1) O documento discute os cuidados farmacêuticos necessários em neonatologia, incluindo as particularidades da população neonatal e como elas impactam a administração de medicamentos.
2) As diferenças no desenvolvimento dos sistemas digestivo, renal e hepático dos neonatos afetam a farmacocinética e farmacodinâmica dos medicamentos.
3) Isso requer ajustes de dosagem e formulações adequadas para garantir a segurança e eficácia da terapia medicamentosa nesta população.
1. Programa
1ª. Parte
I- Introdução
Universidade de São Paulo II- Histórico e desenvolvimento
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
2ª. Parte
Liga Acadêmica de Farmacoterapia
III-Particularidades da população neonatal
Exposição in útero
Diferenças farmacodinâmicas e farmacocinéticas e seu
Cuidados Farmacêuticos em impacto na administração de medicamentos
Neonatologia Principais enfermidades e tratamentos empregados
3ª. Parte
Ma. Sandra C Brassica IV- Assistência farmacêutica neonatal
Farmacêutica Clínica – HU-USP
Julho, 2011
1ª. Parte
Apenas ¼ dos medicamentos possuem
indicações específicas para crianças
aprovadas pelo FDA-EUA
Poucas informações (farmacocinética,
eficácia e segurança)
Uso “off-label” de medicamentos
> suscetibilidade a ocorrência de
eventos adversos a medicamentos
Dificuldades Médico
?? ?
Farmacêutico
Enfermeiro
• dificuldade de inclusão de sujeitos de pesquisa; dificuldade no ajuste de doses, inexistência de formas
• complexidade da estratificação; farmacêuticas adequadas, amplo emprego de
formulações extemporâneas
• necessidade de realocação destes sujeitos no decorrer do estudo;
• limitação de retorno financeiro para a indústria;
• Custo dos ensaios e registro de novas indicações ; Erros, reações adversas, toxicidade ou ineficácia terapêutica.
• complexidade da realização dos ensaios
(PANDOLFINI; BONATI, 2005)
2. Ensaios clínicos, Evidência, Ética e Legislação
Relação Risco x Benefício
A utilização de medicamentos “não licenciados e sem indicação”
não é capaz de gerar evidências e ainda expõe esta população a
riscos que poderiam ser monitorados em ensaios clínicos
“O emprego de fármacos sem a devida garantia de controlados.
eficácia e, sobretudo, da segurança somente pode ser (RACHMANINA E VAN DEN ANKER , 2006)
Sua utilização é uma prática comum e, ao mesmo tempo, um dilema.
justificado em situações nas quais o risco de se utilizá-
Apesar de não constituir um preceito ilegal, pode oferecer risco ao
los é menor do que o de não fazê-lo.” paciente, sendo o médico e o farmacêutico responsáveis por qualquer
evento adverso relacionado ao seu uso.
(WANNMACHER, 2007)
(ASHP, 1992; BARR et al, 2002; COLLIER, 1999; DICK et al, 2003; FDA, 1982)
Medidas
Brasil Doses em pediatria
Brasil
[...] o uso destes medicamentos é feito ? ??
por conta e risco do médico que o
prescreveu, e pode eventualmente vir
a caracterizar um erro médico, mas Não há consenso relativo à determinação da posologia em crianças.
em grande parte das vezes trata-se de
uso essencialmente correto, apenas Em geral, os cálculos usam peso, superfície corporal e idade, devendo ser individualizados, embora em
ainda não aprovado[...]. muitas bulas de medicamentos o fabricante coloque doses de acordo com peso ou faixa etária.
(ANVISA, 2005) Em algumas situações, especialmente quando o medicamento é novo, pode-se calcular a dose da
criança em função da do adulto.
Porém, se ainda não há doses para crianças, muito provavelmente esse medicamento ainda não foi
testado suficientemente, necessitando indicação e monitoramento ainda mais criteriosos.
3. Dose, Forma farmacêutica, Apresentação Contexto Histórico
Erros de medicação
•Necessidade de efetuar cálculos para a prescrição; O respeito à criança é relativamente recente na história humana.
