2. POSTURA
Importante, desde a escolha/definição dos professores que trabalharão
com uma metodologia participativa, refletir com eles que:
Desenvolver um trabalho realmente participativo começa na atenção
e na escuta a mim mesmo: como chego à Escola, para o dia escolar?
Como percebo os adolescentes e jovens com os quais vou interagir
em um ambiente de Aprendizagem? Tenho um olhar realista – e ao
mesmo tempo, positivo, focando no potencial? Qual minha disposição
para escutar, para acolher – e ao mesmo tempo, avançar na
construção de um espaço de partilha?
A metodologia participativa exige ainda maior aprofundamento e preparação prévia do
professor, de forma a que ele possa mediar e potencializar as discussões e reflexões
surgidas.
❶
❷
3. PLANEJAMENTO DO CRONOGRAMA
O planejamento das ações e atividades com os professores
é central. É a partir da pactuação dos tempos, das cargas
horárias, da sequência das aulas, que o coordenador terá
pleno domínio do desenvolvimento dos planos de aula,
conforme estruturados para as aulas de Núcleo.
Após a definição do perfil do professor, pactuação da
sequência das aulas e do fluxo de comunicação, é importante o
educador estar atento aos itens a seguir.
Importante neste momento também pactuar com os professores o fluxo de comunicação acerca de
qualquer dificuldade, adaptação ou supressão que precisem ser realizadas.
4. O EXEMPLO
O professor é um exemplo e deve se constituir referência para os estudantes.
Desse modo, o coordenador deve lembrá-los que discurso e ação não são
questões separadas (“Faça o que digo, não o que faço”).
Para os adolescentes e jovens, a referência se estrutura na coerência, na
convergência entre o que o professor fala e o modo como ele age e reage em
seu entorno.
Como diz Paulo Freire
“A educação é, sobretudo, dar exemplos através de ações”
5. OS LIMITES
É imprescindível sensibilizar os professores, para que estejam atentos à
importância dos limites em um processo de formação de adolescentes: os
limites fazem parte da vida de todas as pessoas, sendo necessário aprender a
lidar com eles da melhor forma possível: cumprindo o que é acordado ou
definido para a convivência social ou, em caso de discordâncias, criando as
formas adequadas para a sua modificação, em um processo sempre pautado
no diálogo, na negociação e vivência democrática, construindo consensos
para uma vida em sociedade.
Trabalhar com os limites não significa ser autoritário ou arbitrário. Ao contrário, em um processo de construção coletiva e
de reflexão, os limites asseguram o respeito a si mesmo, ao outro, aos professores e ao planeta. Lembrar, inclusive, que o
Acordo de Convivência proposto para o início das atividades do ano, consiste no primeiro passo para a definição dos
limites grupais. Nesta construção, eles precisam atentar para pôr em questionamento as regras que são sugeridas e
impossíveis ou muito difíceis de serem cumpridas. Algumas regras, se não trazidas pelo grupo, precisam ser colocadas
pelos professores, como por exemplo, o sigilo das informações trazidas no trabalho, ou em caso de algum problema
ocorrido com um dos membros do grupo, falar diretamente para ele o incômodo.
6. OS LIMITES
ATENÇÃO
Os professores precisam ter firmeza para assegurar o cumprimento dos
acordos, mas também leveza e amorosidade nessa condução. É de grande
importância que os professores estejam atentos ao fato de que esse trabalho
implica, neles também, uma mudança de atitude e de postura.
7. a forma como se distribui e ambienta os espaços onde são realizadas as
atividades; e o local onde é organizado o material pedagógico
necessário às atividades impacta diretamente na qualidade da aula
construída.
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
Parece de menor relevância, mas não é:
Veja algumas a trabalhar com os professores
8. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
ORGANIZAÇÃO DO GRUPO EM
CÍRCULO
Importante sensibilizar o professor para a organização em círculo da sala. Por que
essa distribuição das carteiras é importante?
