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Memória
Algumas crenças:
1. Estamos conscientes de tudo o que vivenciamos;
Algumas crenças:
2. Toda vez que nos lembramos de algo há uma sensação
de relembrança;
Algumas crenças:
3. A mente forma imagens correspondentes a momentos
vividos e essas são armazenadas de modo estático.
Lembrança é entendida como representação de dados,
independente do que a pessoa vivencia durante o
momento de relembrar e do que ocorreu entre o evento e
o momento atual.
É a mera lembrança de eventos passados.
Algumas crenças:
Definição
Memória é o modo como eventos passados afetam
funções futuras.
O cérebro é composto por redes neurais capazes de
disparar de várias maneiras, padrões, ou perfis de
rede neural que alteram o modo como vamos
enfrentar o futuro.
Nessa aprendizagem, nem sempre nos
recordamos das primeiras experiências.
O cérebro aparenta funcionar tanto segundo a teoria
conexionista, ou de processamento distribuído
paralelamente
Falamos ainda de “células avós”, capazes de reconhecer o
rosto da avó de modo singular.
Apenas neurônios individualizados;
Processamento localizado.
A estrutura de uma rede neural permite a aprendizagem por
meio de um processo de codificação que inicialmente ativa
padrões de disparo de neurônios distribuídos pelo cérebro.
O disparo de um componente neuronal ou de uma
coletividade em uma rede neuronal altera as
probabilidades de padrões de disparo no futuro.
Postulado de Hebb
e neurônios
espelho.
Se houve disparo no passado, a probabilidade futura
aumenta, o que pode levar a mudanças na composição
quantitativa sináptica
Aprendizagem
Plasticidade neuronal
Potenciação de longo prazo, com aumento de
força nas conexões entre certos neurônios.
Esse padrão de disparos contém informação.
O aumento da probabilidade de disparo de certo padrão
semelhante dos neurônios evidencia como essa rede se
lembra.
A experiência molda a estrutura do cérebro. Teoria do
apego.
Essas mudanças sinápticas refletem o impacto de como as
experiências podem moldar o funcionamento e estrutura do
cérebro
Aprendizagem dependente de vivências.
Implicações clínicas. Pacientes evitativos.
O cérebro do bebê tem uma superabundância de neurônios,
mas com poucas conexões sinápticas no nascimento.
Experiência, informação genética e fatores reguladores
epigenéticos determinarão em grande medida a extensão
em que essas conexões ocorrerão.
Use it, or lose it!
Visualmente o cérebro do bebê mostra predominância de
massa cinzenta, correspondente a mais corpos celulares.
À medida que a criança cresce, a massa cinzenta se
reduz e a predominância é de substância branca,
referente ao aumento de dendritos e sinapses.
Para armazenagem de longo prazo, os disparos neurais na
verdade ativam o maquinário genético para a produção de
proteínas necessárias para o estabelecimento de novas
conexões sinápticas
Especificidade de cada cérebro e expressão da
neuroplasticidade em função da individualidade de
vivências de cada indivíduo.
Implicações Clínicas: estresse agudo e estresse crônico
Trabalhos recentes sobre plasticidade nos córtices
sensoriais introduziram a ideia de que a estrutura do
cérebro, mesmo o córtex sensorial, é única para cada
indivíduo e dependente da história vivenciada dessa
pessoa.
Memória refere-se ao modo como eventos podem
influenciar o cérebro e alterar sua atividade futura de
uma maneira específica.
Como acontece esse
processo?
Assistir a um nascente/poente bonito, passamos por um
processo de codificação dessa experiência e depois por
outro de armazenamento.
O armazenamento de memória pode ser entendido
como a mudança na probabilidade de ativação de
uma rede neural específica no futuro.
Outra forma de se definir a memória seria, portanto,
considerá-la como um processo baseado na alteração
das probabilidades de disparo neuronal.
Relembrar ou recuperar aquela lembrança corresponde à
ativação desse perfil potencial da rede de neurônios, de
modo semelhante ao ocorrido no passado, na hora do
evento.
Assim, quando você tenta intencionalmente se
lembrar do poente, vai experienciar uma
imagem visual interna do momento vivido, uma
representação visual, bem como de registros
pessoais correspondentes àquele instante.
Resultado do axioma de Donald Hebb (1949)
Neurônios que disparam juntos tendem
a disparar em conjunto no futuro,
criando um padrão de disparos =>
associação de células.
Esse princípio envolve associação anatômica e
temporal dos neurônios, criando grupamentos de
neurônios que disparam em sintonia.
Parece que os registros iniciais da percepção dessas
experiências ocorrem principalmente nas regiões
posteriores do cérebro, principalmente os aspectos visuais
da experiência
Já os processos de codificação e de recuperação desses
eventos devem ser mediados por regiões distintas daquelas
do armazenamento, como partes orbitofrontais do córtex pré-
frontal
Córtex Orbitofrontal
Córtex Ventromedial
Córtex Prefrontal Lateral
Giro Cingulado Anterior
Portanto, diferentes regiões são recrutadas para viabilizar o
processo integrativo da memória.
O armazenamento é a probabilidade de certos grupos de
neurônios dispararem em conjunto, o que torna cada
vivência única, mesmo quando testemunhada por muitas
pessoas.
Se durante a vivência a pessoa sofreu uma
agressão, ou estava em um bom momento, toda a
coloração do evento modifica-se e repercute no
futuro.
O impacto inicial de uma experiência no cérebro é
chamado de “engrama”. O engrama pode conter vários
níveis de experiência:
• Semântico (factual – algo sobre o sentido de um
poente na vida da pessoa);
• Auto-biográfico (seu senso de si mesmo naquela
época de vida);
• Somático (como seu corpo se expressou
naquele momento);
• Perceptual (como eram temperatura, vento, cheiros e
ruídos daquele instante);
• Emocional (humor basal da pessoa naquele
momento);
• Comportamental (como agia naquele
momento).
O engrama original desse poente incluiria vínculos
conectando cada uma dessas formas de representação
Importância para tratamento de lembranças do
passado em psicoterapia – disparadores.
Vínculos associacionais, o que aumenta a possibilidade
de que vários desses níveis acima sejam evocados no
momento de se relembrar uma memória
Quais os disparadores de comportamentos
sintomáticos.
Com o intuito de se compreender melhor esses aspectos
distintos de memória, cientistas chamam de memória
semântica explícita a memória para como nos lembramos
de fatos.
Memória episódica explícita ou memória
autobiográfica para lembranças em que estávamos
presentes no momento em que ocorreram.
Também podemos chamar as memórias explícitas,
passíveis de serem traduzidas em palavras, de serem
declaradas = memórias declarativas.
Aqueles outros níveis de memória, para as quais não
encontramos usar palavras adequadas, para
declarar a natureza dessa recordação,
denominamos como implícitas, ou não-
declarativas.
Memória não é um recorte estático e sim um processo
dinâmico, e a cada vez que nos lembramos de algo, nosso
estado atual interfere na recordação, de modo que sempre
reconstruímos e mesclamos a memória original e nossas
emoções atuais.
A expectativa daqueles que nos escutam relatar a história
pode afetar profundamente a seleção dos detalhes.
Alguns autores entendem que a memória guarda uma
essência, correspondente a uma versão original, mais
facilmente acessada, mas com perda gradativa dos
detalhes, à medida que o tempo passa.
Relembrar não é apenas a reativação de um
engrama antigo; é a construção de um novo perfil de
rede neural, com elementos do engrama antigo,
acrescido de elementos de outras memórias e as
influências de nosso estado mental atual.
Memória implícita
Infantes são capazes demonstrar recordação para
experiências na forma de aprendizagem comportamental,
perceptual, somatossensorial e emocional.
Bebês viram a cabeça em direção a estímulo aprendido.
Se há susto com barulho de brinquedo, reagirá mal com esse
brinquedo no futuro = memórias implícitas => são disponíveis
desde o início da vida e, quando resgatadas, não aparentam
carregar com elas senso de que algo é lembrado.
Conexão com vivências traumáticas precoces e queixas
atuais sem origem aparente.
O bebê apenas se incomoda com certo brinquedo.
Memória implícita
Memória implícita envolve partes do cérebro que não
requerem processamento consciente durante codificação
ou recuperação (comportamentos, emoções, sensações
físicas e imagens).
Memória implícita
Agimos, sentimos e imaginamos sem o
reconhecimento da influência de experiências
pregressas em nossa realidade presente.
Memória implícita inclui a amígdala e outras
regiões límbicas para memória emocional; os
gânglios basais e o córtex motor para memória
comportamental, e os córtices perceptuais para
memória perceptual.
Memória implícita
Memória somatossensorial (configuração do próprio
corpo) também é uma parte de processos implícitos,
provavelmente mediada pelo córtex somatossensorial,
córtex órbito-frontal, ínsula anterior e cingulado anterior
(regiões responsáveis por representações corporais),
especialmente no lado direito do cérebro (lobo temporal
direito).
Memória implícita
CÉREBRO
Listas 3D
Modelos mentais
O cérebro percebe semelhanças e processos
comparativos que apontam para essas semelhanças e
para diferenças nas experiências, organizando modelos,
esquemas ou mapas mentais. O propósito dessa
organização adicional é ode melhor entender o ambiente
e preparar a pessoa para o futuro..
Modelos mentais
A mente do bebê é capaz de fazer somatórios, ou
representações generalizadas dessas repetições e
formam a base de modelos mentais, ou esquemas, que
ajudam o infante a interpretar experiências atuais, assim
como a antecipar outras futuras.
Modelos mentais
São os principais componentes de memórias
implícitas.
O cérebro usa vários canais perceptuais para criar
representações neurais do mundo externo e formam
modelos multimodais como a aprendizagem do mamilo
materno pelo bebê.