•↓ disponibilidade de especialidades farmacêuticas gerando a necessidade O infanticídio era comum entre os povos antigos. Platão e Aristóteles,
de manipulação ou transformação de formas farmacêuticas para uso adulto; considerados os homens mais avançados de seu tempo,
•Grande utilização de suspensões extemporâneas para uso oral recomendavam-no em determinadas circunstâncias (crianças
(homogeneidade) ; malformadas, por exemplo), para preservar somente as crianças
•Variabilidade de concentrações; saudáveis e geradas em boas condições e evitar o excesso de
•Necessidade de realização de cálculos para administração intra-hospitalar população. Em Roma, o pai tinha direito de decidir sobre a vida do filho.
pela equipe de enfermagem; (Godin & Glantz, 1994)
•Necessidade de preparo dos cuidadores para tratamentos domiciliares.
2ª. Parte
Evolução
2a. Guerra Mundial/... “Unidades especiais de cuidados aos recém-nascidos” - Inglaterra
poucos recursos; observação cuidadosa das enfermeiras;
Incubadoras (alto custo), unidade inteira era mantida aquecida;
População neonatal
O2 administrado extensivamernte até o final da década de 1950.
1950-1960 – UTI Neonatal: proporcionar melhor suporte aos recém-nascidos
manutenção da temperatura corporal;
isolamento;
Paciente especial
alimentação especializada;
acesso a equipamentos e recursos especiais (incubadoras, oxigenioterapia).
•Enfermidades específicas (não apresentadas por outras faixas etárias)
eliminação da doença infecciosa = principal responsável pelo declínio da mortalidade infantil; •Sinais e sintomas inespecíficos
•Dependência (em relação a cuidadores)
déc. 70 - hospitais de alta complexidade (centralização da assistência) em países mais desenvolvidos;
•Dificuldade de expressão
bebês nascidos de parto cesárea ou menores 2,5Kg;
déc. 80 - aumento da tecnologia; questionamentos (custos financeiros e humanos provenientes do tratamento
de RNPTE, foco na prevenção);
Atual - maior humanização do atendimento, incentivo a maior envolvimento com os bebês (Canguru).
Classificação
Terminologia
a) recém-nascidos pré – termo (RNPT) = < 37 semanas IG até 28 ddv;
b) recém-nascidos a termo (RNT) = ≥37 semanas IG até 28 ddv;
c) lactentes e crianças de 29 dias a 23 meses de idade.
(OMS, 2007)
Neonato: recém nascido menor que 28 dias de vida.
Prematuro: recém nascido menor que 37 semanas de
gestação.
Idade gestacional: data da concepção ao nascimento
(IG).
Idade pós-natal: data do nascimento à atual.
Idade pós-concepcional: combinação da idade
gestacional e pós-natal.
4. Exposição in útero Exposição in útero
Triagem neonatal — análise urinária (disponiblidade de material e método); detectam
apenas uso materno recente de cocaína e seus metabólitos, anfetaminas, maconha,
barbitúricos e opióides.
Consequências: complicações assocciadas a prematuridade, abstinência, retardo do
crescimento, inclusive no período pós natal, microcefalia, déficits comportamentais etc.
•ilícitas => associadas a EA;
•licitas => nicotina e álcool também estão associadas a EA ;
• ± 5,1% das gestantes (EUA) utilizam maconha ou cocaína e >% tabaco e álcool.
Exposição in útero
Fases do desenvolvimento fetal Fatores importantes quanto ao potencial teratogênico:
•Fase da gestação.
•Quantidade de medicamento e tempo de exposição.
Categoria de risco (FDA)
A Adequate and well-controlled studies have failed to demonstrate a risk to the fetus in the
first trimester of pregnancy (and there is no evidence of risk in later trimesters).
B Animal reproduction studies have failed to demonstrate a risk to the fetus and
there are no adequate and well-controlled studies in pregnant women.
C Animal reproduction studies have shown an adverse effect on the fetus and there
are no adequate and well-controlled studies in humans, but potential benefits
may warrant use of the drug in pregnant women despite potential risks.
