento, tais como: combustíveis, munição, sobressalentes em geral, gêneros
alimentícios e outros itens de consumo.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 5-6 - REV.2
Os meios logísticos que compõem o grupo de apoio móvel são diversos, podendo
incluir, dentre outros: navio-oficina, navio-tender (de submarinos, de navios-
varredores, de navios-aeródromos), rebocadores, navio de salvamento, navio de
abastecimento, dique flutuante, navio-doca, navio-hospital, navio-tanque, navio-
transporte, além de diversas unidades auxiliares (barcos, lanchas, barcaças, batelões,
EDVP, EDVM, cábreas, etc.).
O grupo de apoio móvel necessita de proteção. Assim, meios navais de combate
podem estar presentes na sua constituição, o que representa uma desvantagem, pois
unidades combatentes são desviadas de sua tarefa principal.
5.6.2 - Grupo de Reabastecimento no Mar
O propósito do reabastecimento no mar é o de ampliar a capacidade de permanência
no TO das unidades navais, por meio do provimento de suas necessidades logísticas
durante o trânsito para a área de operações, ou no seu interior.
O grupo de reabastecimento no mar é constituído por meios operativos com
características apropriadas, capazes de prover, no mar, os suprimentos necessários a
uma força naval .
O grupo de reabastecimento no mar acompanha a força, fazendo parte da
organização por tarefas, e constituindo, normalmente, um Grupo-Tarefa. Requer,
assim, defesa contra as ações do inimigo, obrigando o destaque de unidades de
combate para a sua proteção.
A existência de dispositivos aperfeiçoados para transferência de carga e o emprego
de helicópteros como elemento de ligação, entre o navio de reabastecimento e o
navio apoiado, trouxeram novas dimensões às técnicas de reabastecimento no mar.
Os helicópteros orgânicos provocaram alterações significativas nos procedimentos
táticos das forças navais. A vulnerabilidade à ação do inimigo foi reduzida ao
diminuir o tempo de reabastecimento, ao aumentar a liberdade de manobra, além de
diminuir a necessidade de afastamento dos navios de combate da área de operações.
5.6.3 - Grupo de Recompletamento
É um grupo de navios empregados como “ligação” entre os principais pontos de
apoio, na retaguarda, e a área de operações, e tem por propósito o reabastecimento
dos dois grupos mencionados anteriormente.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 6-1 - REV.2
CAPÍTULO 6
APOIO LOGÍSTICO INTEGRADO
6.1 - CONCEITUAÇÃO
O correto dimensionamento entre o desempenho e o custo, desde a incorporação até a
baixa do serviço de um meio ou de um sistema, somente poderá ser alcançado se
considerar o apoio logístico em todas as fases do projeto, inclusive a operacional. A
crescente complexidade tecnológica agregada aos meios e sistemas tem levado as
Marinhas ao aprimoramento da logística.
Nesse cenário, surgiu o conceito de Apoio Logístico Integrado (ALI), cujo propósito é o
de garantir o máximo de disponibilidade de um meio ou sistema a ser incorporado,
durante a vida operativa prevista.
Durante o desenvolvimento dos processos de obtenção ou modernização de um meio ou
sistema, as atividades e o planejamento preliminar de apoio logístico são encargos do
Gerente de Projeto, cabendo a este garantir que o pessoal da logística e o pessoal do
projeto trabalhem juntos, em ambiente de máxima cooperação e troca de informações.
Assim, a função do ALI deve ser firmemente identificada como uma parte integrante do
projeto de engenharia.
Para frisar a importância de um bom planejamento do ALI, podemos citar que:
“Quando se faz um estudo do custo de um sistema, estendendo-o a todo o seu período
de vida, o apoio logístico, para garantir a disponibilidade desse sistema, representa a
maior porção e, às vezes, o principal item do custo”.
Portanto, um dos propósitos do ALI é o de garantir a disponibilidade dos sistemas ou
equipamentos, ou seja, a probabilidade de que eles estejam prontos para executar aquilo
que se espera, quando necessário, através do correto dimensionamento financeiro e
físico do apoio logístico.
No emprego de sistemas de armas e seus equipamentos, os problemas de apoio são
fatores limitativos de disponibilidade operativa. Por isso, muito esforço tem sido
dedicado na tentativa de aumentar o tempo médio entre falhas (MTBF - “Mean Time
Between Failures”) ou diminuir o tempo médio de paralisação para manutenção (MDT -
“Maintenance Downtime”).
Grande importância tem sido dada à adequada preparação do pessoal para operação e
manutenção do material, como forma de contribuir para a redução de avarias.
OSTENSIVO EMA-400
OSTENSIVO - 6-2 - REV.2
Além da disponibilidade, deve-se determinar, também, a confiabilidade, tendo em vista
que esta se constitui na probabilidade com que o meio ou sistema é capaz de cumprir,
como previsto, a sua missão, ou ainda, a probabilidade de operar, dentro das
especificações, por um dado período de tempo, considerando-se que estivesse operando
sem restrições ao início deste.
6.2 - ATRIBUTOS DO ALI
O ALI se caracteriza por três grandes atributos: oportunidade, amplitude e integração.
A oportunidade é a preocupação com o apoio logístico, começando na fase de concepção
do processo de obtenção ou modernização.
Isso faz sentido porque os altos custos envolvidos obrigam a que se realize uma análise
de custo/benefício que sirva de ferramenta na definição do novo meio ou equipamento.
O segundo atributo do ALI é sua amplitude, ou seja, o planejamento logístico, efetuado
dentro do conceito de ALI, abrangendo o período que vai desde a sua seleção, na fase de
concepção, até a sua baixa do serviço ativo da MB.
Considerando ainda que o custo de posse (operação mais manutenção) é de duas a três
vezes o custo de aquisição, fica evidenciada a necessidade de se conhecer, de antemão,
todas as implicações logísticas do novo meio/equipamento durante sua fase operativa,
para que se possa alcançar o máximo de disponibilidade e se utilizar da melhor maneira
possível os recursos disponíveis.
O terceiro atributo do ALI é a sua integração, isto é, todos os elementos envolvidos no
apoio logístico devem atuar de forma integrada.
A falta desse atributo constitui uma enorme fonte de desperdício de recursos, além de
acarretar uma baixa disponibilidade dos meios/equipamentos apoiados.
Resumindo, pode-se dizer que o conceito de ALI se relaciona com o planejar, na época
correta, a otimização e a integração dos recursos logísticos obtidos por intermédio de
ações sistemáticas, seguidas da implementação e da gerência adequadas do apoio
logístico requerido para o novo meio/equipamento durante seu período de vida útil.
6.3 - MONTAGEM E ORGANIZAÇÃO DO ALI
Pode-se caracterizar duas fases, durante o período de vida útil de um
meio/equipamento: fase de introdução e fase operativa. A fase de introdução vai desde
sua concepção até sua entrada em serviço e a fase operativa vai desde a sua entrada em
serviço até a sua baixa.
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  • 1. EMA-400 OSTENSIVO MANUAL DE LOGÍSTICA DA MARINHA MINISTÉRIO DA MARINHA ESTADO-MAIOR DA ARMADA 1998 MARINHA DO BRASIL ESTADO-MAIOR DA ARMADA 2003
  • 2.
  • 3. OSTENSIVO EMA-400 MANUAL DE LOGÍSTICA DA MARINHA MARINHA DO BRASIL ESTADO-MAIOR DA ARMADA 19982003 FINALIDADE: BÁSICA 1ª2ª REVISÃO
  • 4. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - II - REV.12 ATO DE APROVAÇÃO Aprovo, para emprego na MB, a publicação EMA-400 - MANUAL DE LOGÍSTICA DA MARINHA. BRASÍLIA, DF. Em 1417 de fevereiro de 1998.2003. SERGIO G. F. CHAGASTELES JOSÉ ALFREDO LOURENÇO DOS SANTOS Almirante-de-Esquadra Chefe do Estado-Maior da Armada ASSINADO DIGITALMENTE AUTENTICADO RUBRICA PELO ORC Em ______/______/______ CARIMBO
  • 5. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - III - REV.2 ÍNDICE PÁGINAS Folha de Rosto.................................................................................................... I Ato de Aprovação............................................................................................... II Índice.................................................................................................................. III Introdução........................................................................................................... V CAPÍTULO 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 1.1 - Antecedentes Históricos............................................................................... 1-1 1.2 - Definições Atuais.......................................................................................... 1-2 1.3 - Classificação da Logística............................................................................ 1-3 1.4 - Logística Pura e Logística Aplicada............................................................. 1-3 1.5 - Logística Nacional ou de Alto Nível............................................................ 1-4 1.6 - Logística Militar.......................................................................................... 1-5 1.7 - Logística de Produção e Logística de Consumo........................................... 1-5 1.8 - Relacionamento da Logística com a Estratégia e a Tática............................ 1-5 1.9 - Outras relações da Logística......................................................................... 1-6 CAPÍTULO 2 - CONCEITOS BÁSICOS 2.1 - O Problema Logístico.................................................................................. 2-1 2.2 - O Esforço Logístico.................................................................................... 2-1 2.3 - Funções Logísticas...................................................................................... 2-1 2.4 - Recursos Logísticos.................................................................................... 2-2 2.5 - Sistema de Apoio Logístico......................................................................... 2-3 2.6 - Ciclo Logístico............................................................................................ 2-3 2.7 - Princípios Básicos........................................................................................ 2-4 CAPÍTULO 3 - CICLO LOGÍSTICO 3.1 - Generalidades............................................................................................. 3-1 3.2 - Determinação de Necessidades.................................................................... 3-1 3.3 - Obtenção.................................................................................................... 3-2 3.4 - Distribuição................................................................................................ 3-6 CAPÍTULO 4 – FUNÇÕES LOGÍSTICAS 4.1 - Generalidades.............................................................................................. 4-1 4.2 - Suprimento.................................................................................................. 4-1
  • 6. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - IV - REV.2 4.3 - Manutenção................................................................................................ 4-4 4.4 - Salvamento................................................................................................. 4-7 4.5 - Saúde ......................................................................................................... 4-8 4.6 - Recursos Humanos...................................................................................... 4-11 4.7 - Transporte................................................................................................... 4-13 4.8 - Engenharia.................................................................................................. 4-15 4.9 - Responsabilidades sobre as Funções Logísticas........................................... 4-17 CAPÍTULO 5 - APOIO LOGÍSTICO 5.1 - Generalidades............................................................................................. 5-1 5.2 - Sistema de Apoio Logístico ....................................................................... 5-1 5.3 - Base de Apoio Logístico.............................................................................. 5-2 5.4 - Modalidade de Apoio.................................................................................. 5-3 5.5 - Apoio Logístico Fixo.................................................................................. 5-3 5.6 - Apoio Logístico Móvel................................................................................ 5-4 CAPÍTULO 6 - APOIO LOGÍSTICO INTEGRADO (ALI) 6.1 - Conceituação.............................................................................................. 6-1 6.2 - Atributos do ALI......................................................................................... 6-2 6.3 - Montagem e Organização do ALI................................................................ 6-2 6.4 - O ALI e o Sistema de Apoio Logístico........................................................ 6-6 6.5 - Principais Atividades do Planejamento do ALI............................................. 6-8 CAPÍTULO 7 - RESPONSABILIDADE PELA LOGÍSTICA NAVAL 7.1 - Generalidades.............................................................................................. 7-1 7.2 - Em Situação de Paz..................................................................................... 7-1 7.3 - Em Situação de Conflito.............................................................................. 7-1 CAPÍTULO 8 - PLANEJAMENTO LOGÍSTICO 8.1 - Conceituação.............................................................................................. 8-1 8.2 - Escalões e Níveis de Planejamento.............................................................. 8-1
  • 7. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - V - REV.2 INTRODUÇÃO 1 - PROPÓSITO Esta publicação tem o propósito de apresentar os conceitos doutrinários básicos da Logística Militar, decorrentes da “Doutrina de Logística Militar” (DLM), publicação MD 42- M-02, editada em 2002 pelo Ministério da Defesa, aplicáveis à Marinha. 2 - DESCRIÇÃO Esta publicação está dividida em oito capítulos. O capítulo 1 apresenta a evolução da Logística ao longo do tempo, sua definição, classificação e seu relacionamento com outras atividades essenciais ao emprego do Poder Militar; o capítulo 2 define a estrutura básica da Logística na MB; o capítulo 3 define o ciclo logístico na MB; o capítulo 4 descreve as funções logísticas na MB; os capítulos 5 e 6 apresentam como o apoio logístico é desenvolvido na MB; o capítulo 7 define as responsabilidades pela Logística na MB; e o capítulo 8 trata do planejamento logístico na MB. 3 - PRINCIPAIS MODIFICAÇÕES Esta publicação é a 2ª Revisão do EMA-400 - MANUAL DE LOGÍSTICA DA MARINHA. As modificações aqui introduzidas são decorrentes da DLM e dizem respeito, basicamente, às funções logísticas. Desta forma, embora o Capítulo 4 – Funções Logísticas – tenha sido o mais afetado, ocorreram alterações nos demais, por estarem esses novos conceitos presentes em quase toda a publicação. A seqüência dos diversos capítulos também foi alterada, com o propósito de oferecer um texto com melhor encadeamento. 4 - CLASSIFICAÇÃO Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 - Manual de Publicações da Marinha: PMB, não controlada, ostensiva, básica e doutrina. 5 - SUBSTITUIÇÃO Esta publicação substitui a primeira revisão do EMA-400 - Manual de Logística da Marinha, aprovada em 17 de novembro de 1998.