Modelos mentais
Modelos mentais ajudam a mente a buscar objetos ou
experiências familiares e a saber o que esperar do
ambiente – isso começa com as diferentes dimensões do
seio e avança pelas faces e espaços familiares.
O cérebro pode ser entendido como uma máquina
de antecipação, constantemente escaneando o
ambiente e tentando determinar o que virá em
seguida => aumento de probabilidade de
sobrevivência, de respostas mais adaptativas aos
desafios do ambiente.
Modelos mentais
Experiências prévias moldam nossos modelos
antecipatórios e o termo memória prospectiva tem sido
usado para descrever como a mente tenta “lembrar-se do
futuro”. Essa é uma das essências do processo geral de
aprendizagem.
Modelos mentais
Antecipar o futuro pode ser um componente fundamental
de memória implícita, muito distinto da capacidade para
planejar-se para o futuro, que depende de memória
explícita (e córtex pré-frontal).
Modelos mentais
O estudo da regulação de expressão genética –
epigenética – revela que a experiência modela o
controle molecular de como informação modela o
crescimento do cérebro.
Modelos mentais
Portanto, processos tais como memória, atenção,
percepção e respostas emocionais podem ser
compreendidas (ao menos em parte) por suas funções
anteriores na história evolutiva de nossa espécie, bem
como pelas condições atuais, a experiência de
indivíduos, e talvez até mesmo a experiência de nossos
ancestrais imediatos.
Conforme a Teoria de Apego (Bowlby), em situações de
Apego Seguro o bebê desenvolve modelo mental que
contempla a previsibilidade de reações cuidadores.
Memória implícita – estruturação de
estilos de Apego
Se há rupturas na interação mãe-bebê, a repetição de
experiências e a comunicação contingente da mãe
asseguram ao bebê essa relação reestabelecida o mais
brevemente possível.
Desenvolvimento de memória
implícita
Nos casos de Apego Inseguro, rupturas inevitáveis de
relacionamento são experienciadas com menos
previsibilidade emocional, com distância ou reações
assustadoras ou assustadas dos cuidadores.
Memória implícita – estruturação de
estilos de Apego
Essas experiências são codificadas implicitamente e o
infante forma representação generalizada de que
relacionamento com os cuidadores pode ser pautado
por incerteza, distância ou medo.
Memória implícita – estruturação de
estilos de Apego
Ficar sozinho com uma figura parental que já foi fonte de
confusão e terror pode reativar representações implícitas
de ameaça, criar mundo interno assustador,
desorganizador e instável para a criança.
Memória implícita – estruturação de
estilos de Apego
Esse estado mental é aprendido ao longo do primeiro ano
de vida, com o amadurecimento principalmente do
hemisfério direito do cérebro .
Memória implícita – estruturação de
estilos de Apego
Essas codificações de memórias moldam arquitetura do
self da criança em crescimento. Esse é o âmago da
memória implícita.
Memória implícita – estruturação de
estilos de Apego
Por volta dos 18 meses, maturação de várias partes do
cérebro permite à criança compreender e expressar
linguagem.
Memória implícita – estruturação de
estilos de Apego
As partes frontais do cérebro se desenvolvem
rapidamente e a capacitam a ter memória evocativa,
na qual se acredita que ela seja capaz de presentificar
na mente uma imagem sensorial dos pais => se
acalmar e regular estado emocional.
Memória implícita – estruturação de
estilos de Apego
Crianças devem se acalmar com auxílio da imagem de uma
figura parental => apego seguro; e a se sentirem ansiosas,
distantes ou amedrontadas casos apego inseguro.
Memória implícita – estruturação de
estilos de Apego
Em situações apego seguro bebê desenvolve modelo
mental que contemple previsibilidade de reações dos
cuidadores.
Resumo
Se houver rupturas interação mãe-bebê, repetição de
experiências e comunicação contingente da mãe asseguram
ao bebê que essa relação seja reestabelecida mais
brevemente possível.
Resumo
Memória implícita antecipa futuro e indica a
continuidade da comunicação contingente, que a mãe
foi capaz apreender a mente da criança e de
responder com afeto e compaixão = desenvolvimento
de um self implícito seguro.
No caso de infante com apego inseguro, as rupturas
inevitáveis de relacionamento foram experienciadas com
menos previsibilidade emocional, com distância ou
mesmo reações assustadoras ou assustadas dos
cuidadores.
Resumo
Essas experiências também codificadas
implicitamente e a mente do infante tem
representação generalizada de que esse
relacionamento traz incerteza, distância ou medo.
Com ocorrência crônica, esses estados podem ser
facilmente ativados (resgatados) no futuro, de
modo que se tornam traços característicos do
indivíduo.
Implicação para a clínica – Queixas sem origem
definida
Nossas vidas podem ser moldadas pela reativação
de memórias implícitas que carecem do sentido de
serem relembradas.
A transferência pode ser descrita como a ativação de
modelos mentais antigos e estados mentais de nossos
relacionamentos com figuras importantes do passado –
o que acontece o tempo todo.
Por volta dos 2 anos, bebês descrevem lembranças dos
eventos do dia e se lembram de eventos mais antigos => reflete
a maturação do lobo temporal medial (inclui o hipocampo –
responsável por armazenar memória de longo prazo), e os
córtices parietal e órbito-frontal. Esse processo é que permite
memória explícita.
Memória explícita: fatos, eventos, e
consciência autobiográfica
Senso de sequência de eventos fornecida pelo hipocampo –
um mapeador cognitivo.
Crianças começam a esperar o que vem primeiro e o que
vem em seguida em uma determinada situação (fort/da,
de Freud + contar historinhas+ músicas) e podem ter
reações acentuadas se algum desvio do previsto ocorre.
Modelos de memória declarativa geralmente afirmam que esses
traços distintos ou fragmentos precisam ser vinculados para
armazenamento duradouro de memória ser bem sucedido.
Memória explícita: fatos, eventos, e
consciência autobiográfica
Recuperação, ensaio e consolidação compreendem ativação
sincrônica de redes corticais dispersas e essa atividade pode
ser do mesmo tipo necessário para experiência consciente em
geral. Possivelmente a formação de memória e início da
consciência sejam sinônimos – self como memória.
Memória explícita: fatos, eventos, e
consciência autobiográfica
Memória pode ser influenciada pelo uso de linguagem
nos padrões de comunicação tanto da microcultura
familiar quanto da sociedade em geral. Acrescenta-se
ainda o uso de línguas estrangeiras e o registro de
experiências em áreas distintas do cérebro –
implicação para a clínica.
Memória explícita: fatos, eventos, e
consciência autobiográfica
Memória implícita Memória explicita
Forma precoce de memória – presente
antes mesmo do nascimento.
Memória tardia – começa a partir
do 1º ano de vida.
Desprovida de experiência subjetiva
interna, de relembrança, de self ou
tempo.
Semântica (factual)
desenvolvimento inicial entre 1 e 2
anos de idade.
Autobiográfica (coleções de
memória episódica): a partir do 2º
ano.
Envolve modelos mentais.
Requer atenção focal para ser
codificada.
Inclui memória
comportamental, emocional,
perceptual e
somatossensória.
Atenção focal Não requerida
para codificação.
Necessário hipocampo para
armazenamento e recuperação.
Resumo
Memória semântica (fatos) permite representações
proposicionais – símbolos de fatos externos ou internos
podem ser declarados com palavras, ou de modo gráfico
e avaliadas como “verdadeiras” ou “falsas” = noese =>
nos permite conhecer fatos do mundo.
Memória semântica
Memória episódica (autobiográfica) requer autonoese
(autoconhecimento) e aparenta ser dependente do
desenvolvimento das regiões corticais do cérebro.
Contribuição especial da consciência autonoética é
a capacidade de fazer viagem mental no tempo: ter
um sentido de lembrança de si no passado,
consciência do self no presente vivido e projeções
desse self no futuro imaginado.
Memória episódica
Transição de um self individual para um self cultural
depende de experiências da linguagem em seu uso
social = práticas sociais, mas seu impacto é
profundamente pessoal, envolvendo a consciência
social / cognitiva e capacidade para novos níveis
mentais de representação e pensamento reflexivo.
Intervenções para aumentar reflexão parental em
relação a experiências compartilhadas melhoram
o senso de self da criança em desenvolvimento.
Memória episódica
Comunicação com os pais e outros cuidadores incentiva
diretamente capacidade da criança para consciência
autonoética.
Comunicação compartilhada sobre eventos intensifica
lembrança. Conversas sobre eventos passados durante a
primeira infância têm efeitos profundos na memória
autobiográfica.
Aspectos experienciais distintos da memória parecem
envolver diferentes centros cerebrais.
Recordação semântica aparenta envolver dominância de
ativação do hipocampo esquerdo em relação à direita =>
conhecemos um fato sem qualquer sentimento que seja
parte de nossa vida experienciada.
Memória semântica
Recordação autobiográfica, em contraste, envolve mais
hipocampo direito e córtex órbito frontal direito =>
inclusão de aspectos emocionais e físicos.
Memória episódica
Memória de trabalho e a memória mais estável, de
longo prazo – em certos casos de pacientes com
transtorno de atenção, a memória de trabalho parece ser
incapaz de lidar com mais elementos simultâneos, como
em outro tipo de indivíduo => alterações do córtex pré-
frontal lateral.
Memória de trabalho
Possivelmente a memória de trabalho é uma propriedade
emergente das interações funcionais entre o Córtex Pré-
Frontal e outras áreas do cérebro.
Memória de longo prazo = processo pelo qual itens
são armazenados por longos períodos de tempo,
para além da memória de trabalho.
Memória de trabalho
Se a memória de trabalho persistisse, seríamos
atropelados por conteúdos úteis e inúteis.
A memória de trabalho aparenta ser independente
de síntese de proteínas ativada por genes; envolve
alterações funcionais (não estruturais) na força
sináptica, tais como aumento na excitabilidade
sináptica => maior probabilidade de disparo
neuronal.
