O documento discute a abordagem do Design Thinking e como ela pode ser aplicada no ensino de crianças. O Design Thinking foca na empatia, criatividade e prototipagem para criar soluções inovadoras para problemas reais. O guia fornece um passo-a-passo do processo do Design Thinking adaptado para crianças de 5 a 18 anos, cobrindo as etapas de Aprender, Imaginar e Fazer. Ele também fornece exemplos de atividades e ferramentas para cada etapa do processo.
Design Thinking para crianças - Guia do Facilitador
1. Livremente Traduzido de www.schoolhouse.edu.au
Por Ariana Bohrer ariana.alirj@gmail.com
Porque Design Thinking para crianças?
O Design Thinking é uma abordagem poderosa para a criação de soluções inovadoras para os
problemas do mundo real. Idealizado pelo IDEO e pela Universidade de Stanford, o Design
Thinking foca na empatia, criatividade e prototipagem.
No “Design Thinking para crianças” exploraremos como essa abordagem pode ser uma
ferramenta pedagógica poderosa da pré-escola ao ensino médio. O design Thinking
proporciona uma grande oportunidade para focar nas habilidades de aprendizado
contemporâneas, como pensamento crítico e criatividade. Encoraja a curiosidade, resiliência e
o modo empreendedor de trabalho.
Este Guia do facilitador foi desenvolvido com foco nos professores e nos pais. Acompanha o
mapa de desdobramento de processos, fornece notas para cada atividade - tudo o que você
precisa saber para ajudar aos jovens estudantes a descobrir o Design Thinking.
Quando usar Design Thinking?
A abordagem do Design Thinking é achar o problema e solucioná-lo. É mais útil quando você
tem uma área de interesse específica e quer criar uma solução inovadora. Encoraja pessoas a
explorar um tópico, e a ganhar um profundo entendimento de como as pessoas pensam e se
comportam sobre esta questão.
O Design Thinking é menos poderoso se você já tem um problema estritamente definido ou se
você está buscando soluções que são mais conceituais do que práticas.
Um bom ponto de partida para o design Thinking pode ser a respeito de questões que
envolvam a sustentabilidade no ambiente escolar, inventar novos brinquedos para a pré-
escola, desenhar um novo meio de transporte público, ou encontrar meios ára que pessoas
mais velhas se conectem com suas famílias.
Desenvolvido para diferentes idades
O processo completo que companhias como IDEO utilizam é ótimo, mas não foi desenvolvido
com as crianças em mente. Algumas partes da abordagem vem naturalmente para as crianças,
enquanto outras necessitam de acompanhamento.
Por este motivo nós criamos dois pass-a-passo modificados para os pequenps inovadores ( de
5 a 11 anos) e para a queles um pouco mais velhos (12 a 18 anos), que tem mais opções e
inclui atividades mais complexas. Ambos passam por tr~es estágios: APRENDER, IMAGINAR E
FAZER. O resto deste guia oferece detalhes de cada atividade que fazem parte destes três
estágios.
Claro que você é livre para escolher como conduzir seus projetos de Design Thinking. Na
verdade, nós o encorajamos a fazê-lo!
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Atividades + Ferramentas
APRENDER
Observação
Desenho
Personas
Entrevistas
Pesquisa
DIY
Mindmap
“Como nós podemos...”
IMAGINAR
Primeira idéia e Idéia maluca
Perspectiva
Analogia
Desenho rápido
FAZER
Construir
Prototipagem
Teste
Melhoria
Observação
A chave mais importante para o sucesso do Desing Thinking ter o real entendimento do mundo
é ter um real entendimento de mundo pela perspectiva de que será o cliente da solução. A
ferramenta mais poderosa é a observação.
Em alguns casos você poderá ver o ambiente real (por exemplo, visitar uma mercearia ou um
play ground pode fornecer ótimos insights se você deseja inovar nestas áreas). Em outro caso,
você pode precisar arranjar coisas para observar, tais como convidar pessoas para fazer
determinadas atividades ou criar dispositivos para ver como elas reagem a isso. A chave para a
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observação é realmente reservar um tempo para a observação, e anotar tudo o que você
observar.
Desenhar é um excelente caminho para documentar as observações, particularmente para os
mais novos, desenhando e tomando notas pode ser mais eficaz do que escrever.
Encoraje-os a explorar diferentes caminhos de uso do desenho para capturar coisas. Eles
podem desenhar uma cena, ou um objeto. Talvez um processo possa ser melhor capturado em
um storyboard ou fluxograma. Observações espaciais podem ser melhor representadas em
um mapa, e assim sucessivamente.
Não existe razão para limitar a um tipo de desenho. Uma visita ao Zoológico pode produzir
desenhos, rascunhos, mapas, fluxo de processos, e muito mais.
Importante ressaltar, este tipo de desenho não é sobre arte. É sobre usar linguagem visual
para registrar o que eles observaram.
Personas
Para entender o contexto de um problema ou oportunidade, um aspecto que é de fácil
compreensão é observar as pessoas envolvidas. É natural cair na armadilha de criar com base
em nós mesmos – nossos desejos, atitudes, interesses, costumes. Em algumas situações
podemos induzir as crianças a criar soluções para um grupo de pessoas que são muito
diferente delas.