Com o objetivo de melhor proporcionar a integração dos participantes, a disposição
das carteiras em círculo é imprescindível para que o professor assegure a integração e
a participação do grupo, a inclusão de todos, a democratização do espaço e a
horizontalidade das intervenções. Caso o número de alunos não permita a formação
de um círculo, podem-se formar dois círculos, sendo um dentro do outro.
Essa postura pedagógica, de formação circular coloca o grupo “no mesmo nível” – nenhum mais a frente,
mais destacado ou em local superior. A roda se movimenta em torno de um eixo e pode-se enxergar
todos, a distância é a mesma e nela todos sentem-se iguais.
Ao iniciar ou concluir os trabalhos com os alunos em círculo de pé, de mãos dadas demonstra-se
simbolicamente a capacidade de receber e de dar. Ao mesmo tempo em que se ensina, se aprende.
éticas
9. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
IDENTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS POSSÍVEIS
Algumas atividades, especialmente aquelas que demandam movimentação pela sala,
que podem produzir barulho ou que envolvem a utilização de materiais diversos na
composição de cartazes ou dobraduras, são mais bem desenvolvidas em espaços
amplos.
PARA A MELHOR REALIZAÇÃO DAS
ATIVIDADES
(às vezes, é fora da sala de aula)
É recomendável o coordenador fazer um levantamento prévio com os
professores acerca destas aulas e buscar reservar com antecedência,
estes espaços – auditório, biblioteca ou quadra de esporte, por
exemplo. O importante é que o professor tenha o cuidado de partilhar
com antecedência esse deslocamento ao Núcleo Gestor da Escola,
evitando transtornos para os demais professores.
10. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
LOCAL PARA ARMAZENAMENTO
Reservar, se possível, um espaço específico, tipo um armário, baú, estante, para
guardar textos, cadernos remanescentes, portfolios, jogos produzidos, material para
vivências, etc. Essa organização contribui para que os professores específicos destas
disciplinas acessem com mais rapidez o que será necessário utilizar durante as aulas;
além de otimizar recursos de um ano para o outro.
DO MATERIAL PEDAGÓGICO
11. FERRAMENTAS QUE O PROFESSOR
VAI UTILIZAR
Como também nos ensina Paulo Freire e Morin, trabalhar com o diálogo e a
participação demanda clareza acerca de onde queremos e onde podemos chegar, a
cada aula. Por isso, é importante ressaltar para o professor, que esteja atento a
algumas estratégias que podem facilitar a condução da aula, interação e a troca.
DOMÍNIO E SEQUÊNCIA DOS PLANOS DE AULA
Na orientação e esclarecimento do processo formativo, o
coordenador deve estudar em detalhe com o professor a
estrutura dos planos de aula. Essa compreensão permite
ao professor identificar o alcance de cada atividade, bem
como os resultados esperados em cada estudante e no
grupo.
12. FERRAMENTAS QUE O PROFESSOR
Com se estrutura, então o plano de aula?
No “cabeçalho”, o Plano de aula indica: 1)
qual o Número da Aula. 2) Ao lado, situa-
se o Título da Aula (ex: “Ética no Mundo
do Trabalho”). 3) Abaixo, outro elemento
de suma importância: o objetivo, ou
objetivos da aula.
Objetivo(s): é muito importante o
professor estar atento ao objetivo da
aula. Esse dado não está somente
compondo o plano, ele na verdade indica
onde queremos chegar com as atividades,
discussões e vivências propostas.
13. FERRAMENTAS QUE O PROFESSOR
Para a realização da aula, necessário observar os passos a seguir:
Introdução: momento inicial, de
acolhimento dos integrantes do grupo, de
encadeamento com o que foi trabalhado
na aula anterior ou de preparação para o
assunto a ser abordado no
Desenvolvimento.
Esse momento pode incluir um trabalho
dialogado do professor com o grupo, na
construção ou significação coletiva de um
novo conceito; ou pode constituir-se de
uma vivência de quebra-gelo ou
aquecimento ou interiorização.