Memória de trabalho
Diferença entre memória de trabalho e a de longo prazo não
é bem definida.
Hipocampo parece ser crucial para codificação e
recuperação de memórias explícitas de longo prazo.
Memória de longo prazo
Quanto mais tempo a memória ficar registrada, mais
consolidação cortical precisa ocorrer, com
recrutamento do córtex associativo e envolve
reorganização de traços de memória existentes, não
novos engramas.
Condensa elementos de memória a novos
conglomerados de representações e incorpora
outros elementos não integrados em um todo
funcional. Isso torna esse material acessível
pela pessoa sem o recrutamento do
Atualmente não há muita clareza do papel do sono REM ou
do sono de ondas lentas para efetivar esse processo de
consolidação de memórias.
Memória de longo prazo
Algumas pessoas com trauma crânio-encefálico
podem perder a habilidade de armazenar memórias
de longo prazo via hipocampo, mas preservam a
memória de trabalho intacta, bem como as memórias
implícitas (amarrar sapatos, andar de bicicleta).
Consciência autonoética envolve a experiência
de viagem mental no tempo e é diretamente
ligada aos processos nas regiões pré-frontais do
cérebro.
Trata-se, portanto de processo mental construtivo que cria o
self dentro do mundo social.
Memória de longo prazo
Estudos apontam para as regiões pré-frontais –
especialmente o córtex órbito-frontal no hemisfério
direito – como uma área crucial para integrar memória,
apego, emoção, representação e regulação corporal e
cognição social. (imagem do cérebro)
Quando uma memória implícita é recuperada, não há
consciência disso: amarrar um sapato.
Já uma memória explícita será acompanhada pelo
senso de lembrança: os afluentes da margem
direita do rio Amazonas (memória semântica =
sem nossa participação) ou o relato de um
churrasco no fim de semana passado (memória
episódica = autobiográfica, com nossa presença
no evento).
Experiência subjetiva de recuperação de
memória implícita ou explícita
Memórias semânticas aparentam recrutar mais
hemisfério esquerdo e memórias episódicas recrutam
mais áreas do hemisfério direito. => mecanismos
distintos. Em ambos os casos, observa-se
recrutamento do hipocampo direito, mas a episódica
inclui ativação do córtex órbito-frontal, conforme
avaliação elétrica (EEG).
Experiência subjetiva de recuperação de
memória semântica ou episódica
Além disso, em memória episódica a consciência
autonoética implica uma viagem temporal (como
eu estava lá naquele momento, ou como o “eu”
daquele momento volta a sentir aquelas coisas
agora), o que significa a ativação das regiões pré-
frontais, bem como integração e sequenciação de
dados armazenados posteriormente em conjuntos
representacionais; funções executivas que
oferecem um controle mais amplo de processos
distribuídos pelo cérebro, bem como a mediação
de cognição social e autorreflexão.
Experiência subjetiva de recuperação de
memória episódica
A consciência de transitar pelo tempo, de se sentir
subjetivamente no passado, presente ou futuro significa
um processo de construção mental ativo, que cria o self
em um mundo social.
Experiência subjetiva de recuperação de memória explícita
Recuperação de memória episódica ou
semântica
Ao resgatar uma memória, ela pode ser relembrada como
evento observado à distância, como se o observador
assumisse uma perspectiva de um espectador.
Essa recordação de observador, que alguns podem
considerar como forma distanciada de
recuperação episódica, mas outros podem alegar
ser a memória de evento com resgate semântico.
Em outros casos, o relembrar incluiria mais a pessoa e a
situação seria vista a partir da perspectiva pessoal.
Lembranças de observador requerem menos emoção ou
intensidade emocional do que a lembrança de
participantes.
Recuperação de memória episódica ou
semântica
Implicações clínicas – fascinante pensar que em situações
de dissociação mais grave a pessoa comenta se recordar
dos eventos traumáticos como se fosse apenas uma
observadora externa, como se observasse de fora da cena.
Provavelmente se trata de uma estratégia cerebral de
transformar uma memória episódica em semântica,
com menos ativação das áreas pré-frontais e redução
da consciência autonoética.
Por outro lado, há situações em que a pessoa se
lembra de certas memórias como se a estivesse
participado do trauma, como no caso de “falsas
memórias” de abuso sexual.
Provavelmente em situações traumáticas, o cérebro
percebe a memória como potencialmente destrutiva
para seu equilíbrio e busca formas mais adequadas de
lidar com esse conteúdo, alternando entre memória
semântica e episódica de modo a encontrar um melhor
sentido.
De um modo ou de outro, o processo de recuperação de
memórias traumáticas de caráter episódico/semântico sofre
de perturbações em casos de dissociação, incluindo a
possibilidade de amnésia dissociativa, quando apenas
conteúdo de memória implícita volta à consciência por meio
de sintomas.
A recuperação da memória é mais intensa quando as
condições na hora da lembrança se assemelham àquelas
da codificação inicial.
Dependência de Estado
Quando existe esse pareamento entre os registros
interiores da pessoa e um estímulo externo que evoca a
representação da lembrança explícita, a esse fenômeno
chamamos de ecforia.
A ecforia marca esse vínculo momentâneo entre
presente externo e passado interno, com a
recuperação da memória correspondente.
As semelhanças podem ser do mundo físico
(imagem, cheiro particular, sons específicos) ou
do estado mental da pessoa (uma emoção
especial, nível de ativação de um estado de
ansiedade, expectativa). Por isso se diz que
memória explícita é dependente de estado.
Implicações clínicas – digno de nota é a observação de
disparadores, ou gatilhos, que precipitam um
comportamento compulsivo.
Dependência de Estado
No ambiente da pessoa existe uma menção ao tema de
dieta, por exemplo, e a pessoa se remete a um passado
no qual era forçada a comer.
Dependência de Estado
Em vez disso, sente um impulso de vomitar e fugir dessa
lembrança perturbadora. Nessa descrição específica, o
sintoma teria por objetivo exatamente evitar a evocação da
memória traumática, uma evitação do processo de ecforia.
A pessoa tem uma sensação ecfórica, de que uma
lembrança ocorreu, mas a imprecisão pode ser
resultado de imaginação, sonhos ou alguma reação
dissociativa.
Dependência de Estado
Às vezes a pessoa tem um senso de lembrança,
correspondente à ativação de áreas pré-frontais e a
consciência autonoética, mas isso não necessariamente
corresponde a uma ecforia.
O hipocampo é capaz de codificar o mapeamento de
experiências, dando a elas um contexto no qual podem ser
registradas e armazenadas.
As representações reais dessas experiências
supostamente são armazenadas nas porções mais
posteriores do cérebro.
As regiões pré-frontais são responsáveis pelo
processo de criar um estado episódico de resgate, no
qual certos disparadores acionam a representação
armazenada - ecforia.
Quanto mais posterior esquerdo => mais semântico e
factual.
Quanto mais anterior direito => mais episódico e
autobiográfico.
Resgate ou recuperação de memórias é um
modificador de memórias: o ato de reativar uma
representação pode permitir que seja armazenada de
novo, mas de forma modificada, em função de nosso
estado atual.
Implicações clínicas – esperança para vítimas de estresse
pós-traumático!
Portanto, eventos que consideramos como fatos
consumados (não se pode mudar o passado!) podem
na verdade modificar com o tempo e evoluir ao longo da
vida.
Luto! Pesquisa recente destaca o equívoco de se pedir para
uma pessoa enlutada que faça diário de seus sentimentos –
reforço da representação mental.
Vivências ecfóricas normalmente incluem processo de
reconstrução por mesclar a evocação de uma memória
explícita com outras memórias implícitas!
Essa conexão promove a associação de uma ecforia
com outras memórias aparentemente aleatórias.
Implicações clínicas – processo de associação livre +
Elementos não-verbais de relatos podem convergir ou
contradizer o material falado.
Terapeuta sempre observar linguagem não verbal que
acompanha relatos.
Memória explícita requer maturação neural do hipocampo
para permitir expressão completa de primeiramente memória
semântica e somente mais tarde a episódica.
A amígdala se desenvolve mais rapidamente que o
hipocampo, permitindo monitoramento precoce de perigos
no ambiente, inclusive ainda no ventre materno.
O hipocampo não – demora mais tempo no processo
de maturação.
Pais elaboradores falam com seus filhos sobre o que elas,
as crianças, pensam sobre as historinhas que leram juntos.
Estilos parentais e culturais
Pais factuais comentam apenas sobre os fatos da
história, não a imaginação da criança, o que promove
crianças com habilidade menos desenvolvida para se
lembrar de experiências compartilhadas.
Crianças incentivadas a expressar opiniões sobre suas
vivências desenvolvem mais rapidamente um conhecimento
emocional.
A relação interpessoal é crítica para a criança organizar sua
experiência, tanto por meio de incentivo de relatos anteriores,
durante e posteriores a determinado evento, o que contribui
para consolidação de memória desses eventos.
Pais ajudam os filhos na co-construção de narrativa da
memória e da imaginação deles.
Nesses casos, o desenvolvimento da inteligência
emocional corresponde ao incentivo parental de entender
diferentes pontos de vista e o que se passa na mente da
criança.
Se determinada cultura privilegia foco nas relações ou
no indivíduo, também a forma de perceber ambientes
se diferencia em crianças de diferentes culturas.
Assim como a lembrança, também o esquecimento é
fundamental para saúde cerebral – seleção de estímulos
importantes e banais => maior previsibilidade do futuro.
Lembrar e esquecer
Processo de recordação aparenta corresponder a uma
curva do estilo U invertido com relação ao impacto
emocional.
Eventos considerados simples, sem repercussão
emocional (número de quarto de hotel) são
armazenados por pouco tempo;
Eventos mais marcantes, com repercussão emocional
(casamento, nascimento de filho) são registrados em
detalhe por mais tempo;
Eventos excessivamente marcantes, com muita
repercussão emocional – algo trágico, pode também ter
o registro e integração do conteúdo prejudicados –
hormônios do estresse (cortisol, adrenalina,
noradrenalina) afetam consolidação de memórias
declarativas no hipocampo.
