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28[CAUSALIDADE]
Infecção e câncer
A
tualmente, há evidências suficientes de que alguns tipos de vírus, bactérias e
parasitos associados a infecções crônicas estão presentes no processo de de-
senvolvimento do câncer. No mundo, estima-se que 18% dos casos de câncer
se devam a agentes infecciosos, percentual que os coloca, ao lado do fumo,
como os mais importantes agentes cancerígenos, com destaque para o papilo-
mavírus humano (HPV), o Helicobacter pylori, os vírus das hepatites B e C.A tabela abai-
xo apresenta os principais agentes cuja evidência de potencial carcinogênico é considerada
adequada pela International Agency for Research on Cancer (IARC), a unidade da OMS
para pesquisa em câncer, com sede na França.
Principais infecções associadas ao câncer
Agente Tipo de câncer
Papilomavírus humano (HPV) Carcinoma cervical
Helicobacter pylori (HP) Carcinoma gástrico
Linfoma gástrico
Vírus da hepatite B (HBV); Vírus da Hepatite C (HCV) Hepatocarcinoma
Vírus Epstein- Barr Linfoma de Burkitt
Linfoma de Hodgkin
Carcinoma de nasofaringe
Herpes vírus tipo 8 (HHV8) Sarcoma de Kaposi
Vírus T-linfotrópico humano tipo I (HTLV-I) Linfoma de Células T do adulto
Opisthorchis viverrini Carcinoma de vias biliares
Schistosoma haematobium Carcinoma de bexiga
A prevenção de
algumas infecções
evitaria 26% dos
casos de câncer
no mundo em
desenvolvimento.
Fonte: IARC 1994, 1997, 2005.
[CAUSALIDADE]
29
Papilomavírus humano (HPV)
No Brasil, o câncer do colo do útero representa 8,1% das neoplasias malignas em
mulheres, inferior apenas aos casos de tumores da mama (20,6%). São aceitas pela
IARC as evidências do potencial carcinogênico de alguns tipos de HPV – como os
HPV 16, 18, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 ou 66 – que podem causar câncer cer-
vical. Os tipos de DNA virais mais prevalentes em mulheres com carcinoma no colo
do útero são o 16 e o 18, associados a 70% destes cânceres. Estudos feitos em vários
países mostram a força da associação entre este vírus e o câncer do colo do útero.
Os resultados de quatro estudos brasileiros são consistentes com achados in-
ternacionais e mostram a elevada prevalência do HPV em mulheres com carcinoma
cervical e lesão precursora do câncer do colo do útero.
Ao HPV se atribuem 100% dos casos de câncer do colo do útero – é responsável
por 5,2% do total de casos de câncer no mundo em ambos os sexos. No Brasil, esse
percentual é de 4,1%. Embora de ocorrência menos freqüente, cânceres em outras
áreas, como ano-genital, boca e faringe, são ainda associados à infecção pelo HPV.
Prevalência de HPV estimada em estudos brasileiros
Local (autores) Método Tipo
de lesão
Prevalência (%) DNA HPV mais freqüentes
(prevalências %)
São Paulo, SP
(Eluf-Neto et al, 1994)
PCR CIN 84,0 16, 18, 31, 33 (33,66) *
PCR CIN 70,3 16 (60,4)Belém, PA (Noronha
et al, 1999)
NIC II/III 63,0 16 (54,5)
PCR A ** 66,3 16 (49,5); 18 (4,5); 31 (11,9);Distrito Federal, DF
(Câmara et al, 2003)
B 50,0 33 (4,5); 53 (6,0); 58 (13,4)
Goiânia, GO (Rabelo-
Santos et al, 2003)
PCR CIN 76,0 16, 33, 18 e 31
* Prevalência obtida para estes tipos em conjunto.
