O documento fornece dicas para professores do ensino superior em início de carreira, enfatizando a importância de (1) planejamento detalhado das aulas, (2) uso de recursos variados como vídeos e atividades em grupo para engajar os alunos, e (3) contextualização e problematização do conteúdo para estimular o pensamento crítico.

1. Dicas para uma boa aula aos docentes em início de carreira
Fonte: www.professorboaratti.com.br
O presente artigo tem por objetivo apresentar algumas dicas básicas aos professores do Ensino
Superior que estão em fase inicial de carreira. Porém, não somente aos que estão iniciando,
pois, verifica-se que boa parte dos docentes desconhecem as dicas que serão apresentadas aqui,
portanto, elas valem para todos!
Dica 01: Planejamento
Não há como ministrar uma aula de maneira segura e tranquila sem antes o professor não
planejá-la. Grande parte dos profissionais que atuam na docência superior são unânimes no que
se refere a importância do planejamento. O que um bom plano de aula deve abranger? Os
objetivos pedagógicos e a forma como se pretende alcança-los por meio da Didática.
Quanto mais detalhado e trabalhado com cuidado o planejamento, maiores são as chances da
aula fluir da melhor maneira possível. Tudo o que for feito em sala de aula, como a apresentação
de vídeos, seminários por parte dos alunos, etc, deve ter fundamento pedagógico, caso
contrário, essas iniciativas serão apenas para preencher o tempo de aula sem nenhuma utilidade
do ponto de vista da aprendizagem.
Num outro artigo específico, será detalhado como se deve proceder para a produção de um bom
planejamento.
Dica 02: Utilização de recursos variados
Geralmente as aulas das instituições particulares ocorrem no período noturno, em que os alunos
trabalham durante o dia e estudam a noite. Nesse contexto, o professor precisa levar em conta
essa realidade e absorvê-la no planejamento das suas aulas, adotando medidas que visam
amenizar essa situação, criando um ambiente favorável ao aprendizado para os discentes.
Uma das formas de “burlar” o cansaço e criar estímulos aos alunos se dá por meio do uso de
formas variadas de se explorar o conteúdo. O professor “conteudista” está com os seus dias
contados, pois aulas expositivas, somente, é uma péssima ideia para ministrar aulas no ensino
superior.
Os alunos estão mergulhados num contexto marcado pelas novas tecnologias de comunicação,
e o professor precisa aproveitar esses recursos para ampliar as possibilidades didáticas nas suas
aulas. Sendo assim, o uso mais comum é o Datashow por meio dos slides. Não há problema o
professor fazer uso desse recurso, o problema reside em utilizar SOMENTE este recurso, pois,
vários professores se acomodam com o Datashow e se esquece de explorar outras
possibilidades.
É muito comum os alunos reclamarem dos professores que usam os slides como forma de
explorar o conteúdo, porém, o problema não está necessariamente na tecnologia, e sim, na

2. forma como ela é utilizada. Os docentes devem adotar o bom senso e sempre variar o uso desta
ferramenta, apresentando não apenas slides, mas vídeos, gráficos, trechos de filmes, etc.
Com o uso do Datashow as possibilidades são infinitas, mas a questão a saber é se os professores
fazem o uso correto desta ferramenta. E a resposta (como já foi dito anteriormente), é não.
O problema geralmente é que os docentes escrevem longos textos nos slides, causando uma
enorme desmotivação aos discentes. Slide é para ser utilizado por meio da exploração de
TÓPICOS que o professor entrará em detalhe na explanação oral. Ou seja, quanto mais textos
nos slides, mais sono os alunos sentirão.
É importante mesclar texto com imagens, vídeos e até mesmo o próprio quadro negro, para que
o professor tenha mais possibilidade de explorar o tema da aula.
Além de aulas expositivas por meio de recursos como os slides, os docentes também podem
fazer o uso de outras ferramentas, como atividades em grupo, seminários, e atividades extra
classe. Esta, por sua vez, é muito bem vista pelas Comissões enviadas pelo Ministério da
Educação, pois demonstra que a instituição amplia a sua relação com o aluno para além da sala
de aula.
Outros meios também podem ser úteis, como o uso da internet como forma de pesquisar o
conteúdo visto em sala de aula, por exemplo. O uso também das Redes Sociais como forma de
trocar informações, arquivos ou até mesmo um meio para promover debates extra classe.
O importante é o professor perceber que ele não pode permanecer somente na explanação oral,
pois, professores que não fazem uso de nenhum tipo de inovação, estão fadados a desaparecer!
Dica 03 – Contextualizar e problematizar o conteúdo
Não são formas apenas de tornar a aula “mais interessante”, e sim, o professor deve sempre
fazer o uso da contextualização e problematização como formas de explorar o conteúdo de uma
maneira integral e crítica ao mesmo tempo.
O maior desafio dos professores no Ensino Superior é incentivar o pensamento crítico junto aos
discentes. E a melhor forma para isso, é por meio da contextualização, ou seja, ao iniciar um
determinado conteúdo, o professor deve abordar inicialmente o contexto no qual ele está
inserido. Isso é importante para que o aluno tenha uma noção “processual” do que está sendo
explorado. Por outro lado, além da contextualização, o professor deve levantar
questionamentos acerca daquele assunto, no intuito de incentivar a produção do conhecimento
por meio do debate de ideias. Sem falar que esse método cria o hábito no aluno de pensar por
meio do questionamento, levando à instituição a cumprir com o seu objetivo mais importante:
criar cidadãos críticos e participativos.
Dica 04 – Agir cordialmente com os alunos
Uma das maiores reclamações por parte dos discentes com relação aos professores, é que estes
costumam ser arrogantes e até algumas vezes agressivos em determinadas situações. É muito
comum professor desprezar o aluno, pois, o mesmo é desprovido de conhecimento, logo,
indigno de respeito.

3. Porém, o professor deve levar em conta que o aluno possui algo que é extremamente
importante para a relação ensino aprendizagem: a experiência. É por meio dela que o docente
deve partir para explorar o conteúdo. Isso facilita muito, principalmente, as primeiras aulas!
Outro ponto é que os docentes muitas vezes não sabem agir em determinadas situações, como
por exemplo, má comportamento, déficits de aprendizado, etc. Para que ninguém perceba o seu
desconhecimento sobre como proceder nessas situações, o professor geralmente adota
posturas agressivas, para que o aluno não tenha espaço para argumentar ou questionar. O aluno
se sentindo constrangido, adota um comportamento de passividade, não reagindo diante da
postura rígida do professor, sendo este o objetivo do docente: evitar problemas!
Nesses casos, há a necessidade de uma intervenção por parte da instituição, por meio do uso de
sessões com profissionais capacitados para trabalhar esses tipos de problemas. A questão é que
o orgulho do professor impede que o mesmo busque ajuda da instituição. É o professor que “dá
conta de tudo”, porém, essa postura não resolve os problemas, pelo contrário, apenas contribui
para piorá-los.
Dica 05 – Estipulação e divulgação das regras
Toda relação deve possuir regras para que nenhuma das partes se sobrepõem a outra. Isso não
é diferente na relação professor e aluno. Essas regras, a maioria delas, são definidas pela própria
instituição, porém, o professor deve apresentar aquelas que são específicas no âmbito interno
da sala de aula. Como por exemplo: método de aula, método de avaliação, questões
relacionadas à comportamento em sala de aula, etc. Tudo isso deve ser colocado da maneira
mais clara e objetiva possível para os alunos.