Experiências interpessoais aparentam ter efeito direto no
desenvolvimento de memória explícita.
Em relação ao nível de estresse, nível reduzido de
estresse apresenta nível neutro; nível intermediário de
estresse facilita a memória; nível elevado impede
consolidação da memória explícita e aumenta o risco de
dissociação entre memória implícita e explícita, com
repercussões importantes para a clínica.
Estresse crônico pode produzir um nível basal elevado de
hormônio do estresse e liberação diária anormal dessas
substâncias (principalmente cortisol), produzindo efeitos de
médio prazo no hipocampo (onde há maior número de
receptores de cortisol) podem ser inicialmente reversíveis,
mas envolvem inibição de crescimento neuronal e atrofia de
receptores celulares – dendritos.
Presença crônica de cortisol no hipocampo conduz à
morte de neurônios e à diminuição do tamanho do
hipocampo, uma característica encontrada em
pacientes com TEPT.
Se por um lado nível mais elevado de cortisol interfere
no funcionamento do hipocampo, prejudicando a
codificação e armazenamento de memória explícita;
por outro lado a ativação excessiva da amígdala, bem
como do SNA leva à liberação de adrenalina e
principalmente noradrenalina, que contribuem para
intensificar a codificação de memória implícita.
Portanto, uma vivência traumática pode ter
efeito diferenciado na codificação e
armazenamento de memória explícita (inibida
por cortisol) e memória implícita (incentivada
pela noradrenalina e amígdala).
Nessa situação significativa (com o engrama do trauma
recebendo comprovação emocional da amígdala),
aumenta a probabilidade de recuperação de memória
implícita no futuro, o que traz novas implicações para a
clínica do trauma e do estresse pós-traumático.
Experiências que recebem qualificação emocional são
mais prontamente relembradas no futuro.
Emoção envolve processo modulador que
intensifica criação de novas conexões sinápticas
por meio de plasticidade neuronal.
Emoção é um processo que auxilia a pessoa a
focalizar atenção e cria as condições
neuroquímicas que propiciam neuroplasticidade
no cérebro.
Há ainda que se destacar a importância de respostas
mais imediatas propiciadas pelas reações do SNA e outra
ativação de mais longo prazo, mobilizada pelo sistema
endócrino.
Esses impactos podem ser observados tanto em
respostas fisiológicas diretas, quanto em reações
cognitivas mais complexas.
Dissociação
Se uma pessoa sofre um trauma, tenta se dissociar
(mudar o foco de atenção para um aspecto não
traumatizante do ambiente, ou por meio da imaginação
para ao menos tentar uma fuga parcial do evento).
Diante dessa reação dissociativa, partes
explícitas do evento não são codificadas, mas as
implícitas sim, provocando sintomas
posteriormente, sem recordação do porquê do
desconforto = amnésia psicogênica, mas com
elementos intrusivos implícitos, tais como
impulsos de fuga, reações emocionais, reações
físicas e sensação de pânico.
Dissociação
Implicações clínicas – maior risco de TEPT e redução do
hipocampo
No caso de trauma não resolvido, os indivíduos ficam
inundados por recordações de memória implícita, nas
quais eles perdem as características de
automonitoramento de lembrança episódica e sentem
não como se estivessem lembrando intensamente de
um evento passado, mas que se encontram no evento
agora.
Outros têm o conhecimento de um evento
traumático, mas não têm senso de self.
Têm consciência noética, mas não autonoética
da experiência.
Dissociação
Estudos mostram assimetria significativa de atividade
hemisférica, com memórias traumáticas não-resolvidas
sendo associadas com padrão de ativação dominante
excessivamente do hemisfério direito (mais emoção e
sensações físicas – carência de linguagem simbólica).
Estudos sugerem a importância de cooperação
bilateral dos hemisférios como necessária para
consolidação de memória em geral.
O fracasso para consolidar memórias de eventos
traumáticos deve, portanto, ser a essência de
trauma não-resolvido.
Essa resolução significa em narrativa
autobiográfica coerente e resolução dos
transtornos de sono REM.
Dissociação
Essa inabilidade para estabelecer senso de coerência e
continuidade pode promover o isolamento de estados
traumáticos em relação ao funcionamento integrativo do
indivíduo.
Elementos implícitos continuam a agir, afetando e
moldando a pessoa, sem que ela tenha um sentido
de origem de suas dificuldades.
Esses elementos podem invadir as experiências
internas da pessoa, bem como seus
relacionamentos interpessoais.
Dissociação
Implicações clínicas - A ausência de uma consolidação
cortical da memória pode ser observada clinicamente
pela ausência de versão narrativa de uma experiência
traumática, com dificuldade de se estabelecer um senso
de coerência e continuidade ao longo dos vários estados
mentais.
Terror sem palavras pela falta de
integração/consolidação cortical.
Dissociação
Estados traumáticos podem permanecer isolados do
funcionamento tipicamente integrativo do indivíduo e
assim impedir o desenvolvimento emocional da pessoa,
sua capacidade de autorregulação e funcionamento do
sistema imunológico.
Implicações pedagógicas - Outro impacto de saúde
pública é que a atrofia do hipocampo e a consequente
dificuldade em consolidar memórias dificulta essas
crianças de desfrutarem de um ambiente de
aprendizagem, com severas limitações acadêmicas de
curto e longo prazo.
O impacto implícito do trauma pode influir na
experiência (in)consciente da pessoa, mas sem que
ela tenha um senso de suas origens no passado.
Modelos mentais implícitos ajudam a moldar a
organização de memória autobiográfica explícita
(ex. Impermeabilidade a elogios).
Dissociação
Crianças traumatizadas com modelos representacionais
inseguros podem experienciar mais reações traumáticas
estressantes, em parte por serem menos capazes de se
engajar em relacionamentos interpessoais bem
sucedidos e de apoio.
Relacionamentos de apego que oferecem conexão
emocional e segurança tanto em casa quanto na
comunidade, podem conferir resiliência e modos
mais flexíveis de adaptação diante de adversidades.
Demência
Demência
Há no mundo atualmente uma estimativa de 44 milhões de
pessoas que sofrem de demência.
Em 2050 espera-se que esta cifra suba para 115
milhões.
Os pesquisadores acompanharam 625
participantes que desenvolveram
pressão alta nos seus anos 90 por até
10 anos e o risco de demência foi 55%
menor do que em outras pessoas sem
histórico de hipertensão.
Estudo da Universidade da Califórnia sugere
que pressão alta para quem tem mais de 90
anos pode preservar células do cérebro.
Demência
5 descobertas importantes sobre o tema de demência:
1. Hipertensão na 3a idade pode salvar seu
cérebro.
Demência
Isso não significa incentivo à hipertensão em
idosos, que pode promover outros problemas de
saúde, mas oferece indícios de que pressão
sanguínea normal não significa o mesmo para
todas as idades.
Parte do grupo recebeu um pacote de
estilo de vida que incluía
acompanhamento nutricional, exercícios
físicos, administração de fatores de risco
para a saúde cardíaca, treinamento
cognitivo e atividades sociais.
Um estudo de dois anos feito pelo Karolinska
Instituet e o Instituto Finlandês de Saúde incluiu
1260 participantes com idades entre 60-77.
Demência
2. Mudanças no estilo de vida podem ajudar a
preservar prejuízos cognitivos e Alzheimer.
A boa notícia é que mesmo uma
intervenção seja implementada tardiamente
(nos anos 60 e 70 de vida).
Após 2 anos o grupo com mudança de estilo de
vida se saiu melhor em testes de memória e
pensamento.
Demência
O grupo controle recebeu conselhos padronizados
sobre saúde.
Pessoas que malhavam o cérebro tinham
melhores escores na habilidade de
pensamento.
O volume foi maior em áreas normalmente
atingidas por Alzheimer, sugerindo atraso ou
evitação do início da doença.
Demência
3. Pessoas de meia idade que jogavam
avidamente (cartas, sudoku, xadrez, palavras-
cruzadas) tendiam a ter cérebros maiores do
que pessoas que não jogam, de acordo com
escaneamentos cerebrais, como se o cérebro
fosse um músculo - quanto maior, melhor.
Demência
Tente aprender uma língua estrangeira ou mudar
leitura de ficção para não-ficção - qualquer desafio
cognitivo vale!
2 grupos de pesquisas feitos pela Clínica Mayo
sugerem que atividade física (leve ou vigorosa)
influencia positivamente na evolução mais
lenta de perdas cognitivas e demência.
Demência
4. Exercício físico aparenta reduzir o declínio em
direção à demência.
Essa descoberta pode ajudar médicos a
intervirem mais precocemente, antes
que a demência já tenha causado
prejuízos extensos ao cérebro.
Uma suposição é que células responsáveis
pelo olfato são mortas nos estágios iniciais
de demência.
Foi descoberto que pessoas incapazes de
identificar certos odores tinham maior risco de
desenvolver insuficiência cognitiva.
Demência
5. Teste de olfato pode ajudar médicos a prever o
risco de desenvolver Alzheimer.
5. Dificuldade em entender imagens
visuais e relações espaciais;
4. Confusão com tempo ou espaço;
3. Dificuldade de completar tarefas
familiares no lar, no trabalho ou no laser;
2. Desafios no planejamento ou solução de
problemas;
1. Mudanças de memória que perturbam a vida
diária;
Demência
Caso você suspeite que um membro da família ou amig@ esteja
desenvolvendo Alzheimer, observe estes 10 sinais de aviso,
organizados nos EUA pela Associação de Alzheimer:
10. Mudanças no humor e na
personalidade.