  • 8. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 1-1 - REV.2 CAPÍTULO 1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 1.1 - ANTECEDENTES HISTÓRICOS Foi na prática da guerra que a logística encontrou seus ensinamentos. Das lições retiradas das vitórias, derrotas, erros e acertos decorreram as normas e princípios que a constituem. Na antigüidade, os combatentes eram praticamente auto-suficientes, sendo que o apoio logístico às tropas não era executado em profundidade, estando restrito à retaguarda próxima aos exércitos. O mesmo ocorria no campo naval, onde os navios de guerra serviam apenas para o transporte de tropas, não dispondo de armas nem combustíveis, pois eram movidos a remo e, posteriormente, a vela. Como navegavam muito próximos da costa, os fundeios e encalhes para o reabastecimento de água e de víveres eram rotineiros, dispensando maiores preocupações de natureza logística. Embora Napoleão já houvesse se interessado pelas ações de apoio, o certo é que sofreu as conseqüências da falta de previsão na organização de apoio a seus exércitos, especialmente nas campanhas da Rússia e da Espanha. Faltaram víveres, rações para os cavalos, armas, munição, roupas de abrigo e transportes. Era difícil, com os conceitos da época, desenvolver atividades de apoio para 500.000 homens longe de suas bases de origem, sobre uma terra arrasada e hostil. No final do século XIX, o navio a vapor, o transporte ferroviário, o armamento mais sofisticado e os novos explosivos foram importantes contribuições da Revolução Industrial para o desenvolvimento da guerra e, consequentemente, aumentaram os problemas de apoio às Forças Armadas, decorrente da ordem de grandeza da quantidade e da variedade das provisões necessárias para o combate. As dificuldades persistiram no tempo e foram enormes os problemas surgidos com as ações de apoio às forças combatentes no século XX. As necessidades, em termos de material, pessoal e serviços, foram muito maiores do que as previsões. Ao aumento de massas humanas mobilizadas na Grande Guerra que alcançaram cifras superiores a 12 milhões de combatentes foi acrescido, na 2ª Guerra Mundial, o emprego maciço da aviação, dos motores, da eletrônica e de ampla variedade de armas.
  • 9. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 1-2 - REV.2 As primeiras referências à logística , no seu sentido moderno, podem ser encontradas nas obras de dois grandes estudiosos da arte da guerra: CLAUSEWITZ e JOMINI. CLAUSEWITZ dividia a Arte da Guerra em dois ramos: a tática e a estratégia. Não falava especificamente da logística , porém reconheceu que, “...em nossos dias, existe na Guerra um grande número de atividades que a sustentam... mas devem ser consideradas como uma preparação para a mesma”. A JOMINI, contemporâneo de CLAUSEWITZ, deve-se, pela primeira vez, o uso da palavra LOGÍSTICA, definindo-a como “a ação que conduz à preparação e sustentação das campanhas”, enquadrando-a como “a ciência dos detalhes dentro dos Estados- Maiores”. Estes conceitos desenvolveram-se muito pouco na literatura militar. Em 1888, o Tenente ROGERS introduziu a Logística, como matéria, na Escola de Guerra Naval dos EUA. A realidade é que, até a 1ª Guerra Mundial, não aparecia a palavra LOGÍSTICA, empregando-se normalmente termos como “Administração”, “Organização” e “Economia de Guerra”. A verdadeira tomada de consciência da logística como ciência teve sua origem nas teorias criadas e desenvolvidas pelo Tenente-Coronel THORPE, do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA que, no ano de 1917, publicou o livro “Logística Pura: a ciência da preparação para a guerra”. Segundo THORPE, a estratégia e a tática proporcionam o esquema da condução das operações militares, enquanto a logística proporciona os meios”. Assim, pela primeira vez, a logística se situa no mesmo nível da estratégia e da tática dentro da Arte da Guerra. O Alte HENRY ECCLES, em 1945, ao encontrar a obra de THORPE, empoeirada nas estantes da biblioteca da Escola de Guerra Naval, em Newport, comentou que, se os EUA seguissem seus ensinamentos teriam economizado milhões de dólares na condução da 2ª Guerra Mundial. ECCLES, Chefe da Divisão de Logística do Almirante NIMITZ, na campanha do Pacífico, foi um dos primeiros estudiosos da logística, sendo considerado como o “pai da logística moderna”. 1.2 - DEFINIÇÕES ATUAIS Não existe uma definição de logística categoricamente estabelecida e aceita universalmente pois, sendo uma atividade de reconhecimento relativamente recente, está sujeita a constante evolução.
  • 10. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 1-3 - REV.2 THORPE, em 1917, afirmava que “a estratégia está para a guerra como o enredo está para a peça; a tática é representada pelo desempenho dos artistas; e a logística fornece o cenário, a roupagem, os acessórios e os próprios artistas”. No Brasil, o Ministério da Defesa conceitua Logística Militar como “o conjunto de atividades relativas à previsão e à provisão dos recursos e dos serviços necessários à execução das missões das Forças Armadas”. A MB adota a seguinte definição: “Logística é a componente da arte da guerra que tem como propósito obter e distribuir às Forças Armadas os recursos de pessoal, material e serviços em quantidade, qualidade, momento e lugar por elas determinados, satisfazendo as necessidades na preparação e na execução de suas operações exigidas pela guerra”. Em que pese a existência de algumas peculiaridades em cada Força, podemos definir a logística naval como: “O ramo da logística militar concernente aos meios, efetivos e organizações de comando, controle, comunicações e apoio empregados pela Marinha para atender às necessidades das forças navais”. 1.3 - CLASSIFICAÇÃO DA LOGÍSTICA A logística admite diversas classificações, dependendo do ponto de vista que se adote para o seu estudo. 1.3.1 - Quanto à natureza: - logística pura; e - logística aplicada. 1.3.2 - Quanto ao nível ou escalão em que se desenvolve: - logística nacional ou de alto nível; e - logística militar. 1.3.3 - Quanto à função que exerce: - logística de produção; e - logística de consumo. 1.4 - LOGÍSTICA PURA E LOGÍSTICA APLICADA A logística pura ou teórica consiste em uma investigação científica para o estabelecimento das teorias, princípios e leis que irão reger as atividades logísticas. Tem caráter essencialmente especulativo e abstrato.
  • 11. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 1-4 - REV.2 A logística aplicada é o emprego dos princípios da logística pura na resolução prática dos problemas logísticos, em razão da doutrina estabelecida. 1.5 - LOGÍSTICA NACIONAL OU DE ALTO NÍVEL A logística nacional ou de alto nível trata e estuda os problemas logísticos impostos pela política nacional. A logística nacional, por depender da economia do País, confunde-se, muitas vezes, com a economia nacional, por que não se limita a atender, apenas, às necessidades exclusivas das Forças Armadas, mas também as de ordem civil, incluindo os interesses comerciais e as imposições da política internacional. O poder político estabelece os objetivos da política nacional e traça a estratégia nacional. O poder militar define a estratégia militar que gera necessidades, que deverão ser atendidas pela logística militar. A logística nacional leva em conta os recursos nacionais, o potencial nacional e a possibilidade de apoio de países amigos e aliados. Portanto, é a logística nacional que dá curso à execução da política nacional, seguindo a estratégia nacional. Desta forma, não existe um plano estratégico sem o correspondente plano logístico que, por sua vez, existe para atender ao plano estratégico. Há uma clara interdependência entre eles. Em tempo de paz, o funcionamento da logística exige um esforço de ordem financeira - créditos orçamentários - para permitir a sua atuação em prol das Forças Armadas, e um esforço administrativo para gerenciamento dos recursos financeiros, normalmente escassos, frente ao volume de necessidades. Em situação de crise ou guerra, o esforço logístico do período de paz se torna insuficiente para a manutenção das forças nos níveis exigidos. Assim, decorrem profundas alterações na política nacional para atender a uma emergência. O Estado lança mão da chamada “economia de guerra”, por intermédio da redistribuição de sua capacidade econômica, normalmente dedicada aos vários campos do poder nacional, de forma a satisfazer às necessidades das Forças Armadas. Além disso, a reorientação da economia nacional, para atender às necessidades dos vários campos do poder nacional, buscará, também, transformar o potencial nacional em poder, em caráter emergencial. Quando o poder nacional e a transformação do potencial nacional são incapazes de prover os recursos necessários, a logística pode e deve buscá-lo em outros países.
  • 12. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 1-5 - REV.2 Delineia-se, assim, a logística internacional, definida como “o processo, a nível internacional, de prever e prover bens e serviços para o apoio de forças militares e da economia civil de nações aliadas, em consonância com os tratados e acordos estabelecidos”. Trata-se, pois, de uma transferência de recursos de um poder nacional para outro, completando aqueles que são escassos ou inexistentes em um país. 1.6 - LOGÍSTICA MILITAR É a que trata de proporcionar recursos às Forças Armadas e se baseia em estimativas de necessidades que permitem a atuação das forças operativas. Como já mencionado no artigo 1.2, é conceituada pelo Ministério da Defesa como “o conjunto de atividades relativas à previsão e à provisão dos recursos e dos serviços necessários à execução das missões das Forças Armadas”. 1.7 - LOGÍSTICA DE PRODUÇÃO E LOGÍSTICA DE CONSUMO A logística de produção trata das questões relativas à obtenção de bens. Essa obtenção pode se resumir a uma simples aquisição, ou à pesquisa, ao desenvolvimento e à fabricação de um novo produto. Possui, assim, estreita ligação com a economia nacional, podendo, ainda, se socorrer da logística internacional, quando os recursos e o potencial internos do País forem insuficientes para atender às suas necessidades. A logística de consumo ocupa-se da distribuição, de acordo com as necessidades determinadas. Não existe uma linha demarcatória rígida entre as duas classificações logísticas. 1.8 - RELACIONAMENTO DA LOGÍSTICA COM A ESTRATÉGIA E A TÁTICA Os problemas decorrentes de um conflito trazem em seu bojo uma mistura de considerações e elementos políticos, estratégicos, táticos e logísticos, sendo afetados, de diferentes formas, por considerações e fatores não militares. Assim, em situações de conflito, cabe ao Comando agir, decidir com base na identificação dos elementos presentes e aplicar a dosagem adequada de cada elemento. Nos níveis mais elevados, a superposição desses elementos é maior e sua aplicação é mais complexa. Em nenhuma ocasião o Comandante poderá ater-se a um só aspecto do problema, deixando de considerar sua influência nos demais elementos, ou a forma pela qual ele é afetado pelos outros. Assim, se um Comandante pensar na estratégia, tática ou logística como elementos isolados, terá perdido sua perspectiva.