D There is positive evidence of human fetal risk based on adverse reaction data from
investigational or marketing experience or studies in humans, but potential
benefits may warrant use of the drug in pregnant women despite potential risks.
x Studies in animals or humans have demonstrated fetal abnormalities and/or there is
positive evidence of human fetal risk based on adverse reaction data from
investigational or marketing experience, and the risks involved in use of the drug in
pregnant women clearly outweigh potential benefits.
Exposição in útero Exposição in útero
Some known Teratogens
Caso prático:
ACE inhibitors Diethylstilbestrol Thalidomide
(benazepril, Etretinate Toluene (abuse) RN de MFC, ♂, RNT, AIG,
captopril, enalapril, Fluconazole (high doses) Trimethadione
fosinopril, Iodides Valproic acid
Carbamazepine
36 hdv, P = 3,4 kg
lisinopril, moexipril, Isotretinoin (Accutane®)
Colchicine
quinapril, Lithium
ramipril, trandolapril) Methimazole
Disulfiram HD: Tremores a/e
Ergotamine
Androgenic hormones Methotrexate (methylaminopterin) Glucocorticoids
Busulfan Methylene blue Primidone HM: uso até a 30a. SG de clorpromazina, haloperidol,
Cocaine Misoprostol Quinine (suicidal doses)
Coumarin anticoagulants Penicillamine Streptomycin prometazina e clonazepam. Não sabe informar as doses.
Cyclophosphamide Phenytoin
Tetracyclines
Vitamin A (high doses)
Zidovudine (AZT)
Afirma ter parado por conta própria.
Zinc deficiency
5. O que é necessário considerar ao pensar na
farmacoterapia para esta faixa etária?
•> parte do peso corpóreo é constituído de água (75%
RN termo; 85% RNPT), ↑ de relação extracelular/
intracelular (40:60 neonato x 20:80 adulto).
• gordura representa cerca de 3% do peso corpóreo.
Faixa etária com características próprias em função dos diferentes graus de
maturação dos processos fisiológicos (digestiva, renal, hepática,
cardiovascular, etc.)
Impacto na administração de medicamentos:
Intravenosa: diluições próprias para esta população, diluição em casos de restrição hídrica,
velocidade de infusão, osmolalidade (flebites ↑ 900mOsm/Kg periférico).
• pequeno calibre das veias;
Adaptação biológica progressiva = modificações metabólicas , bioquímicas e • < camada adiposa;
• emprego de pequenos volumes (erros de diluição).
fisiológicas Necessidades de maiores doses (mg/Kg) para alguns fármacos, devido ao maior volume de
distribuição.
Ex: aminoglicosídeos
Menor distribuição de fármacos lipossolúveis.
Intramuscular: absorção lenta e errática (↓ massa muscular, ↓ circulação sanguínea), limitação de
volume, dor no local da aplicação e imobilidade do RN.
Processos e mecanismos farmacodinâmicos e farmacocinéticos de Tópica: ↑ da absorção (estrato córneo menos espesso), ATENÇÃO RISCO DE TOXICIDADE
medicamentos SISTÉMICA. Absorção variável.
Grupo muscular
Volumes máximos de fluídos intravenosos segundo o peso/dia Faixa etária Reto femoral Vasto lateral Dorsogluteal Ventrogluteal Deltóides
Peso (Kg) Volume 0-28 dias 0,25-0,5 ml 0,25-0,5 ml Não indicado Não indicado Não indicado
<1-1,5 150ml/Kg
1,5-2,5 120 ml/Kg Agulhas e volumes
Agulha volume Vasto lateral
13x4,5 (RNPTE) 0,25 ml < 1Kg 0,5-1 ml
20x5,5 0,5 mL > 1Kg
20x6
Adaptado de: Carranza, Torrejón. Atención Farmacéutica em Pediatría.
Retirado de: Carranza, Torrejón. Atención Farmacéutica em Pediatría.
• > pH do estômago (imaturidade das células parietais) até 32
semanas de idade gestacional).
