2. História Clínica
• Admissão 26/09/09
• DSBS, masculino, 11 anos, natural e
procedente de Santo Antonio-GO
• Queixa Principal: Otalgia à direta há 30
dias
3. HDA:
• Paciente refere inicio de quadro de otalgia
D há 30 dias, acompanhada de febre,
fotofobia, cefaléia frontal com
aparecimento de saída de secreção
purulenta por orelha D.
• Procurou atendimento médico, sendo
prescrito Amoxicilina-Clavulanato
4. • Houve melhora da febre após 2 dias de
ATB.
• Persistência da secreção purulenta que
passou a ser sanguinolenta.
• Refere sinais flogísticos retroauriculas D
5. Antecedentes
• Gestação sem intercorrências. Parto
normal a termo. Peso 3450g. Vac.
completa
• Hepatite A há 3 anos
• Mãe (36), Pai (40) saudáveis. Irmãos (14
e 17) estrabicos.
• Reside com família em casa, 4 cômodos,
com esgoto. Cachorros, galinhas, pato,
coelho, codornas...
6.
7. Exame Físico
• Eupneico, acianótico, anictérico, corado
hidratado
• FC 80 bpm, FR 20 irpm
• ACV: RCR 2T, BNF sem sopro
• AR: MV+ sem RA
• Abdomen: normotenso, RHA+, sem VCM
• Extremidades bem perfundidas
• Pele corada
• SNC: ativo, reativo
8. • Otoscopia: presença de hiperemia,
abaulamento e opacidade em membrana
timpânica e secreção purulenta em ouvido
D. Dor à palpação em região mastóide e
auricular.
13. Evolução
• Fez uso de Ceftazidima por 2 dias sendo
substituido por Amoxicilina-Clavulanato
• Evoluiu afebril, com persistência de
sangramento vermelho vivo por orelha D.
14. Otorrinolaringologista (29/09/09)
• Sem sinais de mastoidite em atividade;
• Nega necessidade de TC;
• Pólipo em canal auditivo à otoscopia
• Orienta uso de otociriax 3 gotas 12/12h
por 10 dias
15. • Recebe alta após 6 DIH, apresentando
abaulamento da membrana e coagulos,
em uso de Amoxicilina-Clavulanato por
mais 7 dias, Otociriax e acompanhamento
no ambulatório de otorrinolaringologista.
17. Otite Média
• Muito frequente;
• Pico de incidência entre 6-20 meses;
• Importante indicação de procedimentos
cirúrgicos realizados em lactentes e
crianças jovens;
• Importante propensão a se tornar crônica
ou recorrente.
19. Otite Média
Fatores de risco:
• Idade (<2 anos);
Menor defesa imunológica
Tecido linfóide/nasofaringeo mais
abundante
Trompa de Eustáquio horizontal
Posição horizontal
• Sexo masculino;
• Raça;
• Origem genética;
• Situação
socioeconômica;
• Leite artificial;
• Fumaça de cigarro;
• Exposição a outras
crianças;
• Estação do ano;
• Anomalias
congênitas;
20. Etiologia
Otite Média Aguda:
• Streptococcus pneumoniae (40%)
• Haemophilus influenzae (25-30%) recorrentes
• Moraxella catarrhalis (10-15%)
• Streptococcus do grupo A, Staphylococcus
aureus, organismos gram negativos como
Pseudomonas aeruginosa (5%)
• Rinovírus e vírus sincicial respiratório
21. Etiologia
Otite Média com Efusão:
• Culturas estéreis
• PCR- DNA bacteriano e/ou RNA viral
• Infecção verdadeira atual ou pregressa
22. Patogênese
• Trompa de Eustáquio: ventilação, proteção e
limpeza
• A interrupção do processo ventilatório, em razão
da obstrução da tuba de Eustáquio, inicia uma
complexa resposta inflamatória que inclui
metaplasia secretória, comprometimento do
sistema de transporte mucociliar e efusão de
líquido na cavidade timpânica
• Obstrução:
Tecido linfóide hipertrofiado ou tumor
Edema inflamatório da mucosa
Dano no mecanismo de abertura da tuba
24. Patogênese
• Geralmente iniciados através de uma infecção
viral ou bacteriana do trato respiratória superior
• Déficit sutis de imunidade têm papel na
patogênese da OMA de repetição
• Deficiência de IgA e seletivas de classe de IgG
podem ser encontradas
• Crianças com fenda palatina e síndrome de
Down a alta prevalência é atribuída às
anormalidades estruturais e funcionais da
trompa de Eustáquio.