  • 13. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 1-6 - REV.2 A ESTRATÉGIA é a arte e a ciência de preparar e aplicar o poder - na paz e em situações de conflito - para a conquista e a preservação dos objetivos da nação. Decompõe e delimita esses objetivos em outros intermediários cuja consecução conjunta contribuirá para o atingimento da meta maior. Esses objetivos fornecem os propósitos para todas as atividades militares e se constituem na inspiração do Comando. A TÁTICA, por seu turno, cuida do emprego imediato do poder para alcançar os objetivos fixados pela estratégia. Isso compreende o emprego de forças, incluindo o seu armamento e técnicas específicas. A LOGÍSTICA trata da previsão de necessidades e da provisão dos recursos para emprego das forças militares na consecução dos seus objetivos, sendo seu propósito o de manter a máxima eficiência de combate dessas forças. É vital à estratégia e à tática, que não podem ser sustentadas sem os recursos proporcionados pela logística. Verificamos, assim, que a estratégia determina os objetivos e os métodos amplos para atingi-los; a tática determina o emprego específico das forças para alcançar os objetivos da estratégia; e a logística provê os recursos para apoio às forças combatentes necessárias. Estes fatores militares têm algo muito importante que determina o seu inter- relacionamento: os objetivos a alcançar e os meios para fazê-lo, ou seja, a relação entre o “DESEJÁVEL” e o “POSSÍVEL”. Cabe ao Comando efetuar o balanço adequado da estratégia, da tática e da logística, admitindo uma temporária prevalência de qualquer uma delas sobre as outras em função das circunstâncias. O aspecto logístico é de importância capital em todas as fases de um conflito e orienta, em grande parte, a estratégia a seguir. Nenhum plano estratégico pode ser considerado válido enquanto não se comprove sua possibilidade sob o ponto de vista da logística. O sucesso de uma operação militar depende fundamentalmente da logística. Se a estratégia não pode ser estabelecida sem o correspondente planejamento logístico para o seu apoio, o reverso desse relacionamento também é verdadeiro. 1.9 - OUTRAS RELAÇÕES DA LOGÍSTICA 1.9.1 - A Logística e a Organização Em face da grande complexidade da logística, é preciso existir uma sólida ligação entre a logística e a organização, uma vez se torna necessária a montagem de uma
  • 14. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 1-7 - REV.2 estrutura orgânica que defina funções, responsabilidades e uma metodologia adequada de planejamento, desenvolvimento e execução das soluções dos problemas existentes. A organização, portanto, é uma ciência de apoio à logística, uma ferramenta da qual esta não pode prescindir. Houve, durante muito tempo, confusão entre estes dois termos, sendo as atividades logísticas tratadas como tarefas da Seção de Organização dos Estados-Maiores. São, entretanto, termos diferenciados, e a organização, simplesmente, é um instrumento de apoio à logística, da mesma maneira que apoia a estratégia e a tática. 1.9.2 - A Logística e a Economia A logística limita a atuação da estratégia e da tática na medida em que os recursos existentes, colocados à disposição das Forças Armadas, não são ilimitados. Exige, assim, a mobilização total ou parcial dos recursos do País, provendo os meios necessários à condução das operações quando em situações de conflito. Pode-se dizer que nos altos níveis da organização nacional, a logística tem um caráter predominante econômico e, à medida em que atua em outros níveis, ela vai se tornando mais operativa, mais de consumo e mais militar. Enquanto a capacidade logística limita as ações das forças em operações de combate, a capacidade econômica limita as forças que podem ser criadas. O Almirante ECCLES corrobora esse relacionamento entre a economia e a logística ao dizer que “a logística é a ponte entre a economia nacional e as forças combatentes, operando como economia militar no mais completo sentido da palavra”.
  • 15. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 2-1 - REV.2 CAPÍTULO 2 CONCEITOS BÁSICOS 2.1 - O PROBLEMA LOGÍSTICO Da definição de logística deduz-se que qualquer problema logístico pode ser resumido na necessidade de proporcionar às forças os recursos requeridos, em determinadas circunstâncias. Além disso, os recursos proporcionados devem ser os necessários em quantidade e qualidade, providos no tempo e lugar adequados, de modo a satisfazer às exigências contidas nos planos de operações. Dessa forma, conclui-se que a cada problema logístico deve corresponder um plano, o qual definirá as necessidades da força, em termos de recursos. O problema logístico operativo pode ser enunciado da seguinte forma: “- proporcionar os meios ou os recursos, de toda a natureza, necessários às forças, na quantidade, qualidade, momento e lugar adequados e nas circunstâncias impostas por um plano de operações”. Para resolver o problema logístico será preciso realizar um esforço, inicialmente, para definir a sua solução e, em seguida, executá-la. A esse esforço, denominamos “esforço logístico". 2.2 - O ESFORÇO LOGÍSTICO O esforço logístico para solucionar um problema logístico é desenvolvido em todos os níveis e tem como participantes: - o Comando ou a Direção, que determina o modo de resolver o problema; - as Funções Logísticas, as quais formam um conjunto de ações correlatas que concorrem para a solução do problema; e - o Ciclo Logístico, constituído pela ordenação das ações que serão desenvolvidas, englobando uma ou mais funções. 2.3 - FUNÇÕES LOGÍSTICAS Como o problema logístico e o esforço logístico contêm aspectos diversos, por envolverem todas as necessidades dos clientes, é mister agrupar estes aspectos em funções bem definidas que estabeleçam um propósito comum. Desta forma, entende-se Função Logística como a reunião, sob uma única designação, de um conjunto de atividades logísticas afins, correlatas ou de mesma natureza.
  • 16. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 2-2 - REV.2 São funções logísticas: - RECURSOS HUMANOS; - SAÚDE; - SUPRIMENTO; - MANUTENÇÃO; - ENGENHARIA; - TRANSPORTE; e - SALVAMENTO. Para que a MB se adequasse à Doutrina de Logística Militar (DLM), ABASTECIMENTO deixou de ser definido como função logística, passando a ser entendido em sentido amplo, como um conjunto de atividades voltadas para o apoio de material às Forças e demais OM, englobando a função logística SUPRIMENTO e parte da função logística TRANSPORTE, além de relacionar-se estreitamente com a função logística MANUTENÇÃO. Cabe também ressaltar que a função logística DESENVOLVIMENTO DE BASES, até então utilizada pela MB, está inserida na da função logística ENGENHARIA, denominação muito mais abrangente e atualmente comum às três Forças. A implementação de cada função logística exige a execução de um grande número de atividades que devem ser perfeitamente identificadas e ordenadas. O vulto e a importância das funções logísticas podem exigir o estabelecimento de uma estrutura específica para o seu atendimento como são os casos das funções logísticas Suprimento, Recursos Humanos e Saúde, que possuem sistemas de apoio estruturados: Sistema de Abastecimento, Sistema de Pessoal e Sistema de Saúde. As atividades devem ser ordenadas de modo a se estabelecer, com lógica, um caminho a ser seguido na execução das funções logísticas. Este caminho é definido como ciclo logístico. 2.4 - RECURSOS LOGÍSTICOS De um modo amplo, a logística prevê e provê os recursos de que necessitam as Forças Armadas, os quais são agrupados em três categorias que congregam funções logísticas correlatas. - pessoal - elemento base de qualquer organização; - material - para melhorar ou tornar possível as ações do pessoal; e - serviços - para o apoio de forças nos aspectos técnicos e de infra-estrutura.
  • 17. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 2-3 - REV.2 A categoria pessoal, que congrega as funções logísticas Recursos Humanos e Saúde, deve preparar o pessoal para estar em condições de ser utilizado pelas forças, quando necessário. A categoria material abrange as funções logísticas Suprimento, Manutenção e Salvamento. A categoria serviço, que abrange as funções logísticas Engenharia e Transporte, compreende as ações executadas em apoio às forças. O serviço pode ser caracterizado pela simples cessão de uma instalação de uma base, mesmo que a base não tenha que realizar nenhuma ação específica para atender aos meios navais nela sediados e/ou em trânsito. Os meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais, seus efetivos e organizações, são constituídos por pessoal e material que consomem, também, os serviços de apoio. 2.5 - SISTEMA DE APOIO LOGÍSTICO A estrutura organizacional da logística naval compõe o Sistema de Apoio Logístico, conceituado como “- o conjunto de organizações e recursos logísticos que, operando desde o tempo de paz, deverá estar em condições de atender às necessidades das forças navais em situação de conflito”. A existência de necessidades a satisfazer é uma forte razão para a criação de um Sistema de Apoio Logístico, que deverá estar inteiramente voltado para o atendimento dos usuários, sempre mais interessados no resultado (EFICÁCIA) do que no processo (EFICIÊNCIA). 2.6 - CICLO LOGÍSTICO O ciclo logístico é o processo pelo qual se desenvolve a logística. O ciclo tem início quando os utilizadores determinam suas necessidades e informam ao sistema. Recebido esse dado, é consolidada a determinação de necessidades do grupo de utilizadores. Essa informação é comparada com as disponibilidades, resultando na indicação das deficiências para o atendimento aos usuários. Essas faltas serão, então, obtidas dentro de critérios preestabelecidos e, posteriormente, distribuídas aos usuários, fechando o ciclo. Identifica-se, no ciclo, as fases básicas, denominadas: - DETERMINAÇÃO DE NECESSIDADES;
  • 18. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 2-4 - REV.2 - OBTENÇÃO; e - DISTRIBUIÇÃO. Dentro de cada fase básica grupam-se todas atividades logísticas a serem realizadas e o ciclo logístico estabelece a ordem lógica de sua execução. O ciclo logístico pode ser representado graficamente por meio de um triângulo equilátero. ÓRGÃOS DE APOIO OBTENÇÃO DISTRIBUIÇÃO DISPONIBILIDADES FORÇAS/OM DETERMINAÇÃO DE NECESSIDADES A determinação de necessidades é a base da logística. A obtenção representa a logística de produção, com seu caráter econômico, político e civil, típico da logística de alto nível. As outras fases (determinação de necessidades e distribuição) se referem à logística de consumo, mais militar e mais voltada para os níveis operativos. Os responsáveis pela solução de um problema logístico, de qualquer natureza, executarão, seqüencialmente, as três fases básicas, por meio das várias atividades que, em conjunto, representam o esforço logístico. 2.7 - PRINCÍPIOS BÁSICOS Os princípios básicos constituem um conjunto de preceitos que devem ser observados no planejamento e na execução das atividades logísticas. São eles: 2.7.1 - Objetivo - é o efeito final desejado e é definido normalmente na missão. Ele é fundamental. Sem um objetivo claramente definido haverá o risco de os demais princípios tornarem-se sem sentido, podendo obscurecer a finalidade para dar ênfase ao emprego dos meios. 2.7.2 - Continuidade - é o encadeamento ininterrupto de ações, assegurando uma seqüência lógica para as fases do trabalho. 2.7.3 - Controle - é o acompanhamento da execução das atividades decorrentes do planeja- mento, no sentido de permitir correções e realimentações, a fim de atingir o propósito estabelecido, com o sucesso desejado. 2.7.4 - Coordenação - é a conjugação de esforços, de modo harmônico, de elementos distin-
  • 19. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 2-5 - REV.2 tos e mesmo heterogêneos, com missões diversas, para a consumação de um mesmo fim. 2.7.5 - Economia de Meios - é a busca do máximo rendimento, por intermédio do emprego eficiente, racional e judicioso dos meios disponíveis. Não implica na economia excessiva, mas na distribuição adequada dos meios disponíveis, elegendo-se como prioritário o apoio na área da ação principal. 2.7.6 - Flexibilidade - é a possibilidade de adoção de soluções alternativas ante a mudança de circunstâncias. 2.7.7 - Interdependência - é a dependência recíproca que o planejamento logístico mantém com o planejamento operacional nos níveis estratégico e tático. 2.7.8 - Objetividade - é a identificação clara das ações que devem ser realizadas e a determina- ção precisa dos meios necessários à sua concretização. 2.7.9 - Oportunidade - é o condicionamento da previsão e da provisão dos meios ao fator tempo, a fim de que as necessidades possam ser atendidas de forma adequada. 2.7.10 - Prioridade - é a prevalência do principal sobre o secundário ou acessório. 2.7.11 - Segurança - é a garantia do pleno desenvolvimento dos planos elaborados, a des- peito de quaisquer óbices. Consiste nas medidas necessárias para evitar a surpresa, a observação, a sabotagem, a espionagem e a inquietação, a fim de assegurar a liberdade de ação do Comandante. Não implica em precaução exagerada nem em evitar o risco calculado. 2.7.12 - Simplicidade - é o uso da linha de ação mais simples e adequada ao desenvolvimento das atividades logísticas, de modo a ser compreendida e executada com facilidade. 2.7.13 - Unidade de Comando - é a existência de autoridade e programa únicos para um conjunto de operações com a mesma finalidade. Uma eficiente unidade de comando requer uma cadeia de comando bem definida, com precisa e nítida divisão de responsabilidades, um sistema de comunicações adequado e uma doutrina logística bem compreendida, aceita e praticada pelos Comandantes em todos os níveis.