• ↓concentração, qualidade e afinidade da ligação das
proteínas plasmáticas
↓ atividade das enzimas amilase, lipase e ácidos bilares.
• bilirrubina (produto final do catabolismo do grupo
↓ motilidade intestinal, ↑ do tempo de esvaziamento gástrico.
heme) ligada de forma reversível a albumina.
• imaturidade da mucosa intestinal (↑ da permeabilidade).
Impacto na administração de medicamentos:
Impacto na administração de medicamentos:
Oral: diminuição da absorção de fármacos ácidos (fenobarbital/
fenitoína), ↓ da solubilidade de fármacos lipossolúveis, retardo do
•> fração de droga livre plasmática, que é farmacologicamente
início de ação. Atenção a osmolalidade: risco de enterocolite
ativa (digoxina, fenitoína e fenobarbital) = RISCO DE
necrotizante (↑ 460 mOsm/Kg).
TOXICIDADE.
Retal: alternativa para a administração sistêmica evitando o efeito de
primeira passagem. •possibilidade de deslocamento da bilirrubina pelo uso de
fármacos com alta afinidade à proteína plasmática. Obs. A
bilirrubina atravessa a BHE e pode ocasionar o Kernicterus.
6. Limitação de metabolismo hepático Função hepática
Fase I - ↓ reações de oxidação, redução, hidrólise,
metilação e hidroxilação (polar => apolar; + -OH, Não há um marcador endógeno para predizer a função hepática em relação a
-COOH, -NH2; perda da atividade farmacológica) capacidade de eliminação de fármacos;
até por volta do sexto mês de idade; A escala de Child-Pugh* é frequentemente utilizada para verificar a severidade
Fase II - ↓ reações de glucoronidação, sulfatação da lesão hepática, mas oferece ao clínico um guia apenas qualitativo para a
e acetilação (=> hidrossolúvel) até por volta do avaliação da função hepática.
terceiro ou quarto anos de vida.
Toxicidade
Excipientes: propilenoglicol, álcool benzílico e polietilenoglicol
causam toxicidade em neonatos devido à função renal imatura. *BTF, INR, albumina, ascite e encefalopatia.
32
Função renal
Clearance de creatinina: Cl Cr = K x L/SCR
Ritmo de filtração glomerular ↓ nos prematuros:
cerca de 30 a 40% em relação ao adulto K: constante de proporcionalidade Idade K
(nefrogenese até 12 meses de idade). L: altura (cm) Prematuros < 1 ano 0,33
SCr: creatinina sérica Termos < 1 ano 0,45
2-12 anos 0,55
13-21 anos (fem) 0,55
13-21 anos (masc) 0,70
*Limitações: alterações de peso e RN na primeira
semana de vida.
34
Síndrome do desconforto Síndrome do desconforto respiratório
respiratório
Etiologia: ausência/ deficiência de surfactante.
Falência respiratória, atelectasia, hipóxia, ↓ complacência
pulmonar, injuria epitelial e edema.
Tratamento: Surfactantes
7. Broncodisplasia Persistência do canal arterial
Persistência do ducto arterial
(PCA) é uma junção entre as
principais artérias pulmonares
e a aorta descendente.
O fechamento do canal
arterial ocorre nas primeiras
horas após o nascimento
devido ao aumento do sangue
oxigenado e diminuição da
•Etiologia: multifatorial
concentração das
prostaglandinas.
•Tratamento: diuréticos (hidroclorotiazida, espironolactona, furosemida),
broncodilatadores, corticóides e, O2.
Persistência do canal arterial Enterocolite necrotizante
•Tratamento: NSAIDS
(indometacina x ibuprofeno);
Suporte ventilatório;
Restrição de OH (60-80%);
Diuréticos; Correção de distúrbios
ácido –base;
Medicamentos vasoativos se baixo
débito cardíaco sistêmico.
Adapted from Kliegman, RM, Pediatr Res 1993; 34:701
Enterocolite necrotizante Sepse neonatal
•Precoce: 5 – 7 ddv
Microorganismos do canal de parto (estreptococos do grupo
Etiologia: multifatorial (fatores maternos / características B e E. coli), outros como Listeria monocytogenes,
individuais pré e pós-natais, medicamentos, agentes Enterococcus, H. influenzae, K. pneumoniae.
hiperosmolares etc.)