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Uma persona pode simples, como um rascunho de usuário típico da solução, junto com
algumas notas sobre eles com relação a sua personalidade e sobre sua relação com a área em
questão para a qual a solução está sendo pensada.
Criar uma persona é um ótimo modo para encorajar as crianças a pensar explicitamente sobre
o público-alvo.
Entrevistas
Conduzir entrevistas é um modo divertido de se informar sobre a persona, ou apenas capturar
o interesse sobre um tópico. Pode ser muito poderoso para, na realidade, entrevistar alguém
para quem a solução está sendo desenhada. Se não for possível, as crianças podem entrevistas
amigos ou colegas de classe, que estarão interpretando o papel de um típico usuário.
Mesmo com poucos recursos, é impressionante com a quantidade de informações uteis
podem vir de uma interpretação de entrevista.
Encoraje crianças a se preparar para a condução da entrevista. Eles devem preparar uma lista
de perguntas que eles planejam fazer. Utilizar questões abertas algumas vezes é importante
para elucidar informações importantes. Se possível, tenha duas crianças presentes no
momento da entrevista, uma para fazer as perguntas e outra para anotar.
Pesquisa
O Desing Thinking é muito enfático na exploração do mundo real. Dito isso, não há nada de
errado em fazer alguma pesquisa documental também. A maior parte do tempo será feita
online, levando em consideração o entendimento da importância da credibilidade das fontes
serão importantes.
A pesquisa pode ser usada para explorar uma área de modo generalizado, particularmente
para obter um entendimento profundo sobre como as coisas funcionam, que podem
aparentemente ser obtidas através das entrevistas.
Pode também fornecer insights para o publico para o qual você esta desenhando, como utros
resolveram problemas similares em outros contextos, ou sugerir quais problemas podem ser
interessantes de se atacar.
Tão importante quanto fazer a pesquisa é selecionar a informação obtida, identificando e
capturando observações úteis.
DIY (Faça Você Mesmo)
A experiência pessoal pode ser uma das ferramentas mais poderosas para obter entendimento
em uma área e descobrir insights úteis. Embora nem sempre seja oportuno “botar a mão na
massa”, há sempre um catalisador para um nível mais profundo de pensamento.
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Em alguns casos pode ser alcançado através de uma visita ao ambiente estudando. Outras
vezes será a utilização de um objeto em particular ou caminhar por um determinado processo.
Mesmo se o contexto não puder ser experenciado na prática, encenar uma simulação e a
interpretação de papéis podem ser boa maneiras de ‘pescar’ coisas interessantes. Também
prepara as crianças tenham o estado de espírito certo para enfrentar um problema
desafiador.
Mapa Mental
Um mapa mental é uma ferramenta simples para captura de pensamentos acerca de um
determinado tópico, e ajuda crianças a explorar ideias associadas.
Trabalhando com o tópico central do assunto explorado, crie um mapa para conectar
conceitos. Pode resultar em uma abertura para futuras pesquisas e explorações. Um mapa
mental é uma ferramenta particularmente útil se você está trabalhando em grupo, já que ele
proporciona um meio para o grupo centralizar e compartilhar ideais de firma colaborativa.
Pros + Contras
Para identificar áreas a serem inovadas, é importante entender os sentimentos atuais das
pessoas sobre as coisas. Inovação é melhor sucedida quando é de cunho altamente
satisfatório.
Faça uma lista de todas as ‘melhores’ e ‘piores’ partes da experiência, ambiente, produto ou
tópico. Tente fazer isso da perspectiva do público-alvo. Encoraje as crianças a serem o mais
específicas possível. Se as listas ficarem longas, faça um ranking baseado no grau de emoção, e
selecione alguns de cada lista.
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Encontrando um Desfio Digno
Um dos pontos críticos do processo do design Thinking, é encontrar um desafio para ser
trabalhado. Com base em todo o trabalho feito na parte Aprender do processo, o objetivo é
identificar um desafio que seja útil, original e gere idéias práticas.
Para identificar e criar possíveis desafios, revise os pontos de aprendizado mais provocativos
que foram descobertos. Pense sobre os maiores pontos de dor – onde existe a demanda por
melhores soluções?
Como Nós Podemos....
“Como podemos convencer outras crianças a poupar sua mesada?”
Antes de seguir em frente para a parte IMAGINAR, queremos capturar o desafio, de forma
clara e sucinta. Para isso, escrevemos as questões no formato “Como nós podemos...?”
Você pode querer encorajar as crianças a desenvolver uma série de possíveis questões neste
formato. Tenha certeza de que elas são claras e específicas, relacionadas ao entendimento que
foi construído tanto pela audiência quanto pelo tópico.
Um desafio em particular pode ser selecionado, ou você pode tentar resolver alguns, em
sessões múltiplas.