  • 20. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 3-1 - REV.2 CAPÍTULO 3 CICLO LOGÍSTICO 3.1 - GENERALIDADES O ciclo logístico, descrito no capítulo 2, é o processo pelo qual se desenvolve a logística. Identifica-se, no ciclo, as fases básicas, denominadas: - DETERMINAÇÃO DE NECESSIDADES; - OBTENÇÃO; e - DISTRIBUIÇÃO. 3.2 - DETERMINAÇÃO DE NECESSIDADES A determinação de necessidades constitui-se a fase básica mais importante do ciclo logístico por servir de fundamento às demais e, consequentemente, influir, decisivamente, na resolução do problema logístico. O trabalho de determinar necessidades é baseado no plano estratégico ou operativo específico, que são as fontes dos dados iniciais, imprescindíveis à realização desta fase básica. Esses dados iniciais indicarão quem necessita, para qual missão, local da missão e as disponibilidades existentes. De posse desses dados, será possível realizar esta fase básica respondendo às seguintes perguntas: - O QUE É NECESSÁRIO? Especificando a qualidade; - QUANTO É NECESSÁRIO? Estabelecendo a quantidade; - QUANDO SERÁ NECESSÁRIO? Definindo o tempo em que a necessidade deve ser satisfeita; - ONDE SERÁ NECESSÁRIO? Indicando o local onde deve ser satisfeita a necessidade; e - O QUE É MAIS IMPORTANTE? Apontando a prioridade a ser atribuída a cada necessidade. 3.2.1 - Bases para a Determinação de Necessidades As necessidades decorrem das análises executadas pelas forças dos recursos apropriados à realização de suas missões. As missões nascem dos planos, estratégicos ou operativos, em função do nível em que se trabalha.
  • 21. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 3-2 - REV.2 Portanto, o ponto de partida para a determinação de necessidades deve considerar disponibilidades existentes para definir o que deve ser obtido. É, também, nesta fase, que se evidencia o caso mais claro de aplicação do princípio de interdependência entre a estratégia, a tática e a logística pois, a verificação do que é necessário poderá revelar, previamente, a inexeqüibilidade do plano, o que obrigará sua reavaliação/revisão. Desse modo, sendo a determinação de necessidades o fundamento para a resolução de todo o problema logístico, é preciso que sua formulação se realize com a máxima exatidão de cálculo. 3.3 - OBTENÇÃO A obtenção é a segunda fase básica do ciclo logístico, situada entre a determinação de necessidades, a qual deve atender, e a distribuição, que trabalha com o que foi obtido. A obtenção é um ato administrativo no âmbito do Sistema de Apoio Logístico, com complexidade variável em função das dificuldades oriundas do processo de aquisição do material/serviço ou do recrutamento dos recursos humanos e da possível escassez desses recursos. A disponibilidade dos recursos limita a obtenção que, por sua vez, serve como base para a análise de exeqüibilidade dos planos. Portanto, quando se evidencia a impossibilidade de obtenção de um determinado recurso, torna-se necessária a revisão da determinação de necessidades. Esta fase possui estreito vínculo com os setores comercial, industrial e de recursos humanos, além dos aspectos econômico-financeiros da gestão logística. 3.3.1 - Princípios e Características Cabe à fase de obtenção, sob o ponto de vista funcional, transformar a determinação de necessidades em recursos logísticos reais que, após a distribuição, venham a satisfazer a tais necessidades. Deduz-se, assim, o primeiro princípio da obtenção: “Nada deve ser obtido se não for previamente definido como necessário pelo Comando”. A violação deste simples e elementar princípio pode provocar desajustes no processo do ciclo logístico, com conseqüências danosas à economia de esforços, já que, ao se obter aquilo cuja necessidade não foi definida, são gastos recursos, normalmente
  • 22. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 3-3 - REV.2 limitados, aumentando-se as dificuldades para obtenção do que é realmente necessário. A tarefa básica da obtenção é assunto da competência das OM componentes do Sistema de Apoio Logístico e possui características variáveis segundo o nível onde é executada. Em linhas gerais, nos altos níveis, a obtenção de material/serviço assume caráter de produção, ou seja, de fabricação, inspeção, controle de qualidade, etc., que é da esfera de ação da Logística de Produção, com aspectos, efetivamente, econômico, industrial e civil. Na área de recursos humanos é essencial que haja um processo de motivação para satisfazer as necessidades das Forças Armadas. Nos outros níveis, em especial no operativo, a obtenção se limita, praticamente, a elaborar pedidos, resumindo-se a uma função administrativa e de controle. Na Logística Operativa, uma fonte de obtenção é representada pelos próprios recursos colocados à disposição do Comando que determinou as necessidades. Estes recursos são: - humanos; - financeiros; e - materiais. Os recursos humanos são a fonte de obtenção para as necessidades de pessoal em todos os níveis de Comando. Os recursos financeiros, normalmente disponíveis sob a forma de créditos, representam, do ponto de vista logístico, uma medida da possibilidade de obtenção para os níveis de Comando mais elevados, e são, dentro da organização militar, geralmente, oriundos do orçamento da MB. Os recursos materiais representam a fonte de obtenção para os níveis de Comandos Operativos, consistindo, em cada nível, na acumulação efetuada no nível superior. O volume de todos os recursos disponíveis é o que fixa o limite da obtenção, determinando a exeqüibilidade logística dos planos operativos. Daí decorre a conveniência de que o Comando tenha conhecimento do volume de recursos postos à sua disposição para satisfazer as suas necessidades. Do ponto de vista operativo, podem ser distinguidas duas categorias de recursos: reais e potenciais.
  • 23. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 3-4 - REV.2 São recursos reais aqueles que se encontram efetivamente à disposição do Comando, enquanto que os recursos potenciais são aqueles que o Comando pode vir a receber de outros Comandos, normalmente superiores, sob certas condições. Os primeiros devem estar claramente definidos, enquanto que os segundos são apenas estimados. Quando se trata de recursos materiais, para que se possa levar a efeito a transformação das necessidades apontadas em elementos logísticos que as satisfaçam, é preciso desenvolver três tipos de atividades complementares entre si, embora sejam de caráter distinto: - técnico-industriais; - financeiras; e - orgânicas. As atividades técnico-industriais são as correspondentes à produção física para atender às necessidades de material das forças. São atividades exercidas nos altos escalões da logística militar e da logística nacional, não abrangendo portanto a logística operativa. As atividades financeiras correspondem à aquisição e têm seu campo de ação nos níveis mais elevados das organizações militares, embora possam se estender até os níveis inferiores. As atividades orgânicas são as que exercem o controle e a direção sobre as outras duas e nelas é fixada a atenção do processo logístico operativo. Em decorrência dessas definições, vê-se que a obtenção é concretizada no desenvolvimento de atividades orgânicas, ao financiar, controlar e dirigir a produção dos recursos materiais necessários. O segundo princípio da obtenção pode, então, ser enunciado como: “a responsabilidade pela obtenção dos recursos logísticos requeridos para satisfazer as necessidades previstas pelo Comando é da competência, dentro da OM, de um elemento orgânico específico representado pelos SERVIÇOS”. Um dos requisitos mais importantes da fase de obtenção é o estabelecimento de prioridades, permitindo que se possa obter o máximo de rendimento do esforço logístico, observados os recursos disponíveis. São, também, de importância os prazos de aquisição, pois condicionam o início da fase básica seguinte e influenciam os níveis requeridos de acumulação que serão efetivados na época correta.
  • 24. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 3-5 - REV.2 Estabelecer prioridades e observar prazos são decorrências da escassez de tempo e de disponibilidades. Constitui, assim, uma atividade muito delicada a ser desempenhada pelo Comando. 3.3.2 - Etapas da Obtenção A obtenção é desenvolvida por meio de cinco etapas: - pedido; - procura; - aquisição; - acompanhamento; e - recebimento. O pedido consiste na apresentação da necessidade pelo utilizador. Para que seja bem entendido, é preciso que contenha os dados essenciais sobre o material, pessoal ou serviço solicitado, isto é, seja portador de especificação adequada. Os pedidos devem ser feitos com o espírito de máxima economia. A procura visa selecionar as fontes de obtenção, sendo atribuição de órgão específico para material, pessoal e serviços. A aquisição se ocupa da realização da encomenda propriamente dita, quando se trata de material ou de serviços. No caso de pessoal, corresponde à captação do recurso humano na sociedade. O acompanhamento constitui a gerência da aquisição, ou seja, o controle do cumprimento dos prazos estabelecidos para a entrega do que foi encomendado. O recebimento exige a conferência quantitativa e qualitativa do que foi adquirido. Essa etapa, que encerra a fase de obtenção, é o elo que faz a ligação desta fase básica da logística com a seguinte, a distribuição. Trata da entrada do material ou do pessoal no ponto de acumulação ou da conclusão do serviço contratado. 3.3.3 – Métodos de Obtenção A obtenção dar-se-á, dentre outros, por intermédio de um dos seguintes métodos, conforme disposições legais em vigor: - doação, que é a concessão, de forma gratuita; - compra, que é o processo de aquisição de bens, cedidos voluntariamente pelo proprietário, mediante pagamento de importância ajustada, à vista ou a prazo, sendo o processo mais aconselhável e normal;
  • 25. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 3-6 - REV.2 - contratação de serviço, que é o processo indenizável utilizado para a formalização da prestação de um determinado serviço; - confisco, que é a apropriação sumária e de forma controlada, em caráter punitivo, sem pagamento, para utilização militar; - contribuição, que é um tributo, periódico ou eventual, voluntário ou compulsório, visando a um determinado fim militar, podendo ou não comportar ressarcimento posterior; - pedido, que é a solicitação formal a um órgão de suprimento ou prestador de serviços, segundo normas específicas; - requisição, que é a imposição do fornecimento de materiais, animais e serviços, mediante ordem escrita e assinada por autoridade competente, sendo o pagamento, normalmente, realizado posteriormente; - desenvolvimento, que é o processo de especificação, projeto, teste e produção dirigido ao atendimento de uma necessidade específica; - troca, que é o processo de aquisição de bens e serviços, cedidos voluntariamente, mediante ressarcimento em outros bens e serviços; - empréstimo, que é o processo de aquisição de bens, cedidos voluntariamente pelo proprietário, sem ônus para o utilizador, que deverão ser restituídos ao mesmo, após cessadas as necessidades de sua utilização, no mínimo, no estado em que se encontravam ao serem emprestados; - arrendamento mercantil, que é a operação na qual uma das partes cede o uso de um ou mais bens mediante o pagamento pela outra de prestações periódicas, sendo usual que, ao final do contrato, o arrendatário tenha opção de compra dos bens; e - transferência, que é o processo para realizar o remanejamento de materiais ou animais entre organizações militares. A obtenção do pessoal necessário dar-se-á, dentre outros, por intermédio de um dos seguintes métodos: movimentação de pessoal, treinamento, concurso, formação, convocação, mobilização, contratação e recrutamento. 3.4 - DISTRIBUIÇÃO A distribuição é definida como “a ação de fazer chegar, oportuna e eficazmente, aos utilizadores, os recursos logísticos fixados pela determinação de necessidades e viabilizados na fase de obtenção”. Esta fase completa o ciclo logístico e possibilita a produção do resultado desejado.