•Tardia: após 5-7 ddv
Flora hospitalar (estafilococos, pseudomonas e candida).
Tratamento: antimicrobianos, probióticos com objetivo de ↓ o
crescimento de microorganismo patogênicos e garantir
colonização por flora adequada. Farmacoterapia: orientada ao provável agente etiológico.
8. Apnéia Convulsão neonatal
>Incidência em prematuros.
Obstrutiva, central ou mista. Tratamento: fenobarbital (1a.), fenitoína (2a.), diazepam ou lorazepam (3a.), outros
(4a.).
Farmacoterapia: xantinas e broncodilatadores
Icterícia neonatal Deficiência de G6PD
•Etiologia: alteração no metabolismo da bilirrubina (↑ produção /↓ excreção) por
deficiência enzimática, hemólise por IMF, deficiência de G6PD etc.
•Tratamento:fototerapia, exo-sanguíneo transfusão, imunoglobulina, fenobarbital,
ácido ursodeoxicólico.
Medidas: evitar exposição, sempre que possível, a medicamentos que
reconhecidamente causam hemólise.
3ª. Parte
9. Seguimento
• Auxílio na escolha da farmacoterapia adequada; Horários de administração
• Avaliação farmacêutica;
• Orientação sobre alternativas disponíveis e alertas farmacoterapêuticos oficiais;
• Orientação sobre o correto manuseio e administração dos medicamentos;
•Adequados de acordo com a posologia;
• garantia de técnicas adequadas para os processos de preparo e dispensação de
medicamentos; •Coerentes com relação a administração de outros fármacos
• participação na elaboração e controle de processos de prevenção, relato e que possam resultar em interação medicamentosa.
gerenciamento de erros de medicação;
•Coerentes com os horários de dieta para evitar interações
• Análise de ocorrência de eventos adversos; identificação de pontos críticos e
implementação de ações de segurança; relato (Autoridade sanitária/ fabricante); fármaco x alimentos.
• verificação (paciente, cuidador ou equipe de enfermagem) da aceitação e/ ou
dificuldades da terapêutica proposta;
• esclarecimento de dúvidas dos pacientes ou cuidadores relacionadas a
medicamentos.
Cuidados especiais
Interações
Alimentação e sondas oro ou naso gástricas
Medicamentos •Atenção:
Medicamentos X nutrientes • a forma de administração ( administração de formas farmacêuticas
Medicamentos X exames laboratoriais compatíveis e lavagem pós administração).
• horários de administração de dietas e fármacos ( interações e
diminuição da oferta calórica; ajustar freqüência se necessário).
• com medicamentos de solubilidade baixa e que aderem ao PVC).
Diâmetro das sondas usadas em neonatologia Acessos venosos
• quanto maior o tempo de internação menor a facilidade de obtê-los;
Gástricas: <1,5Kg = 4 Fr; >1,5 kg= 6 Fr • maior número de acessos = maior exposição a infeccção;
Enterais: 6 Fr • soluções de osmolaridades > 900 mOsmol demandam acessos
centrais;
• restringem a movimentação das crianças.
Fármaco Características
cálcio Lavar a sonda após a dministração
cefalexina Algumas formulações causam obstrução
(viscosidade) Auxiliar sua preservação e
verificar incompatibilidades Orientar a equipe
claritromicina Calibre <9Fr (grânulos/ viscosidade) entre soluções
10. Nutrição Parenteral Desafios da NP para neonatos
•Essencial no tratamento intra-
hospitalar do recém-nascido pré-termo Compatibilidade
(RNPT).
+
Estabilidade
•Grande desafio, pois quanto menor o
• Volume;
peso e a idade gestacional do recém-
nascido (RN), maiores serão as suas • Osmolaridade;
necessidades nutricionais para atingir • cátions divalentes, heparina;
crescimento e desenvolvimento
• Temperatura e luz ambiente.
adequados.