** A= CIN 2 + CIN 3 + SCC + ADENO; B= HPV + CIN 1 + ASCUS + AGUS
CIN: carcinoma invasivo; NIC: neoplasia intra-epitelial cervical; SSC: carcinoma de células escamosas; Adeno: adenocarcinoma;
ASCUS: atipias de significado indeterminado em células escamosas; AGUS: atipias de siginificado indeterminado em células
glandulares; PCR: Polimerase Chain Reaction.
30[CAUSALIDADE]
Vírus da hepatite B (HBV)
e da hepatite C (HCV)
Estudos indicam que tanto o
HBV quanto o HCV causam câncer
das células do fígado – nos países em
desenvolvimento, o HBV é respon-
sável por 58,8% destes cânceres, e o
HCV, por 33,4%. Nos casos de in-
fecção associada (HBV mais HCV),
essas frações se somam.
Helicobacter pylori
O câncer de estômago representa 4,9% de todos os casos de câncer
estimados para o país em 2006 pelo Instituto Nacional de Câncer. Iso-
lada pela primeira vez em 1982, a partir de cultura de biópsia gástrica,
a bactéria H. pylori produz resposta inflamatória na mucosa gástrica dos
indivíduos infectados associada ao desenvolvimento de gastrite e úlcera
péptica. Atualmente, o papel do H. pylori no desenvolvimento do câncer
de estômago está bem estabelecido e desde 1994 a bactéria é classificada
como carcinogênica, sendo associada ao desenvolvimento do carcinoma e
do linfoma gástrico.
A proporção de casos de câncer de estômago atribuíveis ao H. pylori
na população dos países em desenvolvimento, segundo Parkin (2006), cor-
responderia a 78% dos casos localizados em porções fora da cárdia. Levan-
do-se em conta estes parâmetros, poderíamos dizer que cerca de 15.000
casos de câncer, do número total estimado para o Brasil em 2006, estariam
associados à infecção por este tipo de bactéria. Para melhor entender o
peso do H. pylori no mecanismo causal dos tumores malignos de estômago
na população brasileira seriam necessários, além de se conhecer a preva-
lência da infecção em diferentes regiões do país, estudos que analisassem a
associação entre presença da infecção e risco de aparecimento de tumores
malignos de estômago segundo porção anatômica.
[CAUSALIDADE]
31
Vírus Epstein-Barr
São conclusivas as evidências do potencial carcinogênico
do Vírus Epstein-Barr, predominante nos países em desenvol-
vimento, principalmente na África Subsaariana: 85% dos Lin-
fomas de Burkitt são por ele causados. Em relação ao carcinoma
de nasofaringe, embora fatores alimentares estejam associados
a um aumento de risco, quase todos os tumores ocorrem em
conseqüência da infecção pelo EB. Para o Linfoma de Hodgkin,
a associação a este vírus parece depender da idade: a proporção
de casos positivos é maior em crianças e em idades mais avan-
çadas do que em adultos jovens. Nos países em desenvolvimen-
to, a proporção de casos atribuíveis ao Epstein-Barr representa
quase 50% dos casos.
Outros agentes
Outros agentes de menor importância são o Schistossoma
haematobium, o vírus T-linfotrópico humano tipo I (HTLV I) e
os parasitas hepáticos Clonirchis sinensis e Opisthorchis viverrini.
O primeiro é associado ao câncer de bexiga em 3% dos casos, en-
quanto O. viverrini é responsável por 0,4% dos cânceres de fígado.
Para o C. sinensis as evidências não são consideradas suficientes.
HIV
Dois tipos de câncer são freqüentemente associados à infec-
ção pelo HIV: o sarcoma de Kaposi e o linfoma Não-Hodgkin
que, com o câncer do colo do útero, estão entre as condições
que definem a síndrome de imunodeficiência adquirida – a sida,
aqui conhecida pela sigla em inglês, aids. Todos os casos de sar-
coma de Kaposi são atribuíveis ao vírus HHV8/HIV.