  • 26. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 3-7 - REV.2 3.4.1 - Princípios e Características O princípio da distribuição é o de que esta se realize estritamente de acordo com a determinação de necessidades. Por tratar-se de uma fase eminentemente executiva, é preciso contar com elementos de ação capazes de realizar as operações requeridas. Esses elementos de ação da distribuição são os chamados Órgãos de Apoio Logístico. Na distribuição intervêm dois elementos: um responsável por sua execução, que é o órgão de apoio, e outro receptor, que é a OM consumidora ou utilizadora. Ao conjunto de órgãos de apoio, por intermédio dos quais se executa essa terceira fase da logística, dá-se o nome de Sistema de Distribuição. Os Órgãos de Apoio, integrantes desse sistema , são, dentre outros, os seguintes: - Estabelecimentos Continentais: bases navais, arsenais, depósitos, hospitais, quartéis, escolas, centros de instrução, etc. - Bases Avançadas: estabelecimentos dos tipos acima mencionados, localizados em pontos focais do litoral ou ilhas oceânicas, para apoio a determinadas operações. - Grupos de Apoio Móvel ou Bases Flutuantes: conjunto destinado a prestar apoio logístico aos meios navais nas proximidades das áreas de operações. - Grupo de Reabastecimento no Mar: constituído por navios com características apropriadas a prover, na área de operações, os suprimentos necessários a uma força em deslocamento, com o propósito de ampliar a sua capacidade de permanência em ação. 3.4.2 - Processamento da Distribuição A distribuição compreende tarefas de acumulação, transporte e entrega. A acumulação é a atividade relacionada com o recebimento e a armazenagem de material, o preparo das instalações prestadoras de serviços e o aquartelamento de pessoal. Essa tarefa depende essencialmente do planejamento, que determinará os níveis a serem alcançados para satisfazer não só as necessidades normais e, portanto, previstas, como também as de emergência e, consequentemente, imprevistas. Daí decorre a obrigação de serem mantidos níveis de estoque de material ou reserva de pessoal para fazer frente a esses imprevistos e atender a todas as necessidades. A acumulação faz a ligação entre a obtenção e a distribuição e atua como elemento regulador do fluxo logístico.
  • 27. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 3-8 - REV.2 O transporte ou movimentação é a parte dinâmica da distribuição e abrange a transferência dos recursos logísticos obtidos até os pontos de acumulação e destes aos consumidores. O transporte é de suma importância para a distribuição e de sua correta gerência depende a eficácia desta fase do ciclo logístico. Requer a conjugação de fatores como tempo, espaço e volume, com vias de comunicação, meios de transporte e prioridades. A entrega encerra a fase da distribuição, fazendo chegar aos utilizadores os recursos logísticos necessários. Verifica-se, assim, que o utilizador ou consumidor é o princípio e o fim do ciclo logístico e a própria razão de ser da logística. Para ele deve estar voltado todo o esforço logístico.
  • 28. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-1 - REV.2 CAPÍTULO 4 FUNÇÕES LOGÍSTICAS 4.1 - GENERALIDADES O processo logístico de atendimento às forças e OM da MB, no que se refere a pessoal, material e serviços, tendo em vista as fases básicas do ciclo logístico - determinação de necessidades, obtenção e distribuição - implica na execução de várias atividades funcionais. A logística naval agrupa atividades funcionais de uma mesma natureza, correlatas ou afins, sob a denominação de funções logísticas, a seguir relacionadas: - SUPRIMENTO; - MANUTENÇÃO; - SALVAMENTO; - SAÚDE; - RECURSOS HUMANOS; - TRANSPORTE; e - ENGENHARIA. O vulto e a importância das funções logísticas podem propiciar o estabelecimento de sistemas de apoio específicos, desdobráveis, se necessário, em subsistemas correspondentes às atividades funcionais pertinentes. A reunião de atividades funcionais em funções logísticas tem o propósito de facilitar a organização, o planejamento, a execução e o controle do apoio logístico. Cabe, ainda, reconhecer que muitas vezes elas se interrelacionam ou se complementam. 4.2 - SUPRIMENTO 4.2.1 - Conceito É o conjunto de atividades que trata da previsão e provisão do material, de todas as classes, necessário às organizações e forças apoiadas. Na MB, a função logística Suprimento, juntamente com parte da função logística Transporte, integra-se ao conceito mais abrangente de Abastecimento, cujo propósito é promover o fluxo adequado do material necessário, desde as fontes de obtenção até as OM consumidoras. O problema a ser solucionado pelo Abastecimento na MB consiste em saber “QUE” material é necessário (qualidade ou tipo), “QUANTO” é necessário (quantidade), “QUANDO” deve ser provido (tempo) e “ONDE” deve
  • 29. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-2 - REV.2 estar disponível (local). As respostas a essas perguntas, obtidas em grande parte pelo desempenho da função logística Suprimento e em menor escala pela função Transporte, tornam possível promover a obtenção e fazer a distribuição, satisfazendo a necessidade do usuário. Portanto, na MB, Abastecimento é o conjunto de atividades que tem o propósito de prever e prover, para as forças e demais OM da MB, o material necessário a mantê- las em condições de plena eficiência. Assim, o Abastecimento proporciona um fluxo adequado do material necessário, desde as fontes de obtenção até as OM consumidoras, abrangendo a função logística Suprimento e parte da função logística Transporte, além de relacionar-se, estreitamente, com a função logística Manutenção. 4.2.2 - Atividades da Função Logística Suprimento Na MB, devido aos aspectos técnicos e gerenciais envolvidos, as atividades da função logística Suprimento (levantamento das necessidades, obtenção e distribuição de suprimentos) e da função logística Transporte (levantamento das necessidades, seleção e gerência de transportes) são desdobradas nas diversas atividades de Abastecimento, que podem ser agrupadas em dois grupos: atividades técnicas e gerenciais. As atividades técnicas são as relacionadas com a previsão e a orientação técnica especializada quanto ao material, tendo como resultados uma estimativa das necessidades e normas definidoras dos padrões a serem seguidos e dos resultados esperados com o seu emprego. Variam de acordo com a natureza do material, exigindo pessoal técnico especializado em cada categoria de material. Essas atividades são imprescindíveis às atividades gerenciais, devendo ser exercidas antes destas. As atividades técnicas são as seguintes: - pesquisa; - desenvolvimento; - avaliação; - especificação; - inspeção - determinação técnica de necessidades; e - orientação técnica.
  • 30. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-3 - REV.2 As atividades gerenciais são de natureza administrativa, executoras da provisão do material necessário às forças e às OM, por intermédio da manutenção do fluxo de suprimento desde as fontes de obtenção até o consumidor, propósito maior do abastecimento. São desenvolvidas com base nos padrões fixados pelas atividades técnicas e segundo os dados de planejamento ou previsão por elas produzidas. São executadas sobre quaisquer categorias de material, independente de sua natureza. As atividades gerenciais são as seguintes: - catalogação; - contabilidade do material; - determinação corrente de necessidades; - controle de estoque; - controle de inventário; - obtenção; - armazenagem; - tráfego de carga; - fornecimento; e - destinação de excessos. 4.2.3 - Sistema de Abastecimento da Marinha (SAbM) O SAbM está estruturado da seguinte forma: - Órgão de Supervisão Geral - Estado-Maior da Armada (EMA); - Órgão de Superintendência - Secretaria-Geral da Marinha (SGM); - Órgão de Supervisão Técnica - Diretoria-Geral do Material da Marinha (DGMM); - Órgão de Direção: - Técnica - são, normalmente, as Diretorias Especializadas (DE); e - Gerencial - Diretoria de Abastecimento da Marinha (DAbM); e - Órgãos de Execução: - Técnicos - responsáveis pelo exercício das atividades técnicas em relação ao material de sua competência específica; - de Controle - responsáveis pela manutenção do fluxo adequado do material, desde as fontes de obtenção até os pontos de acumulação; - de Obtenção - responsáveis pela aquisição do material, no País ou no Exterior; e - de Distribuição - responsáveis pela acumulação e pelo fornecimento do material de sua competência específica.
  • 31. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-4 - REV.2 O SAbM abrange várias OM de outros setores da MB na execução de tarefas inerentes às suas competências e responsabilidades. 4.2.4 - Jurisdição do Material As peculiaridades técnicas e gerenciais do material em uso na Marinha identificam conjuntos homogêneos de itens, caracterizados por responsabilidades de gestão agregada, sob o conceito de Jurisdição do Material. A Jurisdição do Material é estabelecida pela DGMM, em coordenação com a SGM. 4.3 - MANUTENÇÃO 4.3.1 - Conceito É o conjunto de atividades que são executadas visando a manter o material das forças e demais OM da MB na melhor condição para emprego e, quando houver avarias, reconduzi-lo àquela condição. A manutenção abrange tanto a manutenção planejada como a manutenção não planejada. A manutenção planejada é aquela executada de forma sistemática e programada, que permite a gerência dos elementos necessários à sua consecução: pessoal, material e tempo. A manutenção não planejada é aquela necessária à restauração das especificações técnicas do material avariado de modo inesperado. 4.3.2 - Considerações Gerais a) Todo equipamento possui associado a ele um ciclo de vida que estabelece, baseado em condições técnicas e/ou econômicas, o tempo de utilização do mesmo. b) Por intermédio de programas de revitalização ou modernização, o ciclo de vida de um equipamento pode ser estendido, após análise prévia de viabilidade operacional, técnica e econômica. c) Quando a manutenção for considerada antieconômica, deverá ser iniciado o processo de destinação do material, devendo ser verificada a existência de componentes aproveitáveis. d) As atividades das funções Manutenção e Suprimento são interdependentes. A manutenção inadequada implica um aumento das necessidades de suprimento e, inversamente, a carência de suprimento exige maior esforço de manutenção.