26. Exame Físico
• Otoscópio com cabeça cirúrgica ou
diagnóstica
• Avaliação do grau de mobilidade da
membrana timpânica
• Se a membrana estiver obscurecida pelo
cerume, este deve ser retirado
27.
28.
29. Exame Físico
• Membrana Timpânica: contorno, cor, translucidez,
mudanças estruturais e mobilidade
Contorno levemente côncavo
Cor cinza perolado
Eritema
Brancura anormal
Geralmente translúcida
Mudança estruturais
cicatrizes, perfurações e bolsas de retrações
Diminuição da mobilidade
30. Diagnóstico
• OMA X OME
Ambas apresentam sinais físicos de efusão de
orelha média
OMA
Abaulamento ou ingurgitamento da membrana
Com ou sem eritema associado
Otalgia clinicamente importante
Membrana com depressão central
Martelo obscurecido
Miringite bolhosa
31.
32.
33. Diagnóstico
OME
Abaulamento ausente ou leve
Membrana pode estar retraída
Eritema ausente ou leve
Otalgia inequívoca→ OMA
Febre, irritabilidade, anorexia, vômitos e
diarréia não justifica OMA
34. Pelo menos 2 destes achados:
1- Cor anormal da MT: branca,
amarela, âmbar ou azul
2-Opacidade não devida a cicatriz
3- Mobiidade diminuída ou ausente
Bolhas de ar ou nível hidroaéreo
atrás da MT
ou
sim sim
Efusão da Orelha Média
Sem inflamação aguda Inflamação aguda
Otite Média com Efusão
Pelo menos um destes sinais:
1- Otalgia significativa, incluindo puxadas e
fricções da orelha, fora do habitual
2- Hiperemia acentuada da MT
Congestão marcante ou abaulamento da MT
sim
Otite Média Aguda
Otorréia purulenta aguda
não devida a otite
externa
Sim
35. Tratamento
• Reduzir o uso de ATB na otite média de
forma geral
• ATB previne o desenvolvimento de
complicações supurativas.
ATB de 1ª linha:
• Amoxicilina (40-80 mg/kg/24h) por 10 dias
• Azitromicina ( alérgicos a B-lactâmicos)
36. Tratamento
Drogas de 2ª linha:
• Amoxicilina-clavulanato
• Axetil cefuroxima
• Ceftriaxona intramuscular
37. Tratamento
Miringotomia
Indicações:
• Dor intensa persistente
• Hiperpirexia
• Complicações da OMA (paralisia facial,mastoidite,
labirintite, infecções do SNC)
• Comprometimento imunológico
• Resposta insatisfatória ao tto de 2ª linha
• Identificação de organismo agressor
Timpanocentese
Com cultura, indicada em casos de septicemia em
crianças muito jovens
38. • Recorrência da OMA antes de 2 semanas
geralmente se deve ao mesmo organismo,
a resposta ao tto anterior orienta o tto.
• Repetição da OMA após 2 semanas de
um episódio já tratado é, em geral de um
organismo diferente, podendo ser utilizado
um antimicrobiano de 1ª linha
independente da resposta anterior
39. • Na OMA purulenta persistente a
Pseudomonas aeruginosa é o principal
patógeno agressor.
• Quando a otorréia tubária se desenvolve
sem dor ou febre associadas,o tto com
gotas otológicas tópicas podem bastar.
40. OME
• Para distiguir entre persistência e recorrência,
devem ser feitos exames mensais até a resolução.
• A audição deve ser avaliada, se a efusão estiver
presente durante 3 meses ou mais.
• A principal razão para tta OME é prevenir
possíveis complicações e seqüelas. Entre elas
risco aumentado de OMA e alterações patológicas
na orelha média, a saber: atelectasia da MT e
bolsas de retrações, OM adesiva, descontinuidade
da cadeia ossicular e colesteatoma; perdas
auditivas de condução e neurossensorial; efeitos
adversos na fala, linguagem cognitiva e no
desenvolvimento psicossocial.
41. Tratamento OME
• Antimicribiano por 2-4 semanas com
drogas amplamente eficaz
• Miringotomia e Inserção de tubos de
Timpanostomia
Considerar miringotomia, com inserção de
tubo, depois de 6 a 12 meses de OME
bilateral contínua e depois de 9 a 18
meses de OME unilateral contínua
42.
43. Complicações Intratemporais
• Dermatite Eczematóide Infecciosa
• Otite Média Supurativa Crônica
• Mastoidite Aguda
• Mastoidite Aguda com periostite
• Osteíte Aguda
• Petrosite Aguda
Síndrome de Gradenigo: OM supurativa,
paralisia do músculo reto externo e dor na
órbita ipsilateral