Ideação
O segundo estágio do nosso processo de Design Thinking é imaginar a solução. Trata-se de
alcançar e descobrir ideias interessantes. Para manter o foco na simplicidade, assegure que as
crianças capturem suas ideias em títulos simples. Ideação significa aplicar o pensamento
criativo para solucionar um problema em particular. Nós achamos isso um pouco difícil porque
nós estamos muito habituados a pensar e estabelecer padrões. Para quebrar estes padrões e
pensar diferente, é necessário esforço e prática.
O mais importante ponto é encorajar as crianças é deixar que elas tenham as mais bobas e
loucas idéias. Embora raramente elas chegarão às soluções certas desta forma, este pode ser
um primeiro passo. Partindo de ideias inesperadas, e que por muitas vezes podem parecer
ridículas, nos ajudam a explorar área onde não conseguiríamos chegar de outras formas e
potencialmente descobrir respostas originais para o nosso desafio.
Primeira Ideia + Ideia Maluca
Existem algumas ferramentas simples e exercícios que podem ajudar a descobrir ideias. – do
mais simples ao mais inesperado. Dois dos modos mais simples são o ‘Primeira Ideia’ e ‘ Ideia
maluca’. Para a ‘Primeira Ideia’ , apenas encoraje as crianças a escrever a primeira solução que
vier à cabeça, não importa o quando desproposital, impraticável ou chata possa parecer. Você
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pode garantir a eles que esta não será a ideia final, mas escrevendo esta primeira, faz com que
as próximas fluam melhor. E a próxima, e a próxima...
‘Idea Maluca’ é sobe tentar lidar com ideias que posam parecer malucas, ridículas, sem
propósito, extremamente bobas, inapropriadas, irresponsáveis... o importante é ter a ideia.
Novamente, elas não são as certas, mas podem ser provocações úteis. Utilizando ideias
malucas de um ponto de partida, você pode caminhar para uma solução mais sensível, mas
ainda assim inesperada.
Analogia
Geralmente grandes ideias vêm de como olhamos fora do contexto do problema para o qual
estamos criando as soluções. Encoraje as crianças a pensar em outros contextos similares.
Quais analogias podem ser desenhadas entre este problema e problemas que podem ser
encontrados em situações muito diferentes?
Identificando estes contextos análogos, a inspiração pode ser desenhada a partir de como
foram solucionados os problemas similares, ou simplesmente através da observação de como
as coisas funcionam e como as pessoas se comportam nestes contextos.
Provavelmente não existirá solução mágica que apareça do nada, mas as ideas pinçadas destas
comparações, podem ser inesperadas e úteis.
Selecionando as ideias
Se a parte IMAGINAR do processo transcorrer bem, agora você terá uma bagunça de ideias.
Provavelmente elas oscilam do normal ao ridículo, do mais ou menos ao bem estruturado.
Para avançar, as crianças precisarão decidir quais são as ideias mais fortes. Antes disso, eles
devem querer passar algum tempo revisando, expandindo e melhorando as ideias.
Para selecionar uma ideia, o mais importante é referenciar de volta ao desafio ‘como nós
podemos...’ e decidir quais ideias serão mais efetivas para alcançar o objetivo.
Prototipagem
Nem toas as ideias podem ser traduzidas em objetos físicos. Algumas ideias são melhor
exploradas, testadas e refinadas através de protótipos de papel. Particularmente para
processos e interfaces digitais.
Se a sua ideia é construir coisas, então um diagrama de processos como um pode ser um
ótimo modo de ‘construir’ e deixar as pessoas vivenciarem.
Se sua ideia é um app de celular, um dispositivo touch screen ou qualquer outro tipo de
sistema virtual, você pode criar sketches da interface para que as pessoas possam interagir.
Melhorando
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Algumas crianças irão finalizar suas soluções e estarão prontas para o próximo passo. Um dos
maiores benefícios possíveis do Design Thinking, é o desenvolvimento do foco e a resiliência.
Encorajando as crianças a aprender através de processos de prototipagem e teste, e trabalhar
a fim de incrementar as suas idéias.
Para nos ajudar com isso, uma matriz 2x2 pode ser usada para capturar o resultado do teste.
Em um quadrante é escrito todas as melhores partes da solução, no outro todos os problemas
e deficiências. No terceiro quadrante as mudanças já identificadas e no quadrante final as
questões que ainda precisão ser respondidas.
Uma vez capturadas estes aprendizados práticos, as crianças podem deliberar para decidir
como podem fazer com que suas ideias sejam ainda melhores.
Trabalhando em Grupos
O processo de Design Thinking descrito aqui trabalha bem individualmente (com suporte de
um facilitador), mas é ainda melhor em grupos. Grupos podem trabalhar de forma
colaborativa com a turma toda, ou você pode ter vários indivíduos ou grupos trabalhando
separadamente em suas próprias ideias.
Na exploração e ideação é tipicamente efetivo deixar o grupo trabalhar individualmente ou em
pequenos times por um período, e então junta-los novamente para que possam compartilhar
e discutir,
Trabalhar com o processo de Design Thinking em grupos é também um excelente meio de
construir habilidades em comunicação e colaboração. Para extrair ao máximo este aspecto,
passe um tempo discutindo os benefícios e desafios do trabalho em grupo. Então, depois
converse com os alunos sobre suas experiências em grupo.
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