  • 32. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-5 - REV.2 e) A manutenção corretamente executada aumenta a vida útil dos equipamentos, reduz as necessidades de suprimento e permite economizar recursos para atender a outras finalidades. f) As Organizações Militares Prestadoras de Serviços (OMPS) e as Diretorias Especializadas (DE) devem buscar um estreito relacionamento com os usuários dos equipamentos, no sentido de implementar as ações necessárias para obter-se o melhor desempenho do equipamento, maior durabilidade e menor custo operacional. g) A manutenção deve ser tratada como uma função logística estratégica, pois, o seu desempenho afetará diretamente o desempenho das forças. 4.3.3 - Atividades da Função Logística Manutenção As atividades da função logística Manutenção são: - levantamento das necessidades; - manutenção preventiva; - manutenção modificadora; e - manutenção corretiva. a) Levantamento das Necessidades de Manutenção O levantamento das necessidades visa a determinar as carências de instalações, pessoal e material para o apoio de manutenção em uma situação específica. O planejamento e a execução de forma coordenada dessas tarefas compõem o Apoio Logístico Integrado (ALI), descrito no capítulo 6. b) Manutenção Preventiva A manutenção preventiva é executada para evitar falhas, queda no desempenho do material e, ainda, reduzir a possibilidade de avarias e degradações, através de inspeções, testes, reparações ou substituições. É classificada como planejada. A manutenção preditiva, conjunto de controles diagnósticos baseados em parâmetros técnicos, está contida na manutenção preventiva. A sua aplicação permite prever o momento mais apropriado para a execução das atividades de manutenção e, dessa forma, chegar o mais próximo possível do limite da vida útil de sistemas e componentes, otimizando o trinômio custo – operacionalidade – manutenção. A determinação do ponto preditivo, a partir do qual uma queda de desempenho e/ou a probabilidade de o equipamento falhar assumem valores indesejáveis, tanto
  • 33. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-6 - REV.2 no aspecto técnico, quanto no econômico, provocará uma intervenção de manutenção corretiva planejada, com o objetivo de eliminar a causa do problema identificado. d) Manutenção Modificadora A manutenção modificadora consiste nas ações de manutenção destinadas a adequar o equipamento às necessidades ditadas pelas exigências operacionais ou ainda para otimizar os trabalhos da própria manutenção. É classificada como planejada. e) Manutenção Corretiva ou Reparo A manutenção corretiva destina-se a reparar ou recuperar o material danificado para repô-lo em condições de uso. Pode ser classificada como planejada e não planejada. I) A manutenção corretiva planejada é a correção do desempenho menor que o esperado, por decisão técnica, baseada em acompanhamento preditivo podendo estender a operação até a falha. A manutenção corretiva também pode ser planejada por meio dos índices de manutenção Tempo Médio Entre Falhas (TMEF ou MTBF) e Tempo Médio Para Reparo (TMPR ou MTTR). II) A manutenção corretiva não planejada é a correção da falha, ocorrida de maneira aleatória, quando não há tempo para a preparação do serviço, o que, normalmente, implica em elevação de custos de manutenção e maiores prejuízos para as operações. 4.3.4 - Escalão de Manutenção a) As ações de manutenção, com base na capacitação técnica e nos recursos de pessoal e de material , são estruturadas em escalões, visando a: I) otimizar a sistemática de manutenção; II) atribuir responsabilidades; e III) permitir uma distribuição criteriosa, ordenada e eficiente dos recursos disponí- veis. b) Escalão de manutenção é o grau ou amplitude de trabalho requerido nas atividades de manutenção, em função da complexidade do serviço a ser executado. c) A manutenção é classificada nos seguintes escalões: I) Manutenção de 1º escalão
  • 34. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-7 - REV.2 Compreende as ações realizadas pelo usuário e/ou pela OM responsável pelo material, com os meios orgânicos disponíveis, visando manter o material em condições de funcionamento e de conservação. II) Manutenção de 2º escalão Compreende as ações realizadas em organizações de manutenção e que ultrapassam a capacidade dos meios orgânicos da OM responsável pelo material. III) Manutenção de 3º escalão Compreende as ações de manutenção que exigem recursos superiores aos escalões anteriores, em função do grau de complexidade. IV) Manutenção de 4º escalão Compreende as ações de manutenção cujos recursos necessários, normalmente, transcendem à respectiva força em função do alto grau de complexidade, sendo, na maioria das situações, executadas pelo fabricante ou representante autorizado, ou, ainda, necessitarem o uso de instalações industriais especializadas. d) Cabe ressaltar, que não existe a obrigatoriedade de vinculação entre as atividades logísticas da função logística Manutenção e os escalões de manutenção. 4.4 - SALVAMENTO 4.4.1 - Conceito É o conjunto de atividades que são executadas visando à salvaguarda e ao resgate de recursos materiais, suas cargas ou itens específicos. 4.4.2 - Atividades da Função Logística Salvamento São atividades da função logística Salvamento: - combate a incêndios; - controle de avarias; - controle de danos; - remoção - reboque; - desencalhe ou reflutuação de meios; e - resgate de recursos materiais acidentados, cargas ou itens específicos. a) Combate a Incêndios Consiste nas ações desencadeadas para prevenção, controle e extinção de
  • 35. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-8 - REV.2 incêndios em meios e instalações. Essas ações são realizadas, normalmente, por equipes especialmente adestradas para essa finalidade. b) Controle de Avarias Consiste nas ações desencadeadas para limitar os efeitos das avarias sofridas por um meio ou instalação, a fim de que possam continuar sendo utilizadas até que seja possível realizar os reparos necessários para o seu retorno ao estado normal de funcionamento ou utilização. c) Controle de Danos Consiste nas medidas preventivas e de controle, adotadas para reduzirem ao mínimo os efeitos da ação inimiga, dos grandes desastres ou de catástrofes da natureza, a fim de assegurar a continuidade ou o restabelecimento do apoio logístico. d) Remoção Consiste no conjunto de ações necessárias para movimentar meios materiais, impossibilitados de fazê-lo por seus próprios recursos, para um local predeterminado e visando a um fim específico. e) Reboque Consiste na locomoção de um meio que está impossibilitado de fazê-lo por seus próprios recursos, mediante ação de tração. f) Desencalhe ou Reflutuação de Meios Consiste nas ações realizadas para liberar um meio flutuante que se encontra impossibilitado de locomoção, por encalhe ou afundamento. g) Resgate de Recursos Materiais, Cargas ou Itens Específicos, Acidentados ou Avariados Consiste nas ações desencadeadas para transportar esses meios ou itens do local da ocorrência para uma área de manutenção ou outro local desejado. 4.5 - SAÚDE 4.5.1 - Conceito É o conjunto de atividades relacionadas com a conservação do pessoal, nas condições adequadas de aptidão física e psíquica, por intermédio de medidas sanitárias de prevenção e recuperação. 4.5.2 - Atividades da Função Logística Saúde São atividades da função logística Saúde:
  • 36. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-9 - REV.2 - levantamento das necessidades; - determinação dos padrões psicofísicos; - seleção médica; - medicina preventiva; e - medicina curativa. a) Levantamento das Necessidades É o processo que visa à determinação das necessidades de instalações, de pessoal e de material para o apoio de saúde em uma situação específica. Uma vez quantificadas as necessidades de pessoal e de material, cabe às funções logísticas Recursos Humanos e Suprimento, respectivamente, obter e prover os meios necessários. b) Determinação dos Padrões Psicofísicos É o ato de criar critérios para a seleção médica, estabelecendo as condições incapacitantes e os índices mínimos exigidos para o desempenho das diversas funções da MB. c) Seleção Médica É o processo que visa garantir a admissão e a permanência no serviço ativo, mediante a comparação dos indivíduos com padrões preestabelecidos. d) Medicina Preventiva É a atividade destinada a preservar a saúde física e mental dos recursos humanos, por meio de diagnósticos precoces, associados ao pronto tratamento, e de um conjunto de medidas profiláticas que, quando bem executadas, reduzirão custos com evacuação e hospitalização. As seguintes tarefas enquadram-se na medicina preventiva: - saneamento: conjunto de medidas destinadas a tornar uma área habitável; - higiene: conjunto de medidas que visam assegurar a prática da profilaxia em determinada área, buscando o emprego de meios para evitar doenças e conservar a saúde; - controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis: conjunto de medidas que visam ao registro da ocorrência destes tipos de doenças e às ações necessárias ao impedimento de sua disseminação; - imunização: conjunto de medidas e ações que visam impedir a manifestação de moléstias sobre os recursos humanos que atuam em determinada área;
  • 37. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-10 - REV.2 - educação sanitária: conjunto de medidas que visam orientar os recursos humanos sobre hábitos necessários à manutenção da saúde; - psiquiatria preventiva: conjunto de medidas para detectar distúrbios psiquiátricos que possam vir a ocorrer nos recursos humanos; - prevenção de acidentes: conjunto de medidas que visam orientar os recursos humanos sobre a conduta correta para evitar a ocorrência de acidentes; - controle médico periódico: conjunto de medidas e ações que visam a monitorar os padrões dos recursos humanos requeridos para a execução das suas atividades. O controle médico periódico deverá provocar o pronto tratamento, quando necessário; e - gerência de ambientes adversos: conjunto de medidas que visam monitorar o ambiente operacional, a fim de detectar alterações que possam prejudicar a saúde dos recursos humanos e implementar as ações necessárias para restabelecer a normalidade do ambiente, ou as ações para a proteção dos recursos humanos. Enquadra-se nesta tarefa o ramo da medicina militar conhecido como medicina operativa, conceituada no inciso 4.5.3. e) Medicina Curativa A medicina curativa é a atividade destinada ao tratamento de doentes e feridos, sob regime ambulatorial ou hospitalar. Tem por finalidade devolver ao elemento humano as condições psicofísicas que as capacitem a retornar, o mais breve possível, às suas atividades normais. As seguintes tarefas enquadram-se na medicina curativa: - primeiros socorros: medidas emergenciais que visam estabilizar a situação do doente ou ferido até que possa receber tratamento adequado; - triagem: procedimento que visa selecionar os doentes ou feridos para o atendimento adequado; - evacuação médica: remoção de pessoal doente ou ferido, sob cuidados especiais, para uma instalação de saúde capacitada ao atendimento médico de maior complexidade e que não deve ultrapassar a primeira instalação apta a atender e reter o paciente; - hospitalização: internação, de doentes e feridos, por indicação médica, em organizações ou instalações de saúde, para fim de tratamento médico ou cirúrgico, podendo incluir um período de reabilitação, visando ao retorno do
  • 38. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-11 - REV.2 elemento humano ao serviço; - tratamento ambulatorial – atendimento de doentes e feridos, sem internação, em organizações ou instalações de saúde, para fins de tratamento médico, podendo incluir um período de reabilitação; - apoio odontológico: ações necessárias à assistência odontológica ao elemento humano; e - apoio laboratorial: ações necessárias à análise de material biológico com finalidade diagnóstica. 4.5.3 - Medicina Operativa É o ramo da medicina militar cujo propósito é o de assistir o homem em operações em ambiente crítico ou de combate. Fundamenta-se em princípios, técnicas e conhecimentos estabelecidos pela medicina geral, adaptando-os às peculiaridades da MB. Quando diz respeito especificamente de apoio às operações anfíbias, ou às operações de superfície, é conhecida, respectivamente, como medicina de operações anfíbias e medicina de ações de superfície. 4.5.4 - Sistema de Saúde da Marinha O Sistema de Saúde da Marinha está estruturado da seguinte forma: - Órgão de Supervisão Geral – Estado-Maior da Armada; - Órgão de Direção Setorial – Diretoria-Geral do Pessoal da Marinha; - Órgão de Supervisão Técnica – Diretoria de Saúde da Marinha; e - Órgãos de Execução – organizações hospitalares e serviços de saúde das OM. 4.6 - RECURSOS HUMANOS 4.6.1 - Conceito É o conjunto de atividades relacionadas com o gerenciamento do pessoal necessário ao emprego das forças navais, aeronavais e de fuzileiros navais e ao funcionamento das OM da MB. A função logística Recursos Humanos não se esgota no desempenho das atividades características das fases básicas da logística, tendo em vista que a particularidade de tratar com recursos humanos implica na realização de uma vasta gama de ações que a torna extremamente complexa, além de crítica, em qualquer planejamento logístico. 4.6.2 - Atividades da Função Logística Recursos Humanos A função logística Recursos Humanos é desenvolvida pela realização das seguintes atividades:
  • 39. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-12 - REV.2 - levantamento das necessidades; - procura e admissão; - preparação; - administração; e - bem-estar e manutenção do moral. a) Levantamento das Necessidades Levantamento das necessidades, ou determinação de necessidades de pessoal, é o processo de identificação das necessidades quantitativas e qualitativas de recursos humanos, para atendimento das metas e prioridades estabelecidas nos documentos de alto nível da Marinha. Corresponde à fase básica da logística “determinação de necessidades” e, em tempo de paz, é realizada dentro do Sistema de Planejamento de Pessoal, de acordo com normas estabelecidas pela DGPM. Esse Sistema terá a seguinte constituição: - Órgão de Direção Geral - Estado-Maior da Armada (EMA); - Órgão de Coordenação Geral - Diretoria-Geral do Pessoal da Marinha (DGPM); - Órgão de Assessoria Geral - Conselho de Planejamento de Pessoal (COPLAPE); - Órgãos de Coordenação Setorial - EMA e Órgãos de Direção Setorial (ODS); - Órgãos de Coordenação Técnica - Organizações Militares Orientadoras Técnicas (OMOT); e - Órgãos de Gerência Executiva - Diretoria do Pessoal Militar da Marinha (DPMM), Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais (CPesFN) e Diretoria do Pessoal Civil da Marinha (DPCvM). As necessidades de mobilização de pessoal, decorrentes da concretização de uma Hipótese de Emprego serão atendidas segundo procedimentos estabelecidos pelo Sistema de Mobilização Marítima. b) Procura e Admissão É o processo de captação de recursos humanos na sociedade, para o serviço na MB. É desenvolvido por meio de voluntariado, alistamento, convocação, recrutamento e concursos, complementados pela seleção e incorporação. Esta atividade está inserida na fase básica da logística “obtenção” e é desempenhada pelas OM que integram a estrutura organizacional responsável pelos processos seletivos para ingresso na MB, e pelas OM que realizam o
  • 40. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-13 - REV.2 alistamento e o recrutamento para o Serviço Militar Inicial. c) Preparação É o processo de transformação dos recursos humanos em efetivos prontos para o exercício de cargos e o desempenho de funções na MB, abrangendo a formação do militar durante todo o tempo de permanência no serviço ativo. Esta atividade complementa a fase básica da logística “obtenção” e é desenvolvida pelos estabelecimentos de ensino e pelos órgãos de formação de reserva da MB. O adestramento não é enquadrado como uma atividade logística de preparação, não sendo, por conseguinte, responsabilidade da função logística Recursos Humanos. d) Administração É o gerenciamento dos efetivos prontos, visando prover as OM dos recursos humanos necessários. Corresponde à fase básica da logística “distribuição” e é desempenhada pelos órgãos do Sistema de Planejamento de Pessoal responsáveis pela designação e distribuição, conforme norma estabelecida pela DGPM. e) Bem-estar e Manutenção do Moral É a atividade que visa manter as condições psicossociais adequadas ao serviço ativo na MB. Compreende ações voltadas para o atendimento de necessidades como: repouso, recuperação, recreação, suprimento reembolsável, serviço de assistência social, serviço de assistência religiosa, serviço postal, serviço de lavanderia e sepultamento. 4.6.3 - Outras atividades envolvendo pessoal e que não fazem parte da função logística Recursos Humanos As atividades referentes à justiça e disciplina, aos prisioneiros de guerra e aos civis internados não fazem parte da função logística Recursos Humanos. 4.7 - TRANSPORTE Todas as outras funções logísticas necessitam, de alguma forma, do transporte para a execução de seus propósitos. Desse modo, deverá haver uma orientação específica de transporte para cada função logística, de maneira a estabelecer quais atividades, fases e princípios serão aplicáveis, sempre de forma harmônica.