9. Retraimento do trabalho ou atividades
sociais;
8. Capacidade de julgamento pobre ou
diminuída;
7. Não saber onde guardou objetos ou perder a
capacidade de refazer os últimos passos/
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Demência
6. Novos problemas com palavras na fala ou escrita;

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Curso Memoria e Trauma Psíquico - Parte 01

  • 2. Algumas crenças: 1. Estamos conscientes de tudo o que vivenciamos;
  • 3. Algumas crenças: 2. Toda vez que nos lembramos de algo há uma sensação de relembrança;
  • 4. Algumas crenças: 3. A mente forma imagens correspondentes a momentos vividos e essas são armazenadas de modo estático.
  • 5. Lembrança é entendida como representação de dados, independente do que a pessoa vivencia durante o momento de relembrar e do que ocorreu entre o evento e o momento atual. É a mera lembrança de eventos passados. Algumas crenças:
  • 6. Definição Memória é o modo como eventos passados afetam funções futuras. O cérebro é composto por redes neurais capazes de disparar de várias maneiras, padrões, ou perfis de rede neural que alteram o modo como vamos enfrentar o futuro. Nessa aprendizagem, nem sempre nos recordamos das primeiras experiências.
  • 7. O cérebro aparenta funcionar tanto segundo a teoria conexionista, ou de processamento distribuído paralelamente
  • 8. Falamos ainda de “células avós”, capazes de reconhecer o rosto da avó de modo singular. Apenas neurônios individualizados; Processamento localizado.
  • 9. A estrutura de uma rede neural permite a aprendizagem por meio de um processo de codificação que inicialmente ativa padrões de disparo de neurônios distribuídos pelo cérebro. O disparo de um componente neuronal ou de uma coletividade em uma rede neuronal altera as probabilidades de padrões de disparo no futuro. Postulado de Hebb e neurônios espelho.
  • 10. Se houve disparo no passado, a probabilidade futura aumenta, o que pode levar a mudanças na composição quantitativa sináptica Aprendizagem Plasticidade neuronal Potenciação de longo prazo, com aumento de força nas conexões entre certos neurônios.
  • 11. Esse padrão de disparos contém informação. O aumento da probabilidade de disparo de certo padrão semelhante dos neurônios evidencia como essa rede se lembra. A experiência molda a estrutura do cérebro. Teoria do apego.
  • 12. Essas mudanças sinápticas refletem o impacto de como as experiências podem moldar o funcionamento e estrutura do cérebro Aprendizagem dependente de vivências. Implicações clínicas. Pacientes evitativos.
  • 13. O cérebro do bebê tem uma superabundância de neurônios, mas com poucas conexões sinápticas no nascimento. Experiência, informação genética e fatores reguladores epigenéticos determinarão em grande medida a extensão em que essas conexões ocorrerão. Use it, or lose it!
  • 14. Visualmente o cérebro do bebê mostra predominância de massa cinzenta, correspondente a mais corpos celulares. À medida que a criança cresce, a massa cinzenta se reduz e a predominância é de substância branca, referente ao aumento de dendritos e sinapses.
  • 15. Para armazenagem de longo prazo, os disparos neurais na verdade ativam o maquinário genético para a produção de proteínas necessárias para o estabelecimento de novas conexões sinápticas Especificidade de cada cérebro e expressão da neuroplasticidade em função da individualidade de vivências de cada indivíduo. Implicações Clínicas: estresse agudo e estresse crônico
  • 16. Trabalhos recentes sobre plasticidade nos córtices sensoriais introduziram a ideia de que a estrutura do cérebro, mesmo o córtex sensorial, é única para cada indivíduo e dependente da história vivenciada dessa pessoa. Memória refere-se ao modo como eventos podem influenciar o cérebro e alterar sua atividade futura de uma maneira específica.
  • 17. Como acontece esse processo? Assistir a um nascente/poente bonito, passamos por um processo de codificação dessa experiência e depois por outro de armazenamento. O armazenamento de memória pode ser entendido como a mudança na probabilidade de ativação de uma rede neural específica no futuro.
  • 18. Outra forma de se definir a memória seria, portanto, considerá-la como um processo baseado na alteração das probabilidades de disparo neuronal. Relembrar ou recuperar aquela lembrança corresponde à ativação desse perfil potencial da rede de neurônios, de modo semelhante ao ocorrido no passado, na hora do evento. Assim, quando você tenta intencionalmente se lembrar do poente, vai experienciar uma imagem visual interna do momento vivido, uma representação visual, bem como de registros pessoais correspondentes àquele instante.
  • 19. Resultado do axioma de Donald Hebb (1949) Neurônios que disparam juntos tendem a disparar em conjunto no futuro, criando um padrão de disparos => associação de células. Esse princípio envolve associação anatômica e temporal dos neurônios, criando grupamentos de neurônios que disparam em sintonia.
  • 20. Parece que os registros iniciais da percepção dessas experiências ocorrem principalmente nas regiões posteriores do cérebro, principalmente os aspectos visuais da experiência
  • 21. Já os processos de codificação e de recuperação desses eventos devem ser mediados por regiões distintas daquelas do armazenamento, como partes orbitofrontais do córtex pré- frontal Córtex Orbitofrontal Córtex Ventromedial Córtex Prefrontal Lateral Giro Cingulado Anterior
  • 22. Portanto, diferentes regiões são recrutadas para viabilizar o processo integrativo da memória. O armazenamento é a probabilidade de certos grupos de neurônios dispararem em conjunto, o que torna cada vivência única, mesmo quando testemunhada por muitas pessoas. Se durante a vivência a pessoa sofreu uma agressão, ou estava em um bom momento, toda a coloração do evento modifica-se e repercute no futuro.
  • 23. O impacto inicial de uma experiência no cérebro é chamado de “engrama”. O engrama pode conter vários níveis de experiência: • Semântico (factual – algo sobre o sentido de um poente na vida da pessoa); • Auto-biográfico (seu senso de si mesmo naquela época de vida); • Somático (como seu corpo se expressou naquele momento);
  • 24. • Perceptual (como eram temperatura, vento, cheiros e ruídos daquele instante); • Emocional (humor basal da pessoa naquele momento); • Comportamental (como agia naquele momento).
  • 25. O engrama original desse poente incluiria vínculos conectando cada uma dessas formas de representação Importância para tratamento de lembranças do passado em psicoterapia – disparadores. Vínculos associacionais, o que aumenta a possibilidade de que vários desses níveis acima sejam evocados no momento de se relembrar uma memória Quais os disparadores de comportamentos sintomáticos.
  • 26. Com o intuito de se compreender melhor esses aspectos distintos de memória, cientistas chamam de memória semântica explícita a memória para como nos lembramos de fatos. Memória episódica explícita ou memória autobiográfica para lembranças em que estávamos presentes no momento em que ocorreram.
  • 27. Também podemos chamar as memórias explícitas, passíveis de serem traduzidas em palavras, de serem declaradas = memórias declarativas. Aqueles outros níveis de memória, para as quais não encontramos usar palavras adequadas, para declarar a natureza dessa recordação, denominamos como implícitas, ou não- declarativas.
  • 28. Memória não é um recorte estático e sim um processo dinâmico, e a cada vez que nos lembramos de algo, nosso estado atual interfere na recordação, de modo que sempre reconstruímos e mesclamos a memória original e nossas emoções atuais. A expectativa daqueles que nos escutam relatar a história pode afetar profundamente a seleção dos detalhes.
  • 29. Alguns autores entendem que a memória guarda uma essência, correspondente a uma versão original, mais facilmente acessada, mas com perda gradativa dos detalhes, à medida que o tempo passa. Relembrar não é apenas a reativação de um engrama antigo; é a construção de um novo perfil de rede neural, com elementos do engrama antigo, acrescido de elementos de outras memórias e as influências de nosso estado mental atual.
  • 30. Memória implícita Infantes são capazes demonstrar recordação para experiências na forma de aprendizagem comportamental, perceptual, somatossensorial e emocional. Bebês viram a cabeça em direção a estímulo aprendido.
  • 31. Se há susto com barulho de brinquedo, reagirá mal com esse brinquedo no futuro = memórias implícitas => são disponíveis desde o início da vida e, quando resgatadas, não aparentam carregar com elas senso de que algo é lembrado. Conexão com vivências traumáticas precoces e queixas atuais sem origem aparente. O bebê apenas se incomoda com certo brinquedo.
  • 32. Memória implícita Memória implícita envolve partes do cérebro que não requerem processamento consciente durante codificação ou recuperação (comportamentos, emoções, sensações físicas e imagens).
  • 33. Memória implícita Agimos, sentimos e imaginamos sem o reconhecimento da influência de experiências pregressas em nossa realidade presente. Memória implícita inclui a amígdala e outras regiões límbicas para memória emocional; os gânglios basais e o córtex motor para memória comportamental, e os córtices perceptuais para memória perceptual.
  • 34. Memória implícita Memória somatossensorial (configuração do próprio corpo) também é uma parte de processos implícitos, provavelmente mediada pelo córtex somatossensorial, córtex órbito-frontal, ínsula anterior e cingulado anterior (regiões responsáveis por representações corporais), especialmente no lado direito do cérebro (lobo temporal direito).
  • 36. Modelos mentais O cérebro percebe semelhanças e processos comparativos que apontam para essas semelhanças e para diferenças nas experiências, organizando modelos, esquemas ou mapas mentais. O propósito dessa organização adicional é ode melhor entender o ambiente e preparar a pessoa para o futuro..
  • 37. Modelos mentais A mente do bebê é capaz de fazer somatórios, ou representações generalizadas dessas repetições e formam a base de modelos mentais, ou esquemas, que ajudam o infante a interpretar experiências atuais, assim como a antecipar outras futuras.
  • 38. Modelos mentais São os principais componentes de memórias implícitas. O cérebro usa vários canais perceptuais para criar representações neurais do mundo externo e formam modelos multimodais como a aprendizagem do mamilo materno pelo bebê.