Considerando-se a magnitude da
ocorrência de câncer associada a pro-
cessos infecciosos, 26% dos casos de
câncer seriam evitáveis nos países em
desenvolvimento com a adoção de ações
de prevenção destas infecções.

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Causalidade infeccao cancer

  • 1. 28[CAUSALIDADE] Infecção e câncer A tualmente, há evidências suficientes de que alguns tipos de vírus, bactérias e parasitos associados a infecções crônicas estão presentes no processo de de- senvolvimento do câncer. No mundo, estima-se que 18% dos casos de câncer se devam a agentes infecciosos, percentual que os coloca, ao lado do fumo, como os mais importantes agentes cancerígenos, com destaque para o papilo- mavírus humano (HPV), o Helicobacter pylori, os vírus das hepatites B e C.A tabela abai- xo apresenta os principais agentes cuja evidência de potencial carcinogênico é considerada adequada pela International Agency for Research on Cancer (IARC), a unidade da OMS para pesquisa em câncer, com sede na França. Principais infecções associadas ao câncer Agente Tipo de câncer Papilomavírus humano (HPV) Carcinoma cervical Helicobacter pylori (HP) Carcinoma gástrico Linfoma gástrico Vírus da hepatite B (HBV); Vírus da Hepatite C (HCV) Hepatocarcinoma Vírus Epstein- Barr Linfoma de Burkitt Linfoma de Hodgkin Carcinoma de nasofaringe Herpes vírus tipo 8 (HHV8) Sarcoma de Kaposi Vírus T-linfotrópico humano tipo I (HTLV-I) Linfoma de Células T do adulto Opisthorchis viverrini Carcinoma de vias biliares Schistosoma haematobium Carcinoma de bexiga A prevenção de algumas infecções evitaria 26% dos casos de câncer no mundo em desenvolvimento. Fonte: IARC 1994, 1997, 2005.
  • 2. [CAUSALIDADE] 29 Papilomavírus humano (HPV) No Brasil, o câncer do colo do útero representa 8,1% das neoplasias malignas em mulheres, inferior apenas aos casos de tumores da mama (20,6%). São aceitas pela IARC as evidências do potencial carcinogênico de alguns tipos de HPV – como os HPV 16, 18, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 ou 66 – que podem causar câncer cer- vical. Os tipos de DNA virais mais prevalentes em mulheres com carcinoma no colo do útero são o 16 e o 18, associados a 70% destes cânceres. Estudos feitos em vários países mostram a força da associação entre este vírus e o câncer do colo do útero. Os resultados de quatro estudos brasileiros são consistentes com achados in- ternacionais e mostram a elevada prevalência do HPV em mulheres com carcinoma cervical e lesão precursora do câncer do colo do útero. Ao HPV se atribuem 100% dos casos de câncer do colo do útero – é responsável por 5,2% do total de casos de câncer no mundo em ambos os sexos. No Brasil, esse percentual é de 4,1%. Embora de ocorrência menos freqüente, cânceres em outras áreas, como ano-genital, boca e faringe, são ainda associados à infecção pelo HPV. Prevalência de HPV estimada em estudos brasileiros Local (autores) Método Tipo de lesão Prevalência (%) DNA HPV mais freqüentes (prevalências %) São Paulo, SP (Eluf-Neto et al, 1994) PCR CIN 84,0 16, 18, 31, 33 (33,66) * PCR CIN 70,3 16 (60,4)Belém, PA (Noronha et al, 1999) NIC II/III 63,0 16 (54,5) PCR A ** 66,3 16 (49,5); 18 (4,5); 31 (11,9);Distrito Federal, DF (Câmara et al, 2003) B 50,0 33 (4,5); 53 (6,0); 58 (13,4) Goiânia, GO (Rabelo- Santos et al, 2003) PCR CIN 76,0 16, 33, 18 e 31 * Prevalência obtida para estes tipos em conjunto. ** A= CIN 2 + CIN 3 + SCC + ADENO; B= HPV + CIN 1 + ASCUS + AGUS CIN: carcinoma invasivo; NIC: neoplasia intra-epitelial cervical; SSC: carcinoma de células escamosas; Adeno: adenocarcinoma; ASCUS: atipias de significado indeterminado em células escamosas; AGUS: atipias de siginificado indeterminado em células glandulares; PCR: Polimerase Chain Reaction.