Desenvolvimento: na sequência da
introdução, o plano avança para um
trabalho mais amplo e elaborado acerca
do tema e das reflexões trazidas na
Introdução. Entre as técnicas mais
comuns nessa fase, destacam-se: leitura
dialogada de textos, trabalhos em grupo,
vivências interativas ou integradoras,
discussões, produção de materiais
diversos.
Encerramento: representa a conclusão, o
desfecho da oficina e nele estão as pistas
necessárias para que os estudantes possam
compreender o “arremate” esperado ao final
de cada encontro, provocando o participante
a um exercício de síntese e avaliação das
atividades do dia.
14. FERRAMENTAS QUE O PROFESSOR
Para a realização da aula, necessário observar os passos a seguir:
No plano de aula, ainda são
indicados os materiais necessários
para o desenvolvimento correto das
atividades propostas, bem como
dicas para que o professor realize as
tarefas com mais domínio e
segurança, incluindo dicas de leitura
complementar.
Importante o coordenador orientar o
professor para seguir a lógica do
encadeamento dos assuntos e não ‘pular’
aulas ou pedaços da aula, pois isso pode
trazer prejuízos para a elaboração, pelos
estudantes, de alguns temas.
15. FERRAMENTAS QUE O PROFESSOR
Identificação e preparação dos materiais com antecedência:
O coordenador deve estar atento para a
lógica de aplicação dos planos pelo
professor:
Em função de que cada atividade
proposta no plano tem uma razão de ser,
é importante o coordenador orientar que
o professor reserve um tempo prévio na
semana para a preparação do material
que será utilizado na semana seguinte.
Atenção também para as mídias, que são
disponibilizadas no material de suporte
para a realização das aulas – o professor
necessitará de equipamento nesta
semana? Oriente que ele cheque e
reserve na escola com antecedência, e
não esqueça de testar – tanto o
equipamento disponibilizado pela escola
quanto a mídia - antes de cada aula
ministrada.
Esse cuidado e atenção fazem muita
diferença na execução do trabalho, pois,
além da mensagem de organização,
disciplina, responsabilidade e
profissionalismo, os professores
demonstram com a prática que os
alunos são importantes, e que este é um
trabalho sério e preparado nos detalhes.
16. SUPERVISÃO
Estes momentos são de grande valor para um professor que trabalha com uma
metodologia participativa e dinâmica, como a proposta para o NTPPS. Em um
primeiro momento, é importante que ele entenda que não são críticas ou
reclamações, mas sobretudo, um olhar externo que busca contribuir para que sua
prática seja aprimorada.
Com essa pactuação, interessante o coordenador negociar, se possível, momentos de
observação em sala de aula. O IA disponibiliza um “Roteiro de Observação”,
detalhado abaixo, que pode orientar aspectos da condução a serem trabalhados com
o professor.
18. OBSERVAÇÕES RELATIVAS AO ITINERÁRIO
Para que o professor de NÚCLEO possa iniciar a disciplina com tranquilidade, seguem algumas dicas
para a orientação do coordenador quanto à sequência das aulas, lembrando alguns aspectos
metodológicos, que “fazem a diferença” no estabelecimento do clima da aula, nos ritmos, e nos
vínculos, que serão fortalecidos ao longo do ano.
● Uma questão inicial a lembrar é que “a primeira impressão é a que marca”. Então,
a primeira semana é crucial!
● Atenção ao preenchimento dos Diários de Classe. Embora não seja uma demanda
do Programa, o correto e atualizado preenchimento são importantes para os
momentos de supervisão.
● Conexão entre o NTPPS e outras disciplinas.
19. ENTUSIASMO
Manter um clima de novidade, interesse, parceria, que impacte no envolvimento e
protagonismo dos estudantes não é tarefa simples ou fácil. Daí a relevância do papel
do coordenador em ter esse olhar para a “antecipação”: significa pensar e incentivar
professores a estarem antenados com temas atuais, vivências contextualizadas e
significativas que possam ser incorporadas, momentos de partilha com os
estudantes, de forma a que os itinerários não paralisem e possam chegar a eles com
a mesma força, ano após ano.