  • 39. Modelos mentais Modelos mentais ajudam a mente a buscar objetos ou experiências familiares e a saber o que esperar do ambiente – isso começa com as diferentes dimensões do seio e avança pelas faces e espaços familiares. O cérebro pode ser entendido como uma máquina de antecipação, constantemente escaneando o ambiente e tentando determinar o que virá em seguida => aumento de probabilidade de sobrevivência, de respostas mais adaptativas aos desafios do ambiente.
  • 40. Modelos mentais Experiências prévias moldam nossos modelos antecipatórios e o termo memória prospectiva tem sido usado para descrever como a mente tenta “lembrar-se do futuro”. Essa é uma das essências do processo geral de aprendizagem.
  • 41. Modelos mentais Antecipar o futuro pode ser um componente fundamental de memória implícita, muito distinto da capacidade para planejar-se para o futuro, que depende de memória explícita (e córtex pré-frontal).
  • 42. Modelos mentais O estudo da regulação de expressão genética – epigenética – revela que a experiência modela o controle molecular de como informação modela o crescimento do cérebro.
  • 43. Modelos mentais Portanto, processos tais como memória, atenção, percepção e respostas emocionais podem ser compreendidas (ao menos em parte) por suas funções anteriores na história evolutiva de nossa espécie, bem como pelas condições atuais, a experiência de indivíduos, e talvez até mesmo a experiência de nossos ancestrais imediatos.
  • 44. Conforme a Teoria de Apego (Bowlby), em situações de Apego Seguro o bebê desenvolve modelo mental que contempla a previsibilidade de reações cuidadores. Memória implícita – estruturação de estilos de Apego
  • 45. Se há rupturas na interação mãe-bebê, a repetição de experiências e a comunicação contingente da mãe asseguram ao bebê essa relação reestabelecida o mais brevemente possível. Desenvolvimento de memória implícita
  • 46. Nos casos de Apego Inseguro, rupturas inevitáveis de relacionamento são experienciadas com menos previsibilidade emocional, com distância ou reações assustadoras ou assustadas dos cuidadores. Memória implícita – estruturação de estilos de Apego
  • 47. Essas experiências são codificadas implicitamente e o infante forma representação generalizada de que relacionamento com os cuidadores pode ser pautado por incerteza, distância ou medo. Memória implícita – estruturação de estilos de Apego
  • 48. Ficar sozinho com uma figura parental que já foi fonte de confusão e terror pode reativar representações implícitas de ameaça, criar mundo interno assustador, desorganizador e instável para a criança. Memória implícita – estruturação de estilos de Apego
  • 49. Esse estado mental é aprendido ao longo do primeiro ano de vida, com o amadurecimento principalmente do hemisfério direito do cérebro . Memória implícita – estruturação de estilos de Apego
  • 50. Essas codificações de memórias moldam arquitetura do self da criança em crescimento. Esse é o âmago da memória implícita. Memória implícita – estruturação de estilos de Apego
  • 51. Por volta dos 18 meses, maturação de várias partes do cérebro permite à criança compreender e expressar linguagem. Memória implícita – estruturação de estilos de Apego
  • 52. As partes frontais do cérebro se desenvolvem rapidamente e a capacitam a ter memória evocativa, na qual se acredita que ela seja capaz de presentificar na mente uma imagem sensorial dos pais => se acalmar e regular estado emocional. Memória implícita – estruturação de estilos de Apego
  • 53. Crianças devem se acalmar com auxílio da imagem de uma figura parental => apego seguro; e a se sentirem ansiosas, distantes ou amedrontadas casos apego inseguro. Memória implícita – estruturação de estilos de Apego
  • 54. Em situações apego seguro bebê desenvolve modelo mental que contemple previsibilidade de reações dos cuidadores. Resumo
  • 55. Se houver rupturas interação mãe-bebê, repetição de experiências e comunicação contingente da mãe asseguram ao bebê que essa relação seja reestabelecida mais brevemente possível.
  • 56. Resumo Memória implícita antecipa futuro e indica a continuidade da comunicação contingente, que a mãe foi capaz apreender a mente da criança e de responder com afeto e compaixão = desenvolvimento de um self implícito seguro.
  • 57. No caso de infante com apego inseguro, as rupturas inevitáveis de relacionamento foram experienciadas com menos previsibilidade emocional, com distância ou mesmo reações assustadoras ou assustadas dos cuidadores. Resumo Essas experiências também codificadas implicitamente e a mente do infante tem representação generalizada de que esse relacionamento traz incerteza, distância ou medo. Com ocorrência crônica, esses estados podem ser facilmente ativados (resgatados) no futuro, de modo que se tornam traços característicos do indivíduo.
  • 58. Implicação para a clínica – Queixas sem origem definida Nossas vidas podem ser moldadas pela reativação de memórias implícitas que carecem do sentido de serem relembradas. A transferência pode ser descrita como a ativação de modelos mentais antigos e estados mentais de nossos relacionamentos com figuras importantes do passado – o que acontece o tempo todo.
  • 59. Por volta dos 2 anos, bebês descrevem lembranças dos eventos do dia e se lembram de eventos mais antigos => reflete a maturação do lobo temporal medial (inclui o hipocampo – responsável por armazenar memória de longo prazo), e os córtices parietal e órbito-frontal. Esse processo é que permite memória explícita. Memória explícita: fatos, eventos, e consciência autobiográfica
  • 60. Senso de sequência de eventos fornecida pelo hipocampo – um mapeador cognitivo. Crianças começam a esperar o que vem primeiro e o que vem em seguida em uma determinada situação (fort/da, de Freud + contar historinhas+ músicas) e podem ter reações acentuadas se algum desvio do previsto ocorre.
  • 61. Modelos de memória declarativa geralmente afirmam que esses traços distintos ou fragmentos precisam ser vinculados para armazenamento duradouro de memória ser bem sucedido. Memória explícita: fatos, eventos, e consciência autobiográfica
  • 62. Recuperação, ensaio e consolidação compreendem ativação sincrônica de redes corticais dispersas e essa atividade pode ser do mesmo tipo necessário para experiência consciente em geral. Possivelmente a formação de memória e início da consciência sejam sinônimos – self como memória. Memória explícita: fatos, eventos, e consciência autobiográfica
  • 63. Memória pode ser influenciada pelo uso de linguagem nos padrões de comunicação tanto da microcultura familiar quanto da sociedade em geral. Acrescenta-se ainda o uso de línguas estrangeiras e o registro de experiências em áreas distintas do cérebro – implicação para a clínica. Memória explícita: fatos, eventos, e consciência autobiográfica
  • 64. Memória implícita Memória explicita Forma precoce de memória – presente antes mesmo do nascimento. Memória tardia – começa a partir do 1º ano de vida. Desprovida de experiência subjetiva interna, de relembrança, de self ou tempo. Semântica (factual) desenvolvimento inicial entre 1 e 2 anos de idade. Autobiográfica (coleções de memória episódica): a partir do 2º ano. Envolve modelos mentais. Requer atenção focal para ser codificada. Inclui memória comportamental, emocional, perceptual e somatossensória. Atenção focal Não requerida para codificação. Necessário hipocampo para armazenamento e recuperação. Resumo
  • 65. Memória semântica (fatos) permite representações proposicionais – símbolos de fatos externos ou internos podem ser declarados com palavras, ou de modo gráfico e avaliadas como “verdadeiras” ou “falsas” = noese => nos permite conhecer fatos do mundo. Memória semântica
  • 66. Memória episódica (autobiográfica) requer autonoese (autoconhecimento) e aparenta ser dependente do desenvolvimento das regiões corticais do cérebro. Contribuição especial da consciência autonoética é a capacidade de fazer viagem mental no tempo: ter um sentido de lembrança de si no passado, consciência do self no presente vivido e projeções desse self no futuro imaginado. Memória episódica
  • 67. Transição de um self individual para um self cultural depende de experiências da linguagem em seu uso social = práticas sociais, mas seu impacto é profundamente pessoal, envolvendo a consciência social / cognitiva e capacidade para novos níveis mentais de representação e pensamento reflexivo. Intervenções para aumentar reflexão parental em relação a experiências compartilhadas melhoram o senso de self da criança em desenvolvimento. Memória episódica
  • 68. Comunicação com os pais e outros cuidadores incentiva diretamente capacidade da criança para consciência autonoética. Comunicação compartilhada sobre eventos intensifica lembrança. Conversas sobre eventos passados durante a primeira infância têm efeitos profundos na memória autobiográfica.
  • 69. Aspectos experienciais distintos da memória parecem envolver diferentes centros cerebrais.
  • 70.
  • 71. Recordação semântica aparenta envolver dominância de ativação do hipocampo esquerdo em relação à direita => conhecemos um fato sem qualquer sentimento que seja parte de nossa vida experienciada. Memória semântica
  • 72. Recordação autobiográfica, em contraste, envolve mais hipocampo direito e córtex órbito frontal direito => inclusão de aspectos emocionais e físicos. Memória episódica
  • 73. Memória de trabalho e a memória mais estável, de longo prazo – em certos casos de pacientes com transtorno de atenção, a memória de trabalho parece ser incapaz de lidar com mais elementos simultâneos, como em outro tipo de indivíduo => alterações do córtex pré- frontal lateral. Memória de trabalho
  • 74. Possivelmente a memória de trabalho é uma propriedade emergente das interações funcionais entre o Córtex Pré- Frontal e outras áreas do cérebro. Memória de longo prazo = processo pelo qual itens são armazenados por longos períodos de tempo, para além da memória de trabalho. Memória de trabalho
  • 75. Se a memória de trabalho persistisse, seríamos atropelados por conteúdos úteis e inúteis. A memória de trabalho aparenta ser independente de síntese de proteínas ativada por genes; envolve alterações funcionais (não estruturais) na força sináptica, tais como aumento na excitabilidade sináptica => maior probabilidade de disparo neuronal. Memória de trabalho
  • 76. Diferença entre memória de trabalho e a de longo prazo não é bem definida. Hipocampo parece ser crucial para codificação e recuperação de memórias explícitas de longo prazo. Memória de longo prazo Quanto mais tempo a memória ficar registrada, mais consolidação cortical precisa ocorrer, com recrutamento do córtex associativo e envolve reorganização de traços de memória existentes, não novos engramas. Condensa elementos de memória a novos conglomerados de representações e incorpora outros elementos não integrados em um todo funcional. Isso torna esse material acessível pela pessoa sem o recrutamento do
  • 77. Atualmente não há muita clareza do papel do sono REM ou do sono de ondas lentas para efetivar esse processo de consolidação de memórias. Memória de longo prazo Algumas pessoas com trauma crânio-encefálico podem perder a habilidade de armazenar memórias de longo prazo via hipocampo, mas preservam a memória de trabalho intacta, bem como as memórias implícitas (amarrar sapatos, andar de bicicleta). Consciência autonoética envolve a experiência de viagem mental no tempo e é diretamente ligada aos processos nas regiões pré-frontais do cérebro.