  • 41. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-14 - REV.2 4.7.1 - Conceito É o conjunto de atividades que são executadas visando ao deslocamento de recursos humanos e materiais por diversos meios, em tempo e para os locais predeterminados, a fim de atender às necessidades. Como função logística, o transporte é primordialmente um serviço. Embora esteja presente na fase básica distribuição, participa como atividade fundamental para o esforço logístico. Abrange todas as modalidades, vias e classes de transporte, além de incluir os terminais de transporte que são os pontos de origem e destino do processo. 4.7.2 - Atividades da Função Logística Transporte São atividades da função logística Transporte: - levantamento das necessidades; - seleção; e - gerência de transportes. a) Levantamento das Necessidades Decorre do exame pormenorizado dos planos propostos e, em particular, das ações e operações previstas. Os usuários de transporte apresentam, periodicamente, aos órgãos de apoio, o planejamento de suas necessidades para o período subsequente. b) Seleção Consiste no atendimento das prioridades, na escolha da modalidade de transporte a ser adotada e o meio de transporte a ser empregado, com base no conhecimento das possibilidades dos meios e das vias de transporte. c) Gerência de Transportes Consiste em: - aproveitar, de maneira eficiente, as disponibilidades existentes; - buscar a obtenção do máximo rendimento dos meios disponíveis, como a redu- ção ao mínimo das baldeações, a utilização dos meios de transporte mais flexíveis e a obtenção de rapidez, segurança e flexibilidade nas operações logísticas; e - estabelecer medidas de coordenação e de controle sobre o movimento de mate- rial ou pessoal, com a finalidade de avaliar e assegurar a execução sistemática e ordenada do trânsito.
  • 42. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-15 - REV.2 4.7.3 - Avaliação Consiste na determinação, em função de ações a serem desenvolvidas pelas OM ou forças navais, da capacidade dos terminais e dos meios de transporte. É de grande importância para a logística naval, ao efetuar o planejamento de uma operação naval, o conhecimento detalhado e atualizado da disponibilidade desses recursos. 4.7.4 - Controle de Tráfego Consiste no estabelecimento de medidas de coordenação e de controle sobre o movimento de material ou pessoal, executada por quem tem a responsabilidade de realizar transporte. Sua complexidade varia com a freqüência com que se aplica o transporte. Visa, fundamentalmente, evitar custos elevados, perdas de tempo, desencontros, desgastes e interferências que prejudiquem a chegada em seu destino, do material ou pessoal, no tempo definido para atender às necessidades requeridas. 4.8 - ENGENHARIA 4.8.1 - Conceito É o conjunto de atividades que são executadas, visando ao planejamento e à execução de obras e de serviços com o objetivo de obter e adequar a infra-estrutura física e as instalações existentes às necessidades das forças e demais OM da MB. 4.8.2 - Considerações e Definições a) A obtenção e a utilização da infra-estrutura física necessária, normalmente, compreende: I) portos, aeródromos e vias de transporte; II) terminais de transporte; III) bases; IV) obstáculos, abrigos e trabalhos de camuflagem; e V) instalações diversas. b) Desde o planejamento, até a execução, sob o enfoque da função logística Engenharia, deverá ser considerada, sempre que possível, a máxima utilização da infra–estrutura e das instalações existentes, bem como as disponibilidades em materiais, equipamentos e mão-de-obra.
  • 43. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-16 - REV.2 4.8.3 - Atividades da Função Logística Engenharia São atividades da função logística Engenharia: - construção ; - ampliação; - reforma; - adequação; - reparação; - restauração; - conservação; - demolição; - remoção; e - desobstrução; - montagem; e - avaliação. a) Construção Consiste nos trabalhos para obtenção de um recurso físico novo, isolado ou em conjunto com outros. b) Ampliação Consiste nos trabalhos destinados a aumentar a capacidade de um recurso físico já existente. c) Reforma Consiste nos trabalhos para melhorar a eficiência de um recurso físico já existente, sem aumentar sua capacidade física. d) Adequação Consiste nos trabalhos para alterar a destinação de um recurso físico já existente, sem aumentar sua capacidade física. e) Reparação Consiste nos trabalhos corretivos para eliminar danos de pequeno vulto ocorridos em um recurso físico, restabelecendo sua condição de utilização. f) Restauração Consiste nos trabalhos corretivos para restabelecer as condições de utilização de determinado recurso físico que apresente danos consideráveis.
  • 44. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-17 - REV.2 g) Conservação A conservação consiste nos trabalhos preventivos e corretivos de problemas comuns devidos ao uso corrente de recursos físicos. h) Demolição Consiste nos trabalhos para desfazer ou destruir um recurso físico. i) Remoção Consiste nos trabalhos para transferir determinado recurso físico de um local para outro. j) Desobstrução A desobstrução consiste nos trabalhos realizados para a retirada de obstáculos, naturais ou artificiais, que estejam impedindo ou dificultando a utilização do local ou da área considerada. k) Montagem A montagem consiste na reunião de peças de um dispositivo, mecanismo ou equipamento, de modo que possa funcionar e atender ao fim a que se destina. l) Avaliação A avaliação consiste no levantamento e análise de informações técnicas de forma a verificar se a infra-estrutura é adequada para o fim a que se destina. 4.8.4 - Planejamento e execução de obras e serviços O planejamento e a execução de obras e serviços referentes às atividades da função logística Engenharia serão desenvolvidas de acordo com o Sistema do Plano Diretor (SPD). Essas obras e serviços podem ser caracterizados como de investimento ou de manutenção. São consideradas como de investimento a construção, a ampliação, a restauração e a desobstrução de portos e rios, e como de manutenção a reparação e a conservação. As demais atividades serão caracterizadas em decorrência do vulto das obras e serviços necessários. 4.9 - RESPONSABILIDADES SOBRE AS FUNÇÕES LOGÍSTICAS Sempre que a solução de um problema de uma determinada função logística estiver a cargo de mais de um ODS, deverá ser estabelecida a necessária orientação pelo Órgão de Direção Setorial Líder (ODSL), aquele que exerce o esforço principal. Os ODSL das Funções Logísticas são:
  • 45. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 4-18 - REV.2 FUNÇÃO LOGÍSTICA ODSL RECURSOS HUMANOS DGPM RECURSOS HUMANOS do CFN (exceto pessoal civil) CGCFN SAÚDE DGPM MANUTENÇÃO DGMM / CGCFN SALVAMENTO ComOpNav SUPRIMENTO SGM TRANSPORTE * ENGENHARIA DGMM (*) A SGM será o ODSL para todos os casos exceto para o transporte de caráter operativo, quando o ODSL deverá ser o ComOpNav, por se tratar de Apoio Logístico Móvel.
  • 46. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 5-1 - REV.2 CAPÍTULO 5 APOIO LOGÍSTICO 5.1 - GENERALIDADES É a estrutura sistêmica destinada a prover uma força dos recursos humanos e materiais e dos serviços destinados a atender às suas necessidades, visando ao cumprimento da missão. O apoio logístico é, em síntese, a ação pela qual a logística se concretiza, atendendo ao propósito de manter as forças e as OM da MB em condições operativas, adequadas ao cumprimento de suas missões. O fluxo dos recursos logísticos, desde suas fontes até os consumidores, é uma tarefa a ser realizada pelo Sistema de Apoio Logístico. O apoio logístico, pois, consiste na concretização do fluxo logístico de pessoal, material e serviços, tendo como efeito desejado o provimento das necessidades logísticas das forças e das OM da MB. 5.2 - SISTEMA DE APOIO LOGÍSTICO O Sistema de Apoio Logístico é o conjunto ordenado de elementos - pessoal, organizações, material, normas, processos e técnicas - interrelacionados e destinados a prover as necessidades da MB. Tais sistemas devem estar em condições de: - evoluir, sem solução de continuidade, da situação de normalidade para uma situação de conflito; - realizar o apoio logístico consoante o planejamento; - entrosar-se com os sistemas congêneres do meio civil, das demais forças e, ainda, de forças aliadas; e - prestar apoio logístico às demais forças, sob determinadas circunstâncias. Na organização do apoio logístico devem ser levados em conta os seguintes fatores: - missão e constituição das forças e das OM da MB a apoiar; - possibilidades econômicas do País; - duração estimada das operações navais; e - condições vigentes em tempo de paz e Hipóteses de Emprego consideradas. A organização deste sistema deve, pois, atender às condições de ordem estratégica e tática, conciliadas com as disponibilidades do sistema econômico da Nação. Além de ser capaz de evoluir para uma situação de conflito, sem solução de continuida-
  • 47. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 5-2 - REV.2 de, o Sistema de Apoio Logístico da Marinha deve estar em condições de se relacionar com os sistemas congêneres das demais Forças Armadas e, quando necessário e oportuno, das forças aliadas. 5.3 - BASE DE APOIO LOGÍSTICO Base de Apoio Logístico (BApLog) é uma organização logística, de caráter eventual, criada ou já existente na estrutura das Forças Armadas. Essa estrutura será completada, quando necessário, pela mobilização. 5.3.1 - Tarefas da Base de Apoio Logístico: a) executar o apoio logístico às forças desdobradas em sua área de atuação e, conforme determinado, a outras forças e à população civil; b) sediar órgãos de apoio logístico; e c) servir de ligação entre os órgãos de apoio logístico das Forças Armadas e as organizações de apoio logístico das forças empregadas. 5.3.2 - O número de bases de apoio logístico será variável e deverá responder às necessida- des logísticas decorrentes do planejamento operacional. 5.3.3 - Estação Naval OM destinada ao estacionamento de unidades ou forças navais, aeronavais e de fuzileiros navais, capaz de prover auxílio à manutenção corretiva de 1º escalão, devendo manter suas oficinas prontas para utilização por pessoal especializado dos próprios meios, e apoio logístico limitado nas demais funções logísticas, além de cais acostável, água, energia elétrica, telefone, coleta de lixo, entre outras facilidades. 5.3.4 - Base Naval OM destinada a prover apoio logístico amplo, muitas vezes especializado, às forças navais, aeronavais ou de fuzileiros navais, constituída por instalações e recursos de apoio logístico e serviços, proporcionando “facilidades” aos meios para os quais foi destinada. a) Classificação de Bases Navais As Bases Navais podem ser classificadas quanto aos seguintes aspectos: I) Localização: - Bases Continentais - dispersas ao longo do litoral nacional, evitando-se uma desnecessária concentração; - Bases Avançadas - instaladas em pontos próximos das áreas de operação, não só no litoral, como em ilhas oceânicas. São, normalmente, temporárias e per-
  • 48. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 5-3 - REV.2 dem a razão de ser ao término do conflito que gerou a sua necessidade; e - Bases Ultramarinas - localizadas, normalmente, em países aliados, cedidas por acordos internacionais. II) Duração: - Base Permanente – apoia, durante o ciclo de atividades de um meio operativo, em tempo de paz, as ações de adestramento e de manutenção desse meio, além do apoio de retaguarda, em situações de conflito. Pode prestar apoio direto às forças em operação em área próxima; e - Base Temporária – é a que se destina a cumprir, por tempo limitado, tarefas restritas de apoio logístico às forças. III) Mobilidade: - Base Fixa – é aquela cujas instalações estão situadas em terra, sem condições de deslocamento para outra área geográfica; e - Base Móvel – é aquela que possui instalações com capacidade de fácil transfe- rência de uma localidade para outra. É, normalmente, constituída por meios flutuantes, tomando, então, a denominação de base flutuante. IV) Meios apoiados: - Base Naval – é a que orienta seu esforço principal para o apoio às forças navais; - Base Aérea-naval – é a que presta apoio a aeronaves orgânicas da Marinha; - Base Aeronaval – é aquela que engloba as responsabilidades das duas outras, ou seja, apoia as forças navais, incluindo os meios aéreos orgânicos; e - Base de Fuzileiros Navais – é aquela que apoia as forças de fuzileiros navais. 5.4 - MODALIDADE DE APOIO O apoio logístico é prestado segundo duas modalidades básicas: o apoio logístico fixo e o apoio logístico móvel. 5.5 - APOIO LOGÍSTICO FIXO O apoio logístico fixo é prestado nas organizações fixas que, em sua maioria, já existem desde o tempo de normalidade, e que permanecem prestando o apoio necessário em situação de conflito. Arsenais, bases e estações navais, órgão de distribuição, centros de instrução e hospitais são as principais organizações componentes do apoio logístico fixo. A vulnerabilidade a que ficam sujeitas as forças, durante o período em que estão apoiadas em uma base fixa, é um aspecto que merece atenção especial por ocasião do