  • 3. 30[CAUSALIDADE] Vírus da hepatite B (HBV) e da hepatite C (HCV) Estudos indicam que tanto o HBV quanto o HCV causam câncer das células do fígado – nos países em desenvolvimento, o HBV é respon- sável por 58,8% destes cânceres, e o HCV, por 33,4%. Nos casos de in- fecção associada (HBV mais HCV), essas frações se somam. Helicobacter pylori O câncer de estômago representa 4,9% de todos os casos de câncer estimados para o país em 2006 pelo Instituto Nacional de Câncer. Iso- lada pela primeira vez em 1982, a partir de cultura de biópsia gástrica, a bactéria H. pylori produz resposta inflamatória na mucosa gástrica dos indivíduos infectados associada ao desenvolvimento de gastrite e úlcera péptica. Atualmente, o papel do H. pylori no desenvolvimento do câncer de estômago está bem estabelecido e desde 1994 a bactéria é classificada como carcinogênica, sendo associada ao desenvolvimento do carcinoma e do linfoma gástrico. A proporção de casos de câncer de estômago atribuíveis ao H. pylori na população dos países em desenvolvimento, segundo Parkin (2006), cor- responderia a 78% dos casos localizados em porções fora da cárdia. Levan- do-se em conta estes parâmetros, poderíamos dizer que cerca de 15.000 casos de câncer, do número total estimado para o Brasil em 2006, estariam associados à infecção por este tipo de bactéria. Para melhor entender o peso do H. pylori no mecanismo causal dos tumores malignos de estômago na população brasileira seriam necessários, além de se conhecer a preva- lência da infecção em diferentes regiões do país, estudos que analisassem a associação entre presença da infecção e risco de aparecimento de tumores malignos de estômago segundo porção anatômica.
  • 4. [CAUSALIDADE] 31 Vírus Epstein-Barr São conclusivas as evidências do potencial carcinogênico do Vírus Epstein-Barr, predominante nos países em desenvol- vimento, principalmente na África Subsaariana: 85% dos Lin- fomas de Burkitt são por ele causados. Em relação ao carcinoma de nasofaringe, embora fatores alimentares estejam associados a um aumento de risco, quase todos os tumores ocorrem em conseqüência da infecção pelo EB. Para o Linfoma de Hodgkin, a associação a este vírus parece depender da idade: a proporção de casos positivos é maior em crianças e em idades mais avan- çadas do que em adultos jovens. Nos países em desenvolvimen- to, a proporção de casos atribuíveis ao Epstein-Barr representa quase 50% dos casos. Outros agentes Outros agentes de menor importância são o Schistossoma haematobium, o vírus T-linfotrópico humano tipo I (HTLV I) e os parasitas hepáticos Clonirchis sinensis e Opisthorchis viverrini. O primeiro é associado ao câncer de bexiga em 3% dos casos, en- quanto O. viverrini é responsável por 0,4% dos cânceres de fígado. Para o C. sinensis as evidências não são consideradas suficientes. HIV Dois tipos de câncer são freqüentemente associados à infec- ção pelo HIV: o sarcoma de Kaposi e o linfoma Não-Hodgkin que, com o câncer do colo do útero, estão entre as condições que definem a síndrome de imunodeficiência adquirida – a sida, aqui conhecida pela sigla em inglês, aids. Todos os casos de sar- coma de Kaposi são atribuíveis ao vírus HHV8/HIV. Considerando-se a magnitude da ocorrência de câncer associada a pro- cessos infecciosos, 26% dos casos de câncer seriam evitáveis nos países em desenvolvimento com a adoção de ações de prevenção destas infecções.