  • 78. Trata-se, portanto de processo mental construtivo que cria o self dentro do mundo social. Memória de longo prazo Estudos apontam para as regiões pré-frontais – especialmente o córtex órbito-frontal no hemisfério direito – como uma área crucial para integrar memória, apego, emoção, representação e regulação corporal e cognição social. (imagem do cérebro)
  • 79. Quando uma memória implícita é recuperada, não há consciência disso: amarrar um sapato. Já uma memória explícita será acompanhada pelo senso de lembrança: os afluentes da margem direita do rio Amazonas (memória semântica = sem nossa participação) ou o relato de um churrasco no fim de semana passado (memória episódica = autobiográfica, com nossa presença no evento). Experiência subjetiva de recuperação de memória implícita ou explícita
  • 80. Memórias semânticas aparentam recrutar mais hemisfério esquerdo e memórias episódicas recrutam mais áreas do hemisfério direito. => mecanismos distintos. Em ambos os casos, observa-se recrutamento do hipocampo direito, mas a episódica inclui ativação do córtex órbito-frontal, conforme avaliação elétrica (EEG). Experiência subjetiva de recuperação de memória semântica ou episódica
  • 81. Além disso, em memória episódica a consciência autonoética implica uma viagem temporal (como eu estava lá naquele momento, ou como o “eu” daquele momento volta a sentir aquelas coisas agora), o que significa a ativação das regiões pré- frontais, bem como integração e sequenciação de dados armazenados posteriormente em conjuntos representacionais; funções executivas que oferecem um controle mais amplo de processos distribuídos pelo cérebro, bem como a mediação de cognição social e autorreflexão. Experiência subjetiva de recuperação de memória episódica
  • 82. A consciência de transitar pelo tempo, de se sentir subjetivamente no passado, presente ou futuro significa um processo de construção mental ativo, que cria o self em um mundo social. Experiência subjetiva de recuperação de memória explícita
  • 83. Recuperação de memória episódica ou semântica Ao resgatar uma memória, ela pode ser relembrada como evento observado à distância, como se o observador assumisse uma perspectiva de um espectador. Essa recordação de observador, que alguns podem considerar como forma distanciada de recuperação episódica, mas outros podem alegar ser a memória de evento com resgate semântico.
  • 84. Em outros casos, o relembrar incluiria mais a pessoa e a situação seria vista a partir da perspectiva pessoal. Lembranças de observador requerem menos emoção ou intensidade emocional do que a lembrança de participantes. Recuperação de memória episódica ou semântica
  • 85. Implicações clínicas – fascinante pensar que em situações de dissociação mais grave a pessoa comenta se recordar dos eventos traumáticos como se fosse apenas uma observadora externa, como se observasse de fora da cena. Provavelmente se trata de uma estratégia cerebral de transformar uma memória episódica em semântica, com menos ativação das áreas pré-frontais e redução da consciência autonoética. Por outro lado, há situações em que a pessoa se lembra de certas memórias como se a estivesse participado do trauma, como no caso de “falsas memórias” de abuso sexual.
  • 86. Provavelmente em situações traumáticas, o cérebro percebe a memória como potencialmente destrutiva para seu equilíbrio e busca formas mais adequadas de lidar com esse conteúdo, alternando entre memória semântica e episódica de modo a encontrar um melhor sentido.
  • 87. De um modo ou de outro, o processo de recuperação de memórias traumáticas de caráter episódico/semântico sofre de perturbações em casos de dissociação, incluindo a possibilidade de amnésia dissociativa, quando apenas conteúdo de memória implícita volta à consciência por meio de sintomas.
  • 88. A recuperação da memória é mais intensa quando as condições na hora da lembrança se assemelham àquelas da codificação inicial. Dependência de Estado Quando existe esse pareamento entre os registros interiores da pessoa e um estímulo externo que evoca a representação da lembrança explícita, a esse fenômeno chamamos de ecforia. A ecforia marca esse vínculo momentâneo entre presente externo e passado interno, com a recuperação da memória correspondente. As semelhanças podem ser do mundo físico (imagem, cheiro particular, sons específicos) ou do estado mental da pessoa (uma emoção especial, nível de ativação de um estado de ansiedade, expectativa). Por isso se diz que memória explícita é dependente de estado.
  • 89. Implicações clínicas – digno de nota é a observação de disparadores, ou gatilhos, que precipitam um comportamento compulsivo. Dependência de Estado No ambiente da pessoa existe uma menção ao tema de dieta, por exemplo, e a pessoa se remete a um passado no qual era forçada a comer.
  • 90. Dependência de Estado Em vez disso, sente um impulso de vomitar e fugir dessa lembrança perturbadora. Nessa descrição específica, o sintoma teria por objetivo exatamente evitar a evocação da memória traumática, uma evitação do processo de ecforia.
  • 91. A pessoa tem uma sensação ecfórica, de que uma lembrança ocorreu, mas a imprecisão pode ser resultado de imaginação, sonhos ou alguma reação dissociativa. Dependência de Estado Às vezes a pessoa tem um senso de lembrança, correspondente à ativação de áreas pré-frontais e a consciência autonoética, mas isso não necessariamente corresponde a uma ecforia.
  • 92. O hipocampo é capaz de codificar o mapeamento de experiências, dando a elas um contexto no qual podem ser registradas e armazenadas. As representações reais dessas experiências supostamente são armazenadas nas porções mais posteriores do cérebro. As regiões pré-frontais são responsáveis pelo processo de criar um estado episódico de resgate, no qual certos disparadores acionam a representação armazenada - ecforia.
  • 93. Quanto mais posterior esquerdo => mais semântico e factual. Quanto mais anterior direito => mais episódico e autobiográfico. Resgate ou recuperação de memórias é um modificador de memórias: o ato de reativar uma representação pode permitir que seja armazenada de novo, mas de forma modificada, em função de nosso estado atual.
  • 94. Implicações clínicas – esperança para vítimas de estresse pós-traumático! Portanto, eventos que consideramos como fatos consumados (não se pode mudar o passado!) podem na verdade modificar com o tempo e evoluir ao longo da vida.
  • 95. Luto! Pesquisa recente destaca o equívoco de se pedir para uma pessoa enlutada que faça diário de seus sentimentos – reforço da representação mental. Vivências ecfóricas normalmente incluem processo de reconstrução por mesclar a evocação de uma memória explícita com outras memórias implícitas! Essa conexão promove a associação de uma ecforia com outras memórias aparentemente aleatórias.
  • 96. Implicações clínicas – processo de associação livre + Elementos não-verbais de relatos podem convergir ou contradizer o material falado. Terapeuta sempre observar linguagem não verbal que acompanha relatos.
  • 97. Memória explícita requer maturação neural do hipocampo para permitir expressão completa de primeiramente memória semântica e somente mais tarde a episódica. A amígdala se desenvolve mais rapidamente que o hipocampo, permitindo monitoramento precoce de perigos no ambiente, inclusive ainda no ventre materno. O hipocampo não – demora mais tempo no processo de maturação.
  • 98. Pais elaboradores falam com seus filhos sobre o que elas, as crianças, pensam sobre as historinhas que leram juntos. Estilos parentais e culturais Pais factuais comentam apenas sobre os fatos da história, não a imaginação da criança, o que promove crianças com habilidade menos desenvolvida para se lembrar de experiências compartilhadas.
  • 99. Crianças incentivadas a expressar opiniões sobre suas vivências desenvolvem mais rapidamente um conhecimento emocional.
  • 100. A relação interpessoal é crítica para a criança organizar sua experiência, tanto por meio de incentivo de relatos anteriores, durante e posteriores a determinado evento, o que contribui para consolidação de memória desses eventos. Pais ajudam os filhos na co-construção de narrativa da memória e da imaginação deles.
  • 101. Nesses casos, o desenvolvimento da inteligência emocional corresponde ao incentivo parental de entender diferentes pontos de vista e o que se passa na mente da criança. Se determinada cultura privilegia foco nas relações ou no indivíduo, também a forma de perceber ambientes se diferencia em crianças de diferentes culturas.
  • 102. Assim como a lembrança, também o esquecimento é fundamental para saúde cerebral – seleção de estímulos importantes e banais => maior previsibilidade do futuro. Lembrar e esquecer Processo de recordação aparenta corresponder a uma curva do estilo U invertido com relação ao impacto emocional. Eventos considerados simples, sem repercussão emocional (número de quarto de hotel) são armazenados por pouco tempo;
  • 103. Eventos mais marcantes, com repercussão emocional (casamento, nascimento de filho) são registrados em detalhe por mais tempo;
  • 104. Eventos excessivamente marcantes, com muita repercussão emocional – algo trágico, pode também ter o registro e integração do conteúdo prejudicados – hormônios do estresse (cortisol, adrenalina, noradrenalina) afetam consolidação de memórias declarativas no hipocampo.