  • 49. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 5-4 - REV.2 planejamento de uma operação de apoio logístico. Para esta vulnerabilidade concorrem a imobilidade a que se sujeitam os meios e a conseqüente redução de sua capacidade de combate. O ponto crítico a ser considerado é, pois, o tempo de permanência de uma força na base. É preciso reduzi-lo ao mínimo. A base necessita ser estruturada e possuir os recursos necessários para prover o apoio no menor tempo possível. Dependendo de sua capacidade, a base tanto pode prestar este apoio simultaneamente a todos os meios, como efetuá-lo individualmente e de modo escalonado. Para minimizar o tempo de permanência de uma força naval em uma base são utilizadas técnicas especiais de reabastecimento rápido. É oportuno lembrar que, enquanto uma força permanece na base recebendo apoio, a responsabilidade por sua defesa é da própria base, que deve promover as medidas de segurança. Quando o apoio é escalonado (enquanto alguns navios estão imobilizados, os demais permanecem em atividades nas proximidades), esta proteção, em algumas situações, pode ser executada com a colaboração da própria força. As bases avançadas - tipo de base fixa - se revestem de fundamental importância no apoio logístico fixo quando as forças operam em áreas afastadas das bases continentais próprias. 5.6 - APOIO LOGÍSTICO MÓVEL O apoio logístico móvel caracteriza-se por estruturas organizadas para atender um determinado tipo de operação e, geralmente, são dissolvidas após cessados os motivos de sua ativação. Estas estruturas, normalmente, utilizarão recursos humanos e materiais e os serviços oriundos do apoio logístico fixo para sua organização. Uma força naval combina seu poder de destruição com seus atributos de mobilidade e de flexibilidade. No entanto, apesar de todo o seu poderio, a força naval tem seu tempo de permanência no mar grandemente limitado por sua autonomia. A solução encontrada pelas Marinhas para aumentar esta autonomia foi a de levar o apoio requerido juntamente com as forças navais para os Teatros de Operações Marítimo (TOM), utilizando navios especializados. O apoio logístico móvel, ou simplesmente apoio móvel, é a modalidade de apoio logístico, cujo esforço principal é realizado por unidades móveis que levam este apoio até a área de operações.
  • 50. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 5-5 - REV.2 A finalidade do apoio móvel é estabelecer um ponto de concentração na área de operações. A sua característica mais importante é a da MOBILIDADE, ou seja, aumentar a capacidade de apoiar as forças navais nos vários pontos do Teatro de Operações (TO). São vantagens do apoio móvel sobre o apoio fixo: - evitar a interferência mútua entre forças navais quando há limitações de áreas para a instalação de bases avançadas; - ser mais sensível à ação do comando da força naval, por fazer parte orgânica desta força; - prestar o apoio mais próximo à área de operações e/ou diretamente aos meios de uma força naval; - devido à mobilidade, ser menos vulnerável à ação do inimigo; - proporcionar maior flexibilidade às operações; e - contribuir positivamente para a maior permanência da força naval no mar, sem comprometer a sua mobilidade. A maior desvantagem do apoio móvel com relação ao apoio fixo reside na limitação de recursos logísticos que podem ser proporcionados aos meios apoiados. O apoio logístico móvel apresenta-se sob duas formas: - o apoio logístico às forças em um ponto pré-estabelecido, próximo à área de operação; e - o apoio logístico às forças durante os seus trânsitos na e para a área de operações. Para a execução destas duas formas, existem três tipos de unidades móveis: - grupo de apoio móvel; - grupo de reabastecimento no mar; e - grupo de recompletamento. 5.6.1 - Grupo de Apoio Móvel O grupo de apoio móvel é constituído por meios navais com características apropriadas e tem por tarefa prover apoio às forças navais nas proximidades da área de operações. Compreende: - o provimento do apoio logístico diretamente às unidades navais; e - a constituição de um ponto de acumulação de estoques de suprimentos da rede de abastecimento, tais como: combustíveis, munição, sobressalentes em geral, gêneros alimentícios e outros itens de consumo.
  • 51. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 5-6 - REV.2 Os meios logísticos que compõem o grupo de apoio móvel são diversos, podendo incluir, dentre outros: navio-oficina, navio-tender (de submarinos, de navios- varredores, de navios-aeródromos), rebocadores, navio de salvamento, navio de abastecimento, dique flutuante, navio-doca, navio-hospital, navio-tanque, navio- transporte, além de diversas unidades auxiliares (barcos, lanchas, barcaças, batelões, EDVP, EDVM, cábreas, etc.). O grupo de apoio móvel necessita de proteção. Assim, meios navais de combate podem estar presentes na sua constituição, o que representa uma desvantagem, pois unidades combatentes são desviadas de sua tarefa principal. 5.6.2 - Grupo de Reabastecimento no Mar O propósito do reabastecimento no mar é o de ampliar a capacidade de permanência no TO das unidades navais, por meio do provimento de suas necessidades logísticas durante o trânsito para a área de operações, ou no seu interior. O grupo de reabastecimento no mar é constituído por meios operativos com características apropriadas, capazes de prover, no mar, os suprimentos necessários a uma força naval . O grupo de reabastecimento no mar acompanha a força, fazendo parte da organização por tarefas, e constituindo, normalmente, um Grupo-Tarefa. Requer, assim, defesa contra as ações do inimigo, obrigando o destaque de unidades de combate para a sua proteção. A existência de dispositivos aperfeiçoados para transferência de carga e o emprego de helicópteros como elemento de ligação, entre o navio de reabastecimento e o navio apoiado, trouxeram novas dimensões às técnicas de reabastecimento no mar. Os helicópteros orgânicos provocaram alterações significativas nos procedimentos táticos das forças navais. A vulnerabilidade à ação do inimigo foi reduzida ao diminuir o tempo de reabastecimento, ao aumentar a liberdade de manobra, além de diminuir a necessidade de afastamento dos navios de combate da área de operações. 5.6.3 - Grupo de Recompletamento É um grupo de navios empregados como “ligação” entre os principais pontos de apoio, na retaguarda, e a área de operações, e tem por propósito o reabastecimento dos dois grupos mencionados anteriormente.
  • 52. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 6-1 - REV.2 CAPÍTULO 6 APOIO LOGÍSTICO INTEGRADO 6.1 - CONCEITUAÇÃO O correto dimensionamento entre o desempenho e o custo, desde a incorporação até a baixa do serviço de um meio ou de um sistema, somente poderá ser alcançado se considerar o apoio logístico em todas as fases do projeto, inclusive a operacional. A crescente complexidade tecnológica agregada aos meios e sistemas tem levado as Marinhas ao aprimoramento da logística. Nesse cenário, surgiu o conceito de Apoio Logístico Integrado (ALI), cujo propósito é o de garantir o máximo de disponibilidade de um meio ou sistema a ser incorporado, durante a vida operativa prevista. Durante o desenvolvimento dos processos de obtenção ou modernização de um meio ou sistema, as atividades e o planejamento preliminar de apoio logístico são encargos do Gerente de Projeto, cabendo a este garantir que o pessoal da logística e o pessoal do projeto trabalhem juntos, em ambiente de máxima cooperação e troca de informações. Assim, a função do ALI deve ser firmemente identificada como uma parte integrante do projeto de engenharia. Para frisar a importância de um bom planejamento do ALI, podemos citar que: “Quando se faz um estudo do custo de um sistema, estendendo-o a todo o seu período de vida, o apoio logístico, para garantir a disponibilidade desse sistema, representa a maior porção e, às vezes, o principal item do custo”. Portanto, um dos propósitos do ALI é o de garantir a disponibilidade dos sistemas ou equipamentos, ou seja, a probabilidade de que eles estejam prontos para executar aquilo que se espera, quando necessário, através do correto dimensionamento financeiro e físico do apoio logístico. No emprego de sistemas de armas e seus equipamentos, os problemas de apoio são fatores limitativos de disponibilidade operativa. Por isso, muito esforço tem sido dedicado na tentativa de aumentar o tempo médio entre falhas (MTBF - “Mean Time Between Failures”) ou diminuir o tempo médio de paralisação para manutenção (MDT - “Maintenance Downtime”). Grande importância tem sido dada à adequada preparação do pessoal para operação e manutenção do material, como forma de contribuir para a redução de avarias.
  • 53. OSTENSIVO EMA-400 OSTENSIVO - 6-2 - REV.2 Além da disponibilidade, deve-se determinar, também, a confiabilidade, tendo em vista que esta se constitui na probabilidade com que o meio ou sistema é capaz de cumprir, como previsto, a sua missão, ou ainda, a probabilidade de operar, dentro das especificações, por um dado período de tempo, considerando-se que estivesse operando sem restrições ao início deste. 6.2 - ATRIBUTOS DO ALI O ALI se caracteriza por três grandes atributos: oportunidade, amplitude e integração. A oportunidade é a preocupação com o apoio logístico, começando na fase de concepção do processo de obtenção ou modernização. Isso faz sentido porque os altos custos envolvidos obrigam a que se realize uma análise de custo/benefício que sirva de ferramenta na definição do novo meio ou equipamento. O segundo atributo do ALI é sua amplitude, ou seja, o planejamento logístico, efetuado dentro do conceito de ALI, abrangendo o período que vai desde a sua seleção, na fase de concepção, até a sua baixa do serviço ativo da MB. Considerando ainda que o custo de posse (operação mais manutenção) é de duas a três vezes o custo de aquisição, fica evidenciada a necessidade de se conhecer, de antemão, todas as implicações logísticas do novo meio/equipamento durante sua fase operativa, para que se possa alcançar o máximo de disponibilidade e se utilizar da melhor maneira possível os recursos disponíveis. O terceiro atributo do ALI é a sua integração, isto é, todos os elementos envolvidos no apoio logístico devem atuar de forma integrada. A falta desse atributo constitui uma enorme fonte de desperdício de recursos, além de acarretar uma baixa disponibilidade dos meios/equipamentos apoiados. Resumindo, pode-se dizer que o conceito de ALI se relaciona com o planejar, na época correta, a otimização e a integração dos recursos logísticos obtidos por intermédio de ações sistemáticas, seguidas da implementação e da gerência adequadas do apoio logístico requerido para o novo meio/equipamento durante seu período de vida útil. 6.3 - MONTAGEM E ORGANIZAÇÃO DO ALI Pode-se caracterizar duas fases, durante o período de vida útil de um meio/equipamento: fase de introdução e fase operativa. A fase de introdução vai desde sua concepção até sua entrada em serviço e a fase operativa vai desde a sua entrada em serviço até a sua baixa.