Nutrição parenteral
Em neonatologia:
•São individualizadas de acordo com a necessidade dos pacientes;
•São muito concentradas devido a reduzida oferta de volume e
maior demanda energética => RISCO DE IMCOMPATIBILIDADES
FÍSICO-QUÍMICAS!
•Constituem grandes oportunidades de erros devidos aos vários
cálculos de volume e nutrientes => RISCO DE SOBREDOSE DE
ÍONS Na+ e K+.
Fármacos & Amamentação Fármacos & Amamentação
Para lactentes filhos de mães que recebem medicamentos deve
A amamentação somente deve ser se considerar:
• se o uso de medicamentos é necessário.
contra-indicada em caso de risco
• se o fármaco escolhido é o mais seguro.
reconhecido ao lactente.
• se a possibilidade de monitorização da concentração sérica do
fármaco caso este possa passar para o leite materno.
(Academia Americana de Pediatria – 2001)
• se e possível administrar o medicamento à mãe após a
mamada.
11. Fármacos & Amamentação Fármacos & Amamentação
Drugs for Which the Effect on Nursing Infants Is Unknown but Drugs That Have Been Associated With Significant Effects on Some Nursing
May Be of Concern Infants and Should Be Given to Nursing Mothers With Caution
Alprazolam Paroxetine
Diazepam Sertraline Atenolol
Lorazepam Chlorpromazine Aspirin
Midazolam Clozapine Clemastine
Amitriptyline Haloperidol Lithium
Bupropion Amiodarone Phenobarbital
Clomipramine Chloramphenicol Primidone
Desipramine Lamotrigine Sulfasalazine
Fluoxetine Metoclopramide
Imipramine Metronidazole
Nortriptyline
Erros de medicação
Fármacos & Amamentação
Erro de medicação é qualquer evento evitável que, de fato ou
Maternal Medication Usually Compatible With Breastfeeding potencialmente, pode levar ao uso inadequado de medicamento. O
uso inadequado pode ou não lesar o paciente, não importando se o
Acetaminophen B6 (pyridoxine) Ceftazidime Dapsone medicamento se encontra sob o controle de profissionais de saúde
Acetazolamide B12 Ceftriaxone Digoxin ou do paciente.
Acitretin Baclofen Chloral hydrate
Acyclovir Captopril Chlorthalidone
Diltiazem
Dipyrone
O erro pode estar relacionado à prática profissional, produtos
Allopurinol Carbamazepine Ciprofloxacin
usados na área da saúde, procedimentos, problemas de
Amoxicillin Cefadroxil Clindamycin Domperidone
Atropine Cefazolin Codeine comunicação, incluindo-se prescrição, rótulos, embalagens, nomes,
Enalapril preparação, dispensação, distribuição, administração, educação,
Aztreonam Cefotaxime Colchicine
B1 (thiamin) Cefoxitin Contraceptive pill with Erythromycin monitoramento e uso de medicamentos.
Cefprozil estrogen/progesterone Ethambutol
Ethanol (http://www.anvisa.gov.br/farmacovigilancia/erro/definicao.htm)
Erros de medicação Erros de medicamentos na população neonatal tem
incidência variável, no entanto podem ter
conseqüências graves.
Podem ocorrer em várias etapas:
Idade Tipo Descrição Consequência
Prescrição (medicamento, dose, freqüência, via incorretos).
Dispensação (medicamento, quantidade, paciente errados) 1 ddv Dose Morfina 15 mg ao invés de Morte
Administração (medicamento, dose, freqüência, via incorretos). 0,15 mg
1 ddv Dose Prescrito Digoxina 32,0 mcg; Morte
administrado 320 mcg ao
invés de 32 mcg
1 mês Velocidade de infusão Dobutamina Morte
Cousins et al, 2002.
12. Erros de medicação Erros de medicação
Erros acontecem e sempre estiveram presentes na história do homem
e de sua civilização. Os motivos que viabilizam as manifestações
dos erros são explicados pela existência de “lacunas” promovidas
pela fragilidade das condições humanas, pela passividade de falhas
nos engenhos industriais e pela vulnerabilidade de sistemas
gerenciais.