  • 105. Experiências interpessoais aparentam ter efeito direto no desenvolvimento de memória explícita. Em relação ao nível de estresse, nível reduzido de estresse apresenta nível neutro; nível intermediário de estresse facilita a memória; nível elevado impede consolidação da memória explícita e aumenta o risco de dissociação entre memória implícita e explícita, com repercussões importantes para a clínica.
  • 106. Estresse crônico pode produzir um nível basal elevado de hormônio do estresse e liberação diária anormal dessas substâncias (principalmente cortisol), produzindo efeitos de médio prazo no hipocampo (onde há maior número de receptores de cortisol) podem ser inicialmente reversíveis, mas envolvem inibição de crescimento neuronal e atrofia de receptores celulares – dendritos. Presença crônica de cortisol no hipocampo conduz à morte de neurônios e à diminuição do tamanho do hipocampo, uma característica encontrada em pacientes com TEPT.
  • 107. Se por um lado nível mais elevado de cortisol interfere no funcionamento do hipocampo, prejudicando a codificação e armazenamento de memória explícita; por outro lado a ativação excessiva da amígdala, bem como do SNA leva à liberação de adrenalina e principalmente noradrenalina, que contribuem para intensificar a codificação de memória implícita. Portanto, uma vivência traumática pode ter efeito diferenciado na codificação e armazenamento de memória explícita (inibida por cortisol) e memória implícita (incentivada pela noradrenalina e amígdala).
  • 108. Nessa situação significativa (com o engrama do trauma recebendo comprovação emocional da amígdala), aumenta a probabilidade de recuperação de memória implícita no futuro, o que traz novas implicações para a clínica do trauma e do estresse pós-traumático. Experiências que recebem qualificação emocional são mais prontamente relembradas no futuro. Emoção envolve processo modulador que intensifica criação de novas conexões sinápticas por meio de plasticidade neuronal. Emoção é um processo que auxilia a pessoa a focalizar atenção e cria as condições neuroquímicas que propiciam neuroplasticidade no cérebro.
  • 109. Há ainda que se destacar a importância de respostas mais imediatas propiciadas pelas reações do SNA e outra ativação de mais longo prazo, mobilizada pelo sistema endócrino. Esses impactos podem ser observados tanto em respostas fisiológicas diretas, quanto em reações cognitivas mais complexas.
  • 110. Dissociação Se uma pessoa sofre um trauma, tenta se dissociar (mudar o foco de atenção para um aspecto não traumatizante do ambiente, ou por meio da imaginação para ao menos tentar uma fuga parcial do evento). Diante dessa reação dissociativa, partes explícitas do evento não são codificadas, mas as implícitas sim, provocando sintomas posteriormente, sem recordação do porquê do desconforto = amnésia psicogênica, mas com elementos intrusivos implícitos, tais como impulsos de fuga, reações emocionais, reações físicas e sensação de pânico.
  • 111. Dissociação Implicações clínicas – maior risco de TEPT e redução do hipocampo No caso de trauma não resolvido, os indivíduos ficam inundados por recordações de memória implícita, nas quais eles perdem as características de automonitoramento de lembrança episódica e sentem não como se estivessem lembrando intensamente de um evento passado, mas que se encontram no evento agora. Outros têm o conhecimento de um evento traumático, mas não têm senso de self. Têm consciência noética, mas não autonoética da experiência.
  • 112. Dissociação Estudos mostram assimetria significativa de atividade hemisférica, com memórias traumáticas não-resolvidas sendo associadas com padrão de ativação dominante excessivamente do hemisfério direito (mais emoção e sensações físicas – carência de linguagem simbólica). Estudos sugerem a importância de cooperação bilateral dos hemisférios como necessária para consolidação de memória em geral. O fracasso para consolidar memórias de eventos traumáticos deve, portanto, ser a essência de trauma não-resolvido. Essa resolução significa em narrativa autobiográfica coerente e resolução dos transtornos de sono REM.
  • 113. Dissociação Essa inabilidade para estabelecer senso de coerência e continuidade pode promover o isolamento de estados traumáticos em relação ao funcionamento integrativo do indivíduo. Elementos implícitos continuam a agir, afetando e moldando a pessoa, sem que ela tenha um sentido de origem de suas dificuldades. Esses elementos podem invadir as experiências internas da pessoa, bem como seus relacionamentos interpessoais.
  • 114. Dissociação Implicações clínicas - A ausência de uma consolidação cortical da memória pode ser observada clinicamente pela ausência de versão narrativa de uma experiência traumática, com dificuldade de se estabelecer um senso de coerência e continuidade ao longo dos vários estados mentais. Terror sem palavras pela falta de integração/consolidação cortical.
  • 115. Dissociação Estados traumáticos podem permanecer isolados do funcionamento tipicamente integrativo do indivíduo e assim impedir o desenvolvimento emocional da pessoa, sua capacidade de autorregulação e funcionamento do sistema imunológico.
  • 116. Implicações pedagógicas - Outro impacto de saúde pública é que a atrofia do hipocampo e a consequente dificuldade em consolidar memórias dificulta essas crianças de desfrutarem de um ambiente de aprendizagem, com severas limitações acadêmicas de curto e longo prazo. O impacto implícito do trauma pode influir na experiência (in)consciente da pessoa, mas sem que ela tenha um senso de suas origens no passado. Modelos mentais implícitos ajudam a moldar a organização de memória autobiográfica explícita (ex. Impermeabilidade a elogios).
  • 117. Dissociação Crianças traumatizadas com modelos representacionais inseguros podem experienciar mais reações traumáticas estressantes, em parte por serem menos capazes de se engajar em relacionamentos interpessoais bem sucedidos e de apoio. Relacionamentos de apego que oferecem conexão emocional e segurança tanto em casa quanto na comunidade, podem conferir resiliência e modos mais flexíveis de adaptação diante de adversidades.
  • 119. Demência Há no mundo atualmente uma estimativa de 44 milhões de pessoas que sofrem de demência. Em 2050 espera-se que esta cifra suba para 115 milhões.
  • 120. Os pesquisadores acompanharam 625 participantes que desenvolveram pressão alta nos seus anos 90 por até 10 anos e o risco de demência foi 55% menor do que em outras pessoas sem histórico de hipertensão. Estudo da Universidade da Califórnia sugere que pressão alta para quem tem mais de 90 anos pode preservar células do cérebro. Demência 5 descobertas importantes sobre o tema de demência: 1. Hipertensão na 3a idade pode salvar seu cérebro.
  • 121. Demência Isso não significa incentivo à hipertensão em idosos, que pode promover outros problemas de saúde, mas oferece indícios de que pressão sanguínea normal não significa o mesmo para todas as idades.
  • 122. Parte do grupo recebeu um pacote de estilo de vida que incluía acompanhamento nutricional, exercícios físicos, administração de fatores de risco para a saúde cardíaca, treinamento cognitivo e atividades sociais. Um estudo de dois anos feito pelo Karolinska Instituet e o Instituto Finlandês de Saúde incluiu 1260 participantes com idades entre 60-77. Demência 2. Mudanças no estilo de vida podem ajudar a preservar prejuízos cognitivos e Alzheimer.
  • 123. A boa notícia é que mesmo uma intervenção seja implementada tardiamente (nos anos 60 e 70 de vida). Após 2 anos o grupo com mudança de estilo de vida se saiu melhor em testes de memória e pensamento. Demência O grupo controle recebeu conselhos padronizados sobre saúde.
  • 124. Pessoas que malhavam o cérebro tinham melhores escores na habilidade de pensamento. O volume foi maior em áreas normalmente atingidas por Alzheimer, sugerindo atraso ou evitação do início da doença. Demência 3. Pessoas de meia idade que jogavam avidamente (cartas, sudoku, xadrez, palavras- cruzadas) tendiam a ter cérebros maiores do que pessoas que não jogam, de acordo com escaneamentos cerebrais, como se o cérebro fosse um músculo - quanto maior, melhor.
  • 125. Demência Tente aprender uma língua estrangeira ou mudar leitura de ficção para não-ficção - qualquer desafio cognitivo vale!
  • 126. 2 grupos de pesquisas feitos pela Clínica Mayo sugerem que atividade física (leve ou vigorosa) influencia positivamente na evolução mais lenta de perdas cognitivas e demência. Demência 4. Exercício físico aparenta reduzir o declínio em direção à demência.
  • 127. Essa descoberta pode ajudar médicos a intervirem mais precocemente, antes que a demência já tenha causado prejuízos extensos ao cérebro. Uma suposição é que células responsáveis pelo olfato são mortas nos estágios iniciais de demência. Foi descoberto que pessoas incapazes de identificar certos odores tinham maior risco de desenvolver insuficiência cognitiva. Demência 5. Teste de olfato pode ajudar médicos a prever o risco de desenvolver Alzheimer.
  • 128. 5. Dificuldade em entender imagens visuais e relações espaciais; 4. Confusão com tempo ou espaço; 3. Dificuldade de completar tarefas familiares no lar, no trabalho ou no laser; 2. Desafios no planejamento ou solução de problemas; 1. Mudanças de memória que perturbam a vida diária; Demência Caso você suspeite que um membro da família ou amig@ esteja desenvolvendo Alzheimer, observe estes 10 sinais de aviso, organizados nos EUA pela Associação de Alzheimer:
  • 129. 10. Mudanças no humor e na personalidade. 9. Retraimento do trabalho ou atividades sociais; 8. Capacidade de julgamento pobre ou diminuída; 7. Não saber onde guardou objetos ou perder a capacidade de refazer os últimos passos/ atividades; Demência 6. Novos problemas com palavras na fala ou escrita;

Notas do Editor

  1. To edit slides go to View -> Slide Master.