Medidas de segurança devem ser
implantadas para evitar sua
Sendo o erro um fato incontestável, há o consenso da sociedade
ocorrência.
científica de que o enfoque para seu enfrentamento e superação
deve permear medidas preventivas planejadas e sistematizadas.
(Cuidado e Saúde Maringá, v. 3, n. 2, p. 153-160, mai/ago. 2004)
Erros de medicação
Erros de medicação
Estratégias
•Sensibilização e envolvimento de todo os profissionais.
•Incentivo aos relatos espontâneos de ocorrência.
•Mudança de posturas punitivas que inibem relatos espontâneos e
entendimento dos processos que facilitam a ocorrência de erros.
•Revisão contínua das ocorrências e de processos.
•Simplificação e otimização de processos.
•Utilização de tecnologia e de boas práticas.
•Desenvolvimento e implantação de mecanismos de checagem de
procedimentos.
Erros de medicação Erros de medicação
Estratégias
Remoção de medicamentos perigosos dos postos de enfermagem. Estratégias
1)KCl Evitar manter medicamentos com variadas
2) Digoxina concentrações ao acesso nos postos de
3) Insulina
enfermagem.
4) Lidocaína
5)Antineoplásicos
Exemplos:
Os 10 medicamentos
mais perigosos 6) Soluções de glicose concentradas Atropina 0,25 mg/ mL e 0,50 mg/ mL
7) Narcóticos
Midazolam 1 mg/mL e 5 mg/ mL
8) Adrenérgicos
9) Teofilina
10) Bloqueadores neuromusculares
13. Indispensável
Conhecimentos em farmacoterapia.
Conhecimento sobre aspectos sócio-culturais da população
atendida.
Saber ouvir e saber perguntar.
Adaptar linguagem quando necessário para que a mensagem seja
bem entendida.
Observar e interpretar mensagens não verbais.
Verificar habilidades cognitivas e de aprendizado, dificuldades
físicas ou visuais dos pais ou cuidadores.
Verificar a intenção em aderir ao tratamento.
14. Caso Prático Caso Prático
•Identificação: RN, MSM, sexo masculino, neonato, 17 ddv, P = 1,5 Kg.
•HD: RPNT, asfixia perinatal grave, DRP (IOT/VM), sepse , convulsão neonatal, apnéia neonatal, IRA. Prescrição médica
Prescrição médica Itens Horários Observações
Itens Horários Observações 1- Jejum VO
1- Jejum VO 2- SOG aberta
2- SOG aberta 3- NPP 150 mL em 24 horas
4- vancomicina 15 mg EV 6/6 horas 10 16 24 06 1) Ajuste de dose (Função renal)
3- NPP 150 mL em 24 horas
4- vancomicina 15 mg EV 6/6 horas 10 16 24 06 5- amicacina 45 mg 1x/dia 16 1) Falta via de administração;
2) Sobredose
5 -amicacina 45 mg 1x/dia 16 6- fluconazol 9 mg 1x/dia 16 1) Falta via de administração;
2) Ajuste de dose (Função renal)
6 -fluconazol 9 mg 1x/dia 16 7- fentanila 150 mcg
midazolam 15 mg 0,2 ml/h ou acm
7 -fentanila 150 mcg
SF qsp 6 ml
midazolam 15 mg 0,2 ml/h ou acm
SF qsp 6 ml 8- fenobarbital 3,75 mg EV 12/12 horas 10 22 1) Administrar 1 x /dia; 2) Não infundir
em “Y” c/ midazolam
8- fenobarbital 3,75 mg EV 12/12 horas 10 22
9- aminofilina 3 mg EV 12/ 12 horas 12 24 1) Não infundir em “Y” c/ midazolam
9- aminofilina 3 mg EV 12/ 12 horas 12 24
10- CCG *Inserir fármaco para profilaxia da
úlcera de estresse
10- CCG
79 80
Farmácia clínica neonatal
Sites de interesse Referências
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